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Patologia geral - resumos

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Patologia geral – Neuro-músculo-esquelética
AULA 1
Fraturas:
Uma fratura corresponde à perda parcial ou total da integridade anatómica de um osso ou cartilagem, ocasionado por uma interrupção brusca na sua continuidade, geralmente por causa mecânica.
A incidência de uma fratura está relacionada com três fatores:
· Idade e sexo;
· Local;
· Energia lesiva.
· Idade e sexo: as fraturas aparecem essencialmente em idosos, principalmente do sexo feminino, que pode ter como causa a osteoporose e quedas (na marcha, subir escadas,…); nas crianças também há uma grande incidência , maioritariamente em crianças entra os 5 e os 12 anos e do sexo masculino, a causa destas fraturas pode ser uma máxima exuberância física e menor prudência.
· Local: existem locais mais comuns de aparecimento de fratura, onde podemos destacar a zona proximal do fémur, distal ao radio, coluna vertebral, dedos, colo do úmero, todos os metas, maléolos, base do 5ºmetatarso, cabeça do radio, etc.
· Energia lesiva: existem dois tipos de energia lesiva
· Baixa energia: quando é preciso dar pouca energia para ocorrer a fratura, sendo o tipo de fratura mais comum nos idosos.
Ex: desequilíbrio e queda durante a marcha ou corrida.
· Alta energia: o mecanismo lesivo necessita de mais energia para provocar a lesão.
Ex: acidente rodoviário e queda de altura elevada.
As fraturas são classificadas quanto ao local onde ocorrem, ao mecanismo de lesão, se existem lesão dos tecidos moles e ao traço.
· Local (ossos longos): Ocorre nas epífises e metáfises que se dividem em proximal e distal, e ocorre nas diáfises que podem ser proximais, medias e distais.
· Mecanismos de lesão: existem vários mecanismos de lesão:
· Traumático: é o mecanismo mais frequente e pode ocorrer devido a uma ação/violência direta (Ex: pancada), por ação/violência indireta (local diferente do ponto de incidência da força, local de maior fragilidade óssea) e por ação/violência muscular (contração súbita e violenta de um músculo).
· Fadiga, stress ou sobrecarga: a sobrecarga ocorre devido a várias contrações musculares continuas. Por outro lado, se os músculos se encontrarem fatigados não são capazes de sustentar a carga transferindo-a para o osso.
Ex: fratura da tíbia, calcâneo, metatarsos num corredor de fundo.
· Patológicos: relaciona-se com as zonas ósseas previamente fragilizadas por patologia geral ou local, ocasionada por traumatismo trivial ou de forma espontânea. A patologia geral corresponde a problemas como tumor disseminado, osteoporose, perturbações metabólicas enquanto a patologia local corresponde a metáteses óssea de um tumor maligno noutro local, osteomielite, etc.
· Lesão de tecidos moles: pode ser classificadas como:
· Simples ou fechada: quando a pele na vizinhança está integrada e fechada, a fratura não entra em contacto com o exterior e não existe compromisso das artérias ou das veias.
· Exposta ou aberta: os topos das fraturas entram em contacto com o exterior por laceração da pele e dos restantes tecidos moles. Assim, as bactérias têm acesso direto à fratura e podem provocar uma infeção de dentro para fora ou de fora para dentro.
· Complicada: corresponde a uma lesão direta pelos topos da fartura de estruturas fundamentais, como artérias, nervos, articulação ou vísceras.
· Traço: o traço (é tipo a fissura) pode ser:
· Completo: o traço divide completamente o osso em dois fragmentos. Este traço pode ser: transversal, linear, oblíquo e espiral.
· Incompleta: normalmente em “ramo verde” sendo mais característico das crianças. Ocorre quando o osso tem elasticidade que lhe permite partir apenas de um lado e enrugar do outro.
· Cominutiva: envolve mais do que 2 segmentos.
· Por compressão ou esmagamento: ocorrem em ossos apenas formados por tecido ósseo trabecular ou esponjoso, como corpos vertebrais, o calcâneo, ou as epífises dos ossos longos.
Com a ocorrência das fraturas pode ocorrer desvios ósseos que podem ter como causa a violência inicial, a força da gravidade e ação muscular, pode ainda estra relacionado com o alinhamento, contacto e rotação (tipo).
· Mecanismo de consolidação de uma fratura:
O mecanismo de consolidação de uma fratura divide-se em cinco fases.
A fase 1 – formação do hematoma dura cerca de um dia e ocorre o rompimento de vasos sanguíneos ósseos e/ou dos tecidos vizinhos. A fase 2 – organização do hematoma, nesta fase ocorre a organização do hematoma em tecido de granulação (formado pela proliferação de células endoteliais vasculares e fibroblastos) e acontece após uma semana da fratura.
A fase 3 – formação do calo ósseo, neste momento verifica-se que os fibroblastos transformam-se em colagenoblastos, condroblastos e osteoblastos, produzindo osso fibroso/reticular da periferia para o centro. Este período vai da 3 semana até à 6 semana. A fase 4 – consolidação, nesta fase ocorre a união topo-a-topo, o osso fibroso é substituído por osso lamelar definitivo e reque absoluta ausência de movimento entre os fragmentos da fratura, é durante o terceiro més após a fratura.
Por fim temos a fase 5 – remodelação, verifica-se a remoção do excesso do calo ósseo, período de um a 5 anos após a fratura.
A consolidação óssea é afetada pela idade, pelo tipo de fratura, pelo local, pelo estado nutricional e pela técnica de redução.
O período de consolidação varia conforme a idade, na infância verifica-se a formação de um calo ósseo em 2 semanas e uma consolidação em 4 a 6/8 semanas. Enquanto nos adultos o período de consolidação varia entre os 3 a 5 meses.
Existem, ainda, testes para verificar a consolidação óssea, estes podem ser de evidência radiológica onde é visível o calo ósseo unindo os fragmentos da fartura e continuidade das trabéculas ósseas e de evidência clínica/funcional no qual é possível detetar a ausência de mobilidade anormal, a ausência/diminuição de dor com a aplicação de força no local de fratura.
· Normas gerias para a intervenção:
Os cuidados iniciais devem de ser prestados pelo INEM.
Quando realizamos a intervenção de uma fratura devemos de ter como objetivos: diminuir a dor, controlar a posição dos fragmentos, obter a união dos dois topos, recuperar a função e prevenir complicações.
Na intervenção existem cuidados imediatos ter conforme o local de atuação e o tipo de fratura.
· Cuidados no local do acidente: deve de ser realizada uma imobilização provisória efetiva, simples, rápida e pouco dolorosa ao ser efetuada. Esta imobilização deve de conter as articulações acima e baixo da fratura.
· Nas fraturas expostas: é necessária uma lavagem abundante das feridas com jato de água que tem como objetivo remover mecanicamente os detritos macroscópicos que conspurcam; deve de ser, ainda, colocado um penso estrelizado.
· À entrada no hospital: é necessária uma observação geral. Em casos de fraturas múltiplas ou de grandes ossos, pode ser necessária transfusão de sangue urgente ou expansores volémicos. Pode ser, ainda, admistrado uma intramuscular ou endovenosa de analgésicos, uma retificação da imobilização e a realização de um Raio-x, TAC, etc.
· Diagnostico:
Na realização do diagnostico, é necessário ter em consideração: 
· A história: perceber como ocorreu o traumatismo, os antecedentes da pessoa, se é portador de outras patologias, medicação, problemas prévios com anestesia, etc.
· O exame clínico: devem de ser procurados sinais de fratura como a localização da dor, mobilidade anormal onde não existe articulação, crepitação, perda de função, dismetria e deformidade.
O clínico necessita, ainda, de preceder a uma avaliação obrigatória, procurando outro tipo de lesões, possíveis complicações, feridas, oclusão arterial e lesões nervosas.
· Intervenção medica:
A intervenção médica pode ser de redução – reposicionamento ósseo e de fixação – estabilização da redução.
A redução tem como objetivo conseguir uma posição favorável dos fragmentos, podendo ser fechada quando não há lesões dos tecidos moles e aberta quando há lesão dos tecidos moles.
A fixação tem como objetivo garantir a estabilidade dos fragmentos reduzidos, esta pode ser externa
ou interna
· Modos de fixação externa – tração: é utilizado quando a força deformante dos músculos tende a causar encurtamentos ou angulação, quando o traço das fraturas as torna instáveis e com tendência ao encurtamento muscular se simbolizados com gesso. É um recurso ortopédico transitório, com objetivos antiálgicos e aplicado a doentes cujas fraturas aguardam tratamento cirúrgico. 
Este modo de fixação acarreta desvantagens como manter o doente em internamento hospitalar até à consolidação.
· Redução aberta e fixação interna: utilizada na impossibilidade de obter redução por manipulação ou tração, na impossibilidade de manter a redução por instabilidade da fratura, na incomodidade dos outros métodos. A fixação interna permite a mobilização precoce das articulações adjacentes.
Nas diáfises de ossos longos são colocados:
1. Placas e parafusos;
2. Vareta intramedular simples, para fraturas de traço simples;
3. Vareta intramedular com parafusos, para fraturas cominutivas;
4. Fixadores externos nas fraturas expostas;
5. Parafusos ou ansas em arame isoladas, mas reforçadas por imobilização externa com gesso;
6. Fios metálicos reforçados por ansas de arame ou placas;
7. Placas de forma ou moldagem apropriadas;
8. Parafusos isolados;
· Materiais de sintese ortopédica:
· Imobilizações:
· Gesso (sulfato de cálcio);
· Gesso sintético (fibra de vidro);
· Imobilizadores;
· Talas de alumínio;
· Ortótese rígidas ou articuladas.
· Fios:
· Fio de Kirshner ( ponta em diamante – 3 lados);
· Fio de Steiman (ponta em lança – 2 lados).
· Tração:
· Transesquelética (atenção às complicações vasculares ou de tecidos conjuntivos de suporte);
· Cutânea (atenção a complicações como feridas ou outras alterações cutâneas).
· Fixadores externos:
Os fixadores externos podem ser:
· Pino simples
· Plataforma
· Circulares e híbridos
Os fixadores externos podem ser dos seguintes materias:
· Fios tensionados
· Pinos de Schanz ou Steinmann
· “Pinless”
· Métodos de fixação interna:
Placas e parafusos:
· Placas de compressão dinâmica;
· Placas semitubulares;
· LC-DCP;
· Parafusos interfragmentários
· DHS.
Hastes Intramedulares:
· Pinos de Enders e Hush;
· HIB – Haste intramedular bloqueada;
· Hastes de fixação cefalo-diafisária.
· Complicações:
A fratura pode ter lesões associdas como as vasculares, nervosas e viscerias e lesoes que derivam da propria fatura como o atraso da consolidação, pseudoartrose, consolidação viciosa e necrose óssea avascular.
A imobolização acarreta consequências como: edema, rigidez, defices neuromusculures e síndrome de algoneurodistrofia (lesão no sitema nervoso periferico).
Para tentar reduzir as consequências da imbolização existem algumas medidas preventivas que podem ser tomadas: 
· Elevação do segmento fracturado;
· Mobilização ativia persistente das articulações não incluídas na imobilização;
· Os músculos atuantes nas articulações imbolizadas devem de ser ativados por contração isométrica.
Pseudoartrose:
Uma pseudoartrose corresponde a um atraso da consolidação óssea, este atraso é detetado atraves de exames radiologicos ou clinicos, uma vez que revelam que a cicatrização não está acontecer dentro do tempo previsto (dobro do tempo). Pode-se, ainda, considerar uma pseudoartrose quando se considera que não haverá possibilidade de ocorrer uma consolidação espontanea.
· Causas: 
· Infecção;
· Movimento excessivo entre os topos;
· Mau alinhamento;
· Interposição de partes moles;
· Má rigidez da fixação interna;
· Doença subjacente nas fraturas patológicas.
· Tipos:
Existem dois tipos de pseudartrose:
· Atróficas: acontece quando existe a impossibilidade de união dos dois topos da fratura por necrose isquémica deos topos com ou sem infeção; permanencem irregularidades nas fratura.
· Hipertrofica: verifica-se quando se dá a impossibilidade de união por movimento numa fratura que não formou calo ósseo; o topos ficam mais irregulares e largos do que no inicio; perda de rigidez na fixação.
· Tratamento:
· Pseudrartroses artróficas: neste caso é necessario recorrer a um enxerto ósseo e a imobolização externa ou interna.
· Pseudrartroses hipertróficas: elimina-se o movimento no foco da fratura por osteossintese rígida oara que se dê a consolidação.
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Inês Bessa, Beatriz Oliveira e Joana Carvalho 20/21

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