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Segunda Atividade Avaliativa – Direito Constitucional Nome: Mylena Cristiny Silva Alvarenga – Ra: 2010176 Período: Noite Professora: Paola Nery Ferrari Tema: Resumo do Curso de Direito Constitucional. Direito Constitucional •Origem do Direito Constitucional: Sob a influência forte das revoluções burguesas do final do século XVIII e das consequentes Constituições modernas. Primeiras cadeiras: -Norte da Itália, em 1797, primeiro titular foi Giuseppe Di Luzo e após, surgiram também nas Universidades de Pádua e Bolonha. -Na França surgiu em 1834, na Universidade de Paris, sob titularidade do publicista italiano Pelegrino Rossi. -No Brasil, foi criado como disciplina autônoma, no Decreto-lei nº 2.639/40. • Conceito de Direito Constitucional: Surgiu como uma disciplina, ramo Público, o objetivo era estudar as normas e a instituições fundamentais associadas às Constituições. Embora tenha sido apropriado no início da Idade Moderna, não corresponde mais à realidade. Não é apenas uma ciência que estuda a Constituição, embora seja um importante objeto de seu estudo. Como ciência, é formado por uma inter-relação com outros saberes e ciências, como Sociologia, Política e Filosofia, como afirmou Canotilho, “o Direito é um intertexto aberto. Deve a experiências constitucionais, nacionais e estrangeiras; no seu ‘espírito’ transporta ideias de filósofos, pensadores e políticos” (...), não sendo “um singular movimento de rotação em torno de si mesmo, mas sim um gesto de translação perante outras galáxias do saber humano” Embora haja várias definições, preferimos conceituar como: é o ramo Público que investiga e sistematiza as instituições fundamentais do Estado, bem como estabelece a origem, a forma, o desenvolvimento e os limites da aquisição e do exercício do poder, tendo como elemento central a Constituição, ou seja, Meirelles Teixeira definiu como “o conjunto de princípios e normas que regulam a própria existência do Estado moderno, na sua estrutura e seu funcionamento, o modo de exercício e os limites de sua soberania, seus fins e interesses fundamentais”. • Natureza do Direito Constitucional: É inegavelmente do ramo Público. Mas como aponta a doutrina, “um dos mais árduos problemas da ciência jurídica contemporânea é o da distinção do direito objetivo em direito público e privado”. Goffredo Telles Júnior adverte: “Holliger expôs cento e quatro doutrinas sobre esse assunto, e concluiu, afinal, que nenhuma é satisfatória”. Essa divisão é importante apenas para fins didáticos, para entender e diferenciar os diversos ramos da “árvore jurídica normativa”. Para Maria Helena Diniz, “o direito público seria aquele que regula as relações em que o Estado é parte, ou seja, rege a organização e atividade do Estado considerado em si mesmo (direito constitucional), em relação com outro Estado (direito internacional) e em suas relações com os particulares, quando procede em razão de seu poder soberano e atua na tutela do bem coletivo (direito administrativo e tributário). O direito privado é o que disciplina as relações entre particulares, nas quais predomina, de modo imediato, o interesse de ordem privada”. Vale ressaltar que, por ter como objeto de estudo preceitos importantes que regem o direito privado, parte da doutrina o situa como uma espécie de “super-Direito”. • Objeto do Direito Constitucional Como vimos, maioria dos autores define o Direito através do objeto de seu estudo, que não se reduz apenas e tão somente ao texto constitucional. •Espécies ou Divisão do Direito Constitucional Paulo Bonavides, abrange o Direito várias ciências jurídicas que, ao lado de outras matérias não jurídicas (como a Ciência Política e a Filosofia), compõe o elenco de matérias que se ocupam do ordenamento constitucional do Estado, integrantes do Direito Constitucional: A) Direito Constitucional Positivo, Particular ou Especial; B) Direito constitucional comparado; C) Direito Constitucional Geral. Direito Constitucional Internacional, Transnacional ou Supranacional para Néstor Pedro Sagüés, “com esta expressão ultimamente se alude ao direito que devem organizar (ou “constitucionalizar”) entes internacionais ou transnacionais”. Kildare Gonçalves Carvalho menciona uma outra classificação do Direito, quanto à matéria: a) Direito Constitucional Material; b) Direito Constitucional Adjetivo. • Fontes do Direito Constitucional Para Tércio Sampaio Ferraz teve origem provavelmente em Savigny no início do século XIX. Fontes do direito significa a origem do Direito, bem como os meios pelos quais ele se exterioriza. Um século depois de Savigny, o jurista francês Francois Geny passa a falar de duas espécies de fontes do direito: as fontes materiais e as fontes formais. • Supremacia da Constituição O princípio da supremacia da Constituição ganha maior projeção com a obra Teoria Pura do Direito, de Hans Kelsen. Segundo Kelsen, “a Constituição representa o escalão do Direito Positivo mais elevado. No Brasil, desde a primeira Constituição republicana (de 1891) adotou-se o modelo norte-americano de “supremacia da Constituição”, cabendo ao Poder Judiciário o poder de examinar a constitucionalidade das leis, através do controle difuso, pela via incidental. É importante destacar que a supremacia da Constituição, a hierarquia normativa da Constituição sobre as demais leis só se verifica em países de constituição rígida. •Objeto e conteúdo das Constituições O objeto e conteúdo mínimo das Constituições sempre foi e será a organização fundamental do Estado. • Elementos das Constituições A) Elementos orgânicos - são os elementos que organizam a Estrutura do Estado. B) Elementos limitativos: são os elementos que limitam o poder do Estado, fixando direitos à população. C) Elementos sócio-ideológicos: são os dispositivos de cunhos ideológicos, principiológicos previstos na Constituição. D) Elementos de estabilização constitucional: são os dispositivos que buscam uma estabilidade política e social, em caso de tumulto institucional. E) Elementos formais de aplicabilidade: são os dispositivos constitucionais que auxiliam na aplicação de outras normas constitucionais. TEORIA DA CONSTITUIÇÃO A palavra “Constituição” tem origem no verbo latino constituere, que significa constituir, estabelecer, firmar, formar, organizar, delimitar. Na língua portuguesa, a palavra “Constituição” tem sentido plurívoco, podendo significar ato de constituir, organização, estabelecimento, modo de ser, ato de estabelecer ou fixar etc. • Origem A Constituição já existia entre gregos e romanos, no domínio do pensamento jurídico, filosófico e político. Aristóteles distinguia as normas de organização e as normas comuns, elaboradas e interpretadas de acordo com as primeiras. Não obstante, somente com o advento do constitucionalismo moderno, no final do século XVIII, tal ideia ganhou projeção, com o intuito de limitar o poder do Estado. Para Manoel Gonçalves Ferreira Filho, “tal distinção, veio a ser valorizada no século XVIII, na Europa ocidental. E isto ocorreu com o propósito de limitar o poder, afirmando a existência de leis que seriam a ele anteriores e superiores. É daí em diante que o termo Constituição passou a ser empregado para designar o corpo de regras que definem a organização fundamental do Estado”. • Conceito Impossível identificar um único conceito de Constituição. Para José Afonso da Silva, embora entenda ser uma visão parcial do conceito, define-a como sendo “sua lei fundamental, (....) em síntese, a constituição é o conjunto de normas que organiza os elementos constitutivos do Estado”. Jorge Miranda sintetiza as correntes doutrinárias diversas acerca da Constituição: A) concepções jusnaturalistas; B) concepções positivas; C) concepções historicistas; D) concepções sociológicas; E) concepções marxistas; F) concepções institucionalistas; G) concepção decisionista; Dentre outras. •Sentido Sociológico(concepção sociológica) de Ferdinand Lassale. A constituição real é a soma dos fatores reais de poder (relações de poder que existem na sociedade: poder político, poder religioso, poder econômico, poder militar etc.). Diversa da real está, a constituição jurídica, norma jurídica emanada do Estado, que ele denomina como sendo uma folha de papel. • Sentido político (concepção política) de Carl Schmitt. A Constituição é uma decisão política fundamental, da qual pode ser feita uma norma jurídica ou não. Critica aqueles que consideram Constituição como sinônimo de Lei. • Sentido jurídico (concepção jurídica) de Hans Kelsen. O Direito é um sistema hierárquico de normas jurídicas emanadas do Estado. Essa hierarquia se dá na medida em que a norma jurídica inferior obtém sua validade na norma jurídica superior. • A norma fundamental hipotética de Kelsen (Grundnorm): São os sentidos de Constituição, segundo Kelsen: a) sentido jurídico-positivo: Constituição é a lei mais importante do ordenamento jurídico de um país, sendo o pressuposto de validade de todas as leis; b) sentido lógico-jurídico: uma norma supraconstitucional, pré-constituída, não escrita e cujo único mandamento é “obedeça a Constituição”. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS: MARTINS, Flavio. Curso de Direito Constitucional - 4ª Ed; Editora Saraiva, 2020.
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