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Monitora: Clara Martins Cerci Email: clara_cerci@outlook.com Celular: (44)99868-2169 1. OBJETIVOS DO ESTADO BRASILEIRO (art. 3º) Além dos fundamentos da República Federativa do Brasil, o constituinte de 1988 explicitou no art. 3º de nossa Carta Política, os objetivos fundamentais a serem seguidos pelo Estado brasileiro. Os objetivos fundamentais consistem em algo exterior a ser perseguido na medida possível. Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional (entende-se aqui como desenvolvimento); III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; Constata-se que esses objetivos têm em comum assegurar a igualdade material entre os brasileiros, possibilitando a todos iguais oportunidades para alcançar o pleno desenvolvimento de sua personalidade, bem como para autodeterminar e lograr atingir suas aspirações materiais e espirituais, condizentes com a dignidade inerente a sua condição humana. A construção de uma sociedade justa e solidária – princípio da solidariedade – e a busca pela redução das desigualdades sociais e regionais estão associadas à concretização do princípio da igualdade, em seu aspecto substancial – igualdade material. Nesse sentido, legitimam a adoção de políticas afirmativas por parte do Estado. A promoção do bem de todos, sem quaisquer formas de preconceito e discriminação, está diretamente relacionada à proteção e promoção da dignidade da pessoa humana e ao respeito às diferenças, como exigência do pluralismo. mailto:clara_cerci@outlook.com A erradicação da pobreza é uma das muitas concretizações do princípio da dignidade da pessoa humana, por estar indissociavelmente relacionada à promoção de condições dignas de vida. O rol de objetivos fundamentais constante do art. 3º, CF é apenas exemplificativo. 2. PRINCÍPIOS DE ORDEM INTERNACIONAL Este artigo estabelece como o Brasil deve se comportar perante os outros Estados. Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político. Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. José Afonso da Silva identifica quatro inspirações para este rol de princípios que devem reger um Estado brasileiro em suas relações internacionais: a de caráter nacionalista, expressa nas ideias de independência nacional, de autodeterminação dos povos, de não intervenção e de igualdade entre os Estados; a de caráter internacionalista, revelada na determinação de prevalência dos direitos humanos e de repúdio ao terrorismo e ao racismo; a de caráter pacifista, exteriorizada nos dispositivos que determinam a defesa da paz, de solução pacifica dos conflitos e a concessão de asilo político; e a de caráter comunista, observada nas ideias de cooperação entre os povos para o progresso da humanidade e no estímulo à formação de uma comunidade latino-americana de nações. →Princípio da independência nacional: O dispositivo que consagra a soberania nacional como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil (art. 1º, I, CF) refere-se exclusivamente ao Estado brasileiro, tanto em sua relação com os outros Estados e organismos na ordem internacional, quanto no que se refere a sua supremacia perante os cidadãos na ordem interna. Já o que contempla a independência como um dos princípios que regem o Brasil em suas relações internacionais deve ser compreendido como uma norma que impõem ao Estado brasileiro não apenas o dever de atuar no plano internacional de modo compatível com sua própria soberania, mas, sobretudo, o dever de respeito à independência dos demais Estados soberanos; →Princípio da prevalência dos direitos humanos: impõe ao Estado brasileiro deveres no âmbito interno e externo. Internamente, impõem não apenas a plena integração dos tratados e convenções internacionais de direitos humanos ao ordenamento jurídico pátrio, mas também a devida observância das normas consagradas desses direitos. No plano internacional, exige o engajamento no processo de elaboração de normas protetivas dos direitos humanos, bem como o dever de adotar posições políticas e jurídicas contrárias aos Estados que não os respeitam; →Princípio da autodeterminação dos povos: impõe o dever de respeito ao direito que todas as nações possuem de definir o próprio sistema político e de escolher o modo mais adequado para seu desenvolvimento econômico, social e cultural; →Princípio da não intervenção: impõe ao Estado brasileiro um dever de abstenção, que o impede de intervir, direta ou indiretamente, em assuntos internos ou externos de outros países. A vedação constitucional abrange tanto intervenções militares, com interferências no plano político, econômico e cultural; →Princípio da igualdade entre os Estados: impõe ao Brasil a adoção, no plano internacional, de posições e medidas que favoreçam o igual tratamento jurídico a todos os Estados soberanos; →Princípio da defesa da paz: impõe dois deveres de natureza distinta: o de caráter negativo exige que o Estado brasileiro se abstenha de provocar conflitos armados; e de caráter positivo exige a adoção de medidas voltadas ao restabelecimento ou à manutenção da paz; →Princípio da solução pacífica dos conflitos: exige que, na maior medida possível, o Estado brasileiro busque resolver suas contendas internas e externas sem o uso da força e apoie a adoção de medidas não coativas para a resolução de controvérsias internacionais; →Princípio do repúdio ao terrorismo e ao racismo: o princípio opera no sentido de impor a adoção de posturas, no plano internacional, voltadas a combater esses tipos de práticas e de impedir que sejam firmadas relações políticas ou comerciais com países que estimulem ou não adotem medidas para combatê-las; → Princípio da integração latino-americana: impõe ao Estado brasileiro a adoção de medidas de natureza econômica, politica, social e cultural voltadas à formação de uma comunidade de nações da América Latina. DIREITOS FUNDAMENTAIS 1. CONCEITO Os primeiros direitos fundamentais têm o seu surgimento ligado à necessidade de se impor limites e controles aos atos praticados pelo Estado e suas autoridades constituídas. Nasceram, pois, como uma proteção à liberdade do indivíduo frente à ingerência abusiva do Estado. Exigiram um não fazer do Estado em respeito à liberdade individual, assim, são denominados direitos negativos, liberdades negativas ou direitos de defesa. A noção de direito fundamentais vem desde a antiguidade, eles eram universais e teórico-naturais, uma vez que não havia uma declaração de direito. A expressão máxima dos direitos humanos são os valores adquiridos do cristianismo, pois se apropriou de uma série de tradições e cultos, na qual se tornou a expressão máxima de Roma, dizendo que todos eram iguais independentemente das diferenças. Alguns indivíduos diziam ainda que os Direitos Humanos veio de Deus e outros que é inerente à condição humana. Em um segundo momento esses Direitos Fundamentais passaram a ser escritos, porém cada país fazia sua própria declaração, deixando de ser universal e passando a ser nacional e positivo, uma vez que passou a ser declarado por escrito. Em 1948 houve a Declaração Universal dos Direitos Humanos,declarada pela ONU (Organização das Nações Unidas), a partir disso os Direitos Fundamentais passaram a ser universais e positivos. A Declaração da ONU é universal porque há um consenso da humanidade, e, por conseguinte vale para qualquer pessoa e qualquer lugar. A ONU pode invadir um país para que esses direitos sejam respeitados, os exércitos da ONU é o exército da paz. De acordo com Ingo Sarlet, existem três expressões para definir esses Direitos, são eles: a) Direitos dos homens: São os direitos universais e teórico-naturais, é um termo que surgiu na França, por causa da Declaração de Direito do Homem e Cidadão em 1789, sec. XVIII. O problema dessa definição é que nesse caso deveríamos ter então Direitos das mulheres, das crianças, dos idosos, etc; b) Direitos Humanos: São os direitos universais e positivos, é o termo usado na Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU. O problema dessa definição é que todos os direitos são humanos e por isso não tem o porquê falar em direitos humanos; c) Direitos Fundamentais: São os direitos nacionais e positivos. É a melhor expressão para ser usada, pois existem direitos que não são fundamentais e outros que são. Os direitos fundamentais são aqueles indispensáveis a uma vida digna. A relação de direitos é infinita, mas os recursos são escassos, sendo assim os direitos fundamentais são o direito à vida, à igualdade, à propriedade, à liberdade, à integridade física, etc. O conceito de Direitos Fundamentais muda de país para país, de tempo em tempo, não podemos julgar um país com valores de outro país. De acordo com Alexandre de Moraes Direitos Fundamentais é o conjunto institucionalizado de direitos e garantias do ser humano que tem por finalidade básica o respeito a sua dignidade por meio de sua proteção contra o arbítrio do poder estatal e o estabelecimento de condições mínimas devidas e de desenvolvimento da personalidade jurídica. Para Norberto Bobio os Direitos Fundamentais representam a concreção histórica do princípio da dignidade da pessoa humana. O problema aqui não é declarar esses direitos, mas sim concretizá-los. 2. CLASSIFICAÇÃO José Afonso da Silva classifica os Direitos Fundamentais em cinco espécies, são eles: a) Direitos individuais/liberdades civis: são aqueles que reconhecem autonomia aos particulares, garantido iniciativa e independência aos indivíduos diante dos demais membros da sociedade política e do próprio Estado. Assim, essa espécie garante nossa individualidade e a autonomia que o indivíduo tem em relação ao Estado e aos outros indivíduos (locomoção, propriedade, integridade física, liberdade, etc.); b) Direitos nacionais: são os que têm por conteúdo e objeto a definição da nacionalidade e suas faculdades; c) Direitos Políticos: direito de eleger e ser eleito, é o homem enquanto cidadão; d) Direitos Sociais: constituem os direitos assegurados ao homem em suas relações sociais e culturais (saúde, educação, cultura, assistência social, desporto, etc.); e) Direitos Coletivos: são alguns direitos que são individuais, mas só conseguem exercer em grupo (greve, associação, direitos eleitorais, reunião, partido politico, etc.). 3. DESTINATÁRIOS – ART. 5º, CF “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:” Os direitos fundamentais surgiram tendo como titulares as pessoas naturais, haja vista que, na sua origem, representam limitações impostas ao Estado em favor do indivíduo. Com o tempo, os ordenamentos constitucionais passaram a reconhecer direitos fundamentais das pessoas jurídicas. Modernamente, as Constituições asseguram, ainda, direitos fundamentais às pessoas estatais, isto é, o próprio Estado passou a ser considerado titular de direitos fundamentais. Não significa afirmar, porém, que todos os direitos fundamentais têm como titulares as pessoas naturais, as pessoas jurídicas e as pessoas estatais. Há direitos fundamentais que podem ser usufruídos por todos, mas há direitos restritos a determinadas classes. Em síntese os destinatários são todos aqueles que dependem do ordenamento jurídico. 4. DIFERENÇAS ENTRE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS Essa diferença é para José Joaquim G. Canotilho e Jorge Miranda Percebe-se assim, que o direito à vida corresponde à garantia de vedação à pena de morte; o direito à liberdade de locomoção corresponde à garantia do habeas corpus; o direito à liberdade de manifestação do pensamento, a garantia da proibição da censura, etc. Enfim, os direitos fundamentais são bens jurídicos em si mesmos considerados, conferidos às pessoas pelo texto constitucional, enquanto as garantias são os instrumentos por meio dos quais é assegurado o exercício desses direitos, bem como a devida reparação, nos casos de violação. Algumas definições importantes de exemplo de garantias fundamentais: DIREITOS Bens em si mesmo considerados São principais São declarados São individuais ou coletivos Representam um fim GARANTIAS Não são um fim em si mesmo São acessórios São estabelecidos Representa um meio a) Habeas Corpus: instrumento utilizado para garantir o direito de locomoção; b) Habeas Data: instrumento utilizado para garantir o direito de informação; c) Mandado de segurança: instrumento utilizado para garantir outros direitos que não sejam de locomoção e informação; d) Mandado de injunção: instrumento utilizado para garantir direitos constitucionais que ainda não foram regulamentados; e) Ação popular: instrumento para garantir os direitos difusos e coletivos. José Afonso da Silva divide as garantias fundamentais em duas: a) Garantias gerais: são aquelas destinadas a assegurar a existência e a efetividade daqueles direitos, as quais se referem à organização da comunidade política, e que poderíamos chamar condições econômicas – sociais, culturais e políticas que favorecem os exercícios dos direitos fundamentais, tratam-se da estrutura de uma sociedade democrática, que conflui para a concepção do Estado Democrático de Direito. Resumindo, é a própria condição econômica e social do Estado; b) Garantias constitucionais: consistem nas instituições, determinações e procedimentos mediante os quais a própria Constituição tutela a observância ou, em caso de inobservância, a reintegração dos direitos fundamentais, ou seja, são aquelas garantias escritas na Constituição, elas ainda podem ser de dois tipos: b.1) Garantias constitucionais gerais: são instituições constitucionais que se inserem no mecanismo de freios e contrapesos dos poderes e, assim, impedem o arbítrio com o que constituem, ao mesmo tempo, técnicas de garantia e respeito aos direitos fundamentais; são garantias gerais precisamente porque consubstanciam salvaguardas de um regime de respeito à pessoa humana em toda sua dimensão, aqui verificamos que se trata de uma limitação que é feita ao Estado; b.2) Garantias constitucionais especiais: são prescrições constitucionais estatuindo técnicas e mecanismos que, limitando a atuação dos órgãos estatais ou de particulares, protegem a eficácia, a aplicabilidade e a inviolabilidade dos direitos fundamentais de modo especial, ou seja, são técnicas preordenadas com o objetivo de assegurar a observância desses direitos considerados em sua manifestação isolada ou em grupos. Nessa classificação estamos nos referindo aos remédios constitucionais. DIMENSÕES/GERAÇÕES DE DIREITOS 1ª GERAÇÃO 2ª GERAÇÃO 3ª GERAÇÃO Liberdade Igualdade Fraternidade Direitos negativos (não agir) Direito as prestações Direitos civis e políticos: liberdade política, de expressão, religiosa e comercial. Direitos sociais, econômicos e culturais.Direito ao desenvolvimento, ao meio ambiente sadio, direito à paz. Direitos individuais Direitos de uma coletividade Direitos de toda a humanidade Estado liberal Estado social e Estado democrático e social Os direitos fundamentais não surgiram simultaneamente, mas sim em períodos distintos, conforme a demanda de cada época. A consagração progressiva e sequencial nos textos constitucionais deu origem às chamadas gerações de direitos fundamentais. O lema revolucionário do século XVIII (liberdade, igualdade e fraternidade) inspirou esta classificação baseada no conteúdo e na sequência histórica de surgimento dos direitos fundamentais nos textos das constituições. 1. PRIMEIRA GERAÇÃO Compreende as liberdades negativas (não agir do Estado) clássicas, que realçam o princípio da liberdade que surgiram com as primeiras constituições escritas, cujos textos consagraram os direitos civis e políticos. Nas revoluções liberais ocorridas no final do sec. XVIII, a principal reivindicação da burguesia era limitação dos poderes do Estado em prol do respeito às liberdades individuais. Essa geração representa uma resposta do Estado Liberal ao Estado Absoluto. Dominaram todo o sec. XIX, haja vista que os direitos de segunda geração só floresceram no sec. XX. Exemplos de direitos de 1ª geração: direito à vida, à liberdade, à propriedade, à liberdade de expressão, à participação política e religiosa, entre outros. Após a Revolução Francesa, em 1789, surgiu a ideia de que somos todos iguais perante a lei e que não há privilégios, foi assim que surgiram os direitos citados acima. Dessa forma, observa-se que a Revolução Francesa serviu de marco histórico para o surgimento do Estado Liberal, na qual este deixa de interferir na vida dos indivíduos. O afastamento do Estado em relação à sociedade leva a uma crise, a “Questão Social”, na qual a classe com maior poder começou a explorar as classes com menos poderes. A solução pacífica para a crise veio com as ideias da igreja. A Constituição de 1934 foi inspirada pela Constituição de 1919 da Alemanha, a nossa Constituição de 1934 chamou o Estado para intervir na sociedade de novo. Obs: A frase “ORDEM E PROGRESSO” é uma frase liberal. 2. SEGUNDA GERAÇÃO Os direitos de segunda geração identificam-se com as liberdades positivas, reais ou concretas, e acentuam o princípio da igualdade entre os homens (igualdade material). São os direitos econômicos, sociais e culturais. Foram os movimentos sociais do sec. XIX que ocasionaram, no início do sec. XX, o surgimento da segunda geração de direitos fundamentais, responsável pela gradual passagem do Estado liberal, de cunho individualista, para o Estado Social, centrado na proteção dos hipossuficientes e na busca de igualdade material entre os homens (não meramente formal, como se assegurava no liberalismo). Os direitos fundamentais de segunda geração correspondem aos direitos de participação, sendo realizados por intermédio da implementação de políticas e serviços públicos, exigindo do Estado prestações sociais, tais como saúde, educação, trabalhos, habitação previdência social, assistência social, entre outras. São, por isso, denominados direitos positivos, direitos do bem-estar, liberdades positivas ou direitos dos desamparados. Surgem os direitos coletivos (idosos, crianças, estudantes, doentes, etc). O problema desse Estado é que as necessidades são ilimitadas e os recursos são escassos, foram exigindo muito do Estado e ele começou a não dar conta e começa a quebrar. 3. TERCEIRA GERAÇÃO Os direitos de terceira geração consagram os princípios da solidariedade e da fraternidade. São atribuídos genericamente a todas as formações sociais, protegendo interesses de titularidade coletiva ou difusa. São exemplos o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, à defesa do consumidor, à paz, à autodeterminação dos povos, ao patrimônio comum da humanidade, ao progresso e desenvolvimento, entre outros. Os direitos fundamentais de terceira geração não se destinam especificadamente à proteção dos interesses individuais, de um grupo ou de um determinado Estado. Sua titularidade é difusa, visam a proteger todo o gênero humano, de modo subjetivamente indeterminado. Representam uma nova e relevante preocupação com as gerações humanas, presentes e futuras, expressando a ideia de fraternidade e solidariedade entre os diferentes povos e Estados soberanos. Assim, surgiu o Estado Democrático de Direito que procurou unir o que era bom do Estado liberal com o que era bom do Estado social. 4. QUARTA GERAÇÃO Os direitos fundamentais de quarta geração compendiam o futuro da cidadania e correspondem à derradeira fase de institucionalização do Estado Social, sendo imprescindíveis para a realização e legitimidade da globalização política, responsável por introduzir, no âmbito jurídico, os direitos à democracia, à informação e ao pluralismo. A incorporação de novas gerações de direitos fundamentais revela o caráter dinâmico de sua trajetória histórica – evolutiva, ainda que, em essência, esses novos direitos guardem uma ligação mais ou menos com os três valores tradicionais (liberdade, igualdade e fraternidade). Alguns autores dizem em direitos fundamentais de quinta geração, mas isso não é sólido. RESUMÃO CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS – José Afonso da Silva 1. Historicidade: O que justifica a existência desses direitos podem ser motivos religiosos, filosóficos, mas dizem que os direitos são conquistas históricas em que o ser humano lutou por eles. Os direitos fundamentais são históricos porque surgem em determinado momento e vão se desenvolvendo; 2. Inalienabilidade: por não possuírem conteúdo patrimonial, os direitos fundamentais são intransferíveis, inegociáveis e indisponíveis; 3. Imprescritibilidade: os direitos fundamentais não desaparecem pelo decurso do tempo; Classificação dos Direitos Fundamentais 1ª GERAÇÃO - final do sec. XVIII - Estado liberal - Direitos negativos - Liberdades - Direitos civis e políticos 2ª GERAÇÃO - Início do se. XX - Estado social - Direitos positivos - Igualdade - Direitos sociais, econômicos e culturais 3ª GERAÇÃO - Sec. XX - Fraternidade - Direito ao meio mbiente, à paz, ao progresso, à defesa do consumidor, etc 4. Irrenunciabilidade: os direitos fundamentais não podem ser renunciados, mesmo que eu não o exerça. Alexandre de Moraes não fala sobre a historicidade, mas fala da inalienabilidade, imprescritibilidade e irrenunciabilidade. Ele ainda acrescenta mais seis características, são elas: 5. Inviolabilidade: não podem ser desrespeitados por normas ou atos administrativos. O Estado não pode violar os direitos fundamentais; 6. Universalidade: devem abranger todos os indivíduos, independentemente de sua nacionalidade, sexo, raça, credo ou convicção política-filosófica. Deve – se fazer uma ressalva aqui, uma vez que em alguns casos os direitos fundamentais não se aplicam a todas as pessoas, como é o caso, por exemplo, dos direitos trabalhistas (aplicam-se somente aos trabalhadores) e o caso da licença maternidade (aplicam-se só as mães); 7. Efetividade: a atuação do Poder Público deve ter por escopo garantir a efetivação dos direitos fundamentais; 8. Complementariedade: os direitos fundamentais não devem ser interpretados isoladamente, mais de forma conjunta com a finalidade de alcançar os objetivos previstos pelo legislador constituinte; 9. Interdependência: as várias previsões constitucionais, apesar de autônomas, possuem diversas intersecções para atingirem suas finalidades; assim, a liberdade de locomoção está intimamente ligada à garantia do habeas corpus, bem como a previsão de prisão somente por flagrante delito ou por ordem da autoridade policial; 10. Relatividade ou limitabilidade:os direitos fundamentais não têm natureza absoluta. DIFERENÇA ENTRE NORMA, PRINCÍPIO E REGRA 1. DIFERENÇA Canotilho diz que a norma é o geral, ou seja, os princípios e as regras são espécies. O princípio não resolve um caso concreto, ele auxilia na elaboração de normas e age posteriormente para a interpretação da norma. As regras por outro lado trazem um comando normativo, ou seja, obriga, permite ou proíbe. Assim, vamos às diferenças entre princípio e regra. a) Grau de abstração: os princípios são mais abstratos e as regras são concretas; b) Grau de determinabilidade: a regra possui um grau de determinabilidade maior que a do princípio, uma vez que a regra é aplicada diretamente ao caso concreto já o princípio é aplicado indiretamente ao caso concreto mediatizado pela regra, que é interpretada pelo princípio; c) Caráter de fundamentabilidade no sistema de fontes do direito: princípio é o fundamento do nosso sistema jurídico, ele sustenta as leis, e é dele que partimos para a elaboração do sistema jurídico que contém as regras; d) Aproximidade com a ideia de direito (Justiça): os princípios estão mais próximos da ideia de direito/justiça (princípio da dignidade da pessoa humana, princípio da igualdade). A regra não está próximo da ideia de justiça, Direitos Fundamentais HISTORICIDADE INALIENABILIDADE IMPRESCRITIBILIDADE IRRENUNCIABILIDADE INVIOLABILIDADE UNIERSALIDADE EFETIVIDADE COMPLEMENTARIEDADE INTERDEPENDÊNCIA RELATIVIDADE/LIMITABILID ADE uma vez que algumas regras podem ser justas ou distorcidas. O princípio sempre vai ser bom e positivo, já a regra pode ser boa ou ruim; e) Natureza normogenética: normo – norma genética. É o princípio que produz novas normas e, por conseguinte tem natureza normogenética. O princípio tem natureza prospectiva, ou seja, vai ser tornando mais eficaz com o passar do tempo e conforme cria mais normas; Canotilho apresenta ainda mais três diferenças, porém diferenças qualitativas são elas: a) A regra ou ela é observada ou não é observada (exemplo: placa que proíbe pisar na grama, ou eu piso e desrespeito à regra ou não piso e observo a regra), já o princípio ele tem vários graus de concretização, pois ele pode ser mais ou menos respeitado (por exemplo, se levarmos em conta a condição social e financeira de uma pessoa); b) Os princípios ainda que contraditórios convivem entre si, ou seja, se harmonizam. As regras que estiverem em conflito se excluem, nesse caso deve – se aplicar o princípio da aplicabilidade e deve fazer um balanço de valores e interesses (exemplo: duas placas em uma grama, uma dizendo que é permitido pisar na grama e outra que proíbe); c) Os princípios envolvem problemas de validade e peso, se o princípio é válido devemos discutir o seu peso no caso concreto, uma vez que em alguns caso vamos dar mais peso para um princípio do que para o outro, como é o caso, por exemplo, do autor que faz uma bibliografia de alguém (qual princípio pesa mais: princípio da liberdade de expressão ou o princípio que diz respeito à honra e a imagem). As regras por outro lado só envolvem problema de validade ou você aplica a regra ou não aplica, e claro se estiver de acordo com a Constituição, assim como o princípio (exemplo: multa por excesso de velocidade, ou aplica ou não). RESUMÃO 2. ORDEM JURÍDICA E O SUBSISTEMA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS O ordenamento jurídico é um conjunto de princípios e regra, mas dentro do ordenamento jurídico existe um subsistema dos direitos fundamentais. Os direitos fundamentais formam um subsistema com regras e princípios específicos. a) Princípios axiológicos supremos: seriam os princípios MAIS principais (liberdade, igualdade e fraternidade). A liberdade ela pode ser pública ou privada. Aquela é a nossa autonomia em relação ao Estado, é o direito de autogoverno, o Estado não pode obrigar você a fazer nada, salvo em virtude de lei (essa lei deve ser democraticamente criada). Já a liberdade privada é aquela em que contém os instrumentos que a CF prevê que servem de proteção contra as interferências do Estado (propriedade, religião, liberdade de expressão, etc); O princípio da igualdade se divide em igualdade forma e material. Aquela diz respeito à igualdade prevista em lei, ou seja, todos são iguais perante a lei e sem privilégios. A igualdade material é aquela em devemos tratar os iguais de maneira igual e os desiguais desigualmente não proporção de sua desigualdade. PRINCÍPIOS ABSTRATO MENOR GRAU DE DETERMINABILIDADE FUNDAMENTO DO ORDENAMENTO JURÍDICO ESTÃO MAIS PRÓXIMOS DA IDEIA DE DIREITO/JUSTIÇA PRODUZ NOVAS NORMAS VÁRIOS GRAUS DE CONCRETIZAÇÃO QUANDO CONTRADITORIOS NÃO SE EXCLUEM ENVOLVEM VALIDADE E PESO REGRAS CONCRETO MAIOR GRAU DE DETERMINABILIDADE SURGE DOS PRINCÍPIOS ESTÃO MIAS LONGE DA IDEIA DE DIREITO/JUSTIÇA É AS NORMS NOVAS SOMENTE UM GRAU DE CONCRETIZAÇÃO QUANDO CONTRADITÓRIOS SE EXCLUEM ENVOLVE SOMENTE VALIDADE O princípio da fraternidade/solidariedade diz respeito aos direitos sociais (saúde, assistência, previdência, educação, cultura, etc). b) Princípios estruturais: são aqueles em que vão dar estrutura ao subsistema, que são a irreversibilidade e complementariedade solidária. A irreversibilidade é que os direitos fundamentais são irreversíveis, uma vez que são conquistas históricas e são declaradas para sempre. A complementariedade solidária é que somos todos da mesma espécie, mas não existem pessoas iguais. Nós só viveremos com dignidade quando todos os seres humanos viverem com dignidade, significa dizer que os seres humanos são empáticos e a dignidade depende do respeito. RESTRIÇÕES E COLISÕES ENTRE OS DIREITOS FUNDAMENTAIS 1. RESTRIÇÕES Todos os direitos possuem limites, até mesmo o direito à vida no caso de guerra declarada. Devemos restringir para que as pessoas não utilizem os direitos fundamentais para se eximir de uma responsabilidade. O limite do direito fundamental é o próprio direito fundamental. Segue algumas regras para estabelecer os limites dos direitos fundamentais: a) Tenho sempre que preservar o seu núcleo essencial. Deve preservar o mínimo de direito; b) O limite criado deve ser claro e preciso, não pode haver dúvidas quanto aos seus termos; c) O limite deve ser dotado de generalidade e abstração, ou seja, deve atingir a todos não podendo ser direcionado para determinada pessoa; d) Deve respeitar a proporcionalidade e razoabilidade, ou seja, não pode ser casuístico. O limite não pode ser criado em razão de um único fato, deve haver a real necessidade, como é o caso dos índios e do feminicídio; Essas limitações/ restrições quem decide mais é o legislativo do que o judiciário. 2. COLISÕES Ocorre conflito entre direitos fundamentais quando, em um caso concreto, uma das partes invoca um direito fundamental em sua proteção, enquanto a outra se vê amparada por outro direito fundamental. Por exemplo, em determinada relação jurídica, pode haver conflito entre liberdade de comunicação (art. 5º, IX, CF) e a inviolabilidade da intimidade do indivíduo (art. 5º, X, CF). Outra relação jurídica pode contrapor liberdade de manifestação de pensamento (art. 5º, IV, CF) e vedação ao racismo (art. 5º, XLII, CF), e assim por diante. As colisões entre os direitos podem ocorrer de três formas: direitos iguais e pessoas diferentes (duas pessoas que querem estar no mesmo lugar ao mesmo tempo – direito de locomoção); direitos diferentes e pessoas diferentes (de um lado o escritor – liberdade de expressão e de outro o bibliografado – direito a honra e a intimidade); direitos diferentes e pessoa igual (a pessoa precisa fazer uma transfusão de sangue e a religião não permite). Para resolver essas questões deverá ser analisado o caso concreto. Assim, na hipótese de conflito entre direitosfundamentais, o intérprete deverá realizar um juízo de ponderação, considerando as características do caso concreto. Conforme as peculiaridades da situação concreta com que se depara o aplicador do Direito, um ou outro direito prevalecerá. Diante dessas ponderações, terão como base o princípio da proporcionalidade que se subdivide em três princípios: a) Princípio da adequação: o meio escolhido deve ser devidamente apropriado para o fim culminado, ou seja, não é necessário que o meio utilizado seja o melhor, mas que seja bom suficiente para alcançar o objetivo, bem como o meio escolhido deve estar de acordo com os objetivos do Estado brasileiro (art. 3º, CF); b) Princípio da necessidade/exigibilidade: dentro das várias possibilidades de agir, ele deve sempre optar por aquela menos onerosa para o indivíduo. Esse ônus não é só econômico, tem que fazer aquilo que é estritamente necessário, a fim de que seja restrito o menor número de direitos individuais; c) Princípio da proporcionalidade em sentido estrito senso: é a relação entre a finalidade buscada e o meio adotado, deve haver uma proporção entre os meios utilizados e o fim buscado. Os dois primeiros elementos (adequação e necessidade) são de natureza tendencialmente objetiva, intersubjetivamente comprováveis através de fatos concretos. Já a última fase de aplicação da proporcionalidade em sentido estrito depende de procedimentos ponderativos, racionalmente acessíveis e de avaliação subjetiva. *OBSERVAÇÃO Diferença entre proporcionalidade e razoabilidade: a) proporcionalidade: está fundado na relação de causalidade existente entre um meio e um fim a ser atingido, ou seja, o princípio da proporcionalidade exige a melhor escolha de um meio para que determinado fim seja alcançado – Caio Vinícius Carvalho de Oliveira; b) razoabilidade: seria um regulador dos atos administrativos, sendo utilizado para que a realização destes possa se dar de forma compatível com o fim que se almeja alcançar, sem quaisquer tipos de exageros que venham a macular o ato - Caio Vinícius Carvalho de Oliveira. NACIONALIDADE – ARTS. 12 e 13 da CF 1. CONCEITO A nacionalidade pode ser definida como um vínculo jurídico – político entre o Estado e o indivíduo através do qual este se torna componente do povo. O povo, enquanto elemento humano formador do Estado, não se confunde com a nação ainda que por vezes os dois termos sejam empregados no mesmo sentido, sobretudo, quando se pretende designar as relações entre os governados e o poder político. Nação: é o agrupamento humano cujos membros fixados num território, são ligados por laços históricos, culturais, econômicos e linguísticos; o fato de possuírem as mesmas tradições e costumes, bem como a consciência coletiva dão os contornos ao conceito de nação; Povo: é o conjunto de pessoas que fazem parte de um Estado, é o elemento humano do Estado, ligado a este pelo vínculo da nacionalidade; População: é conceito meramente demográfico, mas amplo que o conceito de povo, utilizado para designar o conjunto de residentes de um território, quer sejam nacionais, quer sejam estrangeiros; Nacionais: são todos aqueles que o Direito de um Estado define como tais; são todos aqueles que se encontram presos ao Estado por um vínculo jurídico que os qualifica como seus integrantes; Estrangeiros: são todos aqueles que não são tidos por nacionais, em relação a um determinado Estado, isto é, as pessoas a que o Direito do Estado não atribuiu à qualidade de nacionais. 1.1. Espécies de nacionalidade A) Nacionalidade originária (primária ou atribuída): resulta de fato natural (nascimento), a partir do qual, de acordo com os critérios dos Ius solis e Ius sanguinis, será estabelecida. Cuida-se de aquisição involuntária de nacionalidade, decorrente do simples nascimento ligado a um critério estabelecido pelo Estado. B) Nacionalidade derivada (secundária ou adquirida): é a que se adquire por ato voluntário, depois do nascimento (em regra, pela naturalização). Cuida-se de aquisição voluntária de nacionalidade, resultante da manifestação de um ato de vontade. Para um estrangeiro se naturalizar não é fácil, pois tem que comprovar vários requisitos, como por exemplo, idoneidade moral, se não tem condenação criminal, se possui renda, patrimônio, conhecimento mínimo do idioma, residência, etc. 1.2. IUS SOLIS e IUS SANGUINIS São dois os critérios para a atribuição da nacionalidade primária, ambos partindo do nascimento da pessoa: o de origem sanguínea e o de origem territorial. O critério ius sanguinis funda-se no vínculo do sangue, segundo o qual será nacional todo aquele que for filho de nacionais, independentemente do local de nascimento. O critério ius solis atribui a nacionalidade a quem nasce no território do Estado que o adota, independentemente da nacionalidade dos ascendentes. A CF/88 adotou, como regra, o critério ius solis, admitindo, porém, ligeiras atenuações. Portanto, no Brasil, não só o critério ius solis determina a nacionalidade; existem situações preponderantes do critério ius sanguinis. 1.3. Brasileiros natos (originária) Dessa forma são brasileiros natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país – verifica- se que a CF adotou o critério ius solis, considerando nato aquele nascido no território brasileiro, independentemente da nacionalidade dos ascendentes. A CF, porém, estabelece uma exceção ao critério ius solis, excluindo da nacionalidade brasileira os filhos de estrangeiros que estejam a serviço de seu país; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil – verifica-se que nesse caso adotou-se o critério ius sanguinis, combinado com um requisito adicional, qual seja, a necessidade de que o pai ou a mãe brasileiros, natos ou naturalizados, estejam a serviço da República Federativa do Brasil, expressão que abrange serviços prestados a órgãos e entidades da Administração Direta ou Indireta da União, dos estados, do DF ou dos municípios; c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira – essa hipótese aplica-se àquele que tenha nascido no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, quando estes não estejam a serviço do Brasil. No caso anterior, percebe-se que há duas alternativas para a aquisição de nacionalidade com base nessa hipótese, constante na alínea “c”: registro em repartição brasileira; e vir o nascido a residir no Brasil e optar, quando atingida a maioridade. A outra hipótese é de nacionalidade originária potestativa, uma vez que manifestada a opção, não se pode recusar o reconhecimento da nacionalidade do interessado, esse ato depende exclusivamente dele. Não existe um prazo para o interessado requerer a sua nacionalidade, pode ser a qualquer tempo, em razão de ser um direito fundamental e consequentemente imprescritível. 1.4. Brasileiros naturalizados (derivada) A Constituição prevê a aquisição da nacionalidade derivada por meio da naturalização, sempre mediante manifestação de vontade do interessado. A naturalização pode ser tácita ou expressa, aquela é quando é adquirida independentemente de manifestação expressa do naturalizado e a naturalização expressa é quando depende de requerimento do interessado, demonstrando sua intenção em adquirir nova nacionalidade. A nossa Constituição só contempla a naturalização expressa. Dessa forma, são brasileiros naturalizados: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários depaíses de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; - naturalização ordinária. b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. – naturalização extraordinária Observado isso, verifica-se que são exigidos três requisitos para a aquisição da naturalização extraordinária: I - residência ininterrupta no Brasil há mais de 15 anos; II - ausência de condenação penal; III - requerimento do interessado. Lembrando que na naturalização ordinária há discricionariedade do Chefe do Poder Executivo, já na naturalização extraordinária não há. 1.5. Portugueses residentes do Brasil A Constituição Federal confere tratamento favorecido aos portugueses residentes no Brasil, ao dispor que “aos portugueses com residência permanente no país, se houver reciprocidade em favor dos brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição” (art. 12, §1º). Nessa hipótese, não ocorre concessão da nacionalidade brasileira aos portugueses (se desejarem adquirir nacionalidade estrangeira deverão instaurar o processo de naturalização ordinária, valendo- se da condição de estrangeiro originário de país de língua portuguesa, art. 12, II, “a”). Os portugueses residentes no Brasil continuam portugueses e os brasileiros que vivem em Portugal continuam com a nacionalidade brasileira. O que acontece é que, uns e outros, recebem direitos que, no geral, somente poderiam ser concedidos aos nacionais de cada país. Para que isso ocorra é necessário que os portugueses residentes no Brasil tenham residência permanente e que haja reciprocidade, ou seja, que o ordenamento jurídico português outorgue ao brasileiro com residência permanente em Portugal o mesmo direito. Dessa forma, eles serão equiparados a brasileiros naturalizados, e não a brasileiro nato. 2. DIFERENÇAS ENTRE NACIONAIS E ESTRANGEIROS A CF/88 não permite que a lei estabeleça distinção entre os nacionais e os estrangeiros, no entanto existem algumas diferenças que estão na própria na CF. a) Locomoção no território brasileiro: tanto o nato quanto o naturalizado não tem limitação, já o estrangeiro tem, pois precisa do visto (autorização), esse visto possui um prazo e esgotado este prazo tem que renovar para continuar no Brasil. Para sair do Brasil o estrangeiro também precisa do visto. Em período de guerra o direito de locomoção pode sofrer restrições para todos (nato, naturalizado e estrangeiro); b) Direitos civis: o brasileiro nato não sofre nenhuma restrição, mas o brasileiro naturalizado só pode ser proprietário de empresa de telecomunicações só depois de 10 anos de naturalização (art. 222, CF). O estrangeiro não pode em nenhuma hipótese ser proprietário de empresa de telecomunicações. c) Direitos políticos: são cargos privativos de brasileiro nato os cargos de Presidente da República e Vice-Presidente da República, Presidente da Câmara dos Deputados, Presidente do Senado Federal, Ministro do STF, Carreira Diplomática, Oficial das forças armadas e de Ministro de Estado de Defesa (art. 12, §3º, CF). d) Extradição: na extradição temos dois países (ativo/passivo), os casos que iremos ver é o Brasil como polo passivo, em que é requerida ao Brasil por Estado estrangeiro. Todo o processo de extradição vai acontecer no Brasil, e para ocorrer precisa de um acordo. O Brasil só vai extraditar se a pessoa já foi condenada ou se existe um processo. A pena e o fato devem ter equivalência para o direito brasileiro. O STF irá analisar se o pedido de extradição possui todos os requisitos, se não houver o processo é arquivado, porém se está tudo certo o pedido é remitido ao Presidente da República que vai decidir ou não pela extradição. Conforme o art. 5º, LI “nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei”. Assim, se um brasileiro nato, praticar um crime no estrangeiro ele não vai ser extraditado, mas vai ser instaurado um processo aqui no Brasil, e a lei a ser aplicada é a mais benéfica. Por outro lado, a extradição de brasileiro naturalizado é admitida em duas hipóteses: nos casos de crime comum praticado antes da naturalização; ou quando for comprovado envolvimento com tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei, independentemente de o crime ter sido praticado antes ou depois da naturalização. e) Expulsão/Deportação: A diferença entre a extradição, expulsão e deportação é que os dois últimos são decisões unilaterais. A expulsão é quando o estrangeiro comete um crime no Brasil, irá ter o processo, a fixação da pena e o cumprimento da pena, após isso ele será expulso, no entanto, pode haver um acordo com o outro país, na qual o estrangeiro irá cumprir a pena no país de origem. A deportação consiste na devolução compulsória do estrangeiro – ao seu país de origem – que tenha entrado ou esteja de forma irregular no Brasil. Por exemplo, estar com o visto para estudar e está trabalhando ou nem tem o visto. Só os estrangeiros podem sofrer a expulsão e a deportação. 3. PERDA DA NACIONALIDADE A perda da nacionalidade só poderá ocorrer nas hipóteses expressamente previstas na Constituição Federal, não podendo o legislador ordinário amplia tais hipóteses, sob pena de manifesta inconstitucionalidade. Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro quando (art. 12, §4º): I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; O primeiro caso é quando ocorre a extradição, e o segundo caso diz que só se pode ter uma nacionalidade, mas trazem duas exceções, uma é quando ela for originária (nasceu no Brasil e os pais são estrangeiros, e pode ser ao contrário também, nesse caso terá dupla nacionalidade) a outra é quando a aquisição da outra nacionalidade por requisito de permanência no território ou para o exercício dos direitos civis (ir a trabalho, como por exemplo, o jogador de futebol). 4. REAQUISIÇÃO Para requerer você precisa entrar com um pedido judicial para anular a decisão que cancelou a naturalização, caso houver o cancelamento a nacionalidade volta. Alexandre de Moraes diz que entra com um pedido de nacionalidade, se for nato volta a ser nato, se era naturalizado volta a ser naturalizado. 5. SÍMBOLOS NACIONAIS – art. 13 Os símbolos nacionais são: a bandeira, o hino, as armas, os selos nacionais. O art. 13 estabelece ainda que o idioma oficial é a língua portuguesa, assim se houver a elaboração de um documento em outra língua ele deverá ser traduzido por um tradutor juramentado. DIREITOS POLÍTICOS – ARTS. 14, 15, 16 E 17 1. CONCEITO Nos termos da CF/88, a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direito e secreto, com igual valor para todos e, nos termos da lei, mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular (art. 14, CF). São estes, portanto, os direitos políticos expressamente consignados na CF/88 : direito ao sufrágio, direito ao voto nas eleições, plebiscito e referendos, e direito à iniciativa popular de lei. Esses direitos são os de primeira geração, são os direitos negativos, com a exceção do direito a cidadania que não é direito negativo. Direitos políticos sãos os direitos que o cidadão tem de participardas decisões políticas do governo. Lembrando que existem várias formas de sufrágio: I) sufrágio universal: todos participam dentro daquilo que é razoável, o voto é direito, secreto e tem valor igual para todos; II) sufrágio censitário: apenas determinadas pessoas com determinada renda podem votar; III) sufrágio capacitário: só votam pessoas com formação escolar mínima. Atualmente o voto no Brasil é universal. 2. AQUISIÇÃO No Brasil, a aquisição dessa capacidade dá-se com o alistamento realizado perante os órgãos competentes da Justiça Eleitoral, a pedido do interessado (não há inscrição de ofício no Brasil). É com o alistamento eleitoral que o nacional adquire a capacidade eleitoral ativa (capacidade de votar). Existem três tipos de aquisição: A) Obrigatório: brasileiro maior de 18 anos; B) Facultativo: brasileiro entre 16 a 18 anos incompletos, analfabetos e quem tem mais de 70 anos (verifica-se que nesses casos é facultativo o exercício do voto); C) Proibido: estrangeiros e conscritos, estes são pessoas que prestam serviços militares obrigatórios. Com 18 anos, além do voto, pode se candidatar para vereador, com 21 anos pode se candidatar para prefeito, deputado (estadual, federal) e juiz de paz, com 30 anos pode se candidatar para governador e com 35 anos pode se candidatar para senador e presidente da república. Observa-se que é com 35 anos que se adquirem todos os direitos políticos. 3. DIREITOS POLÍTICOS ATIVOS E PASSIVOS A capacidade eleitoral ativa é a que garante ao nacional o direito de votar nas eleições, nos plebiscitos e nos referendos. A obtenção da qualidade de eleitor, comprovada por meio da obtenção do título de eleitor, dá ao nacional a condição de cidadão, tornando-o apto ao exercício de direitos políticos, tais como votar, propor ação popular, iniciativa privada etc. Entretanto, a obtenção do título de eleitor não permite ao cidadão o exercício de todos os direitos políticos, como é o caso, por exemplo, do direito de ser votado, que não é adquirido com o mero alistamento. *Assim, todo elegível é eleitor, mas nem todo eleitor é elegível, ou seja, aquele que possui a capacidade eleitoral passiva possui, também, a capacidade eleitoral ativa, mas nem todo aquele que possui a capacidade eleitoral ativa tem a passiva. A capacidade eleitoral passiva diz respeito ao direito de ser votado, de ser eleito (elegibilidade). A elegibilidade não coincide com a alistabilidade. Não basta ser eleitor para ser elegível, porquanto é exigido o cumprimento de outros requisitos para a elegibilidade. 3.1. Condições de elegibilidade Assim, para que alguém possa concorrer a um mandato eletivo nos Poderes Executivo ou Legislativo, é necessário o cumprimento de alguns requisitos gerais, denominados condições de elegibilidade, e a não incidência em nenhum das inelegibilidades, que consistem em impedimentos à capacidade eleitoral passiva. As condições de elegibilidade são (art. 12, §3º, I ao VI): a) Nacionalidade brasileira ou ser português equiparado, lembrando que para Presidente e Vice – Presidente da República deve ser brasileiro nato; b) Pleno exercício dos direitos políticos não pode estar suspenso e nem perdidos; c) Tem que ter o alistamento eleitoral; d) Domicílio eleitoral no local da circunscrição, ou seja, o eleitor dever ser domiciliado no local pelo qual se candidata; e) Pelo menos um ano de filiação partidária; f) Idade mínima que será verificada de acordo com o cargo pretendido (18, 21, 30 ou 35 anos). 3.2. Condições de inelegibilidade As inelegibilidades afastam a capacidade eleitoral passiva, constituindo impedimento à candidatura a mandato eletivo nos Poderes Executivo e Legislativo. A própria Constituição Federal estabelece certas hipóteses de inelegibilidade (art. 14, §4º ao §7º). Porém, essas hipóteses de inelegibilidade constitucionalmente previstas não são taxativas, porque a CF expressamente permite que lei complementar venha estabelecer outras hipóteses de inelegibilidade (art. 14, §9º). A inelegibilidade pode ser absoluta ou relativa. 3.2.1. Inelegibilidade absoluta Impede que o cidadão concorra em qualquer eleição, a qualquer mandato eletivo. Os casos de inelegibilidade são: a) os analfabetos, que, embora possam alistar-se e votar, não dispõe de capacidade eleitoral passiva; b) os não alistáveis, uma vez que a elegibilidade tem por pressuposto a alistabilidade, isto é, para ser elegível é imprescindível ser, antes alistável; logo, os estrangeiros e os conscritos, durante o período de serviço militar obrigatório, não são alistáveis e, como tais, inelegíveis. Os casos de inelegibilidade absoluta somente podem ser expressamente estabelecidos na CF, sendo inconstitucionais quaisquer leis tendentes a ampliar esse rol. Observa-se que no primeiro caso de inelegibilidade (analfabeto), há um tempo essa hipótese foi interpretada conforme o principio da máxima efetividade, que foi o caso Tiririca. 3.2.2. Inelegibilidade relativa Ao contrário da absoluta, não está relacionada com a condição pessoal daquele que pretende candidatar-se. A inelegibilidade relativa consiste em restrições impostas à elegibilidade para alguns cargos eletivos, em razão de situações especiais em que se encontra o cidadão – candidato no momento da eleição. A inelegibilidade relativa poderá ocorrer por motivos funcionais; motivos de casamento, parentesco ou afinidade; da condição de militar ou outras previsões em lei complementar. A) MOTIVOS FUNCIONAIS (ART. 14, §5º E §6º) Dispõe a CF que “Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente” (art. 14, §5º). Percebe-se, assim, que o legislador constituinte, ao passar a permitir a reeleição para um único período subsequente, este vedando a reeleição para um terceiro mandato sucessivo. Devemos deixar bem claro que não se veda a possibilidade de uma mesma pessoa exercer a chefia do Executivo por mais de duas vezes, mas sim a reeleição sucessiva ao terceiro mandato para o mesmo cargo. A CF não exige a desincompatibilização do Chefe do Poder Executivo que pretenda se candidatar – se à reeleição, isto é, o Chefe do Poder executivo não precisa renunciar, ou que se afaste temporariamente do cargo, para que possa se candidatar à reeleição. Diferentemente é quando o Chefe do Poder Executivo quer se candidatar para outros cargos, cuja regra está no art. 14, §6º. “Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.” Assim, são inelegíveis para concorrem a outros cargos as pessoas acimas que não renunciarem aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito, vale ressaltar também que essa situação aplica-se a qualquer outro cargo eletivo, inclusive o suplente de senador. Pode acontecer de o titular do cargo precisar viajar, se a pessoa que assumir quiser de candidatar a esse mesmo cargo conta como reeleição; B) MOTIVOS DE CASAMENTO, PARENTESCO OU AFINIDADE (ART. 14, §7º) “São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.” Essa hipótese é denominada inelegibilidade reflexa, porque incide sobre terceiros. Assim temos: I – o cônjuge, parentes e afins até o segundo grau do Prefeito não poderão candidatar-se a vereador ou Prefeito do mesmo município; II – o cônjuge, parentes e afins até o segundograu do Governador não poderão candidatar-se a qualquer cargo no estado (vereador, deputado estadual, deputado federal e senador pelo próprio estado e Governador do mesmo estado); III – o cônjuge, parentes e afins até o segundo grau do Presidente da República não poderão candidatar-se a qualquer cargo eletivo no País. Cabe ressaltar que se aplicam as mesmas regras àqueles que tenham substituído os Chefes do Executivo dentro dos seis meses anteriores ao pleito eleitoral. A súmula 18 do STF diz que a dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no art. 14, §7º, CF. Por disposição expressa da CF, a inelegibilidade reflexa não é aplicável na hipótese de o cônjuge, parente ou afim já possuir mandato eletivo, caso em que poderá candidatar-se à reeleição, ou seja, candidatar-se ao mesmo cargo, mesmo que dentro da circunscrição de atuação do Chefe do Executivo. É o caso, por exemplo, de parente ou afim de Governador de Estado, que poderá disputar reeleição ao cargo de deputado ou de senador por esse estado, se já for titular desse mandato nessa mesma jurisdição. Segundo TSE, se o Chefe do Executivo renunciar seis meses antes da eleição, seu cônjuge, parentes ou afins até segundo grau poderão candidatar- se a todos os cargos eletivos da circunscrição. Exemplificando: irmão do Governador de Estado poderá candidatar-se a deputado federal, senador da República, deputado estadual, Prefeito ou vereador, desde que haja renúncia do Governador ao seu mandato nos seis meses anteriores ao pleito eleitoral. Ainda o cônjuge, os parentes e afins são elegíveis até mesmo para o próprio cargo do titular, quando este tiver direito a reeleição e houver renunciado até seis meses antes do pleito eleitoral. Essa situação ocorreu nas eleições para Governador de Estado do RJ em 2002. O Governador Garotinho, que tinha direito a reeleição, afastou-se do cargo nos seis meses anteriores ao pleito eleitoral para assegurar a legitimidade da candidatura, para o período subsequente, de sua esposa Rosinha, que veio efetivamente a ser eleita Governadora do Estado do RJ. C) CONDIÇÃO DE MILITAR (ART. 14, §8º) O militar é alistável, podendo ser eleito. Porém, é vedado ao militar, enquanto estiver em serviço ativo, estar filiado a partido político (art. 142, §3º, V, CF). Assim, em face da vedação à filiação partidária do militar, o TSE firmou entendimento de que, nessa situação, suprirá a ausência da prévia filiação partidária o registro da candidatura apresentada pelo partido político e autorizada pelo candidato. Atendida essa formalidade, o militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: I – se contar menos de 10 anos de serviço deverá afastar-se da atividade; II – se contar mais de 10 anos de serviço será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. D) PREVISÕES EM LEI COMPLEMENTAR (ART. 14, §9º) A CF deixa expresso que as hipóteses de inelegibilidade relativa previstas no texto constitucional não são taxativas, podendo ser criadas outras, desde que por meio de lei complementar da União, editada pelo Congresso Nacional. 4. PERDA E SUSPENSÃO – art. 15, CF O cidadão pode, em situações excepcionais, ser privado, definitivamente ou temporariamente, dos direitos políticos, o que importará, como efeito imediato, na perda da cidadania política. A privação definitiva denomina-se perda dos direitos políticos; a privação temporária denomina-se suspensão dos direitos políticos. A CF não permite, em nenhuma hipótese a cassação dos direitos políticos. A vedação expressa à cassação de direitos políticos tem por fim evitar a supressão arbitrária, normalmente motivada por perseguições ideológicas, dos direitos políticos, pratica presente em outros momentos da vida política brasileira. Os incisos I e IV diz respeito à perda dos direitos políticos e os incisos II, III e V diz respeito à suspensão dos direitos políticos. No caso do inciso IV em que a perda dos direitos políticos é devido à recusa de cumprir obrigação imposta a todos ou de medida alternativa é quando o homem precisa fazer o alistamento militar, para não fazer ele pode alegar três motivos: incapacidade de consciência, convicção religiosa e convicção filosófica, alegado um desses motivos será imposta uma medida alternativa, mas se mesmo assim o indivíduo não fizer haverá a perda dos direitos políticos. 5. IMPUGNAÇÃO DE CANDIDATURA E A ALTERAÇÃO DO PROCESSO LEGISATIVO – ART. 14, §10, §11 E ART. 16 A diplomação é quando a pessoa que ganhou as eleições vai ao Fórum Eleitoral e retira um certificado de que ganhou as eleições para aquele determinado cargo. Após a diplomação tem um prazo de 15 dias para apresentar a ação de impugnação, na qual irá alegar algum tipo de inelegibilidade. Nesse caso a Justiça Eleitoral deverá agir rápido para quando houver a posse ser a pessoa certa. A ação de impugnação ocorre em sigilo e é gratuita (não precisa pagar custas, exceto se ficar comprovado que o autor agiu de má-fé). A CF estabelece que todo lei modificativa do processo eleitoral, publicada no período de 1 ano antes das eleições, deve ter sua eficácia adiada para o pleito subsequente. O fundamento é impedir alterações casuísticas no processo eleitoral, capazes de romper a igualdade de participação de seus candidatos e dos partidos políticos. O STF consagrou o entendimento de que o princípio da anterioridade eleitoral é garantia individual do cidadão – eleitor e, portanto, cláusula pétrea, cujo desrespeito viola outras garantias individuais, como os princípios da segurança jurídica (art. 5º, CF) e do devido processo legal (art. 5º, LIV, CF). 6. PARTIDOS POLÍTICOS – ART. 17, CF Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado, cuja existência começa com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, momento em que adquirem personalidade jurídica. O partido tem suas peculiaridades e tem como função conquistar o poder, vencer as eleições e assumir os poder político de um país. A CF assegura a liberdade de criação, fusão, incorporação e extinção dos partidos políticos independentemente de autorização do Estado. - criação: surge um partido novo; fusão: dois partidos se unem e faz surgir um terceiro partido; incorporação: é quando um partido menor se junta a um partido maior; extinção: é o que chamamos de criação negativa, o partido deixa de existir. Além do respeito à soberania nacional, ao regime democrático, ao pluripartidarismo e aos direitos fundamentais da pessoa humana, devem ser observados os seguintes preceitos: I – caráter nacional: deve representar todo o país e não só uma parte; II – proibição de recebimentos de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes: isso é para garantir a soberania nacional; III – prestação de contas à Justiça Eleitoral IV – funcionamento parlamentar de acordo com a lei Os partidos políticos têm autonomia partidária para dispor sobre: a criação do regimento interno, organização, funcionamento e tesouraria; quem vão ser os candidatos para eleição; adotar critérios para a escolha de candidatos. A CF prevê que o Estatuto dos partidos políticos devem ter cláusulas de disciplina e fidelidade partidária, ou seja, significa que a pessoa que se filiou a determinado partido deve respeitar o que o partido impõe, e se vencer fica submetido ao partido também. 6.1. Fidelidade partidária Os partidos políticos tem o direito de preservar a vaga obtida pelo sistema proporcional (Deputados Federais, Estaduais, Distritais e Vereadores), quando houver pedido de cancelamento de filiação partidária ou de transferência do candidato eleito por um partido para legenda diversa. Em relação aos cargos de presidente, governador, prefeitoe senador, por ter a eleição diversa da do sistema proporcional, STF diz que “a perda do mandato em razão da mudança de partido não se aplica aos candidatos eleitos pelo sistema majoritário, sob pena de violação da soberania nacional”. Existem cinco motivos que levam a saída partidária: o partido foi extinto; houve o desmembramento; houve a criação de um novo partido político; incompatibilidade ideológica e a alegação de perseguição interna. Dessa forma, a regra é que se sair do partido o mandato fica com ele, e quem assume é o segundo mais votado para aquele cargo do mesmo partido. 6.1.1. Sistema majoritário É o modelo mais simples e mais antigo. Nele são eleitos, em um determinado território, os candidatos que obtiverem o maior número de votos, a sua característica é o princípio majoritário. A maioria absoluta exige que o candidato obtenha mãos de 50% dos votos para ser eleito, caso nenhum deles consiga alcançar este percentual, faz- se um segundo turno de eleição. A CF adota esse sistema nas eleições para cargos do Poder Executivo (presidente, governador estadual e distrital e prefeito de município com mais de 200.000 eleitores – art. 29, II, CF). A maioria simples é adotada quando exige do candidato apenas que obtenha o maior número de votos para que possa se eleger. Nesse caso, o voto se realizada em apenas um turno e é utilizado para as eleições do senado e para prefeito de município com até 200.000 eleitores – art. 29, II, CF. 6.1.2. Sistema proporcional É utilizado nas eleições para o Legislativo e tem como finalidade permitir que todos os partidos sejam representados no Parlamento na proporção mais próxima possível do número de votos obtidos. É utilizado nas eleições para a Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas, Câmara Legislativa e Câmaras Municipais. 7. DIREITOS E VEDAÇÕES – ART. 17, §3º E §4º Os direitos são (art. 17, §3º): I – tem direito aos recursos do fundo partidário; II – acesso gratuito ao rádio e à televisão; A vedação é (art. 17, §4º): I – utilização de partidos políticos de organização paramilitar ORGANIZAÇÃO DO ESTADO 1. FEDERAÇÃO – ART. 18, §1º, CF A federação é formada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, e a união de todos estes entes é indissolúvel, caso algum deles tente deixar essa união, irá sofrer uma intervenção federal. Devemos lembrar que todos eles juntos formam a República Federativa do Brasil, assim como preceitua o art. 1º da CF, e mesmo a soberania pertencendo à República Federativa do Brasil todos possuem autonomia. A federação brasileira possui cinco características: I – Dois planos harmônicos de governo: um governo federal e os governos estaduais; II – Para o direito internacional, a federação é um Estado unitário: os Estados estrangeiros só tem relação com o governo federal e para eles não existem os governos estaduais. Agora no plano interno da federação brasileira ela é plural, pois possui vários estados; III – No judiciário a Federação tem uma corte suprema com duas funções (equilíbrio federativo e garantir a ordem constitucional): o equilíbrio federativo é solucionar os conflitos entre os estados para que não ajam disputas e garantir a ordem constitucional é guardar a constituição; IV – Legislativo da Federação é bicameral: existe uma casa que representa o povo (câmara dos deputados) e outra que representa as unidades da federação (senado federal); V – Adota o princípio Federativo, Republicano e o mecanismo da intervenção federal: a CF em seu art. 18 diz que a capital é Brasília, lembrando que esta é cidade e não município. Ela foi construída para abrigar os poderes federais. 1.2. Vedação – ART. 19, CF I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar- lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; Pode haver colaboração um com o outro, por exemplo, a igreja não paga impostos, mas ajuda o estado com educação (adventista, PUC) e saúde (pastoral). II - recusar fé aos documentos públicos; III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. No último caso deve-se aplicar o princípio da isonomia, ou aplica igual para todos ou não aplica para ninguém. 1.3. Repartição de competências Como todas essas pessoas são autônomas, temos que evitar o confronto entre elas, devemos dizer o que cada um pode ou não fazer. Fazemos isso com base no principio da predominância dos interesses. O interesse é predominante e não exclusivo, ou seja, deve-se analisar qual a pessoa em que o interesse dela predomina. Os assuntos de interesse nacional/geral é responsabilidade da União, os assuntos de interesse regional é responsabilidade do estado competente e os assuntos de interesse local é responsabilidade do município competente. 2. UNIÃO 2.1. Natureza jurídica A União é entidade federativa autônoma em relação aos estados – membros e municípios. É pessoa jurídica de direito público interno, cabe a União exercer as prerrogativas da soberania do Estado brasileiro, quando representa a República Federativa do Brasil nas relações internacionais. Trata- se de atribuição exclusiva da União, pois os demais entes integrantes da Federação não dispõem de competência para representar o Estado Federal brasileiro frente a outros estados soberanos. Mas, lembre-se, a União somente representa o Estado Federal nos atos de Direito Internacional. Quem efetivamente pratica atos de Direito Internacional é a República Federativa do Brasil, juridicamente representada por um órgão da União, que é o Presidente da República que acumula duas funções, a de chefe de estado e chefe de governo. 2.2. Competências – arts. 21, 22, 23 e 24 A União possui competência legislativa (criar leis) e administrativa (executar as leis). Assim, a União possui uma competência exclusiva dela (art. 21, CF) e outras que ela divide com os estados – membros e os municípios (arts. 22, 23, 24). Para estabelecer essas competências utilizou-se o princípio da predominância dos interesses, ou seja, devemos analisar qual é o interessado em que o interesse predomina. 2.2.1. Competência exclusiva – art. 21 O art. 21, CF estabelece a denominada competência exclusiva da União. Trata-se de competências administrativas, nas quais a União deverá atuar com absoluta exclusividade, não havendo, se quer autorização constitucional para a delegação a outros entes federativos. Sua principal característica é a indelegabilidade. 2.2.2. Competência privativa – art. 22, CF Trata-se de competências legislativas privativas da União, para a edição de normas sobre as matérias do art. 22. Porém, é possível que os estados e o Distrito Federal venham a legislar sobre questões específicas das matérias do art. 22, desde que a União delegue competência, por meio de lei complementar (art. 22, §ún.). Ao contrário da competência administrativa exclusiva, a marca da competência legislativa privativa da União é a sua delegabilidade aos estados e ao Distrito Federal. 2.2.3. Competência comum – art. 23, CF Esse artigo enumera as matérias integrantes da denominada competência comum. É uma competência administrativa, consubstanciada na outorga à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios de poder para atuar, paralelamente, sobre as respectivas matérias. Todos os entes federativos exercem-na em condições de igualdade, sem nenhuma relação de subordinação. A fim de evitar conflitos e superposição de esforços no âmbito da competência comum, a CF determina que leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União, estados – membros, Distrito Federal e municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem – estar em âmbito nacional (art. 23, §ún.). 2.2.4. Competência legislativa concorrente– art. 24, CF Conforme o parágrafo primeiro desse mesmo artigo, a competência da União limita-se a estabelecer normas gerais. A atuação da União, fixando as normas gerais, não exclui a atuação suplementar dos estados e do Distrito Federal (art. 24, §2º). Assim, fixadas as normas gerais pela União, caberá aos estados e ao Distrito Federal complementar a legislação federal, tendo em vista as peculiaridades regionais, por meio de expedição de normas específicas estaduais e distritais. É a chamada competência suplementar dos estados – membros e do Distrito Federal. Porém, a competência suplementar dos estados e do Distrito Federal não é dependente da expedição de normas gerais pela União. Caso esta não venha a editar a lei de caráter geral, os estados e o Distrito Federal exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades (art. 24, §3º). No entanto, a competência legislativa plena não é definitiva, tampouco o seu exercício afasta o poder da União para ulterior fixação de normas gerais sobre a matéria. Determina a CF que a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia de lei estadual, no que esta for contraria àquela (art. 24, §4º). Os municípios não foram comtemplados com a possibilidade de legislar concorrentemente com os demais entes federativos na regulação das matérias enumeradas no art. 24, CF. 2.3. BENS DA UNIÃO – art. 20, CF “Art. 20. São bens da União: I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos; II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei; III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais; IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as áreas referidas no art. 26, II; IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva; VI - o mar territorial; VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; VIII - os potenciais de energia hidráulica; IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré- históricos; XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. § 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração. § 2º A faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei.”. 2.4. INTERVENÇÃO FEDERAL – art. 34 e art. 36 A CF admite o excepcional afastamento da autonomia política, por meio da intervenção de uma entidade política sobre outra, diante do interesse maior de preservação da própria unidade da Federação. No Brasil, somente podem ser sujeitos ativos da intervenção a União e os estados – membros, não é possível a intervenção praticada por município ou pelo Distrito Federal. A União tem competência para intervir nos estados e no Distrito Federal. Em hipótese alguma a União intervirá em municípios localizados em estado – membro. A União só dispõe de competência para intervir diretamente em município se este estiver localizado em Território Federal (art. 35, CF). Os estados são competentes unicamente para a intervenção em municípios situados em seu território. A intervenção (federal ou estadual) somente poderá efetivar-se nas hipóteses previstas na CF, pois, representa medida excepcional, em virtude da autonomia política dos entes federados, denominado princípio da intervenção mínima (arts. 34 e 35). A decretação de intervenção é um ato político, executado sempre, exclusivamente, pelo Chefe do Poder Executivo (Presidente da República ou Governador de estado). A intervenção federal poderá ocorrer de maneira espontânea (de ofício) ou provocada. 2.4.1. Intervenção federal espontânea São as hipóteses em que a CF autoriza que a medida seja efetivada diretamente pelo Chefe do Executivo, e por sua própria iniciativa. O Chefe do Executivo, dentro de seu juízo de discricionariedade, decide pela intervenção e, de ofício, a executa, independentemente de provocação de outros órgãos. Assim, são hipóteses de intervenção espontânea: I – PARA A DEFESA DA UNIDADE NACIONAL Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: I - manter a integridade nacional; II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; II – PARA A DEFESA DA ORDEM PÚBLICA Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; III – PARA A DEFESA DAS FINANÇAS PÚBLICAS Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: 2.4.2. Intervenção federal provocada É quando a medida depende de provocação de algum órgão ao qual a CF conferiu tal competência. Nessas hipóteses não poderá o Chefe do Executivo tomar à iniciativa e executar, de ofício a medida. A intervenção dependerá de manifestação de vontade do órgão que recebeu tal incumbência. Segundo a CF, a provocação poderá dar-se por solicitação ou requisição. Nos casos de solicitação, entende-se que o Chefe do Executivo não estará obrigado a decretar a intervenção. Ao contrário, diante de requisição, o Chefe do Executivo não dispõe de discricionariedade, ou seja, estará obrigado a decretar a intervenção. A provocação mediante requisição está no art. 34, IV (requisição do STF), VI (requisição pelo STF, STJ OU TSE), VII (requisição do STF). A provocação mediante solicitação está prevista no art. 34, IV, na defesa dos Poderes Executivo ou Legislativo. Nas hipóteses de intervenção provocada, são os seguintes os órgãos que receberam a incumbência constitucional de iniciar o processo interventivo: I – Poder Legislativo (assembleia legislativa estadual ou Câmara legislativa do Distrito Federal) ou Poder Executivo local (governador de estado ou do Distrito Federal) Na hipótese de garantir o livre exercício de qualquer dos poderes nas unidades da federação (art. 34, IV), esses poderes locais solicitarão ao Presidente da República a intervenção federal. Nesse caso, a solicitação do Poder Legislativo ou Executivo local não vincula o Presidente, uma vez que se trata de intervenção federal provocada mediante solicitação. II – STF Caso o Poder Judiciário local esteja sendo coagido (art. 34, IV), caberá ao STF requisitar a intervenção federal ao Presidente, que estará obrigado a decretá-la, pois é uma intervenção provocada mediante requisição. III – STF, STJ ou TSE No caso de desobediência à ordem ou decisão judicial (art. 34, VI), a intervenção dependerá de requisição de um desses tribunais ao Presidente, de acordo com a origem da decisão
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