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Finanças internacionais

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Finanças Internacionais 
Créditos
Centro Universitário Senac São Paulo – Educação Superior a Distância
Diretor Regional 
Luiz Francisco de Assis Salgado
Superintendente Universitário 
e de Desenvolvimento 
Luiz Carlos Dourado
Reitor 
Sidney Zaganin Latorre
Diretor de Graduação 
Eduardo Mazzaferro Ehlers
Diretor de Pós-Graduação e Extensão 
Daniel Garcia Correa
Gerentes de Desenvolvimento 
Claudio Luiz de Souza Silva 
Luciana Bon Duarte 
Roland Anton Zottele 
Sandra Regina Mattos Abreu de Freitas
Coordenadora de Desenvolvimento 
Tecnologias Aplicadas à Educação 
Regina Helena Ribeiro
Coordenador de Operação 
Educação a Distância 
Alcir Vilela Junior
Professor Autor
Wilson Lira Cardoso 
Evandro Castro Pedro
Maria Cecília Letesier
Revisor Técnico 
Roberto Kovacsik
Técnico de Desenvolvimento 
Elizabeth Ribeiro
Coordenadoras Pedagógicas 
Ariádiny Carolina Brasileiro Silva 
Izabella Saadi Cerutti Leal Reis 
Nivia Pereira Maseri de Moraes 
Otacília da Paz Pereira
Equipe de Design Educacional 
Alexsandra Cristiane Santos da Silva 
Ana Claudia Neif Sanches Yasuraoka 
Angélica Lúcia Kanô 
Any Frida Silva Paula 
Cristina Yurie Takahashi 
Diogo Maxwell Santos Felizardo 
Flaviana Neri 
Francisco Shoiti Tanaka 
Gizele Laranjeira de Oliveira Sepulvida 
Hágara Rosa da Cunha Araújo 
Janandrea Nelci do Espirito Santo 
Jackeline Duarte Kodaira 
João Francisco Correia de Souza 
Juliana Quitério Lopez Salvaia 
Jussara Cristina Cubbo 
Kamila Harumi Sakurai Simões 
Katya Martinez Almeida 
Lilian Brito Santos 
Luciana Marcheze Miguel 
Mariana Valeria Gulin Melcon 
Mônica Maria Penalber de Menezes 
Mônica Rodrigues dos Santos 
Nathália Barros de Souza Santos 
Rivia Lima Garcia 
Sueli Brianezi Carvalho 
Thiago Martins Navarro 
Wallace Roberto Bernardo
Equipe de Qualidade 
Ana Paula Pigossi Papalia 
Josivaldo Petronilo da Silva 
Katia Aparecida Nascimento Passos
Coordenador Multimídia e Audiovisual 
Ricardo Regis Untem
Equipe de Design Audiovisual 
Adriana Mitsue Matsuda 
Caio Souza Santos 
Camila Lazaresko Madrid 
Carlos Eduardo Toshiaki Kokubo 
Christian Ratajczyk Puig 
Danilo Dos Santos Netto 
Hugo Naoto Takizawa Ferreira 
Inácio de Assis Bento Nehme 
Karina de Morais Vaz Bonna 
Marcela Burgarelli Corrente 
Marcio Rodrigo dos Reis 
Renan Ferreira Alves 
Renata Mendes Ribeiro 
Thalita de Cassia Mendasoli Gavetti 
Thamires Lopes de Castro 
Vandré Luiz dos Santos 
Victor Giriotas Marçon 
William Mordoch
Equipe de Design Multimídia 
Alexandre Lemes da Silva 
Cristiane Marinho de Souza 
Elina Naomi Sakurabu 
Emília Correa Abreu 
Fernando Eduardo Castro da Silva 
Mayra Aoki Aniya 
Michel Iuiti Navarro Moreno 
Renan Carlos Nunes De Souza 
Rodrigo Benites Gonçalves da Silva 
Wagner Ferri
Finanças Internacionais
Aula 01
Sistema Financeiro Internacional, Conceito e definição 
de Mercado Monetário Internacional e obrigações 
internacionais,Taxa de juros internacionais
Objetivos Específicos
• Compreender a estrutura do Sistema Financeiro Internacional, mercados 
monetários e obrigações internacionais.
Temas
Introdução
1 O Sistema Financeiro Internacional
2 Principais instituições do Sistema Financeiro Internacional
3 O Mercado Monetário Internacional
4 Taxa de juros internacional
Considerações finais
Referências
Professor
Evandro Castro Pedro
2Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Internacionais
Introdução
O mundo está a cada dia “menor” por conta da facilidade que as novas tecnologias 
de comunicação, transação e logística trouxeram para a população. Nas últimas décadas, o 
aumento dos volumes comerciais ganhou, e continua ganhando, cada vez mais, importância no 
cenário econômico mundial. Segundo a OMC1 (2013), em 1990 o volume do comércio mundial 
representava cerca de 15% do PIB mundial, já em 2013 o número saltou para 27% do PIB 
mundial, demonstrando que o comércio externo ganhou representatividade no crescimento 
dos países. Empresas multinacionais que detêm subsidiárias, filiais ou afiliadas em mais de 
um país sobrevivem em um ambiente dinâmico, no qual mudanças fazem parte do dia a dia. 
Além delas, também as empresas localizadas em apenas um país, precisam traçar estratégias 
globais, dado que são corriqueiras as relações comerciais de exportação ou importação de 
insumos. Assim como as empresas, os governos adotam políticas econômicas estratégicas 
que buscam a inserção no ambiente internacional, como subsídios a exportadoras, auxílios 
para a inovação de empresas nacionais, concessão de crédito e acordos comerciais entre 
países. 
Para a compreensão das relações financeiras que ditam a dinâmica do cenário econômico 
apresentado anteriormente, é imprescindível saber como é constituído o Sistema Financeiro 
Internacional. Portanto, nesta aula, será demostrada a estrutura do sistema financeiro e do 
mercado monetário que dele faz parte, assim como será apresentado o conceito de obrigações 
internacionais e taxa de juros.
1 O Sistema Financeiro Internacional
Um sistema financeiro é um sistema formado por instituições e instrumentos financeiros 
que permitem a mobilidade de capital entre tomadores de recursos e ofertantes, possibilitando, 
assim, o encontro entre a oferta e a demanda. Em síntese, os demandantes de recursos 
financeiros podem ser deficitários que pretendem gastar mais recursos do que possuem, 
tanto para o consumo próprio quanto para investimento. Assim, os demandantes serão os 
tomadores de recursos de terceiros caso necessitem realizar planos que estão acima de suas 
possibilidades financeiras. Nesse sentido, os ofertantes são aqueles que possuem superávit e 
desejam realizar gastos abaixo de sua dotação de recursos; o excedente de recursos é, então, 
canalizado para os tomadores de recursos (ROBERTS, 2000). 
Em um sistema financeiro há, ainda, instituições reguladoras e intermediários financeiros. 
Os intermediários são aqueles que oferecem recursos dos ofertantes para os demandantes, 
porém, para isso, as instituições financeiras costumam não utilizar seu superávit financeiro, 
mas sim o de terceiros. Na outra ponta, as instituições financeiras repassam aos deficitários 
os recursos demandados por eles, promovendo esse intercâmbio de relações financeiras. 
1 Organização Mundial do Comércio.
3Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Internacionais
Dessa forma, os sistemas financeiros, por meio de suas instituições, realizam as seguintes 
funções:
• captação de recursos financeiros;
• distribuição e circulação de valores e títulos mobiliários;
• regulação desse processo.
O Sistema Financeiro Internacional atua da mesma maneira. É nele que acontecem 
os negócios entre moedas, fluxos monetários, empréstimos, pagamentos e investimentos 
financeiros internacionais. Essas relações ocorrem entre bancos centrais, demais bancos, 
instituições governamentais, empresas, fundos e outros organismos internacionais. A função 
do Sistema Financeiro Internacional consiste em flexibilizar o comércio internacional e o fluxo 
de capitais financeiros e produtivos, proporcionando a alocação mais eficiente dos recursos 
internacionais.
Os objetivos principais do Sistema Financeiro Internacional podem ser 
resumidos em:
• proporcionar a conversão entre as moedas;
• proporcionar a mobilidade do fluxo de capitais;
• proporcionar a regulação de acordo com as necessidades nacionais e 
internacionais.
O agregado de instituições que compõe um sistema financeiro é chamado de mercado 
financeiro. Ele pode ser classificado em subgrupos, entre os quais, podemos destacar:
• mercado cambial: responsável pela conversão de moeda entre os países;
• mercado de crédito: responsável pelos financiamentos do tipo empréstimo financeiro, 
podendo ser para empresas e, até mesmo, governos;
• mercado de valores mobiliários: responsável por financiamentos angariados por meio 
de títulos, e estes, por sua vez, podem ser de propriedade ou de crédito;
• mercado monetário: responsável pela liquidez bancária.
4Senac São Paulo - Todos os Direitos ReservadosFinanças Internacionais
2 Principais instituições do Sistema Financeiro Internacional
De acordo com Carvalho (2007), há instituições multilaterais derivadas da conferência de 
Breton Woods que realizam funções de regulação do Sistema Financeiro Internacional. Por 
serem multilaterais, essas instituições tendem a atuar de forma a preservarem a harmonia 
das relações financeiras internacionais, dado que são formadas por países cotistas. Portanto, 
os países-membros de instituições multilaterais celebram pactos de cooperação internacional 
que objetivam ao benefício mútuo. Entre as instituições mais importantes, podemos citar o 
Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.
2.1 Fundo Monetário Internacional (FMI)
O Fundo Monetário Internacional foi constituído em 1944, por 44 governos, com o 
intuito de promover a cooperação econômica internacional por meio de impedimentos de 
desvalorizações competitivas da taxa de câmbio. Atualmente, os principais objetivos do FMI 
são:
• promover a cooperação monetária internacional;
• facilitar a expansão e o crescimento equilibrado do comércio internacional;
• promover a estabilidade cambial;
• auxiliar na criação de um sistema multilateral de pagamentos;
• disponibilizar recursos aos países-membros com problemas no balanço de 
pagamentos.
A principal função do FMI é promover a estabilidade do Sistema Monetário Internacional, 
ou seja, o sistema de taxas de câmbio e pagamentos internacionais. Recentemente, tem 
ampliado sua janela de funções e tem abrangido outros temas macroeconômicos e financeiros 
que influenciam a estabilidade mundial, contudo, com menor importância. Conforme os 
dados divulgados pelo próprio FMI (2013), hoje ele é composto por 188 países-membros e 
detém US$ 360 bilhões em cotas de participação, sendo que sua diretoria é formada por 24 
diretores, os quais são representantes de países ou grupos de países.
Com a intenção de manter a estabilidade e prevenir possíveis crises no Sistema 
Monetário Internacional, o FMI avalia alguns aspectos de cada país, tais como a política 
e o desempenho econômico no âmbito nacional, regional e mundial. O FMI visa também 
a orientar os países cotistas a adotarem políticas estáveis que previnam possíveis crises 
econômicas, às vezes atuando como um supervisor ou, até mesmo, como fiscal quando há 
o envolvimento de empréstimos concedidos pelo fundo. Os empréstimos concedidos pelo 
FMI aos países-membros possibilitam a correção de problemas no balanço de pagamentos, 
5Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Internacionais
todavia, a concessão de empréstimos exige uma série de medidas a serem adotadas pelo 
tomador, assegurando, desse modo, a confiabilidade do pagamento e o efeito corretivo do 
empréstimo.
2.2 Grupo Banco Mundial 
Conforme Carvalho (2007), o grupo do Banco Mundial é composto por cinco 
instituições: Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), Associação 
de Desenvolvimento Internacional (ADI), Corporação Financeira Internacional (CFI), Agência 
Multilateral de Garantias de Investimento (AMGI) e Centro Internacional para Arbitragem de 
Disputas sobre Investimentos (CIADI). As funções de cada uma dessas instituições, de acordo 
com o WBG (2015), são:
BIRD: é corriqueiramente chamado de banco mundial e tem seus recursos oriundos de 
aportes dos países-membros, atualmente 188. Esses recursos são direcionados principalmente 
a projetos de longo prazo para países em desenvolvimento, como infraestrutura. Além disso, 
o BIRD realiza atividades de apoio financeiro a países em momentos de crise, promove apoio a 
reformas institucionais, a medidas anticorrupção e promove estímulos ao acesso ao mercado 
financeiro em países em desenvolvimento.
ADI: associação destinada a amparar países pobres com falta de recursos para honrar o 
pagamento de juros de empréstimos.
CFI: é a maior instituição de desenvolvimento global focada exclusivamente no setor 
privado. A CFI promove financiamento de projetos privados e tem maior foco em instituições 
que promovam a criação e ampliação do mercado de capitais.
AMGI: oferece cobertura para riscos políticos de investimentos estrangeiros em países-
membros que, devido ao ambiente político, passam por dificuldades com relação à atração 
de investimentos de longo prazo.
Ciadi: provê um ambiente de conciliação e resolução de disputas por investimentos.
Além do FMI e do Grupo Banco Mundial, originados da conferência de Breton Woods, há 
outras instituições de grande importância para o Sistema Financeiro Internacional, como o BIS2 
e outras agências de desenvolvimento regional, os quais detêm forte influência direta sobre 
o Sistema Financeiro Internacional, e outras agências multilaterais de cooperação e pesquisa 
que, mesmo não realizando operações no sistema financeiro, influenciam indiretamente no 
2 Bank of International Settlements.
6Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Internacionais
sistema financeiro, como a OMC3, OCDE4 e Capal5.
BIS: formado por 60 bancos centrais, sua função é fornecer recursos financeiros para 
bancos centrais e outras instituições que visam à estabilidade financeira, adotando o papel 
de banco para bancos centrais. Portanto, seu objetivo é promover a estabilidade monetária 
e financeira internacional. Além do apoio financeiro, o BIS realiza outras atividades, tais 
como: apoio a debates entre os bancos centrais e, também, entre bancos centrais e outras 
instituições financeiras, além de pesquisas e análises da estabilidade financeira. 
OMC: é responsável pela organização e celebração de acordos que depois são ratificados 
pelo parlamento de cada nação e passam a regular o comércio internacional. Outra função 
muito importante é solucionar os conflitos gerados pela aplicação dos acordos sobre o 
comércio internacional entre os membros da OMC.
OCDE: é uma organização econômica internacional que abrange 34 países, cuja função 
é estimular o progresso econômico do comércio mundial. Sua ação se dá através de um 
fórum de países que se descrevem como comprometidos com a democracia e a economia 
de mercado, fornecendo uma plataforma para comparar experiências de políticas, buscar 
respostas para problemas comuns, identificar boas práticas e coordenar as políticas nacionais 
e internacionais dos países-membros.
CEPAL: consiste em uma das cinco comissões regionais da ONU e objetiva a contribuir 
com o desenvolvimento econômico da América Latina e Caribe através da coordenação de 
ações, estudos e políticas que promovam o desenvolvimento social. A Cepal realiza constantes 
estudos e encontros sobre o desenvolvimento regional, assim como presta serviços de 
assessoria a governos. 
Grande parte do Sistema Financeiro Internacional como o conhecemos 
hoje, assim como essas entidades que fazem parte de sua composição, surgiram 
logo após a Segunda Guerra Mundial, quando uma série de tratados foram 
celebrados entre os países.
Originalmente criados com o objetivo de recuperar ao fluxo de transações 
econômicas entre os países para os níveis existentes antes do início da Guerra, 
essas instituições passaram a fazer parte de um grupo de entidades que, na 
prática, ajuda a regular e a acompanhar em um nível global os níveis gerais de 
operação do Mercado Financeiro Internacional.
3 Organização Mundial do Comércio.
4 Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
5 Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe.
7Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Internacionais
3 O Mercado Monetário Internacional
O Mercado Monetário Internacional pode ser entendido como a estrutura pela qual é 
determinada a taxa de câmbio e na qual se dão os fluxos de capital e comércio internacional, 
assim, realizando os ajustes no balanço de pagamentos dos países (EITEMAN; STONEHILL; 
MOFFETT, 2012). No mercado monetário são negociadas as obrigações de, no máximo, 
um ano, por isso é considerado de curto prazo. As principais movimentações do mercado 
monetáriosão os empréstimos interbancários, no entanto, papéis emitidos por empresas 
e governos também são parte significativa desse mercado. São negociantes do mercado 
monetário: empresas, fundos, bancos centrais e bancos comerciais. E as principais obrigações 
transacionadas no Mercado Monetário Internacional são: títulos do tesouro (principalmente 
americano), comercial papers, certificados de depósitos, letras de câmbio, operações 
compromissadas e fundos federais (FABOZZI; MANN; CHOUDHRY, 2002). Sobre eles, podemos 
dizer que:
• Certificado de depósito: é um depósito a prazo, comumente oferecido aos 
consumidores pelos bancos, instituições de poupança e cooperativas de crédito.
• Repurchase agréments: são empréstimos normalmente de curto prazo para menos 
de duas semanas e, frequentemente, adquiridos através da venda de títulos a um 
investidor com um acordo de recompra a um preço fixo em uma data fixa.
• Commercial paper: são notas promissórias de curto prazo emitidas por empresas de 
capital aberto.
• Eurodollar deposit: são os depósitos feitos em dólares americanos em uma agência 
bancária ou banco localizado fora dos Estados Unidos. O termo “eurodollar” foi 
cunhado devido ao fato de ser usado primeiro na Europa, entretanto, refere-se a 
qualquer depósito feito fora dos Estados Unidos.
• Treasury bills: são obrigações de curto prazo de um governo nacional que são 
emitidos através de títulos com vencimento em até 12 meses.
• Money funds: são investimentos de curto prazo de fundos de grande valor que 
compram títulos do mercado monetário em nome de investidores individuais ou/e 
institucionais.
• Swaps cambiais: são trocas de um conjunto de moedas na data local predeterminada 
e a reversão da troca de moedas em um tempo predeterminado no futuro.
Além dos instrumentos citados anteriormente, podem ser destacados as hipotecas de 
curto prazo e fundos federais americanos. Muitas dessas obrigações utilizam a LIBOR6 como 
6 London Interbank Offered Rate 
8Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Internacionais
referência, considerada uma taxa de juros média utilizada pelos principais bancos de Londres. 
Os títulos emitidos tanto por governos quanto por empresas são chamados de Bonds. Eles 
têm um valor de face que representa o seu custo de aquisição e garante o pagamento de um 
rendimento baseado em um percentual do seu valor de face.
4 Taxa de juros internacional
Em transações internacionais são constantemente utilizados dois termos referentes à 
taxa de juros praticada: prime rate e referencial rate. 
A prime rate (em português: taxa de juros preferencial ou taxa de juros básica) é um 
termo adotado em muitos países e diz respeito à taxa de juros utilizada para cobrar credores 
que apresentam o menor risco e maior capacidade de pagamento. A prime rate originalmente 
se refere à melhor taxa de juros praticada pelos bancos, o que não é sempre o caso. Algumas 
taxas de juros variáveis podem ser expressas em termos percentuais acima ou abaixo da taxa 
prime. Essa taxa é usualmente adotada para empréstimos de curto prazo e é geralmente 
aquela adotada para grandes volumes de empréstimos entre os bancos internacionais, 
instituições governamentais e empresas classificadas como mínimo risco. 
Já a referencial rate (em português: taxa referencial) é um termo adotado para a taxa de 
juros de referência para o cálculo de um empréstimo, cálculos de retorno de investimentos 
e remuneração de títulos. Em negociações internacionais, a referencial rate será a Libor, a 
prime rate ou a taxa dos títulos do tesouro americano.
Dependendo do título ou contrato financeiro, a referencial rate pode ser baseada em 
um indicador econômico, sendo explicada pela variação da inflação ou pela inadimplência de 
empresas. 
Obrigações que utilizam a referencial rate podem adotar uma taxa pós-fixada ou prefixada. 
A prefixada se refere à taxa de juros acordada antes do pagamento cujo valor é previamente 
determinado, não admitindo variações da taxa ao longo do compromisso. Já a pós-fixada se 
refere à taxa de juros que são suscetíveis a variações, portanto, caso ocorra um movimento 
repentino para cima, os mutuários que têm que pagar taxas de juros flutuantes observarão 
seus pagamentos subirem drasticamente.
Considerações finais
A globalização da economia mundial implica uma maior importância dos estudos de 
Finanças Internacionais, principalmente as corporações nacionais e multinacionais. Com o 
aumento do fluxo das transações monetárias em diferentes países e o maior uso de operações 
monetárias por empresas, torna-se essencial entender a estrutura do sistema financeiro e o 
mercado monetário. 
9Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Internacionais
Devido aos fatos expostos, nesta aula foi possível conhecer o funcionamento do 
Sistema Financeiro Internacional e suas principais funções, além de conhecermos o mercado 
monetário, no qual se dá a maioria das transações de curto prazo e que influenciam no balanço 
de pagamento das economias abertas. A partir disso, é possível entender as obrigações mais 
relevantes do mercado monetário e quais são suas especificidades. O conceito da taxa de 
juros internacionais mais utilizadas também foi abordado, dado que é fator de correção na 
maioria dos títulos negociados.
Por fim, foi possível entender a atuação das principais instituições participantes do 
Sistema Financeiro Internacional, como o FMI e o Banco Mundial, e seus respectivos papéis 
no desenvolvimento do comércio e das economias globais.
 A relevância do conteúdo desta aula pode ser observada pela importância dada pelos 
meios de comunicação ao dia a dia das relações do sistema financeiro. Em vista disso, um 
profissional que atua nesta área deve ter um conhecimento ainda mais aprofundado sobre 
o tema. 
Referências
CARVALHO, Genésio de. Introdução às finanças internacionais. São Paulo: Pearson Prentice 
Hall, 2007.
EITEMAN, David K.; STONEHILL, Arthur I.; MOFFETT, Michael H. Administração financeira 
internacional. 12. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. 
FABOZZI, Frank J.; MANN, Steven V.; CHOUDHRY, Moorad. The Global Money Markets. 
Columbia: Wiley, 2002.
FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL (FMI). Factsheet. Washington: IMF, 2013.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO (OMC). Interconnected Economies: benefiting from 
global value chains. Genebra, 2013.
ROBERTS, Richard. Por Dentro das Finanças Internacionais. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000.
WORLD BANK GROUP (WBG). The World Bank Group A to Z. Disponível em: <https://
openknowledge.worldbank.org/handle/10986/20192>. Acesso em: 27 jun. 2015.
Finanças Internacionais
Aula 02
Mercado de Câmbio Estrangeiro, Formação da taxa de 
câmbio, Mercado de Crédito Internacional, Mercado de Ações 
Internacionais.
Objetivos Específicos
• Capacitar o entendimento dos Mercados de Câmbio Internacional e de 
crédito.
Temas
Introdução
1 Mercado de Câmbio Estrangeiro 
2 Formação da taxa de câmbio
3 Mercado de Crédito Internacional
4 Mercado de Ações Internacional
Considerações finais
Referências
Professor
Evandro Castro Pedro
2Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Internacionais
Introdução
A atual flexibilização do movimento de circulação financeira gera uma crescente 
interligação da economia mundial, por meio do alto volume de transações comerciais 
envolvendo parcela significativa dos países e, até mesmo, suas instituições. Esta aula busca 
introduzir os conceitos de Mercado de Câmbio Estrangeiro, Mercado de Crédito e Mercado 
de Ações, importantes para as relações comerciais entre os países.
As relações desses mercados com a gestão empresarial é íntima. Flutuações na taxa 
de câmbio afetam diretamente as dívidas e receitas das empresas que atuam no mercado 
internacional. As fontes de financiamento de empresas podem advir do mercado de crédito 
e de ações, portanto, a dinâmica desses mercados interfere diretamente na possibilidade de 
realizar projetos e na estratégia de longo prazo das empresas.Além de entender esses três mercados, esta aula objetiva demonstrar o processo 
de formação da taxa de câmbio, a sua interpretação e as formas em que se apresenta. O 
entendimento desses pontos é requisito básico para a atuação no mercado financeiro 
internacional e faz parte da rotina de bancos, empresas, investidores, entre outros.
1 Mercado de Câmbio Estrangeiro 
Há uma grande variedade de moedas utilizadas em transações internacionais, já que 
é comum países adotarem moedas diferentes, com poucas exceções, como o Euro. Assim 
sendo, nessas transações há a necessidade de adquirir e/ou vender moedas estrangeiras, o 
que ocorre em importações e exportações, por exemplo. O câmbio consiste na operação de 
troca entre moedas, no caso de importação ou exportação, a moeda nacional pela estrangeira 
(EITEMAN; STONEHILL; MOFFETT, 2002). 
O Mercado de Câmbio Internacional1 é o maior do mundo em valores negociados e em 
quantidade de transações, e é onde se dão as operações de troca de moedas entre os países. 
O Mercado de Câmbio Internacional é composto por empresas que não têm como atividade-
fim a intermediação financeira, governos, bancos, investidores institucionais e investidores 
físicos. As participações desses agentes econômicos no mercado cambial acontecem mediante 
diversas configurações. Do ponto de vista de um país hipotético qualquer, as relações podem 
ser demonstradas da seguinte forma:
Os geradores de divisas: os turistas estrangeiros que gastam no país, receptores de 
transferências estrangeiras ou investimentos, exportadores e os tomadores de empréstimo 
no exterior no momento em que recebem o crédito.
Os que remetem divisas: os turistas que realizam gastos no exterior, importadores, 
1 Também conhecido como mercado de divisas internacional.
3Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Internacionais
tomadores de empréstimos ao pagarem o crédito contraído, importadores, entre outros.
Bancos e corretoras: são aqueles que realizam o processo de intermediação do processo 
de geração e remessa de divisas. São os maiores movimentadores do mercado cambial.
Autoridades monetárias: através de compra e venda de divisas para realizar alguma 
política cambial objetivando a valorização ou desvalorização do câmbio. 
As naturezas das operações com o câmbio podem ser de origem comercial, como a 
compra e venda de divisas devido ao processo de importação e exportação, ou de origem 
financeira, como operações de compra e venda de moedas devido a movimentos de capitais.
Alguns termos são amplamente utilizados no mercado cambial internacional. São eles:
• Câmbio manual: operação de troca de divisas em espécie;
• Câmbio sacado: operação de troca de divisas em que há uma compensação em conta 
e há intermediação financeira;
• Bit rate: taxa utilizada por bancos ao comprarem moeda;
• Offer rate: taxa utilizada por bancos ao venderem moeda.
O mercado de câmbio pode ser livre ou controlado pelo governo. Caso o mercado seja 
considerado livre, as trocas de moedas ocorrem, praticamente, sem intervenção do governo. 
No entanto, o Mercado de Câmbio Internacional é constantemente afetado pela intervenção 
do Poder Executivo de uma nação: como grande parte dos países determina limites para a 
compra de moeda em espécie, há regulação para contratos ou taxas sobre movimentação. 
Nem todas as moedas apresentam liquidez no mercado, e o volume de negócios está 
diretamente ligado à importância da moeda no mercado internacional. Algumas moedas de 
maior importância podem ser citadas, como o dólar americano, o euro, o iene japonês e a 
libra da Grã-Bretanha.
2 Formação da taxa de câmbio
A proporção em que se dá a troca de uma moeda por outra é chamada de taxa de 
câmbio, deste modo, a taxa de câmbio pode ser conceituada como o preço de uma moeda 
em relação à outra. Tomando o exemplo do Real e do Dólar americano, a taxa de câmbio pode 
ser expressa em termos de Real por Dólar ou de Dólar por Real. A principal função da taxa de 
câmbio é permitir a comparação entre moedas. 
Utilizando as moedas anteriores em termos de Real por Dólar (BRL/USD), caso ambas 
as moedas estejam valendo o mesmo preço, a taxa de câmbio será, então, 1,00, pois a taxa 
de câmbio nada mais é do que uma proporção da quantidade de moeda necessária para se 
4Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
Finanças Internacionais
comprar uma unidade da outra. Caso o Real esteja mais valorizado que o Dólar, a taxa de 
câmbio será maior que 1,00; caso o Real esteja menos valorizado que o Dólar, a taxa estará 
com um valor abaixo de 1,00. Contrariamente, caso o exemplo anterior seja em termos de 
Dólar por Real (USD/BRL), os valores se invertem, ou seja, caso o Real esteja mais valorizado 
que o Dólar, a taxa de câmbio será menor que 1,00; caso o Real esteja menos valorizado que 
o Dólar, a taxa de câmbio será maior que 1,00. Geralmente, utiliza-se a perspectiva da moeda 
doméstica em relação à moeda estrangeira, como apresentado na equação a seguir:
Taxa de câmbio em Reais por Dólares americanos
Taxa de Câmbio = 
BRL
USD
Segundo Fonseca (2009), são termos utilizados para definir o estado do Mercado Cambial:
• Mercado estável: a demanda e oferta das divisas estão em equilíbrio;
• Mercado nervoso: quando as oscilações do mercado2 estão grandes;
• Mercado oferecido3: quando a oferta de moeda estrangeira está maior que a 
demanda, afetando negativamente o preço da moeda estrangeira;
• Mercado procurado4: ocorre quando a demanda por moeda estrangeira supera a 
oferta, afetando positivamente o preço da moeda estrangeira.
A taxa de câmbio, como já dito anteriormente, é fruto das forças de demanda e oferta 
de divisas. Em vista disso, o mercado cambial pode ser representado através do gráfico de 
oferta e demanda por moeda. Considerando a perspectiva do Real em relação ao Dólar 
americano (BRL/USD), ou seja, considerando o ponto de vista brasileiro, o Gráfico 1 faz uma 
representação da relação entre as duas moedas em três situações distintas em períodos 
diferentes. As curvas de oferta e demanda representam a dinâmica normal em que a oferta é 
positivamente inclinada e a demanda é negativamente inclinada.
2 Também conhecida como volatilidade.
3 Também conhecido como mercado vendido.
4 Também conhecido como mercado comprado.
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Gráfico 1 – Relação da taxa de câmbio com a dinâmica de oferta e demanda por moeda
BRL
Camb eq2 
Ousd1 
Ousd2 
Camb eq1 
Camb eq3 
Q eq1 
0 Q eq2 Q eq3
USD
USD
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).
 O ponto de equilíbrio do primeiro período representa o equilíbrio Cambeq1 entre a oferta 
e demanda, ou seja, a taxa em que o mercado está estável. Nesse ponto, não só o valor está 
em equilíbrio como a quantidade também. Caso, em um segundo momento, ocorra um 
aumento da demanda por Dólares, isso fará com que haja um deslocamento da demanda 
por moeda americana para D2 , provocando, consequentemente, um deslocamento da taxa 
de câmbio Cambeq2 . Como aumenta a demanda por USD sem aumentar a oferta, o Dólar 
valorizará em relação ao Real. 
Assim sendo, passa a ser necessário ter mais Reais para a compra de um Dólar. Em um 
terceiro momento, ocorre um grande aumento da oferta de dólares, e essa oferta representará 
um deslocamento da curva de oferta 0usd1 de para 0usd2 , gerando uma nova taxa de câmbio 
de equilíbrio, Cambeq3 menor que a anterior. Portanto, o aumento da oferta de Dólar (sem 
aumento correspondente da demanda) provoca a desvalorização do Dólar em relação ao 
Real. 
No Gráfico 1 a taxa de câmbio é determinada pela oferta e demanda por dólares. O 
aumento da oferta de dólares pode ser explicado pelo aumento da importação americana, e 
esse aumento é consequência do maior consumo de bens e serviços importados no mercado 
americano. Os produtos importados são pagos em dólares, o que aumenta a oferta dessa 
moeda no mercado internacional. 
O aumento da demanda por Dólares pode ser explicado peloaumento da exportação 
americana. Em oposto ao exemplificado acima, o aumento da exportação aumentará a 
quantidade de bens e serviços americanos no exterior. Esses bens e serviços são pagos em 
Dólares, o que aumenta a demanda pela moeda. 
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Como observado, a dinâmica de oferta e demanda estabelece o processo de formação da 
taxa de câmbio, contudo, além do efeito dessa dinâmica no valor do Dólar e, consequentemente, 
na taxa de câmbio, as forças de oferta e demanda também influenciam o Real. As ininterruptas 
transações no mercado de câmbio (dadas por exportações, importações, turistas, fluxo de 
investimentos, empréstimos, dentre outros), tanto para o Real quanto para o Dólar, fazem 
deslocar as suas respectivas curvas de oferta e demanda, gerando a flutuação da taxa de 
câmbio (EITEMAN; STONEHILL; MOFFETT, 2002). 
Quanto mais alto for o valor do Dólar, mais barato se tornará importar produtos no 
mercado americano. Contrariamente, quanto menor for o valor do Dólar, mais caro 
será importar produtos no mercado americano. É possível deduzir disso que a taxa de 
câmbio, por meio do aumento ou redução dos custos de importação, podem influenciar os 
preços internos de um país, dado que as importações podem ser, por exemplo, insumos de 
produção e mercadorias vendidas no mercado interno.
Por outro lado, as variações do mercado não explicam totalmente a taxa de câmbio, dado 
que os governos podem influenciar a variação da taxa de câmbio com vários objetivos, como: 
controlar inflação, diminuir a volatilidade do mercado e incentivar as exportações. 
Conforme Mariano e Meneses (2011), as taxas de cotação variam de acordo com o tipo 
de comercialização:
• cotação comercial: dada pelas transações de compra e venda de moedas entre
bancos e empresas;
• cotação interbancária: caracterizada pelas transações realizadas entre bancos;
• cotação paralela: dada pelas transações em casas de câmbio não autorizadas;
• cotação turismo: cotação formada pelas transações entre viajantes e casas de câmbio
autorizadas.
3 Mercado de Crédito Internacional
 As empresas buscam recursos para financiar suas dívidas no mercado de crédito e esses 
recursos são angariados mediante a emissão de obrigações que não garantem participação 
na empresa. As obrigações emitidas são títulos que pagam, em grande maioria, um juro 
preestabelecido cujo título é recolhido na data de vencimento. Portanto, a empresa emite 
um título que corresponde a um valor que será ressarcido na data de vencimento, e em troca 
do empréstimo a empresa se compromete a pagar um juro periódico ao credor.
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O mercado de crédito abrange títulos de longo prazo com variados níveis 
de risco. É importante destacar que a principal diferença entre o mercado de 
crédito e o mercado monetário é que o primeiro é constituído por obrigações 
de longo prazo, principalmente emitidas por empresas, enquanto o segundo é 
constituído por obrigações de curto prazo e operações, principalmente, 
interbancárias.
Apesar de menor que o mercado de câmbio, o mercado de crédito é de grande 
importância, pois permite uma alternativa de financiamento às empresas. O mercado 
é composto por investidores institucionais e individuais, governos e empresas. A maior 
parte dos investidores que atuam nesse mercado são fundos de investimentos que, em 
determinadas operações, podem comprar títulos direto da empresa. Isso ocorre porque 
o mercado apresenta pouca liquidez, o que dificulta a entrada de pequenos investidores. 
Portanto, não é incomum as empresas realizarem negociações diretas com os fundos 
compradores, como é o caso dos fundos de pensão americanos. 
O mercado de crédito é composto por obrigações de diversos tipos, mas principalmente 
obrigações de longo prazo de empresas: títulos com maturidade de mais de um ano cujos 
recursos são utilizados pelas empresas em investimentos de longo prazo. No mercado 
americano há uma participação significativa de títulos de hipotecas.
Como o mercado é composto por títulos que pagam valores fixos e em grande parte 
negociados diretamente entre as partes, o mercado não é considerado muito volátil. No 
entanto, isso não exclui a possibilidade de ocorrência de diversos riscos, e o principal deles 
é o risco de variações na taxa de juros. Caso as taxas de juros aumentem, há um aumento 
dos custos para o emissor, assim como uma queda da taxa de juros representa uma queda da 
remuneração do credor. Diante disso, a variação da taxa de juros é o principal componente do 
risco, dado que representa custo ao emissor e remuneração ao credor. 
4 Mercado de Ações Internacional
As empresas disponibilizam internacionalmente suas ações (títulos que concedem 
o direito de participação social em empresas de capital aberto) no Mercado de Ações 
Internacional. O mercado de ações é composto principalmente por empresas emissoras 
das ações, investidores institucionais e físicos, e as instituições intermediadoras que são as 
corretoras e bolsas de valores. Portanto, o principal papel da Bolsa de Valores é facilitar a 
troca entre compradores e vendedores.
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As bolsas de valores são os locais em que são realizadas as operações de compra e venda 
das ações, e sua função é fornecer um sistema de negociação claro e eficiente. As principais 
bolsas de valores do mundo são as americanas New York Stock Exchange e NASDAQ, as 
asiáticas Tokyo Stock Exchange, Hong Kong Stock Exchange e a Shanghai Stock Exchange. 
Além delas há as europeias London Stock Exchange e Euronext. A maior Bolsa de Valores da 
América do Sul é a BM&F Bovespa.
O mercado de ações é uma das principais fontes de recursos para as empresas, e suas 
negociações são realizadas publicamente. A oferta pública permite que as negociações 
tenham liquidez e possibilita aos detentores de títulos a venda rápida das ações. Esta é uma 
característica atraente de investimento em ações, em comparação com outros investimentos 
menos líquidos. 
A liquidez do mercado permite a fácil movimentação de recursos entre um mercado e 
outro. Esse fator, aliado à interligação entre os mercados, faz com que os movimentos da 
dinâmica dos preços das ações reflitam a realidade econômica dos países. Não é incomum 
que uma crise em determinado país da Ásia afete as bolsas asiáticas e, rapidamente, as 
demais bolsas de valores. 
Conforme Carvalho (2007) as empresas brasileiras podem lançar ações no mercado 
externo. São eles o American Depositary Receipt (ADR), que é relativo a ações negociadas 
apenas no mercado norte-americano, e o Global Depositary Receipt (GDR), relativo às ações 
de empresas estrangeiras negociadas em mais de uma bolsa estrangeira. Esses títulos são 
emitidos e negociados no mercado externo e precisam ter lastro em ações de outros países. 
Os investidores que adquirem as ADRs e GDRs têm os mesmos direitos que os acionistas 
do país, como os dividendos, subscrição (compra de novas ações) e juros. Os investidores 
estrangeiros também podem adquirir ações na Bolsa de Valores brasileira e convertê-las e 
ADR/GDR. Para lançar uma ADR ou GDR, a empresa deve emitir ações no mercado secundário, 
que devem, por sua vez, ser depositadas em um banco no exterior, chamado de depositário, 
que irá emitir os ADR ou GDR.
Considerações finais
A aula buscou demonstrar o funcionamento do mercado cambial e a formação da taxa 
de câmbio. Além desse tema, foi abordado, também, o Mercado de Crédito Internacional e o 
mercado acionário. O mercado de câmbio é considerado o de maior volume de negócios no 
mundo, e seu funcionamento é fundamental para o comércio internacional. 
Como pôde ser observado, o mercado cambial é composto por operações geradoras 
de divisas e, além disso, os participantes do mercado são instituições como fundos, bancos, 
governos, empresas e, até mesmo, pessoas físicas, como turistase investidores.
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 Nesta aula foi possível também entender o processo de oferta e demanda por moeda. 
Sabe-se, portanto, que um aumento da oferta de moeda doméstica ou uma redução da oferta 
de moeda estrangeira gera uma valorização da taxa de câmbio do ponto de vista doméstico (a 
moeda estrangeira fica mais cara em relação à moeda doméstica). Assim como o contrário é 
verdadeiro, uma redução da oferta de moeda doméstica ou um aumento da oferta de moeda 
estrangeira gera uma desvalorização da taxa de câmbio (a moeda estrangeira fica mais barata 
em relação à moeda doméstica). Foi demonstrada, também, a dinâmica para a demanda cujo 
efeito é oposto ao da oferta. 
Além disso, foi possível entender o mercado de crédito, no qual as empresas podem 
contrair dívidas através de títulos que não conferem o direito de participação social nas 
empresas. E o mercado de ações em que são negociados títulos que conferem o direito de 
participação social na empresa. Tais mercados são importantes para as empresas que buscam 
fontes de financiamento para seus projetos de longo prazo. 
Referências
CARVALHO, Genésio de. Introdução às finanças internacionais. São Paulo: Pearson Prentice 
Hall, 2007.
APPLEYARD, Dennis R.; FIELD, Alfred J.; COBB, Steven I. Economia Internacional. 6. ed. Porto 
Alegre: McGraw-Hill, 2000.
EITEMAN, David K.; STONEHILL, Arthur I.; MOFFETT, Michael H. Administração financeira 
internacional. 12. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. 
MARIANO, Fabrício; MENESES, Anderson. Mercado financeiro. Rio de Janeiro: Campus, 2011.
FONSECA, José. Mercado de Capitais. Curitiba: IESDE, 2009.
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Aula 03
Regimes cambiais
Objetivos Específicos
• Identificar as principais políticas governamentais da taxa de câmbio e taxa de 
juros internacionais
Temas
Introdução
1 Tipos de regime de câmbio
2 Paridade entre as taxas cambiais
3 Fixed Rate Note e Floating Rate Note
Considerações finais
Referências
Professor
Wilson Lira Cardoso
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Introdução
O Sistema Financeiro Internacional é um sistema descentralizado, composto de múltiplas 
interações comerciais, obrigações monetárias e fluxos financeiros, feitos entre duas ou mais 
entidades, indivíduos ou instituições que estejam localizados em diferentes países. Como 
normalmente as transações monetárias desse sistema são feitas em moeda estrangeira, um 
dos elementos mais importantes na composição do Sistema Financeiro Internacional é a 
definição da política governamental específica de cada país sobre seu regime cambial.
O regime cambial é o modelo que determina o critério de troca de uma unidade de 
moeda nacional por outra estrangeira. Existem diversos tipos de regimes cambiais possíveis, 
e o regime de cada país normalmente conta com uma determinada peculiaridade, mas todos 
eles geralmente transitam entre dois exemplos extremos, que são os regimes de taxas de 
câmbio fixa e os regimes de taxa de câmbio totalmente flutuantes, além de um terceiro 
padrão derivado dos demais, que é o regime de câmbio referenciado.
Embora a definição de cada um desses regimes seja relativamente simples, a escolha por 
uma delas tem implicações importantes não apenas sobre a saúde geral do sistema de contas 
nacionais de cada país, mas também sobre o resultado geral das exportações, importações e 
decisões de investimento. 
Nesta aula veremos, além de uma descrição detalhada de cada tipo de regime cambial, 
exemplos de sua aplicação ao longo da história, as questões de paridade e arbitragem entre 
as diferentes taxas de câmbio e, também, diversas outras implicações da decisão sobre o 
modelo de regime cambial. 
1 Tipos de regime de câmbio
Nesta seção faremos uma definição formal de cada um dos três principais tipos de 
regime cambial: o regime de câmbio a Taxas Fixas, Taxas Flutuantes e Taxas Referenciadas. 
Embora possamos classificar qualquer regime cambial de acordo com esses três tipos ideais, 
na verdade a maior a parte dos sistemas cambiais do mundo combina características de mais 
de um deles. Exatamente por isso é importante dominar as definições gerais desses três tipos 
ideais.
Também iremos destacar as principais vantagens e desvantagens envolvidas em 
cada sistema. Como os regimes de câmbio fixo e variável são diametralmente opostos, as 
vantagens de um sistema acabam se tornando a desvantagem do outro. Já o regime de 
câmbio referenciado pode ser encarado como um regime de câmbio misto, pois ele tem 
características dos dois tipos de regime de câmbio anteriores. 
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1.1 Regime de câmbio a taxas fixas
Nesse tipo de regime, a taxa cambial, que é o preço de troca entre uma moeda nacional 
por uma moeda estrangeira, é afixada de acordo com um determinado critério governamental, 
não apresentando uma apreciação ou depreciação em seu preço de acordo com a oferta ou 
demanda daquela moeda pelo mercado. 
O critério governamental geralmente adotado em um regime de câmbio fixo é o de 
atrelar o preço da moeda nacional a outro produto, como o ouro ou a prata, ou fixar qual a 
taxa de câmbio entre diferentes moedas através de uma tabela chamada Currency Board, que 
lista todos os preços de troca de uma moeda nacional por uma estrangeira. 
Exemplos de padrão ouro podem ser encontrados em dois períodos da história econômica 
mundial (1873-1913; 1925-31) e de Currency Board, na Argentina (1990-2001) e Hong Kong 
(desde 1983). O Brasil também operou um Currency Board entre 1900 e 1913.
Na trama do filme “007 contra GoldFinger”, James Bond procura impedir 
o plano do vilão GoldFinger de explodir uma bomba atômica dentro do Forte 
Knox, que era o local onde todas as reservas de ouro dos Estados Unidos 
estavam estocadas, servindo como lastro ao padrão-ouro praticado para o 
Dólar durante a duração do Tratado de Bretton Woods, entre o fim da Segunda 
Guerra Mundial e o começo da década de 1970 (veja a caixa “Importante” sobre 
o fim do Tratado de Bretton para obter mais detalhes).
A vantagem mais preponderante desse tipo de modelo é a sua estabilidade. Como os 
preços em moeda estrangeira não se alteram ao longo do tempo, ocorre uma diminuição dos 
riscos envolvidos em qualquer transação financeira internacional, pois o preço de execução 
de um determinado compromisso continua sendo o mesmo do momento no qual ele foi 
assumido.
Para ajudar a ilustrar isso, podemos pensar em um exemplo concreto. Imagine o caso de 
um agricultor de soja. Esse agricultor ainda não colheu sua nova safra, mas se comprometeu 
a exportar um lote de X toneladas por um preço já predefinido de tantos dólares dentro de 
três meses, quando estaria pronto para a colheita. Se a taxa de câmbio é fixa, o preço da 
colheita de soja, que foi fixada em um preço predefinido em dólares, também não vai variar, 
ajudando o agricultor a planejar melhor os seus gastos.
As maiores desvantagens do regime de câmbio fixo, por outro lado, estão relacionadas 
ao gerenciamento e à consequente possibilidade de perda de controle das reservas cambiais, 
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que são as reservas que cada país possui em moedas estrangeiras. Isto porque, em um 
regime de câmbio a taxas totalmente fixas, o Banco Central se torna responsável por intervir 
no mercado comprando ou vendendo moeda estrangeira, de acordo com a necessidade 
do mercado por essa moeda, que, por sua vez, é determinada pelo saldo da Balança de 
Pagamentos (valor total das exportações menos o valor total das importações).
O problema é que, caso o saldo da Balança Comercial continue persistentemente em 
déficit ao longo de vários anos, ou seja, que o volume de importações se mantenha maior do 
que o de exportações, isso poderá levar a um esgotamento das reservas em moeda estrangeira 
e obrigar o governo a cobrir esse déficit, afetando o equilíbriodas contas públicas.
1.1.1 Efeitos sobre a taxa de juros e a inflação
Fixar o valor da taxa de câmbio significa que a autoridade monetária não pode alterar de 
forma significativa a quantidade de moeda nacional em circulação, pois, como determina a lei 
de oferta e demanda, aumentar a oferta de moeda implicaria alterar o preço da moeda 
nacional em moeda estrangeira.
Na prática, foi isso que ocorreu nos Estados Unidos do início da década de 
1970, durante o governo do Presidente de Richard Nixon, quando houve a 
quebra do Tratado de Bretton Woods. Basicamente, esse tratado estipulava que 
o valor do Dólar estaria atrelado ao Ouro (Padrão Ouro), garantindo que 
qualquer pessoa pudesse trocar um Dólar por uma quantidade predeterminada 
de ouro (35 Dólares por cerca de 28 gramas de ouro, na época).
A grande quantidade de dólares em circulação e os intensos gastos que os Estados 
Unidos estavam tendo na época da Guerra do Vietnã, no entanto, aumentaram fortemente 
as suspeitas do Mercado Financeiro de que os Estados Unidos não teriam ouro suficiente em 
estoque para pagar todo o volume em Dólares em circulação. Em última instância, isso levou 
à quebra do tratado de Bretton Woods e ao fim do Padrão Ouro.
Como a oferta de moeda é sempre a mesma, a adoção da taxa de câmbio fixa permite 
uma rápida estabilização monetária, eliminando o aumento dos preços dos bens negociados 
com o exterior e levando a uma convergência entre a Inflação Doméstica e a Internacional. 
Como existe uma relação direta entre a taxa de juros e a inflação (o governo altera a taxa 
de juros para atingir a meta inflacionária), e a expectativa de desvalorização cambial cai para 
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zero, a adoção da taxa de câmbio fixa também permite uma redução da taxa de juros interna 
ao mesmo nível da taxa de juros internacional.
1.2 Regime de câmbio a taxas variáveis
Neste tipo de regime, a taxa de câmbio é flutuante, tendo seu preço determinado 
diretamente pelas forças de oferta e demanda do mercado, diferentemente do regime 
câmbio fixo, em que as autoridades monetárias são as responsáveis por determinar o preço 
da moeda estrangeira. 
A principal vantagem desse modelo é que, diferentemente do regime de câmbio fixo, ele 
não exige que as autoridades monetárias tenham que gerenciar o saldo da reserva em moeda 
estrangeira, permitindo que elas possam se concentrar em outras metas, como emprego e 
taxa de juros. Essa maior segurança em relação às reservas ocorre porque todo o excesso 
de demanda ou oferta de divisas é compensado pelos ajustes nos preços (taxa de câmbio), 
impedindo que haja um rápido esgotamento das reservas internacionais e mitigando as 
chances de uma crise cambial.
Exatamente por essa flexibilidade no que se refere aos preços, o sistema de câmbio flexível 
também acaba sendo menos vulnerável à ação de especuladores do mercado financeiro, que, 
muitas vezes, “apostam” contra a moeda de um determinado país. Foi exatamente isso que 
ocorreu no Brasil na segunda metade da década de 1990, quando o Real estava artificialmente 
em paridade com o Dólar. 
A principal desvantagem, por sua vez, é a menor previsibilidade para operações comerciais 
no setor produtivo e no comércio exterior, que é uma consequência direta das flutuações da 
taxa de câmbio. Como a execução de obrigações em moedas estrangeiras acabam não tendo 
o mesmo preço em moedas nacionais no momento em que foram acordadas, isso acaba 
adicionando um fator de risco cambial para qualquer transação internacional que envolva um 
regime de taxa de câmbio variável.
 Se as flutuações da taxa de câmbio forem pequenas, as implicações acabam sendo 
relativamente limitadas, mas, caso a volatilidade da taxa de câmbio se torne muito alta, isso 
pode acabar incitando as autoridades monetárias a interferirem diretamente no mercado 
cambial comprando ou vendendo contratos de dólares, induzindo o mercado a operar dentro 
de uma determina faixa de variação cambial. 
Em teoria, um regime com taxas de câmbio totalmente variáveis não poderia ter esse 
tipo de interferência, mas, atualmente, grande parte dos regimes de câmbio flutuantes 
são regimes de flutuação suja (dirty floating), que contam com algum tipo de intervenção 
governamental, geralmente com o Banco Central intervindo diretamente no mercado e 
utilizando suas reservas em moeda estrangeira.
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1.2.1 Efeitos sobre a taxa de juros e a inflação
Ao contrário do regime de câmbio Fixo, a instituição do câmbio variável não exige que 
a autoridade monetária mantenha uma quantidade estável de moeda local em circulação, 
dando maior autonomia às políticas que desejem aumentar ou diminuir a quantidade de 
oferta à população e ajudando a isolar o setor real da economia de perturbações econômicas 
adversas provenientes do exterior. 
Assim, ao contrário do regime de câmbio fixo em que a taxa de juros e a inflação doméstica 
tendem a atingir o mesmo valor do nível das suas equivalentes internacionais, caso uma crise 
internacional leve à elevação da inflação e da taxa de juros, a autoridade monetária terá 
maior flexibilidade para alterar livremente a oferta de moeda e taxa de juros em busca de um 
equilíbrio mais favorável.
No entanto, exatamente por permitir uma maior flexibilidade na política monetária, o 
regime de câmbio variável tende a rapidamente provocar inflação caso haja uma persistente 
indisciplina monetária e fiscal. Uma política monetária expansionista, por exemplo, causaria 
a queda das taxas internas de juros, enquanto a expansão da demanda levaria a um aumento 
na procura por bens importados e, consequentemente, por moeda estrangeira, levando a 
uma pressão de baixa no câmbio.
Para compensar a possibilidade de desarranjo monetário, a adoção de um regime de 
câmbio a taxas flutuantes permite uma livre instituição da taxa de juros pelo Banco Central, 
ainda que em níveis relativamente mais elevados do que os praticado internacionalmente, de 
modo a combater a pressão inflacionária decorrente da incerteza monetária e do risco cambial.
Um exemplo claro desse tipo de arranjo pode ser dado a partir da reforma 
cambial executada logo após o final de 1998, quando ocorreu a quebra do 
padrão de bandas cambiais, que foi acompanhada por uma alta da taxa de juros 
SELIC, de modo a impedir a saída máxima de capitais e controlar a inflação.
1.3 Regimes de câmbio a taxas referenciadas
Nesse tipo de regime, a taxa de câmbio passa a ser atrelada ao preço de uma moeda 
estrangeira, sendo geralmente utilizado o Dólar. Exemplos desse sistema podem ser 
encontrados durante a implantação do Plano Real, em 1994, quando foi instituída a paridade 
1 R$ = 1 USD, e na Argentina, de 1990 a 2001.
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Embora o regime de câmbio a taxas referenciadas possa ser caracterizado como um regime 
separado dos demais, ele também pode ser caracterizado como derivado dos outros dois, 
especialmente pelo seu caráter misto, pois ele possui características dos outros dois modelos.
A maior vantagem desse tipo de modelo é que atrelar o valor de sua moeda à moeda-
padrão do sistema internacional permite uma maior previsibilidade para o setor produtivo e 
anula a incerteza cambial do mesmo modo que o regime de câmbio fixo, mas sem exigir que 
a oferta de moeda local se mantenha sempre a mesma, permitindo uma livre determinação 
da oferta de moeda pelas autoridades monetárias.
No entanto, para compensar quaisquer variações na oferta de moeda e garantir que a 
paridade nominal instituída pelo governo se mantenha, o sistema exige que o governo faça 
intervenções diárias no mercado de câmbio (comprando e vendendo dólares) de modo a 
manter a cotação próxima do seu valor real. O que, em períodos de forte volatilidade cambial, 
pode levar a um rápido esgotamento das reservas em moeda estrangeira. 
Essa é a maior desvantagem desse modelo,pois, ao atrelar o valor de sua moeda a 
uma moeda estrangeira, um governo acaba vinculando sua política fiscal à política fiscal 
praticada no país de origem dessa moeda estrangeira, mas sem atrelar necessariamente 
a mesma política monetária. Esse descasamento entre política fiscal e monetária pode 
acabar levando a incongruências que podem se agravar fortemente no momento de uma 
forte crise internacional. 
1.3.1 Efeitos sobre a taxa de juros e a inflação
Por se tratar de um regime de caráter misto e não exigir uma estabilidade na oferta 
de moeda, os efeitos do regime de câmbio a Taxas Referenciadas irão depender do 
comportamento geral adotado pelas autoridades monetárias. Caso o governo mantenha a 
oferta de moeda de forma relativamente estável, o regime se aproxima do comportamento 
de um Regime de Câmbio Fixo, levando a taxa de juros e a inflação aos mesmos níveis 
das taxas correspondentes internacionais. No entanto, caso o governo queira interferir 
diretamente sobre a oferta de moeda, os efeitos sobre a taxa de juros e a inflação se tornam 
mais semelhantes ao regime de câmbio a taxas flutuantes, levando a uma inflação e taxa de 
juros superiores às taxas internacionais correspondentes.
1.4 Trade-off entre os diferentes regimes cambiais
Como é possível inferir, não existe exatamente um modelo de regime cambial ideal ou 
claramente melhor que os outros, pois cada um deles apresenta características boas e ruins 
que são excludentes entre si. O que existe é uma escolha por um determinado regime, de 
acordo com as circunstâncias históricas e situação econômica de cada período. 
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Esse é o tipo de escolha que os economistas normalmente chamam de um “trade-off”, 
em que a opção por um modelo implica abrir mão do controle de uma variável para passar 
a ter o controle de outra. Os detalhes desse mecanismo serão descritos logo a seguir com 
mais detalhes.
É importante destacar, também, que a opção por um desses regimes tem importantes 
implicações sobre outras variáveis econômicas, como a taxa de juros e a inflação. Basicamente, 
determinar uma taxa de câmbio fixa leva a abrir mão do controle da taxa de juros e da inflação, 
enquanto adotar uma taxa de câmbio variável, que flutua de acordo com a oferta e demanda, 
permite que você volte a determinar a taxa de juros e a inflação, sem se limitar ao valor 
imposto por essas variáveis no mercado financeiro internacional.
2 Paridade entre as taxas cambiais
Embora a definição do regime de um câmbio às Taxas Variáveis seja relativamente simples, 
ela deixa um questionamento a ser respondido: o que garante que haja uma paridade entre 
as diferentes taxas cambiais em todo o mundo? 
Descrevendo em outras palavras: o que garante que não haja diferenças visíveis entre os 
preços na moeda japonesa Yen, independentemente de ela ser comprada em Dólares, Euros 
ou Reais, ou que haja um preço menor na compra de Yen se você inicialmente converter seus 
Reais em Dólares para depois comprar Yens, em vez de comprar seus Yens diretamente?
Basicamente, essa paridade cambial é garantida por dois conceitos igualmente 
importantes: em primeiro lugar a paridade da taxa de juros, que é um conceito mais teórico, 
e em segundo lugar, o processo de arbitragem cambial, que é um mecanismo de caráter 
mais prático.
2.1 Paridade da taxa de juros
A teoria da paridade da taxa de juros conecta mercados cambiais com mercados 
financeiros internacionais ao relacionar fluxos financeiros entre países com as variações das 
taxas de câmbio. Basicamente, ela afirma que a diferença nas taxas de juros nacionais para 
títulos com mesmo risco e maturidade semelhantes deve ser igual ao rendimento das taxas 
de juros em moeda estrangeira, mais os custos de transação.
Por exemplo, imagine que um investidor americano decida investir seu capital no mercado 
financeiro local. Ele irá, então, receber um rendimento equivalente à taxa de juros americana 
no final do período. No entanto, esse investidor pode escolher investir em algum título no 
mercado financeiro brasileiro, com mesmo risco e maturidade. Para isso, ele teria que trocar 
os Dólares por Reais à taxa de câmbio à vista, investir os Reais em algum título no mercado 
brasileiro, vender os Reais a uma taxa de câmbio futura (para evitar risco de mudança na taxa 
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de câmbio) e, no final do período, converter os resultados de volta para Dólar.
Para que a paridade da taxa de juros seja válida, o benefício de se investir no mercado 
americano deve ser o mesmo de se investir no mercado brasileiro, mais os custos de transação, 
como define a seguinte equação: 
 (1 + i USD) = S R$/USD (1 + i R$) 
1
FR$/USD
Onde:
i USD é a taxa de juros americana;
i R$ é a taxa de juros brasileira;
S R$/USD é a taxa de câmbio spot (daquele momento); e
F R$ é a taxa de câmbio futura.
A equação afirma que o valor de 1 mais a taxa de juros americana precisa ser equivalente 
a 1 mais a taxa de juros brasileira (entre parênteses) vezes a taxa de câmbio daquele momento, 
dividido pela taxa de câmbio futura.
Exemplo: Dada uma taxa de câmbio, agora de 2,00 R$/USD, uma taxa de juros de 10% 
no Brasil e uma taxa de câmbio futura estimada em 2,10 R$/USD, teríamos uma taxa de juros 
americana, como determinado pela equação acima, de:
(1 + i USD ) = [2 * (1 + 10)] / 2,10
(1 + i USD ) = 2,20 / 2,10 = 1,0476
 i USD = 4,76%
Existem duas versões dessa teoria: a paridade Coberta da Taxa de Juros e a paridade 
Descoberta da Taxa de Juros. A principal diferença entre as duas é possibilidade teórica de 
aplicação de arbitragem pelos investidores na busca da melhor taxa de juros.
2.1.1 Paridade coberta da taxa de juros
A Paridade Coberta da Taxa de Juros admite a possibilidade de o mercado não estar 
sempre no perfeito equilíbrio previsto pela teoria da paridade da taxa de juros. Isso permite 
a aplicação de arbitragem, levando o investidor a comprar a moeda que oferecer a melhor 
taxa de juros.
 Assim, supondo o caso em que a taxa de juros internacional seja maior do que a local, a 
diferença entre as duas taxas de juros ( i USD - i R$) é igual ao prêmio da taxa de câmbio futuro 
10Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
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sobre a taxa de câmbio no mercado à vista. A principal implicação de assumir esse modelo é 
a de que a partir dele é possível calcular a taxa de juros futura com base na taxa spot.
2.1.2 Paridade descoberta da taxa de juros
Essa versão da teoria da paridade da taxa de juros não admite a possibilidade aplicação 
de arbitragem. Isto porque a diferença entre as duas taxas de juros, que na versão coberta é 
equivalente ao prêmio da taxa de câmbio futuro, na versão descoberta se torna equivalente 
à depreciação cambial apresentada entre a taxa de câmbio spot e a taxa futura.
Por assumir que o mercado cambial está sempre em perfeito equilíbrio, essa versão acaba 
sendo a preferida por economistas e outros teóricos da área, pois ela permite acompanhar de 
forma mais objetiva as correlações e interações ente diferentes variáveis macroeconômicas 
sem que haja erros de medida.
2.2 Arbitragem cambial
Por arbitragem, entende-se o processo de compra e venda de moeda em duas praças 
financeira diferentes buscando obter o lucro resultante da diferença de preços entre duas 
ou mais moedas. Embora, em teoria, a paridade da taxa de juros não permita que haja 
diferenças significativas entre as taxas cambiais de diferentes moedas, na prática, podem ser 
encontradas pequenas diferenças de preço entre as cotações de moedas, permitindo assim 
a possibilidade de lucro.
 Essas diferenças de cotação, no entanto, são geralmente muito pequenas, e os custos 
de transação envolvidos nas operações cambiais (como impostos e custos de corretagem) 
impedem que a maioria das pessoas possa explorar essas diferenças. 
Por esse motivo, normalmente operações de arbitragem são conduzidaspor grandes 
bancos, que constantemente compram e vendem moeda buscando favorecer-se com essas 
pequenas variações. Além disso, atualmente, a maior parte das operações do mercado 
financeiro é conduzida por computadores e processos automatizados que operam em um 
ritmo muito mais rápido, fazendo com que, na prática, as eventuais diferenças entre as 
cotações das moedas sejam cada vez menores.
3 Fixed Rate Note e Floating Rate Note
Como previsto pela teoria da paridade da taxa de juros, existe uma inter-relação entre 
mercados cambiais e fluxos financeiros, em que a maior parte dos investimentos se destina 
a países com as maiores taxas de juro. Esse fluxo financeiro internacional de compra e venda 
de títulos é responsável pelo processo de valorização e depreciação das taxas de câmbio em 
11Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
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todo o mundo e também possui um critério semelhante de fixação e flutuação, parecido com 
aquele aplicado para taxas cambiais, que é o Fixed Rate Note e o Floating Rate Note.
Basicamente, o Fixed Rate Note (também chamado de Título de Renda Fixa) envolve 
títulos com taxa de juros prefixadas, cujas taxas de rendimento não variam ao longo do 
tempo; já o Floating Rate Note (ou Título de Renda Variável) consiste em títulos cuja taxa de 
rendimento pode variar ao longo do tempo.
A escolha por um desses dois tipos de títulos depende basicamente de dois fatores:
1. a perspectiva de comportamento da taxa de juros: esta é uma variável de curto 
prazo e leva em consideração a perspectiva de a taxa de juros-padrão do mercado 
(SELIC no Brasil e LIBOR no exterior) subir ou cair. Caso ela esteja subindo, o ideal 
seria optar por um Floating Rate Note; se ela estiver caindo, seria melhor optar por 
um Fixed Rate Note;
2. o tempo total previsto de investimento: geralmente o Floating Rate Note é utilizado 
para investimentos com um menor intervalo de tempo, procurando aproveitar as 
oscilações do mercado, enquanto que o Fixed Rate Note é utilizado em intervalos de 
tempo maiores do que cinco anos, para permitir uma maior previsibilidade do futuro 
investimento. 
Considerações finais
Nesta aula, vimos que a seleção de um tipo de regime cambial pelo governo é uma 
escolha muito importante, impondo uma decisão para as autoridades monetárias. O regime 
de câmbio Fixo permite uma rápida estabilização da taxa de juros e da inflação aos níveis 
encontrados no mercado internacional, mas exige que o governo abra mão de parte do 
controle da política monetária ao exigir que mantenha uma oferta de moeda estável ao longo 
do tempo, de modo a controlar as reservas em moeda estrangeira.
Já o regime de câmbio Variável permite o controle da oferta de moeda, mas exige uma 
maior disciplina fiscal e monetária das autoridades políticas, ao risco de gerar uma inflação e 
taxa de juros maiores do que suas correspondentes internacionais.
Não existe um regime cambial ideal, tanto que o padrão geral praticado pelo Mercado 
Financeiro Internacional mudou várias vezes na história econômica recente, alternando 
entre o regime de câmbio Fixo e o Variável várias vezes ao longo do século XX, devido a 
particularidades históricas, com um maior destaque para guerras e crises econômicas.
Nesta aula também vimos como o fluxo internacional de capitais produz uma paridade 
entre as diferentes taxas cambiais, algo que, por sua vez, é garantido pelo conceito de paridade 
da taxa de juros e pelo mecanismo de arbitragem praticado no mercado financeiro através da 
12Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
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compra e venda de moeda estrangeira pelos bancos. Por fim, foi visto o paralelo entre a taxa 
de câmbio e rendimento dos títulos através da explanação dos conceitos de Fixed Rate Note 
e Floating Rate Note. 
Todos esses conceitos são importantes e devem ser assimilados, pois fazem parte dos 
fundamentos tanto teóricos quanto práticos de qualquer operação cambial ou outra operação 
no mercado financeiro internacional, acumulando-se com outros conceitos mais avançados.
Referências
007 contra Goldfinger. Direção: Guy Hamilton. EON Productions. Reino Unido, 1964. 112 
minutos. Technicolor.
CARVALHO, David F. Paridade descoberta da taxa de juros da economia brasileira num 
ambiente de crise financeira mundial: Teoria e Evidência Empírica. UFRGS, 2012.
CARVALHO, Genésio de. Introdução às finanças internacionais. São Paulo: Pearson Prentice 
Hall, 2007.
CIEPLINSKY, André; BRAGA, Julia; SUMMA, Ricardo. Avaliação empírica do teorema da paridade 
coberta para a economia brasileira. Texto para discussão 022: UFRJ, 2014.
SAMBATTI, Andréia; RISSATO, Denise. Uma discussão sobre a escolha de regimes cambiais no 
Brasil a partir do Plano Real. III Seminário do Centro de Ciências Sociais Aplicadas: Cascavel, 
Outubro de 2004.
STRINGHINI, Vera T. D. Regime cambiais no Brasil: uma análise da influência das variações 
cambiais sobre os preços de mercado da década de 90. Porto Alegre: UFRGS, 2002.
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Aula 04
Derivativos da taxa de câmbio, Mercado de termo, Mercado 
de futuros de moedas.
Objetivos Específicos
• Compreender as operações oriundas de derivativos de taxa de câmbio
Temas
Introdução
1 Derivativos e hedge cambial 
2 Mercado a termo e mercado futuro
Considerações finais
Referências
Professor
Wilson Lira Cardoso
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Introdução
A taxa de câmbio é um fator que exerce uma forte influência no resultado tanto das 
empresas exportadoras, que são afetadas positivamente pela depreciação cambial, quanto 
das importadoras, negativamente afetadas pela desvalorização do Real frente ao Dólar. 
Adicionalmente, várias empresas possuem filiais ou outros ativos no exterior, o que pode 
alterar significativamente seu coeficiente de sensibilidade ao Dólar. 
Com o crescimento do número de empresas brasileiras nos mercados externos, exige-se 
cada vez mais a prática de gerenciamento e controle de riscos na flutuação cambial. Nesse 
contexto, a utilização de derivativos cambiais pode ajudar as empresas a tomarem decisões 
mais eficientes tanto na aplicação de hedge cambial quanto na alocação de ativos e passivos 
fora do país.
Nesta aula, expandiremos os conceitos institucionais básicos voltados ao campo de taxas 
e regimes cambiais e analisaremos a aplicação de ferramentas cambiais mais complexas, 
como contratos de operação de Câmbio a Termo e Câmbio Futuro.
Além disso, também faremos uma descrição detalhada sobre as diferenças e as 
características gerais das operações de hedge nos mercados a Termo e Futuro. Ao longo da 
aula, assumiremos que taxa de câmbio opera sob um Regime de Câmbio a Taxas Variáveis, 
exatamente como é no Brasil hoje e que, portanto, ocorrem variações da Taxa de Câmbio ao 
longo do tempo. 
Embora esta aula seja mais voltada para a utilização de derivativos cambiais, os conceitos 
aqui expostos não se restringem apenas a operações de câmbio, mas podem ser aplicados 
sobre qualquer tipo de operação na qual você queira assegurar o preço de um determinado 
ativo no futuro.
1 Derivativos e hedge cambial 
Derivativos da área de Câmbio funcionam da mesma maneira que os demais derivativos 
do mercado financeiro, eles combinam conceitos básicos de ativos e operações do mercado 
cambial para desenvolver produtos financeiros mais sofisticados do que as simples posições 
de compra e venda de moeda estrangeira no mercado. Para otimizar o resultado final, o 
desenvolvimento e o subsequente gerenciamento desses produtos são, muitas vezes, 
combinados com algoritmos e modelos matemáticos de precificação.
Embora derivativos cambiais possam ser realmente complexos, geralmente eles têm 
um único objetivo para seus operadores, que é a aplicação de um hedge (trava), ou seja, 
assegurar um determinado preço na compra ou venda de um ativo – que se trata de moeda 
estrangeira no caso do mercado cambial − em uma determinada data, com o objetivo de 
estabilizara variação da taxa de câmbio e minimizar o risco envolvido em qualquer operação.
3Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
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Por exemplo, imagine que um agricultor tenha fechado a venda de um lote de soja 
para exportação cujo pagamento e consequente transferência de Dólares para Reais só será 
efetuado dentro de três meses. O agricultor tem basicamente duas opções: 
1. pode assumir o risco de receber o pagamento por meio da taxa de câmbio que estará 
disponível daqui a três meses, o que pode ser lucrativo se a taxa de câmbio passar por 
uma depreciação ou negativo se o Real passar por uma valorização;
2. pode aplicar um hedge para que ele possa usar a taxa de Câmbio Spot que existe hoje 
dentro de exatamente três meses, o que anula a possibilidade de ganho ou perda 
com a variação cambial, mas permite uma maior estabilidade financeira e uma maior 
previsibilidade contábil.
Geralmente, até por uma questão de planejamento financeiro e contábil, tanto o agricultor 
quanto grande parte das empresas vão optar pela segunda opção. Afinal, a maior parte delas 
não tem como atividade principal a atuação no mercado financeiro e, consequentemente, 
não trabalham com previsão de variáveis como taxas de juro, taxas de câmbio e preço de 
commodities.
Embora conceitualmente simples, pois trata da compra e venda de moeda estrangeira, o 
mercado cambial tem à sua disposição diversas opções de taxas de câmbio, que se diferenciam 
entre si na natureza de sua operação. No Brasil, isso é mais do que apenas uma distinção 
criada entre diferentes mercados se configurando como uma necessidade legal, pois qualquer 
tipo de operação de troca de Dólares precisa ter sua natureza e destinação declaradas para o 
governo. A seguir, temos cada uma dessas categorias com mais detalhes.
• Dólar spot – a taxa spot reflete a taxa de câmbio presente, ou, poderíamos descrever 
ainda, a taxa de câmbio daquele momento específico. É semelhante à ideia de você 
comparar a velocidade que o carro está andando em um determinado momento, 
equivalente a uma taxa spot, contra a ideia da velocidade média.
• Dólar futuro – é uma taxa geral de referência utilizada para a adesão aos contratos de 
câmbio, levemente superior àquela apresentada pela taxa spot.
• Dólar comercial – é a taxa utilizada como referência pelas grandes empresas para a 
realização de importação e exportação de mercadorias, além de remessas de capital. 
Seu índice pode variar bastante dependendo do volume de operações na Bolsa, e é 
a taxa de referência para o governo quando ele interfere diretamente no mercado, 
comprando e vendendo contratos de Dólares.
• Dólar ptax – o ptax é uma taxa de câmbio média calculada pelo Banco Central, sendo 
utilizada não como uma taxa real, mas como uma referência geral do comportamento 
apresentado pelo mercado. 
4Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
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• Dólar paralelo – é o nome dado para o Dólar que é negociado fora do circuito oficial, 
sem declaração de intenção do uso para o governo. Trata-se de um mercado que 
opera fora da legalidade institucional.
• Dólar turismo – é taxa de referência para pessoas que vão comprar Dólares para 
utilizar em viagens ao exterior. Ela é geralmente mais alta do que a taxa de Dólar 
comercial. Embora desde 2005 uma resolução da CMN tenha unificado o mercado 
de Dólar turismo com o de Dólar comercial, existem na prática duas taxas, devido à 
natureza declarada para cada tipo operação.
Importante destacar que a taxa de câmbio que será fixada por meio de um hedge não 
é necessariamente a taxa spot, mas sim um preço definido pelo mercado acionário. Existem 
dois tipos de hedges, de Compra e de Venda, que serão explicados a seguir.
1.1 Hedge de venda
O hedge de venda envolve a posição vendida em contratos futuros. Ela é apropriada 
quando um produtor, empresa ou organização já possui o ativo e espera vendê-lo em algum 
momento futuro. Também pode ser utilizada quando o hedger ainda não tem o ativo, mas o 
terá em algum momento no futuro.
Para ilustrar esse conceito, voltemos ao exemplo do agricultor exportador 
de soja. Imagine que esse agricultor tenha fechado um contrato em fevereiro 
e irá receber a quantia de US$ 1.000.000,00. A liquidação financeira dessa 
transação comercial ocorrerá dentro de dois meses, no início do mês de abril.
Com o objetivo de estabilizar o pagamento, o agricultor decide vender 
20 contratos futuros de Dólar, os quais geralmente têm um valor padronizado 
de US$ 50.000 cada, no valor total de (US$ 1.000.000,00) na BMF (Bolsa de 
Mercados Futuros) ao preço de R$ 2,77 com vencimento em abril. 
Importante destacar que, enquanto a taxa de câmbio é determinada pela 
oferta e demanda de moeda estrangeira, os demais produtos agrícolas e outras 
commodities (que são aqueles produtos homogêneos, como laranja, soja ou 
um barril de petróleo) têm seu preço determinado internacionalmente pelo 
mercado externo; geralmente nas bolsas de valores estrangeiras, por exemplo, 
pelo mercado de Chicago ou pela Bolsa de NY, que geralmente apresentam um 
alto volume de negociação.
Mantendo a posição até o vencimento (1º de abril), sua operação é 
liquidada por meio da reversão da posição, com base na taxa de câmbio spot do 
último dia de negociação (31 de março) de, por exemplo, R$ 2,595/Dólar. Com 
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isso, são calculados os seguintes resultados:
Receita da exportação: 
US$ 1.000.000,00 x R$ 2,595/Dólar = R$ 2.595.000,00
Resultado no mercado futuro: 
(R$ 2,77 – R$ 2,595) x US$ 50.000,00 x 20 = R$ 181.348,00
Resultado geral: 
R$ 2.595.000,00 + R$ 181.348,00 = R$ 2.776.348,00
Ou seja, entre fevereiro e abril ocorreu uma depreciação do valor do Real 
de R$ 2,77/Dólar para R$ 2,59/Dólar. Isso resultou em uma Receita de 
Exportação menor, mas que foi compensada pela operação do mercado futuro, 
que teve lucro positivo devido à diferença entre o preço da taxa spot daquela 
que foi originalmente fixada na operação de hedge.
1.2 Hedge de compra
Já o hedge que envolve a tomada de posição longa (comprada) em contratos futuros é 
conhecido como hedge longo (ou hedge de compra). É mais apropriado quando a companhia 
sabe que terá que comprar determinado ativo no futuro e que deve travar o preço agora.
Citemos dessa vez o exemplo de uma importadora. Em fevereiro, essa empresa importou 
mercadorias no valor total de US$ 1,5 milhão para uma entrega prevista para daqui dois 
meses. Procurando evitar a variação cambial e valorização do Dólar nesse período, a empresa 
realiza uma operação de hedge de compra no mercado futuro para prefixar o valor do Dólar 
de modo a planejar melhor seus custos. 
A empresa, então, compra 30 contratos (US$ 1,5 milhão) na Bolsa com vencimento em 
abril ao preço de R$ 2,21. Mantendo essa posição até o vencimento (1º de abril), a operação 
é liquidada por meio de reversão automática da posição, com base na taxa spot do último dia 
de negociação (31 de março) de, por exemplo, R$ 2,292/Dólar. Com isso, podem-se calcular 
os seguintes resultados: 
Pagamento a ser feito, em reais: 
US$ 1.500.000,00 x R$ 2,292/Dólar = R$ 3.438.000,00 
Resultado no mercado futuro: 
(R$ 2,292 – R$ 2,21) x US$ 50.000,00 x 30 = R$ 120.000,00
6Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados
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Resultado final: 
R$ 3.438.000,00 – R$ 120.000,00 = R$ 3.318.000,00 
Assim, podemos perceber que operação de hedge teve sucesso em fixar os preços para 
os níveis de fevereiro e trazer resultados econômicos satisfatórios para a empresa, pois o fato 
de o Real ter se valorizado nesse período de R$ 2,21/Dólar para R$ 2,29/Dólar na verdade 
teria tornado a importação mais cara, o que foi compensando pelo lucro positivo da operação 
do mercado futuro, que ajudou a abater o preço final.
É importante destacar que, embora em ambos os exemplos citados aqui a empresa 
tenha evitado um resultado pior, pode ocorrer exatamente o contrário,

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