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RESUMO PENAL ESPECIAL

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HOMICÍDIO SIMPLES 
Art. 121. Matar alguem: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
Caso de diminuição de pena 
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por 
motivo de relevante valor social ou moral, ou 
sob o domínio de violenta emoção, logo em 
seguida a injusta provocação da vítima, o juiz 
pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
Homicídio qualificado 
§ 2° Se o homicídio é cometido: 
I - mediante paga ou promessa de 
recompensa, ou por outro motivo torpe; 
II - por motivo futil; 
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, 
asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou 
cruel, ou de que possa resultar perigo comum; 
IV - à traição, de emboscada, ou mediante 
dissimulação ou outro recurso que dificulte ou 
torne impossivel a defesa do ofendido; 
V - para assegurar a execução, a ocultação, a 
impunidade ou vantagem de outro crime: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
LESÃO CORPORAL 
Lesão corporal de natureza Leve 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a 
saúde de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
Lesão corporal de natureza grave 
§ 1º Se resulta: 
I - Incapacidade para as ocupações habituais, 
por mais de trinta dias; 
II - perigo de vida; 
III - debilidade permanente de membro, 
sentido ou função; 
IV - aceleração de parto: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
Lesão corporal de natureza gravíssima 
§ 2° Se resulta: 
I - Incapacidade permanente para o trabalho; 
II - enfermidade incuravel; 
III perda ou inutilização do membro, sentido 
ou função; 
IV - deformidade permanente; 
V - aborto: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
Lesão corporal seguida de morte 
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias 
evidenciam que o agente não quís o resultado, 
nem assumiu o risco de produzí-lo: 
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
Diminuição de pena 
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por 
motivo de relevante valor social ou moral ou 
sob o domínio de violenta emoção, logo em 
seguida a injusta provocação da vítima, o juiz 
pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
Substituição da pena 
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode 
ainda substituir a pena de detenção pela de 
multa, de duzentos mil réis a dois contos de 
réis: 
I - se ocorre qualquer das hipóteses do 
parágrafo anterior; 
II - se as lesões são recíprocas. 
Lesão corporal culposa 
§ 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 
1965) 
Pena - detenção, de dois meses a um ano. 
Aumento de pena 
§ 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se 
ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o 
do art. 121 deste Código. (Redação dada 
pela Lei nº 12.720, de 2012) 
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 
5º do art. 121.(Redação dada pela Lei nº 
8.069, de 1990) 
Violência Doméstica (Incluído pela Lei nº 
10.886, de 2004) 
§ 9o Se a lesão for praticada contra 
ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou 
companheiro, ou com quem conviva ou tenha 
convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o 
agente das relações domésticas, de 
coabitação ou de hospitalidade: (Redação 
dada pela Lei nº 11.340, de 2006) 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) 
anos. 
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste 
artigo, se as circunstâncias são as indicadas no 
§ 9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 
(um terço). 
§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena 
será aumentada de um terço se o crime for 
cometido contra pessoa portadora de 
deficiência. 
§ 12. Se a lesão for praticada contra 
autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 
144 da Constituição Federal, integrantes do 
sistema prisional e da Força Nacional de 
Segurança Pública, no exercício da função ou 
em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, 
companheiro ou parente consanguíneo até 
terceiro grau, em razão dessa condição, a 
pena é aumentada de um a dois terços. 
DO FURTO 
Furto 
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, 
coisa alheia móvel: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e 
multa. 
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o 
crime é praticado durante o repouso noturno. 
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de 
pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode 
substituir a pena de reclusão pela de 
detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou 
aplicar somente a pena de multa. 
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a 
energia elétrica ou qualquer outra que 
tenha valor econômico. 
Furto qualificado 
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, 
e multa, se o crime é cometido: 
I - com destruição ou rompimento de 
obstáculo à subtração da coisa; 
II - com abuso de confiança, ou mediante 
fraude, escalada ou destreza; 
III - com emprego de chave falsa; 
IV - mediante concurso de duas ou mais 
pessoas. 
§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 
(dez) anos e multa, se houver emprego de 
explosivo ou de artefato análogo que cause 
perigo comum. (Incluído pela Lei nº 
13.654, de 2018) 
§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, 
se a subtração for de veículo automotor que 
venha a ser transportado para outro Estado ou 
para o exterior. (Incluído pela Lei nº 9.426, 
de 1996) 
§ 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 
(cinco) anos se a subtração for de semovente 
domesticável de produção, ainda que abatido 
ou dividido em partes no local da subtração. 
(Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016) 
§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 
(dez) anos e multa, se a subtração for de 
substâncias explosivas ou de acessórios que, 
conjunta ou isoladamente, possibilitem sua 
fabricação, montagem ou emprego. 
(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) 
Furto de coisa comum 
Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro 
ou sócio, para si ou para outrem, a quem 
legitimamente a detém, a coisa comum: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou 
multa. 
§ 1º - Somente se procede mediante 
representação. 
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa 
comum fungível, cujo valor não excede a 
quota a que tem direito o agente. 
ROUBO 
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si 
ou para outrem, mediante grave ameaça ou 
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por 
qualquer meio, reduzido à impossibilidade de 
resistência: ROUBO PRÓPRIO 
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo 
depois de subtraída a coisa, emprega 
violência contra pessoa ou grave ameaça, a 
fim de assegurar a impunidade do crime ou a 
detenção da coisa para si ou para terceiro. 
ROUBO IMPROPRIO 
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até 
metade: 
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; 
REVISÃO LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL 
III - se a vítima está em serviço de transporte 
de valores e o agente conhece tal 
circunstância. 
IV - se a subtração for de veículo automotor 
que venha a ser transportado para outro 
Estado ou para o exterior; 
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, 
restringindo sua liberdade. 
VI – se a subtração for de substâncias 
explosivas ou de acessórios que, conjunta ou 
isoladamente, possibilitem sua fabricação, 
montagem ou emprego. 
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida 
com emprego de arma branca; 
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois 
terços): 
I – se a violência ou ameaça é exercida com 
emprego de arma de fogo; 
II – se há destruição ou rompimento de 
obstáculo mediante o emprego de explosivo 
ou de artefato análogo que cause perigo 
comum. 
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é 
exercida com emprego de arma de fogo de uso 
restrito ou proibido, aplica-se em dobro a 
pena prevista no caput deste artigo. 
§ 3º Se da violência resulta: 
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão 
de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; 
II– morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 
30 (trinta) anos, e multa. 
CALÚNIA 
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe 
falsamente fato definido como crime: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e 
multa. 
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo 
falsa a imputação, a propala ou divulga. 
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos. 
Exceção da verdade 
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: 
I - se, constituindo o fato imputado crime de 
ação privada, o ofendido não foi condenado 
por sentença irrecorrível; 
II - se o fato é imputado a qualquer das 
pessoas indicadas no nº I do art. 141; 
III - se do crime imputado, embora de ação 
pública, o ofendido foi absolvido por sentença 
irrecorrível. 
DIFAMAÇÃO 
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato 
ofensivo à sua reputação: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e 
multa. 
Exceção da verdade 
Parágrafo único - A exceção da verdade 
somente se admite se o ofendido é 
funcionário público e a ofensa é relativa ao 
exercício de suas funções. 
INJÚRIA 
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a 
dignidade ou o decoro: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou 
multa. 
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: 
I - quando o ofendido, de forma reprovável, 
provocou diretamente a injúria; 
II - no caso de retorsão imediata, que consista 
em outra injúria. 
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias 
de fato, que, por sua natureza ou pelo meio 
empregado, se considerem aviltantes: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e 
multa, além da pena correspondente à 
violência. 
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de 
elementos referentes a raça, cor, etnia, 
religião, origem ou a condição de pessoa idosa 
ou portadora de deficiência: 
Pena - reclusão de um a três anos e multa. 
RETRATAÇÃO 
Art. 143 - O querelado que, antes da 
sentença, se retrata cabalmente da calúnia 
ou da difamação, fica isento de pena. 
Parágrafo único. Nos casos em que o 
querelado tenha praticado a calúnia ou a 
difamação utilizando-se de meios de 
comunicação, a retratação dar-se-á, se assim 
desejar o ofendido, pelos mesmos meios em 
que se praticou a ofensa. 
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, 
se infere calúnia, difamação ou injúria, quem 
se julga ofendido pode pedir explicações em 
juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a 
critério do juiz, não as dá satisfatórias, 
responde pela ofensa. 
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo 
somente se procede mediante queixa, salvo 
quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência 
resulta lesão corporal. 
PECULATO 
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público 
de dinheiro, valor ou qualquer outro bem 
móvel, público ou particular, de que tem a 
posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em 
proveito próprio ou alheio: 
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o 
funcionário público, embora não tendo a 
posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou 
concorre para que seja subtraído, em proveito 
próprio ou alheio, valendo-se de facilidade 
que lhe proporciona a qualidade de 
funcionário. 
Peculato culposo 
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente 
para o crime de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a 
reparação do dano, se precede à sentença 
irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é 
posterior, reduz de metade a pena imposta. 
CORRUPÇÃO PASSIVA 
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para 
outrem, direta ou indiretamente, ainda que 
fora da função ou antes de assumi-la, mas em 
razão dela, vantagem indevida, ou aceitar 
promessa de tal vantagem: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, 
e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, 
de 12.11.2003) 
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em 
conseqüência da vantagem ou promessa, o 
funcionário retarda ou deixa de praticar 
qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo 
dever funcional. 
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de 
praticar ou retarda ato de ofício, com infração 
de dever funcional, cedendo a pedido ou 
influência de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou 
multa. 
PREVARICAÇÃO 
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, 
indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo 
contra disposição expressa de lei, para 
satisfazer interesse ou sentimento pessoal: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e 
multa. 
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária 
e/ou agente público, de cumprir seu dever de 
vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, 
de rádio ou similar, que permita a 
comunicação com outros presos ou com o 
ambiente externo: 
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) 
ano. 
CRIME DE TORTURA 
Art. 1º Constitui crime de tortura: 
I - constranger alguém com emprego de 
violência ou grave ameaça, causando-lhe 
sofrimento físico ou mental: 
a) com o fim de obter informação, declaração 
ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; 
b) para provocar ação ou omissão de natureza 
criminosa; 
c) em razão de discriminação racial ou 
religiosa; 
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder 
ou autoridade, com emprego de violência ou 
grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou 
mental, como forma de aplicar castigo pessoal 
ou medida de caráter preventivo. 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete 
pessoa presa ou sujeita a medida de 
segurança a sofrimento físico ou mental, por 
intermédio da prática de ato não previsto em 
lei ou não resultante de medida legal. 
§ 2º Aquele que se omite em face dessas 
condutas, quando tinha o dever de evitá-las 
ou apurá-las, incorre na pena de detenção de 
um a quatro anos. 
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza 
grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de 
quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão 
é de oito a dezesseis anos. 
§ 5º A condenação acarretará a perda do 
cargo, função ou emprego público e a 
interdição para seu exercício pelo dobro do 
prazo da pena aplicada. 
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e 
insuscetível de graça ou anistia. 
CÁRCERE PRIVADO 
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, 
mediante seqüestro ou cárcere privado: 
Pena - reclusão, de um a três anos. 
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco 
anos: 
I – se a vítima é ascendente, descendente, 
cônjuge ou companheiro do agente ou maior 
de 60 (sessenta) anos; 
II - se o crime é praticado mediante internação 
da vítima em casa de saúde ou hospital; 
III - se a privação da liberdade dura mais de 
quinze dias. 
IV – se o crime é praticado contra menor de 18 
(dezoito) anos; 
V – se o crime é praticado com fins libidinosos. 
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-
tratos ou da natureza da detenção, grave 
sofrimento físico ou moral: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR 
CONTRA A MULHER 
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura 
violência doméstica e familiar contra a 
mulher qualquer ação ou omissão baseada 
no gênero que lhe cause morte, lesão, 
sofrimento físico, sexual ou psicológico e 
dano moral ou patrimonial: 
I - no âmbito da unidade doméstica, 
compreendida como o espaço de convívio 
permanente de pessoas, com ou sem vínculo 
familiar, inclusive as esporadicamente 
agregadas; 
II - no âmbito da família, compreendida como 
a comunidade formada por indivíduos que são 
ou se consideram aparentados, unidos por 
laços naturais, por afinidade ou por vontade 
expressa; 
III - em qualquer relação íntima de afeto, na 
qual o agressor conviva ou tenha convivido 
com a ofendida, independentemente de 
coabitação. 
Parágrafo único. As relações pessoais 
enunciadas neste artigo independem de 
orientação sexual. 
Art. 6º A violência doméstica e familiar contra 
a mulher constitui umadas formas de violação 
dos direitos humanos. 
Art. 7º São formas de violência doméstica e 
familiar contra a mulher, entre outras: 
I - A VIOLÊNCIA FÍSICA, entendida como 
qualquer conduta que ofenda sua integridade 
ou saúde corporal; 
II - A VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA, entendida 
como qualquer conduta que lhe cause dano 
emocional e diminuição da autoestima ou que 
lhe prejudique e perturbe o pleno 
desenvolvimento ou que vise degradar ou 
controlar suas ações, comportamentos, 
crenças e decisões, mediante ameaça, 
constrangimento, humilhação, manipulação, 
isolamento, vigilância constante, perseguição 
contumaz, insulto, chantagem, violação de 
sua intimidade, ridicularização, exploração e 
limitação do direito de ir e vir ou qualquer 
outro meio que lhe cause prejuízo à saúde 
psicológica e à autodeterminação; 
III - a violência sexual, entendida como 
qualquer conduta que a constranja a 
presenciar, a manter ou a participar de relação 
sexual não desejada, mediante intimidação, 
ameaça, coação ou uso da força; que a induza 
a comercializar ou a utilizar, de qualquer 
modo, a sua sexualidade, que a impeça de 
usar qualquer método contraceptivo ou que a 
force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou 
à prostituição, mediante coação, chantagem, 
suborno ou manipulação; ou que limite ou 
anule o exercício de seus direitos sexuais e 
reprodutivos; 
IV - a violência patrimonial, entendida como 
qualquer conduta que configure retenção, 
subtração, destruição parcial ou total de seus 
objetos, instrumentos de trabalho, 
documentos pessoais, bens, valores e direitos 
ou recursos econômicos, incluindo os 
destinados a satisfazer suas necessidades; 
V - a violência moral, entendida como 
qualquer conduta que configure calúnia, 
difamação ou injúria. 
LEI DO ABUSO DE AUTORIDADE 
Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de 
autoridade, cometidos por agente público, 
servidor ou não, que, no exercício de suas 
funções ou a pretexto de exercê-las, abuse do 
poder que lhe tenha sido atribuído. 
§ 1º As condutas descritas nesta Lei 
constituem crime de abuso de autoridade 
quando praticadas pelo agente com a 
finalidade específica de prejudicar outrem ou 
beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, 
ainda, por mero capricho ou satisfação 
pessoal. 
§ 2º A divergência na interpretação de lei ou 
na avaliação de fatos e provas não configura 
abuso de autoridade. 
Efeitos da Condenação 
Art. 4º São efeitos da condenação: 
I - tornar certa a obrigação de indenizar o 
dano causado pelo crime, devendo o juiz, a 
requerimento do ofendido, fixar na sentença 
o valor mínimo para reparação dos danos 
causados pela infração, considerando os 
prejuízos por ele sofridos; 
II - a inabilitação para o exercício de cargo, 
mandato ou função pública, pelo período de 
1 (um) a 5 (cinco) anos; 
III - a perda do cargo, do mandato ou da 
função pública. 
Parágrafo único. Os efeitos previstos nos 
incisos II e III do caput deste artigo são 
condicionados à ocorrência de reincidência 
em crime de abuso de autoridade e não são 
automáticos, devendo ser declarados 
motivadamente na sentença.

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