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Assinado em 1990, o Acordo Ortográfico visa à padronização da ortografia da língua portuguesa. Os países Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, que formam a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), assinaram o tratado e cada um determinou prazos para que a reforma entrasse em vigor em seus territórios. Implantado no Brasil em 2009, até 2016 valia as duas regras aqui (a antiga e a nova). De 2016 para cá, vale SOMENTE a nova; O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa regula e pretende UNIFICAR a sua ortografia; O Novo Acordo Ortográfico visa SIMPLIFICAR as regras ortográficas da Língua Portuguesa e aumentar o prestígio social da referida língua no cenário internacional; (...) deve facilitar o processo de intercâmbio cultural e científico entre os países e ampliar a divulgação do idioma e da literatura em língua portuguesa. O QUE MUDA? ALFABETO As letras “k”, “w” e “y” já apareciam em unidades de medidas, nomes próprios e palavras importadas do idioma inglês, como: km – quilômetro // kg – quilograma // show AGORA, passam a fazer parte do nosso idioma oficialmente, com o alfabeto tendo 26 letras, a saber: A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K, L, M, N, O, P, Q, R, S, T, U, V, W, X, Y, Z ACENTUAÇÃO (uma breve explicação) 1) Fica abolido, nas palavras paroxítonas, o acento agudo no i e no u tônicos quando precedidos de ditongo : fei-ú-ra, bai-ú-ca fei-u-ra, bai-u-ca; Os hiatos em que as letras i e u ficam sozinhas continuam sendo acentuados, exceto os que vem seguidos de dígrafo. sa-ú-va, sa-í-da (hiatos em que as letras i e u ficam sozinhas) ta-i-nha (hiatos seguidos de dígrafo) NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA (2009-2016) 2) Desaparece o acento circunflexo do primeiro ‘o’ em palavras terminadas em ‘oo’ e das formas verbais da terceira pessoa do plural terminadas em –eem : vôo, enjôo, abençôo voo, enjoo, abençoo; lêem, dêem, crêem, vêem leem, deem, creem, veem; 3) Deixam de ser acentuados os ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas i-déi-a, as-sem-bléi-a, he-rói-co, pa-ra-nói-co i-dei-a, as-sem-blei-a, he-roi-co, pa-ra-noi-co; * Porém, palavras com ditongo em paroxítona e terminadas em –r MANTÉM O ACENTO, assim como os ditongos abertos nas palavras oxítonas. des-[trói]-er, [Méi]-er, (ditongo em paroxítona – palavra terminada em -r) [céu], es-car-[céu], he-[rói] (palavras oxítonas) 4) Deixa de existir o acento agudo ou circunflexo usado para distinguir palavras paroxítonas que, tendo respectivamente vogal tônica aberta ou fechada, são homógrafas de palavras átonas. Logo, deixam de se distinguir pelo acento gráfico: • para (á), flexão do verbo parar, e para, preposição; • pela(s) (é), substantivo e flexão do verbo pelar, e pela(s), combinação da preposição per e o artigo a(s); • polo(s) (ó), substantivo, e polo(s), combinação antiga e popular de por e lo(s); • pelo (é), flexão de pelar, pelo(s) (ê), substantivo; • pelo(s) combinação da preposição per e o artigo o(s); Exceção: forma e fôrma (tanto faz) // pode (pres. ind.) e pôde (pret. perfeito) e algumas palavras que são variantes marcadamente diatópicas (Brasil/Portugal) como o visto em económico, fémur, bebé (PT) e econômico, fêmur, e bebê (BR). O TREMA ( ¨ ) Antes, todas as palavras em que se faz a pronúncia completa de gue, gui, que, qui, colcava-se o sinal: lingüiça, agüeiro; Linguiça ≠ Guilherme /// agueiro ≠ guerra AGORA, Não se usa mais o trema sobre o U nessas tipos de palavras em português: linguiça, tranquilo, linguístico, só permanecendo em nomes próprios e seus derivados de língua estrangeira (Gisele Bündchen, Müller) HÍFEN Manteve sem alteração as disposições anteriores sobre o uso do hífen nas palavras e expressões compostas. Determinou apenas que se grafe de forma aglutinada certos compostos nos quais se perdeu a noção de composição (mandachuva, paraquedas, dia a dia, por exemplo). 1) Separe, quando o segundo elemento da palavra composta começar com “H”: anti-herói, sub-humano, pré-história, super-homem, pan-helenismo, semi-hospitalar. EXCEÇÃO: manteve-se a regra atual que descarta o hífen nas palavras formadas com os prefixos des- e in- e nas quais o segundo elemento perdeu o h inicial, como em desumano, inábil, inumano. 2) Letras iguais? Separe! arqui-inimigo; inter-racial; micro-ondas; anti-inflamatório 3) Letras diferentes? Junte! Autoescola; semiaberto; contraindicação; coautor // coprodução // coordenação 4) Prefixo (primeiro elemento) termina com vogal e sufixo começa com “R” ou “S”? Junte e duplique as consoantes: Minissaia; contrarregra; ultrassecreto EXCEÇÃO: manteve-se o hífen quando os prefixos terminam com ‘r’, ou seja, hiper-, inter- e super- Ex.: hiper-requintado, inter-resistente, super-revista. *** OBSERVAÇÃO*** Permanecem inalteradas as demais regras do uso do hífen como em palavras compostas, como as vistas em vermelho-sangue, luso-brasileiro, guarda-costas, corre- corre, bem-te-vi, etc. (Veremos as regras depois). 5) Com os prefixos sub e sob, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por “R”: sub-regional Diante dos prefixos “ex-”, “vice-”, grã-/grão: ex-presidente ; vice-almirante; Grã-Cruz Diante dos prefixos “pré-”, “pós-”, “pró-”: pré-escolar; pós-graduação o prefixo é circum- ou pan- e o segundo elemento começa com vogal, h, m ou n: circum-adjacente, circum-mediterrâneo, circum-navegação, pan-americano, pan- helenismo, pan-mítico. *Panbélico não separaria, pois se vê o prefixo pan- seguido de ‘b’, o que não se enquadra na exceção. Nas locuções de qualquer tipo (como cão de guarda, fim de semana, pé de moleque, pão de ló, sala de jantar, cor de vinho, à vontade, à toa, a fim de, nãose emprega em geral o hífen, salvo algumas exceções consagradas pelo uso e nomes de animais e plantas. O Acordo Ortográfico apresenta, como exemplos dessas exceções, os seguintes casos: água-de-colônia; arco-da-velha; cor-de-rosa; mais-que-perfeito; pé-de-meia; ao deus- dará; à queima-roupa.
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