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O direito à inclusão

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PSICOLOGIA E 
A PESSOA COM 
DEFICIÊNCIA
Caroline Corrêa 
Fortes Chequim 
O direito à inclusão
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir deficiência.
  Reconhecer como deve ser incluída a pessoa com deficiência.
  Identificar os direitos da pessoa com deficiência.
Introdução
O direito à inclusão social da pessoa com deficiência é resultado de um 
caminho de lutas, especialmente dos movimentos sociais ligados a essa 
causa, de pesquisadores, deficientes e seus familiares. No percurso dessa 
mobilização, a publicação do Estatuto da Pessoa com Deficiência, em 
2015, trouxe ainda mais avanços na busca por uma sociedade inclusiva.
Neste capítulo, você vai estudar o contexto da implementação dos 
direitos das pessoas com deficiência (PCDs) no Brasil, tanto no âmbito 
educacional como no ambiente corporativo. Também vai conhecer as 
nomenclaturas utilizadas ao longo da história dessa população no Brasil. 
Além disso, você vai ver como as pessoas com deficiência devem ser 
reconhecidas na sociedade, ou seja, enquanto sujeitos de uma cons-
trução histórico-social — portanto, você vai estudar o preconceito, a 
discriminação e a legislação, verificando a necessidade de uma sociedade 
de fato inclusiva. Por fim, você vai conhecer os direitos das pessoas com 
deficiência no Brasil. Vai ver quando esses direitos surgiram e por que 
ainda é necessário debatê-los no século XXI.
Deficiência
Você já deve ter lido ou escutado as pessoas com defi ciência serem chamadas 
de “defi cientes”, “pessoas com necessidades educacionais especiais”, “pessoais 
especiais”, “retardados” e tantas outras nomenclaturas impostas pela sociedade, 
seja no ambiente educacional, seja no ambiente empresarial. Aranha (2006, p. 21) 
destaca que a defi ciência, no modelo médico, pode ser compreendida como 
“[...] qualquer tipo de perda ou anormalidade que limite as funções físicas, 
sensoriais ou intelectuais de uma pessoa”. 
Você deve ficar atento para não confundir os termos “deficiência” e “doença”. 
Eles podem parecer semelhantes em determinadas situações, mas na verdade 
são diferentes. As doenças são um conjunto de sinais, de sintomas que afetam 
o estado normal de saúde física ou mental de um indivíduo. Gaudenzi e Ortega 
(2016), ao contextualizarem o termo deficiência, apontam que ele representa 
um estado patológico que reflete a ausência, a insuficiência, a improbabilidade 
de funcionamento de determinado órgão, membro ou mesmo da psique do 
indivíduo. Veja: 
Um exemplo da expressividade dos estudos críticos foi a relevância que 
ganharam seus questionamentos à linguagem sobre a deficiência utilizada 
na Classificação Internacional de Lesão, Deficiência e Handicap (ICIDH), 
proposta pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1980. Os críticos 
reivindicavam a descrição da deficiência como uma questão de direitos hu-
manos e não apenas biomédica. Neste momento a interpelação de natureza 
política tinha como um dos principais alvos a relação de causalidade entre 
impairments, disabilities e handicaps assumida pela ICIDH. De acordo com a 
mesma, impairments significava perda ou anormalidade de uma estrutura ou 
função corporal — psicológica, fisiológica ou anatômica; disability significava 
a restrição ou perda da capacidade de performance de atividades de forma 
considerada normal para os seres humanos; e handicap era a desvantagem de 
uma pessoa individual oriunda do impairment ou da disability que a limita 
de desempenhar um papel que é normal em determinado grupo. Para os 
críticos, a afirmação da relação de causalidade entre essas condições refle-
tia a soberania da linguagem biomédica e a ênfase em propostas curativas. 
Como resultado da revisão da ICIDH, em 2001, foi aprovada a Classificação 
Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) (GAUDENZI; 
ORTEGA, 2016, p. 3062).
Com base na classificação de deficiência da OMS, no Brasil foram adota-
das as definições: deficiência visual, deficiência auditiva, deficiência física, 
deficiência intelectual, transtorno do espectro autista e síndromes (ORGANI-
ZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE , 2010). O Decreto nº. 5.296 (BRASIL, 2004) 
definiu as pessoas com deficiência como aquelas que possuem limitações, 
incapacidades para aprendizagem e para desempenhar qualquer atividade. 
A deficiência auditiva (DA) é entendida como a perda total ou parcial da 
audição, podendo ser detectada em um ou ambos ouvidos, caso em que será 
bilateral. As crianças podem fazer uso ou não do aparelho de amplificação 
sonora individual (AASI), bem como passar por uma cirurgia de implante 
O direito à inclusão2
coclear (IC). A DA pode ser classificada em vários níveis: leve, moderada, 
severa ou profunda. Nos casos em que há perda severa ou profunda, normal-
mente o indivíduo identifica-se com a comunidade surda, sendo usuário da 
Língua Brasileira de Sinais (Libras), uma língua gestovisual que os surdos 
utilizam para se comunicar com os ouvintes e para melhorar sua aprendizagem 
(QUADROS; KARNOPP, 2004).
A deficiência visual (DV) é caracterizada pela perda parcial ou total da 
visão em um ou ambos os olhos. Tal perda não pode ser corrigida com o uso de 
óculos ou com tratamento cirúrgico. Ela pode ser classificada de duas formas: 
visão subnormal (perda leve, moderada, severa ou profunda que diminui as 
respostas e reflexos, mesmo com tratamento óptico) e cegueira (ausência de 
visão em um ou nos dois olhos).
A deficiência física (DF) é uma alteração motora que pode ser completa 
ou parcial e afetar uma ou mais partes do corpo humano, levando à perda das 
funções motoras. Os tipos de DF são: paralisia cerebral, hemiplegia, tetraplegia, 
paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, triplegia, amputações e 
patologias do sistema nervoso central.
A deficiência intelectual (DI), chamada anteriormente de deficiência 
mental, envolve alterações no funcionamento intelectual do indivíduo. Ou 
seja, ele pode apresentar limitações que afetam a sua sociabilidade. A DI é 
classificada em leve, moderada, grave ou profunda.
O transtorno do espectro autista (TEA) era classificado como uma das 
formas de deficiência intelectual, no entanto, devido às suas características e 
peculiaridades, foi classificado como um transtorno a partir de 2009. O TEA 
é um grupo de transtornos que afeta a interação social, o comportamento do 
indivíduo, a repetição dos comportamentos e os interesses por determinada 
coisa ou objeto. 
O conceito de mobilidade reduzida, por sua vez, faz referência às pes-
soas que não se enquadram nas deficiências anteriores e não conseguem se 
movimentar temporária ou permanentemente, tendo redução na flexibilidade 
e na coordenação motora (BRASIL, 2004).
Para definir as deficiências, é necessário realizar um retrospecto histórico 
das suas nomenclaturas. No período colonial, a educação da pessoa com 
deficiência envolvia práticas excludentes. Predominava o encarceramento em 
prisões, asilos e hospitais, bem como o isolamento da sociedade. As famílias 
eram obrigadas a deixar seus descendentes e parentes em casa, pois, se saíssem 
de casa e houvesse alguma desordem pública, essas pessoas poderiam ser 
internadas nas Santas Casas de Misericórdia.
3O direito à inclusão
As Santas Casas de Misericórdia, criadas pela Igreja Católica, surgiram no Brasil em 1731, 
em Salvador. Elas tinham como objetivo principal atender, acolher e assistir crianças 
que eram abandonadas por seus familiares. Para que isso acontecesse e os familiares 
não fossem identificados, as crianças eram colocadas nas rodas dos expostos. Do lado 
de fora do edifício, a roda recebia crianças deixadas pelas famílias, que se mantinham 
incógnitas. Quando era girada, a roda trazia as crianças para dentro do edifício. Assim, 
as freiras as recolhiam e as assistiam nas suas necessidades, evitando que fossem 
mortas (ARANHA, 1997).
Lanna Junior (2010) evidencia a história do movimento político da pessoa 
com deficiência no Brasil ao relatar o tratamentodispensado às pessoas com 
hanseníase:
[...] as pessoas com hanseníase eram isoladas em espaços de reclusão como 
o Hospital dos Lázaros, fundado em 1741. A pessoa atingida por hanseníase 
era denominada de “leprosa”, “insuportável” ou “morfética”. A doença pro-
vocava horror pela aparência física do doente não tratado — eles possuíam 
lesões ulcerantes na pele e deformidades nas extremidades do corpo —, que 
era lançado no isolamento dos leprosários e na exclusão do convívio social 
(LANNA JUNIOR, 2010, p. 20).
No período imperial, ocorreram importantes ações do governo brasileiro 
com vistas à criação de institutos nacionais para pessoas com deficiência, tal 
como o Hospital Dom Pedro II, criado no Rio de Janeiro, em 1841, por meio 
do Decreto nº. 82/1841 (BRASIL, 1841). Esse hospital era destinado às pessoas 
alienadas (SAVIANI, 2008).
Já para as pessoas cegas e surdas foram implementados o Instituto Impe-
rial dos Meninos Cegos e o Instituto Imperial dos Surdos, ambos no Rio de 
Janeiro, em 1854 e 1856, respectivamente. Os institutos tinham como objetivo 
alfabetizar, ensinar a religião, os ofícios manuais, as ciências e a astronomia a 
essas pessoas. A ideia era que tivessem conhecimento para adquirir e receber 
a herança (SAVIANI, 2008).
No período republicano, as crianças com deficiência eram chamadas de 
“retardadas” e “doentes mentais”. Assim, um dos maiores desafios desse perí-
odo foi encontrar professores especializados e habilitados para trabalhar com 
essa população. As Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAEs) 
O direito à inclusão4
tiveram um papel fundamental na formação de professores, na alfabetização 
e na socialização das crianças com deficiência (SAVIANI, 2008).
Mais tarde, na década de 1950, surgiu o movimento exclusivista, que 
separava as crianças com deficiência das crianças sem deficiência (na época 
classificadas como normais). No geral, a aprendizagem das crianças nessas 
escolas especiais era menor e o seu rendimento ficava aquém do ideal para a 
idade que possuíam (SAVIANI, 2008).
Na década de 1980, um movimento de pesquisadores e familiares de crian-
ças com deficiência se fortaleceu e lutou para crianças serem incluídas nas 
escolas regulares. Surgiu então o movimento integracionista, que ganhou 
forças principalmente com a expansão da Secretaria de Educação Especial 
(CENESP) no Ministério da Educação (QUADROS; KARNOPP, 2004).
A partir desse movimento, as pessoas com deficiência foram integradas 
na mesma escola regular que as crianças sem deficiência. A priori, essa in-
tegração propiciou maior e melhor aprendizagem das crianças, no entanto 
os profissionais não estavam preparados para trabalhar com essa população. 
Afinal, a formação inicial dos professores que atuavam nessa época não 
incluía disciplinas e/ou discussões referentes a essa temática. Portanto, como 
poderiam trabalhar adequadamente com essas crianças? 
Aos poucos, os cursos de formação continuada foram se alterando, com 
a supervisão e a regulação do Ministério da Educação e da SERES, que 
evidenciou a necessidade de mudança na estrutura curricular dos cursos 
para propiciar uma formação mais adequada. Em 1994, com a Declaração 
de Salamanca, o Brasil, seu signatário, assumiu o compromisso de iniciar 
o processo de inclusão. Em 1996, foi publicada a nova Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº. 9.394/1996 (BRASIL, 1996), que 
evidenciou a educação especial como uma modalidade de ensino. 
Desde então, o movimento inclusivista foi implementado no Brasil, nas 
escolas públicas e privadas. Houve a publicação de leis e decretos posteriores à 
LDB que indicaram a necessidade de melhorar a acessibilidade arquitetônica, 
curricular, atitudinal e procedimental para as crianças. Assim, os cursos 
de formação de professores precisaram ser revistos. Além disso, cursos de 
formação continuada, como especializações, cursos de atualizações e cursos 
de aperfeiçoamentos, foram criados para discutir as melhores práticas de 
ensino para as crianças.
Atualmente, a nomenclatura mais adequada e utilizada é “pessoa com 
deficiência”, em substituição à expressão “pessoa portadora de deficiência”. 
Nesse sentido, entende-se que quem possui a deficiência não tem a possibilidade 
de não possui-la, ou seja, o termo “portadora” não é adequado.
5O direito à inclusão
O maior hospital psiquiátrico brasileiro é o Hospital Colônia, localizado em Barbacena, 
Minas Gerais. Nesse hospital, ocorreu a morte de mais de 60 mil brasileiros internados 
compulsoriamente, muitas vezes sem necessidade. Para saber mais sobre esse assunto, 
uma boa leitura é Holocausto brasileiro: vida, genocídio e 60 mil mortes no maior hospício 
brasileiro, da jornalista Daniela Arbex. 
Como incluir a pessoa com deficiência?
A publicação do Estatuto da Pessoa com Defi ciência, Lei Federal nº. 13.146/2015 
(BRASIL, 2015), trouxe avanços importantes. Além disso, vários pesquisa-
dores, familiares e segmentos da população têm lutado para que a sociedade 
seja inclusiva não apenas na lei, mas na prática. 
É necessário que as necessidades das pessoas com deficiência sejam perce-
bidas para que a inclusão ocorra de fato na educação, na saúde, na locomoção, 
no esporte, na cultura, no lazer, na religião e em tantos outros contextos. 
Contudo, o que se observa é que as pessoas, em vez de incluir os diferentes, 
acabam excluindo-os ao não propiciar a acessibilidade arquitetônica, curricular, 
instrumental e comunicacional. Dessa forma, como é possível reconhecer 
os direitos das pessoas com deficiência na sociedade e como elas devem ser 
incluídas?
Esse e outros tantos questionamentos são importantes para que a inclusão 
aconteça plenamente. Isso só vai ocorrer se houver o comprometimento de 
escolas, instituições de ensino, empresas, ONGs, etc. que compreendam as 
limitações de cada deficiência e viabilizem as adequações necessárias para 
a inclusão. 
A inclusão ocorre não apenas nas placas indicativas em filas preferenciais, 
mas por meio de ações que contribuem de fato para o reconhecimento das 
pessoas com deficiência. Entre essas ações, você pode considerar: 
1. o ensino de Libras para todos, independentemente do curso ou da 
vivência, para que essa língua seja disseminada no Brasil, tendo em 
vista que é a segunda língua oficial do País (BRASIL, 2002);
2. o uso de piso tátil e de placas indicativas, de semáforo sonoro, materiais 
e móveis em Braille para os cegos;
O direito à inclusão6
3. o uso da comunicação alternativa para todas as pessoas com deficiência 
intelectual e TEA;
4. a adaptação da arquitetura dos imóveis, dos carros, dos transportes 
públicos e das calçadas para os deficientes físicos.
Assim, com respeito a todos e prezando pela igualdade, a sociedade, de fato, 
caminhará para a inclusão. Na Figura 1, a seguir, você pode ver a evolução do 
emprego formal das pessoas com deficiência no Brasil, conforme relatório do 
Ministério do Trabalho (BRASIL, 2017).
Figura 1. Evolução do emprego formal de pessoas com deficiência no Brasil (2011 a 2015).
Fonte: Ministério do Trabalho (2017).
Para aprender mais sobre a inclusão de pessoas com 
 deficiência, leia o Estatuto da Pessoa com Deficiência, dispo-
nível no link ou código a seguir. Esse documento apresenta 
as alterações realizadas na legislação brasileira para o apoio 
à inclusão e a inserção das pessoas com deficiência no País.
https://goo.gl/QJyQBh
7O direito à inclusão
Os direitos da pessoa com deficiência
A Constituição Federativa do Brasil, promulgada em 1988 (BRASIL, 1988), 
garante o direito de todos à educação, à saúde, à segurança e à vida. Contudo, 
para que exista a equalização de direitos e deveres, bem como o cumprimento 
das leis de acessibilidade e inclusão de pessoas com defi ciência, são necessárias 
mudanças nos hábitos e costumes da população.
Em relação ao transporte, é necessário que exista gratuidade ou desconto 
em passagens no transporte público, intermunicipal e interestadual. Com isso, 
a adequação ea acessibilidade devem ser garantidas pelas empresas para que 
a mobilidade seja atendida. Há também a necessidade de reserva de vagas para 
as pessoas com deficiência, que têm prioridade para ocupar os assentos. Além 
disso, devem ser reservadas vagas em estacionamentos públicos e privados 
(desde que o automóvel esteja cadastrado para o transporte de pessoas com 
deficiência, seguindo a legislação de trânsito).
Já no campo trabalhista, os concursos devem garantir a reserva de no 
mínimo 5% das vagas para as pessoas com deficiência. Muitas pessoas não 
sabem, mas a Lei de Cotas garante horário de serviço reduzido a essa po-
pulação, dependendo de suas limitações, sem prejuízo salarial, desde que a 
deficiência seja comprovada com laudo médico. A recusa de empregar pessoas 
com deficiência sem uma justificativa plausível ou aceitável pelo Ministério do 
Trabalho é motivo para que a empresa seja denunciada e processada com multa. 
No que se refere à educação, as pessoas com deficiência têm o direto 
de ocupar 5% do total de vagas nas universidades públicas; em instituições 
privadas, devem existir programas para atender a esses estudantes. Na edu-
cação básica, é fundamental que a lei seja cumprida, ou seja, todos devem 
ter a escolarização garantida. Todavia, para que os direitos das pessoas com 
deficiência sejam garantidos, é necessário que o preconceito e a discriminação 
sejam continuadamente descontruídos e combatidos.
As pessoas com deficiência também estão isentas de tributos previstos na 
Constituição Federativa do Brasil (BRASIL, 1988), tais como: IPVA e IPI em 
automóveis utilitários. Para que isso ocorra, o Código Nacional de Trânsito 
Brasileiro regulamentou que não há necessidade de o carro ser adaptado, mas 
o comprador deve apresentar os documentos necessários para a aquisição do 
veículo. No caso de pessoas com deficiência física e mobilidade reduzida, os 
carros devem ser adaptados. Vale destacar que os automóveis das pessoas com 
deficiência devem manter o selo de identificação no vidro dianteiro.
O direito à inclusão8
Até o século XIX, de acordo com Mazzotta (2001), as crianças com deficiência não tinham 
direito de herdar a herança dos pais ou responsáveis falecidos, pois acreditava-se que 
essas pessoas não possuíam capacidade mental para gerir o patrimônio que receberiam 
de suas famílias. Todavia, com os avanços da medicina e da área clínica, observou-se 
que as crianças poderiam receber a herança desde que a deficiência intelectual não 
fosse severa ou profunda, podendo ser tuteladas por meio de curadores. 
Nesse sentido, a Reforma Trabalhista ocorrida em 2017 no Brasil definiu que as crianças 
e as pessoas com deficiência, caso não existam familiares vivos que possam assisti-las, 
podem ser tuteladas por curadores nomeados pelo Ministério Público. 
Além disso, a Lei nº. 9.394/1996 (BRASIL, 1996) se refere à importância 
do uso do cão-guia, o que se relaciona ao direito dos deficientes visuais de 
transitar e se locomover em todo o território brasileiro, inclusive em viagens 
nacionais e internacionais. 
De acordo com o art. 8º da Lei nº. 7.853/1989 (BRASIL, 1989), será punido 
com pena de reclusão de 1 a 4 anos e multa:
a) quem recusar, suspender, cancelar ou fazer cessar, sem justa causa, a 
matrícula de aluno com deficiência;
b) impedir o acesso de pessoa com deficiência a qualquer cargo público;
c) negar trabalho ou emprego ao deficiente;
d) recusar, retardar, diminuir ou dificultar a internação hospitalar ou 
deixar de prestar assistência médico-hospitalar ou ambulatorial, quando 
possível à pessoa com deficiência.
Como você viu, ao longo dos séculos, os deficientes foram adquirindo 
seus direitos e também deveres para a convivência em uma sociedade justa 
e igualitária. Em resumo, a Constituição Federal regulamenta o direito à 
igualdade de todos, bem como o direito ao acesso e à permanência das pes-
soas com e sem deficiência em espaços públicos e privados, além do direito à 
vida e à segurança. Para tanto, é importante a colaboração, a participação e o 
envolvimento do Estado e dos cidadãos. Assim, de fato, é possível construir 
uma sociedade justa, igualitária e sem discriminação.
9O direito à inclusão
1. O direito à inclusão é uma 
garantia estabelecida pela 
Constituição Federal de 1988. 
A Constituição garante:
a) somente a acessibilidade 
educacional.
b) somente a acessibilidade a 
transporte e segurança.
c) a acessibilidade em todos 
os setores da sociedade.
d) a acessibilidade em todos os 
setores, exceto aos idosos.
e) a acessibilidade a todos os 
setores da comunidade, exceto 
aos menores de idade.
2. No que se refere à educação 
das pessoas com deficiência, 
atualmente se destaca a educação 
inclusiva. Sobre esse assunto, 
assinale a alternativa correta.
a) A escola inclusiva garante a 
acessibilidade a todos os alunos, 
atendendo às limitações e às 
necessidades de cada um.
b) A escola inclusiva garante 
apenas a acessibilidade às 
pessoas com deficiência física.
c) A escola inclusiva trata de forma 
indiferente as pessoas com 
deficiência, sem considerar suas 
limitações e potencialidades.
d) A escola inclusiva garante 
somente a acessibilidade 
comunicacional aos alunos 
que se destacam.
e) A escola inclusiva integra 
todos os estudantes com 
qualidade, evidenciando suas 
necessidades e limitações.
3. O conceito de inclusão surge com a 
Declaração de Salamanca, em 1994. 
Assim, para que a inclusão exista 
de fato, é necessário que atinja:
a) a todos, independentemente da 
limitação e da potencialidade.
b) apenas os institutos especiais.
c) somente as instituições especiais.
d) a todos que frequentam o 
atendimento regular.
e) a todos que frequentam 
as empresas inclusivas.
4. Em relação à empregabilidade 
das pessoas com deficiência, 
assinale a alternativa correta.
a) A empresa só pode 
contratar PCDs leves.
b) A empresa só pode contratar 
deficientes físicos.
c) A empresa deve contratar 
qualquer PCD que se 
candidatar à vaga.
d) A empresa não precisa 
contratar PCDs.
e) A empresa contrata 
só 5% de PCDs.
5. Assinale a alternativa que 
apresenta as principais barreiras 
para as pessoas com deficiência 
no mercado de trabalho.
a) Acessibilidade e gestores 
despreparados.
b) Acessibilidade e setor de 
recursos humanos.
c) Acessibilidade, setor 
de recursos humanos, 
benefícios da Previdência e 
gestores despreparados.
d) Foco exclusivo para cotas.
e) Foco exclusivo para cotas, 
acessibilidade e baixa 
qualificação dos PCDs.
O direito à inclusão10
ARANHA, M. L. A. História da educação e da pedagogia: geral e Brasil. 3. ed. São Paulo: 
Moderna, 2006.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: 
Senado Federal, 1988.
BRASIL. Decreto 5.296, de 02 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis nos 10.048, de 8 
de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 
10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos 
para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mo-
bilidade reduzida, e dá outras providências. 2004. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5296.htm>. Acesso em: 20 ago. 2018.
BRASIL. Decreto nº. 82, de 18 de julho de 1841. Fundando um Hospital destinado priva-
tivamente para tratamento de Alienados, com a denominação de Hospício de Pedro 
Segundo. 1841. Disponível em: <http://legis.senado.leg.br/legislacao/DetalhaSigen.
action?id=385725>. Acesso em: 20 ago. 2018.
BRASIL. Lei nº. 7.853, de 24 de outubro de 1989. Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras 
de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração 
da Pessoa Portadora de Deficiência - Corde, institui a tutela jurisdicional de interesses 
coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define 
crimes, e dá outras providências. 1989. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
Ccivil_03/Leis/L7853.htm>.Acesso em: 20 ago. 2018.
BRASIL. Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da 
educação nacional. 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/
L9394.htm>. Acesso em: 20 ago. 2018.
BRASIL. Lei nº. 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais e 
dá outras providências. 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/2002/l10436.htm>. Acesso em: 20 ago. 2018.
BRASIL. Lei nº. 13.146, de 06 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa 
com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). 2015. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm>. Acesso em: 20 ago. 2018.
BRASIL. Ministério do Trabalho. Relação anual de informações sociais. 2017. Disponível 
em: <http://trabalho.gov.br/rais>. Acesso em: 20 ago. 2018.
CAOLI, C. 81% contratam pessoas com deficiência só 'para cumprir lei'. G1, maio 2015. 
Disponível em: <http://g1.globo.com/concursos-e-emprego/noticia/2014/11/81-con-
tratam-pessoas-com-deficiencia-so-para-cumprir-lei.html>. Acesso em: 20 ago. 2018.
GAUDENZI, P.; ORTEGA, F. Problematizando o conceito de deficiência a partir das noções 
de autonomia e normalidade. Ciência & Saúde Coletiva, v. 21, n. 10, 2016. Disponível 
em: <http://www.scielo.br/pdf/csc/v21n10/1413-8123-csc-21-10-3061.pdf>. Acesso 
em: 20 ago. 2018.
11O direito à inclusão
LANNA JÚNIOR, M. C. M. História do movimento político das pessoas com deficiência no 
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O direito à inclusão12
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