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Acórdão STF- Anterioridade nonagesimal

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Ementa e Acórdão
26/10/2018 PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.053.254 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO
AGTE.(S) :UNIÃO 
PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL 
AGDO.(A/S) :ZEN S.A. INDUSTRIA METALURGICA 
ADV.(A/S) : JOAO JOAQUIM MARTINELLI 
EMENTA: DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INCENTIVO FISCAL. REVOGAÇÃO. 
MAJORAÇÃO INDIRETA. ANTERIORIDADE. 
1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal concebe 
que não apenas a majoração direta de tributos atrai a eficácia da 
anterioridade nonagesimal, mas também a majoração indireta decorrente 
de revogação de benefícios fiscais. Precedentes. 
2. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação 
da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da 
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Virtual, na 
conformidade da ata de julgamento, por unanimidade de votos, em negar 
provimento ao agravo interno, com aplicação de multa, nos termos do 
voto do Relator. 
Brasília, 19 a 25 de outubro de 2018. 
 
 MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - RELATOR
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço
http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 384F-81C8-331E-AC2F e senha D7F9-FCD6-D4F3-C57A
Supremo Tribunal FederalSupremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8
Relatório
26/10/2018 PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.053.254 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO
AGTE.(S) :UNIÃO 
PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL 
AGDO.(A/S) :ZEN S.A. INDUSTRIA METALURGICA 
ADV.(A/S) : JOAO JOAQUIM MARTINELLI 
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (Relator):
1. Trata-se de agravo interno cujo objeto é decisão 
monocrática que negou seguimento a recurso extraordinário pelos 
seguintes fundamentos:
“Trata-se de recurso extraordinário interposto contra 
acórdão assim ementado:
‘TRIBUTÁRIO. REINTEGRA. APROVEITAMENTO 
DOS CRÉDITOS. DECRETO Nº 8.415/2015. REDUÇÃO 
DA ALÍQUOTA DE 3% PARA 1%. PRINCÍPIO DA 
ANTERIORIDADE NONAGESIMAL. INEXISTÊNCIA DE 
VIOLAÇÃO.
A Lei 13.043/2014 (REINTEGRA) consubstanciou a 
possibilidade de tomada de crédito de PIS e de COFINS 
sobre a receita auferida com as exportações, ao percentual 
inicial de 3% (estabelecido pelo Decreto 8.304/2014) 
posteriormente revogado pelo Decreto 8.415/2015.
A alteração do REINTEGRA não constitui instituição 
ou majoração de tributos, e sim mera alteração do 
beneficio fiscal que autoriza aos contribuintes a 
reintegração de custos tributários federais residuais 
existentes nas suas cadeiras de produção, não se 
sujeitando, pois, ao princípio da anterioridade 
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço
http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DDEB-D31E-D621-FA37 e senha 9461-D81A-6595-D13C
Supremo Tribunal Federal
26/10/2018 PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.053.254 RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO
AGTE.(S) :UNIÃO 
PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL 
AGDO.(A/S) :ZEN S.A. INDUSTRIA METALURGICA 
ADV.(A/S) : JOAO JOAQUIM MARTINELLI 
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (Relator):
1. Trata-se de agravo interno cujo objeto é decisão 
monocrática que negou seguimento a recurso extraordinário pelos 
seguintes fundamentos:
“Trata-se de recurso extraordinário interposto contra 
acórdão assim ementado:
‘TRIBUTÁRIO. REINTEGRA. APROVEITAMENTO 
DOS CRÉDITOS. DECRETO Nº 8.415/2015. REDUÇÃO 
DA ALÍQUOTA DE 3% PARA 1%. PRINCÍPIO DA 
ANTERIORIDADE NONAGESIMAL. INEXISTÊNCIA DE 
VIOLAÇÃO.
A Lei 13.043/2014 (REINTEGRA) consubstanciou a 
possibilidade de tomada de crédito de PIS e de COFINS 
sobre a receita auferida com as exportações, ao percentual 
inicial de 3% (estabelecido pelo Decreto 8.304/2014) 
posteriormente revogado pelo Decreto 8.415/2015.
A alteração do REINTEGRA não constitui instituição 
ou majoração de tributos, e sim mera alteração do 
beneficio fiscal que autoriza aos contribuintes a 
reintegração de custos tributários federais residuais 
existentes nas suas cadeiras de produção, não se 
sujeitando, pois, ao princípio da anterioridade 
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8
Relatório
RE 1053254 AGR / RS 
nonagesimal”
O recurso busca fundamento no art. 102, III, a, da 
Constituição Federal. A parte recorrente alega violação aos arts. 
150, III, e 195, §6º, da Carta. A parte recorrente sustenta violação 
à anterioridade nonagesimal ao argumento de que o decreto 
8.415/2015 alterou as alíquotas do decreto anteriormente 
vigente (8.304/2014) para a tomada de créditos, passando a 
prever a diminuição do percentual de crédito dos contribuintes. 
O decreto 8.415/2015 trouxe a possibilidade de sua aplicação de 
modo retroativo, o que não se encaixa com a melhor aplicação 
do princípio da segurança jurídica e sua interpretação subjetiva 
trazida pelo princípio da proteção à confiança. Aduz que metas 
de ajuste fiscal não legitimam a violação à segurança jurídica 
dos contribuintes. Defende que um ato normativo que reduz ou 
extingue benefício fiscal aumenta, indiretamente, o tributo, o 
que viola o princípio da anterioridade nonagesimal.
A pretensão recursal merece prosperar, tendo em vista que 
o acórdão recorrido está em desconformidade com recente 
jurisprudência desta Corte. Com base na ADI nº 2.325/DF, Rel. 
Min. Marco Aurélio, restou firmado posicionamento no sentido 
de que não apenas a majoração direta de tributos atrai a eficácia 
da anterioridade nonagesimal, mas também a majoração 
indireta decorrente de revogação de benefícios fiscais.
A questão foi apreciada pela Primeira Turma e o 
entendimento firmado foi no sentido da necessidade de 
observância da anterioridade, como se vê da ementa do 
julgado:
’IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE 
MERCADORIAS E SERVIÇOS – DECRETOS Nº 39.596 E 
Nº 39.697, DE 1999, DO ESTADO DO RIO GRANDE DO 
SUL – REVOGAÇÃO DE BENEFÍCIO FISCAL – 
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE – DEVER DE 
OBSERVÂNCIA – PRECEDENTES. Promovido aumento 
indireto do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e 
2 
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço
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Supremo Tribunal Federal
RE 1053254 AGR / RS 
nonagesimal”
O recurso busca fundamento no art. 102, III, a, da 
Constituição Federal. A parte recorrente alega violação aos arts. 
150, III, e 195, §6º, da Carta. A parte recorrente sustenta violação 
à anterioridade nonagesimal ao argumento de que o decreto 
8.415/2015 alterou as alíquotas do decreto anteriormente 
vigente (8.304/2014) para a tomada de créditos, passando a 
prever a diminuição do percentual de crédito dos contribuintes. 
O decreto 8.415/2015 trouxe a possibilidade de sua aplicação de 
modo retroativo, o que não se encaixa com a melhor aplicação 
do princípio da segurança jurídica e sua interpretação subjetiva 
trazida pelo princípio da proteção à confiança. Aduz que metas 
de ajuste fiscal não legitimama violação à segurança jurídica 
dos contribuintes. Defende que um ato normativo que reduz ou 
extingue benefício fiscal aumenta, indiretamente, o tributo, o 
que viola o princípio da anterioridade nonagesimal.
A pretensão recursal merece prosperar, tendo em vista que 
o acórdão recorrido está em desconformidade com recente 
jurisprudência desta Corte. Com base na ADI nº 2.325/DF, Rel. 
Min. Marco Aurélio, restou firmado posicionamento no sentido 
de que não apenas a majoração direta de tributos atrai a eficácia 
da anterioridade nonagesimal, mas também a majoração 
indireta decorrente de revogação de benefícios fiscais.
A questão foi apreciada pela Primeira Turma e o 
entendimento firmado foi no sentido da necessidade de 
observância da anterioridade, como se vê da ementa do 
julgado:
’IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE 
MERCADORIAS E SERVIÇOS – DECRETOS Nº 39.596 E 
Nº 39.697, DE 1999, DO ESTADO DO RIO GRANDE DO 
SUL – REVOGAÇÃO DE BENEFÍCIO FISCAL – 
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE – DEVER DE 
OBSERVÂNCIA – PRECEDENTES. Promovido aumento 
indireto do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e 
2 
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8
Relatório
RE 1053254 AGR / RS 
Serviços – ICMS por meio da revogação de benefício fiscal, 
surge o dever de observância ao princípio da 
anterioridade, geral e nonagesimal, constante das alíneas 
“b” e “c” do inciso III do artigo 150, da Carta. Precedente – 
Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade 
nº 2.325/DF, de minha relatoria, julgada em 23 de setembro 
de 2004. MULTA – AGRAVO – ARTIGO 557, § 2º, DO 
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. Surgindo do exame do 
agravo o caráter manifestamente infundado, impõe-se a 
aplicação da multa prevista no § 2º do artigo 557 do 
Código de Processo Civil.’ (RE nº 564.225/RS – AgR, 
Primeira Turma, Rel. Min. Marco Aurélio, Dje de 18/11/14)
No mesmo sentido as seguintes decisões monocráticas: RE 
970955 / SC, Rel. Min. Dias Toffoli; RE nº 775.181/SC, Rel. Min. 
Gilmar Mendes; RE nº 1026463/RS, Rel. Min. Rosa Weber; ARE 
nº 985.209/RO, Rel. Min. Marco Aurélio.
Diante do exposto, com base no art. 932, V, do CPC/2015 e 
no art. 21, § 2º, do RI/STF, dou provimento ao recurso”. 
2. A parte agravante requer a reconsideração da decisão. 
Sustenta que: (i) pela especificidade do caso, a mitigação ou a revogação 
de benefício fiscal não atrai a regra da anterioridade; (ii) é inaplicável à 
hipótese o caso do RE 564.225/RS, uma vez que no caso dos autos não 
haveria majoração do tributo, nem sequer de forma indireta, mas apenas 
a modificação do incentivo concedido; (iii) para aplicar a anterioridade à 
majoração indireta de tributos decorrente de revogação de benefícios 
fiscais seria necessário: a) identificar a espécie de benefício fiscal (isenção 
ou subvenção) b) avaliar se houve a majoração – mesmo indireta – do 
tributo, o que não teria ocorrido no caso em exame.
3. Sustenta, ainda, que existem precedentes desta Corte no 
sentido de que a revisão ou extinção de um benefício fiscal, em se 
tratando de política econômica, pode ser revista a qualquer momento 
pelo Estado de modo que não estaria restrita à observância dos princípios 
3 
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RE 1053254 AGR / RS 
Serviços – ICMS por meio da revogação de benefício fiscal, 
surge o dever de observância ao princípio da 
anterioridade, geral e nonagesimal, constante das alíneas 
“b” e “c” do inciso III do artigo 150, da Carta. Precedente – 
Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade 
nº 2.325/DF, de minha relatoria, julgada em 23 de setembro 
de 2004. MULTA – AGRAVO – ARTIGO 557, § 2º, DO 
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. Surgindo do exame do 
agravo o caráter manifestamente infundado, impõe-se a 
aplicação da multa prevista no § 2º do artigo 557 do 
Código de Processo Civil.’ (RE nº 564.225/RS – AgR, 
Primeira Turma, Rel. Min. Marco Aurélio, Dje de 18/11/14)
No mesmo sentido as seguintes decisões monocráticas: RE 
970955 / SC, Rel. Min. Dias Toffoli; RE nº 775.181/SC, Rel. Min. 
Gilmar Mendes; RE nº 1026463/RS, Rel. Min. Rosa Weber; ARE 
nº 985.209/RO, Rel. Min. Marco Aurélio.
Diante do exposto, com base no art. 932, V, do CPC/2015 e 
no art. 21, § 2º, do RI/STF, dou provimento ao recurso”. 
2. A parte agravante requer a reconsideração da decisão. 
Sustenta que: (i) pela especificidade do caso, a mitigação ou a revogação 
de benefício fiscal não atrai a regra da anterioridade; (ii) é inaplicável à 
hipótese o caso do RE 564.225/RS, uma vez que no caso dos autos não 
haveria majoração do tributo, nem sequer de forma indireta, mas apenas 
a modificação do incentivo concedido; (iii) para aplicar a anterioridade à 
majoração indireta de tributos decorrente de revogação de benefícios 
fiscais seria necessário: a) identificar a espécie de benefício fiscal (isenção 
ou subvenção) b) avaliar se houve a majoração – mesmo indireta – do 
tributo, o que não teria ocorrido no caso em exame.
3. Sustenta, ainda, que existem precedentes desta Corte no 
sentido de que a revisão ou extinção de um benefício fiscal, em se 
tratando de política econômica, pode ser revista a qualquer momento 
pelo Estado de modo que não estaria restrita à observância dos princípios 
3 
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 8
Relatório
RE 1053254 AGR / RS 
constitucionais da anterioridade e da irretroatividade. Cita dois processos 
julgados pela Primeira Turma, o AI 783.509-AgR e RE 562.669-AgR/MG, 
julgados respectivamente em 2010 e 2011 e, também outro do ano de 2010 
cuja relatora para acórdão foi a Minisra Cármen Lúcia, o RE 545308.
4. É o relatório. 
4 
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RE 1053254 AGR / RS 
constitucionais da anterioridade e da irretroatividade. Cita dois processos 
julgados pela Primeira Turma, o AI 783.509-AgR e RE 562.669-AgR/MG, 
julgados respectivamente em 2010 e 2011 e, também outro do ano de 2010 
cuja relatora para acórdão foi a Minisra Cármen Lúcia, o RE 545308.
4. É o relatório. 
4 
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8
Voto - MIN. ROBERTO BARROSO
26/10/2018 PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.053.254 RIO GRANDE DO SUL
V O T O
O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR):
1. Deixo de abrir prazo para contrarrazões, na medida em 
que está sendo mantida a decisão que aproveita à parte agravada. Passo à 
análise do recurso.
 
2. O agravo interno não merece provimento, tendo em vista 
que a parte recorrente se limita a repetir argumentos já devidamente 
rechaçados.3. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal concebe 
que não apenas a majoração direta de tributos atrai a eficácia da 
anterioridade nonagesimal, mas também a majoração indireta decorrente 
de revogação de benefícios fiscais, conforme exarado na ADI n° 2.325/DF, 
Rel. Min. Marco Aurélio.
4. A controvérsia foi apreciada por ambas as Turmas e o 
entendimento firmado foi no sentido da necessidade de observância da 
anterioridade. Confiram-se precedentes de ambas as Turmas:
“IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS 
E SERVIÇOS – DECRETOS Nº 39.596 E Nº 39.697, DE 1999, DO 
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – REVOGAÇÃO DE 
BENEFÍCIO FISCAL – PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE – 
DEVER DE OBSERVÂNCIA – PRECEDENTES. Promovido 
aumento indireto do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias 
e Serviços – ICMS por meio da revogação de benefício fiscal, 
surge o dever de observância ao princípio da anterioridade, 
geral e nonagesimal, constante das alíneas “b” e “c” do inciso 
III do artigo 150, da Carta. Precedente – Medida Cautelar na 
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
26/10/2018 PRIMEIRA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.053.254 RIO GRANDE DO SUL
V O T O
O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR):
1. Deixo de abrir prazo para contrarrazões, na medida em 
que está sendo mantida a decisão que aproveita à parte agravada. Passo à 
análise do recurso.
 
2. O agravo interno não merece provimento, tendo em vista 
que a parte recorrente se limita a repetir argumentos já devidamente 
rechaçados.
3. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal concebe 
que não apenas a majoração direta de tributos atrai a eficácia da 
anterioridade nonagesimal, mas também a majoração indireta decorrente 
de revogação de benefícios fiscais, conforme exarado na ADI n° 2.325/DF, 
Rel. Min. Marco Aurélio.
4. A controvérsia foi apreciada por ambas as Turmas e o 
entendimento firmado foi no sentido da necessidade de observância da 
anterioridade. Confiram-se precedentes de ambas as Turmas:
“IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS 
E SERVIÇOS – DECRETOS Nº 39.596 E Nº 39.697, DE 1999, DO 
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – REVOGAÇÃO DE 
BENEFÍCIO FISCAL – PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE – 
DEVER DE OBSERVÂNCIA – PRECEDENTES. Promovido 
aumento indireto do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias 
e Serviços – ICMS por meio da revogação de benefício fiscal, 
surge o dever de observância ao princípio da anterioridade, 
geral e nonagesimal, constante das alíneas “b” e “c” do inciso 
III do artigo 150, da Carta. Precedente – Medida Cautelar na 
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8
Voto - MIN. ROBERTO BARROSO
RE 1053254 AGR / RS 
Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2.325/DF, de minha 
relatoria, julgada em 23 de setembro de 2004. MULTA – 
AGRAVO – ARTIGO 557, § 2º, DO CÓDIGO DE PROCESSO 
CIVIL. Surgindo do exame do agravo o caráter manifestamente 
infundado, impõe-se a aplicação da multa prevista no § 2º do 
artigo 557 do Código de Processo Civil.” (RE 564.225/RS – AgR, 
Primeira Turma, Rel. Min. Marco Aurélio)
“AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO. DIREITO TRIBUTÁRIO. REINTEGRA. 
REVOGAÇÃO DE BENEFÍCIO FISCAL. ANTERIORIDADE 
NONAGESIMAL. 1. A alteração no programa fiscal 
REINTEGRA, por acarretar indiretamente a majoração de 
tributos, deve respeitar o princípio da anterioridade 
nonagesimal. Precedentes. 2. Agravo regimental a que se nega 
provimento, com previsão de aplicação de multa e majoração 
de honorários advocatícios, nos termos dos arts. 85, §11, e 1.021, 
§ 5º, do CPC.” (RE 1.091.378-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. 
Edson Fachin)
5. Diante do exposto, nego provimento ao agravo interno. 
Ante seu caráter manifestamente protelatório, aplico à parte agravante 
multa de 5% (cinco por cento) sobre o valor atualizado da causa, nos 
termos do art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, em caso de unanimidade da 
decisão. Fica a interposição de qualquer outro recurso condicionada ao 
depósito da respectiva quantia, ressalvados os casos previstos no art. 
1.021, § 5º, do CPC/2015. 
2 
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço
http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 54E3-5AD1-4BDF-749A e senha 7F8C-982B-F8E5-5844
Supremo Tribunal Federal
RE 1053254 AGR / RS 
Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2.325/DF, de minha 
relatoria, julgada em 23 de setembro de 2004. MULTA – 
AGRAVO – ARTIGO 557, § 2º, DO CÓDIGO DE PROCESSO 
CIVIL. Surgindo do exame do agravo o caráter manifestamente 
infundado, impõe-se a aplicação da multa prevista no § 2º do 
artigo 557 do Código de Processo Civil.” (RE 564.225/RS – AgR, 
Primeira Turma, Rel. Min. Marco Aurélio)
“AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO. DIREITO TRIBUTÁRIO. REINTEGRA. 
REVOGAÇÃO DE BENEFÍCIO FISCAL. ANTERIORIDADE 
NONAGESIMAL. 1. A alteração no programa fiscal 
REINTEGRA, por acarretar indiretamente a majoração de 
tributos, deve respeitar o princípio da anterioridade 
nonagesimal. Precedentes. 2. Agravo regimental a que se nega 
provimento, com previsão de aplicação de multa e majoração 
de honorários advocatícios, nos termos dos arts. 85, §11, e 1.021, 
§ 5º, do CPC.” (RE 1.091.378-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. 
Edson Fachin)
5. Diante do exposto, nego provimento ao agravo interno. 
Ante seu caráter manifestamente protelatório, aplico à parte agravante 
multa de 5% (cinco por cento) sobre o valor atualizado da causa, nos 
termos do art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, em caso de unanimidade da 
decisão. Fica a interposição de qualquer outro recurso condicionada ao 
depósito da respectiva quantia, ressalvados os casos previstos no art. 
1.021, § 5º, do CPC/2015. 
2 
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8
Extrato de Ata - 26/10/2018
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.053.254
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO
AGTE.(S) : UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL (00000/DF)
AGDO.(A/S) : ZEN S.A. INDUSTRIA METALURGICA
ADV.(A/S) : JOAO JOAQUIM MARTINELLI (01805/A/DF, 1796A/MG, 15429-
A/MS, 01723/PE, 25430/PR, 139475/RJ, 45.071A/RS, 3210/SC, 
175215/SP)
Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo 
interno, com aplicação de multa, nos termos do voto do Relator. 
Primeira Turma, Sessão Virtual de 19.10.2018 a 25.10.2018.
 
Composição: Ministros Alexandre de Moraes (Presidente), Marco 
Aurélio, Luiz Fux, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso. 
p/ Cintia da Silva Gonçalves
Secretária da Primeira Turma
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Supremo Tribunal Federal
PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.053.254
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. ROBERTOBARROSO
AGTE.(S) : UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL (00000/DF)
AGDO.(A/S) : ZEN S.A. INDUSTRIA METALURGICA
ADV.(A/S) : JOAO JOAQUIM MARTINELLI (01805/A/DF, 1796A/MG, 15429-
A/MS, 01723/PE, 25430/PR, 139475/RJ, 45.071A/RS, 3210/SC, 
175215/SP)
Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo 
interno, com aplicação de multa, nos termos do voto do Relator. 
Primeira Turma, Sessão Virtual de 19.10.2018 a 25.10.2018.
 
Composição: Ministros Alexandre de Moraes (Presidente), Marco 
Aurélio, Luiz Fux, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso. 
p/ Cintia da Silva Gonçalves
Secretária da Primeira Turma
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	Ementa e Acórdão
	Relatório
	Voto - MIN. ROBERTO BARROSO
	Extrato de Ata - 26/10/2018

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