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Bolhas especulativas: como identificar e minimizar prejuízos em investimentos internacionais Bruna Peter Rosa A diversificação dos investimentos é uma estratégia adotada por empreendedores em todo mundo, visando reinvestir seus lucros para promover o crescimento. Uma alternativa frequentemente explorada por esses investidores é ingressar no mercado internacional, onde os retornos podem ser significativos e rápidos, e, dependendo do país de destino dos investimentos, oferecer um nível de segurança considerável. Esta segurança é garantida pela regulamentação das instituições financeiras no país de destino dos investimentos. No entanto, mesmo em nações com sólidas histórias de regulação financeira, bolhas especulativas já foram observadas, como o boom imobiliário subprime nos Estados Unidos, que desencadeou a crise financeira global de 2008. Portanto, identificar a formação de uma bolha especulativa requer uma análise detalhada de diversos aspectos, os quais serão discutidos a seguir. Um dos principais aspectos que levam à formação de bolhas, além da falta de regulamentação, é a inovação desenfreada, seja ela tecnológica ou financeira. Segundo Damas (2017), “geralmente as crises – quando ocorrem – são o resultado de excessos”. Esses excessos se manifestam em situações de grande disponibilidade de liquidez, que modifica a percepção de risco dos agentes econômicos, levando-os a assumir níveis de risco que não assumiriam em um cenário com menor oferta monetária. Logo, o primeiro sinal a ser analisado é se há euforia ou profunda depressão que geram falta de racionalidade e excluem qualquer consideração séria da verdadeira natureza sobre o que está ocorrendo frente ao investimento no ativo analisado. (Damas, 2017). O segundo aspecto a ser considerado é a relação entre o preço de mercado do ativo e seu valor intrínseco. Em outras palavras, é crucial avaliar se o valor da ação está significativamente acima de seu valor contábil, levando em conta o valor presente dos fluxos de dividendos futuros esperados associados ao ativo. É essencial analisar crises anteriores e adotar metodologias de avaliação de forma racional, evitando os excessos cometidos por alguns analistas financeiros, como os "paladinos de Wall Street", que, ao tentarem justificar a crise do subprime estadunidense, afirmaram que "a forma de precificar empresas evoluiu" (Damas, 2017). Por fim, outro aspecto a ser considerado, ressaltado no início do texto, é a vulnerabilidade dos sistemas financeiros do país receptor dos investimentos. Conforme observado por Damas (2017), uma crise cambial ou na balança de pagamentos pode se transformar em uma crise econômica com impactos severos na economia real. Portanto, é essencial monitorar de perto a situação da balança de pagamentos para compreender o estado financeiro do país em questão. Segundo Maia (2020), as relações entre as contas do balanço de pagamentos podem aumentar ou diminuir o risco de um país, já que crises nessa área surgem quando o fluxo interno de capital para financiar déficits na conta corrente ou compensar saídas de capital cessa abruptamente, gerando dúvidas entre os credores estrangeiros sobre o reembolso de seus recursos. Assim, a gestão da política monetária pelos países pode influenciar a solidez do sistema financeiro nacional e internacional. Em resumo, o conhecimento é a principal ferramenta para mitigar perdas ao investir em qualquer ativo, tanto em território nacional quanto internacional. Embora haja vários elementos que contribuem para a formação de bolhas, estar atento aos sinais específicos mencionados anteriormente permite antecipar-se e resgatar investimentos antes que a explosão da bolha se manifeste, assim protegendo contra perdas significativas de recursos. Este entendimento profundo não apenas fortalece a capacidade de tomar decisões informadas, mas também aumenta a resiliência do investidor diante das turbulências do mercado, permitindo uma gestão mais eficaz e segura dos seus ativos. Bibliografia: DAMAS, R. D. Crises econômicas internacionais . São Paulo: Saraiva, 2017. MAIA, J. M. Economia internacional e comércio exterior . 16. ed. São Paulo: Atlas, 2020.
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