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Raimundo-F-de-Oliveira-A-Doutrina-Pentecostal-Hoje

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Raimundo F. de Oliveira
A Doutrina Pentecostal Hoje
Digitalizado por Ziquinha
www.semeadores.net
Nossos e-books são disponibilizados gratuitamente, 
com a única finalidade de oferecer leitura edificante 
a todos aqueles que não tem condições econômicas 
para comprar.
Se você é financeiramente privilegiado, então 
utilize nosso acervo apenas para avaliação, e, se 
gostar, abençoe autores, editoras e livrarias, 
adquirindo os livros.
SEMEADORES DA PALAVRA e-books evangélicos
http://www.semeadores.net/
Sumário
Dedicatória.......................................................................................4
O movimento pentecostal no banco dos réus...................................5
O batismo com o Espírito Santo hoje.............................................18
O dom de línguas hoje....................................................................46
Os dons do Espírito Santo hoje......................................................64
Os dons e o fruto do Espírito..........................................................85
Dedicatória
Dedico este livro:
aos meus queridos pais, Francisco e Geralda, que desde a minha 
infância me ensinaram os sagrados rudimentos do Evangelho, contribuindo 
para que mais tarde eu tivesse uma autêntica experiência espiritual com 
Deus;
à minha eterna namorada e esposa, Maria das Graças, a quem Deus 
tem feito um esteio de sustentação do meu ministério;
aos meus queridos filhos, Débora, Adoniran e Calebe, perfumadas 
rosas com as quais Deus floriu o jardim do meu matrimônio;
ao caríssimo Pastor Paulo Belisário Carvalho, honrado Presidente da 
Assembléia de Deus no Estado do Piauí, onde militei por quase dez anos, 
pastor que, na qualidade dum "amigo mais chegado que um irmão", muito 
me ajudou no dimensiona-mento da minha fé, visando ao sucesso do meu 
ministério; a todos os meus companheiros de ministério, que na nossa 
Pátria estão empenhados na pregação do Evangelho pleno e na conservação 
da genuína doutrina pentecostal;
também aos meus irmãos denominacionais que, indiferentes aos 
ensinos daqueles que fazem das eternas promessas de Deus coisa do 
passado, estão empenhados em alcançar uma genuína experiência com o 
Espírito Santo, hoje;
sobretudo, ao Deus e Pai de toda a consolação, a Jesus Cristo, seu 
filho e autor de toda a salvação, com o louvor do Espírito Santo, o autor de 
toda a santificação.
No sincero amor do Senhor,
o Autor
1
O movimento pentecostal no banco dos réus
Tem sido considerável o número de livros escritos nestes últimos 
anos por autores antipentecostais, com o propósito de denegrir a nossa fé. 
Pelo que me consta, nunca um escritor de confissão pentecostal, no Brasil, 
assumiu a responsabilidade de escrever uma refutação a esses livros. Em 
geral, os nossos líderes têm deixado que o próprio progresso do 
Movimento Pentecostal e a fé dinâmica das igrejas que o compõem 
silenciem a pena dos seus oponentes gratuitos; mas isso tem sido inútil, 
pois os tais não se convencem nem diante de fatos. Para eles, mais importa 
uma boa pitada de confusão teológica, do que as provas documentadas por 
vidas transformadas; esquecendo-se eles que teologia sem uma genuína 
experiência de vida é semelhante à fé sem as obras - é morta.
Evidentemente, não possuo procuração dos líderes da minha igreja, 
a Assembléia de Deus - pioneira e guardiã da legítima doutrina pentecostal 
no Brasil - para escrever este trabalho. Na verdade, nem
creio ser necessário tê-la, haja vista que, na qualidade de obreiro engajado 
na pregação do Evangelho e na defesa da verdade, tenho tão grande res-
ponsabilidade na defesa da verdade, como a têm os mais destacados líderes 
da Assembléia.
Não escrevo este livro como teólogo ou "doutor” 
nisto ou naquilo. Revelada a minha formação secular, seria motivo de 
vergonha para qualquer um dos "doutores" que hoje, em diferentes 
denominações, se dizem senhores da verdade, pelo que se julgam
no direito de escrever livros e artigos com o objetivo
de minar as bases espiritual e moral do Movimento Pentecostal. O que 
aqui escrevo é fruto de minhas próprias experiências em face da 
beligerância anti-pentecostal na nossa Pátria.
1. COM A PALAVRA, A ACUSAÇÃO
Um dos livros mais pretensiosos e, de propósito, eminentemente 
antipentecostal, foi publicado em 1972, pela Junta de Educação Religiosa e 
Publicações da Convenção Batista Brasileira (JUERP). Esse livro tem por 
título: "Movimento Moderno de Línguas", de autoria do batista americano, 
Robert G. Gromacki.
Numa análise feita por Gromacki quanto à origem do Movimento 
Pentecostal, após analisar-se o movimento é de origem divina, satânica, 
psicológica ou artificial, ele conclui que tem de ser considerado "não 
somente como uma simulada contrafação, porém como sendo realmente de 
origem satânica".
Outro livro, "A Doutrina do Espírito Santo", trabalho encomendado 
pela Convenção Batista Brasileira, combate as células "renovacionistas" 
surgidas no seio dessa Convenção, trazendo, inclusive, palavras pouco 
elogiosas ao Movimento Pentecostal, sempre tido pelos autores (treze 
líderes batistas brasileiros), como "confusão", "gritaria", "descontrole 
físico", "emocionalismo demasiado" etc.
H.E.Alexander, um dos autores antipentecostais mais lidos no 
Brasil, em seu livro "Pentecostismo ou Cristianismo?" mostra o 
Movimento Pentecostal como uma ameaça à integridade do verdadeiro 
Cristianismo. Escreve:
"Temos, portanto, de evitar todo equívoco e afirmar com precisão 
que, se existe um 'Movimento de Pentecoste' há também um considerável 
número de crentes que diligenciam não ser deste 'movimento', mas que, no 
entanto, possuem um forte espírito 'pentecostista'. Por este fato, é que nós 
julgamos necessário falar de 'pentecostalismo', pois que pretendemos em 
absoluto não fazer parte deste 'movimento', pois pode-se ter certas 
concepções mentais e certas interpretações errôneas que, como é óbvio, 
engendram um espírito que não é outra coisa senão um espírito estranho, 
semelhante ao do Pentecostismo".
Mais à frente escreve Alexander:
"Perante os erros e estragos do Pentecostismo, há somente uma 
atitude digna do cristão. Se ele caiu neste erro, que confesse a Deus e se 
separe absolutamente daquilo que a Bíblia condena. Quanto ao crente que 
teve algum contacto com estes desvarios, mas que começa a discerni-los, 
que se afaste deles e saiba que Deus o destina a outra coisa: ao serviço 
frutuoso... Porém, que se mantenha bem perto de seu Salvador, pela razão 
seguinte: um espírito estranho não deixa nunca sua vítima escapar com facilidade. 
Quando numa alma começam a surgir dúvidas a respeito do Movimento Pentecos-
tal e seu espírito começa a discernir a verdade quanto as contrafações, aos 
exageros e erros doutrinários que caracterizam o Pentecostismo, se ela abrir-se 
com algum adepto deste movimento, haverá então reação imediata: 'Não nos 
compreende mais, suas dúvidas são causadas pelo pecado'. Ou então, o que é pior 
ainda: 'Verá o que vai suceder-lhe se nos deixar, o julgamento de Deus o atingirá'. 
E chamam a isto de 'Despertamento' e 'Pentecoste!' Ou, em vez de ameaças, 
apelarão para o sentimentalismo, como pretexto de amor, lágrimas -procedimento 
que não é são nem santo, e do qual é, às vezes, difícil livrar-se. Porém, com o 
socorro de Deus, andando na obediência de Cristo e sua Palavra, aquele que tiver 
sido dominado pelos pentecostais será libertado."
Para H.E.Alexander, o Movimento Pentecostal ou "Pentecostismo", como 
ele prefere chamar, nada mais é do que um dos ramos do Espiritismo, Feiticismo, 
Macumba, ou coisa semelhante; movimento de cuja influência aqueles que a ele 
se apegam devem ser exorcisado pelo ensino antipentecostal.
Francisco Huling, autor do opúsculo: "É Bíblico o Pentecostismo?", 
escreveu:"Deus libertou o autor deste folheto do erro pentecostal alguns anos atrás. 
Um domingo de manhã, numa reunião pentecostal, um membro levantou-se e 
começou a ler o capítulo 14 de 1 Coríntios, e eu escutei-o atentamente. De repente 
uma mulher levantou-se e começou a levantar os braços e a 'falar em línguas' e 
depois mais uma, e mais outra, até que nove ao todo estavam num estado de 
êxtase descontrolada. Mas mesmo entre o barulho e o pandemônio que faziam, eu 
consegui ouvir as palavras: 'Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em 
todas as igrejas dos santos... Mas faça-se tudo descentemente e com ordem', 1 Co 
14.33,40. O contraste completo entre o que eu via e o que as Escrituras diziam 
ajudaram-me a pensar, e eu comecei a ver que o Pentecostalismo não é de Deus, 
mas sim do Diabo".
No seu livro, "Os Carismáticos", John F. MacArthur, denuncia e condena 
o Movimento Carismático, por, segundo ele, fazer da experiência algo superior às 
Escrituras.
Poderia continuar citando textos de muitos outros livros de autores 
antipentecostais, que tenho na minha biblioteca, porém, deixo de fazê-lo por duas 
razões: primeiro, por absoluta falta de espaço, e em segundo lugar, porque 
contêm praticamente as mesmas blasfêmias e desprezo pelo Movimento 
Pentecostal.
2. COM A PALAVRA, A DEFESA
Como um processo não se compõe só de acusação, mas também de 
provas e defesa, seria imprudente o juiz condenar ou absolver o réu sem 
antes ouvir a sua defesa. Partindo deste princípio, ao Movimento 
Pentecostal assiste o direito de que alguém levante a sua voz em defesa 
desse movimento. Isto é o que têm feito muitos ilustres cristãos e não 
poucos estudiosos durante estes últimos anos, entre os quais vou citar 
alguns apenas.
Para a revista "Life", conceituado periódico da imprensa secular 
americana, a respeito do Movimento Pentecostal, o Dr. Van Dusen, disse:
"Há várias fontes de poder que têm feito desta terceira força (o 
Movimento Pentecostal), o mais extraordinário fenômeno religioso de 
nosso tempo. Seus grupos pregam uma mensagem bíblica direta, 
facilmente compreensível. Comumente prometem uma experiência 
imediata, transformadora da vida pelo Deus vivo em Cristo, que é muito 
mais significativa para muitos indivíduos do que a versão dela que se 
encontra nas igrejas convencionais.
"Eles abordam diretamente as pessoas - em seus lares, nas ruas, ou 
em qualquer lugar -, não esperam que venham primeiro à igreja. São 
dotados de grande ardor espiritual, o que algumas vezes, mas nem sempre, 
é excessivamente emocional. Pastoreiam seus convertidos em um grupo 
comunitário íntimo, apoiador - uma das características de cada renovação 
espiritual vital, desde que o Espírito Santo desceu sobre os discípulos no 
primeiro Pentecoste. Dão forte ênfase ao Espírito Santo tão negligenciado 
por tantos crentes tradicionais como sendo a presença imediata e poderosa 
de Deus, tanto na alma humana individualmente, como na comunidade 
cristã. Acima de tudo, esperam que os seus seguidores pratiquem um 
cristianismo ativo, incansável, sete dias por semana.
"Até recentemente, os demais protestantes consideravam esse 
movimento como um fenômeno temporário e passageiro, que não merecia 
grande atenção. Mas agora há um reconhecimento sério e crescente de suas 
verdadeiras dimensões e de sua provável dinâmica. A tendência de rejeitar 
a sua mensagem cristã como inadequada está sendo substituída pela mais 
humilde disposição de investigar os segredos de seu imenso alcance...
"Tenho chegado a sentir que o Movimento Pentecostal, com sua 
ênfase sobre o Espírito Santo, é mais do que apenas mais um 
reavivamento. É uma revolução que em importância se compara ao esta-
belecimento da primeira igreja apostólica, e com a Reforma Protestante."
A revista "Novas de Alegria", órgão da Assembléia de Deus de 
Portugal, traz o testemunho dum respeitado professor de Teologia no 
Instituto Superior de Ciências Humanas e Teológicas do Porto, Portugal, 
do qual se destaca o seguinte parágrafo:
"O que descobri no Movimento Pentecostal é muito diferente 
daquilo que procurei! Aconteceu comigo o que aconteceu com os Magos 
que procuravam um Príncipe num palácio luxuoso e encontraram um 
menino desfavorecido num curral de animais; o mesmo que aconteceu à 
Samaritana que procurava um Messias sabedor, um Cristo "supers-tar" e 
encontrou um judeu fatigado; o mesmo que aconteceu a Maria Madalena 
no Domingo de Páscoa: procurava um morto e encontrou um Ressusci-
tado. Pois eu fui 'observar' a reunião de oração dos pentecostais e senti-me 
observado pelo Espírito adquirindo a consciência das minhas resistências á 
ação do Espírito Santo em mim. Descobri a minha 'resistência intelectual', 
pois senti que 'relativizava' a ação do Espírito nas pessoas, testemunhada 
pelos textos bíblicos, reduzindo-a aos limites do esquema teológico pré-
fabricado, aprendido nos livros. Senti que era presunção a mais pretender 
manipular a liberdade soberana do Espírito! Descobri que só não 'aspirava 
aos dons espirituais', mas até os recusava! Fui observar a oração dos 
pentecostais e fiquei surpreendido com a intensidade da oração feita por 
um grupo de jovens durante duas horas! Fui para lá como mero espectador 
e encontrei-me envolvido por um cristianismo dinâmico, contagiante e 
alegre, pressentindo então o que significava o Batismo no Espírito Santo 
praticado dentro do Movimento Pentecostal".
A respeito do Movimento Pentecostal, Russel Spittler, escreveu:
"Alguns julgam que se trata duma nova Reforma esforçando-se por 
encontrar o seu Lutero à porta duma catedral desconhecida. Outros 
interpretam o fato como uma crise de crescimento, com os elementos da 
velha humanidade a quebrar-se para se juntarem de novo com mais 
espiritualidade. Há quem o considere como um fenômeno prosaico, o 
movimento inevitável do pêndulo, o regresso a algumas verdades 
esquecidas, ou a superstições perigosas.
"De qualquer modo, está a operar-se uma mudança nos ideais do 
mundo. A sabedoria reinante, que influenciou e formou as últimas 
décadas, encontra-se na ofensiva. Ela tem sido chamada de liberalismo, 
racionalismo, espírito científico - conceitos que, não sendo idênticos, estão 
correlacionados. Mas atualmente a confiança do homem, no seu poder para 
controlar o mundo, está em nível incipiente. A Tecnologia é considerada 
um aliado perigoso e o progresso é suspeito...
"O declínio da Ciência e o despertar da Religião são oportunidades 
sem precedentes que se abrem ao Movimento Pentecostal. Ao nível das 
massas populares há um mundo cheio de ciência, razão, materialismo e 
liberalismo. As pessoas têm sede das coisas espirituais. Deixai os 
batizados no Espírito Santo cingirem os seus lombos para um combate 
renovado e intrépido. Aos que a procuram sem saber, proclamai-lhes, 
proclamai-lhes essa maravilhosa experiência!"
Àqueles que acusam os pentecostais, principalmente a Assembléia 
de Deus, de fazer proselitismo, de emocionalismo excessivo, de atingirem 
apenas as classes inferiores, e de interpretarem a Bíblia literalmente, 
responde o escritor presbiteriano William R. Read: 
a. - "Alguns crentes, que agora pertencem à Assembléia de 
Deus, pertenceram anteriormente a outras igrejas evangélicas, mas para 
cada um destes, há pelo menos vinte, que não tiveram qualquer espécie de 
contacto com outros evangélicos, antes de sua conversão...
b. - "Há casos em que o emocionalismo tem sido usado em 
excesso, mas comumente é canalizado... para fins construtivos. Poder-se-ia 
argumentar que a existência de vida transformada, e crescimento vigoroso, 
embora com alguns excessos, é melhor do que as igrejas estagnadas, e 
cristãs apenas de nome, no seu formalismo correto e frio...
c. - "Ser criticadacomo igreja das classes inferiores, é para a 
Assembléia, mais um elogio do que uma crítica. É nessa parte da estrutura 
social que está a maioria da população. Maioria que se constitui num 
tremendo campo de trabalho. É nela que os pentecostais estão-se 
multiplicando. Têm por isso mesmo, posição bastante favorável, no 
presente.
d. - "É verdade que a Bíblia é a autoridade máxima para esse 
exército de pregadores, que está constantemente pregando, onde quer que 
consigam reunir um grupo que os ouça. Os líderes são cuidadosos no estudo 
das Escrituras. É espantoso verificar como esses homens, antes 
analfabetos, podem ler a Bíblia, interpretá-la, pregar e ensinar. As bíblias 
ficam gastas pelo abrir e fechar e pelo constante manuseio. Esta fé simples 
na Bíblia, dá-lhes a convicção e, quando pregam ou ensinam, fazem-no 
com a autoridade da Bíblia. Os ouvintes percebem que os pentecostais 
estão pregando com uma convicção profunda, bíblica e pessoal. Um 
simples 'Assim diz o Senhor', constitui prova suficiente para muitos, pois 
os problemas intelectuais estão ausente em seu caminho da fé em Jesus 
Cristo. Essa abordagem, que se centraliza na Bíblia, pode ser criticada, 
mas não deixa de ser um dos pontos fortes do movimento pentecostal. Têm 
eles sido fiéis à luz que receberam das Escrituras. A bênção de Deus, o 
Deus da Bíblia, é evidente em seu ministério .
Quanto à acusação de John F. MacArthur, feita contra os 
pentecostais, que, segundo ele, dão primazia à experiência, em atitude de 
desprezo à verdade já revelada na Bíblia, faça-se a seguinte consideração:
O fato de que haja crentes que têm feito da experiência uma nova 
fonte de revelação para a vida, em substituição à orientação que já foi dada 
pela Bíblia, isto é exceção e não regra, que pode ser verificada não só nos 
círculos pentecostais, mas até mesmo nos arraiais não-pentecostais. Mas a 
preocupação de MacArthur vai além disto: ele insinua que a experiência 
cristã é algo de pouca ou de nenhuma importância.
A experiência tende a ser má quando aquele que a possui não se 
apóia nas Escrituras nem mostra uma vida de comunhão com Deus. 
Porém, conforme escreveu o apóstolo Paulo, a verdadeira experiência é a 
soma - tribulação + experiência, donde advêm a esperança, "e a esperança 
não traz confusão", Rm 5.3-5.
O cego de nascença que foi curado por Jesus, cuja história se acha 
narrada no capítulo 9 do Evangelho de João, pôs fim a uma grande 
demanda teológica com os judeus incrédulos, dizendo apenas: "Se é 
pecador, não sei; uma coisa sei, e é que, havendo eu sido cego, agora 
vejo", Jo 9.25. Experiências são fatos, e contra fatos não há argumentos.
Ao endemoninhado gadareno a quem libertara, Jesus disse: "Vai 
para tua casa, para os teus, e anuncia-lhes quão grandes coisas o Senhor te 
fez, e como teve misericórdia de ti", Mc 5.19. O texto sagrado acrescenta: 
"E ele foi, e começou a anunciar em Decápolis quão grandes coisas Jesus 
lhe fizera; e todos se maravilhavam", v.20.
Diante da grande multidão que o acusava em Jerusalém; em sua 
defesa, o apóstolo Paulo contou sua própria experiência, a começar desde 
seus ancestrais até o seu ministério no momento em que foi preso, como 
meio de abrandar-lhes a ira: At 22.
Salvação, batismo com o Espírito Santo, dons espirituais, 
comunhão com Deus e com os santos, são experiências para serem não só 
vividas mas igualmente contadas aos outros. Contar aos outros o que Deus 
fez por nós é uma forma de continuarmos com a bênção recebida em 
nossas vidas. E isto desagrada não só aos "apóstolos," da causa 
antipentecostal: desagrada o Diabo também.
Evidentemente, cada causa tem opositores à altura da sua 
dignidade. E para sobreviver sob o acirrado fogo da artilharia 
antipentecostal, jamais lançaremos mão das armas dos que se nos opõem. 
Hoje, como sempre, prevalece "a palavra do Senhor a Zorobabel, dizendo: 
Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos 
Exércitos", Zc 4.6.
Acreditar na afirmação de Gromacki e Francisco Huling, de que o 
Movimento Pentecostal é de origem satânica, seria o mesmo que admitir 
que Satanás se tenha convertido e se feito aliado de Deus na redenção do 
mundo, pois, quem tem feito mais que os pentecostais pela evangelização 
dos povos? Russell Spittler disse que "os pentecostais sempre foram 
melhores no evangelizar que no escrever tratados de teologia. Somos mais 
conhecidos pelas missões ao estrangeiro que pelos livros teológicos". Mas 
não temos porque nos envergonhar disso, pois quando ganhamos uma 
alma sabemos estar cumprindo com o desejo maior de Deus - a conquista de 
almas, e a Bíblia diz: "O que ganha almas sábio é", Pv 11.30.
O Movimento Pentecostal continuará triunfando e por fim 
triunfará, porque ele não é um movimento do homem, mas do Espírito 
Santo. E um movimento do Espírito Santo não pode ser destruído por 
livros.
3. COM A PALAVRA, O JUÍZ
Em todas as demandas teológicas de fé e de religião, a Bíblia 
Sagrada é o juiz. E em face das alegações da acusação e da defesa feita ao 
Movimento Pentecostal, qual o veredicto? O réu será condenado ou 
absolvido?
Através de seus escritos, os antipentecostais chegam mesmo a 
sugerir que a doutrina pentecostal não passa de batismo com o Espírito 
Santo, glossolalias e dons do Espírito Santo. Isto se deve à premeditada 
aversão que têm aos pentecostais. O sectarismo denominacional e a 
jactância pessoal os impedem de ser sinceros e imparciais nas suas pes-
quisas. Não encontram a verdade quanto aos pentecostais porque, na 
realidade, fazem questão em não achá-la.
Na verdade, nem precisariam dar-se a penoso estudo para 
descobrirem que o Movimento Pentecostal crê:
em um só Deus eterno, subsistente em três pessoas: o Pai, eterno e 
imutável; o Filho, eternamente gerado do Pai; e o Espírito Santo, emanante 
do Pai: Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29; Jo 15.26;
na divina inspiração da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé 
normativa para a vida e o caráter cristão: 2 Tm 3.14-17;
no nascimento virginal de Jesus, em sua morte vicaria e expiatória, 
em sua ressurreição corporal dentre os mortos e em sua ascensão vitoriosa 
aos céus: Is 7.14; Rm 8.34; At 1.9;
na pecaminosidade do homem que se destituiu da glória de Deus, e 
que somente pelo arrependimento e pela fé na obra expiatória e redentora 
de Jesus Cristo pode ser restaurado a Deus: Rm 3.23; At 3.19;
na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Jesus 
Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para 
tornar o homem digno do reino dos céus: Jo 3.3-8;
no perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna 
justificação da alma, recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício 
efetuado por Jesus Cristo em nosso favor: At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26; 
Hb 7.25; 5.9;
no batismo bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só 
vez, em água, em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, conforme 
determinou o Senhor Jesus Cristo: Mt 28.19; Rm 6.1-6; Cl 2.12.
na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa 
mediante a obra expiatória e redentora de Jesus Cristo no Calvário, através 
do poder regenerador, inspirador e santificador do Espírito Santo, que nos 
capacita a viver como fiéis testemunhas do poder de Cristo: Hb 9.14; 1 Pe 
1.15,16;
no batismo bíblico com o Espírito Santo, como bênção distinta do 
novo nascimento, que nos é dado por Deus mediante a intercessão de 
Cristo, com a evidência física inicial de falar em outras línguas, conforme a 
sua vontade: At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7;
na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à 
Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade: 1 Co 12.1-
12;
na segunda vinda pré-milenial de Cristo, em duasfases distintas: 
Primeira - invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja fiel da terra, 
antes da Grande Tribulação; segunda - visível e corporal, com sua Igreja 
glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos: 1 Ts 4.16,17; 1 Co 
15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 14;
que todos os crentes comparecerão ante o Tribunal de Cristo, para 
receberem a recompensa dos seus feitos em favor da obra de Cristo na terra: 
2 Co 5.10;
no juízo vindouro que justificará os fiéis e condenará os infiéis: Ap 
20.11-15;
na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tristeza e 
tormento para os infiéis: Mt 25.46.
Qualquer ensino contrário ao contido na fé pentecostal, ainda que 
alegadamente baseado na Bíblia, não passa de artifício criado por uma 
teologia desvirtuada e que em nada honra a Deus.
O Dr. James I. McCord, presidente do Seminário Teológico de 
Princeton, disse:
"Nossa época terá de tornar-se a Era do Espírito, do Espírito de 
Deus ativo no mundo, a sacudir e a esmagar todas as nossas formas de 
estruturas, produzindo reações favoráveis consoantes com o Evangelho e 
com as necessidades do mundo".
Também o Dr. Ernest Wriht, de Havard, não faz muito tempo, 
disse:
"A consumação do reino de Deus será assinalada por um grande 
reavivamento com acontecimentos carismáticos. Então, tanto os líderes 
como o povo estarão cheios do Espírito; dotados de poder do Espírito em 
escala até esse tempo desconhecida".
Concluindo, escreveu Robert C. McQuilkin, em seu livro: "A 
Mensagem Pentecostal para Hoje":
"Não limitemos a Deus em suas operações sobrenaturais, mas nos 
preparemos para novos e grandes derramamentos do Espírito Santo, que se 
produzirão nos dias posteriores aos atuais. Aproximam-se os dias quando 
nada poderá anular a força aterradora do inimigo, exceto o poder 
sobrenatural que muitos crentes têm experimentado".
Portanto, o veredicto da Bíblia é que o Movimento Pentecostal 
triunfará, pois só através dele é que o avivamento desejado, buscado e 
esperado tem encontrado livre curso no mundo hoje.
A nossa fervente oração a Deus é no sentido de que Ele sopre o 
vento do seu Espírito sobre aqueles que, tendo feito da causa 
antipentecostal o seu apostolado maior, estão tal qual os ossos secos do 
vale da visão de Ezequiel, e os faça bênção para as suas congregações tão 
carentes do toque poderoso do Deus vivo. Assim, juntos num mesmo 
pensamento e sentimento, nos faremos receptores do grande avivamento 
que na sua plenitude será derramado por Deus sobre o mundo.
2
O batismo com o Espírito Santo hoje
A doutrina do batismo com o Espírito Santo tem-se feito numa das 
pedras basilares da doutrina pentecostal, por vários séculos; pois, está 
provado que, o batismo com o Espírito Santo, além de bibliocêntrico é 
também prático e experimental.
Um dos sinais prenunciados pelos profetas do Antigo Testamento, 
alusivo ao fim dos tempos para judeus e gentios, trata do derramamento do 
Espírito Santo em grande profusão sobre a terra.
No livro do profeta Joel, capítulo 2, versículos 28 e 29, lemos:
"E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a 
carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão 
sonhos, os vossos mancebos terão visões. E também sobre os servos e sobre 
as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito".
Mais de quinhentos anos haviam-se passado desde que esta 
profecia fora anunciada, quando, pelas campinas verdejantes da Judéia, e 
pelas margens úmidas do Jordão, apareceu João Batista, o precursor do 
Salvador, anunciando:
"E eu, em verdade, vos batizo com água, para arrependimento; 
mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas 
não sou digno de levar; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo", 
Mt 3.11.
Não tardou, até que Cristo, na força do Espírito, começasse o seu 
ministério, no desenvolver do qual, também falou sobre a obra do Espírito 
Santo, começando com o novo nascimento, seguindo-se o batismo com o 
mesmo Espírito. Ele próprio disse quando de sua estada numa festa dos 
judeus em Jerusalém:
"Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios d’água viva 
correrão do seu ventre".
Acrescenta o apóstolo João:
"E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que cressem; 
porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por Jesus ainda não ter sido 
glorificado", Jo 7.38,39.
Após ressuscitar dos mortos, noutro lugar, antes de subir ao Pai, 
diante dos seus discípulos, outra vez disse Jesus:
"... vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois 
destes dias... Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir 
sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a 
Judéia e Samaria, e até aos confins da terra", At 1.5,8.
Após ter dito isto, foi Jesus elevado ao Céu, e, já à mão direita do 
Pai, cumpre o que prometeu a seus discípulos. Escreve o evangelista 
Lucas:
"E, cumprindo-se o dia de Pentecoste, estavam todos reunidos no 
mesmo lugar; e de repente veio do céu um som, como de um vento 
veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E 
foram vistas por eles línguas repartidas como que de fogo, as quais 
pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e 
começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que 
falassem", At 2.1-4.
A multidão atônita diante do Cenáculo, onde o Espírito Santo era 
derramado, divide-se em dois grupos distintos. 0 primeiro grupo, 
moderadamente, indaga: "Que quer isto dizer?", enquanto o outro grupo, 
mais precipitadamente, afirma: "Estão embriagados!" A estes responde 
Pedro: "Estes homens não estão embriagados, como vós pensais". Àqueles, 
fala o mesmo apóstolo:
“... isto é o que foi dito pelo profeta Joel: E nos últimos dias 
acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; 
e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão; os vossos mancebos terão 
visões, e os vossos velhos sonharão sonhos; e também do meu Espírito 
derramarei sobre os meus servos e minhas servas naqueles dias, e 
profetizarão", At 2.15-18.
Lucas vai mais adiante com a sua narração, e diz que os que 
compunham aquela grande multidão, ouvindo a explicação dada pelo 
apóstolo Pedro, "compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro 
e aos demais apóstolos: Que faremos, varões irmãos? E disse-lhes Pedro: 
Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, 
para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo; porque a 
promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão 
longe; a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar", At 2.37-39.
Os anos e os séculos vão se escoando e o momento do arrebatamento 
da Igreja se aproximando, enquanto milhões de pentecostais, espalhados 
por todos os continentes, estão confirmando que estas palavras do apóstolo 
Pedro, ditas na manhã do Pentecoste, cumpriram-se em suas vidas. Elas 
ainda se cumprem na vida daqueles que buscam o Espírito Santo em maior 
medida.
1. FALSOS CONCEITOS SOBRE O BATISMO 
COM O ESPÍRITO SANTO
No decorrer dos anos, muitíssimos conceitos errôneos têm surgido a 
respeito do batismo com o Espírito Santo. Muitas "boas intenções" têm 
contribuído para que se generalizem tais conceitos. De um lado estão os 
antipentecostais a confundirem o batismo com o Espírito Santo com a 
conversão e o novo nascimento. Do outro lado estão muitas correntes 
"renovacionistas" e "carismáticas", que falam de um batismo com o 
Espírito Santo alienado da autenticidade bíblica. No centro, porém, estão 
também não poucos obreiros pentecostais tradicionais, que já não nutrem 
nenhum interesse por elevar as suas congregações, principalmente os 
crentes mais novos, à experiênciado batismo com o Espírito Santo. Tenho 
tido a desagradável surpresa de verificar que em muitas das nossas igrejas, 
o número daqueles que ainda não tiveram esta experiência é 
consideravelmente maior do que o daqueles que já a experimentaram. 
Tenho verificado também que grande número daqueles que já receberam o 
batismo com o Espírito Santo já não vive o mesmo nível de vida espiritual 
demonstrado nos dias imediatos à recepção dessa bênção. Torna-se 
evidente, portanto, que se continuarmos assim, não demorará virmos a ser 
conhecidos como pentecostais apenas na forma.
Nenhum obreiro deveria estar plenamente satisfeito até que visse 
sua própria congregação ardendo sob o fogo do Espírito. Muitos obreiros 
são bons avivalistas nos campos e igrejas de outros obreiros, enquanto que 
a sua própria congregação está clamando por um homem que a ajude a 
desvendar os horizontes do Espírito Santo.
Muitas igrejas hoje, em face da maneira como agem seus pastores, 
são comparadas às antigas locomotivas "Maria Fumaça", em que uma 
pessoa era o maquinista e outra o foguista. Muitos pastores são apenas o 
"maquinista" de sua igreja, isto é: administram bem, são bons 
doutrinadores tratando-se de assuntos gerais: são zelosos pelos bens 
imóveis e financeiros da comunidade, mas, quando acham que precisam de 
uma fogueira (um avivamento) no meio da sua igreja, têm de convidar um 
"foguista" de outra igreja para promovê-la.
Não é meu propósito desencorajar a cooperação mútua entre os 
obreiros da causa do Senhor. Em absoluto. Isto faz bem à igreja e ao 
visitante. O que quero salientar, porém, é que a vontade de Deus é ser o 
pastor, ao mesmo tempo, "maquinista" e "foguista" da igreja da qual cuida.
Não basta falar sobre o batismo com o Espírito Santo. Ao obreiro 
consciente da responsabilidade que Deus lhe confiou, compete também 
promover reuniões especiais de jejum, estudos bíblicos e orações, tornando 
o ambiente propício à busca do batismo com o Espírito Santo, a uma vida 
de renovação espiritual.
Há alguns anos, quando realizava uma cruzada de evangelismo na 
cidade de Santa Luzia, no Estado do Maranhão; na manhã do último dia 
daquela Cruzada, testemunhei o maior derramamento do Espírito, em toda 
a minha vida, quando mais de duzentos irmãos foram batizados com o 
Espírito Santo, de acordo com Atos 2. Desde aquela manhã, Deus me tem 
feito sentir a necessidade de se dar mais ênfase a este palpitante assunto, 
seja nos púlpitos das igrejas, seja através de livros, revistas e jornais, pois, 
quanto maior for o número de crentes batizados com o Espírito Santo hoje, 
mais gloriosos serão os momentos finais da história da Igreja na terra.
O fato lastimável de que milhões de almas estão condenadas ao 
fogo do Inferno deve despertar em cada crente o interesse de, sem demora, 
começar a arder sob o fogo do Espírito Santo, para dalguma forma 
salvar a alguns enquanto ainda há tempo.
Vivamos mais no Espírito! Falemos mais do Espírito e nossas 
congregações terão o Espírito em maior medida.
2. O QUE NAO É O BATISMO COM O ESPÍRITO 
SANTO
Inicialmente, digo que o batismo com o Espírito Santo não é a 
mesma coisa que o novo nascimento.
Ambas são experiências distintas. Jesus primeiramente disse a seus 
discípulos: "Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado", Jo 
15.3. Só depois eles foram batizados com o Espírito Santo. Os crentes 
samaritanos e os doze discípulos de Éfeso já tinham os seus nomes escritos 
no Livro da Vida quando receberam o dom do Espírito Santo. O próprio 
Jesus Cristo, não obstante tenha sido gerado por obra e graça do Espírito, 
só aos trinta anos de idade foi ungido pelo Espírito Santo e capacitado para 
a sua missão: Lc 4.17-20. Só na casa de Cornélio houve conversão e 
batismo com o Espírito Santo simultaneamente, mesmo assim, conversão e 
batismo com o Espírito Santo são experiências distintas.
Sobre o assunto escreve o Dr. Torrey:
"Um homem pode ser regenerado pelo Espírito Santo e ao mesmo 
tempo não ser batizado com o Espírito Santo. Na regeneração se implanta 
no homem a vida pelo poder do Espírito Santo, e ele que a recebe é salvo. 
No batismo com o Espírito Santo implanta-se o poder no crente, e ele que 
recebe esse poder está capacitado a servir..."
Adrew Murray escreve:
"Os discípulos tinham plena consciência de que o batismo com o 
Espírito Santo não era o primeiro revestimento para a regeneração, mas 
sim uma comunicação definida da presença e poder do Senhor 
glorificado".
J. R. W. Stott procura analisar a questão partindo do seguinte 
raciocínio:
"Se todos os crentes estão batizados com o Espírito Santo, a 
maioria parece não tê-lo sido! Alguns crentes asseguram ter recebido uma 
experiência posterior e distinta, ligada ao Espírito Santo, e a reivindicação 
destes parece ser verdadeira".
O batismo com (ou no) Espírito Santo não é a mesma coisa que o 
batismo do Espírito Santo. Se isto é verdade, que quis dizer o apóstolo 
Paulo em 1 Coríntios 12.13, quando afirma que "todos nós fomos 
batizados em um Espírito formando um corpo?" Dr. John MacNiel 
responde a esta pergunta com suficiente clareza:
"Quando Paulo afirma em 1 Coríntios 12.13 que 'por um Espírito 
fomos batizados em um corpo' refere-se a todos os crentes, os quais têm 
recebido vida por meio do Espírito Santo, e desta maneira passaram a 
formar parte do corpo místico de Cristo. Esta é a forma que tem Paulo de 
explicar o novo nascimento de João 3.7".
No batismo do Espírito Santo, o próprio Espírito é o batizador, 
imergindo o neoconvertido no corpo místico de Cristo, a sua Igreja, e 
fazendo-o membro vivo e ativo desse corpo. Esse batismo tem lugar no 
momento da conversão: Rm 6.3; 1 Co 12.13; Gl 3.27.
Já no batismo com ou no Espírito Santo, o batizador é Jesus, 
enquanto que o Espírito Santo é o elemento no qual o crente é imergido, 
ou batizado: Mt 3.11; Jo 1.33; 15.26; At 1.5.
O batismo com o Espírito Santo não é a mesma coisa que a 
santidade. Não é uma apólice de seguro contra naufrágio espiritual, nem um 
salvo-conduto de posse do qual o crente pode abusar da bondade e misericórdia 
divinas. Partindo do princípio de que maior responsabilidade tem quem mais 
luz possui, o crente, uma vez batizado com o Espírito Santo, deve estar 
atento às palavras de advertências do apóstolo Paulo:
"... não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais 
selados para o dia da redenção", Ef 4.30; "Não extingais o Espírito", 1 Ts 
5.19.
3. O QUE É O BATISMO COM O ESPÍRITO 
SANTO?
O batismo com o Espírito Santo é o âmago da experiência do 
Pentecoste. Um verdadeiro pentecostal não é quem simplesmente pertence 
a uma denominação com esse nome, mas alguém que foi batizado com o 
Espírito Santo e continua a transbordar da sua virtude.
O batismo com o Espírito Santo é o cumprimento integral e total da 
promessa do Pai, sobre a qual falou Jesus: At 1.4.
O batismo com o Espírito Santo é a unção indispensável a todo 
crente, que, possuidor da natureza divina, tem o dever de ser testemunha 
de Cristo e do seu Evangelho por todos os lugares, até os confins da terra: 
At 1.8.
O batismo com o Espírito Santo é o fluir das fontes cristalinas da 
salvação, que manam na alma do pecador perdoado, pela bondade do 
Senhor: Jo 7.38,39.
Disse o jornalista John L. Sherril:
"O batismo com o Espírito Santo é o dom do amor em sua 
intensidade até então desconhecida para nós. A sua conseqüência natural é 
sermos impelidos à frente, para o mundo, pelo poder desse amor 
transbordante, buscando oportunidades de compartilhar com outros aquilo que 
nos foi outorgado".
O batismo com o Espírito Santo é um batismo de fogo, de luz e de 
alegria, de união e de comunhão espiritual, de entusiasmo e de poder.
4. QUANDO O CRENTE DEVESER BATIZADO 
COM O ESPÍRITO SANTO?
A Bíblia não sugere com precisão o tempo em que o crente deve 
receber o batismo com o Espírito Santo. Os próprios casos citados no 
Novo Testamento, mais precisamente no livro de Atos, são muito distintos 
uns dos outros. Por exemplo: os gentios da casa de Cornélio, em Cesaréia, 
foram salvos e imediatamente batizados com o Espírito Santo: At 10.44-
46. Paulo teve essa mesma experiência só três dias após se ter encontrado 
com o Salvador na estrada de Damasco: At 9.9,17,18. Os cristãos 
samaritanos tiveram a visitação do Espírito só muitos dias após a 
experiência da conversão: At 8.14-17. O mesmo aconteceu com os 12 
discípulos de João Batista encontrados por Paulo em Éfeso (At 19.1-7), 
que só foram batizados com o Espírito Santo muitos anos depois da 
conversão. Os mesmos fatos se repetem ainda nos nossos dias.
Tenho testemunhado o fato de irmãos que têm recebido o batismo 
com o Espírito no momento da conversão, outros nos primeiros dias de fé, 
e outros ao longo dos anos de vida em comunhão com Cristo.
5. EM QUAIS CIRCUNSTÂNCIAS O CRENTE 
PODE RECEBER O BATISMO COM O ESPÍRITO 
SANTO?
Os casos de batismos com o Espírito Santo narrados pela Escritura 
mostram quão diferentes podem ser as circunstâncias em que o crente pode 
encontrar-se no momento de receber o batismo com o Espírito Santo. Por 
exemplo: os apóstolos foram batizados com o Espírito Santo após dez dias 
de espera. Os gentios em Cesaréia tiveram esta experiência enquanto 
ouviam a Pedro. Os doze discípulos de Éfeso foram cheios do Espírito após 
uma conversa racional e informal com o apóstolo Paulo.
Nos nossos dias, são inúmeros os casos de irmãos que foram 
batizados com o Espírito Santo nas mais diferentes circunstâncias: uns 
tiveram a experiência enquanto oravam, outros enquanto cantavam, 
estudavam as Escrituras ou pensavam nas coisas do Alto; outros enquanto 
dirigiam o carro pelas movimentadas ruas de uma cidade, outros ainda 
enquanto trabalhavam na roça ou na ordenha do gado no estábulo. São 
tantas as circunstâncias em que os crentes podem estar envolvidos no 
momento da recepção desta bênção, que nos é impossível mencioná-las.
No seu livro "O Espírito Santo", publicado pela EETAD, o pastor 
Estêvam Ângelo de Souza narra o seguinte fato:
"Uma senhora estava faminta por receber o batismo com o Espírito 
Santo. Uma noite sonhou que estava no Cenáculo, no dia de Pentecoste. 
Mesmo em sonho, pensou que este era o momento ideal e o lugar 
apropriado para ser cheia do Espírito Santo. Ainda em sonho, levantou as 
mãos e começou a regozijar-se e, agradecendo a Deus, acordou falando em 
línguas pela primeira vez".
6. COMO RECEBER O BATISMO COM O ES-
PÍRITO SANTO?
Ê difícil estabelecer-se com precisão o que é necessário que o crente 
faça para poder receber o batismo com o Espírito Santo; principalmente 
porque a Bíblia não estabelece uma regra precisa quanto a isso. Alguns dos 
escritores que tenho lido a este respeito, no afã de ajudar aqueles que 
buscam o dom do Espírito Santo, muitas vezes tiram simplesmente o 
significado bíblico desta bênção pela maneira como encaram a sua busca. 
Ainda lembro-me dos primeiros anos da minha busca por esta bênção. Li 
obras como: "Sete Passos para Ser Cheio do Espírito Santo", "O Que Fazer 
para Receber o Batismo com o Espírito Santo" e outras semelhantes. Eu 
fazia como o livro ensinava, mas terminava na mesma. Porém os anos se 
passaram, e num dia em que eu menos esperava, fui batizado com o 
Espírito Santo. Já não mais me lembrava do que havia lido. Cumpriu-se 
em mim o que disse Paulo: "Porque Deus é o que opera em vós tanto o 
querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade", Fp 2.13.
Como já disse, muitos daqueles que tentam ajudar os crentes na 
busca do batismo com o Espírito Santo, às vezes deixam a aquisição desta 
bênção mais na dependência daquilo que a pessoa pode e deve fazer, do 
que na dependência da suficiência de Deus, e quando, assim acontece, a 
bênção deixa de ser um dom de Deus, para tornar-se num galardão ou 
gratificação que Deus dá ao crente em troca do esforço demonstrado.
É anti-bíblico o ensino de que o crente deve dar "dez glórias a 
Jesus" ou "sete aleluias" como meio de ser batizado com o Espírito Santo. 
Já foi dito que a Bíblia não fala com precisão quanto ao que o crente deve 
fazer para receber essa bênção de Deus, porém é evidente que alguns 
princípios estabelecidos sabiamente têm ajudado a muitos. Por exemplo, o 
Rev. Andrew Murray apresenta sete itens que o crente pode ter em mente 
na busca do batismo com o Espírito Santo, e são:
Há tal bênção para receber.
É para mim.
Não a tenho.
Estou ansioso por obtê-la.
Estou pronto a abandonar tudo o que estiver em conflito com ela.
Entrego-me completamente a Deus para que a receba.
Pela fé, recebo-a agora.
Poderia apresentar outras formas de ajuda àqueles que buscam o 
batismo com o Espírito Santo, mas como elas são tão diferentes entre si, e 
como o desejo é o pai da invenção, oro para que Deus, na sua multiforme 
maneira de agir, estabeleça o princípio a ser seguido por cada um na busca 
dessa bênção gloriosa.
7. O CRENTE DEVE BUSCAR O BATISMO COM 
O ESPÍRITO SANTO?
O crente deve buscar o batismo com o Espírito Santo, e é bíblico 
fazê-lo. Ainda que alguns crentes tenham recebido o batismo com o 
Espírito Santo num momento em que não buscavam de joelhos, é certo que 
ninguém jamais teve esta experiência sem que de fato a desejasse; e a 
busca é a mais genuína demonstração do desejo.
Um dos ensinos preferidos pelos antipentecostais, é que o crente 
não deve buscar o batismo com o Espírito Santo, pois, segundo eles, o 
crente que assim faz está sujeito a receber um espírito de demônio em 
lugar do Espírito Santo. Este ensino é não só absurdo como também é uma 
blasfêmia. O que Jesus ensinou a respeito disto foi o seguinte:
"E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, 
e abrir-se-vos-á; porque o que pede recebe; e quem busca acha; e a quem 
bate abrir-se-lhe-á. E qual é o pai dentre vós que, se o filho lhe pedir pão, 
lhe dará uma pedra? Ou também, se lhe pedir um ovo, lhe dará um 
escorpião! pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos 
filhos, quando mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho 
pedirem?" Lc 11.9-13.
O crente não batizado como o Espírito Santo deve pedir a Jesus, o 
doador do Espírito Santo, que o batize, e também (é bíblico) os crentes já 
batizados devem orar em favor dos que ainda não foram batizados, para 
que sejam cheios do Espírito. Pedro e João oraram para que os crentes 
samaritanos fossem batizados com o Espírito Santo (At 8.17); o mesmo fez 
Ananias com Saulo: At 9.17. Paulo impôs as mãos sobre os doze 
discípulos em Éfeso, e, enquanto orava, o Espírito Santo veio sobre eles de 
sorte que tanto falavam em línguas como profetizavam.
Quando o crente ora buscando o batismo com o Espírito Santo, não 
está com isto pressionando Deus a quebrar uma norma que o seu conselho 
preestabeleceu para outorgar o Santo Espírito ao peticionante. Segundo a 
Bíblia, ' o derramamento do Espírito Santo sobre cada crente, individual-
mente, é o cumprimento integral de uma promessa fiel feita pelo Pai, 
através dos seus profetas, e de Jesus Cristo (At 1.4), e o que Deus diz é: "... 
eu velo sobre a minha palavra para a cumprir", Jr 1.12.
O Dr. Torrey, o mais autorizado biógrafo do famoso evangelista 
D.L.Moody (pois foi seu companheiro de ministério por muitos anos), 
escreve sobre o evangelista:
"A razão que explica porque Deus usou D.L.Moody se acha no fato 
de que ele era definitivamente dotado do poder divino - tinha recebido o 
batismo com o Espírito Santo.
"Moody não duvidava de que recebera o batismo com o Espírito 
Santo. Quando ele era moçoesforçava-se muito e tinha um desejo 
tremendo de conseguir alguma coisa, porém faltava-lhe poder. Estava 
trabalhando na força da carne. Nesse tempo havia duas humildes senhoras 
metodistas que costumavam assistir às reuniões por ele dirigidas na 
Associação Cristã de Moços. Elas, no fim do culto, muitas vezes se 
despediam de Moody dizendo: 'Estamos orando a seu favor'. Afinal ele 
ficou um tanto sentido com isto e uma noite perguntou-lhes: 'Por que estão 
orando por mim? Por que não oram em favor dos perdidos? ' 
Responderam: 'Estamos pedindo que Deus lhe conceda poder'. Ele não 
compreendeu esta declaração, mas começou a meditar e depois procurou 
as senhoras, pedindo esclarecimento sobre a questão. Elas lhe falaram, 
então, a respeito do batismo com o Espírito Santo. Em seguida, Moody 
pediu licença para orar juntamente com elas. Uma das mulheres me contou 
que ele orou com intensíssimo fervor naquela ocasião. Orou não somente 
com elas, mas também orou sozinho.
"Pouco tempo depois, quando Moody estava na cidade de Nova 
Iorque, a caminho da Inglaterra, andando um dia pela rua, no meio do 
tumulto e da confusão da grande cidade, recebeu a resposta à sua oração: o 
poder de Deus desceu sobre ele. Moody foi às pressas para a casa de um 
amigo e pediu permissão para retirar-se para um quarto onde pudesse estar 
a sós por algum tempo. Ali passou umas horas em comunhão com Deus, 
enquanto o Espírito derramou sobre ele um tão imenso gozo, que trans-
bordava. Saiu daquele lugar definitivamente cheio do Espírito Santo.
"Muitas vezes, recebendo eu um convite para ir pregar numa igreja 
qualquer, Moody me fazia este pedido: 'Torrey, você deve pregar sobre o 
Batismo com o Espírito Santo, sem falta'. Numa ocasião eu lhe perguntei: 
'Sr. Moody, pensa que eu tenho só estes dois sermões: 'Dez razões porque 
creio que a Bíblia é a Palavra de Deus' e 'O Batismo com o Espírito Santo? 
' 'Não importa isso, replicou, mas deve pregar sobre esses dois assuntos"'.
Observe que Moody não só desejou o batismo com o Espírito 
Santo, mas também o buscou e o recebeu, por isso o Dr. Scofield, na 
realização da cerimônia fúnebre do famoso evangelista, disse: "Moody foi 
batizado com o Espírito Santo e sabia disso".
Muitos crentes prostram-se de joelhos diante de Deus na busca do 
batismo com o Espírito Santo, mas logo desfalecem. A razão disso 
normalmente está no seguinte: quando se propõem a orar sobre o assunto, 
ficam mais preocupados com suas próprias dúvidas, buscando perdão de 
pecados já perdoados, ou tratando de assuntos que deveriam estar ausentes 
da sua mente naquele momento solene, do que com o buscar a bênção 
prometida.
Para o devido sucesso na busca a que se propõe o crente deve evitar 
perder-se em divagações e atalhos sempre estranhos ao verdadeiro desejo e 
à busca de tão elevado dom.
Leitor, busque o batismo com o Espírito Santo com o mesmo 
desejo do qual é possuído o náufrago quando busca terra seca onde 
sobreviver, e o Deus que não dá o seu Espírito por medida (Jo 3.34), lhe 
atenderá graciosamente.
 8. O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO É 
PARA OS CRENTES DE HOJE?
Evidentemente sim. Para cada negativa que os antipentecostais 
venham a apresentar quanto a isso, a Bíblia tem grande número de 
passagens que ratificam o ensino de que o batismo com o Espírito Santo é 
para os crentes dos nossos dias.
Como é possível afirmar-se pela Bíblia que a experiência do batismo 
com o Espírito Santo era restrita à Igreja Primitiva, e ao mesmo tempo 
asseverar que a regeneração e o batismo em águas são para os homens do 
nosso tempo?
Quanto à dimensão da promessa do batismo com o Espírito Santo, 
disse o apóstolo Pedro:
"... porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a 
todos os que estão longe; a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar", At 
2.37-39.
Ainda que o sol brilhe sete vezes mais que o normal, não dará mais 
luz do que este texto lança sobre o assunto. Pedro não disse nada mais 
senão que a experiência do batismo com o Espírito Santo, tal como foi 
manifesto no dia de Pentecoste, era uma realidade que continuaria a se 
repetir na vida da Igreja até o arrebatamento.
Por qual razão os apóstolos teriam de ser batizados com o Espírito 
Santo e nós não? "É que eles seriam os continuadores da obra de Cristo", 
respondem os antipentecostais. E o que somos nós hoje? Perguntaria mais: 
Dos apóstolos foi exigida maior responsabilidade no lançamento do 
fundamento doutrinário da Igreja do que é exigida de nós hoje quanto à 
expansão e conservação desse fundamento? Evidentemente não! Não foi 
este o pecado dos crentes da Galácia, que tendo começado a obra de Deus 
no Espírito, no final estavam tentando aperfeiçoá-la na carne? Gl 3.3. Se 
nos dias apostólicos, o Diabo já era o leão que ruge "procurando alguém a 
quem possa tragar", hoje muito mais. Se o mundo naqueles dias já era mau 
e os homens obstinados no pecado, hoje também é assim. Então, se a nossa 
missão hoje é tão importante quanto à dos primeiros discípulos e apóstolos 
do Senhor, não nos devemos conformar em desempenhá-la com menor por-
ção do Espírito Santo do que a que eles possuíam.
Em Atos 15.8,9, sobre o propósito do batismo com o Espírito Santo 
relacionado àqueles que não eram apóstolos, disse o apóstolo Pedro no 
Concilio de Jerusalém:
"E Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, dando-lhes 
o Espírito Santo, assim como também a nós; e não fez diferença alguma 
entre eles e nós, purificando os seus corações pela fé". (Compare essa 
passagem com o versículo 44 do capítulo 10 do mesmo livro de Atos.)
Ora, se Deus não fez nenhuma diferença entre os apóstolos e os 
gentios daquele tempo quanto à experiência do enchimento do Espírito 
Santo, como temos de hoje dar ouvidos á voz desafinada desses teólogos 
antipentecostais que nos tentam convencer de que a experiência do 
batismo com o Espírito Santo não é para os nossos dias?
O Dr. A.B. Simpson, fundador da Aliança Cristã Missionária, 
escreveu o seguinte:
"Primeiro, o Senhor nasceu pelo Espírito, logo foi batizado com o 
Espírito, e posteriormente iniciou seu ministério no poder do Espírito 
Santo. Espero que assim como 'o que santifica, como os que são 
santificados, são todos um', de igual maneira nós devemos seguir seus 
passos e imitar sua vida. Nascidos do Espírito nós também devemos ser 
batizados com o Espírito Santo, e logo viver a vida de Cristo e repetir sua 
obra".
Disse o falecido missionário Jonathan Gofort:
"As Sagradas Escrituras me dizem que o Senhor Jesus se propôs 
que o Espírito Santo devia continuar entre nós, manifestando-se em forma 
poderosa, como no Pentecoste. A eficácia do batismo com o Espírito Santo 
e o fogo diminuem gradualmente da alma do homem só quando ela se 
extingue voluntariamente".
A.J. Gondon chama a nossa atenção para o seguinte:
"Observamos que Cristo, nosso exemplo nisto como nas demais 
coisas, não iniciou seu ministério enquanto não recebeu o Espírito Santo..."
De uma biografia de Charles G. Finney, escrita pelo Dr. Raymond 
Edman, destacam-se os dois parágrafos seguintes, nos quais o biografado 
mostra o que foi a experiência do batismo com o Espírito Santo em sua 
vida. Diz Finney:
"Não há palavras que exprimam o maravilhoso amor que foi 
derramado em meu coração. Chorei alto, de alegria e de amor; e não sei se 
devo dizer que literalmente gritei pela alegria inexprimível do meu coração. 
Ondas de alegria vieram sobre mim, e vieram, e vieram, uma após outra, 
até que me lembro que bradei: 'Morrerei se estas ondas continuarem a vir 
sobre mim'. Então eu disse: 'Senhor, não suporto mais! ', contudo não tinha 
medo da morte.
"Não sei quanto tempo continuei nesse estado, com a força desse 
batismo a envolver-me, a perpassar-me. Sei que já era tarde quando veio 
falarcomigo um dos componentes do meu conjunto. (Eu era dirigente do 
coro.) Ele era membro da igreja. Encontrou-me nesse estado de pranto e 
perguntou: 'Sr. Finney, que há com o senhor? ' Durante algum tempo não 
pude responder. Ele então insistiu: 'O senhor está sentindo alguma dor? ' 
Dominando-me da melhor forma que pude, respondi: 'Não, porém estou 
tão feliz que nem posso viver!..."
O evangelista americano, batista, Billy Graham, disse certa vez:
"Nas principais denominações temos olhado com bastante suspeita 
para nossos irmãos das igrejas pentecostais, por causa da ênfase que dão à 
doutrina do Espírito Santo. Mas acredito que é chegada a hora de 
concedermos ao Espírito Santo o lugar que lhe pertence, por direito, nas 
nossas igrejas. Precisamos aprender uma vez mais o que significa ser 
batizado com o Espírito Santo".
A experiência do batismo com o Espírito é tão real, prática e 
experimental para o crente de hoje, quanto o novo nascimento o é para 
aquele que confessa a Jesus Cristo como Salvador e Senhor da sua vida.
9. QUAL A EVIDÊNCIA FÍSICA INICIAL DE QUE 
O CRENTE FOI BATIZADO COM O ESPÍRITO 
SANTO?
Todos os casos de batismos com o Espírito Santo relatados no livro 
de Atos, constituem uma sólida base para a afirmação de que o falar em 
línguas estranhas é a evidência física inicial de que o crente foi batizado 
com o Espírito Santo. Detenhamo-nos um pouco em analisar os cinco casos 
distintos como são apresentados no referido livro.
a. No dia de Pentecoste. "E todos foram cheios do Espírito 
Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes 
concedia
que falassem", At 2.4.
Essa foi a primeira manifestação do Espírito Santo, após Jesus ter 
dito: "... e vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois 
destes dias", At 1.5.
A demonstração comum ou evidência física inicial de que todos 
foram cheios do Espírito Santo, foi que todos falaram em línguas 
estranhas; línguas que não haviam aprendido, faladas, portanto, pela 
operação sobrenatural do Espírito Santo.
b. Entre os crentes em Samaria. "Os apóstolos, pois, que 
estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a Palavra de Deus, 
enviaram lá Pedro e João, os quais, tendo descido, oraram por eles para 
que recebessem o Espírito Santo. (Porque sobre nenhum deles tinha ainda 
descido, mas somente eram batizados em nome do Senhor Jesus.) Então 
lhe impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo", At 8.14-17.
Ainda que o texto bíblico citado não mostre explicitamente que os 
samaritanos hajam falado em línguas estranhas como evidência do batismo 
com o Espírito Santo, vários autores, mesmo não-pentecostais, são de 
opinião que eles tenham falado em línguas; pois, se não houvesse a 
manifestação das línguas, como os apóstolos teriam notado a diferença 
entre eles antes e depois da oração com imposição de mãos? O versículo 18 
de Atos 8 diz:
"E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era 
dado o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro...".
Simão não era suficientemente tolo a ponto de propor dinheiro para 
adquirir poderes para realizar operações espirituais abstratas. Ele queria 
poderes para operar fenômenos como os que ele via e ouvia naquele 
momento.
c. Sobre Saulo em Damasco. "E Ananias foi, e entrou na casa, e, 
impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu 
no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas 
cheio do Espírito Santo, e logo lhe caíram dos olhos como que umas 
escamas, e recuperou a vista; e, levantando-se, foi batizado", At 9.17,18.
Também no caso de Saulo, o texto bíblico não diz explicitamente 
que ele tenha falado em línguas, mas diz que ele foi cheio do Espírito. Ora, 
se é válido admitir que ele foi cheio do Espírito Santo naquele momento, 
não há motivo por que se duvidar de que tenha falado em línguas. Do 
punho do próprio apóstolo Paulo lemos as seguintes palavras:
"Dou graças a Deus, porque falo mais línguas do que vós todos", 1 
Co 14.18.
d. Em casa do centurião Cornélio. "E, dizendo Pedro ainda estas 
palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os 
fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, 
maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também 
sobre os gentios. Porque os ouviam falar línguas, e magnificar a Deus", At 
10.44-46.
Foi a ênfase dada por Pedro e seus companheiros a que os gentios em 
Cesaréia haviam recebido o dom do Espírito Santo da mesma forma como 
os quase cento e vinte no dia de Pentecoste, que apaziguou o ânimo dos 
apóstolos em Jerusalém, de sorte que disseram: "Na verdade até aos 
gentios deu Deus arrependimento para a vida!" At 11.18.
e. Sobre os discípulos em Éfeso. "E, impondo-lhes Paulo as mãos, 
veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam", At 
19.6.
Observe: vinte anos após o dia de Pentecoste, o batismo com o 
Espírito Santo ainda era acompanhado com a evidência inicial de falar 
línguas estranhas. Esta evidência satisfazia não só a um dos requisitos da 
doutrina apostólica quanto á manifestação do Espírito Santo, como também 
cumpria parte da palavra de Jesus em Marcos 16.17:
"Estes sinais seguirão aos que crêem: ...falarão novas línguas".
Crisóstomo, um dos grandes mestres da Igreja antiga, afirmou, muitos 
anos após os dias de Paulo:
"Quem quer que fosse batizado nos dias apostólicos, logo falava 
línguas: recebiam eles o Espírito Santo".
Também o grande mestre Myer Pearlman disse mais recentemente:
"O batismo com o Espírito Santo nos tempos apostólicos era uma 
experiência na qual o Espírito de Deus fazia tal impacto direto e poderoso 
sobre o espírito do homem, que resultava num estado de êxtase e, naquele 
estado estático, uma pessoa falava extaticamente numa linguagem que 
jamais aprendera. Quando o mesmo Espírito de Deus realiza o mesmo 
impacto sobre nós, hoje, como ele fazia sobre aqueles primeiros discípulos, 
nós também experimentamos o mesmo estado estático e a mesma 
linguagem estática."
A experiência do batismo com o Espírito Santo, como a da 
salvação, é uma experiência definida na vida do crente. E o falar em outras 
línguas no ato do batismo com o Espírito Santo, não só o define como um 
fato marcante, mas também transforma-o num capítulo a mais na vida do 
cristão.
10. EXISTE UM BATISMO COM O ESPÍRITO 
SANTO E OUTRO COM FOGO?
A opinião de grande parte dos antipentecostais é que, á luz das 
palavras de João Batista: "... ele vos batizará com o Espírito Santo e com 
fogo" (Mt 3.11), está evidenciada a existência do batismo com o Espírito 
Santo e também de um batismo com fogo. Segundo eles, o batismo com o 
Espírito Santo era para os apóstolos, enquanto que o batismo com fogo 
refere-se á manifestação do fogo do juízo divino sobre o Israel incrédulo e 
sobre os ímpios na consumação do século. Ê evidente que este ensino não 
encontra apoio nas Escrituras.
O que o texto bíblico evidencia é que o batismo com o Espírito 
Santo contém em si o batismo com fogo. A expressão “... e com fogo...", 
mostra a ação do Espírito Santo operando como agente purificador na vida 
do crente. Observe que no derramamento do Espírito Santo no dia de 
Pentecoste, acompanhado do som como de um vento veemente e 
impetuoso, foram manifestas línguas repartidas como que de fogo: At 
2.2,3. O fogo, nesse caso, não indica julgamento presente nem futuro, mas, 
o que aquela experiência significava para a vida daqueles frágeis e 
imperfeitos discípulos de Cristo.
Exemplo semelhante é visto na vida do profeta Isaías em evento 
com ele ocorrido, conforme narra o capítulo 6. Após a visão que o profeta 
teve do Senhor e da glória divina, disse ele:
"Ai de mim, que vou perecendo! porque eu sou um homem de 
lábios impuros,e habito no meio dum povo de impuros lábios; e os meus 
olhos viram o rei, o Senhor dos Exércitos! Mas um dos serafins voou para 
mim trazendo na sua mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma 
tenaz; e com ela tocou a minha boca, e disse: Eis que isto tocou os teus 
lábios; e a tua iniqüidade foi tirada, e purificado o teu pecado", vv. 5-7.
Na experiência de Isaías, como na dos discípulos no Pentecoste, o 
fogo não simbolizava juízo mas a ação purificadora do Espírito Santo em 
suas vidas.
A ação purificadora do fogo foi manifesta até entre os israelitas 
durante a peregrinação no deserto. Quando eles lutaram e venceram os 
midianítas, como era comum ao vencedor, lançaram mão das riquezas dos 
vencidos, como despojo de guerra, pelo que disse-lhes Moisés:
"... o ouro, e a prata, o cobre, o ferro, o estanho, e o chumbo, toda 
coisa que pode suportar o fogo, fareis passar pelo fogo, para que fique 
limpa...", Nm 31.22,23.
Se o fogo aqui indicasse juízo, tudo teria sido lançado no fogo para 
ser destruído, e não para ser purificado. Portanto, batismo com o Espírito 
Santo e com fogo é um só batismo.
11. O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO E A 
SUA INFLUÊNCIA NO TESTEMUNHO E NO 
SERVIÇO CRISTÃO
A experiência da salvação do homem começa no Calvário, enquanto 
que o seu serviço começa no Pentecoste, ou seja, com a experiência do 
batismo com o Espírito Santo. No texto áureo do livro de Atos, Jesus 
disse:
"Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre 
vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia 
e Samaria, e até aos confins da terra", 1.8.
Pode haver desculpas para os que permanecem na inércia espiritual 
até que sejam capacitados pelo Espírito Santo para o serviço de Deus, mas 
isso não deve ocorrer após a experiência do batismo com o Espírito Santo.
O batismo com o Espírito Santo não nos é dado como um diploma 
de honra ao mérito. A finalidade deste batismo está prescrita na própria 
promessa de concessão: capacitar o crente para o trabalho divino. Corre 
sério risco o crente que, após batizado com o Espírito Santo, entrega-se ao 
mofo. Davi permaneceu em Jerusalém, quando devia estar entre os seus 
soldados na luta contra os filhos de Amom. Sabeis o que lhe aconteceu? - 
ele cometeu um duplo pecado: homicídio e adultério: 2 Sm 11.
A experiência do batismo com o Espírito Santo está intimamente 
associada ao fato de o Dr. Frank Lauback ter se tornado o maior 
alfabetizador do mundo de sua época. Veja como ele mesmo explica esse 
fenômeno:
"Quando Cristo esteve neste mundo, estava limitado a realizar o 
seu ministério em um só lugar e em uma só ocasião de cada vez. Era um 
único homem, que andou á beira-mar de uma única região do mundo. 
Curava a todas as pessoas em quem tocava, mas o seu toque estava 
necessariamente limitado pelo tempo e pelo espaço.
"Ora, faz sentido que o Pai tenha enviado o seu Filho apenas para 
esse ministério limitado? Não penso que se possa sustentar tal opinião, 
porque Ele fez provisão para levar avante a obra, mediante o Espírito 
Santo - a nós, pois, compete completar a missão de Cristo. Somos suas 
múltiplas mãos, pés, voz e coração. Imperfeitos e parciais para dizer a 
verdade, nem por isso deixamos de ser seu corpo curador. E é por 
intermédio do Espírito Santo que recebemos o poder de levar avante a obra 
dos apóstolos. Trata-se de um pensamento que nos leva a meditar; de um 
pensamento desafiador mesmo: quando recebemos o Espírito Santo em 
nossas vidas, recebemos a mesma força urgente e transmissora de vida que 
impulsionava o Mestre".
O veterano missionário Stanley Jones disse o que para ele foi o 
batismo com o Espírito Santo:
"Foi então que aprendi a diferença entre um discípulo e um 
apóstolo. O discípulo é passivo, o apóstolo é ativo. Discípulo é aquele que 
se assenta aos pés de Cristo. Apóstolo é um homem que sai pelo mundo 
como embaixador de Cristo: um missionário, se assim quisermos chamá-
lo. (E um missionário pode ser alguém que não tenha de ir mais longe que 
a porta do vizinho.) Mas o importante é que é justamente essa experiência 
do batismo com o Espírito Santo que transmuta o passivo em ativo".
O extinto pastor batista F.B.Meyer, escreveu: "Jesus foi concebido 
pelo Espírito Santo e durante trinta anos foi dirigido e ensinado pelo 
Espírito, divino. Não era acaso um com o Espírito? Certo que era. Por que 
então necessitava da unção? Por que sua natureza humana necessitou de 
ser fortalecida pelo Espírito antes que pudesse realizar com êxito o seu 
ministério no mundo? Jesus esperou trinta anos até que foi ungido, e só 
depois foi que disse: 'O Espírito do Senhor é sobre mim, pelo que me ungiu 
para pregar boas-novas aos pobres'. Nunca se deve esquecer que o 
ministério do Senhor Jesus Cristo não foi realizado no poder da segunda 
pessoa da bendita Trindade, mas sim, no poder da terceira pessoa - o 
Espírito Santo.
12. MEMBROS DE DENOMINAÇÕES NÃO-
PENTECOSTAIS PODEM RECEBER O BATISMO 
COM O ESPÍRITO SANTO?
É claro que crentes de denominações não-pentecostais podem 
receber o batismo com o Espírito Santo. Poderia citar aqui dezenas de 
casos de leigos e líderes de denominações tradicionais que tiveram a 
experiência do batismo com o Espírito Santo de acordo com o relato de 
Atos 2. Há alguns anos, testemunhei como um pastor presbiteriano foi 
batizado com o Espírito Santo enquanto pregava num culto na Assembléia 
de Deus, na cidade de Imperatriz, Estado do Maranhão.
Numa outra cidade do mesmo Estado, onde realizávamos uma 
cruzada de evangelização; entre mais de 200 irmãos que foram batizados 
com o Espírito Santo na manhã do último dia, encontrava-se um irmão 
batista, que se aproximara da reunião por mera curiosidade. Ele foi 
batizado com o Espírito Santo estando do lado de fora do templo, enquanto 
contemplava o que acontecia no interior.
Na cidade de Miguel Alves, Estado do Piauí -meu primeiro campo 
de atividades pastorais - poucos meses após a minha chegada ali, num dia 
pela manhã, bem cedo, fui chamado às pressas para ir à casa de uma 
família de irmãos batistas, a fim de ver se era possível explicar um 
fenômeno que havia acontecido entre eles a partir da meia-noite anterior. 
Chegando àquela casa o que vi foi simplesmente fantástico: quase todos os 
membros da família haviam recebido o batismo com o Espírito Santo, 
inclusive algumas crianças de menos de dez anos de idade. Desde então 
tornou-se comum muitos irmãos denominacionais receberem o batismo 
com o Espírito Santo em cultos de vigília realizados naquele campo.
Em 1960 o ministro episcopal Denis Benett, dirigente de uma das 
maiores paróquias de sua igreja em Los Angeles, foi batizado com o 
Espírito Santo. Desde então, muitos proeminentes líderes luteranos, como 
Larry Christenson; e batistas, como John Hadley, John Osteen, e Robert 
Chandler Dalton, foram igualmente contemplados com o dom do Espírito 
Santo.
Há alguns anos, o periódico "Pentecostal Evangel", trouxe a 
seguinte notícia:
"Um ministro evangélico dos Estados Unidos disse recentemente 
aos crentes batistas, reunidos em Convenção Nacional, que o movimento 
carismático trouxe profundas mudanças à sua própria igreja. 'Este 
movimento trouxe um senso de amor, de fraternidade e de dedicação', 
declarou o pastor Keneth Pagard, da Primeira Igreja Batista de Chula 
Vista, Califórnia. Ele é um dos dirigentes da Fraternidade Carismática 
Batista Americana. O pastor afirmou que 'carismático' implica 'experimen-
tar o poder miraculoso de Deus'. Afirmou ainda que foram operadas várias 
curas na sua igreja, e que houve manifestações de dons do Espírito Santo, 
inclusive o de profecia e o de falar em outras línguas".
Para o periódico "El Evangelio", disse o evangelista Lowery:"As brisas do Espírito de Deus sopraram com renovada 
intensidade, penetrando irresistivelmente nas velhas denominações 
vitalizando-as. Glória a Deus!
"O falar em línguas manifestou-se nos lugares menos imagináveis, 
e veio a ser o princípio de uma nova vida, de um novo amor e de uma nova 
luz. Tocou a 'Alta Jerarquia' e a 'Baixa Congregação'; sacudiu igualmente 
liberais e conservadores. O Senhor mostrou, deste modo, que não faz 
acepção de pessoas, mas olha para os corações. Os pentecostais estão 
intrigados pela soberania exercida pelo Espírito Santo. Mas, bem-
aventurados os modernos 'pedros', os quais, depois de grandes conflitos 
emocionais e doutrinários com as suas secas liturgias, decidiram-se pelo 
Espírito de Deus! Os ventos refrescantes têm soprado; deixemos que 
soprem com a força de um furacão. Aleluia!"
Veio-me às mãos o livro "Suprema Necessidade", no qual o autor, 
Reynaldo Prestes Nogueira, pastor batista e Juiz de Direito na cidade de 
Rio Claro, Estado de São Paulo, fala da sua recente experiência do batismo 
com o Espírito Santo.
Não devemos pôr obstáculos à marcha do Espírito Santo, nem 
tampouco fazê-lo uma propriedade exclusiva de nós pentecostais. "O vento 
sopra onde quer", foi o que disse Jesus. Quanto mais cedo considerarmos 
isto, mais ampla será a nossa visão do potencial do Espírito Santo em 
nossos dias.
13. QUE DIZER DO CHAMADO MOVIMENTO DE 
RENOVAÇÃO CARISMÁTICA (RCC), OU 
CATÓLICOS PENTECOSTAIS?
Creio na soberania do Espírito Santo mostrada nas palavras de 
Jesus que disse: "O vento sopra onde quer" (Jo 3.8); portanto, posso crer 
que um católico-romano possa receber o batismo com o Espírito Santo; e 
poderia citar aqui casos de católicos que tiveram essa experiência bem 
antes que chegassem ao pé do púlpito de uma igreja pentecostal. O que, no 
entanto, devemos ter em mente, é saber até que ponto o que vem 
acontendo entre determinadas camadas da Igreja Católica, ou seja: se a 
chamada "Renovação Carismática Católica" é realmente uma obra do 
Espírito Santo, ou é mais um dos ardis artimanhosos do ecumenismo. São 
pouquíssimas as provas que até aqui tenho quanto a autenticidade bíblica 
desse movimento.
Já por alguns anos circula em língua portuguesa, o livro de Kevin e 
Dorothy Ranaghan, "Católicos Pentecostais", o qual narra fatos ocorridos 
entre os "católicos pentecostais" na América, principalmente relacionados 
à experiência do batismo com o Espírito Santo. Vale a pena analisar alguns 
dos "fatos" constantes desse livro.
Perguntado sobre o que o batismo com o Espírito Santo significava 
em sua vida religiosa, respondeu Thomas Noé, ex-estudante da Universi-
dade Notre Dame:
"Há umas duas semanas, estava eu sentado em classe, esperando 
que fosse iniciada a aula de Teologia e usava o tempo disponível para rezar 
o rosário. (Um hábito que adquirira depois que recebera o batismo com o 
Espírito Santo.) O Espírito Santo tem preenchido cada parte da minha 
experiência religiosa. Descobri um novo grau de significação em todos os 
sacramentos, especialmente na confissão e na eucaristia. Cheguei a 
entender de maneira mais perfeita a eucaristia como sacrifício e voltei à 
confissão freqüente, da qual tinha dúvidas quanto ao seu valor como 
agente de correção. Descobri uma profunda devoção por Maria, e posso 
agora louvar a Deus, coisa que antes nunca pude fazer" (os grifos são 
meus).
Bertz Ghezzi, outro ex-aluno da Universidade Notre Dame, e 
atualmente professor de História do Grand Valley State College de 
Michigan, sobre sua experiência com o Espírito Santo, diz:
"As devoções naturais, como a de Maria, por exemplo, tornaram-
se mais significativas (e eu que era um dos que colocavam Maria 
completamente fora de cena, anos atrás!) (Os grifos são meus).
Kevin e Dorothy Ranaghan, a certa altura do seu livro escrevem:
"Em certa reunião de oração em South Bend, um padre que estava 
assistindo à sua primeira reunião perguntou a um homem que estava perto 
dele, onde havia aprendido grego. A resposta foi: 'Que grego? ' O padre 
disse então ao grupo que ouvira distintamente o homem repetir as 
primeiras sentenças da 'Ave Maria', em grego, durante sua oração".
Prosseguem os Ranaghans:
"Naquela ocasião houve um duplo dom de Deus. A reunião tomou 
daquela hora em diante, um sabor nitidamente mariano. A oração, as 
discussões e as reflexões centralizaram-se em Maria como o tipo de todos 
os cristãos, que, cobertos e fortalecidos pelo Espírito de Deus, trazem 
Cristo ao mundo. Alguns de nós que não somos muito chegados á devoção 
mariana excessiva, ficamos um pouco perturbados após aquela reunião; e 
também um pouco apreensivos, pensando que o Espírito de Deus não 
ficara muito satisfeito em ver que o centro de nossas atenções passava de 
Jesus Cristo para Maria. Ficamos depois outra vez confundidos, mas 
alegres ao mesmo tempo, ao descobrirmos que o dia seguinte era uma das 
maiores festas marianas do ano, no calendário litúrgico. Nossa reunião na 
noite passada não fora uma temerosa digressão, mas uma grande ocasião! 
Fora uma vigília, uma preparação dirigida pelo Espírito para a festa que se 
seguiria . (O grifo é meu).
O que é visto nos textos citados desse livro constitui-se num 
verdadeiro disparate à luz de João 16.13,14, onde Jesus diz:
"Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em 
toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá o que tiver 
ouvido, e vos anunciará o que há de vir. Ele me glorificará, porque há de 
receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar".
Quando o crente recebe o batismo com o Espírito Santo, suas 
atenções desprendem-se de si mesmo e de seus ídolos, e prendem-se em 
Jesus exclusivamente, tomando-o objeto de exaltação, louvor e 
glorificação.
O batismo com o Espírito Santo pode ser experimentado por 
diferentes pessoas de diferentes seguimentos do Cristianismo, mas sempre 
com o mesmo propósito - levar o crente a glorificar única e 
exclusivamente a Jesus Cristo.
14. O QUE O CRENTE DEVE FAZER PARA TER 
EM SI SEMPRE NOVA A EXPERIÊNCIA DO 
BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO?
Este tem sido o problema crucial para muitos crentes que, tendo 
recebido o batismo com o Espírito Santo, já não vivem aquele mesmo ní-
vel de espiritualidade que possuíam nos primeiros dias seguintes ao do 
batismo. Daí passam a viver um certo tipo de saudosismo: "Ah! aqueles 
dias!..." "Oh! se aqueles dias voltassem!" Esta é uma parte da triste história 
de muitos que entristeceram o Espírito Santo e que fizeram silenciar a voz 
dele em suas consciências.
A quem tiver interesse de viver, não como alguém que "foi" 
batizado com o Espírito Santo, mas como alguém que "é" batizado com o 
Espírito Santo, aconselho:
a. Reserve uma hora especial todos os dias para ler e estudar a 
Bíblia, destacando um versículo, ou um pensamento dela para meditar 
durante o dia. Considere um pecado deixar de ler a Bíblia.
b. Reserve algum tempo para, a sós, orar a Deus, não 
permitindo que coisa alguma justifique a sua falta de oração.
c. Ponha a sua mente e consciência à disposição do Espírito de 
Deus, permitindo que Ele molde-a de sorte que você saiba estar sempre no 
centro da vontade de Deus.
d. Proponha no seu coração fazer algo especial e específico 
pela causa do Evangelho. Até que essa oportunidade surja, faça algo como: 
evangelismo pessoal, visitação aos presídios e aos hospitais, ajudar como 
componente do coro ou da banda etc. Procure o pastor da sua igreja e fale 
a ele de seus próprios interesses e planos quanto à obra de Deus. Não se 
esqueça de que uma mente desocupada é uma oficina para o Diabo 
trabalhar.
Assim não faltará o óleo do Espírito Santo em seu vaso; sua 
pólvora continuará sempre seca

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