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TCC- Prematuridade, fator desencadeante da perda laboral em cargos executivos de mulheres da Região Metropolitana de POrto Alegre

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Prematuridade, fator desencadeante da perda laboral em cargos executivos de mulheres da Região Metropolitana de Porto Alegre- RS
 Ruthe Pastório de Moura[footnoteRef:1] [1: Acadêmica do curso de Psicologia. Faculdades Integradas de Taquara/RS (FACCAT). E-mail: ruthemoura@sou.faccat.br.] 
 Letícia Oliveira Horn[footnoteRef:2] [2: Mestre em Psicologia. Docente do Curso de Psicologia. Faculdades Integradas de Taquara/RS (FACCAT). E- mail: leticioliveira@faccat.br] 
Resumo
O artigo apresenta reflexões acerca das perdas laborais de mulheres que tiveram parto prematuro, compreendendo quais os desafios encontrados pelas entrevistadas para conciliar o trabalho, a família e a vida social, e sentimentos frente à chegada de um bebê pré-termo. Foi realizada uma pesquisa qualitativa, empregando-se a técnica de entrevista semiestruturada com cinco mulheres moradoras da região metropolitana de Porto Alegre. Todas as entrevistadas tiveram alguma perda laboral, diferenciando-se conforme cada situação. Todas percebem o despreparo da sociedade e do mercado de trabalho em relação à compreensão dos processos relacionados à maternidade, principalmente quando a gestação não se dá a termo. Há uma urgência para mudança na lei que regulamenta a licença-maternidade para mães prematuras, visto que muitas mães acabam perdendo seu direito à licença em casa, com seus bebês, em função das internações. Além disso, há a necessidade de um melhor acolhimento às mães quando retornam ao mercado de trabalho, no sentido da flexibilização de horários e conciliação da maternidade e carreira. 
Palavra chave: Parto prematuro, vida laboral, mulher contemporânea.
1. Introdução	
 
 A mulher contemporânea tem assumido diferentes papéis na sociedade: estudante, profissional, mãe, dona de casa e esposa (RAMALHO; FIGUEIREDO, 2013) e ser multifuncional nem sempre é fácil, principalmente quando se trata de conciliar trabalho e família. ( DUARTE; CARMO; LUZ, 2008; ALBERTUNG, STENGEL, 2016). Pinsky (2011) defende que a mulher foi vista muito tempo pela sociedade como o sexo frágil no que diz respeito a seus direitos, impactando nas relações no mercado de trabalho. Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP (2015) apontam que a maior frequência no nível superior é predominantemente feminina, uma conquista que não resulta necessariamente em melhores salários e nem em diminuição de cargas extras de trabalho, pois as mulheres continuam absorvendo a maior parte das atividades e obrigações domésticas, além de cuidados com os filhos (MARUANI; HIRATA, 2003; SILVA; OLIVEIRA, 2014).
 As características de cuidadora, acolhedora e protetora são atributos da mulher que estão atrelados ao seu papel maternal. Esses atributos não estão ligados somente à responsabilidade no cuidado com os filhos, mas na atribuição intrínseca de acolher o outro, assumindo, assim, um papel de cuidadora de seus familiares, consolidando o modelo histórico das famílias tradicionais (NOGUEIRA, 2004). Nesse sentido, a maternidade ocupa uma das funções da dupla jornada de trabalho da mulher. Para Bruschini (2007), essa é uma responsabilidade que continua sendo até hoje um dos fatores que mais interfere na inserção e permanência da mulher no mercado de trabalho, pois, quanto menor forem os filhos, mais horas do dia da mulher eles consomem. 
 A mulher contemporânea vive uma realidade em que ela se divide entre a vontade e o desejo de construir sua história, ser mãe e acompanhar o crescimento dos filhos e a conciliação com a carreira. Porém, muitas não têm a ajuda externa que necessitaria para ocupar esses papéis, o que gera conflitos e culpas (MALUF; KAHHALE, 2010).
 
1.1 Mulheres e Mercado de Trabalho
 
 O perfil da mulher no mercado de trabalho tem sido marcado pelas mudanças que ocorreram na sociedade a partir do século XIX, principalmente após as grandes guerras, onde o mundo se viu impelido a recorrer à mão de obra feminina para suprir as perdas de homens com as guerras (NOGUEIRA, 2004; BRUSCHINI; LOMBARDI, 2016; MAGALHÃES; SILVA, 2010; PROBST, 2003). A partir disso, surgiu também a necessidade das mulheres em se qualificarem e buscarem capacitação profissional. A qualificação profissional e a busca por cursos e universidades ampliam as possibilidades da entrada e permanência da mulher no mercado de trabalho (BRUSCHINI; LOMBARDI, 2003).
 As idiossincrasias do mercado de trabalho para a mulher diferenciam-se, quando se trata de gênero, tanto em escolarização quanto em salários. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), mulheres com curso superior recebem salários em média 40% menores que os homens, mesmo tendo mais anos de estudo. Isso demonstra que, mesmo que as mulheres tenham revertido a desigualdade de gênero em muitas áreas, elas não conseguiram eliminar a desigualdade. Isso demonstra um longo caminho ainda a ser percorrido na garantia de direitos para as mulheres (ALVES; CAVENAGHI, 2013).
 Dentre os fatores ligados à participação da mulher no mercado de trabalho, que as caracterizam como profissional da contemporaneidade pode ressaltar a sobrecarga de trabalho imposta sobre a mulher. Ainda hoje, todo o trabalho doméstico está sob sua responsabilidade e, mesmo que elas não o façam, têm a função de supervisioná-los, além do trabalho e cuidado com os filhos, configurando, no mínimo, uma tripla jornada de trabalho (SANTANA, 2006; SILVA; OLIVEIRA, 2014). Responsável pela maior carga horária, a mulher desdobra-se em múltiplos papéis, ficando evidente a sobrecarga do trabalho em relação ao homem, restringindo suas aspirações e conquistas (PEREZ, 2001).
 No caminho para o empoderamento feminino no mercado de trabalho, a mulher necessita ter capacidade de se renovar, ser criativa, lidar com os problemas do outro e criar alternativas de resolver seus próprios conflitos (ALVES; CAVENAGHI, 2013; MALUF, 2012). Nesse universo do trabalho, está também aquela mulher que abre mão da maternidade para se dedicar exclusivamente à carreira profissional e aos estudos (MANCINI, 2005). Essa escolha pode ser consciente e pensada ou pode ser motivada pela falta de valorização da maternidade como um papel importante na vida laboral. Isso se deve à insegurança de algumas organizações na contratação da mão de obra feminina devido ao medo de perder suas funcionárias temporariamente para a maternidade (SILVA, 2005).
 Pesquisas do IBGE (2010) ainda apontam o trabalho doméstico e cuidado com os filhos uma atribuição exclusiva da mulher, sendo as percepções e mudanças na sociedade em relação ao lugar do homem e da mulher ainda serem definidos pelos moldes arcaicos da sociedade, em que o cuidado dos filhos e as tarefas do dia a dia pertenciam ao comando das mulheres e restava aos homens à função de auxiliar no desempenho desses papéis (WAGNER et al., 2005).
 No modelo tradicional da família brasileira, a mulher era educada para constituir uma família e ter filhos logo que realizava o matrimônio. Hoje, os pais incentivam sua profissionalização e seu crescimento profissional, uma mudança de paradigma que leva a mulher a postergar o exercício da maternidade, adiando em função da preocupação com sua carreira (BARBOSA; ROCHA-COUTINHO, 2007).
 A contemporaneidade desenvolveu um ambiente de ruptura entre passado e o presente, oportunizando a colocação da mulher no contexto organizacional em que ela está vivendo uma incoerência. Se de um lado ela assume o seu próprio controle e se isenta da procriação para dedicar-se a carreira, de outro, ela preserva os valores de ser esposa, educadora e mãe, adiando o processo da maternidade, mas não abrindo mão dele (MALUF; KAHHALE, 2012).
 Segundo Minuchin e Nichols (1995), a interação do indivíduo com o ambiente em que está inserido modificao seu comportamento. Dessa mesma forma, a interação da mulher com sua família modifica-se dependendo da relação e interação que ela tem com esta. A qualidade das relações afetivas entre a mulher e os membros que integram suas relações familiares, principalmente os filhos que são dependentes de uma dedicação mais intensa para a construção do seu desenvolvimento saudável, modificam-se na construção do tempo que ela dedica ao cuidado e afeto dispensado aos filhos (BORSA; DIAS, 2007).O tempo dispensado pela mulher no cuidado dos filhos é fundamental na construção e desenvolvimento de suas personalidades (PEREZ, 2001). Bolby (1989) destaca em sua teoria do apego que crianças que vivenciam um apego seguro com suas mães tornam-se indivíduos sociais estáveis, ao contrário das crianças que não estabeleceram uma relação mais próxima com a mãe, que se tornam crianças afastadas e agressivas. Esse conceito retrata a importância de um tempo maior da mãe no cuidado e educação dos filhos.
 Das ampliações sobre o conceito de sua própria feminilidade, a imagem antes frágil da mulher, presa na sua própria intimidade e aos cuidados da prole, ganha hoje outros significados que fazem dela um ser em constante construção, buscando seu desenvolvimento e realizações do seu empoderamento e das suas potencialidades (MALUF; KAHHALE, 2012).
1.2 Gravidez, Parto Prematuro e Trabalho
 A carreira da mulher tem levado também a outro fenômeno, maternidade tardia e, paralelo a isso, os partos prematuros vem crescendo substantivamente em países desenvolvidos e subdesenvolvidos como mostram os dados do Ministério da Saúde, que apontam taxa de prevalência de prematuridade no Brasil entre 6,4 a 9%, no Canadá e Austrália os indices variam entre 6 a 10%, nos Estados Unidos, os índices variam entre 10 e 12,8% de parto prematuro e vêm aumentando significativamente a cada ano, enquanto que no Brasil os índices vêm se mantendo estáveis (BITTAR; ZUGAIB, 2009). 
 Para Bittar e Zugaib (2009), a caracterização do parto prematuro acontece quando a mulher grávida entre a 20ª semana completa até a 37ª semana incompleta entra abruptamente em trabalho de parto, gestando o recém-nascido com 37 semanas ou menos da data prevista para uma gestação pré-termo. Parto que, se não fossem as contribuições dos avanços tecnológicos da neonatologia, que asseguram atualmente a sobrevivência dos recém-nascidos imaturos, ocasionariam um epílogo de interrupção involuntária da gravidez (BOTELHO, 2013).
 Alguns fatores são vistos como influenciadores no processo de nascimento pré-termo. Bittar e Zugaib (2009) organiza esses fatores em seis categorias: fatores epidemiológicos, obstétricos, ginecológicos, clínicos cirúrgicos, genéticos e latrogênicos. Dentre os fatores que conferem maiores risco para a ocorrência do parto pré-termo está a gravidez gemelar, os sangramentos persistentes que costumam ocorrer dentro do segundo trimestre de gestação e a história de parto prematuro espontâneo (BITTAR; ZUGAIB, 2009; RAMOS e CUMAN, 2009).
 O parto prematuro pode estar relacionado com o histórico anterior ao período gestacional da mãe, com as mudanças no estilo de vida, alterações uterinas, variação nas infecções e o aumento no nível de estresse (GILBERT; HARMON, 2002). Não é demais salientar que o estresse e ansiedade da mãe são aliados a complicações na gravidez, induzindo o parto prematuro e o baixo peso no nascimento do bebê, levando em consideração que as relações entre o processo de gravidez e a vivência da ansiedade estão interligados e não devem ser negligenciado pelas mães, familiares e sua rede de apoio e cuidados (SOARES, 2001).
 A gravidez é um processo que se estende por volta de 40 semanas, caracterizado por transformações únicas na vida da mulher. Durante esse período, a mulher passa por grandes transformações biológicas, sociais e pessoais, momento que a faz entrar em contato com os períodos mais arcaicos da sua natureza e que podem ser vividos de forma desordenada ou de forma intensa, sendo seu sucesso o ato da criação (BOTELHO, 2013; COLMAN; COLMAN, 1994; CANAVARRO, 2001). A gravidez é um período de intensas modificações físicas, psicológicas e sociais, exigindo um esforço completivo por parte da mulher (COLMAN; COLMAN, 1994). Segundo Canavarro (2001), a gravidez é uma fase da vida da mulher que afeta e envolve toda a sua rede relacional, com o companheiro, família e o meio social. Tudo está positiva ou negativamente ligado à gravidez, pois ela se estende a todos os planos, indo além do plano pessoal.
 As mudanças pessoais, biológicas e sociais que acontecem na gravidez são etapas importantes para o desenvolvimento do ciclo de vida da mulher. As mudanças podem desencadear um desequilíbrio que não será necessariamente negativo, podendo trazer resultados positivos ao seu crescimento e amadurecimento. Independente das características da sua personalidade e do seu meio cultural e social, os nove meses de gestação são um momento em que ela se prepara psicologicamente para o nascimento do filho. Um período necessário para a mulher elaborar os desafios que a maternidade traz e o os efeitos que ela causa na preparação do amadurecimento estrutural da sua personalidade (LEAL, 2001).
 As alterações de humor da mulher dentro dos nove meses de gestação podem gerar desconforto que afeta as relações da mulher com a família, no convívio social e laboral. A atividade profissional para a mulher tem impacto sobre a gravidez e maternidade, pois, atualmente, ser profissional é resultado da realização pessoal, mas também de pressão social, necessidades econômicas e apresentação de resultados (CANAVARRO, 2001).
 A pressão e sobrecarga de funções podem contribuir para o aumento do nível de estresse emocional, sendo que o estresse vivenciado pela mulher durante o período gestacional compreende grande impacto sob o seu funcionamento físico e mental (HOMER; JAMES; SIEGEL, 1990). Além de acarretar grande impacto na saúde emocional e física da mulher durante o período pré-natal, as mulheres grávidas com nível maior de estresse são duas vezes mais suscetíveis a terem um parto prematuro se comparadas com mulheres que estão com as taxas do nível e estresse mais baixas (LANDSBERGIS; HATCH, 1996).
 A exposição materna ao estresse, segundo Mulder; Medina; Huizink; Berg; Buitelaar; Visser (2002) está consequentemente ligada aos altos níveis de cortisol, noradrenalina e adrenalina, que, quando liberados em maior quantidade, podem prejudicar a saúde da gestante e do feto. O estresse na mulher grávida está associado também a abortos espontâneo, à hipertensão arterial induzida pela gravidez, ao baixo peso do bebê ao nascer, e está relacionado com o desenvolvimento do feto (MULDER et al., 2002).
 Durante o processo gestacional, além da influência hormonal, oscilação de humor, alteração da imagem corporal e a sexualidade, estão presentes os sentimentos de ambivalência das mães em relação aos seus bebês e a auto realização em outros setores, como a carreira profissional, gerando culpa e ansiedade. Essa é uma questão que tem afligido muitas mulheres modernas, julgando-se como mães inadequadas e cheias de culpa (JACOBY, 2007).
 O nascimento de um bebê prematuro provoca uma ferida na autoestima da mãe, nas suas capacidades de maternagem e no desempenho do seu papel feminino. O parto prematuro é idealizado como a perda de um membro do seu corpo, que é percebido com um ultraje à sua integridade corporal e, como sintoma da sua inferioridade interior, ele reforça o sentimento de irrealidade associada à criança que passa a ser percebida como estranha, tornando-se um ser facilmente rejeitado (KLAUS; KENNELL, 1982).
 A culpabilidade das mães prematuras ao se verem diante da realidade da UTI NEONATAL, onde se deparam com seus bebês fracos, pequenos, magros e dependentes de diversos aparelhos que o auxiliem no crescimento normal e saudável, geram na mãe uma incompletude. Os sentimentos de culpa podem gerar a ansiedade, o temor de que algo que tenhamfeito na gravidez seja a causa do nascimento antecipado do seu bebê (SCARABEL, 2011). Em uma transcrição de culpabilidade, desvalorização, sentimentos de angústias e desilusão que podem durar algum tempo até que sintam prazer em ser mães novamente, as mães prematuras questionam a sua capacidade de procriar (BRAZELTON; CRAMER, 1989). 	
 Os bebês prematuros eram considerados “fracotes”, tênues e franzinos, sendo muitas vezes abandonados e mortos sem a oportunidade de uma intervenção ou recurso médico até o século XIX. Com o avanço da medicina no final do século XX, foi possível assegurar a sobrevivência do recém-nascido e com os prolífero avanços da tecnologia na medicina especificamente na área da obstetrícia, assegura-se vanguardismo absoluto à neonatologia (BOTELHO, 2013).
 Os cuidados ao recém-nascido realizados por profissionais especializados em UTI são tidos como situações muito naturais para o contexto de sofrimento dos pais, pois eles são insistentes nos questionamentos referentes ao bebê em situação de internação, tornando incômoda a procura por informações. As informações tornam-se muito repetidas e são vistas pelos pais como uma forma de negação da informação, fazendo-se necessário uma equipe que promova uma escuta diferenciada a eles, que venha exaurir todas as dúvidas e abarcar os sentimentos envolvidos, disponibilizando apoio emocional para a família, o que são atribuições da especialidade da psicologia na equipe médica (GOMES, 2009).
 Nas fontes de dados pesquisadas, não foram encontrados artigos que pudessem embasar a interrupção do trabalho da mulher em decorrência do parto prematuro, mas foram encontradas fontes que relataram experiências vivenciadas por mulheres que tiveram que abandonar seus trabalhos e carreiras para dedicarem-se aos cuidados especiais de seus pequenos bebês em uma UTI Neonatal. Em decorrência deste fato, encontramos uma medida de lei, aprovada pelo Senado Federal Brasileiro, que amplia a licença maternidade prematura pelo período necessário do acompanhamento hospitalar da mãe ao recém-nascido sem prejuízo do período de licença da gestante, que é de 120 dias (MENEGUEÇO; ECHEVERRIA, 2015).
 A partir destes pressupostos, este artigo pretende compreender quais são os tipos de perdas laborais que a mulher enfrenta ao passar pelo parto prematuro, e como elas vivenciam este processo de conciliação das novas estruturas familiares atreladas à ruptura com o trabalho.
2.Método
 O vigente trabalho traz a abordagem qualitativa como propriedade utilizada para compreensão do fenômeno investigado. Para isso foram realizadas entrevistas em profundidade com mulheres que tiveram parto prematuro, moradoras da Região Metropolitana de Porto Alegre. A pesquisa qualitativa defere à questões mais particulares, preocupando-se com questões sociais científicas que qualificam uma realidade que não pode ser quantificada. A pesquisa qualitativa preocupa-se com a amplificação dos significados, fundamentos, interesses, certezas e relevâncias correspondentes que não podem ser reduzidas a instrumentalização de variáveis (MINAYO, 2011).
 Participaram da análise cinco mulheres e a metodologia de escolha se deu por conveniência a partir das seguintes exigências : mães de bebês prematuros, com idades até dois anos de nascimento, e que sofreram algum tipo de perda laboral em consequência do tempo dedicado ao cuidado com seu bebê na UTI Neonatal. O critério “ tempo” foi utilizado a fim de facilitar a recordação das memórias e sentimentos vividos pelas mães que tiveram parto prematuro e como este interferiu em suas carreiras.
Quadro 1: Configuração dos participantes (nomes fictícios)
	Sujeito
Amanda
Beatriz
Carolina
Dalva
Elis
	Idade
40
30 anos
40 anos
38 anos
44 anos 
	Profissão
Professora/consultora
Advogada
Arquiteta
Advogada
Gerente Sênior
	Grau de instrução
Mestrado
3°Grau
Especialização
Mestrado
3° Grau
	Idade do bebê
1 ano e 11 meses e 10 dias
1 ano e 9 meses
1 ano e 11 meses.
1 ano 11 meses e 26 dias (gêmeas)
1 ano 11 meses e 20 dias.
	Tempo de internação
76 dias
5 dias
56 dias
200 dias
97 dias
2.1.Coleta de dados
 A coleta seguiu as normas éticas que regulam as pesquisas com seres humanos- Resolução n°.466/12(CNS, 2017). Após a aprovação do Comitê de ética e Pesquisa das Faculdades Integradas de Taquara, sob o n° 446, foram empreendidas as ações para coleta dos dados. Foram seguidos todos os critérios éticos de pesquisa, sendo preservadas as identidades das participantes... As entrevistas foram gravadas, por meio de autorização e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Sucedida esta etapa, começaram-se as etapas do contato com as entrevistadas. A partir de uma rede de contatos virtual, só com mães que tiveram filhos prematuros, foi realizado convite à participação, sendo o critério para seleção final o retorno positivo das cinco primeiras mães que respondessem ao convite. Caso os dados coletados não fossem suficientes à análise, seria realizado um segundo convite.
 2.2. Análise de Dados
 As entrevistas foram gravadas e os conteúdos foram transcritos e analisados através do processo de Análise de conteúdo de Bardin (2006). A técnica de Análise de Conteúdo de Bardin se divide em: pré- análise, exploração do material coletado, tratamento dos resultados e destaque das informações para análise e compreensão das entrevistas no contexto das categorias. 
3. Análise e Discussão dos resultados
 Na descrição às características sociodemográficas, as cinco mulheres entrevistadas fazem parte da Região Metropolitana de Porto Alegre. Com relação à escolaridade, duas participantes possuem o 3° grau completo, outra possui mestrado fora do país e uma delas fez especialização fora do país. Segundo Albertuni e Stengel (2016) a população de mulheres que fazem parte do mercado de trabalho hoje, tem sua maioria ocupando cargos precários, informais e com a menor remuneração e podemos encontrar uma diferença no modelo das perdas laborais por classe social. As entrevistadas não fazem parte de uma realidade da maioria das mulheres no Brasil, pois tem como característica em suas carreiras a autonomia e a possibilidade de gerenciar seus próprios trabalhos. Mesmo assim, a vinda de um bebê fora do tempo planejado alterou significativamente a organização de suas carreiras. A média de horas trabalhada pelas mulheres entrevistadas antes e depois do parto modificou, sendo que quatro participantes mudaram para menos horas trabalhadas e uma permaneceu com a carga horária já pre-estabelecida pela organização onde trabalha (antes e após o parto), mas houve permissão para uma licença maternidade extendida para a mesma que pudesse cuidar do filho prematuro.
 A partir da análise das entrevistas emergiram três principais categorias de análise: mulher contemporânea, mercado de trabalho e parto prematuro. Dessas categorias foram descritas subcategorias, conforme descrição do quadro abaixo:
Quadro das categorias e subcategorias
	Categoria
	Subcategoria
	
1-Mulher contemporanea
	1.1 Competencias/habilidades/Aptidões
1.2 Carreira Profissional
1.3 Conciliação trabalho/família
	
 
2-Mercado de trabalho
	
2.1 Adaptação e mudanças na carga horária
2.2 Perda laboral e revisão da carreira
2.3 Diferença de gênero
	
3-Parto prematuro
	3.1Sentimentos em relação a prematuridade
 
3.2 Mudança na organização familiar
3.3 Conciliação trabalho família 
 
3.1. Categoria 1: Mulher Contemporânea
 A categoria 1 enuncia a concepção que define a mulher contemporanea como sendo multifuncional na sociedade atual. Esta categoria divide-se em três subcategorias: Competencias/ habilidades e aptidões, carreira profissional e igualdade de gênero. 
Sobre as competências, habilidades e aptidões das mulheres, subcategoria 1.1, as participantes relatam: “eu trabalho mesmo como profissional mãe e dona de casa” (Beatriz), “parece que eu nasci há 40 anos para ser mãe dele, coisa incrível ”(Carolina),”eu acho que tomei uma decisão consciente de voltar para o mercado de trabalho (pós-licença maternidade)... resgatar-me depois de tanto tempo voltada a esse mundo paralelo (maternidade e dona de casa)” (Dalva). 
 Segundo Duarte, Carmo e Luz (2008) o perfil da mulher contemporânea é de ser criativa, acolhedora, protetora, mãe, esposa e profissional. O perfil da mulher tem se modificado com o passar do tempo, porém ainda é uma minoria que ocupa os cargos de niveis superiores e executivos nas organizações (PINSKY, 2011). A Subcategoria 1.2 faz referencia à prioridade que a mulher contemporânea dá à carreira, adiando a maternidade, e isso é abordado nos seguintes relatos, de mães que se dedicaram muito à formação acadêmica e profissional antes de optarem pela maternidade: “Eu comecei em 1998 e em 2008 me formei (em todas as especializações e mestrados). Em 2001 eu fiz minha primeira pós-graduação em Contratos e Reponsabilidade Civil. Em 2004 eu fiz um segundo pós-graduação em Direito Internacional, em 2005 fui para Portugal, onde fiz meu Mestrado em Direito Empresarial, em 2008 fiz outro pós-graduação em Finanças pela UFRGS, eu tenho 38 anos, sou casada, tenho três filhos: um com cinco anos e as gêmeas com um ano e onze meses” (Dalva)... “Eu sou graduada tenho curso superior completo, tenho 44 anos sou casada tenho dois filhos “( Elis). 
 Ramalho e Figueiredo (2013) definem a mulher como multifuncional por desempenhar múltiplos papéis. O resultado dos relatos das entrevistadas quanto aos múltiplos papeis que desempenham, demonstra a seguinte realidade da subcategoria 1.3 onde as entrevistadas expõem sobre a autonomia para dedicar-se ao trabalho: “a gente tem que ter mais disposição, estar correndo sempre atrás, a gente tem as coisas de casa para fazer e tudo mais”... (Beatriz). O mais difícil é conciliar esposa tá, praticamente eu passei uma semana inteira sem dormir eu e meu marido e isso mexeu muito com nossa relação ““... (Amanda). Estes depoimentos retratam a realidade das mulheres, pois são elas que continuam absorvendo maior parte das atividades e obrigações domésticas, além do cuidado com os filhos (MARUANI; HIRATA, 2003; SILVA; OLIVEIRA, 2014). 
 Para Bruschini (2007) a maternidade continua sendo uma das atividades que compõem a dupla jornada da mulher é com os filhos que a mulher desprende mais tempo: “eu vou deixar eles na casa da minha mãe, que amanhã de manhã eu vou dar uma consultoria, pra mim é bem tranquilo, pra eles também, eles adoram ficar com minha mãe...” (Amanda), “elas saíram do hospital com homecare (cuidados de enfermagem a domicílio), eu tive técnicas trabalhando lá 24 horas, eram duas técnicas de enfermagem na minha casa no regime de 12x36 horas (...) hoje quando eu saio de casa elas ficam com uma técnica, com uma babá que é minha funcionária e a empregada que também dá suporte e eu acho que tenho uma estrutura pronta para receber e coordenar (...) eu aprendi a delegar porque na NEO (internação na UTI) a gente é obrigada a delegar e a confiar na equipe que vai cuidar do teu filho durante a noite, tu não dorme lá, tu fica algumas horas e vai pra casa e eu fui treinada pra fazer isso, pra ficar algumas horas e ir pra casa. Aí eu aprendi a curtir só a parte boa das crianças”... (Dalva). Podemos observar que a mulher desenvolveu estratégias no cuidado com os filhos para poderem usufruir da sua liberdade de escolha e retorno para o trabalho, dando seguimento e construção a sua história, conciliando o papel de profissional e o papel de mãe.
 
3.2 Categoria 2: Mercado de Trabalho
 
 A qualificação profissional possibilitou a entrada e a permanência da mulher no mercado de trabalho (LOMBARDI e BRUSCHINI, 2003). “Trabalho como advogada e agora sou autônoma e faço meu horário. Não tenho mais uma carga horária pré-definida, pois precisei priorizar a maternidade”... (Beatriz). “Eu reduzi um pouco a minha carga horária, mas não foi drástica a mudança”... (Carolina). “Eu fazia muitas horas, eu fazia mais de 120 horas por mês, mas dava uma média de 120, alguns meses mais, bem mais, hoje eu tenho uma meta de trabalhar 30 horas por mês... (Dalva).” Eu compenso a minha falta de outras maneiras, em outros horários. Eu trabalho de madrugada de noite, trabalho no horário que tiver que fazer. Até final de semana para poder compensar. Mas o meu trabalho me permite isso. “A empresa na qual trabalho, me dá essa liberdade” (Elis). No caso da entrevistada Elis, percebe-se o quanto a empresa foi acolhedora com sua situação de maternidade pré-termo, flexibilizando horários e cumprimento de metas. O mercado de trabalho para cargos executivos mostra certa flexibilidade no formato da execução das horas trabalhadas.
 A mudança na carreira, advinda da maternidade, pode se apresentar como um fator de perda laboral, mas também como uma oportunidade de mudança de vida. Dentre os fatores que caraterizaram a mulher contemporanea como sendo multifuncional, estão às responsabilidades com o trabalho doméstico, cuidado com os filhos e sua carreira profissional, vivendo uma tripla jornada de trabalho (SANTANA, 2006; SILVA; OLIVEIRA, 2014). Neste segmento destaca-se a subcategoria 2.2 Perda laboral e revisão da carreira: “Então eu larguei tudo de uma hora pra outra, então foi de uma hora pra outra que eu tive que abandonar tudo e ficar de repouso absoluto, deitada. Então foi bem repentino, foi bem terrível pra minha vida laboral, foi uma ruptura muito grande” (Amanda). “Eu fui pra esse escritório de advocacia, depois que ele nasceu eu acabei saindo porque a gente não conseguiu se acertar, justamente porque ele nasceu antes” (Beatriz). Na fala dessas participantes a perda laboral aconteceu precedida dos fatores da prematuridade espontanêa. 
 A revisão de carreira advinda da maternidade é demonstrada na seguinte fala: ”honestamente eu estou repensando minha carreira, atualmente estou numa encruzilhada, numa indecisão, de trocar de ramo de atuação, o atual me exige muitas viagens, muita montagem fora do horário de trabalho e isso me incomoda. Para mim não tem funcionado muito bem, então estou repensando minha carreira em função disso, não digo que seja em função da prematuridade, mas em função da maternidade mesmo” (Carolina). Para Perez, (2001) a mulher se desdobra nos múltiplos papéis que desempenha, evidenciando neste relato o desejo de desacelerar com a chegada do filho, uma vez que o desejo de mudar de ramo, surge a partir do momento em que a entrevistada se encontra com outras prioridades que não são mais a carreira profissional. E neste universo do trabalho está uma mulher em constante construção, que busca seu desenvolvimento e suas realizações (MALUF; KAHHALE, 2012). 
 Pode-se observar um novo público de profissionais, criativas, inteligentes, decididas a mudar, e a fazer algo diferente, não concretizado uma perda direta, mas transformando-a numa mudança de atitude frente ao papel profissional exercido antes do parto (CARMO; DUARTE; LUZ, 2008) conforme este relato: “E quando eu decidi que ia voltar, eu decidi que ia mudar as coisas que eu fazia aqui (...) quando eu saí, eu me via como uma pessoa muito operacional, antes eu fazia atos societários do dia-a-dia das empresas, me envolvia muito com questões administrativas junto com os estagiários, estava muito concentrada no dia a dia... quando eu voltei eu decidi que eu não queria contribuir para o escritório dessa maneira, que eu queria otimizar meu tempo aqui, eu queria mudar a minha rede de contatos, transformar todos os meus contatos em contratos e decidi que era por isso que ia valer a pena deixar de ficar em casa com minhas filhas para vir trabalhar (...) que não quero mais ser alguém do operacional, eu quero ser protagonista” (Dalva). Nesse caso, houve uma ressignificação do trabalho, um novo sentido.
 Das transformações e mudanças no mercado de trabalho, podemos ressaltar o empoderamento da mulher, que tem buscado alternativas para resolver seus próprios conflitos, porém, a desigualdade de gênero aindaprepondera, questão tratada na subcategoria 2.3 sobre Diferenças de gênero (ALVES e CAVENAGHI, 2013). As entrevistadas expuseram em seus relatos sobre a desigualdade de gênero em relação ao mercado de trabalho: “ele (um diretor de uma empresa) não contratava mulheres (...) ele achava que mulheres só serviam para fazer filhos" (Amanda). Podemos observar que nem todas as conciliações são vistas da mesma forma, embora se tenham revertido a desigualdade de gênero em muitas áreas, há ainda um longo caminho a ser percorrido pra garantia de seus direitos. (ALVES; CAVENAGHI, 2013).
 Na área lar e trabalho a mulher está em constante transformação, se desprendendo do conceito de mulher frágil e presa em sua própria intimidade e ao cuidado da prole, conquistando sua independencia social e profissional (MALUF; KAHHALE, 2012): ”Acho que faz parte da minha realização pessoal, eu tive a experiência de ficar só em casa, eu tive a opção de ficar só em casa, meu marido me apoiou nisso, apesar de no início a gente ter tido várias conversas né pra ele entender a importância de eu ficar em casa e eu acho que tomei uma decisão consciente de voltar para o mercado de trabalho… (Dalva).
 Pinsky (2011), fala que a maioria das mulheres não tem seus direitos trabalhistas preservados e muitas delas ainda trabalham na informalidade: “a gente acaba que não tem os direitos preservados… (Beatriz). A mulher ainda continua sendo vista por uma parte da sociedade como o sexo frágil no que diz respeito a seus direitos (MARUANI; HIRATA, 2003; SILVA; OLIVEIRA, 2014). Por outro lado, há quem valorize os direitos femininos com igualdade, como neste relato:” meu gerente simplesmente disse: vai (cuidar do filho) e só me diz se você precisa de alguma coisa... (Elis). “Uma sociedade (negócio) é que nem casamento, na saúde e na doença leva o tempo que for, e quando eu voltei eu fiz uma nova combinação a respeito do meu volume de trabalho e o escritório aceitou esse formato de 30 horas... eles me perguntaram: quanto tempo você quer dedicar para o escritório? eles não me impuseram quanto tempo, então acho que aqui dentro a mentalidade é um pouco diferente… o meio em que eu transito, a mulher tem tido o seu lugar respeitado” (Dalva). Nesses relatos podemos analisar a confiança das organizações na contratação da mão de obra feminina, reconhecendo o potencial da mulher e que não as perderam para a maternidade, ressaltando a importância do potencial feminino em suas incorporações.
3.3 Categoria 3: Parto Prematuro
 A categoria 3 tem abordado os sentimentos vivenciados com o parto prematuro e as mudanças na organização da rotina com a chegada do bebê e a conciliação trabalho família após a adaptação do bebê com o novo profissional ou familiar contratado para auxiliar no cuidado extenso, para que a mulher possa voltar ao processo laboral.
 Durante o processo gestacional, os sentimentos de oscilação de humor, alteração da imagem corporal, sentimentos de ambivalência das mães, em relação aos seus bebês e, a autorrealização na carreira profissional, são os fatores responsáveis por gerar sentimentos de culpa nas mulheres que tiveram parto prematuro ( JACOBY, 2007). Nas narrativas, muitos destes sentimentos foram vivenciados, durante o processo de internação dos bebês na UTI pelas entrevistadas: “teve um período que pra mim foi muito ruim porque eu acho que em função da baixa imunidade eu desenvolvi um entresol muito grande no olho e eu tive que ficar 10 dias afastada da UTI”… (Carolina). “Um dos principais sentimentos que me acompanhou, especialmente nesse período foi a culpa, porque eu tinha feito isso”. O que eu podia ter feito para evitar um parto prematuro? Porque um parto com 24 semanas tinha chances muito baixas de sobrevivência e eu me considerava responsável por tudo aquilo e eu pensava: eu preciso segurar e elas precisam sobreviver porque se não eu jamais vou me perdoar, jamais vou esquecer a culpa que me acompanha… (Dalva). Esta participante faz parte de um índice, de mães que questionam sua capacidade diante da prematuridade (BRAZELTON; CRAMER, 1989).
 A vulnerabilidade das mães, associada aos cuidados realizado pelos profissionais especializados, levam a necessária discussão sobre a preparação destes profissionais, para que estes promovam uma escuta diferenciada e esclareçam as dúvidas dos pais e que englobem todos os sentimentos que estão ali envolvidos ( GOMES, 2009). Podemos evidenciar na fala desta participante, a ansiedade que ela passou diante da falta de autonomia com o seu bebê durante a internação: “a pior parte era não poder ficar com eles o tempo todo no colo... tudo tinha que pedir pra elas (técnicas), era uma função, tinha que estar pedindo o tempo inteiro: pra pegar no colo, pra dar um leite”... (Amanda). Esta outra entrevistada também relata ter se sentido fragilizada quanto ao fato de somente os pais poderem entrar na UTI Neonatal: “a gente fica muito vulnerável, muito fragilizada quanto ao fato, de somente os pais poderem entrar na NEO. Acho que nos coloca num mundo separado do restante da família. Os avós não podem entrar na NEO... Os avós só podem olhar pelo vidro”. (Dalva). As regras são impostas para que a segurança e a saúde do bebê sejam preservadas, mas é diante destes fatos e neste espaço de cuidado, que os sentimentos de desamparo, fragilidade e falta de autonomia se estabelecem.
 Para Botelho (2013) sem os avanços da ciência na área da obstetrícia, não seria possível assegurar a sobrevivência do recém-nascido, este autor nos retrata os bebês prematuros como: tênues e franzinos, retratando no início do século XIX, a situação que nasciam, sendo que muitos eram abandonados para serem mortos, pois não havia meios de sobrevivência de uma criança prematura. No século XX, a aparência dos bebês prematuros não modificou, porém modificou a perspectiva de sobrevivência, devido aos avanços tecnológicos: “e quando ganhou alta foi um pavor, é terrível, o que eu vou fazer com esses dois bebês? esses micro-bebês... porque eram muito pequenininhos”... (Amanda). Segundo Botelho (2013) o que modificou foi a tecnologia que assegura o vanguardismo absoluto da sobrevivência destes seres pequeninos .
 Na subcategoria 3.2 as mulheres relatam as mudanças na organização familiar com a chegada do bebê na constituição da nova família: “eles vieram da UTI com uma rotina de três em três horas, praticamente eu passei uma semana inteira sem dormir eu e meu marido... (Amanda)...” eu trabalho todas as tardes e duas manhãs então eu tenho três manhãs com meu filho em casa (...) eu e o meu marido dividimos bem as coisas ““… (Carolina). Das modificações nas organizações das tarefas, os papéis precisam estar coesos com o ambiente, esta participante retrata a modificação da família e do ambiente, com a chegada do mais novo morador “abandonamos a nossa vida né”? Aqui é um playground, mas é o que a gente faz eles chegam em casa, a gente não faz nada, a gente fica só em função deles. É brincar com os dois, a gente fica em função dos dois, eles dormem cedo, até a hora que eles dormem a gente está em função deles ““... (Elis). As relações afetivas entre os membros da família são importantes para o desenvolvimento saudável dos filhos e esta construção se estabelece com o tempo de dedicação, afeto e cuidado dispensado aos filhos (BORSA; DIAS, 2007).
 A mulher só adia o processo da maternidade, mas não significa que abre mão dele, e não abrir mão é enfrentar os desafios que o novo contexto familiar propõe(MALUF;KAHHALE, 2012). A multifuncionalidade é uma forma de ser mais atuante e participativa (RAMALHO e FIGUEIREDO, 2013): “a gente tem que ter mais disposição né tem que estar correndo sempre atrás, tem que se adaptar aos horários e ainda mulher; a gente tem as coisas de casa para fazer e tudo mais” (Beatriz), “eu não acho que seja um fardo assim conciliar as multitarefas e, faz parte, acho que é tranquilo, eu tenho um esquema familiar bem dividido assim”... (Carolina).
 Diante da discussão dos relatos e combase no material de pesquisa coletado, observou-se que o conceito de perdas, no mundo feminino é mais amplo e que as perdas sofridas na vida laboral com a passagem pelo parto prematuro, tem um impacto na vida como um todo da profissional, esposa e mãe. Considera-se que, mesmo com toda a mudança do mundo moderno, os cuidados com o filho prematuro ainda são uma incógnita para o contexto do trabalho. Contudo, as mulheres contemporâneas disponibilizam meios criativos e eficazes no processo de organização das tarefas da casa, cuidados com o filho e o desempenho emocional, relacional e profissional buscando conciliando da melhor forma possível a carreira profissional, de esposa e mãe.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 A partir da análise das entrevistas foi possível identificar que todas as entrevistadas sofreram perdas na vida laboral, algumas mais outras menos, com a chegada prematura dos filhos. Destaca-se também que a carreira profissional é um fator relevante na vida das mulheres, pois elas investiram tempo e juventude na construção da sua autonomia profissional, capacitaram-se e se prepararam para o mercado de trabalho, antes de optarem pela maternidade e esse processo traz uma certa estabilidade para a mulher, ao mesmo tempo que deixando a maternidade para um segundo plano, pode trazer consequências.
 Mesmo estando conscientes de suas escolhas e projetos de vida, as entrevistadas precisaram reorganizar suas carreiras após a maternidade, pois os bebês prematuros trouxeram consigo uma mudança na estrutura familiar e financeira, fazendo com que todas repensassem a organização das atividades laborais, familiares, sociais e relacionais. As mudanças na carga horária de trabalho trouxeram perdas financeiras. As atividades domésticas e cuidados com os filhos, precisaram ser divididas entre os cônjuges, familiares e profissionais contratados, pela gravidade da situação e cuidado que os bebês prematuros necessitam após a alta hospitalar e as exigências do trabalho. As prioridades nesta fase da vida levaram as entrevistadas à uma mudança de foco.
 É fundamental também um olhar para as necessárias mudanças na regulação da licença-maternidade que, no Brasil, não protege as mães com bebês prematuros. Muitas delas perdem seu direito a ficar com o bebê em casa por terem perdido todo o tempo da licença com os bebês internados em uma instituição hospitalar.Quando retornam para casa com os bebês já está no período de retornar para o trabalho. 
 Sugere-se, portanto, novos estudos e pesquisas com uma amostra significativa da população sobre os prejuízos de uma licença maternidade encurtada na vida de mães e bebês, de forma a sensibilizar as leis trabalhistas sobre melhores formas de gerenciar essas situações nas organizações de trabalho. 
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