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Tecido Ósseo

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Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia 
Departamento de Ciências Biológicas 
Curso: Odontologia 
Prof.ª: Gyselle Cynthia Silva Meireles Lemos 
Monitora: Deborah Evelyn Ribeiro Dos Santos 
 
 
 É o constituinte principal do esqueleto, que 
serve para suportar as partes moles e proteger 
os órgãos vitais. 
 Aloja e protege a medula óssea 
 Proporciona apoio para os músculos 
esqueléticos, transformando suas contrações 
em movimentos e constituindo o sistema de 
alavancas. 
 Os ossos funcionam como deposito de cálcio, 
fosfato e outros íons. 
 É um tipo especializado de tecido conjuntivo 
formado por células e material extracelular 
calcificado, a matriz óssea. 
 Todos os ossos são revestidos em suas 
superfícies externas e internas por membranas 
conjuntivas que possuem células osteogênicas, 
o periósteo e o endósteo, respectivamente. 
 As células do tecido ósseo são: osteócitos, 
osteoblastos e osteoblastos. 
 A nutrição dos osteócitos, que se situam em 
cavidades ou lacunas, depende de canalículos 
que existem na matriz e permitem troca de 
moléculas e íons entre os capilares sanguíneos 
e as células. 
 
 
 Osteócitos 
 São células encontradas no interior da matriz 
óssea, ocupando as lacunas das quais partem 
canalículos. Dentro dos canalículos os 
prolongamentos dos osteócitos estabelecem 
contato através de junções comunicantes. 
 A pequena quantidade de material extracelular 
presente entre os osteócitos e a matriz óssea 
constitui uma via de nutrientes e metabólitos. 
 Os osteócitos são essenciais para a 
manutenção da matriz óssea. 
 Osteoblastos 
 São células que sintetizam a parte orgânica da 
matriz óssea. São capazes de concentrar 
fosfato de cálcio, participando da mineralização 
da matriz. 
 Uma vez aprisionado pela matriz recém-
sintetizada, o osteoblasto passa a ser chamado 
de osteócito. 
 A matriz é depositada ao redor do corpo da 
célula e de seus prolongamentos, formando 
assim as lacunas e os canalículos. 
 A matriz recém-formada, ainda não calcificada, 
é chamada de osteóide. 
 Osteoclastos 
 São células móveis, gigantes, extensamente 
ramificadas, com partes dilatadas que contêm 
de 6 a 50 ou mais núcleos. Estas células se 
originam de percussores mononucleados 
provenientes da medula óssea. 
 A superfície ativa apresenta prolongamentos 
irregulares e é voltada para matriz óssea. 
Circundando essa área de prolongamentos 
existe uma zona, denominada de ZONA 
CLARA, que é o local de adesão do osteoclasto 
com a matriz e onde ocorre a reabsorção 
óssea. 
 
 
 Os íons mais encontrados são o fosfato e o 
cálcio. O fósforo e o cálcio formam cristais que 
tem a estrutura de hidroxiapatita. 
 A parte orgânica da matriz é formada com fibras 
colágenas constituídas de colágeno do tipo I e 
por pequena quantidade de proteoglicanas e 
glicoproteínas. 
 
 
 As principais funções do endósteo e do 
periósteo são a nutrição do tecido e o 
fornecimento de novos osteoblastos para o 
crescimento e recuperação do osso. 
 A camada mais superficial do periósteo contém 
principalmente fibras colágenas e fibroblastos. 
Já na porção mais profunda apresenta células 
osteoprogenitoras e é mais celular. 
 O endósteo é geralmente constituído por 
células osteogênicas achatadas que revestem 
as cavidades do osso esponjoso, o canal 
medular, os canais de Havers e os de 
Volkmann. 
 
 
 Existe uma classificação macroscópica que 
divide o osso em partes sem cavidades visíveis, 
denominada de osso compacto e partes com 
muitas cavidades intercomunicantes, 
denominada de osso esponjoso. 
 Ossos longos- as epífises são formadas por 
osso esponjoso com uma delgada camada 
superficial compacta. A diáfise é quase 
totalmente compacta, com pequena quantidade 
de osso esponjoso na sua parte profunda 
delimitando o canal medular. 
 Ossos curtos- tem o centro esponjoso sendo 
recoberto em toda sua superfície por uma 
camada compacta. 
 Osso chatos- constituintes da abóboda 
craniana, possuem duas camadas de ossos 
compactos separados por osso esponjoso que 
nessa localização recebe o nome de díploe. 
 Histologicamente existem dois tipos de tecido 
ósseo, estes possuem as mesmas células e os 
mesmo constituintes da matriz: 
 Tecido Ósseo Primário- é o primeiro tecido 
ósseo que aparece, sendo substituído 
gradativamente por tecido ósseo lamelar ou 
secundário. No adulto é pouco frequente. 
Apresenta fibras colágenas dispostas em várias 
direções sem organização definida, tem menor 
quantidade de minerais e maior proporção de 
osteócitos do que o tecido ósseo secundário. 
 Tecido Ósseo Secundário- sua principal 
característica é possui fibras colágenas 
organizadas em lamelas, que ou ficam 
paralelas umas às outras ou se dispõem em 
camadas em torno de canais com vasos, 
formando o sistema de Havers ou Ósteons. 
Cada ósteon é um cilindro longo, paralelo a 
diáfise e formado por 4 a 20 lamelas ósseas 
concêntricas. No centro desse cilindro existe 
um canal revestido de endósteo que contêm 
vasos e nervos. Os canais de Havers 
comunicam entre si, com a cavidade medular e 
com a superfície externa por meio de canais 
transversais, os canais de Volkmann. Cada 
sistema de Havers é constituído por deposição 
sucessiva de lamelas ósseas a partir da 
periferia para o interior do sistema. 
 
 O tecido ósseo é formado ou por um processo 
de Ossificação Intramembranosa, que ocorre 
no interior de uma membrana conjuntiva, ou 
pelo processo de Ossificação Endocondral, 
que se inicia sobre um molde de cartilagem 
hialina. Tanto em um processo quanto no outro 
o primeiro tecido ósseo formado é do tipo 
primário que é pouco a pouco substituído por 
lamelar. 
 Ossificação Intramembranosa- forma os 
muitos ossos cranianos, ajuda no crescimento 
de osso curtos e em espessura de ossos 
longos. O local de membrana conjuntiva onde a 
ossificação começa, chama-se centro de 
ossificação primária. O processo tem início pela 
diferenciação de células mesenquimatosas que 
se transformam em grupos de osteoblastos. 
Estes sintetizam o osteóide que logo se 
mineraliza, englobando alguns osteoblastos 
que se transformam em osteócitos. Os vários 
centros de ossificação crescem radialmente 
acabando por substituir a membrana conjuntiva 
preexistente. A parte da membrana que não 
sofre ossificação passa a constituir o endósteo 
e periósteo. 
 Ossificação Endocondral- tem início sobre 
uma peça de cartilagem hialina, de forma 
parecida à do osso que vai se formar, porém de 
tamanho menor. Esse tipo de ossificação é 
responsável pela formação dos ossos curtos e 
longos. A ossificação endocondral consiste em 
dois processos, essencialmente: 
 A cartilagem hialina sofre modificações 
havendo hipertrofia dos condrócitos, redução 
da matriz cartilaginosa, sua mineralização e a 
morte dos condrócitos por apoptose. 
 As cavidades previamente ocupadas por 
condrócitos são invadidas por capilares 
sanguíneos e células osteogênicas vindas do 
conjuntivo adjacente. Essas células se 
diferenciam em osteoblastos. 
 Formação de Ossos Longos- o primeiro 
tecido ósseo a aparecer no osso longo é 
formado por ossificação intramembranosa do 
pericôndrio que reveste a parte média da 
diáfise, formando um cilindro, o Colar Ósseo. 
Enquanto ocorre a formação do colar, as 
células cartilaginosas se hipertrofiam e morrem 
por apoptose, e a matriz da cartilagem se 
mineraliza. Vasos sanguíneos vindos do 
periósteo atravessam o cilindro ósseo e 
penetram na cartilagem mineralizada, levando 
consigo células osteoprogenitoras que dão 
origem aos osteoblastos que sintetizam a 
matriz óssea, forma-se assim o tecido ósseo 
primário. O centro de ossificação descrito, que 
aparece na parte média da diáfise, é chamado 
de centro primário. Seu crescimento rápido, 
em sentido longitudinal, ocupa toda a diáfise. 
Esse processo é acompanhado por pelo 
crescimento do cilindroósseo que se formou a 
partir do pericôndrio e que cresce também na 
direção das epífises. 
 Desde o início da formação do centro primário 
surgem osteoclastos que absorvem o tecido 
ósseo formado no centro da cartilagem, 
aparecendo, assim, o canal medular, que 
cresce longitudinalmente à medida que a 
ossificação progride. À medida que se forma o 
canal medular, células sanguíneas trazidas 
pelo sangue dão origem à medula óssea.
 Mais tarde se formam os centros de 
ossificação secundária, um em cada epífise, 
mas não simultaneamente. Seu crescimento é 
radial e se assemelha ao centro primário da 
diáfise. Quando o tecido ósseo formado nos 
centros secundários ocupa a epífise, o tecido 
cartilaginoso fica reduzido a dois locais: a 
cartilagem articular e a cartilagem de 
conjugação ou disco epifisário. Na cartilagem 
de conjugação, começando do lado das 
epífises, distinguem-se as cinco zonas: zona de 
repouso, zona de cartilagem seriada ou de 
proliferação, zona de cartilagem hipertrófica, 
zona de cartilagem calcificada e zona de 
ossificação. Sabe-se que o processo de 
calcificação começa pela deposição de sais de 
cálcio sobre s fibras colágenas, um processo 
que parece ser induzido por proteoglicanas e 
glicoproteínas da matriz, além da influência da 
concentração desses minerais em vesículas do 
citoplasma dos osteoblastos.
 
 O crescimento dos ossos consiste na formação 
de tecido ósseo novo, associada a reabsorção 
parcial de tecido já formado, desse modo, os 
ossos mantém sua forma enquanto crescem. 
Os ossos chatos crescem por formação do 
tecido ósseo pelo periósteo situado entre as 
suturas e na face externa do osso, enquanto 
ocorre a reabsorção na face interna. Em ossos 
longos, as epífises aumentam de tamanho 
devido ao crescimento radial da cartilagem, 
acompanhado por ossificação endocondral. A 
diáfise cresce em extensão pela atividade dos 
discos epifisários e em espessura pela 
formação de tecido ósseo na superfície externa 
da diáfise, com reabsorção na superfície 
interna. 
 Apesar da sua resistência às pressões e da sua 
dureza, o tecido ósseo é muito plástico, sendo 
capaz de remodelar a sua estrutura interna em 
resposta as modificações nas forças a que está 
submetido.
 
 Há um intercâmbio contínuo entre o cálcio do 
plasma sanguíneo e o dos ossos. Existem dois 
mecanismos de mobilização do cálcio 
depositado nos ossos: 
 Transferência de íons dos cristais de 
hidroxiapatita para o líquido intersticial, do qual 
o cálcio passa para o sangue. 
 Ação do hormônio da paratireoide sobre o 
tecido ósseo. Este hormônio causa um 
aumento no número de osteoclastos e 
reabsorção da matriz óssea, com a liberação de 
fosfato de cálcio e aumento da calcemia. A 
calcitonina ajuda inibindo a reabsorção da 
matriz. 
 
 Os ossos unem-se uns aos outros para 
construir o esqueleto, por meio de estruturas 
formadas por tecido conjuntivo, as articulações. 
Estas podem ser classificadas em diartroses e 
sinartroses, que se distinguem em três tipos 
de acordo com o tecido que une as peças 
ósseas: sinostoses, sicondroses e 
sindesmoses. 
 As diartroses são encontradas, em geral, 
unindo ossos longos. Nela existe uma capsula 
que liga as extremidades ósseas, delimitando 
uma cavidade fechada, a cavidade articular. 
Essa cavidade contém o líquido sinovial, que é 
uma via transportadora de substâncias entre a 
cartilagem e o sangue dos capilares da 
membrana sinovial. 
 A resistência da cartilagem é um eficiente 
amortecedor das pressões mecânicas 
intermitentes que são exercidas sobre a 
cartilagem articular. 
 
 
JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, José. Histologia 
Básica. 12 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2013.

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