SAÚDE DO TRABALHADOR _UNIDADE 1

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SAÚDE DO TRABALHADOR -SDE0941-
Centro Universitário Estácio Juiz de Fora
Prof.ª Ingrid Costa
2020.1
Unidade I
TRABALHO?
A palavra trabalho deriva do latim tripalium, objeto de três paus utilizado na agricultura. 
Em fins do séc. VI, passou a ser também instrumento de tortura. 
O trabalho está associado à transformação da natureza em produtos ou serviços. 
O Trabalho no mundo atual: Os modelos ideológicos e suas implicações na ST.
O trabalho no mundo atual:
Globalização
Avanço tecnológico
Terceirização do trabalho
velocidade de compartilhamento de informações
Crescimento do Trabalho informal 
O perfil do Profissional no Atual Mundo do Trabalho
Empregos Formais
Profissional Capacitado no Mercado
Conhecimento técnico e resolução de problemas do dia a dia (profissional polivalente) dotado de múltiplas competências.
Proatividade e automotivação;
Capacidade de comunicação, de articular e contextualizar informações;
Habilidade para compreender questões lógicas, para pensar e solucionar conflitos;
Familiaridade com computadores e novas tecnologias;
Gosto pela pesquisa;
Responsabilidade, ética, flexibilidade e adaptabilidade;
Disciplina e capacidade de negociação.
O Campo da Saúde do Trabalhador no Brasil
1970: Aumento no número de trabalhadores da indústria. Primeiro movimento em busca de melhores salários e regulamentação da jornada de trabalho.
Inicio das pesquisas sobre o processo saúde-doença, medicina preventiva e saúde publica.
1980: Criação de programas de saúde do trabalhador no âmbito da rede pública de saúde.
1986: I Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador: Definiu a ST como decorrente da melhoria das condições de emprego; estabilidade no trabalho e justa remuneração.
Constituição Federal de 1988 que, no art. 200, em seus incisos II e VIII, considerou o trabalho como fator determinante da saúde da população e, consequentemente, responsabilizou o Estado pela execução das ações de ST.
Consolidada pela Lei nº 8.080/90 que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, incluindo ações em ST, privilegiando a organização dessas ações em Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) , determinando que as ações de ST devam ser executadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
DEFINIÇÃO DE SAÚDE DO TRABALHADOR
(Lei 8.080 Art. 6 º §3º)
“Conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância Sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho”. 
2000: A área técnica de ST do Ministério da Saúde, por meio da Portaria nº 1.679, oficializou a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST).
2009: Publicada a Portaria nº 2.729, de 11 de novembro, integrando a rede de serviços do SUS por meio do Centros de Referência em Saúde do Trabalhador - CEREST, que tem a finalidade de “dar subsídio técnico para o SUS, nas ações de promoção, prevenção, vigilância, diagnóstico, tratamento e reabilitação em saúde dos trabalhadores urbanos e rurais.
2012: Instituída a Portaria nº 1.823, 23 de agosto, a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e Trabalhadora (PNSTT) tem por objetivo definir os princípios e diretrizes acerca da ST, assim como as ações estratégicas entre os órgãos competentes.
Princípios e diretrizes da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e Trabalhadora (PNSTT)
(Cap. I, art.5º) 
Universalidade
Integralidade
Participação da comunidade, dos trabalhadores e do controle social.
Descentralização
Hierarquização
Equidade
Precaução ( a acidentes de trabalho)
Objetivos 
(Cap. II, art. 8º)
Fortalecer a Vigilância em Saúde do Trabalhador e a integração com os demais componentes da Vigilância em Saúde.
Promover a saúde e ambientes e processos de trabalho saudáveis.
Garantir a integridade na atenção à Saúde do Trabalhador.
Ampliar o entendimento de que a Saúde do Trabalhador deve ser concebida como uma ação transversal, devendo a relação saúde-trabalho ser identificadas em todos os pontos e instâncias da rede de atenção.
Incorporar a categoria trabalho como determinante do processo saúde-doença dos indivíduos e da coletividade, incluindo-a nas análises de situações de saúde e nas ações de promoção em saúde.
Assegurar que a identificação da situação do trabalho dos usuários seja considerada nas ações e serviços de saúde do SUS e que atividade de trabalho realizada pelas pessoas, com as suas possíveis consequências para a saúde, seja considerada em cada momento de intervenção em saúde.
Assegurar a qualidade da atenção à saúde do trabalhador usuário do SUS.
Estratégias 
(Cap. III, art. 9º)
Integração da Vigilância em Saúde do Trabalhador junto aos demais componentes da Vigilância em Saúde e com atenção primária em Saúde (APS)
Análise do perfil produtivo e da situação de saúde dos trabalhadores;
Estruturação da RENAST (Rede de Atenção a Saúde do Trabalhador) no contexto da Rede de atenção à Saúde:
Ações de ST junto à APS;
Ações de ST junto a Urgência e Emergência; e 
Ações de ST junto à atenção Especializada (Ambulatorial e Hospitalar).
Fortalecimento e ampliação da articulação intersetorial;
Estimula ao participação da comunidade, dos trabalhadores e da sociedade;
Desenvolvimento e capacitação de recursos humanos;
Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas.
Art. 7º
Priorizar pessoas ou grupos de maior vulnerabilidade (Equidade):
Relações informais e precária de trabalho;
Atividade de maior risco para a saúde;
Submetidos a formas nocivas de discriminação;
Trabalho infantil;
FISIOTERAPIA E SAÚDE DO TRABALHADOR
Os campos de atuação da fisioterapia ainda são, em sua maioria, destinados ao tratamento de distúrbios cinéticos já instalados.
A inserção do profissional fisioterapeuta nos CEREST, junto com médicos, enfermeiros e profissionais de nível técnico. 
No CEREST, o fisioterapeuta executa ações relacionadas a ST, bem como atividades voltadas ao atendimento clínico e reabilitação.
CEREST em JF: Rua Cristovam Molinari, 65, Bairro Santa Catarina.
COFFITO x Fisioterapia do Trabalho
Em 2003, o COFFITO publicou a Resolução 269/03 que reconhece a área de atuação da Fisioterapia do Trabalho.
“Cabe ao Fisioterapeuta do Trabalho identificar, avaliar e observar os fatores ambientais que possam constituir risco à saúde funcional do trabalhador, em qualquer fase do processo produtivo, alertando a empresa sobre sua existência e possíveis consequências e realizar a análise biomecânica da atividade produtiva do trabalhador, considerando as diferentes exigências das tarefas nos seus esforços estáticos e dinâmicos, entre outras atribuições”. 
Em 13 de junho de 2008, a Resolução n° 351 do COFFITO reconheceu a Fisioterapia do Trabalho como especialidade do profissional fisioterapeuta. 
“ o especialista fisioterapeuta do trabalho executa: avaliação a clientes e pacientes; estabelece o diagnóstico fisioterapêutico; planeja estratégias de intervenção; implementa ações de intervenção; educa em saúde; gerencia serviços de saúde; executa atividades técnico-científicas; trabalha com segurança, entre outras”.
A Resolução nº 465, de 20 de maio de 2016, disciplina a Especialidade Profissional de Fisioterapia do Trabalho, concedendo o título ao profissional fisioterapeuta de Especialista Profissional em Fisioterapia do Trabalho.
O fisioterapeuta do trabalho tem-se tornado peça fundamental, atuando em áreas como a ergonomia e a biomecânica juntamente com uma equipe multidisciplinar. 
Realiza avaliações, diagnósticos e programas de intervenção;
Presta assessoria a empresas e aos trabalhadores em questões judiciais;
Realiza perícias técnicas em ergonomia em tribunais; 
Desenvolve programas de prevenção e qualidade de vida, além de atuar em ambulatórios e clínicas voltadas à ST.
A Fisioterapia do Trabalho, portanto, é uma área em franca expansão Esseprofissional se relaciona contratualmente com pessoas jurídicas, necessita de uma visão empresarial, raciocínio estratégico bem estruturado, grande conhecimento da ergonomia, biomecânica ocupacional, legislação trabalhista e previdenciária.