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Disciplina On-line completa RIPS 
 
Compromisso social 
LEITURA OBRIGATÓRIA 
BOCK, A. M. B.. Psicologia e sua ideologia: 40 anos de compromisso com as elites. In: ______. (Org.). Psicologia e compromisso social. São Paulo: 
Cortez, 2009. 
 
OBJETIVOS: discutir o compromisso da Psicologia ao longo de sua trajetória no Brasil 
PONTOS DE PARTIDA: “[...] a Psicologia sempre esteve vinculada à sociedade brasileira e sempre respondeu a demandas sociais, portanto, manteve em 
toda sua existência um determinado compromisso com a sociedade. Mas qual compromisso?” (p. 16) 
A que se refere a ideia de compromisso? Compromisso social x compromisso com as elites 
 
1. Uma história de compromisso com as elites 
1. 
a. As ideias e teorias psicológicas historicamente responderam aos interesses das elites 
b. Controle, higiene, diferenciação e categorização da população, com vistas à reprodução do capital 
Colônia: exploração. Ideias psicológicas com vistas ao comportamento e aspectos morais de indígenas, mulheres e crianças. O papel da Igreja e de 
Portugal 
Império: ideias psicológicas voltadas à higienização, na Medicina e na Educação. Moral como natural. Imoralidade associada à pobreza e negritude. 
República: desenvolvimento econômico: ideias psicológicas ligadas ao Trabalho. Testes psicológicas para seleção dos aptos às funções nas fábricas. 
 
2. Os 40 anos de profissão regulamentada (58 em 2020) 
1. 
a. A inserção de psicólogas e psicólogos na sociedade é pequena em comparação ao seu potencial humano e técnico. 
b. Pouca diversidade na atuação e, consequentemente, limitada contribuição à sociedade. 
c. Naturalização do desenvolvimento psíquico levou ao afastamento de um projeto de ser humano e de sociedade. Obs.: Yamamoto (2012) 
discorre sobre compromisso social e projeto ético-político. 
d. Feminização da profissão 
e. Psicologia Comunitária (anos de 1970) 
f. 
3. Alguns elementos ideológicos da profissão 
1. Caráter ideológico da Psicologia: “[...] ideologia compreendida como processo de ocultamento da base material e social das ideias, processo esse que 
pode se dar em decorrência de construção teórica” (p.21). 
2. A Psicologia tem naturalizado o fenômeno psicológico 
1. 
a. Desconsideração do cotidiano, da cultura e valores sociais, das formas de produção de sobrevivência, das relações sociais que permitem 
compreender o mundo psíquico 
b. O “verdadeiro eu” (ess 
c. Correção de desvios e patologias 
1. Concepções sobre a subjetividade devem unir o mundo objetivo e o mundo subjetivo 
2. Candidatos à humanidade. O mundo psicológico é construído 
3. Compromisso com a construção de leituras do ser humano que, ao falar do mundo psíquico, fale também do mundo social e, nesse sentido, a 
transformação psíquica é necessariamente transformação social. 
3. Os psicólogos não têm concebido suas intervenções como trabalho 
Ser humano considerado como autônomo. Psicologia consertaria o que fora planejado pela natureza e corrompido pela sociedade. 
Bastaria “ajudar” incondicionalmente as pessoas, colaborar e intervir para que o próprio sujeito se autoconduza e se autodesenvolva (Obs.: ideia da 
mônada social) 
A psicóloga e o psicólogo trabalham, empregam energia para transformar em uma direção (referência à categoria atividade). O que significa que há um 
padrão do que é certo/normal/desejável/esperado socialmente e, caso a pessoa se enquadre, configura-se “cura” 
A Psicologia construiu um discurso de “ajuda ao que sofre”, naturalizando o autodesenvolvimento e autodeterminação. Escondeu-se atrás desse discurso e, 
portanto, ocultou seu projeto social. “Tornou o discurso sobre seu trabalho ideológico” (p. 25). 
Não significa dizer que estamos distantes/acima/além da moral e dos valores sociais, mas é necessário perceber essa relação e não naturalizar (Obs.: 
Trazer à consciência) 
4. A Psicologia tem concebido os sujeitos como responsáveis e capazes de promover seu próprio desenvolvimento 
1. 
a. "É a imagem do Barão de Munchhausen que sai do pântano puxando pelos 
seus próprios cabelos, imagem esta que usei em meu trabalho de doutoramento para simbolizar as ideias que a Psicologia tem 
construído, que veem o homem como um ser capaz de, através de seu próprio esforço, se autodeterminar (BOCK, 1999, p. 324) 
b. Compreensão do fenômeno psicológico naturalizado, a partir do próprio ser humano (Obs.: psicologismo). Sociedade como uma barreira ao 
desenvolvimento. 
c. Caráter ideológico. 
d. Consequências: responsabilização das pessoas pelo seu desenvolvimento. Apartamento do sujeito e da sua subjetividade do mundo social. 
Isenção das instituições e modos de produção da sobrevivência. 
 
4. Fechando a reflexão 
1. 
a. Crítica à ausência e isenção da discussão de projetos sociais na Psicologia, porque, da forma como se concebe, não há necessidade de 
discussão. 
b. Se as relações sociais e as formas de produção da vida são responsáveis pela produção do mundo psicológico, há a necessidade de inclusão 
da cultura na sua compreensão. 
c. Necessidade de superação das ideologias para construção de um novo compromisso com a sociedade, de trabalho pela melhoria da 
qualidade de vida, em nome dos direitos humanos. 
 
Profissão relativamente nova, a Psicologia caracteriza-se como uma área múltipla, na qual muitos saberes ainda estão se consolidando no nível 
da ciência, gerando influência nos seus fazeres. Alguns campos de atuação profissional já se consolidaram, outros estão em consolidação, e 
outros, ainda, podem ser considerados emergentes. A esse respeito, e considerando as demandas sociais para o exercício profissional na 
realidade brasileira, assinale a alternativa correta: 
A 
Das áreas consideradas clássicas de atuação profissional do psicólogo, a Psicologia se expandiu, para áreas 
emergentes, como a Psicologia do Esporte e a Psicologia Jurídica, mas não encontrou lugar para outros loci de 
atuação (ambulatórios e postos de saúde) e outros modus operandi (Programa de Saúde da Família-PSF, por 
exemplo). 
B 
A ênfase da intervenção do psicólogo no campo da saúde tem sido particularmente marcante nesse movimento de 
expansão do “fazer psicológico”, em concordância com as políticas públicas, através da sua atuação nos 
convênios particulares. 
C 
É na sua formação acadêmica que o psicólogo estabelece o contato com a realidade profissional na qual irá atuar 
posteriormente e identifica as demandas que requerem sua intervenção e/ou as possibilidades de instaurar novas 
práticas profissionais, em novos e antigos espaços laborais. 
D 
Embora seja ainda prevalente o uso de psicodiagnóstico no fazer do psicólogo, esta atividade vem, aos poucos, 
sendo reformulada e reduzida. Emerge e se consolida, em substituição, a ação curativa e adaptativa, tido como 
mais ampla e adequada. 
E 
A consolidação e o aparecimento de áreas emergentes, quer de conhecimento, quer de atuação profissional, 
dependem do evoluir do conhecimento científico e das necessidades sociais, mas, também, da apropriação, pelo 
profissional, do referido conhecimento, habilitando-o a atuar produtiva, ética e competentemente. 
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: E. 
 
O conhecimento produzido pela Psicologia e a discussão sobre seu papel na sociedade originou: 
 
I - uma extensão dos campos e dos métodos de atuação do psicólogo que o está levando a uma perda da identidade profissional. 
II - alternativas psicoterapêuticas que estão levando o psicólogo de volta a seu lugar ideal de trabalho: o consultório. 
III - novos conhecimentos sobre grupos e instituições que ampliam as possibilidades de ação do psicólogo para além da clínica. 
 
É correto APENAS o que se afirma em 
A I 
B III 
C I e II 
D I e III 
E II e III 
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: B. 
Você é um(a) psicólogo(a) comprometido(a) com ações psicossociais voltadas para o incremento de relaçõesde mútua ajuda no contexto 
comunitário. Entre os encaminhamentos metodológicos a seguir, qual(is) está(ão) adequado(s) a uma proposta de transformação psicossocial? 
 
I. Determinar as características de personalidade dos membros dos grupos, que permitam avaliar o sucesso ou o insucesso da ação a ser 
proposta. 
II. Detectar e descrever os processos psicossociais presentes, como consciência e identidade grupal. 
III. Identificar e descrever os problemas enfrentados na perspectiva individual e grupal para propor alternativas de ações a serem 
implementadas coletivamente. 
 
Está correto apenas o que se afirma em: 
A I 
B II 
C I e II 
D I e III 
E II e III 
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: E. 
Perspectivas e limites do trabalho do psicólogo 
 
LEITURA OBRIGATÓRIA 
YAMAMOTO, O. H.. Políticas sociais, "terceiro setor" e "compromisso social": perspectivas e limites do trabalho do psicólogo. Psicol. Soc., Porto Alegre, v. 
19, n. 1, p. 30-37, Apr. 2007. Disponível em < https://doi.org/10.1590/S0102-71822007000100005>. Acesso em 10 jun. 2019. 
 
1. O “compromisso social do psicólogo” 
https://doi.org/10.1590/S0102-71822007000100005
1. 
a. Os primeiros vinte anos da profissão foram marcados por um elitismo, pois havia preferência pela atividade clínica associada ao modelo de 
profissional liberal (como os médicos), o que estaria afastando a profissão dos segmentos do bem-estar e do setor público, suja abrangência 
potencial do atendimento psicológico seria muito maior. A falência desse modelo levaria a profissão às “classes subalternas” 
b. Limitação das abordagens tradicionais centradas no indivíduo, sem a consideração dos determinantes socisias da conduta humana. 
 
2. O contexto do desenvolvimento da profissão 
1. 
a. Importante lembrar que o debate interno, à época do início da profissão no Brasil, era restrito a um número bem pequeno de profissionais e de 
instituições de ensino 
b. Surgimento e desenvolvimento da profissão em meio ao regime autocrático-burguês 
c. Surgimento e desenvolvimento em meio ao regime autocrático-burguês era fator para a ausência de debate sobre as características e rumos 
da profissão, mas também havia certa incipiência. 
d. Após o colapso do “milagre brasileiro” (fim dos anos de 1970), os movimentos científico-profissionais se politizam. Na Psicologia, nos anos de 
1980, destaca-se a inserção no movimento (luta antimanicomial, Conferências Nacionais) e no campo público do bem-estar social. 
 
3. As políticas sociais (públicas) 
1. 
a. Questão social: conjunto de problemas políticos, sociais e econômicos postos pela emergência da classe operária no processo de constituição 
da sociedade capitalista. Manifestação no cotidiano da vida social da contradição capital-trabalho. 
b. O Estado, ao articular funções econômicas e políticas, necessita de legitimação política pelo alargamento de sua base de sustentação, 
operando a institucionalização de direitos e garantias sociais. Há uma tentativa de equilíbrio nos interesses da luta de classes (acumulação x 
privação) 
c. Há uma aparente resolução da “questão social”, que se fragmenta, transformando as ações do Estado em políticas públicas, ou seja, trata-se 
de “questões sociais” de maneira fragmentária e setorizada 
d. Quando a Psicologia se insere no terreno do bem-estar social (que é uma política do Estado), a profissão (prática institucionalizada, 
socialmente legitimada e legalmente sancionada) é remetida para a ação nas sequelas da fragmentação da questão social. 
e. Limites da intervenção profissional: (1) a organização político-econômica e a situação da profissão; (2) hegemonia de um modelo de 
intervenção e condições da formação; e (3) capacidade de resistência das classes subalternas. 
 
4. Ajuste neoliberal, desajuste social e a lógica da parceria com o “terceiro setor” 
1. 
a. As nações latino-americanas se baseiam em políticas meritocráticas que possuem debilidade na cobertura e baixa eficácia. O programa 
neoliberal nessas nações acentuou as desigualdades e aprofundou o quadro de miséria social. 
b. A refuncionalização neoliberal das políticas sociais fragmentadas (conforme itens 3a, 3b e 3c) permite a ascensão de dois processos 
complementares: a precarização e a privatização. 
c. Precarização e Privatização (ver cards) 
d. Lógica passa a ser estatal-gratuito-precário x privado-mercantil-boa qualidade x filantrópico-voluntário-qualidade questionável 
e. Despolitização dos movimentos sociais por meio da criação das organizações não-governamentais (parceiras do Estado) 
Precarização 
1. descentralização dos serviços: transferência da responsabilidade para poderes locais, sem capacidade de financiamento e manutenção... 
2. focalização: corte discriminatório para acesso às políticas (condição de pobreza) 
Privatização 
1. (re)mercantilização: transformação dos serviços sociais em mercadoria 
2. (re)filantropização: transferência da responsabilidade para a sociedade civil (“terceiro setor”) 
 
5. Políticas sociais, “terceiro setor” e os limites do “compromisso social do psicólogo” 
1. 
a. A expansão dos serviços de psicologia para camadas mais amplas da população tem relação com (1) inserção no campo do bem-estar social 
e (2) presença no terceiro setor 
b. Retomando o compromisso social, ao pensar a abrangência da profissão deve-se ir além da abertura de mercado de trabalho e considerar o 
alcance de determinadas parcelas da população (as chamadas no texto de classes subalternas) 
i. O atendimento da maioria a partir de um referencial teórico-técnico tradicional (que historicamente atendia às elites) não representa 
sintonia com os interesses dessa maioria 
ii. A ação profissional continua partindo de uma prática convencional, com acesso desqualificado pela população 
c. “[...] ao mesmo tempo em que a crítica à reiteração das formas convencionais e inadequadas de intervenção clínica nas diversas modalidades 
de ação deve ser feita, é preciso evitar fazer exigências que vão além das possibilidades da ação profissional (confundindo a ação profissional 
que comporta uma dimensão política com a ação propriamente política)”(p.35). Obs.: executor terminal de políticas segmentadas 
(YAMAMOTO, 2012) 
d. A ampliação dos limites da dimensão política da ação profissional passa tanto pela aproximação com setores progressistas para avanço nas 
políticas, quanto pelo desenvolvimento de outras possibilidades teórico-técnicas, por parte da academia. 
2. Sobre a relação entre o SUS, SUAS, Psicologia, Violência e Direitos Humanos, identifique a alternativa correta. 
A
 
Muitas das ações no SUS e no SUAS tem com base os Estatutos da Criança e do Adolescente, do Idoso e da Pessoa com Deficiência. 
B
 
O CREAS não tem competência legal e técnica para articular ações que visam o cumprimento do que está garantido no Estatuto da Pessoa com Deficiência. 
C
 
O CREAS não tem competência legal e técnica para articular ações que visam o cumprimento do que está garantido no Estatuto da Pessoa com Deficiência. 
D
 
A luta contra discriminação de pessoas trans não tem sido tema central nos movimentos sociais para criação e implementação das políticas de saúde e assistência 
social. 
E
 
Profissionais da Psicologia desenvolvem seu trabalho nos contextos de violências e discriminação a partir do que é preconizado e orientado pelo Código de Ética 
da Profissão e por Resoluções e pelas Políticas Públicas específicas. 
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: E. 
A interface das Políticas Públicas com a Psicologia tem sido um importante campo em construção para atuação dos/as psicólogos. Na 
Psicologia Social é possível fazer essa interface com as Políticas de Assistência Social e Políticas de Saúde e dessa forma o/a profissional 
deverá ter as seguintes habilidades e competências: 
 
I. Trabalhar em equipe e em rede. 
 
II. Desenvolver capacidade de intervenção técnica a partirdo seu campo de saber, fundamentando-se na teoria e na prática clínica. 
 
III. Operacionalizar ações numa perspectiva interdisciplinar. 
 
IV. Conhecer as diretrizes das Políticas específicas do seu campo de atuação. 
 
Está correto apenas o que se afirma apenas em: 
A I e II 
B III e IV 
C I, II e III 
D I, III e IV 
E II, III e IV 
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: D. 
O Conselho Federal de Psicologia, no papel de avaliar criticamente a profissão no Brasil, têm realizado seminários nacionais para a discussão da relação entre 
psicologia e políticas públicas. Neste sentido é correto afirmar que: 
A
 
Os debates são importantes, pois ampliam as possibilidades de atuação do psicólogo no mercado de trabalho. 
B
 
Os debates ocorridos, denotam que todos os psicólogos inseridos no campo social, não visam a adaptação do indivíduo ao sistema. 
C
 
Os debates ocorridos nos Seminários nacionais indicam que o psicólogo sempre foi formado para atuar no setor público, porém, as oportunidades eram excassas. 
D
 
Esses debates expressam uma categoria profissional articulada com as ações do CFP e denotam uma ampliação da compreensão sobre as possibilidades que a 
Psicologia tem de responder às demandas do campo social. 
E
 
Os debates não expressam a articulação da categoria, apenas, indicam mobilização do CFP para atender às demandas de um Estado regulador. 
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: D. 
Desafios da Psicologia na Saúde Mental 
LEITURA BÁSICA 
ALMEIDA, José Miguel Caldas de. Política de saúde mental no Brasil: o que está em jogo nas mudanças em curso. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro , v. 
35, n. 11, e00129519, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2019001300502&lng=en&nrm=iso Acesso 
em 14 de Set. de 2020. 
LEITURA COMPLEMENTAR 
BRASIL. Ministério da Saúde. Nota Técnica nº 11/2019-CGMAD/DAPES/SAS/MS. Assunto: Esclarecimentos sobre as mudanças na Política Nacional de 
Saúde Mental e nas Diretrizes da Política Nacional sobre Drogas Disponível em: https://pbpd.org.br/wp-content/uploads/2019/02/0656ad6e.pdf 
GULJOR, Ana Paula et al. Nota de Avaliação Crítica da Nota Técnica 11/2019 “Esclarecimentos sobre as mudanças na Política Nacional de Saúde Mental 
e nas Diretrizes na Política Nacional sobre Drogas”, emitida pela Coordenação Nacional de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas, do Ministério da Saúde, 
em 04/02/2019, de autoria de Quirino Cordeiro Junior Disponível em: https://www.crprj.org.br/site/wp-content/uploads/2019/02/Note-tecnica-Saude-Mental.pdf 
 
1. Política de saúde mental no Brasil: o que está em jogo nas mudanças em curso 
A Política de Saúde Mental brasileira, iniciada nos anos 1980, destacou o Brasil no campo de saúde mental globalmente. 
O Brasil foi um dos primeiros países, fora do grupo dos países mais ricos, a estabelecer e implementar uma política nacional de saúde mental (processo que 
não foi isento de dificuldades). Por exemplo: A Lei de Saúde Mental proposta em 1989 só foi aprovada em 2001. 
Inicialmente, o objetivo foi SUBSTITUIR o modelo baseado no hospital psiquiátrico por um novo sistema de serviços baseados na comunidade e na 
proteção dos direitos humanos das pessoas com transtorno mental. 
Com o fortalecimento da política de saúde mental, ela se estendeu a outros objetivos: 
 A prevenção dos transtornos mentais; 
 A atenção à saúde mental de crianças e adolescentes; 
 As estratégias contra as dependências de álcool e outras drogas. 
Hoje, o Brasil conta com uma massa crítica importante na área da saúde mental que envolve representantes de todos os setores que apontam 
insuficiências e retrocessos na implementação do novo sistema de atenção (2019). Entre esses representantes, há um larguíssimo consenso quanto aos 
fundamentos, principais objetivos e resultados da política de saúde mental desenvolvidos até 2016. 
 
2. A política de saúde mental iniciada nos anos 1980 - Origens e evolução 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2019001300502&lng=en&nrm=iso
https://pbpd.org.br/wp-content/uploads/2019/02/0656ad6e.pdf
https://www.crprj.org.br/site/wp-content/uploads/2019/02/Note-tecnica-Saude-Mental.pdf
O sistema psiquiátrico brasileiro até os anos finais da década de 70 era marcado pelo modelo manicomial, caracterizado por baixa qualidade de cuidados e 
ocorrência frequente de violações dos direitos humanos. 
As primeiras reformas psiquiátricas (cidade de Santos, SP) tiveram um papel decisivo no desenvolvimento de um modelo adaptado às especificidades do 
contexto brasileiro e deram contribuições valiosas para os primeiros passos na construção de uma política nacional de saúde mental. 
A política nacional de saúde mental integra-se ao processo de REDEMOCRATIZAÇÃO iniciado no decurso dos anos 1980 e vai se fortalecendo 
progressivamente. Inicialmente, as reformas focaram-se na melhoria das condições de vida nas instituições manicomiais e na promoção de um processo de 
DESINSTITUCIONALIZAÇÃO. 
Os principais objetivos foram a SUBSTITUIÇÃO progressiva dos HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS por uma rede de serviços comunitários, tendo como núcleo 
os CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (CAPS) (inspirados nos centros de saúde mental desenvolvidos na Itália e em outros países europeus). 
Os CAPS respondem às principais necessidades de cuidados dos pacientes que sofrem de transtornos mentais graves e persistentes. O CAPS-I 
presta atendimento a crianças e adolescentes, e os CAPS-AD atendem pacientes com problemas relacionados ao uso de álcool e abuso de 
substâncias (esses últimos criados a partir de 2002). 
 
Para saber mais 
VÍDEO: "Holocausto Brasileiro" I 2016 I Documentário completo - https://www.youtube.com/watch?v=y6yxGzlXRVg 
INFORMAÇÕES NO SITE DO MINISTÉRIO DA SAÚDE: - https://www.saude.gov.br/noticias/693-acoes-e-programas/41146-centro-de-atencao-psicossocial-
caps 
INFORMAÇÕES NO SITE DA PREFEITURA DE SÃO PAULO: - 
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/atencao_basica/index.php?p=204204 
 
O desenvolvimento da política de saúde mental no Brasil esteve estreitamente associado à criação do Sistema Único de Saúde (SUS), à descentralização da 
administração da saúde no país, à mobilização de profissionais e a mudanças sociais e culturais da sociedade brasileira. A participação de todos os setores 
da sociedade foi outra característica importante da reforma brasileira (profissionais, usuários, famílias, ativistas sociais e culturais, além da ligação aos 
movimentos inovadores de saúde mental em nível global). 
A experiência brasileira foi depois enriquecida pelos desenvolvimentos registrados na INTEGRAÇÃO da saúde mental à ATENÇÃO PRIMÁRIA. 
 
Internacionalmente tem-se apresentado 'Atenção Primária à Saúde' (APS) como uma estratégia de organização da atenção à saúde voltada para 
responder de forma regionalizada, contínua e sistematizada à maior parte das necessidades de saúde de uma população, integrando ações preventivas e 
curativas, bem como a atenção a indivíduos e comunidades. Esse enunciado procura sintetizar as diversas concepções e denominações das propostas e 
experiências que se convencionaram chamar internacionalmente de APS. 
 
Para saber mais 
ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE - https://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/ateprisau.html 
MEMÓRIA DA REFORMA PSIQUIÁTRICA NO BRASIL - https://laps.ensp.fiocruz.br/linha-do-tempo 
https://www.youtube.com/watch?v=y6yxGzlXRVg
https://www.saude.gov.br/noticias/693-acoes-e-programas/41146-centro-de-atencao-psicossocial-caps
https://www.saude.gov.br/noticias/693-acoes-e-programas/41146-centro-de-atencao-psicossocial-caps
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/atencao_basica/index.php?p=204204
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/atencao_basica/index.php?p=204204
https://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/ateprisau.htmlhttps://laps.ensp.fiocruz.br/linha-do-tempo
 
Como era esperado, a política de saúde mental suscitou resistências significativas por partes dos setores mais tradicionais. Mas, as conquistas alcançadas 
no campo dos DIREITOS HUMANOS mostraram que a política de saúde mental brasileira não só estava certa nesse campo, como antecipou muitos dos 
princípios que viriam a ser universalmente reconhecidos. 
Deve-se ter por base as EQUIPES DE SAÚDE MENTAL COMUNITÁRIAS e a INTERNAÇÃO de AGUDOS em hospital geral, devidamente articuladas com a 
atenção primária e os serviços de reabilitação psicossocial. 
Está no Art. 4o da Lei 10.216 que “a internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os recursos extra hospitalares se mostrarem 
insuficientes”, e no seu § 1º, que “o tratamento visará, como finalidade permanente, a reinserção social do paciente em seu meio”. Embora não explicite 
exatamente onde a internação pode serrealizada, a direção é clara, no sentido de privilegiar os recursos extra hospitalares, visando a reinserção social. 
 
Para saber mais 
Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência - https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6949.htm 
Princípios do Recovery - https://blog.cenatcursos.com.br/o-que-e-recovery-em-saude-mental 
 
3. Progressos, fragilidades e desafios 
Entre 2001 e 2014, verificou-se uma drástica redução do número de leitos em hospitais psiquiátricos: de 53.962 em 2001 para 25.988 em 2014 (o 
encerramento de inúmeros hospitais deu-se em decorrência de denúncias e averiguações de violações de direitos humanos). 
Entre as conquistas que vieram com a Lei da Reforma Psiquiátrica (2001) esteve o desenvolvimento de serviços residenciais terapêuticos (dirigidos à 
melhoria da atenção aos pacientes de longa permanência, acolhendo até oito pacientes). 
Uma outra mudança foi a diminuição de hospitais psiquiátricos com mais de 400 leitos (que correspondiam a 30% do total de leitos psiquiátricos antes da 
reforma e reduziram para 10,5%) e o aumento dos hospitais menores, com menos de 160 leitos (antes da reforma correspondiam a 22% do total e 
aumentaram para 52%). 
Outra estratégia inovadora foi o programa “Volta para Casa” (2003): um apoio financeiro pode ser oferecido a pacientes desinstitucionalizados que 
estiveram internados ininterruptamente durante pelo menos um ano, acesso a um programa de gerenciamento de casos fornecido pelos CAPS de sua área 
residencial que inclui, por exemplo, apoio na resolução de problemas de documentação civil. 
Para saber mais 
Residências terapêuticas: o que são, para que servem / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas 
Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004. - https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/120.pdf 
PROGRAMA DE VOLTA PARA CASA - https://www.saude.gov.br/acoes-e-programas/programa-de-volta-para-casa 
 
Entre as fragilidades encontradas destacam-se: 
- Fragilidades relevantes com relação ao financiamento (insuficiente para a implementação plena de diversos componentes da reforma); 
- Desenvolvimento de recursos humanos; 
- Fragilidades em relação à qualidade da informação produzida pelos serviços; 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6949.htm
https://blog.cenatcursos.com.br/o-que-e-recovery-em-saude-mental/
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/120.pdf
https://www.saude.gov.br/acoes-e-programas/programa-de-volta-para-casa
- Fragilidades na integração da saúde mental na atenção primária; 
- Sustentabilidade das associações de usuários. 
 
Entre os principais desafios: 
- A ampliação do acesso; 
- Integração da saúde mental com a atenção primária; 
- Desenvolvimento de respostas de internação de agudos no hospital geral; 
- Articulação entre os vários componentes do sistema. 
 
4. Mudanças após 2016 
Embora os documentos oficiais sobre a estratégia do atual governo sejam escassos e em muitos aspectos contraditórios, tudo leva a crer que a estratégia 
que se pretende implementar tem objetivos, em muitos pontos, contrários aos da política anterior. 
As mudanças propostas: “representam na verdade o abandono dos princípios legais, assistenciais e das várias estratégias de atenção psicossocial 
consolidados pela Reforma Psiquiátrica brasileira, com risco real de retrocessos das políticas de saúde mental no país”. 
 
Por que? 
- Coloca o hospital psiquiátrico no centro do sistema de saúde mental; 
- Criação de Unidades Psiquiátricas Especializadas em hospitais gerais e Unidades Ambulatorias Especializadas (embora possam ter um papel importante 
em um sistema de saúde mental, a sua criação, de forma desligada de um território específico e sem uma integração adequada com os CAPS e outros 
dispositivos da comunidade, levará inevitavelmente a uma fragmentação do sistema e a um desaparecimento da continuidade de cuidados. Essas unidades 
devem estar junto das pessoas e dos serviços de atenção primária). 
- Recoloca o hospital psiquiátrico e demais serviços de internação, como as comunidades terapêuticas, no centro da assistência em saúde mental, 
desvalorizando toda a rede de atenção psicossocial ou atribuindo-lhe apenas o papel de auxiliar de suporte para entrada e saída das internações, como no 
passado. 
- Criação de serviços de internação para crianças e adolescentes; 
- Estratégias na área de álcool e outras drogas (comunidades terapêuticas); 
 
Em resumo: revelam uma ênfase nas abordagens INSTITUCIONAIS e uma subalternização sistemática das abordagens integradas com base na 
comunidade. 
 
Apesar de uma constante proclamação de respeito à evidência científica, o texto em que se apresenta uma nova política de saúde mental não inclui uma 
única referência às inúmeras contribuições surgidas nos últimos anos, vindas da epidemiologia psiquiátrica, da investigação de políticas e de serviços de 
saúde mental e da ciência de implementação, e que constituem, hoje em dia, o suporte conceitual e científico das políticas de saúde mental. 
 
As mudanças propostas ignoram totalmente as evidências que provam a necessidade de basear a promoção, a prevenção e o tratamento dos 
transtornos mentais em uma abordagem de saúde pública, sistêmica e intersetorial. 
Indicação de que se trata de uma outra perspectiva encontra-se noutras ações no campo da Saúde (ATENÇÃO : 
O Ministério da Saúde publicou uma nota técnica (28/01/2020) que acaba com a obrigatoriedade de as equipes multidisciplinares estarem vinculadas ao 
modelo do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB). Na prática, significa que os gestores municipais ficam livres para compor 
essas equipes da forma como quiserem, e não mais seguindo os parâmetros dessa iniciativa criada para ampliar o trabalho conjunto e integrado de 
profissionais de diferentes áreas do conhecimento na Saúde da Família. A mudança foi publicada na Nota Técnica nº 3 do Departamento de Saúde da 
Família, vinculado à Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde. O texto diz ainda que, a partir de 2020, o Ministério não realizará mais 
o credenciamento de NASF-AB. 
 
Para saber mais 
FECHAMENTO DOS NASF - https://radis.ensp.fiocruz.br/index.php/home/noticias/saude-da-familia-perde-modelo-do-nasf 
COMUNIDADES TERAPÊUTICAS 
Relatório da Inspeção Nacional em Comunidades Terapêuticas - 2017 / Conselho Federal de Psicologia; Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à 
Tortura; Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão / Ministério Público Federal; – Brasília DF: CFP, 2018. https://site.cfp.org.br/wp-
content/uploads/2018/06/Relatório-da-Inspeção-Nacional-em-Comunidades-Terapêuticas.pdf 
Estudos de caracterização da clientela e de motivos para abandonos de tratamentos psicoterápicos em serviços comunitários em saúde mental 
identificaram a incidência acumulada de 39,2%. Outros trabalhos citam o índice de 25% a 50% referente a pacientes que desistem do atendimento, 
havendomenor abandono na clínica privada do que nos serviços comunitários de saúde mental. Assim, são necessárias ações que possam 
auxiliar a redução dessa alta incidência de abandono de tratamento por meio de abordagem e ações especiais, implementadas enquanto políticas 
públicas. 
 
Em relação à leitura feita, é CORRETO afirmar que: 
A 
A atividade psicoterapêutica é mais adequada para o tratamento de pacientes de maior poder aquisitivo, pois 
ela é muito longa e gera desistência. 
B 
O atendimento nas clínicas privadas, por ser multidisciplinar, gera maior adesão e menor desistência dos 
pacientes em psicoterapia. 
C 
A desistência dos pacientes sugere a ausência de fundamento nas teorias psicoterapêuticas que articulem 
setores público e privado. 
D 
Os modelos psicoterapêuticos atuais são adequados. O abandono dos pacientes é devido à preferência pelo 
atendimento privado. 
https://radis.ensp.fiocruz.br/index.php/home/noticias/saude-da-familia-perde-modelo-do-nasf
https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2018/06/Relat%C3%83%C2%B3rio-da-Inspe%C3%83%C2%A7%C3%83%C2%A3o-Nacional-em-Comunidades-Terap%C3%83%C2%AAuticas.pdf
https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2018/06/Relat%C3%83%C2%B3rio-da-Inspe%C3%83%C2%A7%C3%83%C2%A3o-Nacional-em-Comunidades-Terap%C3%83%C2%AAuticas.pdf
E 
Os modelos terapêuticos, mesmo sendo eficazes, demandam investigação de sua adequação à população 
atendida. 
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: E. 
A diretora de uma escola da rede municipal recorre ao psicólogo do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) do território para conversar com um 
aluno tido como “hiperativo” que está apresentando baixo rendimento escolar em algumas matérias, e postura desafiadora com alguns 
professores. Depois de conversas com ele e colegas e do acompanhamento das aulas e da rotina dos alunos, fica claro que ele fica entediado nas 
aulas que considera muito chatas, “brinco mesmo, as aulas são muito chatas, todo mundo acha isso, mas ficam com medo e quietos que nem 
robô”. O professor reclama que está muito cansado e não tem tempo de se preparar mais, pois precisa dar muitas aulas para compensar o baixo 
salário. Qual das posturas abaixo do psicólogo condiz com as propostas defendidas pelas políticas públicas de saúde mental: 
A
 
Convencer o aluno a se comportar melhor, já que as aulas não podem melhorar devido ao compreensível cansaço do professor. 
B
 
Criar espaço onde o aluno possa ser atendido na própria escola, deslocando o serviço do CAPS para dentro da instituição, sem alterar a rotina 
escolar. 
C
 
Diagnosticar a condição psicopatológica dos professores visando promover seu tratamento e bem-estar. 
D
 
Recomendar que os professores possam, em grupo, trocar experiências bem-sucedidas com os alunos. 
E
 
Indicar que professores e alunos sejam atendidos individualmente no CAPS. 
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: D. 
Desafios da Psicologia na Saúde 
Leitura obrigatória 
SCAVACINI, Karen. O suicídio é um problema de todos: a consciência, a competência e o diálogo na prevenção e posvenção do suicídio / Karen 
Scavacini; orientadora Maria Júlia Kovács. --São Paulo, 2018.271 f. Tese (Doutorado -Programa de Pós-Graduação em Psicologia Escolar e do 
Desenvolvimento Humano) --Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, 2018. Disponível 
em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-26102018-155834/publico/scavacini_do.pdf (Ler as páginas 27 a 49) 
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-26102018-155834/publico/scavacini_do.pdf
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Agenda de Ações Estratégicas para a 
Vigilância e Prevenção do Suicídio e Promoção da Saúde no Brasil : 2017 a 2020 [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à 
Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2017. 34 p.: il. Modo de acesso: World Wide 
Web: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/acoes_estrategicas_vigilancia_prevencao_suicidio.pdf ISBN 978-85-334-2523-1 
Leituras complementares 
SILVA, Maria de Nazareth Rodrigues Malcher de O.; COSTA, Ileno Izidio da. A rede social na intervenção em crise nas tentativas de suicídio: elos 
imprescindíveis da atenção. Rev Tempus Actas Saúde Colet. 2010;4(1):19-2. Disponível 
em: https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/11358/1/ARTIGO_RedeSocialIntervencao.pdf 
Sites 
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Prevenção do suicídio: sinais para saber e agir. https://saude.gov.br/saude-de-a-z/suicidio 
ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE SAÚDE. Pandemia de Covid19 aumenta fatores de risco para 
suicídio. https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=6277:pandemia-de-covid-19-aumenta-fatores-de-risco-para-
suicidio&Itemid=839 
FIOCRUZ. Especial Suicídio Fiocruz. https://portal.fiocruz.br/suicidio 
 
1. ENTRANDO NO TEMA 
História e Sociedade 
 Aproximadamente oitocentas mil pessoas cometem suicídio por ano, uma taxa de mortalidade mundial de 10,7 por 100 mil habitantes (OMS,2017), 
sendo o suicídio a décima quinta causa de morte no mundo e a segunda mais frequente em indivíduos de 15 a 20 anos de idade, de ambos os sexos, 
o que corresponde a uma morte a cada quarenta segundos e uma tentativa a cada quatro segundos. 
 As primeiras compreensões acerca de suicídio iniciam a partir da filosofia, depois da religião e em 1621 passou a ser tratado pela psiquiatria, 
sociologia, mais adiante pela psicologia, saúde pública. 
 Atualmente utilizamos o conceito de MULTIFATORIEDADE – fatores múltiplos, em que o suicídio é resultado MULTIFACETADO de vários fatores 
inter-relacionados incluindo fatores culturais, sociais, psicológicos, psiquiátricos, biológicos, filosóficos, econômicos, religiosos, entre outros, que 
influenciam esse comportamento. 
 
 O significado que é dado a uma palavra ou conceito influencia como a sociedade e como o indivíduo relacionam-se com eles. 
 As representações sociais do suicídio remetem à fraqueza ou à coragem, tendo em vista os conceitos de fuga ou ato heroico enraizados no 
coletivo desde os primórdios como apresentado na mitologia de inúmeros povos e na maioria dos livros antigos, como a Bíblia. 
 Ao buscar a definição de suicídio, vemos que a conotação negativa relaciona o ato à culpa, à covardia, à debilidade e à loucura, distante da 
concepção científica atual, mas representa a visão da sociedade, influenciando as crenças de famílias e indivíduos. 
Para saber mais 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/acoes_estrategicas_vigilancia_prevencao_suicidio.pdf
https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/11358/1/ARTIGO_RedeSocialIntervencao.pdf
https://saude.gov.br/saude-de-a-z/suicidio
https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=6277:pandemia-de-covid-19-aumenta-fatores-de-risco-para-suicidio&Itemid=839
https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=6277:pandemia-de-covid-19-aumenta-fatores-de-risco-para-suicidio&Itemid=839
https://portal.fiocruz.br/suicidio
Taxa de suicídio por 100 mil habitantes no Brasil - https://smdh.org.br/wp-content/uploads/2017/09/Nota-TeÌ•cnica-SuiciÌ•dios-no-Brasil-SMDH.pdf 
 
2. COMPORTAMENTO SUICÍDA 
 Todo ato pelo qual o indivíduo causa lesão em si mesmo, qualquer que seja o grau de intenção letal e de conhecimento do verdadeiro motivo desse 
ato. Essa noção possibilita conceber o comportamento suicida ao longo de um continuum, a partir de pensamentos de autodestruição, passando por 
ameaças, gestos e tentativas de suicídio e finalmente o suicídio. 
 
 O comportamento suicida engloba: 
1. A ideação 
2. Os planos 
3. O ato propriamente como questão de saúde pública. 
 
 Inicialmente, é necessário definirmos três aspectos importantes: 
1. O suicídio não é um transtorno mental; é um comportamento. 
2. Os comportamentos de autoagressão,que envolvem vários aspectos emocionais e que se manifestam com diferentes atos deliberados pelo 
indivíduo contra si mesmo, podem ou não ter a intenção ou um desfecho fatal. 
3. As ideações suicidas caracterizam-se por pensamentos de morte e podem ser acompanhadas de planos estruturados ou não, imediatos ou não, 
sendo uma situação que requer intervenção de saúde imediata. 
 
 Os fatores que estão por trás do ato suicida são múltiplos e multifacetados, e envolvem uma interação única de fatores biológicos, psicossociais e 
culturais para cada pessoa. O suicídio não é um evento que ocorre num vácuo, é a consequência final de todo um processo. 
 Qualquer pessoa, em algum momento da vida, pode imaginar como seria se morresse e o que aconteceria com a própria vida. Isso não é patológico. 
Mas, é preciso atenção específica em relação à frequência e intensidade dessas ideias, considerando também o acesso a meios letais (acesso fácil à 
arma, comprimidos, lugares altos sem proteção). 
Essa noção possibilita conceber o comportamento suicida ao longo de um continuum, a partir de pensamentos de autodestruição, passando por 
ameaças, gestos e tentativas de suicídio e finalmente o suicídio. 
Durkheim 
https://smdh.org.br/wp-content/uploads/2017/09/Nota-Te%C3%8C%C2%81cnica-Suici%C3%8C%C2%81dios-no-Brasil-SMDH.pdf
 Em 1897 publicou o livro “Le Suicide”, no qual apresentou a visão sociológica sobre o suicídio. Ele rejeitou todos os argumentos que não são sociais 
usados para explicar o suicídio. Para Durkheim, as taxas de suicídio de um país são indicadores de sua situação social e as alterações nessas taxas 
associam-se a problemas que afetam essa sociedade. 
 Dividiu o suicídio em quatro classes relacionadas aos laços sociais do indivíduo: 
1. Suicídio egoísta: acontece com pessoas com baixa integração na sociedade, deprimidas, isoladas ou pertencentes a grupos não aceitos, pessoas que 
ficam acima ou à margem do grupo social. 
2. Suicídio altruísta: corresponde a pessoas com alta integração na sociedade que muitas vezes se esquecem de si em prol de uma causa ou perdem a 
vida para defender/proteger indivíduos ou ideias, como os camicases japoneses, homem-bomba, religiosos, militares. Está também neste grupo a pessoa 
que se mata por sentir-se muito culpada após cometer uma infração ou efetua o suicídio em prol de um grupo, como um ato de sacrifício. 
3. Suicídio anômico: tem relação com pessoas com baixa regulação na sociedade. Nesta classe, estão incluídas as pessoas desempregadas, divorciadas, 
que não acompanham as pressões da escola/sociedade, que tiveram perdas na família, estão em situações de profunda desorientação e falta de 
perspectiva. Tem também uma relação forte com a desorganização social, como suicídio que ocorrem quando há grande instabilidade econômica. 
4. Suicídio fatalista: ocorre em pessoas com alta regulação com a sociedade, indivíduos que estão submetidos ou submetem-se a regras ou a controles 
rígidos em que não há esperança de mudança ou que não conseguem modificar a situação em que estão inseridos. Por exemplo: pessoas escravizadas, 
prisioneiros, pessoas que perderam a honra ou que lidam com desapontamentos constantes. 
A obra de Durkheim foi criticada por se considerar que o autor deixou em segundo plano os FATORES INDIVIDUAIS e que não houve uma 
discussão do papel do sujeito, dos significados e da intencionalidade. Entretanto, é inegável a contribuição de seus estudos sobre o fenômeno do 
suicídio até hoje. 
Perspectiva Médica 
 A Psiquiatria começou a estudar o fenômeno do suicídio no fim do século XVII com médicos que tratavam dos alienados (alienistas, nome dado 
naquela época) e promoveram um debate sobre a etiologia do suicídio. Desde os estudos dos alienistas, passando por Pinel e Esquirol no séc. 
XIX, há um PONTO COMUM ATÉ OS DIAS DE HOJE: o suicídio é visto como RESULTADO DE DOENÇA. Na perspectiva médica, há uma relação 
INEGÁVEL entre os TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS e o suicídio. 
 Estima-se que mais de 90% dos indivíduos que tentaram ou cometeram o suicídio têm transtornos mentais. 
 No Brasil, as seguintes populações são as mais vulneráveis: 
 
 
2 - Fonte: Curso de Atualização de Prevenção ao Suicídio (UFSC-UNASUS) 
 Shneidman (1985) considerado o pai da suicidologia moderna afirma que para haver um suicídio é fundamental a combinação dos seguintes 
elementos: 
1. Sentimento de dor intolerável; 
2. Atitude de autodesvalorização; 
3. Constrição (diminuição de espontaneidade) marcada da mente com prejuízo das tarefas do dia a dia; 
4. Sensação de isolamento intenso; 
5. Desesperança. 
 Para a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), o suicídio tem relação com os quatro Ds: depressão, desamparo, desesperança e 
desespero. 
 Autores que estudam o suicídio, como Botega (2015) complementam os Ds com: dor psíquica, dependência química, delírio (percepção 
distorcida e falsa da realidade) e delirium (síndrome confusional aguda). 
 
Vídeo sugerido 
Atual Autorretrato do artista Moisés Pantolfi 
https://www.youtube.com/watch?v=6gcjr2-nDxY 
 
 
Os três principais aspectos psicológicos do estado em que se encontra a maioria das pessoas sob o risco de suicídio, segundo o Manual de Prevenção 
do Suicídio do Ministério da Saúde, são: 
1. Ambivalência; 
2. Impulsividade; 
3. Rigidez/Constrição. 
 
 
FONTE: tese de doutoramento de Scavacini. 
Outros fatores de risco: 
1. Estigma; 
2. Efeito contágio (influência no comportamento de outras pessoas, por identificação com a pessoa que morreu por suicídio); 
 
3. PREVENÇÃO 
https://www.youtube.com/watch?v=6gcjr2-nDxY
 A Organização Mundial da Saúde definiu o comportamento suicida como um fenômeno multifatorial, multideterminado e transnacional, que se 
desenvolve por trajetórias complexas, porém identificáveis. Sendo identificáveis, podemos desenvolver estratégias de PREVENÇÃO AO SUICÍDIO. 
 A prevenção do suicídio envolve uma série de ações que vão desde proporcionar melhores condições de vida, passando pelo tratamento eficaz 
de transtornos mentais, até o controle de fatores de risco. Passa ainda pela informação e a mobilização da comunidade para as ações de 
prevenção, a identificação de pessoas em situação de vulnerabilidade de comportamento suicida, para então se elaborar intervenções eficazes 
(OMS, 2000). 
 Os fatores de proteção são definidos como aqueles fatores que diminuem a probabilidade de levar adiante o suicídio, mesmo quando vários fatores 
de risco estão presentes. É necessário ressaltar que nenhum fator de proteção ou risco pode independentemente definir ou evitar o evento 
suicida. 
 
 Destacam-se os seguintes FATORES DE PROTEÇÃO: 
1. Atendimento clínico eficaz para transtornos mentais, abusos físicos e abuso de substâncias; 
2. Fácil acesso a diversas intervenções clínicas e apoio para buscar ajuda; 
3. Acesso restrito a meios letais de suicídio; 
4. Relações significativas e comunicação aberta com a família, a escola e a comunidade; 
5. Habilidades para resolução de problemas e conflitos; 
6. Ter uma rede de apoio; 
7. Crenças culturais e religiosas que desestimulem o suicídio e promovam autopreservação; 
8. Ser resiliente; 
9. Ter acesso a medidas que melhorem os fatores de proteção. 
 
As ações de prevenção ao suicídio podem ser classificadas em universal, seletiva e específica (MRAZEK; HAGGERTY, 1994): 
 A prevenção universal tem como objetivo reduzir a incidência de novos casos por meio de ações educativas. Por exemplo: o dia internacional dos 
sobreviventes enlutados por suicídio, as campanhas de conscientização sobre o estigma ou diretrizes para a mídia; 
 Já a seletiva coloca foco nos grupos em situação de baixo ou médio risco de desenvolverem comportamentos suicidas, para impedir que 
desenvolvam, por meio da redução de fatores de risco, aumento dos fatores de proteção e também a busca ativa para identificar pessoas vulneráveis 
em certas populações. Por exemplo: Intervenções com adolescentes diagnosticadoscom depressão; no treinamento de equipes de saúde que lidarão 
com pessoas com comportamento suicida ou na educação socioemocional das crianças; 
 Por fim, a prevenção específica ou indicada é direcionada às pessoas com alto risco, que manifestaram ideação suicida. Esses programas 
geralmente são de longa duração e possuem vários componentes ou estruturas. Por exemplo: protocolo de ligações de verificação de pessoas que 
tentaram o suicídio, protocolos de continuidade na ajuda para sobreviventes de tentativa, serviços especializados em luto por suicídio (que também 
configuram a pósvenção). 
 
Metas e Objetivos das Estratégias de Prevenção de Suicídio: 
 
 
 
FONTE: Curso de Atualização de Prevenção ao Suicídio (UFSC-UNASUS) 
4. LUTO POR SUICÍDIO 
 A Organização Mundial da Saúde estima que para cada morte por suicídio, há uma média de cinco a dez pessoas que serão SEVERAMENTE 
afetadas pelo evento, na maioria das vezes, com laços consanguíneos. Alguns autores sugerem que esse número possa chegar entre 28 a 50 
pessoas, dependendo da idade do indivíduo e do tamanho da família. Os sobreviventes enlutados por suicídio podem ser familiares, amigos, colegas 
de trabalho/escola, pacientes, médicos e terapeutas, policiais que tenham encontrado o corpo e condutores de trens que atropelaram alguém que se 
matou. 
 Considera-se que os sobreviventes são pessoas que perderam alguém significativo por suicídio ou qualquer pessoa que teve sua vida 
afetada ou mudada por causa dessa morte, sendo a sobrevivência seu propósito fundamental, principalmente quando se trata de APRENDER A 
VIVER sem a pessoa querida que morreu por suicídio, pois, salienta-se que existe uma vida antes e uma vida depois desse ato. 
 No processo de luto devemos sempre considerar as SINGULARIDADES do enlutado e da cultura a que pertence. 
 Sobreviventes podem vivenciar uma série de emoções contraditórias e confusas após o suicídio, o que altera suas vidas para sempre. Na maioria das 
vezes, o luto é enfrentado sem a necessidade de ajuda especializada, no entanto, o que se observa é que o luto por suicídio traz consigo algumas 
características peculiares que deixam marcas naqueles que vivem esse tipo de luto, por isso, seu enfrentamento é diferenciado de outras causas de 
morte, principalmente na intensidade, estigma, duração e aumento de sintomas depressivos. 
 
A discussão acerca da formação do psicólogo para a atuação em instituições de saúde mostra que ainda existem questões a serem discutidas. 
Identifique dentre as afirmações abaixo a questão que diz respeito a tal discussão. 
A 
A instituição pode ser vista pelo psicólogo como um macrocosmo, onde a proposta de trabalho é sustentar as 
relações que se estabelecem naquele ambiente em particular. 
B 
Precisa-se deixar claro que, ao pensar em inserção da prática do psicólogo em algum tipo de instituição, 
objetiva-se analisar com neutralidade as condições específicas onde o trabalho do psicólogo será 
desenvolvido. 
C 
Observa-se ao longo do tempo que o trabalho do psicólogo mostra-se mais efetivo quando o profissional 
permanece centrado no contexto individual do paciente que é atendido por ele. 
D 
É de suma importância que o psicólogo possa compreender o contexto social onde a instituição se encontra 
e o que a fez chegar naquele status, já que é a partir desses dados que o profissional poderá desenvolver 
seu projeto de trabalho. 
E 
Nos dias de hoje, há a necessidade do psicólogo distinguir a doença de um fenômeno psicossocial. Neste 
sentido, a atividade clínica precisa ser restrita aos aspectos biopsiquicos que influenciam o processo saúde-
doença. 
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: D. 
 
2 
 
De acordo com alguns estudos, o suicídio é um fenômeno permeado por uma determinada história cultural e social. 
Considere uma situação em que uma psicóloga é chamada pela direção de uma escola de ensino médio para tratar de questões 
relacionadas ao suicídio e a outras situações de violência a ele atreladas, como a automutilação. 
Com base nessa situação, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. 
I. A atuação da psicóloga deverá ocorrer de forma grupal, intervindo junto a todos os atores da escola – estudantes, 
profissionais que atuam na instituição, familiares dos estudantes e comunidade – com o objetivo de conhecer o contexto 
escolar e todos os aspectos envolvidos naquela situação. 
PORQUE 
II. O fenômeno do suicídio ultrapassa as condições individuais dos estudantes, envolvendo a forma como a sociedade, 
como um todo, lida com a questão. 
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. 
A As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. 
B As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. 
https://online.unip.br/exercicio/detalhes/488866
https://online.unip.br/exercicio/detalhes/488866
C A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. 
D A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. 
E As asserções I e II são proposições falsas. 
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: A. 
DESAFIOS DA PSICOLOGIA NA ASSISTÊNCIA SOCIAL 
leitura obrigatória 
TOROSSIAN; XAVIER. Contar e brincar entre a dor e o prazer: Intervenção e política no campo da Assistência Social. In O psicólogo e as políticas 
públicas de assistência social. Petrópolis: Vozes, 2014, p. 205-227. 
leitura complementar 
BENELLI, SJ. O atendimento socioassistencial para crianças e adolescentes: perspectivas contemporâneas [online]. São Paulo: Editora UNESP, 2016, 
342 p. ISBN 978-85-6833-475-1. Disponivel em: doi: 10.7476/9788568334751. Também disponível em ePUB: https://books.scielo.org/id/yzs9w/epub/benelli-
9788568334751.epub. 
 
1. Contexto, história, recurso 
Historicamente marcada pelo paradigma da carência, jeito de nomear a população em situação de miséria ou pobreza. 
Hoje, fatores contextuais, estudo de processos (de exclusão) e relações sociais, para além da questão socioeconômica. Vulnerabilidade: quebra 
de vínculos; falta de acesso a trabalho, lazer, violência e uso de drogas. 
Tarefa do trabalhador social: trabalhar e investigar o movimento entre o cenário social e os sujeitos (subjetividades) que nele circulam. 
VULNERABILIDADE SOCIAL 
Brasil: 500 anos de exclusão, 300 de escravismo. 
Passagem das diretrizes da política da Assistência Social para o trabalho cotidiano. 
CENÁRIO 
Lei, diretrizes e estatutos precisam ganhar vida e consistência no dia a dia da experiência (p. 207). 
 
2. O Conto 
 Forma organizada com começo, meio e fim, tema, desenvolvimento e desfecho. 
 Narrativa curta e de impacto. 
 Seu impacto pode ser realizado pela leitura em voz alta [tal como na poesia]. 
 Composição entre letras, imagens e percepções. 
O CONTO INFANTIL 
 Risco de intenção pedagógica e higienista. 
 Potência de expressão, elaboração e transformação. 
LEITURA E NARRATIVA 
 Processo de reconhecimento, transgressão, reinvenção. 
 Falar e ir além do que está escrito: improvisar, imaginar. 
 Contar histórias: voz, ritmo, entonação, imaginação. 
 Efeito sobre quem ouve, mas também sobre quem conta, revivendo experiências, afetos, sensações. 
 Produzir um “encantamento” (memórias da fala materna...) 
 
3. OFICINAS DE CONTOS COM CRIANÇAS EM VULNERABILIDADE SOCIAL 
 
 Oficina com crianças em processo de subjetivação em situação de alta vulnerabilidade. 
 Oficinas são estratégias de intervenção na infância vulnerável procurando “produzir desvios” sobre o processo de vulnerabilização. 
 Estratégia: leitura de um conto escolhido pelas crianças e pelos oficineiros. Outros momentos de expressão (desenhos, pinturas, invenção de outras 
histórias etc.) 
 Estratégia de intervenção no campo da Assistência Social. 
 Trabalhar com os técnicos e usuários simultaneamente. Integração, interação: encontro. Música, musicalidade (voz) 
 Caminho [processo]: passagem do real ao imaginário e vice-versa 
 Ritual: “Era uma vez...” 
 Proteção: reviver a experiência pelo faz de conta. Falar de algo vivido/sofrido com alguém com quem se tem vínculo. 
 Através da arte e do lúdico, em cenário coletivo, enfrentar e atravessar movimentos e “processos paralisantes”. 
Processos paralisantes: aqueles que implicam o sofrimento do outro – e do trabalhador – para os quais o trabalho cotidiano exige mais do que apenas 
“conhecimento” e “técnica”, e no qual todos precisam ser cuidados 
 
 A OFICINA é oportunidade de promover saúde, aprendizagem, assistência e cuidado. 
 Brincadeira: paradigma da ALEGRIA (X paradigma da angústia”). Preconceito midiático sobre o prazer e a alegria como frívolos e “não profundos”. 
4. CENAS 
Chapeuzinho Vermelho...e o Lobo! 
Um grupo de crianças escuta a história de Chapeuzinho Vermelho. Um dos meninos, sempre o mesmo, grita e bate nos colegas. Ele está ali, está no grupo, 
e as crianças começam a se irritar e bater nele. Quando chega no ápice do lobo aparecer para engolir a Chapeuzinho, uma das oficineiras diz: “Olha ai o 
Lobo”. O menino então continua com o que vinha fazendo, gritando e batendo, mas agora na pele do lobo. Esforça-se para encenar um lobo bem mal. Está 
na história, encena com os outros. Produz com as crianças e os oficineiros outra relação, mediada pelo conto. Termina a história, todos brincam juntos. Os 
gritos e as brigas continuam e fazem parte da brincadeira. Os gritos e os tapas dispersam-se entre todos, não se fixam mais num só. Enfim, são crianças. 
Bater e gritar faz parte da infância, por mais que a gente deseje crianças quietas e atentas (desejamos?). E neste cenário, tudo passou para o plano do 
brincar (p. 223) 
É possível transportar a relação violência para o plano do BRINCAR, para o plano do faz de conta. A brincadeira de violência será diferente da ação 
violenta 
 
Mais uma CENA: Quem é o Patinho Feio? 
A história é do patinho feito, eles gostam desta história. Eles a escolhem para ser contada. Gritam ao ponto de ninguém escutar ninguém. Passamos então, 
da leitura à dramatização da história. A vozes vão diminuindo de volume os olhos começam a se dirigir na nossa direção. Desenham enquanto prestam 
atenção à história. Quando o patinho do conto vai em busca de outros patinhos com quem quer compartilhar sua vida, ele – na nossa pele – se aproxima 
das crianças e pergunta: “Posso brincar com você?” Uns o acolhem, fazem-lhe um lugar para sentar e desenhar, outros o maltratam, “sai daqui, patinho 
horroroso, vai buscar a sua turma, feio, sai daqui”. Brinca-se de violência. (p. 224) 
para saber mais 
LUCRI, Jamille Julia; SEI, Maíra Bonafé. Oficina de contação de histórias e atividades expressivas com crianças em serviço-escola de Psicologia. Psicólogo 
inFormação, v. 23, n. 1. Disponível em: https://www.metodista.br/revistas/revistas-metodista/index.php/PINFOR/article/view/9435. Acesso em 05 out. 2020. 
SILVA, Márcia Onísia da; GARCIA, Márcia Maria Aparecida Severino; SILVA, Rita de Cássia da. Contação de Histórias Infantis: promovendo a imaginação e 
o lúdico. Revista ELO - Diálogos em Extensão, v.2, n.1., p.51-74,, 2013. Disponível em: https://www.locus.ufv.br/bitstream/handle/123456789/13401/10-10-
1-PB.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em 05 out. 2020. 
GROSKOPF, F. A hora da história: oficina de contação de histórias para trabalhar temas em saúde com crianças. Saúde e meio ambiente: revista 
interdisciplinar, v. 6, n. 3, p. 4-5, 20 dez. 2017. Disponível em: https://doi.org/10.24302/sma.v6i3.1667. Acesso em 05 out. 2020. 
 
2 
3 
 
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é o conjunto de normas do ordenamento jurídico brasileiro que tem como objetivo 
a proteção integral da criança e do adolescente, aplicando medidas e expedindo encaminhamentos para o juiz. É o marco legal 
e regulatório dos direitos humanos de crianças e adolescentes e pelo qual o psicólogo deve conduzir suas condutas dentro de 
https://www.metodista.br/revistas/revistas-metodista/index.php/PINFOR/article/view/9435
https://www.locus.ufv.br/bitstream/handle/123456789/13401/10-10-1-PB.pdf?sequence=1&isAllowed=y
https://www.locus.ufv.br/bitstream/handle/123456789/13401/10-10-1-PB.pdf?sequence=1&isAllowed=y
https://doi.org/10.24302/sma.v6i3.1667
https://online.unip.br/exercicio/detalhes/488864
https://online.unip.br/exercicio/detalhes/488864
https://online.unip.br/exercicio/detalhes/488865
uma Instituição. Considerando o Estatuto da Criança e Adolescente, leia as assertivas seguintes: 
 
I. A criança e o adolescente têm direito à proteção à vida e à saúde, incumbindo ao poder público proporcionar assistência 
psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as consequências do 
estado puerperal. 
II. A inscrição de postulantes à adoção de crianças e adolescentes será precedida de um período de preparação psicossocial e 
jurídica, orientado pela equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos 
responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. 
 III. Dentre as linhas de ação da política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente, incluem-se os serviços de 
prevenção e atendimento médico às vítimas de negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão. 
Estão corretas apenas as afirmativas: 
A I 
B III 
C I e II 
D I e III 
E II e III 
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: C. 
Em Documento de Referência técnica para a atuação do/a psicólogo/a no CRAS/SUAS (CFP/CREPOP, 2007, p. 21) foram destacados alguns 
princípios que devem nortear a prática psicológica nessa área, dentre as quais: “[...] 3. Atuar de forma integrada com o contexto local, com a 
realidade municipal e territorial, fundamentada em seus aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais; 4. Atuar baseado na leitura e inserção 
no tecido comunitário, para melhor compreendê-lo, e intervir junto aos seus moradores; 5. Atuar para identificar e potencializar os recursos 
psicossociais, tanto individuais como coletivos, realizando intervenções nos âmbitos individual, familiar, grupal e comunitário; 6. Atuar a partir do 
diálogo entre o saber popular e o saber científico da Psicologia, valorizando as expectativas, experiências e conhecimentos na proposição de 
ações.” 
 
Com base no texto do Documento de Referência, publicado pelo Conselho Federal de Psicologia, e na compreensão das proposições do SUAS, 
assinale a alternativa correta. 
 
I. Os/as profissional que atuam no CRAS e no CREAS devem construir ações multidisciplinares de forma a buscar transformações sociais. 
II. As diretrizes do PNAS/SUAS são de que o/a psicólogo/a identifique situações que sejam consideradas problemas psicológicos a fim de fazer 
intervenções individuais. 
III. O/a psicólogo deve observar a vida das pessoas na comunidade, as relações e conflitos, a percepção sobre o mundo em que vivem para propor 
intervenções psicossociais. 
 
Está correto apenas o que se afirma em: 
 
A I 
B II 
C I e II 
D I e III 
E II e III 
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: D. 
Considere as afirmações abaixo, referentes ao Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e as práticas que são conduzidas por psicólogos e 
assistentes sociais. 
 
 
I. Entre os objetivos da assistência social está a redução da vulnerabilidade social, sem que seja necessário buscar a ação de outras políticas 
públicas, como aquelas relacionadas ao trabalho. 
 
II. A assistência social deve operar em conjunto com outras políticas setoriais, visando garantir o acesso a direitos básicos e o enfrentamento da 
pobreza. 
 
III. A assistência social é de inteira responsabilidade do Estado, ainda que preveja o envolvimento de setores da sociedadecivil exclusivamente no 
planejamento e fiscalização destas ações. 
 
IV. Entre os princípios da assistência social, incluem-se a valorização da convivência familiar e comunitária e da autonomia dos cidadãos, além de 
seu direito a acessar serviços de qualidade, visando garantir o atendimento às suas necessidades básicas. 
 
 
Está correto apenas o que se afirma em: 
A I, II e III 
B I, II e IV 
C II, III e IV 
D I, III e IV 
E I e IV 
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: B. 
ACOLHIMENTO E PROCESSOS INSTITUCIONAIS NA SAÚDE 
Leitura obrigatória 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Acolhimento nas práticas de 
produção de saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. 2a. ed. Brasília: Editora do 
Ministério da Saúde, 2010. Disponível em https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/acolhimento_praticas_producao_saude.pdf. Acesso em 17 out. 2020. 
 
 
O acolhimento como postura e prática nas ações de atenção e gestão nas unidades de saúde favorece a construção de uma relação de confiança e 
compromisso dos usuários com as equipes e os serviços, contribuindo para a promoção da cultura de solidariedade e para a legitimação 
do sistema público de saúde. Favorece, também, a possibilidade de avanços na aliança entre usuários, trabalhadores e gestores da saúde em 
defesa do SUS como uma política pública essencial da e para a população brasileira. (p.3-4) 
 
O QUE SE ENTENDE POR ACOLHIMENTO? 
Acolher é dar acolhida, admitir, aceitar, dar ouvidos, dar crédito a, agasalhar, receber, atender, admitir. (p.6) 
 ação de aproximação 
 “estar com” e um “estar perto de”. 
Em outras palavras: estar em RELAÇÃO com algo ou alguém. 
 
O acolhimento é uma das diretrizes da Política Nacional de Humanização do SUS e que tem (p. 6): 
• uma dimensão ética (compromisso com o reconhecimento do outro, na atitude de acolhê-lo em suas diferenças, suas dores, suas alegrias, seus modos de 
viver, sentir e estar na vida); 
• uma dimensão estética (traz para as relações e os encontros do dia-a-dia a invenção de estratégias que contribuem para a dignificação da vida e do viver 
e, assim, para a construção de nossa própria humanidade); 
• uma dimensão política (implica o compromisso coletivo de envolver-se neste “estar com”, potencializando protagonismos e vida nos diferentes encontros). 
 
Importância do ACOLHIMENTO está no reconhecimento de como as políticas liberais e a defesa de um Estado Mínimo 
levam a uma experiência de distanciamento e isolamento, de despreocupação com o outro, enfraquecimento dos laços 
coletivos. 
 
Um dos desafios do SUS é justamente reativar nos encontros a capacidade de CUIDAR ou estar atento para ACOLHER, tendo como princípios (p. 8-9): 
• o coletivo (como plano de produção da vida); 
• o cotidiano (como plano de reprodução, experimentação e invenção de modos de vida); 
• “a indissociabilidade entre o modo de nos produzirmos como sujeitos e os modos de se estar nos verbos da vida (trabalhar, viver, amar, sentir, produzir 
saúde...)” 
 
COMO O ACOLHIMENTO DEVE CHEGAR NO SUS (E PARA QUE) 
 
É preciso restabelecer, no cotidiano, o princípio da universalidade do acesso – todos os cidadãos devem poder ter acesso aos serviços de saúde – e a 
responsabilização das instâncias públicas pela saúde dos cidadãos. Isso deve ser implementado com a consequente constituição de vínculos solidários entre 
os profissionais e a população, empenhados na construção coletiva de estratégias que promovam mudanças nas práticas dos serviços, tendo como 
princípios éticos a defesa e a afirmação de uma vida digna de ser vivida. 
 
ACOLHIMENTO NA SAÚDE 
A noção de acolhimento no campo da saúde tem sido identificada: 
• como uma dimensão ESPACIAL (recepção administrativa e ambiente confortável); 
• como uma ação de TRIAGEM administrativa e repasse de encaminhamentos para serviços especializados. 
 
MAS PRECISA SER DIFERENTE: 
 Acolhimento nos processos de produção de saúde. 
 Diretriz ética/estética/política constitutiva dos MODOS DE SE PRODUZIR SAÚDE 
 Ferramenta tecnológica de intervenção (tecnologia do encontro): 
o na qualificação de escuta 
o na construção de vínculo 
o na garantia do acesso com responsabilização e resolutividade nos serviços 
 
 
 O acolhimento não é um espaço ou um local, mas uma postura ética 
 Não é um momento, mas o que caracteriza todo o trabalho. 
 Atenção à diversidade de: 
o Cultura 
o Etnia 
o Gênero 
o religião 
 
Acolhimento se caracteriza como “uma relação profissional/usuário e sua rede social, profissional/profissional, mediante 
parâmetros técnicos, éticos, humanitários e de solidariedade, levando ao reconhecimento do usuário como sujeito e 
participante ativo no processo de produção da saúde.” 
 
 
O ACOLHIMENTO IMPLICA 
• protagonismo dos sujeitos envolvidos no processo de produção de saúde 
• a valorização e a abertura para o encontro entre o profissional de saúde, o usuário e sua rede social, como liga fundamental no processo de produção de 
saúde; 
• uma reorganização do serviço de saúde a partir da problematização dos processos de trabalho, de modo a possibilitar a intervenção de toda 
a equipe multiprofissional encarregada da escuta e da resolução do problema do usuário; 
• elaboração de projetos terapêuticos indivi-duais e coletivos com equipes de referência em atenção diária que sejam responsáveis e gestoras desses 
projetos (horizontalização por linhas de cuidado); 
• mudanças estruturais na forma de gestão do serviço de saúde, ampliando os espaços democráticos de discussão e decisão, de escuta, 
trocas e decisões coletivas. A equipe neste processo pode também garantir acolhimento 
para seus profissionais e às dificuldades de seus componentes na acolhida à demanda da população; 
• uma postura de escuta e compromisso em dar respostas às necessidades de saúde trazidas pelo usuário, de maneira que inclua sua cultura, seus saberes 
e sua capacidade de avaliar riscos; 
• uma construção coletiva de propostas com a equipe local e com a rede de serviços e gerências centrais e distritais 
 
Assim, o acolhimento se apoia: 
• na mudança de objeto, da doença para o sujeito; 
• numa abordagem integral do sujeito 
• na escolha da solidariedade e da cidadania como parâmetros (dimensão política); 
• no trabalho em equipe (interdisciplinaridade) 
 
O processo de ACOLHIMENTO significa trazer para o serviço de saúde uma POSTURA capaz de RECEBER, ESCUTAR e 
DAR RESPOSTAS ADEQUADAS aos usuários. 
 
EXEMPLO 
Vejamos aqui o caso de uma usuária indígena que dá entrada numa unidade de saúde e, após o atendimento e a realização do diagnóstico, é indicada para 
ela uma cirurgia (laparoscopia) urgente, a ser realizada pelo umbigo. Após a comunicação do procedimento indicado, a usuária se recusa a realizar o 
procedimento, dizendo que ela não pode deixar que mexam no seu umbigo, pois (segundo a sua concepção, herança de sua cultura) este é a fonte de onde 
brota a vida. Se assim o fizesse, infortúnios diversos poderiam recair sobre ela, conforme acredita. Diante da recusa e frente à urgência para a 
realização do procedimento, a equipe entra em contato com o cacique ou a lideran-ça política do grupo e, juntos, decidem que a usuária seria levada para 
uma unidade mais perto de sua aldeia. Decidem também que, antes do procedimento, o pajé ou a liderança religiosa realizaria um ritual ou procedimento 
cultural direcionado à preservação de sua in-tegridade, de acordo com o ponto de vista da concepção de saúde da própria sociedade e cultura. Isso foi 
realizado e acolhido pela equipe, que posteriormente teve sucesso na realização da cirurgia. (p. 21-22) 
 
OUTRO EXEMPLO 
(...) é o caso de X, que tinha 15 anos de idade e chegou auma unidade de saúde sozinha, andando, 
visivelmente angustiada, dizendo estar com muita dor na barriga. A profissional da acolhida avaliou que ela tinha condições de ficar na fila e, depois de 
35 minutos esperando, X voltou à recepção e disse que a dor estava aumentando, mas foi reconduzida para que esperasse a sua vez na fila. Depois de 15 
minutos, X caiu no chão, sendo levada em seguida para o atendimento, em estado de coma, por ter ingerido veneno para interromper uma gravidez 
indesejada. (p. 25-26) 
Avalie as afirmativas abaixo e responda, considerando a configuração contemporânea da saúde mental: 
I. A saúde mental é um campo de atuação e de conhecimento definido pelo conjunto de saberes e práticas da psiquiatria e da 
psicologia. 
II. O território, tomado como os locais que abrigam uma dada população e sua cultura, é o locus central do atendimento em 
saúde mental. 
III. O acolhimento é um dispositivo clínico que organiza as práticas de saúde mental e constrói uma interface com a saúde da 
família. 
IV. O sintoma em saúde mental não define um procedimento, já que ele indica uma relação social situada muito além do 
„paciente‟, que inclui seu sistema familiar e até mesmo a equipe de saúde. 
É correto APENAS o que se afirma em: 
A II e III 
B II e IV 
C I, II e III 
D I, II e IV 
E II, III e IV 
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: E. 
A criação do PSF (Programa de Saúde da Família) pelo Ministério da Saúde data do ano de 1993. Trata-se de uma estratégia para 
a atenção básica em saúde. 
Sobre o PSF pode-se afirmar que: 
A Caracteriza-se como uma tentativa sustentar o modelo tradicional de atenção à saúde 
B 
Entende que o vínculo entre equipe de saúde e população pode ser um impedimento para o 
trabalho de prevenção de doenças e a promoção da saúde. 
C 
As equipes de saúde da família são compostas por equipe que tem o médico como líder e 
responsável pela ação de saúde. 
D 
Propõe que a própria comunidade, aliada aos profissionais, produza modos de existência 
cotidianos resolutivos das dificuldades enfrentadas e geradores de qualidade de vida. 
E 
Profissionais, como o psicólogo, não podem ser incorporados à equipe ou constituir equipe de 
apoio, dado o caráter resolutivo das ações do PSF. 
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: D. 
No que se refere às ações a serem desenvolvidas pelo SUS (Sistema Único de Saúde), assinale a alternativa correta. 
A
 
O campo de promoção de saúde é essencialmente preventivo, utilizando-se de vacinações e saneamento básico, por 
exemplo, ou seja, são medidas dirigidas à prevenção e ao controle das doenças e agravos da saúde. 
B
 
Educação em saúde é um bom exemplo de ação em atenção secundária. 
C
 
Contribuições da Psicologia, através de trabalhos em comunidades, favorecendo transformações coletivas e pessoais 
estão entre as ações da esfera da promoção de saúde. 
D
 
Estimulação das práticas de exercícios físicos e de hábitos de higiene pessoal, domiciliar e ambiental é 
um bom exemplo de recuperação de saúde. 
E
 
As ações de recuperação em saúde envolvem a prevenção de doenças, acidentes e danos de toda a natureza. 
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: C. 
 
ACOLHIMENTO E PROCESSOS INSTITUCIONAIS NA ASSISTÊNCIA SOCIAL 
Leitura obrigatória 
CARLSON, A.C.R.; GOULART, M.. Acolhimento: as interfaces do encontro. In O psicólogo e as políticas públicas de assistência social. Petrópolis: 
Vozes, 2012, p.106-112 
 
Leitura complementar 
CHUPEL, C. P.; MIOTO, R. C. T. Acolhimento e serviço social: contribuição para a discussão das ações profissionais no campo da saúde. Serviço Social e 
Saúde, v. 9, n. 2, p. 37-59, 7 maio 2015. Disponível em https://doi.org/10.20396/sss.v9i2.8634882. Acesso em 10jun.2019. 
 
O acolhimento não é apenas um ato mas uma POSTURA INSTITUCIONAL (trabalhadores, gestão e rede). 
Acolhimento é integração do sujeito à política pública de assistência social com a superação da cultura assistencialista [DIREITO X BENEFICÊNCIA] 
 
Na assistência social, o acolhimento se faz através de: 
 recepção 
 grupo de acolhida 
 entrevista 
 
Exige do técnico: 
 escuta e conhecimento das condições históricas, sociais, coletivas e subjetivas 
 disposição e interesse para constituir bons encontros, orientados não por uma perspectiva moral, mas por uma perspectiva ÉTICA. 
 compreender que ele faz isso com seu CORPO (afetos, conhecimento, relações). 
 
EXEMPLO 
“Joana procura o CRAS [Centro de Referência da Assistência Social – Proteção Social Básica] para solicitar orientações referentes à sua carteira 
profissional. Mulher humilde, com baixa escolaridade e com uma característica que chama a atenção: um dente de ouro. Inicialmente houve um 
estranhamento em relação ao dente de ouro, percebido como algo diferente, incomum. Entretanto o ouvir sua história e deixar-se afetar por ela, entende-se 
que aquele detalhe revela uma vida de lutas e está relacionado com a forma como buscou sua sobrevivência: Joana muito jovem foi trabalhar num garimpo. 
(p.110). 
 
O ACOLHIMENTO É A ESCUTA E ACEITAÇÃO DA DIFERENÇA 
Na intervenção com usuários de drogas, a estratégia de redução de danos é uma prática aplicável ao enfrentamento da questão. Diante disso 
podemos entender que: 
A A redução de danos não é uma forma de se promover a saúde porque não tem como finalidade livrar o sujeito do consumo de drogas. 
 
B
 
A redução de danos pode ser entendida como uma possibilidade de promoção de saúde, à medida que pode melhorar a qualidade de vida do 
sujeito, seja no campo da saúde fisiológica, seja no campo psicodinâmico ou mesmo nos seus relacionamentos sociais. 
C
 
A redução de danos é entendida apenas como uma substituição de sintomas e, portanto, não deve ser uma prática que deva ser incentivada 
no enfrentamento ao uso drogas. 
D
 
A redução de danos deve ser estimulada como a principal forma de atendimento ao uso inadequado de drogas. 
E
 
A redução de danos não é uma opção ética ao tratamento do uso de drogas, porque parte da conivência do profissional de saúde com oseu p
aciente. 
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: B. 
O psicólogo que atua no CRAS deve atuar em consonância com as diretrizes e objetivos da Política Nacional de Assistência 
Social e da Proteção Social Básica (PSB). Dentre os princípios que devem orientar a prática do psicólogo no CRAS encontra-se 
a necessidade de trazer para o serviço de assistência social uma postura capaz de receber, escutar e dar respostas adequadas 
aos usuários. Esse princípio visa atender ao princípio de: 
A Intersetorialidade 
B Centralidade 
C Acolhimento 
D Integralidade 
E Humanização 
 Você já respondeu e acertou esse exercício. A resposta correta é: C. 
DESAFIOS DO CUIDAR 
 
FALEIROS, Vicente de Paula. Desafios de cuidar em Serviço Social: uma perspectiva crítica. Rev. katálysis, Florianópolis, v. 16, n. spe, p. 83-91, 2013. Disponível 
em: <https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-49802013000300006&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 25 out. 2020. 
 
leitura complementar 
SAWAIA, B. B. O sofrimento ético-político como categoria de análise dialética exclusão/inclusão. In: SAWAIA, B.B. (Org.). As artimanhas da exclusão. Petrópolis: 
Vozes, 2008, p. 97-118. 
 
Desafios de cuidar em Serviço Social: uma perspectiva crítica 
 
No texto, o Cuidado é entendido na perspectiva emancipadora de empoderamento, como mudanças das relações de poder. 
Historicamente, a compreensão sobre o cuidado e o cuidar tinha uma perspectiva funcionalista e adaptativa, em que o profissional era percebido como aquele que 
ajuda (discussão similar à de Ana M. B. Bock, na primeira aula), buscando maximizar as potencialidades e o melhor funcionamento social do indivíduo. 
Alguns autores (assim como na Psicologia) fizeram a crítica a esse modelo e propuseram uma nova

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