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Atividade Dirigida I de Farmacologia e Toxicologia Curso de Graduação em Biomedicina - Campus Tatuapé Prof. Dr. José Artur da Silva Emim – 14/10/2020 – Valor: 2,5 pontos CASO CLÍNICO I: Os venenos agrícolas (agrotóxicos), de uso exclusivo na lavoura, são desviados do campo para os grandes centros para serem indevidamente utilizados como raticidas. Os agrotóxicos mais encontrados nos granulados tipo “chumbinho” pertencem ao grupo químico dos carbamatos. Sendo um produto clandestino, ele não possui rótulo contendo orientações quanto ao seu manuseio e segurança, informações médicas, telefones de emergência e, o que é ainda mais grave, a descrição do agente ativo bem como antídotos em caso de envenenamento. Os sintomas típicos de intoxicação por ‘chumbinho’ ocorrem, em geral, em menos de 1 h após a ingestão, incluindo náuseas, vômitos, sudorese, sialorréia, borramento visual, miose, hipersecreção brônquica, dor abdominal, diarreia, tremores, entre outros (Fonte: www.anvisa.gov.br). Qual o mecanismo de ação do chumbinho como agente tóxico? Quais medidas terapêuticas (farmacológicas e não farmacológicas) poderiam ser utilizadas no tratamento do quadro descrito? Qual exame laboratorial poderia auxiliar no diagnóstico da intoxicação pelo chumbinho? Justifiquem as suas respostas. (1,25) R: É um caso de intoxicação, o aldicarbe ou chumbinho são carbamatos e anticolinesterásicos irreversíveis, eles inibem a enzima acetilcolinesterase de maneira duradoura ou permanente, dependendo do tempo de exposição dessas enzimas consequentemente acumulam em grande quantidade e por muito tempo a acetilcolina na fenda sináptica. Ou seja, impedem a degradação da acetilcolina, ao impedir a acetilcolina se acumula no organismo esse acúmulo é responsável pelos efeitos toxicológicos desses agentes. As medidas terapêuticas não farmacologicas utilizadas no tratamento do quadro de Intoxicação varia de acordo com a sua causa e com o estado clínico da pessoa, é realizada a avaliação dos sinais vitais, como pressão, batimentos cardíacos e oxigenação do sangue, e estabilização, com hidratação ou uso de oxigênio, por exemplo, se necessário; identificar as causas da intoxicação, através da análise da história clínica, sintomas e exame físico da vítima; Fazer a descontaminação, que tem como objetivo diminuir a exposição do organismo à substância tóxica, através de medidas como lavagem gástrica, com irrigação de soro fisiológico através de uma sonda nasogástrica, administração de carvão ativado no trato digestivo para facilitar a absorção do agente tóxico, ou lavagem intestinal, com laxativos, como manitol; Usar um antídoto, se houver, que pode ser específico para cada tipo de substância. As medidas farmacológicas utilizadas para o tratamento de Intoxicação por inseticidas organofosforados e carbamatos como o chumbinho é com a Atropina um antagonista não competitivo dos efeitos muscarínicos e sobre o sistema nervoso central, ela reduz a função secretória tendo ação broncodilatadora, podendo inibir a transpiração a ponto de aumentar a temperatura corporal. Em crianças o uso da dose moderada pode causar febre atropínica. Pode também causar fotofobia como qualquer bloqueador colinérgico e promove o relaxamento da musculatura da íris. Em doses mais altas diminui a motilidade gastrintestinal. A atropina é absorvida rapidamente pelo trato gastrintestinal tendo meia-vida de cerca de 2 horas. Outra medida farmacológica é a Prolidoxima são agentes reativadores de acetilcolina do grupo das oximas, a Prolidoxima se liga ao inseticida retirando do sítio catalítico da enzima. Ela deixa o sítio da enzima livre, ela se torna ativa novamente. A eficácia das oximas é proporcional a precocidade de sua administração, e quanto mais tempo a enzima estiver em contato com o inseticida como ele fosforila o sítio catalítico da enzima com esse sítio o inseticida forma uma ligação estável, quanto mais tempo demorar essa ligação mais difícil é para desfazer. A administração medicamentosa deve ser realizada o mais rápido possível, no máximo uma hora que se expôs ao agente. Se a administração medicamentosa demorar a ligação que o inseticida estabeleceu com a enzima se torna "envelhecida" quando ocorre a Prolidoxima não consegue mais se regenerar. O exame laboratorial que auxilia no diagnóstico de intoxicação é o exame de urina, laboratorialmente confirma se a colinesterase está diminuída, é a enzima que é inibida pelo inseticidas organofosforados ou carbamatos, a diminuição da colinesterase é uma confirmação da intoxicação. Isso faz com que conduza o tratamento medicamentoso específico. A dosagem da colinesterase é utilizada para confirmar o diagnóstico, a colinesterase plasmática tem renovação mais rápida é um bom indicador de exposição, a exposição mais crônica sucessivas está relacionada aos sintomas e estima a gravidade da intoxicação. CASO CLÍNICO II: O termo Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS) foi proposto para descrever a reação inflamatória desencadeada pelo organismo frente a qualquer agressão infecciosa ou não-infecciosa. A sepse designa a resposta inflamatória sistêmica do organismo frente ao estímulo infeccioso. É um estado em que pode ocorrer uma incapacidade do sistema circulatório em fornecer fluxo sanguíneo adequado para atender às necessidades metabólicas dos tecidos e órgãos vitais (oxigênio e nutrientes), causada por exacerbação da resposta inflamatória sistêmica (vasodilatação, aumento da permeabilidade dos vasos e acúmulo de leucócitos), que resulta em incapacidade de manter a pressão arterial e consequente diminuição na perfusão sanguínea para os órgãos vitais. Essas alterações acontecem em todo o organismo e são observadas mesmo nos locais onde o agente infeccioso não está presente. A perfusão anormal inclui acidose lática ou alteração aguda do estado mental. O choque séptico é caracterizado por sepse com hipotensão arterial persistente, mesmo após adequada reposição volêmica, associado com a redução da perfusão, acidose lática, redução do volume urinário e alteração do estado mental. Trabalhos na literatura indicam estreita correlação dos níveis séricos elevados de lactato (hiperlactatemia) como prognóstico de mortalidade em pacientes com sepse (Salles e col., 1999; Cicareli e col., 2007). Por que a noradrenalina sob infusão contínua é preferida, comparativamente à adrenalina, no tratamento do choque séptico? Qual a importância do monitoramento sérico da hiperlactatemia durante o choque séptico? Justifiquem as suas respostas. (1,25) R: É preferível a noradrenalina pois ela tem melhorado a oferta de oxigênio sistêmico e a pressão parcial de oxigênio dos tecidos cutâneos. E é uma emergência médica quando os níveis de potássio são superiores a 6,5 mmol/L, devido ao alto potencial arritmogênico, podendo causar arritmias cardíacas letais. COMPONENTES DO GRUPO ALUNO RGM NOME ASSINATURA 1 2203263-1 Isabella Martins Mafra dos Santos 2 2204038-2 Natália Marcolino de Jesus 3 2217976-3 Mirella Silva Lemos 4 2201150-1 Rafaella de Oliveira Mendes 5 6 7 8
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