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Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 1 DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA E FÍSICA PLANO DE CURSO 2007/1 Disciplina: FÍSICA PARA COMPUTAÇÃO II Cursos: Ciência & Eng. da Computação Código da Disciplina: MAF 4123 Carga Horária Semanal: Teoria (04) Laboratório (02) Docente: Prof. MSC. Elias R. da Silva Martins 1- OBJETIVOS OBJETIVOS GERAIS – Desenvolver a eletrônica ao novel básico, dando suporte para disciplinas posteriores do curso. OBJETIVOS ESPECÍFICOS – Proporcionar ao aluno após o termino de cada unidade do programa: entender os princípios fundamentais dos dispositivos semicondutores; conhecer algumas aplicações básicas dos diodos, transistor e outros dispositivos eletrônicos. 2- PROCEDIMENTO DE ENSINO a) Aulas expositivas; b) Aulas práticas em laboratório; c) Aula de resolução de exercícios. d) Questões de estudo a serem discutidos em sala de aula; e) Exercícios e questões propostos. 3- RECURSOS DIDÁTICOS Serão utilizados os recursos didáticos disponíveis, tais como: Bibliografia com ênfase no livro texto, quadro negro, giz, tópicos apostilados e etc. 4- FORMAS DE AVALIAÇÃO a) Provas individuais1 e exercícios; b) Relatórios sobre as experiências realizadas no LABORATÓRIO DE FÍSICA 1 Durante a realização das provas, somente será permito o uso de calculadoras cientificas simples. Nota Durante o semestre letivo será realizada no mínimo 4 (quatro) provas (P1, P2, P3 e P4), com assuntos previamente especificados dentro do conteúdo programático. As notas, N1 e N2, serão calculadas da seguinte forma: N1 = (P1 + P2)/2 + L1, onde L1 é a primeira média do laboratório, N2 = (P3 + P4)/2 + L2, onde L2 é a segunda média do laboratório. OBS.: P1, P2, P3 e P4 valem no máximo 8 (oito) pontos e L1 e L2 valem no máximo 2 (dois) pontos cada. Será aprovado, o aluno que atingir a nota FINAL (N = 0,4 x N1 + 0,6 x N2), maior ou igual a 5 (cinco) pontos e freqüência mínima de 75%. 5- CONTEUDO PROGRAMÁTICO 1 – Teorema de Thévenin e Norton 2 – Diodos semicondutores 3 – Aplicações dos diodos 4 – Fontes de tensão 5 – Transistores bipolares de junção 6 – Polarização DC – TBJ 7 – Modelo do transistor TBJ 8 – Análise do TBJ para pequenos sinais 6- BIBLIOGRAFIAS RECOMENDADAS 1 - BOGART, Theodore F. Dispositivos e circuitos eletrônicos, Ed. Makron Books. 2 - BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria de circuitos, Ed. PHB. 3 - EDUARDO, Angelo et al. Dispositivos semicondutores: Diodos e Transistores, Ed. Érica. 4 - MALVINO, Albert Paul. Eletrônica, vol. 1, Ed. Makron Books. Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 2 PARTE I – REVISÃO 1. CORRENTE ELÉTRICA Considere um condutor metálico em equilíbrio eletrostático (Fig. 1.1). Sabemos que seus elétrons livres estão em movimento desordenado, com velocidades em todas as direções, porém sem saírem do condutor, não produzindo efeito externo. Todos os pontos do condutor possuem o mesmo potencial elétrico. Figura 1.1 – Condutor metálico em equilíbrio. Ligando-se a esse condutor metálico uma fonte de tensão (Fig. 1.2), o que origina um campo elétrico E r , cujo sentido é do pólo positivo para o negativo. Nesse campo elétrico cada elétron fica sujeito a uma força F qE= r r de sentido oposto ao campo E r , pois os elétrons possuem cargas negativas (-1,6 10-19C). Sob a ação da força F r , os elétrons alteram suas velocidades; no comportamento médio adquirem um movimento ordenado, cuja velocidade média tem direção da força F r . Este movimento ordenado dos elétrons constitui a corrente elétrica. Figura 1.2 – Condutor ligado a uma fonte de tensão. 2. INTENSIDADE DE CORRENTE ELÉTRICA Os elétrons apresentam carga elementar e, logo a carga que passa através de um fio condutor é múltipla da carga elementar de modo que: q ne∆ = Defini-se intensidade de corrente elétrica, a quantidade de carga que passam pela secção transversal de um fio condutor no intervalo de tempo (t , t + ∆t) o quociente: dqi dt = ou nei dt = Corrente continua (DC) é toda a corrente de sentido constante no tempo (Fig. 1.3). Um exemplo bem simples de corrente continua é uma pilha comum. Figura 1.3 – Corrente continua (DC). Corrente alternada (AC) é toda a corrente que muda, periodicamente de sentido e de intensidade no tempo (Fig. 1.4). Nos terminais das tomadas residenciais aqui no Brasil temos a corrente alternada senoidal de freqüência 60Hz. Figura 1.4 – Corrente alternada (AC). A unidade de intensidade de corrente elétrica é a unidade fundamental elétrica do sistema internacional de unidades (SI) e denomina-se ampère (símbolo A). Como o ampère é uma unidade relativamente “grande” é muito comum o uso de seus submúltiplos. miliampère (mA) 1mA = 10-3A microampère (µA) 1µA = 10-6A A partir de ampère define-se no (SI) a unidade de carga elétrica: o coulomb (C), como ∆q = i∆t,, onde 1C = 1A x 1s. 3. SENTIDO DA CORRENTE ELÉTRICA O sentido do movimento dos elétrons é oposto ao sentido do campo elétrico no interior do condutor metálico, pois F qE= r r , e q é negativo. Contudo o sentido convencional da corrente elétrica por Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 3 motivos históricos é igual ao sentido do campo elétrico, isto é, sentido contrário ao movimento dos elétrons. De modo que a corrente convencional pode ser imaginada como sendo constituídas de cargas positivas em movimento (Fig 1.5). Figura 1.5 – Corrente elétrica (AC). 4. ENERGIA E POTÊNCIA DA CORRENTE ELÉTRICA A Fig. 1.6 mostra um circuito constituído por uma fonte de tensão e um dispositivo elétrico ab qualquer. Ao passa pelo dispositivo elétrico a energia da corrente elétrica diminui uma quantidade WAB = ∆qV num intervalo de tempo ∆t. Essa energia consumida (potência) pelo dispositivo pode ter sido transformada em energia térmica, energia mecânica, energia química etc. A potência elétrica consumida pelo dispositivo ab é dada pelo quociente do trabalho de a até b WAB pelo tempo ∆t: Figura 1.6 – Potência elétrica dissipada. ABW qP P V ou P=iV t t ∆ = ⇒ = ∆ ∆ Observe que a última equação não especifica o tipo ou qual aparelho elétrico. Assim a equação é válida para qualquer dispositivo elétrico. Resistores: São elementos de circuito cuja função principal é limitar o valor da corrente, além de seu efeito Joule ou efeito térmico. Os símbolos gráficos usuais dos resistores em circuitos são: Figura 1.7 – Símbolos de resistores em circuito. 5. RESISTORES E 1a LEI DE OHM Considere o resistor da Fig. 1.8 mantido a uma temperatura constante e sendo percorrido por uma corrente elétrica i, devido a aplicação de uma tensão V entre seus terminais. Figura 1.8 – Resistor mantido a temperatura constante. Mudando-se a tensão V, sucessivamente para V1, V2,..., Vn o resistor passa a ser percorrido por corrente de intensidade i1, i2,..., in. Ohm verificou experimentalmente que mantida a temperatura constante, o quociente da tensão V aplicada pela respectiva intensidade de corrente era uma constante característica de cada resistor: 31 2 1 2 3 ...VV V V constante R i i i i = = = = = = A grandeza R assim introduzida foi denominada de resistência elétrica do resistor. A resistência elétrica não depende de tensão V aplicada a seus terminais e nem da corrente que o percorre, porem depende da temperatura. Assim podemos enunciar na forma matemática a 1a lei de Ohm. R i V = ou V iR= Um resistor que obedece a lei de Ohm é chamado de resistor ôhmico. No sistema internacional a unidade de resistência elétrica é denominada ohm (símbolo Ω), sendo 1Ω = 1V/1A.Como o ohm é uma unidade de resistência elétrica relativamente pequena, é muito comum o uso de múltiplos: quiloohm (kΩ) 1k Ω = 103 Ω megaohm (MΩ) 1M Ω=106 Ω. Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 4 Os resistores quando estão ligados a um circuito são percorridos por correntes elétricas e estão em geral ligados entre si e/ou ligados a outros elementos de circuito. Existem vários tipos de ligações possíveis entre resistores, mas algumas destas ligações mais utilizadas recebem nomes específicos, relacionados com a forma em que a corrente as atravessam. Estas ligações são chamadas: associação em série e associação em paralelo. Quando o circuito possui as duas configurações, está e chamada de associação mista. Associação em série Neste tipo de associação, representada na Fig. 1.9, a mesma corrente atravessa todos os resistores. Podemos calcular o resistor equivalente a uma dada associação em série, para isto basta lembrarmos que a corrente que atravessa o resistor equivalente, para uma dada ddp entre seus extremos, deve ser a mesma que atravessa toda a associação, enquanto a ddp é a soma. Figura 1.9 – Associação de resistores em série Assim, em cada resistor podemos escrever: Vi = Ri . I ⇒ ΣVi = Σ Ri . I = (Σ Ri) . I, ou ainda, V = Req .I, onde, Req = Σ Ri. Associação em paralelo Este tipo de associação, representada na Fig. 1.10 tem como característica a mesma ddp entre seus extremos. A corrente que chega à associação se divide percorrendo "paralelamente" cada elemento. Figura 1.10 – Associação de resistores em paralelo. Do Princípio de Conservação da carga elétrica, vemos que a quantidade de cargas que chega deve ser igual à quantidade que sai logo a quantidade de carga por unidade de tempo e a mesma, ou seja, corrente. Para cada resistor da associação podemos escrever: Ii = V/ Ri ⇒ Σ I i = Σ V/ Ri = V. [Σ (1/ Ri)] ou ainda, I = ∆V/Req , onde, (1/Req ) = Σ (1/ Ri) 6. RESISTORES E 2a LEI DE OHM Verifica-se experimentalmente que a resistência elétrica de um resistor depende do material que o constitui e de suas dimensões, cuja relação e dada pela segunda lei de Ohm: LR ρ A = onde ρ é a resistividade do material, L o comprimento do fio e A área de secção transversal do fio. 7. LEIS DE KIRCHHOFF Quando um circuito não pode ser reduzido a um circuito simples ao qual se pode aplicar a lei de Ohm-Pouillet, recorremos às chamadas leis de Kirchhoff. Considere a rede elétrica da Fig.1.11 constituída por vários resistores, geradores e receptores. Figura 1.11 – Rede elétrica. Numa rede elétrica chama-se nó o ponto no qual a corrente elétrica se divide, isto é, ponto do circuito comum a dois ou mais condutores. Na Fig. 1.11 os pontos B e E são nós. Os trechos de circuito entre Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 5 dois nós consecutivos são denominados ramos. Na rede elétrica da Fig. 1.11 são ramos os trechos BAFE, BE, e BCDE. Qualquer conjunto de ramos formando um circuito fechado recebe o nome de malha. A cada ramo do circuito, atribui-se um sentido de corrente arbitrário, se o sentido adotado for incorreto o valor da intensidade da corrente será negativo. A primeira lei de Kirchhoff ou leis dos nós estabelece que: A soma das intensidades de correntes que chegam a qualquer nó deve ser igual a soma das intensidades de correntes que saem do mesmo nó. A lei dos nós aplicada no ponto B do circuito da Fig.1.11 fornece: i1 + i2 = i3 (1), observe que se aplicarmos a lei dos nós no ponto E nos levará ao mesmo resultado. A segunda lei de Kirchhoff ou leis das malhas estabelece que: A soma algébrica das variações de potencial encontradas ao longo de uma malha fechada de qualquer circuito deve ser nula. Para a aplicação da lei das malhas observe que a tensão obedece a duas “regras” para sua determinação, são elas. Regra da resistência: Percorrendo-se um resistor no sentido da corrente, a variação no potencial é – Ri; no sentido oposto +Ri. Num análogo gravitacional: andando-se no sentido corrente num riacho, nossa elevação diminui; andando-se contra corrente a elevação aumenta. Regra da FEM: Percorrendo-se um dispositivo de fem ideal, o sinal de saída da fem é igual ao sinal da tensão conforme a Fig.1.12. Figura 1.12 – Regra da FEM. Como aplicar as leis de Kirchhoff? Primeiro adota-se um sentido para corrente (α, β...) e em seguida percorre a malha conforme a Fig 1.12. Ao percorrer a malha use a “regra” das resistências e a “regra” das fems. Figura 1.12 – Rede elétrica. Percorrendo a malha α, partindo do ponto A obtemos a equação: 1 1 2 2 2 2 1 1 1 1 0R i r i E R i E ri− + − − + − = (2) Percorrendo a malha β, partindo do ponto B obtemos a equação: 3 3 3 3 3 2 2 2 0R i E r i E r i− − − + − = (3) Assim temos três equações (1), (2), e (3); que formam um sistema de três equações e três variáveis desde que os valores das resistências e das fems sejam conhecidos é possível obter as soluções. 1 2 3 1 1 2 2 2 2 1 1 1 1 3 3 3 3 3 2 2 2 (1) 0 (2) 0 (3) i i i R i r i E R i E ri R i E r i E r i + =⎧ ⎪− + − + + − =⎨ ⎪− − − + − =⎩ Resolvendo esse sistema encontramos os valores de i1, i2 e i3. 8. CAPACITORES Capacitores são dispositivos que armazenam energia elétrica em um campo elétrico. Um capacitor é constituído por duas placas condutoras metálicas paralelas separadas por um material isolante. A tensão aplicada sobre as placas origina o campo elétrico no qual a energia é armazenada. Ligando-se uma bateria ao capacitor, o mesmo é carregado até atingir o seu limite, tal limite de carga é dado por: q = CV. Onde C é a capacitância, a qual depende do fator geométrico. Utilidades do capacitor: Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 6 1. Pode ser utilizado para produzir campos elétricos de diferentes intensidades em um circuito. 2. Acúmulo de energia entre suas placas no campo E. 3. Dispositivos AC: reduz flutuações de voltagens em fontes de tensão; transmitir sinais pulsados e ainda produzir atrasos em sinais. Capacitores de placas paralelas Como q = CV e V = Ed, logo temos que q = CEd. Sabendo que E = q/ε0A, podemos reescrever. q = qdC/ ε0A Portanto, C = ε0A/d. Associação de capacitores Na associação em série, os capacitores apresentam a mesma carga. Figura 1.13 – Circuito capacitivo em série. Desta forma temos do circuito (Fig 13) que: C1 = q1/V1, C2 = q2/V2 e C3 = q3/V3 V = V1 + V2 + V3 onde V = q/C logo q/C = q/C1 + q/C2 + q/C3 ou 1/C = 1/C1 + 1/C2 + 1/C3 = Σ (1/Cn) Na associação em Paralelo, os capacitores apresentam a mesma ddp. Figura 1.14 – Circuito capacitivo em paralelo. Da Fig. 1.14 temos: q1= C1V, q2= C2V e q3= C3V e q = q1 + q2 + q3 assim CV = C1V + C2V + C3V ou C = C1 + C2 + C3 = Σ (C) 9. INDUTORES Quando se aprosima um imã (variação de campo magnético)de uma espira, surge uma corrente elétrica induzida na espira. Esta corrente é proviniente de uma fem induzinda devido a variação do campo magnético e podemos calcular esta fem da seguinte maneira: dt dN ϕε −= onde N é o número de espiras da bobina e φ é o fluxo do campo magnético. O fluxo é dado pelo produto do campo magnético B pela área da espira A (φ =BA). Geralmente B = B(i), onde i é a corrente que passa pelo fio. Assim: dt di di d dt d ϕϕ = Para uma espira (N = 1) temos: dt dϕε −= , assim temos que dt diLL −=ε , onde i NL Bφ= . L é a indutancia da bobina e εL a força eletromotriz induzida. Que aparece na bobina enquanto a corrente no fio varia. OBS: se i for consntante a feminduzida εL desaparece. Figura 1.15 – Indutor. Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 7 9. TRANSFORMADORES A indutância de uma bobina pode ser maximizada quando colocamos no seu interior com um material ferromagnético, isso ocorre devido os átomos desses materiais se alinharem com o campo induzido na bobina e assim reforçando o campo. Figura 1.16 – Transformador –núcleo de ferro. Onde N1 e N2 são o número de espiras do enrolamento primário e secundário respectivamente e V1 e V2 são as tensões de entrada e saída respectivamente. Em um transformador o campo magnético é conduzido através do núcleo de ferro da bobina de entrada para a bobina de saída de forma que a variação do campo magnético em ambas as bobinas são iguais, assim temos: 2 2 1 1 N V N V dt dN =⇒= ϕε ou 1 1 2 2 VN N V = Desta forma se N2 > N1 temos um transformador elevador e se N2 < N1 temos um transformador redutor. Exercícios de Aprendizagem I 1) Explique o que e corrente elétrica? 2) Um fio percorrido por uma corrente de 1,0A deve conduzir, através de uma secção transversal, uma carga de 3,6C. Qual o intervalo de tempo necessário para isso? 3) Sabendo que 20 lâmpadas de 100W e 10 de 200W permanecem acesas 5 horas por dia, pergunta-se qual o consumo de energia elétrica, em kWh, no período de 30 dias. 4) Diferencie corrente continua (DC) de corrente alternada (AC). 5) O gráfico da Fig 1.17 representa a intensidade de corrente em função do tempo. Determine a carga elétrica que atravessa uma secção transversal entre os instantes t =1s e t = 3s. Figura 1.17 – Gráfico de corrente. 6) Em um aparelho lê-se: 600W – 120V. Estando o aparelho ligado corretamente, calcule: a) a intensidade da corrente elétrica que o atravessa. b) a energia consumida em 5h. 7) Um resistor de resistência elétrica R = 20Ω é percorrido por uma corrente de elétrica de intensidade de 3,0A. Determine: a) a potencia elétrica consumida pelo resistor. b) a energia elétrica consumida pelo resistor no intervalo de tempo de 20s. 8) Em 0,5kg de água contida em um recipiente mergulha-se durante 7min um resistor de resistência de 2Ω. Dados: calor especifico da água 1cal/gºC e 1cal = 4,2 J. Se o resistor é percorrido por uma corrente elétrica de 0,5A, calcule a temperatura de elevação da água, supondo que não haja mudança de estado. Sugestão: observe que (Ri2 = mc∆θ). 9) Um resistor tem seus terminais submetidos à certa tensão elétrica. Reduzindo à metade a resistência elétrica do resistor e mantida a mesma tensão elétrica, o que acontece com a potência dissipada por ele. 10) Um fio de cobre tem comprimento de 120m e a área de sua secção transversal é 0,50mm2. Sabendo que a resistividade do cobre é 1,72 10- 2Ωmm2/m, determine a resistência desse fio. Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 8 11) Um resistor em forma de fio tem resistência de 100Ω. Se a ele foi acrescentado um fio idêntico, mas com 0,5m de comprimento, a resistência passa a ser 120 Ω. Determine o comprimento do resistor original. 12) Dados os circuitos a seguir, calcule a resistência equivalente entre os pontos A e B para cada circuito. 13) Dados os circuitos a seguir, calcule a corrente em cada resistor dos circuitos. __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ PARTE II – FONTES DE TENSÃO 1. FONTES DE CORRENTE Fonte de tensão ideal: produz uma tensão VS de saída que não depende do valor da resistência de carga RL, isto é o valor da resistência interna RS = 0 conforme a Fig. 2.1. Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 9 Fonte de tensão real: produz uma tensão VS de saída que depende do valor da resistência de carga RL, porque possui resistência interna RS ≠ 0. RS possui valores tipicamente menores que 1Ω. Uma fonte eletrônica deve ter uma resistência interna de menos de 0,01 Ω . Figura 2.1 – Fonte de tensão real. Corrente de carga em curto circuito: É a corrente de carga máxima que uma fonte de tensão real pode liberar. Ocorre quando a resistência de carga RL do circuito e zero. Aplicando a lei de Ohm ao circuito da Fig. 2.1 temos: S L S L VI = R +R se fizermos RL = 0 temos L S SI =V R que é o valor da corrente de curto circuito enquanto que se fizermos RL→ ∞ IL tende a zero conforme o gráfico da Fig. 2.2 Figura 2.2 – Corrente de carga versus resistência de carga. Tensão de carga: E a tensão aplicada sob a carga. A tensão da carga aproxima-se da tensão da fonte à medida que a carga RL→ ∞ como pode ser visto a seguir. A tensão da carga VL é dada por L L LV R I= (lei de Ohm), mas como ( )L S S LI =V R +R , podemos escrever. L L S S L RV V R +R = Observe que quando RL for 100 vezes maior que RS a tensão na carga é aproximadamente 99% da tensão da fonte VS. Quando RL→ ∞, a tensão na carga se tornará uma tensão ideal. Assim consideraremos neste curso que quando RL≥100RS a fonte de tensão será ideal, onde a diferença entre a tensão de carga e a real é menos de 1%. Veja o gráfico da Fig. 2.3. Figura 2.3 – Tensão de carga versus resistência de carga. 2. FONTES DE CORRENTE Fontes de corrente real: produz uma corrente IS de saída que não depende do valor da resistência de carga RL, isto é o valor da resistência interna RS é muito grande. Figura 2.4 – Fonte de corrente. Temos do circuito da Fig. 2.4 que a corrente de saída IS = VS/RS, mas como ( )L S S LI =V R +R , podemos escrever. S L S S L RI I R +R = Observe que quando RS e 100vezes maior que RL, IL é aproximadamente 99% de IS. Assim consideraremos neste curso quando RS ≥ 100RL que esta fonte de corrente é uma fonte de corrente ideal. Uma fonte de corrente ideal em um circuito e comumente representada pelo símbolo da Fig. 2.5. Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 10 Veja que a resistência interna RS de uma fonte de corrente real e sempre colocada em paralelo com a fonte de corrente ideal. Figura 2.5 – Fonte de corrente. 3. TEOREMA DE THÉVENIN O teorema de Thévenin diz que qualquer rede linear com saídas a-b pode ser substituída por uma única fonte de tensão em série com uma resistência, conforme a Fig. 2.6. Figura 2.6 – Teorema de Thévenin. Assim o teorema de Thévenin consiste em reduzir um circuito com malhas múltiplas com uma resistência de carga RL (Fig. 2.7) a um circuito equivalente formado por uma única malha com a mesma resistência de carga. Neste circuito o resistor de carga “vê” uma única resistência da fonte em série com uma fonte de tensão conforme a Fig. 2.8. Figura 2.7 – Circuito de malhas múltiplas. Para aplicação do teorema de Thévenin os seguintes passos são fundamentais: 1. Determine os terminais de saída a-b (onde esta ligada a resistência de carga RL); 2. Desconecte a resistência de carga RL do circuito, deixando-a aberta no terminal; 3. Calcule a corrente que passa pelos terminais a-b; 4. Calcule a tensão entre os terminais a-b, chamada tensão de Thévenin VTh; 5. Curto-circuite a fonte e encontre a resistência equivalente do circuito, chamada resistência de Thévenin RTh; 6. Conecte a resistência de carga RL em série com uma fonte de valor VTh e a resistência de carga RL. Figura 2.8 – Equivalente de Thévenin de um circuito linear. Tensão de Thévenin: é aquela tensão que aparece através dos terminais da carga quando você abre o resistorde carga. Às vezes essa tensão é chamada de tensão de circuito aberto ou de carga aberta. Resistência de Thévenin: é a resistência que se obtém para os terminais da carga quando todas as fontes de tensão forem curto-circuitada, isto é (VS = 0). 4. TEOREMA DE NORTON Teorema de Norton: afirma que o circuito equivalente de Thévenin pode ser substituído por uma fonte de corrente ideal em paralelo com a resistência de Thévenin RTH, onde a fonte de corrente produz uma corrente de Norton IN conforme a Fig. 2.9. Figura 2.9 – a) Equivalente de Thévenin; b) Equivalente de Norton. Resistência de Norton: A resistência de Norton possui o mesmo valor da resistência de Thévenin. Corrente de Norton: A corrente de Norton IN é dada pelo quociente da tensão de Thévenin pela resistência de Thévenin (IN = VTH/RTH). Observe que a corrente de Norton é a corrente de curto circuito da Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 11 resistência de carga (RL). O cálculo da corrente de Norton pode ser feito diretamente em circuito, para isso curto circuito a resistência de carga e calcule a corrente de curto pela carga. Exercícios de aprendizagem II 1. A resistência interna de uma fonte de tensão é igual a 0,05Ω. Qual a queda de tensão através dessa resistência interna quando a corrente que passa por ela for de 2A? 2. Uma fonte de tensão é colocada em curto temporariamente. Se a tensão da fonte ideal for de 6 V e a corrente de carga em curto for de 150A, qual a resistência interna da fonte? 3. Na Fig. 2.10, a tensão da fonte ideal é de 10V e a resistência de carga é de 75Ω. Se a tensão da carga for igual a 9V, quanto vale a resistência interna? A fonte de tensão é quase ideal? Figura 2.10 – Fonte de tensão. 4. A tensão da fonte ideal é de 12 V na Fig. 2.10. Se a resistência interna for de 0,5Ω, qual a corrente de carga quando a resistência de carga for igual a 50Ω? E a tensão da carga? 5. Repita o Prob. 4 para RS de 5Ω. 6. Uma fonte de tensão tem uma resistência interna de 2Ω. Para que a fonte seja estabilizada, qual a mínima resistência de carga permitida? 7. A tensão da fonte ideal é 15V e a resistência interna é 0,03Ω na Fig. 2.10. Para que faixa de resistência de carga a fonte de tensão é ideal? 8. Uma resistência de carga pode ser ajustada de 20Ω a 200kΩ. Se uma fonte de tensão age como ideal para a faixa toda de resistência de carga, o que se pode dizer a respeito da resistência interna? 9. Na Fig. 2.11, a corrente da fonte ideal é de 10mA e a resistência interna é de 100kΩ. Se a resistência da carga for igual à zero, qual o valor da corrente de carga? Figura 2.11 – Fonte de corrente. 10. A corrente da fonte ideal é de 5mA e a resistência interna de 250kΩ na Fig. 2.11. Se a resistência de carga for de 10kΩ, qual a corrente de carga? Esta é uma fonte de corrente ideal? 11. Uma fonte de corrente tem uma resistência interna de 150kΩ. Para que faixa de resistência de carga a fonte de corrente é ideal? 12. Calcule a corrente de carga da Fig.2.12 para cada uma das seguintes resistências de carga 0,1kΩ, 2kΩ, 3kΩ, 4kΩ, 5kΩ e 6kΩ. Aplique o teorema de Thèvenin. Figura 2.12 – Circuito de várias malhas. 13. Repita o problema 12 sem aplicar o teorema de Thévenin, isto é, utilize as leis de Ohm e Kirchhoff. 14. Um circuito de Thévenin tem uma tensão de Thévenin de 10V e uma resistência de Thévenin de 5kΩ. Qual a corrente de Norton? E a resistência de Norton? 15. Calcule a corrente de carga da Fig. 2.13 para cada uma das seguintes resistências de carga 0,1kΩ, 2kΩ, 3kΩ, 4kΩ, 5kΩ e 6kΩ. Aplique o teorema de Thévenin. Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 12 Figura 2.13 – Circuito de várias malhas. 16. Encontre a corrente de Norton e a resistência de Norton do Prob. 15. Faça o desenho do circuito equivalente de Norton. 17. Calcule a corrente de carga da Fig. 2.14 para cada uma das seguintes resistências de carga: 0,1kΩ; 2kΩ; 3kΩ; 4kΩ; 5kΩ e 6kΩ. Figura 2.14 – Circuito de malhas múltiplas. Anotações __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ PARTE III – TEORIA DOS SEMICONDUTORES (SC) 1. SEMICONDUTORES O Si possui número atômico 14 (14 prótons e 14 elétrons) À temperatura ambiente, o silício encontra-se no estado sólido. O silício é o segundo elemento mais abundante da face da terra, perfazendo 25.7% do seu peso. ESTRUTURA ATÔMICA, modelo atômico de Bohr para um átomo de Silício (Si), Figura 3.1. Modelo atômico de Bohr • NÍVEIS DE ENERGIA, somente certas dimensões de órbitas são permitidas. O tamanho da órbita e proporcional a energia do elétron. Figura 3.2. Níveis de energia em um átomo. • CRISTAIS, os átomos para serem quimicamente estáveis precisam fazer ligações químicas para se completarem a última camada com oito elétrons. Quando os átomos de Si se unem para formar um sólido, eles se organizam de uma forma ordenada chamada cristal. • BANDAS DE ENERGIA, quando os átomos de Si se juntam para formar um cristal (1023 átomos), os níveis de energia se superpõem formando as bandas de energia. Na Fig. 3.3. é mostrado as bandas de energia a uma temperatura de 0K para um isolante, um semicondutor e um condutor. Observe que os isolantes a 0K diferem dos SC apenas pela gap2 de energia entre a banda de valência e a banda de condução (vazia), pois nos SC o gap é bem menor que nos isolantes. 2 Termo inglês (brecha, lacuna) o qual são níveis de energia não permitidos “regiões proibida”. Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 13 Figura 3.3. Bandas de energia. • CORRENTE EM SEMICONDUTORES, corrente das lacunas na BV e corrente de elétrons na BC. Figura 3.4. Banda de valência e condução num cristal semicondutor. • PARES DE ELÉTRONS-LACUNAS, em um semicondutor puro (intrínseco) o nº de elétrons na BC e igual ao nº de lacunas na BV, de modo que sempre são formados aos pares. Quando um elétron cai na BV ocorre à eliminação de um par elétron-lacuna, isto é, a RECOMBINAÇÃO, a taxa de criação e recombinação de pares elétron- lacuna são praticamente iguais de modo a permanecer constante o nº pares elétron-lacuna. O tempo médio de vida é da ordem de 10-9s. • FLUXO DE CORRENTE EM UM SC PURO, tanto as lacunas quanto os elétrons se movem em um SC puro, entretanto em sentidos contrários, assim diferente dos metais a corrente em SC puros é formada não só pelos elétrons mais também pelas lacunas. • Os semicondutores INTRÍNSECOS não são de grande utilidade na eletrônica, por isso e muito comum aumentar o Nº de portadores de carga tanto na BV quanto na BC. Como? Injetando impurezas (outros elementos químicos) no cristal semicondutor (processo chamado de Dopagem). A injeção de impurezas no silício, por exemplo, é feita através da fusão do silício e a inserção de impurezas (átomos diferentes). A dopagem de um semicondutor intrínseco pode ser feita de dois modos. • SC do tipo-p, são dopados com impurezas trivalentes (família 3A, átomo receptor), geralmente por alumínio, boro e gálio. Um SC do tipo-p possui mais lacunas na BV que elétrons na BC. Num SC do tipo-p, dizemos que os elétrons são portadores de carga minoritários (minoria) e as lacunas de portadores majoritários (maior quantidade). • SC do tipo-n, são dopados com impurezas pentavalentes da família 5ª (antimônio, fósforo, arsênio), átomos doadores,pois átomos pentavalentes doam elétrons extras para o cristal. Possuem mais elétrons na BC que lacunas na BV. De forma análoga aos SC do tipo-p, dizemos que os elétrons são portadores de carga majoritários (maiorias) e as lacunas de portadores minoritários (quantidade menor). Figura 3.5. a) Rede bidimensional de um SC do tipo-n e b)Rede bidimensional de um SC tipo-p. • A CONDUTIBILIDADE DE UM SC DOPADO é proporcional à quantidade de impurezas adicionada ao SC puro, assim quanto maior a dopagem, maior a condutibilidade. • RESISTÊNCIA DE CORPO, resistência que um semicondutor possui quando sob tensão externa. Um material SC dopado a ser colocado sob tensão externa, seja to tipo-n ou do tipo-p se comportam simplesmente como um resistor comum de carbono, porém essa resistência depende do grau de dopagem (resistência ôhmica). • JUNÇÃO P-N, é a transição brusca de um material do tipo-p para um material do tipo-n Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 14 (Fig 3.6a), logo após de feita a junção p-n ocorre a difusão das cargas, os elétrons se deslocam do lado n para o lado p (Fig 3.6b). Os elétrons chegam do lado p e cai em uma lacuna de modo a formar um par de íons fixos através de ligações covalentes (elétron de valência no lado p e lacuna no lado n). Figura 3.6. Junção p-n. • Cada par de íons fixo é chamado de DIPOLO. À medida que as cargas vão se difundindo o número de dipolos aumenta em torno da junção criando uma região vazia de portadores a qual é denominada CAMADA DE DEPLEÇÃO (Fig 3.7a). Os dipolos geram um campo elétrico que tentam empurrar os elétrons livres vindos da região n de volta. Esse campo elétrico aumente até que seja estabelecido o equilíbrio. • BARREIRA POTENCIAL (ddp). Os campos elétricos criado pelos dipolos geram uma ddp, a barreira aumenta até um valor máximo atingindo o equilíbrio, cessando a corrente líquida (Fig 3.7b). A temperatura ambiente (25ºC) a barreira de potencial do Si é aproximadamente de 0,7V e a do Ge 0,3V. A barreira de potencial aumenta com a temperatura, praticamente utiliza-se a regra de que a cada aumento de 1°C a barreira aumenta 2mV. Figura 3.7. a) Camada de depleção de uma Junção p-n e b) Equilíbrio das correntes. 2. POLARIZAÇÃO DE UMA JUNÇÃO P-N DIRETA é quando se liga o terminal positivo de uma fonte de tensão continua (cc) ao material do tipo-p e o terminal negativo no lado do material tipo- n (Fig 3.8). Figura 3.8. Polarização direta de um diodo. Análise: A tensão externa V força os elétrons e lacunas a se moverem em direção à junção p-n3 fazendo com que a camada de depleção diminua. Quando os elétrons movem para a junção, íons positivos são gerados na extrema direita do cristal tipo n, fazendo assim com o cristal receba elétrons externo advindos do circuito. Os elétrons ao entrarem na junção se recombinam com as lacunas e se tornam elétrons de valência na região p e se movem através das lacunas até o terminal positivo da fonte. A corrente passa pelo diodo diretamente (ID) na polarização direta, desde que a tensão direta VS seja maior que 0,7V da barreira potencial do silício a qual e subtraída da tensão externa. REVERSA é quando se liga o terminal negativo de uma fonte de tensão continua (cc4) ao material do tipo-p e o terminal positivo no lado do material tipo- n (Fig 3.9). Figura 3.9. Polarização reversa de um diodo. 3 Fluxo de portadores majoritários (elétrons em n, lacuna em p) 4 Corrente continua, comumente também (DC). Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 15 Análise: A tensão externa V força os elétrons e lacunas a se afastarem da junção da junção p-n. O afastamento de elétrons e lacunas da junção forma íons na camada de depleção de modo a provocar o alargamento dessa camada e a medida alarga, a barreira de potencial também aumenta. O aumenta da camada de depleção aumenta até que a barreira de potencial da junção se iguale à tensão reversa aplicada a junção e quando isso ocorre a corrente cessa, pois a tensão externa VS é somada a tensão da zona de depleção que possui o mesmo valor. • CORRENTE REVERSA, após a estabilização da camada de depleção a corrente de fato não é zero, pois existe uma pequena corrente reversa5 devido aos pares de elétron-lacuna gerados pela energia térmica6. Análise: Quando um par elétron-lacuna é gerado pela energia térmica a camada de depleção força o elétron a se deslocar para a extrema direita do cristal n (Fig. 3.9) e de forma semelhante a lacuna para extrema esquerda fazendo com que um elétron ocupe seu lugar. A quantidade de pares elétron-lacuna gerado pela energia térmica é pequena e, portanto a corrente reversa e pequena de ordem de 10-9A (nA). Existe ainda uma pequena corrente de fuga IFS que ocorre na superfície do cristal devido a impurezas que criam trajetos ôhmicos. Verifica-se na prática que o valor de IR dobra a cada aumento de 10ºC na temperatura. • TENSÃO RUPTURA é o valor máximo de tensão reversa que o diodo pode suportar após esse valor o diodo passa a conduzir uma corrente intensa por meio do efeito avalanche. Para diodos retificadores possui valores típicos de mais de 50V ou mais. Exercícios de aprendizagem III 5 Corrente de saturação. 6 Energia térmica advindo do ambiente, aqui considerado 25°C 1) Um semicondutor intrínseco possui algumas lacunas à temperatura ambiente. Como foram geradas essas lacunas? 2) Explique com suas palavras o que é recombinação. 3) O que acontece com o número de elétrons livres e lacunas em um semicondutor intrínseco quando aumentamos a temperatura? 4) Para se produzir um semicondutor tipo-p devemos usar qual tipo de impureza? Explique o porquê. 5) Em qual tipo de semicondutor as lacunas são os portadores de cargas minoritários? 6) Suponha que um diodo esteja diretamente polarizado. Se a corrente no lado n do diodo for de 5 mA, determine qual a corrente no lado p do diodo. 7) Um diodo de Silício tem uma corrente de saturação de 2nA a 25ºC. Qual o valor de IS a 75ºC? E em 125ºC? 8) Quando a tensão reversa numa junção p-n aumenta de 5V para 10V, o que acontece com a camada de depleção? 9) O que origina as poucas lacunas que um semicondutor possui a temperatura ambiente? 10) Em termo de bandas o que diferencia um material semicondutor de um material isolante a temperatura ambiente? 11) Se a temperatura de uma junção p-n de silício elevar de 25°C para 100ºC, de qual será aproximadamente o valor da barreira potencial? Sabe-se que a barreira potencial do silício a temperatura ambiente é de 0,7V. 12) Para que se obtenha uma corrente direta em uma junção p-n de germânio, qual é a mínima tensão aplicada? PARTE IV – TEORIA DOS DIODOS 1 DIODO • DIODO, (DI = dois, ODO = eletrodo), é um dispositivo formado pela junção de dois SC dopados um, do tipo-p e outro do tipo-n, isto é, uma junção p-n. • Os diodos não são componentes lineares, isto é, seu comportamento é diferente de um resistor ôhmico o qual a corrente que o atravessa é Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 16 proporcional à tensão aplicada sobre o mesmo. O gráfico I – V de um resistor ôhmico é linear. • O símbolo de um diodo em um circuito é ( ), onde o sinal positivo representa o material do tipo p e o sinal negativo o material do tipo n. Observe que o símbolo sugere a passagem de corrente em um sentido e bloqueio no outro. • CIRCUITO SIMPLES COM DIODO, Na Fig 4.1, VS é a tensão de saída da fonte, RS é o resistor limitador de corrente e V é a queda de tensão no diodo onde o lado p é chamado anodo e o lado n é o catodo. Figura4.1. Diodo em circuito simples. • GRÁFICO DE UM DIODO, variando-se a tensão de saída no circuito (Fig 4.1) e medindo a corrente no diodo, observa-se um gráfico (I – V) como na Fig. 4.2. Figura 4.2. Gráfico I – V de um diodo de silício. • TENSÃO DE JOELHO é a tensão na qual a corrente começa aumentar rapidamente, essa tensão é igual a ddp da barreira potencial criada na junção. Para o Si essa barreira potencial é em torno de 0,7V e para o Ge 0,3V. • RETA DE CARGA, método utilizado para medir a corrente e a tensão exata no diodo em um circuito simples. Aplicando a lei das malhas no circuito (Fig 4.1) obtemos: VS - RSI - V= 0 ou I = (VS – V)/ RS Eq. 4.1 Através da Eq. 4.1, podemos determinar a reta de carga do diodo conforme a Fig. 4.3. Figura 4.3. Reta de carga de um diodo em série com uma fonte de 2V e um resistor de 100Ω. Pontos a serem observados na reta de carga: PONTO DE SATURAÇÃO é a corrente máxima. PONTO DE CORTE é a corrente mínima. PONTO DE OPERAÇÃO (Q) é o ponto que representa a corrente através do diodo e do resistor, veja que ele é o ponto de intersecção das duas curvas. Observe que S S VI R = (saturação) Eq. 4.2 SV V= (corte) Eq. 4.3 são os extremos da reta de carga. 2. APROXIMAÇOES DOS DIODOS • DIODO IDEAL é um dispositivo elétrico que conduz corrente perfeitamente em um sentido (tensão sob o diodo é zero) quando polarizado diretamente e um isolante perfeito quando polarizado reversamente (R→∞), isto é, o diodo ideal (Fig. 4.4) em um circuito age como se fosse uma chave. (polarização direta = chave fechada) e (polarização reversa = chave aberta). Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 17 Figura 4.4. Gráfico I – V de um diodo ideal e o equivalente do diodo ideal como chave. • SEGUNDA APROXIMAÇÃO DO DIODO, na segunda aproximação considera-se a tensão de joelho do diodo, que para o Si é de 0,7V. Na segunda aproximação não passa nenhuma corrente no diodo até que a tensão atinja a tensão de joelho (0,7V Si). Veja a Fig. 4.5. Figura 4.5. Gráfico I – V de um diodo pela 2ª aproximação e o equivalente do diodo pela 2ª aproximação como chave e bateria polarizada no sentido contrário a corrente elétrica. • TERCEIRA APROXIMAÇÃO DO DIODO, na terceira aproximação considera-se a tensão de joelho do diodo, que para o Si é de 0,7V e também leva em conta o valor da resistência de corpo rB. Na terceira aproximação não passa nenhuma corrente no diodo até que a tensão atinja a tensão de joelho (0,7V Si) e após atingir a tensão de joelho a corrente e a tensão varia linearmente com a resistência de corpo rB. . Veja a Fig. 4.6. Figura 4.6. Gráfico I – V de um diodo pela 3ª aproximação e o equivalente do diodo pela 3ª aproximação como uma chave em série com uma bateria polarizada no sentido contrário a corrente elétrica e um resistor. Exercícios de aprendizagem IV 1) Qual a potência dissipada por um diodo de Silício com polarização direta se a tensão no diodo for de 0,7V e a corrente de 100mA? 2) Esboce um gráfico I – V de um diodo de Silício com uma compensação de 0,7V e uma tensão de ruptura de 50V. Explique cada parte de do gráfico. 3) No circuito da Fig. 4.7 complete a tabela com os valores das correntes no amperímetro, usando a segunda aproximação, onde Vs é a tensão da fonte. Figura 4.7 Vs (V) 0.00 0.70 0.75 0.80 1.50 I (mA) 4) Na Fig. 4.8 calcule, usando a primeira aproximação, a corrente na carga, a tensão na carga, a potência na carga, a potência no diodo e a potência total. Figura 4.8 5) Repita o exercício (4) usando a segunda aproximação. 6) Repita o exercício (4) com a terceira aproximação sabendo que a resistência de corpo para o 1N4001 vale 0,23 Ω . 7) Se VS é 12V e RS é 47kΩ. Qual a corrente no diodo da Fig. 4.9? Figura 4.9 Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 18 8) Observe a Fig. 4.10 e calcule a corrente através do diodo e a potência dissipada. Dado: VS=200V, R1=10kΩ, R2=10kΩ e R3=5kΩ (utilize a primeira aproximação). Figura 4.10 9) Repita o exercício (8) utilizando a segunda aproximação. 10) Repita o exercício (8) utilizando a terceira aproximação, sabendo que rB = 0,25Ω. 11) Determine a corrente e a potência dissipada pelo diodo da Fig 4.11 utilizando a 1ª e a 2ª aproximação. (sugestão thevenize o circuito). Figura 4.11 PARTE V – CIRCUITOS COM DIODOS 1.CORRENTES ALTERNADAS É uma corrente varia senoidalmente com tempo, trocando de sentido7 (no Brasil comumente 60 ciclos/segundos ou 60Hz). A tensão que produz a corrente alternada é dada por. ( )t Pv V senθ= Eq. 5.1 7 É quando varia o sinal da tensão onde v é o valor instantâneo da tensão, VP é amplitude da onda (comumente chamado de tensão de pico) e θ (teta) é uma função do tempo dada por tθ ω= , sendo ω a freqüência angular. Figura 5.1 Tensão senoidal VALOR DE PICO A PICO8 (VPP). É muito comum utilizar o termo tensão de pico a pico, cujo seu valor é dado pela diferença entre o valor máximo e o valor mínimo da tensão alternada. max minPPV V V= − ou 2PP PV V= Eq. 5.2 VALOR EFICAZ (RMS)9, é um valor médio da tensão senoidal a qual ao passar por um resistor dissipa uma potência equivalente a de uma fonte de tensão continua, é muito comum representar um valor de tensão RMS por Vac. 0,707RMS PV V= Eq. 5.3 2.TRANSFORMADOR ELÉTRICO Um transformador ideal consiste em duas bobinas, com números de espiras diferentes enrolados em torno de um núcleo de ferro. O enrolamento primário, com N1 espiras, está ligado a um gerador (cc) cuja fem é dada por Pv V sen tω= , essa tensão alternada no enrolamento primário cria uma campo magnético variável o qual é transferido para o enrolamento secundário (N2 espiras) através de um núcleo10. Pela lei de indução de Faraday, a fem induzida por espira Vesp, é a mesma nos enrolamentos primários e secundários, deste modo: 8 Também chamada de tensão de pico a pico. 9 Termo inglês (Root Mean Square). 10 Geralmente o núcleo é de ferro ou ferrite. Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 19 1 2 1 2 B P P esp d V VV dt N N Φ = = = Eq. 5.4 Com um pouco de álgebra podemos reescrever de forma mais conveniente a Eq. 5.4 como: 2 2 1 1 P P NV V N = Eq. 5.5 onde N1:N2 é chamado de relação de espiras. Observe que de acordo com a Eq. 5.5 se N2>N1, o transformador eleva a tensão no secundário enquanto que N2<N1 o transformador abaixa a tensão no secundário. Figura 5.2. Transformador. 3. RETIFICADOR DE MEIA ONDA É o circuito elétrico mais simples capaz de converter uma (ca) em uma (cc), veja Fig. 5.3. Figura 5.3 (a) Circuito retificador de meia onda. (b) Sinal retificado na carga. No circuito retificador de meia onda o diodo deixa passar à corrente quando está diretamente polarizado, assim os semiciclos positivos (diodo diretamente polarizado) a corrente circula por ele, enquanto que semiciclos negativos (diodo reversamente polarizado) não há passagem de corrente. Por convenção, o 1º semiciclo positivo tem sentido horário e o 1º semiciclo negativo sentido anti-horário. O sinal de saída Fig. 5.3(b) é chamado sinal de meia onda. VALOR CC OU TENSÃO MÉDIA, valor medido com o voltímetro sobre a carga RL o qual é dado por VPL/π (VPL é a tensão de pico na carga) que pode ser escrito como. 0,318cc PLV V= Eq.5.6onde VPL = VP2 Eq.5.7 e o fator π vem em decorrência de ter apenas metade de um ciclo completo (ciclo completo possui um comprimento 2π). A CORRENTE DE CARGA (Icc) pode ser calculada através da lei de Ohm, isto é, CC CC L VI R = Eq.5.8 FREQÜÊNCIA DE SAÍDA, a freqüência de saída de um circuito meia onda é igual à freqüência de linha (entrada), isto é, o tempo gasto para a onda começar a se repetir (período) é o mesmo da linha. ANÁLISE GRÁFICA DO RETIFICADOR DE MEIA ONDA, no primeiro semiciclo positivo o diodo está diretamente polarizado e conduz corrente elétrica (chave fechada) de modo que a tensão sobre ele é zero e toda tensão fica então aplicada sobre a carga RL enquanto que no primeiro semiciclo negativo o diodo esta reversamente polarizado e não conduz corrente elétrica (chave aberta). Assim toda a tensão da fonte está aplicada sobre o diodo e a tensão na carga RL é zero, veja Fig. 5.4 e compare as tensões no diodo e na carga. Observe que a soma da tensão sobre o diodo mais a tensão sobre a carga é igual à tensão da fonte, visto que a tensão da fonte é distribuída para o diodo e para a resistência de carga (RL). Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 20 Figura 5.4 As tensões aplicadas sobre o diodo e a resistência de carga 4. RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA COM TOMADA CENTRAL (CENTERTRAP) Esse tipo de retificador é a união de dois retificadores de meia onda conforme a Fig 5.5. Na parte superior circuito temos a retificação do semiciclo positivo enquanto que na parte inferior do circuito a retificação do semiciclo negativo. A tensão no primário e no secundário é a mesma do circuito meia onda, porém, devido à tomada central está aterrada cada semiciclo do secundário tem apenas a metade do seu valor de pico. P2 PL VV = 2 Eq.5.9 Figura 5.5 (a) Circuito retificador de onda completa (centertrap), (b) Sinal retificado. VALOR CC OU TENSÃO MÉDIA, a tensão média com retificação completa é o dobro do valor medido em um retificador de meia onda. Observe que a tensão (VCC) sobre a carga RL é dada por 2VPL/ π que pode ser escrito como. 0,636cc PLV V= Eq.5.10 Observe que o valor médio na retificação completa é o dobro da retificação meia onda. A CORRENTE DE CARGA (Icc) pode ser calculada através da lei de Ohm, isto é, CC CC L VI R = Eq.5.11 FREQÜÊNCIA DE SAÍDA, a freqüência de onda completa é igual ao dobro da freqüência de linha (entrada), isto é, o tempo gasto para a onda começar a se repetir (período) é a metade da freqüência de linha. Por quê? Porque no retificador de onda completa temos condução nos dois semiciclos de modo que a onda repete na carga a cada semiciclo do primário. 2out inf f= Eq.5.12 ANÁLISE GRÁFICA DO RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA COM TOMADA CENTRAL, devido à tomada central o diodo D1 tem o sinal adiantado 90º em relação ao sinal no diodo D2. Assim, quando D1 está no semiciclo positivo (passa corrente), D2 está no semiciclo negativo, isto é, reverso (bloqueia a corrente) e vice-versa de modo que sempre metade da tensão do secundário está aplicada sobre a carga RL. Seguindo passo a passo o que ocorre no retificador de onda completa (Fig. 5.6), observa-se que inicialmente D1 (diretamente polarizado) a tensão sobre ele é zero de modo que a tensão está aplicada diretamente na carga e D2 (reversamente polarizado) a ddp da outra metade da derivação central está toda sobre ele. Assim a tensão na carga é simplesmente a metade da ddp no secundário esse processo é invertido quando o sinal de entrada inverte a polaridade resultando nos gráficos da Fig.5.6. Note que a soma das tensões sobre o diodo D1, sobre o diodo D2 e sobre a carga para qualquer instante é igual à tensão da fonte, isto já era de se esperar visto que a tensão da fonte está distribuída Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 21 para os diodos (D1 e D2) e para a resistência de carga (RL) e que todos os semiciclos negativos são ceifados11 pelos diodos. Figura 5.6. Os sinais de tensão em cada componente do circuito retificador de onda completa tomada central. Exemplo O transformador da Fig. 5.7 tem uma relação de espiras 3:1. Utilizando diodos ideais (VD = 0) calcule a tensão de carga cc. Ache também a corrente direta através de cada diodo Io e a tensão reversa de pico nos diodos (VIP). Figura 5.7 retificador de onda completa tomada central (centertrap). Primeiramente devemos calcular a tensão RMS no secundário V2 2 2 1 2 2 1 1120 40 3 RMS NV V V V V N = ⇒ = ⇒ = a partir de V2, podemos calcular a tensão de pico VP2 2 2 40 56,6 0,707 0,707P VV V= = = 11 Bloqueados pelo diodo. Desprezando a queda de tensão através do diodo (1ª aproximação), a tensão de pico na carga VPL é a metade deste valor devido à derivação central: 2 56,6 28,3 2 2 P PL VV V= = = A tensão de carga cc de carga é dada por: 0,636(28,3) 18CCV V= = A corrente de carga cc é dada pela lei de ohm. 18 265 68 CC CC L VI mA R = = = A corrente direta Io através do diodo é a metade desta, pois cada diodo conduz metade do tempo: 0 265 132 2 2 CCII mA= = = A tensão inversa de pico VIP de um centertrap é sempre igual à tensão de pico no secundário VP2. 56,6IPV V= 5. RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA EM PONTE. O Retificador em ponte com 4 diodos é a forma mais eficiente de se fazer uma retificação de onda completa, pois ele alcança a tensão de pico de um retificador de meia onda (VP2=VPL) e conseqüentemente um valor médio mais alto de retificador de onda completa. A Fig. 5.8 mostra um retificador em ponte com quatro diodos. Nos semiciclos positivos os diodos D2 e D3 estão diretamente polarizados, enquanto que os diodos D1 e D4 estão reversamente polarizados já nos semiciclos negativos ocorre o inverso, observe que para qualquer que seja o semiciclo a tensão aplicada na carga RL é a mesma. Figura 5.8. Circuito retificador em ponte e a onda retificada. Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 22 A tensão de pico na carga no retificador em ponte VPL é a mesma tensão de pico do secundário, pois toda tensão do secundário aparece sobre a carga RL. VPL = VP2 Eq.5.13 Como o retificador e de onda completa ele possui o mesmo valor médio ou cc do tomada central. Vcc = 0,636 VPL Eq.5.14 A freqüência de saída de um retificador em ponte é o dobro da freqüência de linha. 2out inf f= Eq.5.15 6. QUADRO COMPARATIVO DE EQUAÇÕES DOS RETIFICARES DE ONDA Meia Onda 1ª aproxi... 2ª aproxi... Nº de diodos 1 1 VPL VP2 VP2 – 0,7 VCC 0,318 VPL 0,318 VPL Icc Vcc/RL Vcc/RL VIP VP2 VP2 fout fin fin Onda Completa Tomada Central 1ª aproxi... 2ª aproxi... Nº de diodos 2 2 VPL VP2/2 (VP2 –1,4)/2 VCC 0,636 VPL 0,636 VPL Icc Vcc/RL Vcc/RL VIP VP2 VP2 fout 2fin 2fin Onda Completa em Ponte 1ª aproxi... 2ª aproxi... Nº de diodos 4 4 VPL VP2 VP2 – 1,4 VCC 0,636 VPL 0,636 VPL Icc Vcc/RL Vcc/RL VIP VP2 VP2 fout 2fin 2fin 7. FILTRAGEM DE ONDA COM CAPACITOR DE ENTRADA Como foi visto anteriormente, a tensão de um retificador apesar de ser continua é uma corrente pulsante, para converter essa corrente para corrente continua mais constante precisamos utilizar um filtro, isto é, um capacitor. FILTRAGEM DA MEIA ONDA Com a introdução do capacitor no circuito retificador meia onda a tensão torna-se praticamente constante conforme a Fig. 5.9. Por quê? A fonte de tensão senoidal com tensão de pico VP conduz corrente diretamente até no primeiro quartode ciclo quando atinge o valor VP. Atingido o valor máximo nesse instante o capacitor está carregado com uma tensão VP, como o valor da tensão na fonte começa a cair o capacitor começa a descarregar devido seu valor de tensão ser ligeiramente maior do que a fonte, assim o capacitor polariza o diodo reversamente e o diodo para de conduzir. Figura 5.9. Circuito meia onda com filtro e a onda filtrada. Estando o diodo reversamente polarizado (chave aberta), o capacitor descarrega na carga RL, porém antes que a tensão do capacitor chegue a um valor baixo a tensão da fonte já atingiu a tensão de pico VP novamente de forma a recarregar o capacitor. Esse fenômeno ocorre devido a constante de tempo de descarga do capacitor (τ = RC) ser muito maior que o período T do sinal de linha. Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 23 FILTRAGEM DE ONDA COMPLETA Em um retificador de onda completa a freqüência de ondulação é o dobro da freqüência de um retificador meia onda, logo o capacitor é carregado com uma freqüência duas vezes maior, isto é, o tempo de descarga é duas vezes menor que o meia onda, o que implica em uma ondulação menor e uma tensão de saída cc mais próxima da tesão de pico VP. Figura 5.10. Circuito onda completa (tomada central) com filtro e a onda filtrada. Em um retificador onda completa em ponte (Fig. 5.11) o sinal de saída filtrado é igual ao retificador tomada central. Figura 5.11. Circuito onda completa (ponte) com filtro e a onda filtrada. Comercialmente o sistema retificador utilizado é o retificador em ponte devido ele ser onda completa, a tensão ideal de pico é praticamente igual à tensão de pico no secundário e não necessita de um enrolamento secundário com derivação central. A tensão de ondulação, isto é, a diferença entre o valor máximo e mínimo de tensão no sinal de saída filtrado VOND12 é dado pela equação: 12 Essa tensão é comumente chamada de tensão de ripple. DC OND out IV f C = Eq.5.16 Ex. 5.1 Um retificador em ponte com filtro capacitivo tem uma tensão de entrada de 220VRMS. Se a relação de espiras do transformador é de 2200:127, a capacitância de 470µF e a resistência de carga 1kΩ. Qual a corrente media na carga e a tensão de ondulação de saída? Considere a queda dos diodos Solução A tensão RMS no secundário V2 é dada por 2 2 1 2 1 127 220 12,7 2200 NV V V V N = ⇒ = = O valor de pico da tensão no secundário VP2 é 2 2 2 12,7 17,96 0,707 0,707P P VV V V= ⇒ = Considerando a queda dos diodos, temos que a tensão média na carga VDC é. 17,96 1, 4 16,56DCV V= − = De posse do valor da tensão média na carga, podemos calcular a corrente média de carga. 16,56 16,56 1 DC DC DC L VI I mA R k = ⇒ = = Com o valor da corrente media e utilizando a Eq. 5.16 podemos calcular a tensão de ondulação na saída do retificador. 16,56 0, 293 120 470OND mV V µ = = ⋅ Observe que a freqüência não é dada no problema, mas supomos a freqüência padrão de rede no Brasil que é de 60Hz, e como o retificador é onda completa em ponte a freqüência de saída é o dobro. Se quisermos um valor mais preciso ainda da tensão média calculamos a tensão média levando em consideração a ondulação, a tensão com ondulação (VCC) é dada por: 2 OND CC DC VV V= − Eq.5.17 Se aplicarmos a Eq. 5.17 para o exmplo acima obtemos VCC= 16,41V. Como a ondulação é de um modo geral bem pequena, quase não altera o valor da tensão média, isto é, CC DCV V . Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 24 Exercícios de aprendizagem V Circuitos retificadores. Questões 1) O que são correntes alternadas? 2) Explique o funcionamento de um transformador elétrico. 3) Explique o que é tensão RMS e tensão de pico. 4) O que são circuitos retificadores? 5) Dado um retificador de meia onda com fonte senoidal. Desenhe as formas de onda da fonte, do diodo e da carga em um único gráfico. Faça uma análise bem detalhada. 6) Qual é a principal diferença em termos de circuito entre um retificador de meia onda e um retificador de onda completa tomada central? 7) Qual a vantagem de se usar um retificador de ponte ao invés de um retificador tomada central? 8) Explique o processo de filtragem da onda em um retificador com filtro (capacitor). Problemas 1. Sabendo que o transformador da Fig. 5.12 tem uma relação de espiras 22:2 e que RL=3kΩ. Calcule usando a primeira aproximação: a)A tensão de pico no secundário e a tensão de pico na carga; b)O valor cc (VCC) e a freqüência de saída; c)A corrente média na carga e a corrente direta através do diodo (I0). d)A potência no diodo e a potência no circuito. e)Ache a tensão inversa de pico (VIP) no diodo. f)Desenhe a forma de onda desse retificador indicando os valores calculados no gráfico. Figura 5.12 Circuito retificador meia onda. 2. Repita o exercício anterior utilizando a segunda aproximação, isto é, considerando a queda de tensão no diodo. 3. No transformador da Fig. 5.13 de relação 11:3 a tensão de pico no primário é 155,58V com freqüência de 50Hz. Sabendo que a resistência de carga vale 50Ω. Calcule: a)A corrente direta no diodo e a tensão inversa de pico. b)A potência total do circuito. Figura 5.13 Retificador Tomada central 4. Se a tensão do secundário for de 60VRMS na Fig. 5.14, qual dos diodos da tabela tem especificações I0 e VIP suficiente para serem utilizados no circuito. Diodo I0 VI P 1N914 50mA 20V 1N3070 100mA 175V 1N4002 1A 100V 1N1183 35A 50V Figura 5.14 Retificador tomada central. 5. Na Fig. 5.15, a tensão no secundário é de 40 VRMS. Determine utilizando a primeira aproximação: a)a tensão e a corrente de carga cc; b)a corrente média através de cada diodo; c)a tensao inversa de pico em cada diodo; d)a potência total do circuito e a freqüência de saída. Figura 5.15 Retificador em ponte. Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 25 6. Repita o exercício anterior utilizando a segunda aproximação. 7. Quais dos diodos do exercício 4 tem especificações suficientes para serem utilizados no circuito da Fig.5.15. 8. Supondo que a corrente de carga cc seja de aproximadamente 10mA e a capacitância 470µF. Admitindo um retificador em ponte e uma freqüência de linha de 60Hz. Calcule a tensão de pico a pico da ondulação (VOND) de saída. 9. Dadas as mesmas condições do exercício anterior. Calcule a tensão de pico a pico da ondulação que sai de um retificador de meia onda. Compare os valores. 10. Um retificador em ponte com filtro com capacitor de entrada tem uma tensão na saída de 25V. Se a resitência de carga for de 220Ω e a capacitância de 500µF, qual a ondulação de pico a pico? 11. Sendo a tensão no secundário no circuito da Fig.5.16 de 21,2VRMS. Determine: a)a tensão de carga cc sendo C = 220µF; b)a ondulação de pico a pico; c)as especificações mínimas I0 e VIP dos diodos. d)a tensão media com ondulação (veja ex. 5.1) Figura 5.16. Retificador ponte com filtro. 12. No circuito da Fig. 5.17 a tensão no secundário é de 60 VRMS e a capacitância 470µF. Calcule a tensão média com ondulação de saída. Figura 5.17 Retificador tomada central com filtro. PARTE VI – DIODOS COM FINALIDADES ESPECÍFICAS 1. DIODOS ZENER Os diodos Zener são diodos especiais projetados para trabalharem na região de ruptura, também chamados de diodos de ruptura. O diodo Zener tem grande aplicação na eletrônica, eles funcionam como reguladores de tensão. Variando-se o nível de dopagem desses diodos podemos obter diodos Zener com tensões de ruptura de 2V até 200V. A Fig. 6.1 mostra o símbolo de circuito de um diodo Zener em um circuito regulador de tensão, observeque o símbolo de um Zener é muito semelhante a um retificador, porém com uma linha assemelhada com a letra Z de Zener. Figura 6.1 Circuito simples com diodo Zener. É fácil de perceber que o diodo Zener do circuito da Fig. 6.1 está reversamente polarizado, visto que ele trabalha na região Zener (localizada na zona reversa), apesar de operar também nas regiões direta e de fuga. Gráfico I–V e especificações de um diodo Zener O gráfico I–V de um diodo Zener pode ser visto na Fig. 6.2. Observe que a tensão Vz é praticamente constante para quase toda região Zener ruptura. Figura 6.2. Gráfico I – V de um diodo Zener. Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 26 As folhas de dados geralmente especificam a tensão Zener VZ para uma determinada corrente de teste IZT conforme vista no gráfico I–V e IZM é a máxima corrente Zener especificada. A corrente IZM pode ser calculada através do quociente da potência Zener máxima (PZM) pela tensão Zener VZ, conforme a Eq. 6.1 abaixo. ZM ZM Z PI V = Eq.6.1 Apesar da curva I–V na região Zener ser quase vertical13 ela possui uma pequena inclinação, tal inclinação se deve ao fato do diodo Zener possuir uma pequena resistência Zener ou impedância Zener que é representada por RZ ou ZZ. 2. CIRCUITO REGULADOR DE TENSÃO Como visto anteriormente no gráfico I–V do diodo Zener a região de ruptura mantém uma tensão quase constante mesmo que a corrente varie, isto é, o diodo Zener estabiliza a tensão sobre ele. Devido esta propriedade da região Zener do diodo Zener ele é chamado também de diodo regulador de tensão. Em funcionamento normal um diodo Zener deve ser polarizado reversamente, pois ele trabalha na região reversa, além disso, a tensão VS da fonte deve ser maior que a tensão VZ do Zener para ativar o diodo. Nos circuitos Zener o diodo Zener sempre deve estar ligado em série com uma resistência limitadora de corrente RS conforme a Fig. 6.3. Figura 6.3. Circuito Zener simples. Aplicando a lei das malhas no circuito da Fig 6.3. encontramos a seguinte Eq. S ZZ S V VI R − = (2) Observe que a corrente que passa pela resistência é a mesma do Zener. A Eq. 2 pode ser usada para fazer a reta de carga como foi feita para os diodos retificadores. Suponha que VS = 20V e RS =1kΩ, 13 Curva quase paralela ao eixo das correntes então podemos fazer a reta de carga a partir da Eq. 2 que se reduz a: 20 1000 Z Z VI −= (3) Da Eq. 3 temos a seguinte reta de carga mostrada na Fig. 6.4, observe que possui duas retas de carga na Fig 6.4, pois uma VS = 20V e a outra VS = 30V. Figura 6.4 Reta de carga de um diodo Zener. Analisando o gráfico da Fig. 5.4, vê se que apesar da fonte VS aumentar seu valor de 20V para 30V o ponto de operação teve sua tensão quase inalterada. Assim podemos dizer que o diodo Zener funciona como um regulador de tensão. Aproximações de um diodo Zener Como a tensão de ruptura Zener é quase constante mesmo que a corrente varie, podemos considerar em um caso ideal (especial) que a tensão de ruptura Zener seja constante para qualquer corrente de modo que podemos aproximar o diodo Zener a uma fonte de tensão de valor VZ conforme a Fig 6.5. Figura 6.5. Aproximação de um diodo Zener ideal Em alguns projetos elétricos precisa-se de uma melhor precisão, assim recorremos a uma melhor aproximação, a segunda aproximação. Na segunda aproximação a pequena inclinação do gráfico I – V se dá devido à resistência Zener, que apesar de ser pequena, faz com que a tensão varie alguns décimos Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 27 de volt para variações consideráveis de corrente. Na segunda aproximação, o diodo Zener pode ser imaginado como uma fonte de tensão em série com a resistência Zener, veja Fig 6.6. Figura 6.6. Segunda aproximação de um diodo Zener. Na segunda aproximação à queda de tensão sobre o diodo Zener aumenta por um fator IRZ à medida que a corrente aumenta. É fácil verificar que nesta aproximação a variação de tensão em função da corrente é dada pela equação: Z Z ZV I R∆ = ∆ (4) Circuito regulador Zener No circuito regulador com a carga devemos colocar a carga em paralelo com o diodo Zener conforme a Fig 6.7. Figura 6.7. Circuito regulador Zener. Apesar do circuito regulador Zener ser de duas malhas, suas características I – V permanecem a mesma. Em um circuito regulador a primeira coisa a fazer é verificar se está reversamente polarizado e em funcionamento na região de ruptura. Para verificar o funcionamento do diodo Zener é preciso calcula a tensão aplicada aos terminais do diodo. Calculando a tensão de Thèvenin através do diodo encontramos: L TH S S L RV V R R = + (5) Como vimos, a tensão Zener deve ser menor que a tensão da fonte, isto é, VTH>VZ. Se o circuito não satisfizer esta condição, o Zener não está em funcionamento. Se o diodo estiver funcionando, então devemos verificar a corrente que passa por ele, para isto calculamos primeiro a corrente através da resistência limitadora RS, aplicando a lei das malhas no circuito da Fig 6.7 temos que a corrente IS através da resistência RS é dada por: S Z S S V VI R − = (6) Como o diodo Zener e a resistência de carga estão em paralelo, sendo a resistência Zener muito pequena, podemos dizer que a tensão Zener é aproximadamente igual à tensão na carga. L ZV V≅ (7) Pela lei de Ohm, temos então que a corrente de carga através de RL é: L L L V I R = ou ZL L VI R = (8) Aplicando a lei dos nós no circuito da Fig 6.7 temos que a corrente que passa no Zener mais a corrente de carga é igual a corrente da resistência série. Assim podemos equacionar a corrente Zener como sendo: Z S LI I I= − (9) A ondulação da tensão pelo resistor de carga alimentado pelo circuito regulador Zener se deve ao fato da fonte ser um sinal retificado e filtrado, porém com uma pequena ondulação. Devido a ondulação da fonte há uma ondulação de tensão na resistência série de forma que a corrente também varia. Figura 6.8. Circuito regulador. Demonstra-se facilmente que essa variação de tensão em função da variação de corrente é dada por: S S SV I R∆ ≅ ∆ (10) A proporção entre a variação de tensão na resistência série e a variação de tensão no Zener pode ser escrita como: Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 28 Z Z Z S S S V I R V I R ∆ ∆ ≅ ∆ ∆ (11) Para uma resistência de carga constante a variação de corrente Zener é igual à variação corrente na fonte. Assim podemos reescrever a Eq. 11 como: Z Z S S V R V R ∆ ≅ ∆ (12) Observe que ∆VS é a ondulação de entrada e ∆VZ a ondulação de saída do regulador, como a resistência Zener RZ é muito menor que a resistência limitadora RS, logo a ondulação de saída é muito menor que a ondulação de entrada. Assim está provado que o diodo Zener é um regulador de tensão. É importante verificar se o Zener está ou não fazendo regulação no circuito, principalmente quando a tensão da fonte baixa, pois o Zener sai da região de ruptura, isto é o Zener desliga. Quando isto ocorre temos que; (min) (min) (max) S Z S S V V I R − = (13) que pode ser rescrito como (min) (max) (min) S Z S S V V R I − = (14) Como visto anteriormente, Z S LI I I= − (15) Que em um caso extremo de funcionamento de baixa tensão pode ser escrito na forma (min) (min) (max)Z S LI I I= − (16) O ponto mais crítico ocorrerá quandoa corrente Zener mínima chegar a zero, o que indica que (max) (min)L SI I= (17) Substituindo a Eq. 17 na Eq. 14 obtemos uma relação muito útil em projetos elétricos. (min) (max) (max) S Z S L V V R I − = (18) Onde RS(max) é a resistência crítica, isto é, a máxima resistência em série que pode ser usada no circuito regulador. Exercícios de aprendizagem V Reguladores de Tensão. 1) Um regulador Zener sem carga (RL) tem uma tensão de alimentação de 20 V, uma resistência de série de 330 Ω e uma tensão Zener de 12 V. Qual a corrente no diodo Zener? 2) Se o resistor em série do problema anterior possuir uma tolerância de ± 10 %, qual será a corrente máxima no Zener? 3) O diodo Zener da Fig 6.9 abaixo tem VZ = 10V. Utilize a aproximação ideal para calcular a corrente Zener mínima é máxima. Figura 6.9 4) Suponha que no exercício anterior o diodo Zener tenha uma resistência de 7Ω. Utilize a segunda aproximação para calcular a variação de tensão Zener quando a tensão da fonte variar de 20 a 40V. 5) Faça as análises preliminares do regulador Zener da Fig 6.10 abaixo, isto é, calcule VTH, IS, IL e IZ. Figura 6.10 6) Suponha que a tensão no circuito da Fig. 6.11 possa variar até 0 V. Em algum lugar desta faixa o diodo Zener não manterá a regulagem. Calcule a tensão de alimentação no qual a regulagem será perdida. Figura 5.11 Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 29 7) Qual será a dissipação de potência nos resistores e no diodo Zener do circuito da Fig. 6.11? 8) No circuito pré-regulador da Fig. 6.12 encontre s ondulação final de saída. Figura 6.12 9) Um diodo Zener tem uma tensão de 10 V e uma corrente de 20 mA. Qual a dissipação de potência no diodo? 10) Se o diodo Zener for desconectado do circuito do exercício 6, qual será a tensão na carga? 11) O diodo Zener possui uma resistência Zener de 11,5 Ω. Se a fonte de alimentação tiver uma ondulação de 1 V, qual será a ondulação no resistor de carga (circuito do exercício 6). 12) Um regulador Zener tem uma tensão de entrada de 15 a 20V e uma corrente de carga de 5 a 20mA. Se a tensão Zener for de 6,8V, que valor deverá ter o resistor em serie? 13) Desenhe o diagrama elétrico de um regulador Zener com uma fonte de alimentação de 25 V, uma resistência em série de 470 Ω, uma tensão Zener de 15 V e uma resistência de carga de 15kΩ. Qual é a tensão na carga e a corrente no Zener? 14) Projete uma fonte que deve ser ligada a corrente de Goiânia e que tenha um sinal retificado, o mais constante possível e regulado. Após o projeto calcule: a tensão de ondulação se houver uma ondulação na saída do filtro de 5 V. 15) O que faz o circuito da Fig. 6.13? Figura 6.13 PARTE VI – TRANSISTORES Introdução Os transistores, inventados em 1948, são os dispositivos mais importantes da atualidade. Os transistores são os dispositivos que realmente iniciaram a revolução da eletrônica da qual somos testemunhas. Os transistores são dispositivos: • de três terminais. • utilizados para controlar sinais elétricos, cuja função é de amplificação e chaveamento da corrente. • que amplificam e controlam correntes grandes a partir de correntes ou voltagens pequenas. • que fazem chaveamento e são utilizados como interruptores eletrônicos para permitir ou bloquear a passagem de corrente sem ações mecânicas. • basicamente de dois tipos bipolares de junção e ou de junção e os transistores de efeito de campo ou FET (Field effect transistor). 1. TRANSISTOR BIPOLAR DE JUNÇÃO (TBJ) Os transistores bipolares são os transistores propriamente ditos e são controlados por uma corrente de entrada, enquanto que os transistores de efeito de campo são dispositivos controlados por voltagem (campo). Fisicamente o transistor é formado por três camadas semicondutoras dopadas e pode ser feito de duas formas, duas camadas do tipo n intercaladas por uma camada do tipo p (transistor do tipo npn) ou duas camadas do tipo p intercaladas por uma do tipo n (transistor do tipo pnp). Ambos desempenham a mesma função, porém com sentidos de correntes invertidos. O termo transistor bipolar de junção se dá ao fato de que lacunas e elétrons participam do processo de injeção no material opostamente polarizado. A Fig. 7.1 mostra o aspecto construtivo dos transistores. Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 30 Figura 7.1. Aspectos construtivos dos transistores bipolar de junção TBJ. Observe que seus terminais são representados pelas letras maiúsculas E (emissor), B (base) e C (coletor) (a) tipo npn e (b) tipo pnp. Emissor Camada fortemente dopada cuja função é emitir portadores de carga para a base (elétrons no npn e lacunas no pnp). Base Tem uma dopagem média e é muito fina, pois sendo fina possibilita que a maioria dos portadores de carga lançados pelo emissor passem para o coletor. Coletor Camada levemente dopada e muito mais espessa que o emissor, sua função é coletar os portadores de cargas da base emitidos pelo emissor. Operação do transistor Para entendermos o funcionamento do transistor, vamos basear em um transistor npn, visto que o transistor npn é mais utilizado na prática e os fenômenos em um transistor npn e um pnp são os mesmo, invertendo apenas os sentidos de corrente. Figura 7.2. Polarização direta. Observando a Fig. 7.2 e lembrando dos fenômenos que ocorrem em um diodo diretamente polarizado e um reversamente polarizado é fácil perceber que se polarizamos na junção Emissor- Base e na junção Coletor-Base com polarização direta, isso resultará numa grande corrente Emissor- Base e uma grande corrente Coletor-Bases as quais se juntaram na base, tal corrente é formada pelos portadores de cargas majoritários (elétrons livres) conforme Fig 7.2. Se polarizarmos ambas as junções reversamente (Fig. 7.3) isso resultará em uma pequena corrente de reversa de portadores de carga minoritários composta pela corrente de saturação (portadores de carga produzidos termicamente) e corrente superficial de fuga. Desta forma vemos que ou temos uma grande corrente quando os “diodos” estão diretamente polarizados ou uma pequena corrente reversa quando os “diodos” estiverem reversamente polarizados. Figura 7.3. Polarização reversa. 2. POLARIZAÇÃO DIRETA-REVERSA. Quando se polariza um transistor com a polarização direto reversa ocorre um fenômeno inesperado, de fato ocorre o fenômeno transistor “transfer –resistor”. Assim o “diodo emissor” (emissor-base) é polarizado diretamente e o “diodo coletor” (base coletor) é polarizado reversamente. Da configuração direta-reversa o que é natural de se esperar e que haja uma corrente considerável no diodo emissor e uma baixa corrente reversa no diodo coletor. Tal fato não ocorre, pois se verifica que a corrente coletor é considerável e de magnitude próxima da corrente do emissor. Análise Quando polarizamos o diodo emissor diretamente, com uma tensão VEB conforme a Fig. 7.4., a junção emissor-base funciona como um diodo polarizado diretamente, ou seja, circula uma corrente considerável IB de portadores majoritários (elétrons livres), além de uma pequena corrente em sentido contrário devido aos portadores minoritários Apontamentos de aula de Física p/ Computação II versão 2007. Prof: MSC. Elias Ribeiro Silva Martins 31 (lacunas), “tal corrente é desprezível e na maioria das vezes é desprezada na prática”. Figura 7.4. Polarização direta da junção Emissor-Base. Polarizando agora o diodo coletor reversamente com uma tensão VCB > VEB, observa-se que a barreira potencial aumenta e assim diminuindo drasticamente o fluxo de corrente de portadores majoritários. Porém os portadores minoritários atravessam a barreira com facilidade
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