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Ciencias Politica

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
EXTENSÃO DE NAMPULA
CIÊNCIAS POLITICAS E SEUS OBJECTOS
O poder político e Estado
Amélia Gonçalves Carlos Azito
Nacala - Porto, Outubro de 2020
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
EXTENSÃO DE NAMPULA
CIÊNCIAS POLITICAS E SEUS OBJECTOS
O poder político e Estado
Amélia Gonçalves Carlos Azito
 Curso: Licenciatura em Direito I
 Disciplina: Ciência Politica 
 Docente: Gil Xavier
 Ano de frequência: 1° ano 
Nacala - Porto, Outubro de 2020
ÍNDICE 
1.	INTRODUÇÃO	3
2.	CONCEITO DE CIENCIA POLITICA	4
2.1.	Objecto de estudo da ciência politica	4
3.	CONCEITO DO PODER	5
3.1.	Foucault e o conceito de poder	6
3.2.	Teorias do poder	6
3.3.	Tipos de poderes	8
3.4.	Formas de poder	8
4.	O PODER POLÍTICO	9
4.1.	Características do poder politico	10
5.	ORGANIZAÇÃO POLÍTICA DO ESTADO	11
5.1.	Organização Política do Estado em Moçambique	11
5.2.	Estado Democrático	11
6.	VARIAS DISCIPLINAS CIENTIFICAM E QUE SE DEBRUÇAM SOBRE QUESTÕES POLITICAS	14
6.1.	Filosofia política	14
6.2.	Sociologia Política	15
6.3.	A Ciência Política e a Sociologia Política	15
6.4.	Ciência Constitucional e Direito Administrativo	16
6.5.	Economia política	16
7.	PROCESSO HISTÓRICO DE NASCIMENTO E CONSOLIDAÇÃO DO ESTADO	16
7.1.	O Nascimento do Estado	17
7.2.	Tipos Históricos de Estado	18
7.3.	Elementos do Estado	19
8.	CONCLUSÃO	21
9.	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	22
1. INTRODUÇÃO 
O presente trabalho da cadeira de ciências políticas, tem como objectiva abordagem os conceitos básicos das ciências políticas, incluindo o poder como objecto de estudo, Estado e seu elemento, organização política do Estado e outros aspectos. 
O estudo do Estado tem apresentado um caráter predominantemente normativo. Pouco foi feito para desvendar, na base de seu ensino, o conteúdo real que deve haver por trás da realização normativa, especialmente se levarmos em consideração que o estabelecimento da ordem jurídica, sem discutir o problema relacionado com sua validade lógica depende necessariamente de um ato de poder estatal.
Além de considerar o Estado do ponto de vista normativo em suas relações com indivíduos ou com outros Estados, caráter de grupo político superior a define como uma realidade social. Portanto, o Estado deve ser estudado como um todo que deve cumprir os objetivos políticos em cuja realização intervir de forma eficaz e eficiente não apenas nas instituições políticas estabelecidas, mas também as outras forças que contribuem para a atividade de convivência. 
O Estado como instrumento de direção "civilizado", torna-se um elemento a serviço da política e, portanto, deve ser estudado politicamente em sua essência, em sua natureza, em sua origem, em sua evolução, em sua organização, financiamento de seus organismos e ordem econômica, com um critério estritamente científico.
2. CONCEITO DE CIENCIA POLITICA 
A ciência politica, é a ciência que procura ordenar, sistematizar e dar a conhecer a realidade política. Estuda as leis que presidem ao funcionamento dos sistemas políticos e ainda as suas causas e regularidades. A ciência política, encontra-se dividida em 3 conceções: saber (Aristóteles); arte (Maquiavel) e a ciência (séc. XIX). 
A sua evolução foi notória, na antiguidade clássica, Aristóteles considerava a política como um “saber”- saber conjugar uma boa atividade e uma boa organização da sociedade, e saber o poder dos governantes sobre os governados, exercido no interesse comum de todos. 
No séc. XVI, Maquiavel, na sua obra o “ Príncipe” considerava a política como uma arte, a arte de governar, o conjunto de regras e táticas para a obtenção do poder e ainda, a formulação de regras da arte política. Por último e não menos importante, no século XIX, consideraram a Política como uma ciência, porque esta ordenava, sistematizava e dava a conhecer a realidade politica; estudava fenómenos políticos, empregando métodos quantitativos e estabelecendo um sistema; formulava conjuntos de variáveis que conduziam à adoção de modelos teóricos.
2.1. Objecto de estudo da ciência politica 
O principal objetivo da ciência politica, flutua entre o poder o estado. O poder é o objeto central da Ciência Política, toma o estado como sistema de poder, de obediência ou de participação no poder, é uma autoridade de domínio e de obediência que impõe respeito a todos os que pertencem à sociedade politica. Estuda os aspetos internos das instituições políticas, o fenómeno político, as estruturas governativas e por fim, ocupa-se da descrição dos sistemas políticos de cada sociedade. 
O fenómeno político, é um facto social que se produz como consequência da vida em sociedade, estreitamente ligado à estrutura desta e as demais condições da sua existência. Podem ser morais, sociais e religiosos. 
Dentro ainda do fenómeno político, podemos compara-lo com fenómeno estadual. 
Vão existir 3 conceções importantes: 
1) A primeira conceção, relaciona o fenómeno politico igual o fenómeno estadual, porque o conceito do político, identificava-se com o estadual e os fenómenos políticos, surgiam quando o estado concretiza-se as suas funções: legislativa, executiva e judicial.
2) A segunda conceção, mostrava que o fenómeno político era menos que o estadual, porque nem todas as funções do estado produziam fenómenos políticos, a função judicial não era política, eras apenas técnica. A função legislativa-executiva, eram políticas porque eram as únicas que eram dispositivas. 
3) A terceira conceção e última, apresenta o fenómeno político mais amplo que o estadual, porque muitos fenómenos ocorriam em sociedade, e resultavam de atividades de estruturas independentes dos órgãos do estado e produziam fenómenos políticos.
Na conceção atual, o fenómeno político pode ser definido como aquele que pressupõe uma relação do poder, isto é, uma distinção entre governantes e governados, é esse que o fenómeno político, tenha força para influenciar o poder.
3. CONCEITO DO PODER
O conceito de poder de um ponto de vista mais geral, segundo o dicionário de política Bobbio (1995), é definido da seguinte forma. Em seu significado mais geral, a palavra Poder designa a capacidade ou possibilidade de agir, de produzir efeitos. Tanto pode ser referida a indivíduos e a grupos humanos como a objetos ou a fenômenos naturais (como na expressão Poder calorífico, Poder de absorção) (BOBBIO, 1995, p. 933).
O poder pode ser qualificado em: "poder pontual", quando de fato ele é exercido, quando passa da "possibilidade" para à "ação"; como "poder potencial", ou seja, quando existe a "possibilidade" em si, sem necessariamente ser colocada em "ato". As formas de exercício podem ser várias, e vão da "persuasão" à "manipulação", da "ameaça de uma punição" à "promessa de uma recompensa". A questão do conflito ou da não existência deste, estaria relacionado ao seu exercício. Ainda num sentido mais geral, para Weber (1994), o poder seria, “toda probabilidade de impor a própria vontade numa relação social, mesmo contra resistência, seja qual for o fundamento dessa probabilidade” (WEBER, 1994,p.33).
3.1. Foucault e o conceito de poder 
Quanto ao conceito de poder utilizado por Foucault, este propõe algumas precauções metodológicas para análise das relações de poder. Destas, com as quais concordamos, encontram-se: 
a) Um estudo que não privilegie a concepção hobbeseana de Poder Soberano, em que se analisa o poder a partir do Estado para suas ramificações, ou seja, do geral para o particular, mas o contrário, partindo de suas capilaridades, examinar as relações de poder em seus detalhes mais sutis (os micros-poderes); 
b) Entender o poder não só do ponto de vista jurídico de dominação, mas do ponto de vista produtivo, isto é, da produção de um saber, portanto, não só repressivo; 
c) O poder não seria uma coisa que se possui ou que se transmite para outro, mas uma relaçãoentre indivíduos que "circula" em toda a sociedade; 
d) Deve-se fazer uma análise "ascendente do poder", isto é, de baixo para cima e não o contrário e por fim; e-) não ao modelo do contrato.
Em resumo, o poder, em Foucault, nesta "microfísica" deve ser entendido não como algo que se possui, mas como um exercício à disposição. Seu modelo deve ser a "guerra", a "batalha" e nunca o contrato. Este poder não deve ser uma via de mão única, mas sim de mão dupla, pois aqueles que são dominados podem exercê-lo. Este poder não é aplicado pura e simplesmente como obrigação ou proibição aos dominados» passando por eles e através deles, da mesma forma, os dominados também se utilizam dele e se apoiam nele. Não é um poder que parte do Estado para a periferia, do Estado para os indivíduos, mas está presente em cada célula da sociedade e em suas profundezas.
3.2. Teorias do poder
Para o sociólogo alemão Max Weber, poder é a imposição da vontade de uma pessoa ou instituição sobre os indivíduos. Essa imposição é direta e deliberada e pode ter aceitação como força de ordem ou não. Quando as pessoas submetidas ao poder de alguém aceitam a ordem, há uma transição de forças do âmbito do poder para o âmbito da dominação, ou seja, a pessoa que aceita a imposição de ordem submete-se à autoridade da outra.
Para o filósofo, sociólogo e economista alemão Karl Marx, o poder reside naquele que possui os meios materiais de produção de capital, o que, em sua época, eram as fábricas e as terras. Por meio da posse dos meios de produção, o proprietário submete seus empregados ao seu poder. Isso, para Marx, causa injustiças sociais, pois o patrão apropria-se do trabalho de seu empregado para obter o capital todo para si.
A proposta de Marx seria uma revolta do proletariado contra a burguesia que tomaria os meios de produção, distribuindo-os aos trabalhadores e dissolvendo o poder entre a população. No entanto, haveria a necessidade, para Marx, da criação de uma espécie de poder central, o Estado socialista, que cuidaria da gestão da propriedade.
Para o sociólogo francês Pierre Bourdieu, o poder é compreendido em uma esfera social e coletiva permeada pelo o que ele chamou de habitus. O habitus é um conjunto de valores, normas, regras, gostos e elementos culturais, como religião, arte etc., que moldam a sociedade e têm a capacidade de juntar e de separar as pessoas. O habitus é completamente inconsciente, e a sua assimilação dá-se por meio das representações culturais a que somos submetidos e da interiorização e imitação dessas representações.
Para Bourdieu, há um poder por trás disso tudo que faz com que as pessoas, inconscientemente, busquem consumir, gostar, adequar-se a certos elementos em detrimento de outros. O comando coletivo e inconsciente dessas preferências confere a certos atores um poder econômico ou social, no sentido em que criam representações simbólicas a serem seguidas por outras pessoas.
Michel Foucault, filósofo francês contemporâneo, fez em sua obra uma minuciosa análise do poder e chegou à conclusão de que o poder na contemporaneidade não se encontra centralizado, mas dissolvido na sociedade. Segundo Foucault, houve um marco na sociedade que foi a Revolução Industrial e o advento do capitalismo liberal. Antes desses eventos, as antigas monarquias concentravam o poder nas mãos do rei, o que nos leva à ideia de um poder que Foucault denominou macrofísico, aquele que é grande e concentrado.
3.3. Tipos de poderes 
Montesquieu formulou a doutrina dos três poderes, que estabelece o princípio do equilíbrio e da independência dos poderes executivo, legislativo e judiciário em um Estado, que devem agir autônomos e livremente para que se preserve a harmonia política.
	Tipos de poderes
	LEGISLATIVO: Elabora as leis, que são as normas que organizam a vida em sociedade. Além de fiscalizar os atos do Poder Executivo.
	EXECUTIVO: Administra o Estado de acordo com as leis criadas pelo Poder legislativo.
	JUDICIÁRIO: Aplica as leis criadas pelo Legislativo para a solução dos conflitos de interesse que venham a surgir na sociedade.
Fonte: Justiça & Cidadania (2016).
3.4. Formas de poder
Para o filósofo italiano contemporâneo Norberto Bobbio, existem formas de poder que classificam os diferentes meios de obtê-lo e exercê-lo na sociedade. Partindo de uma leitura do cenário político com inspirações marxistas, Bobbio identificou três formas de poder. São elas:
1) Poder econômico: exercido por quem tem posse dos bens materiais e do dinheiro. É essa forma de poder que faz com que as pessoas que não têm posse dos recursos mantenham certo comportamento e sujeitem-se a certos tipos de trabalho. É o poder econômico que mantém o funcionamento do sistema capitalista e que faz com que os trabalhadores sujeitem-se ao poder do patrão.
2) Poder ideológico: exercido por quem tem a capacidade de criar ideias e ideologias e, com isso, influenciar os outros. Esse tipo de poder mantém toda uma estrutura social em pleno funcionamento, pois faz com que os sujeitados aceitem o poder contra eles investidos.
3) Poder político: poder oficial que controla o Estado e detém o direito de uso da força física contra os membros de uma comunidade política. O poder político é legítimo, desde que vise alcançar os fins de uma comunidade política.
Normalmente, essas três formas de poder são exercidas pelos mesmos grupos dentro de uma sociedade, sendo que o poder burocrático estatal tende a ser controlado por quem tem o poder econômico e o poder ideológico.
4. O PODER POLÍTICO 
Do que foi exposto, fica claro que nem toda forma de poder se refere ao poder político. Como escreve Bobbio (Ibidem):
 “O poder político pertence à categoria do poder do homem sobre outro homem, não à do poder do homem sobre a natureza. Esta relação de poder é expressa de mil maneiras, onde se reconhecem fórmulas típicas da linguagem política: como relação entre governantes e governados, entre soberano e súditos, entre Estado e cidadãos, entre autoridade e obediência, etc. Há várias formas de poder do homem sobre o homem; o poder político é apenas uma delas”. 
Para Burdeau (2005, p. 1-5), o Estado é o suporte do poder político. Também ele defende a tese de que o poder, consubstanciado no Estado, diferencia-se de outras formas de poder presentes na sociedade. O poder no Estado tem características específicas: “seu modo de enraizamento no grupo lhe vale uma originalidade que repercute na situação dos governantes, sua finalidade o livra da arbitrariedade das vontades individuais; seu exercício obedece a regras que lhe limitam o perigo.” O Estado expressa uma maneira de ser do poder. Este “é inerente à estrutura política, sem a qual deixaria de existir”.
A sociedade política não é a simples agregação de indivíduos, mas supõe a “existência de uma consciência comum” que fixa a participação no grupo. Pois, “só há sociedade política quando, à socialidade, grupamento instintivo nascido da necessidade, sobrepõe-se uma associação fundamentada pela consciência de sua razão de ser e pela representação de seu objetivo”. O poder político pressupõe uma ordem social desejável e a expectativa de um futuro. Neste sentido: “É uma força nascida da consciência coletiva e destinada ao mesmo tempo a assegurar a perenidade do grupo, a conduzi-lo na busca do que ele considera seu bem e capaz, se necessário, de impor aos membros a atitude exigida por essa busca.” 
Nesta perspectiva, o autor define o poder enquanto força e ideia: “Se procurarmos o que é permanente no Poder enquanto passam as figuras que exercem seus atributos, vemos que ele não é tanto uma força exterior que viria pôr-se a serviço de uma ideia quanto a própria força dessa ideia. Portanto, não é verdade que a realidade substancial do Poder seja o mando, o imperium; ela reside na ideia que o inspira.”
4.1. Características do poder politico
O poder político tem as seguintes características: 
a) Exclusividade; 
b) Universalidade: 
c) Inclusividade. 
A exclusividade indica a necessidade da soberania absoluta, isto é, não permite concorrência quantoao uso legítimo da força, exige o monopólio da violência pelo Estado. Como acentua Bobbio (Ibidem, p. 956): 
“Embora a possibilidade de recorrer à força seja o elemento que distingue o poder político das outras formas de poder, isso não significa que ele se resolva no uso da força; tal uso é uma condição necessária, mas não suficiente para a existência do poder político. Não é qualquer grupo social, em condições de usar a força, mesmo com certa continuidade (uma associação de delinquência, uma chusma de piratas, um grupo subversivo, etc.), que exerce um poder político. O que caracteriza o poder político é a exclusividade do uso da força em relação à totalidade dos grupos que atuam num determinado contexto social, exclusividade que é o resultado de um processo que se desenvolve em toda a sociedade organizada, no sentido da monopolização da posse e uso dos meios com que se pode exercer a coação física. Este processo de monopolização acompanha pari passu o processo de incriminação e punição de todos os atos de violência que não sejam executados por pessoas autorizadas pelos detentores e beneficiários de tal monopólio.”
A universalidade consiste na capacidade do poder político tomar decisões, consideradas legítimas, quanto à distribuição dos recursos (não apenas econômicos); decisões que só podem ser tomadas pelo Estado e que são válidas para todos os membros da coletividade. 
A inclusividade diz respeito à possibilidade de interferir, de modo imperativo, nas esferas de atuação dos indivíduos e de condicionar sua ação através do ordenamento jurídico, de normas primárias e secundárias ditadas pelo aparato administrativo. Ou seja, o poder político inviabiliza tentativas dos membros do Estado subtraírem-se ao seu domínio. 
Esta caracterização do poder político é compartilhada por autores de diferentes ideologias: do liberalismo ao marxismo. A possibilidade, pretensamente legítima, de recorrer à força física, à violência, distingue o poder político das outras formas de poder. A coação é intrínseca ao Estado, uma condição necessária à sua existência.
5. ORGANIZAÇÃO POLÍTICA DO ESTADO
Organizações políticas são aquelas envolvidas em atividades políticas (por exemplo, conselho de ministros, organização comunitária, publicidade de campanhas etc.) destinadas a atingir objetivos políticos claramente definidos, que normalmente beneficiam os interesses de seus membros.
5.1. Organização Política do Estado em Moçambique
O termo “Estado” tem três elementos: primeiro, um povo, segundo, um território, onde o povo vive e de que é dono. Terceiro, dentro dos limites deste território, existe uma autoridade própria que exerce poderes dentro do território e sobre as pessoas vivendo dentro o mesmo.
a) O povo é o conjunto de cidadãos nacionais. Isto é, todo aquele que tem a nacionalidade moçambicana faz parte do povo moçambicano. 
b) O território dum Estado é formado pelo solo com toda a sua profundidade, subsolo, espaço aéreo, incluindo também águas territoriais.
c) A soberania é um poder político supremo e independente, poder que não está limitado por nenhum outro poder interno ou externo. Um Estado soberano não tem que aceitar ordens de outros Estados que não sejam voluntariamente aceite.
5.2. Estado Democrático
Democracia O termo “democracia” surgiu na antiga Grécia e significa “governo de todos”. Portanto, democracia é a forma política em que o poder é atribuído ao povo e é exercido pelo povo em harmonia com a vontade expressa pelo conjunto de cidadãos titulares de direitos políticos.
Estado Democrático é um conceito que designa qualquer Estado que garante o respeito das liberdades civis, ou seja, o respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais, através do estabelecimento de uma proteção jurídica. Num Estado de Direito, as próprias autoridades políticas estão sujeitas ao respeito da regra de direito. Trata-se de um termo complexo que define certos aspetos do funcionamento de um ente político soberano, o Estado.
Organização Política do Estado Moçambicana
O poder político em Moçambique está sendo organizado em órgãos de soberania e órgãos locais do Estado (arts. 133º e 262º da Constituição da República). Os órgãos da soberania respondem ao nível central, os órgãos locais ao nível local.
Órgãos de soberania São órgãos da soberania o Presidente da República, a Assembleia da República, o Governo, os Tribunais e o Conselho Constitucional (art. 133º da Constituição da República de Moçambique). 
Esquema de organização política ao nível central em Moçambique:
Fonte: A Constituição da Republica de Moçambique - CRM
1. Presidente da República
O Presidente da República é o chefe do Estado de Moçambique. Ele representa Moçambique internamente e no estrangeiro. Ele tem a tarefa de controlar o funcionamento correcto dos órgãos do Estado (art. 146º da Constituição da República de Moçambique). O Presidente da República deve zelar que as garantias da constituição serão cumpridas. 
O Presidente da República é eleito pelo povo. A eleição deve ser directo, igual, secreto, pessoal e periódico. Eleições têm lugar de cinco em cinco anos. O Presidente da República só pode ser eleito de novo uma vez (art. 147º da Constituição da República de Moçambique). Para as demais competências do Presidente da República veja 146º a 163º da Constituição da República.
2. Assembleia da República 
A Assembleia da República é a assembleia representativa de todos os cidadãos moçambicanos (art. 168º da Constituição da República de Moçambique). A Assembleia da República é o mais alto órgão legislativo na República de Moçambique. Ela determina as normas que regem o funcionamento do Estado e a vida económica e social através de leis e deliberações (art. 169º da Constituição da República de Moçambique).
A Assembleia da República é constituída por 250 deputados. Esses são eleitos em eleições directas, iguais, secretos, pessoais e periódicos (art. 170º da Constituição da República de Moçambique). 
Os deputados são os representantes do povo moçambicano. Eles devem exprimir a vontade dos cidadãos nas deliberações da Assembleia da República. As leis aprovadas pela Assembleia da República espelham aquilo que o povo quer. As leis são implementadas pelo governo e pela administração pública. Pelo cumprimento das leis velam os tribunais. Deste modo, a nossa constituição consta o controlo mútuo dos poderes dos órgãos da soberania.
3. O Governo 
O Governo de Moçambique é o Conselho de Ministros (art. 200º da Constituição da República). Esse é composto pelo Presidente da República, Primeiro/a Ministro/a e pelos Ministros (art. 201º da Constituição da República de Moçambique). Certamente já ouvimos falar do Primeiro/a Ministro/a, do Ministro/a da Educação, da Agricultura, das Obras Públicas e Habitação, do Trabalho, do Interior, da Justiça, e outros. Estes compõem o governo de Moçambique chefiados pelo Presidente da República.
A função principal do Conselho de Ministros é assegurar a administração do país (veja art. 203º da Constituição da República de Moçambique para mais funções). O Conselho de Ministros observa as decisões do Presidente da República e as deliberações da Assembleia da República (art. 202º da Constituição da República de Moçambique).
4. Tribunais
Os tribunais têm como objectivo garantir e reforçar a legalidade como factor da estabilidade jurídica. Eles devem garantir o respeito pelas leis, asseguram os direitos e liberdades dos cidadãos, punem as violações da lei e decidem os problemas de acordo como está escrito na lei (art. 212º n.º 2 da Constituição da República de Moçambique).
As decisões dos Tribunais são do cumprimento obrigatório para todos os cidadãos e demais pessoas jurídicas e prevalecem sobre as decisões de outras entidades (art. 215º da Constituição da República de Moçambique).
Quando alguém sente que os seus direitos foram violados ou tenha qualquer outro problema, deve recorrer ao tribunal.
5. Conselho Constitucional 
Ao Conselho Constitucional compete administrar a justiça em matérias de natureza jurídico-constitucional (art.241º da Constituição da República de Moçambique). Bem como os tribunais velam sobre o cumprimento das leis, o Conselho Constitucional zela sobre o cumprimento da Constituição da República de Moçambique. Uma das tarefas do Conselho Constitucional é apreciar, se leis violam a constituição (art. 244 n.º 1 lit. a da Constituição da República). Cabe ainda ao Conselho Constitucional – entro outras atribuições – validar e proclamar os resultados eleitorais.
6. VARIAS DISCIPLINAS CIENTIFICAM E QUE SE DEBRUÇAM SOBRE QUESTÕES POLITICAS 
6.1. Filosofia política 
Filosofia política é uma vertente da filosofia cujo objetivo é estudar as questões a respeito da convivência entre o ser humano e as relações de poder.
Também analisa temas a respeito da natureza do Estado, do governo, da justiça, da liberdade e do pluralismo.
A Filosofia Política se caracteriza também pela avaliação das condições de produção da Ciência Política. A partir de questões como: Quais critérios legitimam um saber no campo da Ciência Política? O que faz um pensador ser catalogado como cientista político? Quais valores servem de substrato para essas determinações? O filósofo político estabelece o grau de confiabilidade dos saberes científicos, enfim, os seus limites.
A política, na filosofia, deve ser entendida num sentido amplo, que envolve as relações entre os habitantes de uma comunidade e seus governantes e não apenas como sinônimo de partidos políticos.
6.2. Sociologia Política
Foi Augusto Conté quem em 1839 utilizou o termo sociologia para se referir à ciência da sociedade. Essa ciência, então totalmente impregnada da doutrina positivista, era considerada uma física social, uma vez que ele estudou os eventos causais dos fenômenos sociais com o mesmo método usado pelas ciências naturais. Tratava-se de usar o mesmo método experimentais que foram usados ​​para explicar objetos físicos. No entanto, a evolução da ciência tem mostrado que os fatos sociais, como fenômenos culturais, influenciam o ambiente avaliativo.
A sociologia se torna uma ciência empírica, porque estuda o social como tal, atribuindo-lhe uma determinada avaliação de acordo com o método adoptado. Agora, a sociologia política foi confundida em várias ocasiões com a Science of Politics, que estava localizada, primeiro na França, depois nos EUA, como um ramo da sociologia. Isso porque a Ciência da Política em esses estados não alcançaram o cartão da natureza que obtiveram, por exemplo na Alemanha. E não atingiu a categoria devida, principalmente porque tem-se dedicado exclusivamente ao estudo descritivo dos fenômenos que compõem poder, a forma de alcançá-lo, de preservá-lo, de defendê-lo e em geral tratou de uma técnica informativa e de coleta, limitada a um tempo e um espaço de dados.
6.3. A Ciência Política e a Sociologia Política
A distinção entre Ciência Política e Sociologia Política é mais difícil de ser precisada, pois ambas elaboram saberes experimentais, ou seja, indutivos. A diferença não pode ser localizada no tipo de conhecimento produzido; em conjunto elas se opõem à Filosofia, não se preocupam com o que “deveria ser”, não operam no nível ideal, mas, buscam descrever e explicar o ”porquê” dos fatos concretos numa ”busca da finalidade” (BOBBIO, 1993a). 
Entretanto, a Ciência Política se ocupa fundamentalmente da aná- lise das instituições políticas, aquelas que abrigam os poderes constituídos: Legislativo, Executivo e Judiciário; e dos processos políticos, ou seja, ações que visam à conquista e/ou manutenção do poder do Estado. Assim, o objeto central da Ciência Política é o Estado, sendo que o olhar dessa ciência alcança as instituições e processos que estão na órbita do poder político central, tais como os partidos e as eleições.
6.4. Ciência Constitucional e Direito Administrativo
Ao estudar as relações do Estado com os indivíduos, os problemas surgem, não tanto em relação à natureza das pessoas singulares, cuja análise não é da nossa competência, mas sim em relação ao conhecimento da organização e função do Estado no cumprimento da sua finalidade política. A Ciência do Direito Constitucional corresponde ao estudo desta organização e funcionamento geral do Estado, estabelecendo princípios globais que são então devidamente desenvolvido pelo Direito Administrativo.
Quando a Ciência Constitucional e o Direito Administrativo são analisados ​​como ciência política, não o fazemos por meio de um conjunto de padrões orgânicos ou princípios estritamente legais, consagrados na carta máxima e seus subsequentes desenvolvimentos administrativo, mas trata-se de colocar o foco dessas ciências em pois se referem ao Estado como um elemento de finalidade política.
6.5. Economia política
Seguindo a sinonímia estabelecida pelos gregos, em particular por Aristóteles, entre o político e o social, a economia política foi definida em muitas vezes como uma "economia social".
Na França e mais tarde na Inglaterra, começou a ser usado em tratados, o termo Economia Política e daí foi extraído por Marx e Engels que chamaram com este nome a ciência que trata das leis sociais da produção e distribuição de bens. Essa terminologia, devido à transcendência política de seus autores, generalizou-se de tal forma que se estabeleceu o costume de que só as doutrinas podem ser chamadas de economia política de Marx.
7. PROCESSO HISTÓRICO DE NASCIMENTO E CONSOLIDAÇÃO DO ESTADO
O termo "Estado" hoje representa a máxima expressão política de uma nação e resulta da evolução do conceito originariamente "a máxima organização de um grupo de indivíduos sobre um território em virtude de um poder de comando: civitas, que traduzia o grego pólis" (Bobbio, 1987: 66). Esse conceito foi generalizado por Maquiavel em sua obra Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio. Estudos mais recentes de teoria política e sociologia política, tal como referendado pela Enciclopédia Britânica (Vols. 14, 16 e IX, verbetes sobre poder político e teoria política) indicam a necessidade de reconhecer uma pluralidade de fontes na formação teórica do conceito moderno de Estado. Especificamente a necessidade de distinguir correntes de direito natural (jusnaturalismo) e de formação histórica do direito (Bobbio, 1987). A diversidade de origens se reflete na diversidade de abordagens atuais, em que a visão hobbbesiana contrasta com a perspectiva democrática de Estado.
7.1. O Nascimento do Estado
Para Bobbio, há duas interpretações distintas quanto à origem do Estado. A primeira considera que o Estado sempre existiu:
 “ [...] o Estado, entendido como ordenamento político de uma comunidade, nasce da dissolução da comunidade primitiva fundada sobre os laços de parentesco e da formação de comunidades mais amplas derivadas da união de vários grupos familiares por razões de sobrevivência interna (o sustento e externas (a defesa) ” (Bobbio, 1987: 73). 
Nesta interpretação, identificam-se três acepções de Estado que correspondem a diferentes períodos da história: A acepção antiga, relacionada às cidades-Estado gregas, cuja máxima expressão é Atenas, seguida de Esparta, porque desenvolveu regras de convivência política organizada que começou com a reforma de Clístenes; uma segunda acepção de Estado, que corresponde ao período de transição da Idade Média e o início da Renascença, onde se identificam as cidades-Estado italianas, das quais se referia Maquiavel "Todos os Estados, todos os domínios que imperaram e imperam sobre os homens, foram e são repúblicas ou principados" (Maquiavel, 1977: 5 apud Bobbio, 1987: 65); e uma terceira acepção que seria o Estado moderno "dos grandes Estados territoriais a partir da dissolução e transformação da sociedade medieval" (Bobbio, op cit: 68). 
A terceira tese, mais antiga e mais comum, identifica o nascimento do Estado com o início da era moderna:
“ [...] o conceito de 'Estado' serve apenas para indicar e descrever uma forma de ordenamento político surgida na Europa a partir do século XIII até os fins do século XVIII ou inícios do XIX, na base de pressupostos e motivos específicos da história europeia e queapós esse período se estendeu — libertando-se, de certa maneira, das suas condições originais e concretas de nascimento — a todo o mundo civilizado“ (Schiera in Bobbio; Matteucci; Pasquino, 1983: 425). 
Diversos autores têm ao longo do tempo, diferentes interpretações do surgimento do Estado. Enquanto Engels (assim como Marx) considera a formação do Estado pelo viés econômico - onde o Estado surge com o nascimento da propriedade privada e com a divisão de classes, como um poder político que tem como função "manter o domínio de uma classe sobre outra" a fim de manter a ordem e "impedir que a sociedade dividida em classes se transforme num estado de permanente anarquia" (Bobbio, op cit: 74) - a antropologia cultural defende a existência de sociedades sem Estado evitando referir-se ao termo Estado.
7.2. Tipos Históricos de Estado
Jellinek foi o primeiro grande sistematizador da origem do Estado (na Alemanha), a partir desse estudo começa-se a prestar mais atenção no Estado, começa-se a formar uma tipologia para definir os Estados e o sentido do Estado Moderno. Jellinek define civilizações diferentes com pontos em comum de organização, as mais antigas, é apenas um modelo para definição, ele olha ao passado e faz um estudo histórico, a partir desses estudos começa a perceber que havia os mais variados estudos que foram evoluindo ao longo do tempo, ele monta uma tipologia ou classificação e mostra que dentro de sua classificação alguns modelos foram evoluindo.
a) Estado Oriental
· Teocracia;
· Monarquia.
Alguns doutrinadores, ou a maioria, afirma que não existiu estado na idade media, se tratava mais de uma aspiração.
Estado antigo oriental: se refere a civilizações heterogêneas, serie de civilizações, precárias e confusas de estruturas dinâmicas
b) Estado Helênico
· Comunidade de cidadãos;
· Onipotência;
· Tudo era coletivo.
 A condenação ao ostracismo era quase uma pena de morte, porque o individuo não sobrevivia fora desta estrutura.
c) Estado Romano
· Gens (famílias patricias romanas) a reunião das Gens formaram as civitas;
· “Pater familias” possui o poder da vida e da morte sobre os seus;
· Esfera Privada diferente da Esfera Publica.
Eles tiveram noção ou consciência que faltou aos gregos, consciência entre a diferença de esfera privada e publica. Onde a esfera privada é da ordem do pater famílias e a publica é do poder coletivo, do poder publico em que todos estão submetidos, consciência esta que faltou aos gregos (para os gregos tudo é publico), os romanos em função desta estrutura e desta consciência, percebemos que alguns jurisconsultos dentre eles Ulpiano diferenciam o direito publico e privado
d) Estado Medieval
· Descentralização de poder;
· Feudalismo;
· Igreja Católica;
· Monarcas.
A Igreja católica representa a única ideia de unidade (grande detentora de poder e do conhecimento. As estruturas feudais impossibilitam o comercio, o sistema, não dão possibilidade de desenvolvimento de comércio, não existe moeda única, todo o necessário se produz, enquanto isso, outras civilizações orientais estão desenvolvendo as estruturas dos grandes comerciantes. Os Monarcas disputavam o poder com a igreja católica. A ausência da ideia de unidade, a descentralização gera uma grande necessidade de centralização, que se recupera no Estado Moderno.
e) Estado Moderno 
· Estados Nacionais Absolutistas;
· Desgaste do sistema Feudal, com isso, a Centralização do Poder;
· Unidade Territorial por meio de uma estrutura forte de poder;
· Mercantilismo;
· Soberania.
7.3. Elementos do Estado 
Paulo Henrique Gonçalves Portela também defende a ideia de que são três os elementos constitutivos do Estado: (1) território; (2) povo; e (3) governo soberano:
“O estudo do Estado... Parte também do exame de seus três elementos essenciais... O território, o povo e o governo soberano  (...) O governo soberano, também chamado de “poder soberano”, é a autoridade maior que exerce o poder político do Estado (...) a soberania é o atributo do poder estatal que confere a este poder o caráter de superioridade frente a outros núcleos de poder que atuam dentro do Estado, como as famílias e as empresas...” (PORTELA, 2015, pp. 168 e 169).
Outro autor que sustenta uma teoria de três elementos formadores do Estado é Sahid Maluf: (1) população; (2) território; (3) governo:
“No tocante à sua estrutura, o Estado se compõe de três elementos: a) população; b) território; c) governo  (...) A condição de Estado perfeito pressupõe a presença concomitante e conjugada desses três elementos, revestidos de características essenciais: população homogênea, território certo e inalienável e governo independente”. (MALUF, 1998, p. 23)
Já Hans Kelsen defende uma teoria de quatro elementos formadores do Estado: (1) território; (2) povo; (3) poder; e (4) tempo ou período de existência:
“A doutrina tradicional distingue três ‘elementos’ do Estado: seu território, seu povo e seu poder (...) É característico da teoria tradicional considerar o espaço – território -, mas não o tempo, como um “elemento” do Estado. No entanto, um Estado existe não apenas no espaço, mas também no tempo, e, se consideramos o território como um elemento do Estado, então, temos que considerar também o período de sua existência como um elemento do Estado.” (KELSEN, 1998, pp. 299 e 314).
Para Marcus Cláudio Acquaviva, compreendendo-as como causas materiais, formais e final, também são cinco as “causas” constitutivas do Estado: (1) povo; (2) território; (3) ordem jurídica; (4) poder político; e (5) finalidade:
“As causas constitutivas do Estado são materiais, formais e final. São causas materiais do Estado o povo, ou elemento humano, e o território  (...) Quanto às causas formais... são a ordem jurídica e o poder político (...) Quanto à causa final... o Estado tem por causa final o bem comum (...) A soberania é o atributo do poder do Estado...” (ACQUAVIVA, 2010, pp. 24 e 51).
8. CONCLUSÃO
Conclui-se que, existe uma grande área de estudos dentro das ciências humanas denominada ciências sociais. As ciências sociais são compostas pela sociologia, antropologia, psicologia social, economia e ciência política. A ciência política é a parte das ciências sociais que se dedica a tentar entender, exclusivamente, as formações políticas estruturais que o ser humano criou para garantir o convívio pacífico em grandes sociedades.
A ciência política é de extrema importância para o avanço do estudo dos mecanismos de poder. A atuação de políticos, sejam do poder Executivo, sejam do poder Legislativo, de juristas e de economistas ou pessoas ligadas ao grande mercado financeiro está diretamente ligada ao poder. Entender o poder é necessário para que haja avanço nas instituições políticas e para que se evitem os abusos de poder perpetrados pelo Estado, por governos ou por instituições financeiras.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
· BOBBIO, N. et al (1995). Dicionário de política. Brasília - DF: Editora da Universidade de Brasília.
· BOBBIO, Norberto (1982). O Conceito de sociedade civil; tradução de Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Edições Graal.
· BOBBIO, Norberto (1999). Estado, governo, sociedade. Por uma teoria geral da política Rio de Janeiro: Paz e Terra.
· ERIBON, D (1996). Michel Foucault e seus contemporâneos. Rio de Janeiro: Zahar.
· FOUCAULT, M (1996). A verdade e as formas jurídicas: Cadernos PUC-RJ, n° 16. Rio de Janeiro: Nau Editora.
· MARX, K. e ENGELS, F (1991). A Ideologia Alemã (I - Feuerbach). São Paulo: Hucitec.
· WEBER, M (1994). Economia e Sociedade. Brasília - DF: Editora da Universidade de Brasília. 
 MAAR, Wolfang Leo (1994). O que é política. São Paulo: Brasiliense.
· ARISTÓTELES. Política. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
· GOLDMANN, L (2002). Ciências humanas e filosofia. São Paulo: Difel.
· KELSEN, Hans (2014). A teoria pura do direito. São Paulo: WMF Martins Fontes.
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