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Ementa e Acórdão 26/10/2018 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.053.254 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL AGDO.(A/S) :ZEN S.A. INDUSTRIA METALURGICA ADV.(A/S) : JOAO JOAQUIM MARTINELLI EMENTA: DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INCENTIVO FISCAL. REVOGAÇÃO. MAJORAÇÃO INDIRETA. ANTERIORIDADE. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal concebe que não apenas a majoração direta de tributos atrai a eficácia da anterioridade nonagesimal, mas também a majoração indireta decorrente de revogação de benefícios fiscais. Precedentes. 2. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual, na conformidade da ata de julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo interno, com aplicação de multa, nos termos do voto do Relator. Brasília, 19 a 25 de outubro de 2018. MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - RELATOR Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 384F-81C8-331E-AC2F e senha D7F9-FCD6-D4F3-C57A Supremo Tribunal FederalSupremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8 Relatório 26/10/2018 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.053.254 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL AGDO.(A/S) :ZEN S.A. INDUSTRIA METALURGICA ADV.(A/S) : JOAO JOAQUIM MARTINELLI R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (Relator): 1. Trata-se de agravo interno cujo objeto é decisão monocrática que negou seguimento a recurso extraordinário pelos seguintes fundamentos: “Trata-se de recurso extraordinário interposto contra acórdão assim ementado: ‘TRIBUTÁRIO. REINTEGRA. APROVEITAMENTO DOS CRÉDITOS. DECRETO Nº 8.415/2015. REDUÇÃO DA ALÍQUOTA DE 3% PARA 1%. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO. A Lei 13.043/2014 (REINTEGRA) consubstanciou a possibilidade de tomada de crédito de PIS e de COFINS sobre a receita auferida com as exportações, ao percentual inicial de 3% (estabelecido pelo Decreto 8.304/2014) posteriormente revogado pelo Decreto 8.415/2015. A alteração do REINTEGRA não constitui instituição ou majoração de tributos, e sim mera alteração do beneficio fiscal que autoriza aos contribuintes a reintegração de custos tributários federais residuais existentes nas suas cadeiras de produção, não se sujeitando, pois, ao princípio da anterioridade Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DDEB-D31E-D621-FA37 e senha 9461-D81A-6595-D13C Supremo Tribunal Federal 26/10/2018 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.053.254 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL AGDO.(A/S) :ZEN S.A. INDUSTRIA METALURGICA ADV.(A/S) : JOAO JOAQUIM MARTINELLI R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (Relator): 1. Trata-se de agravo interno cujo objeto é decisão monocrática que negou seguimento a recurso extraordinário pelos seguintes fundamentos: “Trata-se de recurso extraordinário interposto contra acórdão assim ementado: ‘TRIBUTÁRIO. REINTEGRA. APROVEITAMENTO DOS CRÉDITOS. DECRETO Nº 8.415/2015. REDUÇÃO DA ALÍQUOTA DE 3% PARA 1%. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO. A Lei 13.043/2014 (REINTEGRA) consubstanciou a possibilidade de tomada de crédito de PIS e de COFINS sobre a receita auferida com as exportações, ao percentual inicial de 3% (estabelecido pelo Decreto 8.304/2014) posteriormente revogado pelo Decreto 8.415/2015. A alteração do REINTEGRA não constitui instituição ou majoração de tributos, e sim mera alteração do beneficio fiscal que autoriza aos contribuintes a reintegração de custos tributários federais residuais existentes nas suas cadeiras de produção, não se sujeitando, pois, ao princípio da anterioridade Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DDEB-D31E-D621-FA37 e senha 9461-D81A-6595-D13C Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8 Relatório RE 1053254 AGR / RS nonagesimal” O recurso busca fundamento no art. 102, III, a, da Constituição Federal. A parte recorrente alega violação aos arts. 150, III, e 195, §6º, da Carta. A parte recorrente sustenta violação à anterioridade nonagesimal ao argumento de que o decreto 8.415/2015 alterou as alíquotas do decreto anteriormente vigente (8.304/2014) para a tomada de créditos, passando a prever a diminuição do percentual de crédito dos contribuintes. O decreto 8.415/2015 trouxe a possibilidade de sua aplicação de modo retroativo, o que não se encaixa com a melhor aplicação do princípio da segurança jurídica e sua interpretação subjetiva trazida pelo princípio da proteção à confiança. Aduz que metas de ajuste fiscal não legitimam a violação à segurança jurídica dos contribuintes. Defende que um ato normativo que reduz ou extingue benefício fiscal aumenta, indiretamente, o tributo, o que viola o princípio da anterioridade nonagesimal. A pretensão recursal merece prosperar, tendo em vista que o acórdão recorrido está em desconformidade com recente jurisprudência desta Corte. Com base na ADI nº 2.325/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, restou firmado posicionamento no sentido de que não apenas a majoração direta de tributos atrai a eficácia da anterioridade nonagesimal, mas também a majoração indireta decorrente de revogação de benefícios fiscais. A questão foi apreciada pela Primeira Turma e o entendimento firmado foi no sentido da necessidade de observância da anterioridade, como se vê da ementa do julgado: ’IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS – DECRETOS Nº 39.596 E Nº 39.697, DE 1999, DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – REVOGAÇÃO DE BENEFÍCIO FISCAL – PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE – DEVER DE OBSERVÂNCIA – PRECEDENTES. Promovido aumento indireto do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DDEB-D31E-D621-FA37 e senha 9461-D81A-6595-D13C Supremo Tribunal Federal RE 1053254 AGR / RS nonagesimal” O recurso busca fundamento no art. 102, III, a, da Constituição Federal. A parte recorrente alega violação aos arts. 150, III, e 195, §6º, da Carta. A parte recorrente sustenta violação à anterioridade nonagesimal ao argumento de que o decreto 8.415/2015 alterou as alíquotas do decreto anteriormente vigente (8.304/2014) para a tomada de créditos, passando a prever a diminuição do percentual de crédito dos contribuintes. O decreto 8.415/2015 trouxe a possibilidade de sua aplicação de modo retroativo, o que não se encaixa com a melhor aplicação do princípio da segurança jurídica e sua interpretação subjetiva trazida pelo princípio da proteção à confiança. Aduz que metas de ajuste fiscal não legitimama violação à segurança jurídica dos contribuintes. Defende que um ato normativo que reduz ou extingue benefício fiscal aumenta, indiretamente, o tributo, o que viola o princípio da anterioridade nonagesimal. A pretensão recursal merece prosperar, tendo em vista que o acórdão recorrido está em desconformidade com recente jurisprudência desta Corte. Com base na ADI nº 2.325/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, restou firmado posicionamento no sentido de que não apenas a majoração direta de tributos atrai a eficácia da anterioridade nonagesimal, mas também a majoração indireta decorrente de revogação de benefícios fiscais. A questão foi apreciada pela Primeira Turma e o entendimento firmado foi no sentido da necessidade de observância da anterioridade, como se vê da ementa do julgado: ’IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS – DECRETOS Nº 39.596 E Nº 39.697, DE 1999, DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – REVOGAÇÃO DE BENEFÍCIO FISCAL – PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE – DEVER DE OBSERVÂNCIA – PRECEDENTES. Promovido aumento indireto do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DDEB-D31E-D621-FA37 e senha 9461-D81A-6595-D13C Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8 Relatório RE 1053254 AGR / RS Serviços – ICMS por meio da revogação de benefício fiscal, surge o dever de observância ao princípio da anterioridade, geral e nonagesimal, constante das alíneas “b” e “c” do inciso III do artigo 150, da Carta. Precedente – Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2.325/DF, de minha relatoria, julgada em 23 de setembro de 2004. MULTA – AGRAVO – ARTIGO 557, § 2º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. Surgindo do exame do agravo o caráter manifestamente infundado, impõe-se a aplicação da multa prevista no § 2º do artigo 557 do Código de Processo Civil.’ (RE nº 564.225/RS – AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Marco Aurélio, Dje de 18/11/14) No mesmo sentido as seguintes decisões monocráticas: RE 970955 / SC, Rel. Min. Dias Toffoli; RE nº 775.181/SC, Rel. Min. Gilmar Mendes; RE nº 1026463/RS, Rel. Min. Rosa Weber; ARE nº 985.209/RO, Rel. Min. Marco Aurélio. Diante do exposto, com base no art. 932, V, do CPC/2015 e no art. 21, § 2º, do RI/STF, dou provimento ao recurso”. 2. A parte agravante requer a reconsideração da decisão. Sustenta que: (i) pela especificidade do caso, a mitigação ou a revogação de benefício fiscal não atrai a regra da anterioridade; (ii) é inaplicável à hipótese o caso do RE 564.225/RS, uma vez que no caso dos autos não haveria majoração do tributo, nem sequer de forma indireta, mas apenas a modificação do incentivo concedido; (iii) para aplicar a anterioridade à majoração indireta de tributos decorrente de revogação de benefícios fiscais seria necessário: a) identificar a espécie de benefício fiscal (isenção ou subvenção) b) avaliar se houve a majoração – mesmo indireta – do tributo, o que não teria ocorrido no caso em exame. 3. Sustenta, ainda, que existem precedentes desta Corte no sentido de que a revisão ou extinção de um benefício fiscal, em se tratando de política econômica, pode ser revista a qualquer momento pelo Estado de modo que não estaria restrita à observância dos princípios 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DDEB-D31E-D621-FA37 e senha 9461-D81A-6595-D13C Supremo Tribunal Federal RE 1053254 AGR / RS Serviços – ICMS por meio da revogação de benefício fiscal, surge o dever de observância ao princípio da anterioridade, geral e nonagesimal, constante das alíneas “b” e “c” do inciso III do artigo 150, da Carta. Precedente – Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2.325/DF, de minha relatoria, julgada em 23 de setembro de 2004. MULTA – AGRAVO – ARTIGO 557, § 2º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. Surgindo do exame do agravo o caráter manifestamente infundado, impõe-se a aplicação da multa prevista no § 2º do artigo 557 do Código de Processo Civil.’ (RE nº 564.225/RS – AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Marco Aurélio, Dje de 18/11/14) No mesmo sentido as seguintes decisões monocráticas: RE 970955 / SC, Rel. Min. Dias Toffoli; RE nº 775.181/SC, Rel. Min. Gilmar Mendes; RE nº 1026463/RS, Rel. Min. Rosa Weber; ARE nº 985.209/RO, Rel. Min. Marco Aurélio. Diante do exposto, com base no art. 932, V, do CPC/2015 e no art. 21, § 2º, do RI/STF, dou provimento ao recurso”. 2. A parte agravante requer a reconsideração da decisão. Sustenta que: (i) pela especificidade do caso, a mitigação ou a revogação de benefício fiscal não atrai a regra da anterioridade; (ii) é inaplicável à hipótese o caso do RE 564.225/RS, uma vez que no caso dos autos não haveria majoração do tributo, nem sequer de forma indireta, mas apenas a modificação do incentivo concedido; (iii) para aplicar a anterioridade à majoração indireta de tributos decorrente de revogação de benefícios fiscais seria necessário: a) identificar a espécie de benefício fiscal (isenção ou subvenção) b) avaliar se houve a majoração – mesmo indireta – do tributo, o que não teria ocorrido no caso em exame. 3. Sustenta, ainda, que existem precedentes desta Corte no sentido de que a revisão ou extinção de um benefício fiscal, em se tratando de política econômica, pode ser revista a qualquer momento pelo Estado de modo que não estaria restrita à observância dos princípios 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DDEB-D31E-D621-FA37 e senha 9461-D81A-6595-D13C Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 8 Relatório RE 1053254 AGR / RS constitucionais da anterioridade e da irretroatividade. Cita dois processos julgados pela Primeira Turma, o AI 783.509-AgR e RE 562.669-AgR/MG, julgados respectivamente em 2010 e 2011 e, também outro do ano de 2010 cuja relatora para acórdão foi a Minisra Cármen Lúcia, o RE 545308. 4. É o relatório. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DDEB-D31E-D621-FA37 e senha 9461-D81A-6595-D13C Supremo Tribunal Federal RE 1053254 AGR / RS constitucionais da anterioridade e da irretroatividade. Cita dois processos julgados pela Primeira Turma, o AI 783.509-AgR e RE 562.669-AgR/MG, julgados respectivamente em 2010 e 2011 e, também outro do ano de 2010 cuja relatora para acórdão foi a Minisra Cármen Lúcia, o RE 545308. 4. É o relatório. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DDEB-D31E-D621-FA37 e senha 9461-D81A-6595-D13C Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO 26/10/2018 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.053.254 RIO GRANDE DO SUL V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. Deixo de abrir prazo para contrarrazões, na medida em que está sendo mantida a decisão que aproveita à parte agravada. Passo à análise do recurso. 2. O agravo interno não merece provimento, tendo em vista que a parte recorrente se limita a repetir argumentos já devidamente rechaçados.3. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal concebe que não apenas a majoração direta de tributos atrai a eficácia da anterioridade nonagesimal, mas também a majoração indireta decorrente de revogação de benefícios fiscais, conforme exarado na ADI n° 2.325/DF, Rel. Min. Marco Aurélio. 4. A controvérsia foi apreciada por ambas as Turmas e o entendimento firmado foi no sentido da necessidade de observância da anterioridade. Confiram-se precedentes de ambas as Turmas: “IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS – DECRETOS Nº 39.596 E Nº 39.697, DE 1999, DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – REVOGAÇÃO DE BENEFÍCIO FISCAL – PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE – DEVER DE OBSERVÂNCIA – PRECEDENTES. Promovido aumento indireto do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS por meio da revogação de benefício fiscal, surge o dever de observância ao princípio da anterioridade, geral e nonagesimal, constante das alíneas “b” e “c” do inciso III do artigo 150, da Carta. Precedente – Medida Cautelar na Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 54E3-5AD1-4BDF-749A e senha 7F8C-982B-F8E5-5844 Supremo Tribunal Federal 26/10/2018 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.053.254 RIO GRANDE DO SUL V O T O O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. Deixo de abrir prazo para contrarrazões, na medida em que está sendo mantida a decisão que aproveita à parte agravada. Passo à análise do recurso. 2. O agravo interno não merece provimento, tendo em vista que a parte recorrente se limita a repetir argumentos já devidamente rechaçados. 3. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal concebe que não apenas a majoração direta de tributos atrai a eficácia da anterioridade nonagesimal, mas também a majoração indireta decorrente de revogação de benefícios fiscais, conforme exarado na ADI n° 2.325/DF, Rel. Min. Marco Aurélio. 4. A controvérsia foi apreciada por ambas as Turmas e o entendimento firmado foi no sentido da necessidade de observância da anterioridade. Confiram-se precedentes de ambas as Turmas: “IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS – DECRETOS Nº 39.596 E Nº 39.697, DE 1999, DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – REVOGAÇÃO DE BENEFÍCIO FISCAL – PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE – DEVER DE OBSERVÂNCIA – PRECEDENTES. Promovido aumento indireto do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS por meio da revogação de benefício fiscal, surge o dever de observância ao princípio da anterioridade, geral e nonagesimal, constante das alíneas “b” e “c” do inciso III do artigo 150, da Carta. Precedente – Medida Cautelar na Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 54E3-5AD1-4BDF-749A e senha 7F8C-982B-F8E5-5844 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO RE 1053254 AGR / RS Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2.325/DF, de minha relatoria, julgada em 23 de setembro de 2004. MULTA – AGRAVO – ARTIGO 557, § 2º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. Surgindo do exame do agravo o caráter manifestamente infundado, impõe-se a aplicação da multa prevista no § 2º do artigo 557 do Código de Processo Civil.” (RE 564.225/RS – AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Marco Aurélio) “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO TRIBUTÁRIO. REINTEGRA. REVOGAÇÃO DE BENEFÍCIO FISCAL. ANTERIORIDADE NONAGESIMAL. 1. A alteração no programa fiscal REINTEGRA, por acarretar indiretamente a majoração de tributos, deve respeitar o princípio da anterioridade nonagesimal. Precedentes. 2. Agravo regimental a que se nega provimento, com previsão de aplicação de multa e majoração de honorários advocatícios, nos termos dos arts. 85, §11, e 1.021, § 5º, do CPC.” (RE 1.091.378-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Edson Fachin) 5. Diante do exposto, nego provimento ao agravo interno. Ante seu caráter manifestamente protelatório, aplico à parte agravante multa de 5% (cinco por cento) sobre o valor atualizado da causa, nos termos do art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, em caso de unanimidade da decisão. Fica a interposição de qualquer outro recurso condicionada ao depósito da respectiva quantia, ressalvados os casos previstos no art. 1.021, § 5º, do CPC/2015. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 54E3-5AD1-4BDF-749A e senha 7F8C-982B-F8E5-5844 Supremo Tribunal Federal RE 1053254 AGR / RS Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2.325/DF, de minha relatoria, julgada em 23 de setembro de 2004. MULTA – AGRAVO – ARTIGO 557, § 2º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. Surgindo do exame do agravo o caráter manifestamente infundado, impõe-se a aplicação da multa prevista no § 2º do artigo 557 do Código de Processo Civil.” (RE 564.225/RS – AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Marco Aurélio) “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO TRIBUTÁRIO. REINTEGRA. REVOGAÇÃO DE BENEFÍCIO FISCAL. ANTERIORIDADE NONAGESIMAL. 1. A alteração no programa fiscal REINTEGRA, por acarretar indiretamente a majoração de tributos, deve respeitar o princípio da anterioridade nonagesimal. Precedentes. 2. Agravo regimental a que se nega provimento, com previsão de aplicação de multa e majoração de honorários advocatícios, nos termos dos arts. 85, §11, e 1.021, § 5º, do CPC.” (RE 1.091.378-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Edson Fachin) 5. Diante do exposto, nego provimento ao agravo interno. Ante seu caráter manifestamente protelatório, aplico à parte agravante multa de 5% (cinco por cento) sobre o valor atualizado da causa, nos termos do art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, em caso de unanimidade da decisão. Fica a interposição de qualquer outro recurso condicionada ao depósito da respectiva quantia, ressalvados os casos previstos no art. 1.021, § 5º, do CPC/2015. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 54E3-5AD1-4BDF-749A e senha 7F8C-982B-F8E5-5844 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8 Extrato de Ata - 26/10/2018 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.053.254 PROCED. : RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL (00000/DF) AGDO.(A/S) : ZEN S.A. INDUSTRIA METALURGICA ADV.(A/S) : JOAO JOAQUIM MARTINELLI (01805/A/DF, 1796A/MG, 15429- A/MS, 01723/PE, 25430/PR, 139475/RJ, 45.071A/RS, 3210/SC, 175215/SP) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, com aplicação de multa, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 19.10.2018 a 25.10.2018. Composição: Ministros Alexandre de Moraes (Presidente), Marco Aurélio, Luiz Fux, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso. p/ Cintia da Silva Gonçalves Secretária da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A0A2-D1F1-66FF-6C12 e senha 3DFC-AFB7-018A-43B6 Supremo Tribunal Federal PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.053.254 PROCED. : RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. ROBERTOBARROSO AGTE.(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL (00000/DF) AGDO.(A/S) : ZEN S.A. INDUSTRIA METALURGICA ADV.(A/S) : JOAO JOAQUIM MARTINELLI (01805/A/DF, 1796A/MG, 15429- A/MS, 01723/PE, 25430/PR, 139475/RJ, 45.071A/RS, 3210/SC, 175215/SP) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, com aplicação de multa, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 19.10.2018 a 25.10.2018. Composição: Ministros Alexandre de Moraes (Presidente), Marco Aurélio, Luiz Fux, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso. p/ Cintia da Silva Gonçalves Secretária da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código A0A2-D1F1-66FF-6C12 e senha 3DFC-AFB7-018A-43B6 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8 Ementa e Acórdão Relatório Voto - MIN. ROBERTO BARROSO Extrato de Ata - 26/10/2018
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