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Língua Portuguesa para Concursos Com Glicia Kelline LÍNGUA PORTUGUESA PARA CONCURSOS COM GLICIA KELLINE LÍNGUA PORTUGUESA: 1 Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. 2 Reconhecimento de tipos e gêneros textuais. 3 Domínio da ortografia oficial. 4 Domínio dos mecanismos de coesão textual. 4.1 Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e de outros elementos de sequenciação textual. 4.2 Emprego de tempos e modos verbais. 5 Domínio da estrutura morfossintática do período. 5.1 Emprego das classes de palavras. 5.2 Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração. 5.3 Relações de subordinação entre orações e entre termos da oração. 5.4 Emprego dos sinais de pontuação. 5.5 Concordância verbal e nominal.5.6 Regência verbal e nominal. 5.7 Emprego do sinal indicativo de crase. 5.8 Colocação dos pronomes átonos. 6 Reescrita de frases e parágrafos do texto. 6.1 Significação das palavras. 6.2 Substituição de palavras ou de trechos de texto. 6.3 Reorganização da estrutura de orações e de períodos do texto. 6.4 Reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade. 7 Correspondência oficial (conforme Manual de Redação da Presidência da República). 7.1 Aspectos gerais da redação oficial.7.2 Finalidade dos expedientes oficiais. 7.3 Adequação da linguagem ao tipo de documento. 7.4 Adequação do formato do texto ao gênero. Vamos entender o que é Intelecção e interpretação? INTELECÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Na medida em que há muitos pontos que devemos elucidar, escreverei cada artigo visando a um ponto específico, para ser bastante didático e dar ao candidato uma fonte útil de informações. Um dos pontos em que a referida prova se iguala às provas de Português em geral está na parte que ela reserva à interpretação de textos. Portanto, neste momento, no que reporta a todas as provas de Língua Portuguesa (que, hoje, possuem nomenclaturas diferentes: “Linguagens, códigos e suas tecnologias”; “Comunicação”; “Conhecimentos gerais”), darei conselhos sobre intelecção e interpretação que podem ser fundamentais a quaisquer desses exames. Antes de tudo, é importante sabermos que, ao falarmos “interpretação”, muitas vezes incluímos “intelecção”. A diferença é semelhante à que existe entre ENTENDER e INTERPRETAR um enunciado. Um exemplo disso pode-se evidenciar no contraste dos seguintes enunciados abaixo apresentados, para cuja análise parto de algo que está no meu livro “Desafios da Redação” (Rio de Janeiro: Ferreira, 2012): A) “Aquela menina é bonita, mas burra”; B) “Aquela menina é burra, mas bonita”. Ora, do ponto de vista meramente intelectivo (a intelecção ou entendimento), as duas frases dizem a mesma coisa, possuem os mesmos referentes, SIGNIFICAM, pois, a mesma ideia: uma menina que possui, simultaneamente, atributos de beleza (positivo) e burrice (negativo). Não há o que se dizer mais sobre esses enunciados, se nos mantivermos no plano do entendimento, linguisticamente conhecido como PLANO DO ENUNCIADO, ou do SIGNIFICADO propriamente dito. Se partirmos para o PLANO DA ENUNCIAÇÃO (ou da SIGNIFICAÇÃO ou do SENTIDO), contudo, que é o da interpretação, pois envolve os referentes físicos somados à força locucionária presente no enunciado, podemos chegar a conclusões mais amplas. Nosso primeiro alerta, antes mesmo de prosseguirmos, é o fato de que a maior armadilha para quem vai à enunciação, subindo do simples enunciado à interpretação, está na chamada EXTRAPOLAÇÃO. Isso quer dizer que, ao interpretarmos uma enunciação, grande é o risco de irmos ALÉM do que pode ser, de fato, interpretado. Vamos ver a seguir. Ocorre que a interpretação está cheia de implícitos, que podem ter sido ali postos, COM ou SEM intenção, pelo locutor. Aliás, aqui está um primeiro perigo: é muito difícil afirmar − hábito arraigado antigamente, e por alguns candidatos ainda hoje − que o autor “quis” dizer isso ou aquilo. Não é nosso papel, numa prova de interpretação, tentarmos ser psicanalistas de um locutor, nem transformá-lo em nosso paciente. Não importa o que supostamente ele QUIS dizer, mas efetivamente o que está DITO. Podemos e devemos, apenas, ver o que foi obtido, sem irmos à esfera da intenção propriamente dita; a menos que (vale o parêntese) essa intenção esteja muito notória, caso em que cairíamos, até, numa questão de intelecção, não de interpretação. Voltando, então, à questão dos implícitos, são eles que nos dão pistas de ênfase, indiretividades, implicaturas, pressupostos ou pressuposições, inferências plausíveis, efeitos obtidos e, somente em casos muito nítidos, como foi dito há pouco, efeitos pretendidos pelo autor. Assim sendo, nos enunciados A e B acima, podemos inferir que houve ênfase, no caso A, do atributo negativo da menina (a burrice), ao passo que, no enunciado B, pode-se inferir que a ênfase foi dada à característica positiva da mesma menina (sua beleza). Essa distinção se dá no plano da enunciação (é, portanto, uma questão interpretativa), pois não está escrito (não está explícito) que o autor quis ou não quis enfatizar aspectos diferentes, tampouco a ênfase, por si só, é explícita. Mas um falante da língua, como somos, pode, por seu conhecimento de mundo e sua competência pragmática linguística, absorver essa “indiretividade”, esse implícito, esse pressuposto. Na língua, diferentemente da Matemática, a ordem dos fatores altera o produto... Extrapolaríamos a interpretação caso, por exemplo, escolhêssemos uma alternativa que contivesse a seguinte frase: “No contexto, o autor deixa clara a sua intenção de enfatizar atributos que representam antíteses”. Essa afirmação está errada porque, com ela, pretende-se chegar a uma intenção do autor que, nesse caso, não é clara, mas apenas hipotética. Com efeito, costumo dizer que, numa interpretação de textos, a mera hipótese de que algo corresponda à verdade extraída do texto já é um sinal amarelo, muito reluzente, que indica que devemos parar para ver se, de fato, aquela hipótese permanece como hipótese (HIPO-TESE = “abaixo da tese”) ou se, afinal, torna-se uma tese real. No primeiro caso, devemos excluir a alternativa, pois uma alternativa que contém uma simples hipótese parte, geralmente, das nossas especulações pessoais, e não do texto propriamente dito que devemos interpretar. Ainda relativo ao que eu vinha expondo, posso afirmar que um dos maiores inimigos para os concursandos são os conceitos e ideias que eles já levam consigo ao fazerem as provas. Com essa conduta, é muito fácil que eles acabem caindo nas arapucas armadas pelas bancas, principalmente nas questões de intelecção e interpretação de textos. Se um trecho, por exemplo, defende o nazismo, devemos enxergar essa defesa, ainda que não concordemos, pessoalmente, com ela. Nossos pontos de vista devem ser colocados em local seguro quando vamos entender e interpretar um texto, porque, no fim das contas, ele foi escrito Língua Portuguesa para Concursos Com Glicia Kelline por outra pessoa, e suas ideias podem não convergir com as nossas. Uma última dica para que os candidatos se sintam fortalecidos nas questões de intelecção e interpretação está em algumas palavras que a FCC e muitas outras bancas usam para assinalar se estão no plano do enunciado ou no plano da enunciação. Como vimos, a intelecção, ou entendimento, restringe-se a extrair do texto o que está explícito, nada além. Há palavras e frases que indicam essa solicitação por parte da(s) banca(s): “de acordo com o texto, pode-se afirmar”; “traduz-se que”; “refere-se”; “está claro que”; “pode-se substituir o segmento acima, sem prejuízo para a correção e o sentido”; além de verbos que vão muito diretamente ao assunto, geralmente no presente do indicativo (“o texto afirma que”; “aponta que”; “pelo texto, está claro que”). Com essas palavras, devemos tentar, ao máximo, apenas reescrever o que está escrito com outras palavras− usar paráfrases −, sem nenhuma modificação que acrescente emotividade, ênfase, subjetividade. Devemos observar com muita objetividade o que foi dito e apenas reproduzir essa ideia. Essas questões nos alertam que há um grande risco (e aí estará posta a armadilha) de extrapolarmos. Nosso cuidado deve ser reduplicado. Por sua vez, para indicar que se está indo ao plano da enunciação, da interpretação, dos implícitos, há palavras- chave e frases de comando que podemos apontar: “o texto ressalta”; “o trecho indica”; “enfatiza”; “assinala”; “depreende-se que”; “no contexto, deve-se entender”, “tem como sentido implícito o que enuncia o seguinte segmento”, além de, frequentemente, verbos no futuro do pretérito do indicativo (“seria adequado”; “poderia ser dito que”) e/ou advérbios de modo-tempo como “geralmente”, “frequentemente”, “muitas vezes”. Fonte:https://www.editoraferreira.com.br Compreensão e interpretação de textos é um tema que, geralmente, está presente em todos os concursos públicos. Porém, a maioria não atenta para a diferença que há entre compreensão de texto e interpretação de texto. Compreensão e interpretação de textos são duas coisas completamente diferentes. Quando o comando da questão trabalha a área de compreensão, aquela informação está no texto. Diante disso, você terá alguns enunciados básicos de questões de compreensão. Porém, se a informação estiver além do texto, fora do texto, trata-se de uma questão de interpretação. A questão é que é uma informação que, além de estar fora do texto, tem conexão com o texto. É a chamada inferência textual, dedução textual. Ao ler o texto, o leitor consegue inferir, tirar conclusões a partir de ideias que foram explicitadas no texto. Basta ao leitor passar a ter a visão qualificada e apurada de, no enunciado, conseguir visualizar e identificar, qualificar, caracterizar o comando, se é de compreensão (informação que está no texto) ou de interpretação (informação que não está no texto, mas está atrelada ao texto). • Compreensão de texto – consiste em analisar o que realmente está escrito, ou seja, coletar dados do texto. Os comandos de compreensão (está no texto) são: ü Segundo o texto... ü O autor/narrador do texto diz que... ü O texto informa que... ü No texto... ü Tendo em vista o texto... ü De acordo com o texto... ü O autor sugere ainda... ü O autor afirma que... ü Na opinião do autor do texto... • Interpretação de texto – consiste em saber o que se infere (conclui) do que está escrito. Os comandos de Interpretação (está fora (além) do texto) são: ü Depreende-se/infere-se/conclui-se do texto que... ü O texto permite deduzir que... ü É possível subentender-se a partir do texto que... ü Qual a intenção do autor quando afirma que... ü O texto possibilita o entendimento de que... ü Com o apoio do texto, infere-se que... ü O texto encaminha o leitor para... ü Pretende o texto mostrar que o leitor... ü O texto possibilita deduzir-se que... "Entenda: Enquanto a compreensão de texto trabalha com as frases e ideias escritas no texto, ou seja, aspectos visíveis, a interpretação de textos trabalha com a subjetividade, com o SEU entendimento do texto." Fonte: http://www.gramaticaparaconcursos.com/ Tipologia Textual Para entendermos mais sobre “o que é um texto” e consequentemente compreendê-lo bem, precisamos ter contato com diferentes tipos de texto, ou modos de organização do discurso. A tipologia textual trata da forma como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco tipos clássicos que aparecem em prova. Dos cinco, recomendo que domine a dissertação. Texto Narrativo e Tipos de Discurso O texto narrativo é uma modalidade textual em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Toda narração tem um enredo ou intriga – o encadeamento, a sucessão dos fatos, o conflito que se desenvolve, podendo ser linear ou não. Carcaterísticas principais: • O tempo verbal predominante é o passado. • Alguns gêneros textuais narrativos: piada, fábula, parábola, epístola (carta com relatos), conto, novela, epopeia, crônica (mix de literatura com jornalismo), romance. • Quem conta (narrador), o que ocorreu (o enredo), com quem ocorreu (personagem), como ocorreu (conflito/clímax), quando/onde ocorreu (tempo/espaço) são elementos presentes neste tipo de texto. Língua Portuguesa para Concursos Com Glicia Kelline • Foco narrativo com narrador de 1a pessoa (participa da história – onipresente) ou de 3a pessoa (não participa da história – onisciente). • Normalmente, nos concursos públicos, o texto aparece em prosa, não em verso. Tipos de Discurso Vale dizer que é extremamente comum figurar em textos narrativos determinados tipos de discurso: direto, indireto e indireto livre. Certamente você já deve ter estudado isso alguma vez na sua vida. Os tipos de discurso tratam da participação, da fala da personagem dentro da narração. Isso acontece de três maneiras: o narrador apresenta a fala da personagem pela própria personagem (discurso direto), reproduz com sua voz a fala da personagem (discurso indireto) e apresenta o pensamento da personagem no meio da narração (discurso indireto livre). No discurso direto, há a presença de alguns elementos básicos (normalmente todos aparecem): verbo elocutivo (antecipando a fala da personagem), dois-pontos, aspas ou travessão marcando a própria fala. No discurso indireto, a fala da personagem por meio do narrador aparece dentro de uma oração subordinada substantiva (normalmente objetiva direta ou subjetiva). No discurso indireto livre, a fala da personagem se insere no meio do discurso do narrador, dando a impressão de que se trata do pensamento do narrador, mas na verdade se trata do pensamento da personagem; neste caso, não há marcas linguísticas claras indicando a fala dela. O bom é que, na maioria das provas, o discurso indireto livre vem pontuado por ponto de exclamação ou interrogação. Ex.: – O professor pediu aos alunos: “Fiquem quietos”. (discurso direto) – O professor pediu-lhes que ficassem quietos. (discurso indireto) Texto Descritivo A descrição é uma modalidade de composição textual cujo objetivo é fazer um retrato por escrito (ou não) de um lugar, uma pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, um objeto, um movimento etc. Características principais: • Os recursos formais mais encontrados são os de valor adjetivo (adjetivo, locução adjetiva e oração adjetiva), por sua função caracterizadora. • Há descrição objetiva e subjetiva, normalmente numa enumeração. • A noção temporal é normalmente estática. • Normalmente usam-se verbos de ligação para abrir a definição. • Normalmente aparece dentro de um texto narrativo. • Os gêneros descritivos mais comuns são estes: manual, anúncio, propaganda, relatórios, biografia, tutorial. Texto Injuntivo A injunção indica como realizar uma ação, aconselha, impõe, instrui o interlocutor. Chamado também de texto instrucional, o tipo de texto injuntivo é utilizado para predizer acontecimentos e comportamentos, nas leis jurídicas. Características principais: • Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com verbos de comando, com tom imperativo; há também o uso do futuro do presente (10 mandamentos bíblicos e leis diversas). • Essas características são encontradas em vários gêneros textuais, como horóscopos, receitas de bolo, discursos de autoridades, manual de instruções, livros de autoajuda, leis etc. • Marcas de interlocução: vocativo, verbos e pronomes de 2a pessoa ou 1a pessoa do plural, perguntas reflexivas etc. Texto Dialogal O texto dialogal (ou diálogo, ou dialogismo) normalmente aparece dentro de um texto predominantemente narrativo para materializar o intercâmbio entre personagens (a interlocução), que vão apresentando a história através da conversa; presente no gênerodramático (peças de teatro). Características principais: • Na organização gráfica, é normal o uso de pontuação (travessões ou aspas) para indicar as falas das personagens (iniciadas por letra maiúscula), antecipada por verbo dicendi (verbo elocutivo) e dois-pontos; resumindo: discurso direto. • Pode conter marcas da linguagem oral, como pausas e retomadas. • Marcadores conversacionais: então, ora pois, pois é, bem, mas vá lá, diz lá, pronto, assim assim, e tal, não pode ser, não me digas, tipo, que tal?, não é (né)?, não é verdade?, não é assim?, não achas?, como assim?, que te parece?, e tu?, como assim?, diz quem? etc. Texto Dissertativo Antes de mais nada, o texto dissertativo pode ser expositivo ou argumentativo. Dissertação Expositiva Este tipo de texto é caracterizado por esclarecer um assunto de maneira atemporal com o objetivo de explicá-lo de maneira clara, sem intenção de convencer o leitor ou criar debate. Características principais: • Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão. • O objetivo não é persuadir, mas meramente explicar, informar. • Normalmente a marca da dissertação é o verbo no presente. • Amplia-se a ideia central, mas sem subjetividade ou defesa de ponto de vista. • Apresenta linguagem clara e imparcial. Dissertação Argumentativa Este tipo de texto – muito frequente nas provas de concursos! – apresenta posicionamentos pessoais e exposição de ideias apresentadas de forma lógica. Com razoável grau de objetividade, clareza, respeito pelo registro formal da língua e coerência, seu intuito é a defesa de um ponto de vista que convença o interlocutor (leitor ou ouvinte). Características principais: • Presença de estrutura básica (introdução, desenvolvimento e conclusão): ideia principal do texto (tese); argumentos (estratégias argumentativas: causa-efeito, dados estatísticos, testemunho de autoridade, citações, confronto, comparação, fato-exemplo, enumeração...); conclusão (síntese dos pontos principais com sugestão/solução). Língua Portuguesa para Concursos Com Glicia Kelline • Principais gêneros textuais em que se observam características desse tipo de texto: redação de concursos, artigos de opinião, cartas de leitor , discursos de defesa/acusação, resenhas... • Utiliza verbos na 1a pessoa (normalmente nas argumentações informais) e na 3a pessoa do presente do indicativo (normalmente nas argumentações formais) para imprimir uma atemporalidade e um caráter de verdade ao que está sendo dito. • Constitui-se de linguagem cuidada, com estruturas lexicais e sintáticas claras, simples e adequadas ao registro culto. • Privilegiam-se as estruturas impessoais, com certas modalizações discursivas (indicando noções de possibilidade, certeza ou probabilidade) em vez de juízos de valor ou sentimentos exaltados. • Há um cuidado com a progressão temática, isto é, com o desenvolvimento coerente da ideia principal, evitando-se rodeios. • Às vezes, usam-se elementos de primeira pessoa como recurso retórico para envolver o leitor no pensamento do autor do texto. • Os verbos normalmente se encontram no presente do indicativo ou no futuro do presente. Gênero Textual Gêneros textuais são formas diferentes de expressão comunicativa. As muitas formas de elaboração de um texto se tornam gêneros, de acordo com a intenção do seu produtor. Logo, os gêneros desempenham papéis sociais, próprios do dia a dia: telefonema, sermão, cartas (comercial, pessoal, argumentativa, oficial...), romance, conto, crônica, poema, bilhete, reportagem jornalística, aula expositiva, reunião de condomínio, notícia jornalística, horóscopo, receita culinária, bula de remédio, lista de compras, cardápio de restaurante, panfletos, charges, quadrinhos, instruções de uso, outdoor, inquérito policial, resenha, edital de concurso, piada, fábula, conversação espontânea, conferência, carta eletrônica, bate-papo por computador , apostilas, aulas virtuais etc. Portanto, não confunda tipo de texto com gênero textual. Estes são desdobramentos daqueles (mais fixos). Olhamos para um texto e dizemos que ele é do t-i-p-o dissertativo por causa de sua estrutura e de sua função, no entanto esse mesmo texto dissertativo pode se desdobrar em artigos (de opinião ou não), carta de leitor , carta de solicitação, carta argumentativa, discurso de defesa ou de acusação, resenha crítica, resumo, editorial, ensaio, seminário, conferência, palestra, verbete, resenha etc. (todos esses, gêneros textuais). Alguns gêneros textuais mais cobrados em provas são carta (argumentativa ou não), publicidade, charge, textos literários (poemas, crônicas, fragmentos de contos e romances), quadros e textos jornalísticos (notícias, entrevista, artigo de opinião, reportagem, artigos de opinião, editorial, classificados...). Fonte: A gramática para concursos públicos EXERCÍCIO Interpretação e Textualidade A originalidade e a capacidade de enxergar o mundo sob diferentes perspectivas são, sem dúvida, características dos maiores pensadores. Exemplo disso é o romeno Serge Moscovici, um dos grandes nomes da psicologia. Quando os olhares na psicologia social estavam voltados para o indivíduo, ele desenvolveu, em 1961, uma teoria que enxerga as representações sociais e as ideias a partir do coletivo e dos grupos sociais. A Teoria das Representações Sociais, como é chamada, revolucionou a ciência nessa área e, até hoje, repercute nos campos da sociologia, da comunicação e da antropologia. A importância de Moscovici para a ciência mundial foi reconhecida por dez universidades da Europa e da América do Norte, que lhe conferiram o título de Doutor Honoris Causa. Em julho de 2007, a UnB tornou-se a primeira instituição de ensino superior da América Latina a homenagear o especialista com a honraria, outorgando-lhe o título durante a V Jornada Internacional e III Conferência Brasileira sobre Representação Social, em Brasília– DF. 1- Depreende-se do texto que, no Brasil, a UnB foi a primeira instituição de ensino superior a laurear o criador da Teoria das Representações Sociais. ( ) CERTO ( ) ERRADO A UnB investe em ideias e projetos comprometidos com a crítica social e a reflexão. Muitas dessas experiências têm fomentado o debate nacional de temas polêmicos da realidade brasileira, das quais uma foi a criação, em 2003, de cotas no vestibular para inserir negros e indígenas na universidade e ajudar a corrigir séculos de exclusão racial. A medida foi polêmica, mas a UnB — a primeira niversidade federal a adotar o sistema — buscou assumir seu papel na luta por um projeto de combate ao racismo e à exclusão. Outra inovação é o Programa de Avaliação Seriada (PAS), criado como alternativa ao vestibular, em que candidatos são avaliados em provas aplicadas ao término de cada uma das séries do ensino médio. A intenção é a de estimular as escolas a preparar melhor o aluno, com conteúdos mais densos desde o primeiro ano do ensino médio. Em treze anos de criação, mais de oitenta mil estudantes participaram desse processo seletivo, dos quais 13.402 tornaram-se calouros da UnB. 2- Infere-se do texto que, até a data de criação do PAS, 13.402 alunos foram aprovados no vestibular da UnB. ( ) CERTO ( ) ERRADO 3- A medida polêmica abordada no primeiro parágrafo promoveu o debate nacional a respeito da questão dos negros e dos indígenas na realidade brasileira. ( ) CERTO ( ) ERRADO 4- Infere-se do trecho “Outra inovação” que a adoção do sistema de cotas foi uma inovação. ( ) CERTO ( ) ERRADO 5- O texto é essencialmente argumentativo, haja vista a quantidade de adjetivações que foram utilizadas para convencer o leitor de que os projetos da UnB são positivos. Língua Portuguesa para Concursos Com Glicia Kelline O conceito de planejamento surgiu no final do século XIX, na Inglaterra, como um conceito vinculado ao planejamento decidades. Data dessa época, por exemplo, o conceito de “cidade- jardim” (Howard, 1902), segundo o qual se poderia planejar uma cidade, distribuindo-se espacialmente suas funções, a fim de tornar o espaço mais agradável a todos. Esse conceito gerou forte impacto na área de urbanismo do século passado, com o aparecimento de várias cidades-jardim ao redor do mundo. Até essa época, planejamento era função estritamente técnica do urbanista ou do arquiteto, considerados uma espécie de visionários. Com a criação da União Soviética, no início da década de 20 do século passado, outra vertente de planejamento apareceu: o planejamento econômico centralizado. Sob essa ótica, o Estado teria completo controle sobre os recursos e os distribuiria de acordo com planos e metas determinados por políticos ou burocratas. Já a partir da década de 70 do século passado, o conceito de planejamento não era mais tão visto como um instrumento técnico e, sim, como um instrumento político capaz de moldar e de articular os diversos interesses envolvidos no processo de intervenção de políticas públicas. O planejador deveria ser o mediador dos interesses da sociedade no processo, e o resultado final deveria ser encontrado preferivelmente em consenso. ( ) CERTO ( ) ERRADO 6- Infere-se do texto que o conceito de planejamento sempre esteve relacionado à construção de cidades planejadas. ( ) CERTO ( ) ERRADO 7- Depreende-se do texto que, após 1970, o Estado planejador passou a agir, considerando como premissa o fato de que a técnica propicia o consenso necessário à consecução de políticas públicas. ( ) CERTO ( ) ERRADO As mudanças políticas, sociais e culturais, nos últimos vinte anos, fizeram-se sentir no âmbito do direito administrativo e, mais especificamente, na forma de administrar a coisa pública. Diante dessa nova realidade, para atender às necessidades fundamentais da sociedade de forma eficaz e com o menor custo possível, a administração pública precisou aperfeiçoar sua atuação, afastando-se da administração burocrática e adotando uma administração gerencial. A antiga forma de administrar empregada pela administração pública calcava-se essencialmente em uma gestão eivada de processos burocráticos, criados para evitar desvios de recursos públicos, o que a tornava pouco ágil, pouco econômica e ineficiente. A nova administração gerencial tende a simplificar a atividade do gestor público sem afastá-lo, porém, da legalidade absoluta, uma vez que dispõe de valores públicos que devem ser bem empregados para garantir que os direitos fundamentais dos cidadãos sejam atendidos. Assim, implementou-se a administração gerencial e, para isso, foi necessário que os agentes públicos mudassem suas posturas e se adequassem para desenvolver a nova gestão pública. O novo gestor público precisou lançar mão de técnicas de gestão utilizadas pela iniciativa privada e verificou, ainda, que era necessário o acompanhamento constante da execução das atividades propostas, para que efetivamente se chegasse a uma gestão eficiente, uma gestão por resultados. Para levar a cabo o novo modelo de gestão pública, será preciso adotar novas tecnologias e promover condições de trabalho adequadas, assim como mudanças culturais, desenvolvimento pessoal dos agentes públicos, Planejamento de ações e controle de resultados. 8- Há relação de causa e efeito entre as e culturais e as transformações políticas, sociais mudanças ocorridas no âmbito da administração pública. ( ) CERTO ( ) ERRADO 9- A concepção de administração gerencial apresenta aspectos positivos e negativos: por um lado, abre espaço para a desburocratização dos processos e, por outro, pode provocar o desrespeito à legalidade no atendimento das demandas da população pelo gestor estatal. ( ) CERTO ( ) ERRADO 10- O conceito de gestão pública eficiente relaciona-se ao emprego de técnicas de administração consagradas pelas empresas do setor privado e ao controle constante dos processos e dos resultados. ( ) CERTO ( ) ERRADO Faço compras no supermercado. Encho o tanque do automóvel. Compro um livro, um filme, um CD. Vou almoçar, pago a conta, saio. E então reparo que não encontrei um único ser humano em todo o processo. Só máquinas. Eu, o meu cartão de crédito ― e uma máquina. Então penso: será que Paul Lafargue (1842–1911) tinha razão? Lafargue é pouco lido hoje em dia. Genro do famoso Karl Marx, Lafargue escreveu O direito à preguiça em finais do século XIX. Para deixar uma mensagem otimista: a humanidade deixará o trabalho para trás porque o progresso tecnológico vai libertar os homens da condenação da jornada. A mensagem de Lafargue é uma espécie de profecia bíblica do avesso: quando Adão e Eva foram expulsos do paraíso, Deus condenou o par desobediente a ganhar a vida com o suor do rosto. As máquinas, escreveu Lafargue, permitirão que os homens regressem ao paraíso, deixando as canseiras da labuta para os brinquedos da tecnologia. não sei quantas vezes li o opúsculo de Lafargue. Umas dez. Umas cem. Sempre à espera do dia em que a máquina libertaria os homens para o lazer. 11- No primeiro parágrafo do texto, a ausência de conectores entre os quatro primeiros períodos e o uso de formas verbais em primeira pessoa constituem estratégias discursivas que favorecem a construção de uma atmosfera de automatismo e de individualismo no texto. ( ) CERTO ( ) ERRADO 12- De acordo com o autor do texto, a predição de Lafargue, segundo a qual a máquina libertaria o ser humano para o lazer, ainda não se concretizou. ( ) CERTO ( ) ERRADO GABARITO 1. C 2. E 3. C 4. C 5. E 6. E 7. E 8. C 9. E 10. C 11. C 12. C Língua Portuguesa para Concursos Com Glicia Kelline PRONOME PONTO DE VISTA SEMÂNTICO: Poderá indicar inúmeros sentidos, a depender do contexto: posse, indefinição, generalização, questionamento, apontamento, aproximação, afetividade, ironia, depreciação etc. Entendeu o foco das bancas em cobrar este assunto? Toda classe gramatical que variar em sentidos e possibilidades diversas, será prioridade para as bancas. PONTO DE VISTA MORFOLÓGICO: É uma classe de palavras normalmente variável em gênero e número e que se refere a elementos dentro e fora do discurso. Poderá ser: a) Um determinante quando acompanha o substantivo (pronome adjetivo). b) Quando substituir o substantivo (pronome substantivo). Ex.: Estes documentos são nossos, não teus. Obs.: Importante dizer que o pronome serve para indicar as pessoas do discurso. Portanto, os pronomes servem para marcar as três pessoas do discurso. PONTO DE VISTA SINTÁTICO: Poderá desempenhar função de adjunto adnominal quando acompanhar substantivo; quando o substituir, terá função substantiva. CLASSIFICAÇÃO Os pronomes são classificados em: 1. Pessoais Designam as três pessoas do discurso, no singular e plural. São sempre pronomes substantivos, divididos em Retos (desempenham função de sujeito, geralmente) e Oblíquos (desempenham função de complemento verbal ou nominal, geralmente). a) Retos Normalmente conjugam verbos, por isso sua função de sujeito. b) Oblíquos átonos e tônicos normalmente desempenham função de complemento verbal. Ø Esses pronomes são correlacionados, ou seja, mantêm relações com suas respectivas pessoas do discurso. PESSOAL RETO OBLÍQUO ÁTONO OBLÍQUO TÔNICO COLOCAÇÃO PRONOMINAL Trata-se da parte da gramática que trata da adequada posição do pronome oblíquo átono junto aos verbos. ATENÇÃO: Os pronomes oblíquos átonos o, os, a, as viram –lo, -los, -la, -las diante de verbos terminados em –r, -s ou –z ou viram –no, -nos, -na, -nas diante de verbos terminados em ditongo nasal (exceto os verbos no futuro do indicativo). Ø PRÓCLISE CONCEITO: Usamos nos seguintes casos: 1. Palavras de sentido negativo: Ex.:Nada me faz querer sair dessa cama. Não se trata de nenhuma novidade. (Não, nada, nunca, ninguém, jamais, tampouco, sequer.) 2. Advérbio Ex.: Agora se negam a depor. (já, talvez, só, somente, apenas, ainda, sempre, talvez, também, até, inclusive, mesmo) 3. Conjunções e locuções subordinativas Ex.: Soube que me negariam. (que, se, como, quando, assim, assim que, para quê, à medida que, já que, embora, consoante). 4. Pronomes relativos Ex.: Identificaram-se duas pessoas que se encontravam desaparecidas. (que, o qual – e variações – cujo, quem, quanto, onde, como, quando) 5. Pronomes indefinidos Ex.: Poucos te deram a oportunidade. (alguns, todos, tudo, alguém, qualquer, outro, outrem) 6. Pronomes interrogativos Ex.: Quem te fez a encomenda? (que, quem, qual, quanto) 7. Entre a preposição em e o verbo no gerúndio. Ex.: Em se plantando tudo dá. 8. Com algumas conjunções aditivas e alternativas. Ex.: Ora me ajuda, ora não me ajuda. Língua Portuguesa para Concursos Com Glicia Kelline (nem, não só/apenas/somente...mas/como (também/ainda/senão)..., tanto...quanto/como..., que, ora...ora, ou...ou, já...já, quer...quer...) 9. Orações exclamativas e optativas Ex.: Deus te proteja, meu filho! 10. Infinitivo flexionado Ex.: Foram ajudados por nos trazerem até aqui. 11. Formas verbais proparoxítonas Ex.: Nós lhes desobedecíamos sempre. 12. Numeral ambos Ex.: Ambos te abraçaram com cuidado. Ø MESÓCLISE CONCEITO: Ocorre com os verbos no: 1. Futuro do presente do indicativo Ex.: Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento beneficente. ______________________________________________ _______________________________________________ 2. Futuro do pretérito do indicativo Ex.: Não fosse o meu compromisso, acompanhá-la-ia nesta viagem. _______________________________________________ _______________________________________________ Ø ÊNCLISE CONCEITO: Ocorrerá quando não houver fator de próclise. 1. Verbo no início da oração Ex.: Vou-me embora daqui. 2. Pausa antes do verbo Ex.: Se eu ganho na loteria, mudo-me hoje mesmo. 3. Verbo no imperativo afirmativo Ex.: Quando eu der o sinal, silenciem-se todos. Alunos, comportem-se. 4. Verbo no infinitivo não flexionado Ex.: Machucar-te não era minha intenção. 5. Verbo no gerúndio Ex.: Recusou a proposta, fazendo-se de desentendida. Ø CASOS FACULTATIVOS 1. Pronomes demonstrativos antes do verbo Ex.: Aquilo deixou-me triste. / Aquilo me deixou triste. 2. Conjunções coordenativas Ex.: Ele chegou e dirigiu-se a mim. / Ele chegou e se dirigiu a mim. OBSERVAÇÃO: 3. Sujeito explícito com núcleo pronominal Ex.: Ele se retirou. / Ele retirou-se. 4. Sujeito explícito com núcleo substantivo ou numeral. Ex.: Maria te ama. / Maria ama-te. Os três se amam. / Os três amam-se. 5. Infinitivo não flexionado precedido de palavra de palavra atrativa ou das preposições “para, em, por, sem, de, até, a”. Ex.: Meu desejo era não o incomodar. / Meu desejo era não incomodá-lo. Erro agora em lhe permitir sair? / Erro agora em permiti-lhe sair? PRONOMES DE TRATAMENTO São pronomes muito usados no tratamento cortês e cerimonioso. Obs.: As palavras “senhor, senhora, senhorita, dom, dona, madame” são classificadas, segundo a ABL, como meros substantivos (Ela é dona de si) ou formas de tratamento (Dona Carlota era polêmica). O que você precisa saber: a) Usa-se Vossa quando se fala com a pessoa; sua, quando se fala sobre a pessoa. Ex.:Vossa Majestade precisa de algo? Sua Majestade é cheia de mimos, não? Língua Portuguesa para Concursos Com Glicia Kelline b) Qualquer pronome de tratamento, apesar de se referir à 2ª pessoa do discurso, exige que verbos e pronomes estejam na forma de 3ª pessoa. (Cai muito em prova!) Ex.: Sua Alteza estuda tanto para poder um dia governar sua nação. c) O pronome você não pode se relacionar com verbos ou pronomes de 2ª pessoa no mesmo contexto; é preciso haver uniformidade de tratamento. PRONOME POSSESSIVO Esses pronomes estabelecem relação de posse (normalmente) entre seres e conceitos e as pessoas do discurso. Obs.: Sua variação se dá em gênero e número com a palavra a que se liga ou a que se refere. Concordar (variar) X referir-se (pessoas do discurso) Ex.: João deixou uma herança para suas mulheres. 1ª pessoa: meu (s), minha (s), nosso (a/s) 2ª pessoa: teu (s), tua (s), vosso (a/s) 3ª pessoa: seu (s), sua (s) Obs.: Dele não é pronome possessivo. É uma contração da preposição “de” mais o pronome pessoal do caso reto “ele”. O que você precisa saber: 1. Os pronomes de tratamento exigem os possessivos na 3ª pessoa. Ex.: Vossa Senhoria deve encaminhar suas reivindicações ao diretor. 2. Em algumas construções, os pronomes pessoais oblíquos assumem valor de possessivos: Ex.: Vou seguir-lhe os passos. (vou seguir seus passos). 3. Mudança de posição pode gerar mudança de sentido. Ex.: Minha mulher não anda com roupas indecentes. Mulher minha não anda com roupas indecentes. 4. O pronome possessivo seu pode causar ambiguidades. Ex.: João, Maria e seu filho saíram. (Filho de quem?) Obs.: Para desfazer a ambiguidade e/ou tornar o valor possessivo mais forte, podem-se usar vírgulas, próprio, dele e suas variações. Ex.: João, Maria e o filho dela saíram. Os pronomes possessivos também podem indicar: parentesco, estimativa, indefinição, ironia, cortesia/respeito, hábito, intimidade, simpatia, permanência, realce... Ex.: Minha querida, cale a boca! Como vão os seus, João? Deixe-me ajudar, minha boa senhora. PRONOME INDEFINIDO Referem-se à 3ª pessoa do discurso de forma vaga, imprecisa ou genérica. São eles: Algum, nenhum, todo, outro, muito, bastante, pouco, certo, quem, alguém, ninguém, outrem etc. Obs.: A mudança de posição de alguns indefinidos poderá mudar sua classe e/ou seu sentido. Ex.: Algum amigo te traiu? Amigo algum me traiu. PRONOME INTERROGATIVO Exprime questionamento direto ou indireto em um contexto que sugere desconhecimento ou vontade de saber. São eles: Que; Quem; Qual (Quais); Quanto (a/s). Ex.: Quem é você? Qual a sua idade? Quanto custa esta roupa? Obs.: Nas frases interrogativas indiretas, os pronomes interrogativos vêm, normalmente, após os verbos “querer/desejar, saber, perguntar, indagar, ignorar, verificar, ver, responder”... Ex.: Ignoro quem fez isso. (Quem fez isso?) Quero saber o que devo fazer. (O que devo fazer?) PRONOME DEMONSTRATIVO Marcam a posição temporal ou espacial de um ser em relação a uma das três pessoas do discurso, fora do texto ou dentro do texto. 1ª pessoa: este (a/s), isto. 2ª pessoa: esse (a/s), isso. 3ª pessoa: aquele (a/s), aquilo. Ø Valor discurso do emprego dos demonstrativos 1. Elementos extradiscursivos dentro do espaço ou do tempo. Língua Portuguesa para Concursos Com Glicia Kelline Este (a/s), isto: refere-se a um ser que está próximo do falante ou que o falante toma como tal. Ex.: Esta camisa aqui é minha. Esses (a/s), isso: refere-se a um ser que está próximo do ouvinte ou que o falante toma como tal. Ex.: Essa camisa aí é tua? Aquele (a/s), aquilo: refere-se a um ser que está distante do ouvinte e do falante ou de algo que se encontra na pessoa de quem se fala. Ex.: Aquele país onde ele mora não presta. 1.1 Função temporal Este: presente, passado recente ou futuro. Ex.: Esta é a hora da verdade. Esta noite foi sensacional. Esse: passado recente ou futuro. Ex.: Ninguém se esquecerá desse carnaval. Aquele: passado ou tempo distante (vago). Ex.: Foi em 1500, naquele ano, que o Brasil surgiu. 2. Função distributiva: referindo-se a elementos intradiscursivos. Este, referindo-se ao mais próximo ou citado por último. Aquele, referindo-se ao mais afastado ou citado em primeiro lugar. Ambos sãoanafóricos, pois substituem termos anteriores. Ex.: Todos nós conhecemos Lula e Dilma. A imagem desta tem como reflexo aquele. Obs.: Não há respaldo gramatical para o uso, no mesmo contexto, dos termos este, esse e aquele. 2.1 Função referencial Este (a/s), isto: referem-se a algo que será dito ou apresentado. Pode também retomar termo antecedente. Ex.: Esta sentença é verdadeira: “A vida é efêmera”. E nisto todos confiam. Esse (a/s), isso: referem-se sempre a algo já dito ou apresentado (valor anafórico). Ex.: Isso que você disse não está certo, amigo. PRONOME RELATIVO É um elemento conector de caráter anafórico, isto é, refere- se ao termo antecedente explícito, substituindo-o. Sintaticamente falando, todo pronome relativo refere-se a um termo de uma outra oração ao introduzir oração subordinada adjetiva (restritiva ou explicativa). Ex.: O livro que estou lendo é espetacular. A sala estava cheia de alunos que conversavam. Obs.: Não é adequado o uso pleonástico do pronome oblíquo átono ou tônico após o relativo. Ex.: Este é o livro que pretendemos comprá-lo. É importante dizer que se um verbo ou nome da oração subordinada adjetiva exigir a presença de uma preposição, esta ficará OBRIGATORIAMENTE antes do pronome relativo. Ex.: O filho, pelo qual a mãe tinha amor, era bom. Nós precisamos de que você não se atrase. EMPREGO DOS PRONOMES a) QUE • É invariável • Refere-se a pessoas ou coisas • É chamado de relativo universal b) QUEM • É invariável • Refere-se a pessoas ou algo personificado (pessoa por metonímia) • Normalmente precedido pela preposição a, mas sempre será preposicionado. Ex.: A justiça a quem devo obediência é meu guia. Conheci uma musa, por quem me apaixonei. Deus, perante quem me ajoelho, é importantíssimo. c) CUJO • É um pronome adjetivo que vem, geralmente, entre dois nomes substantivos explícitos, entre o ser possuidor e o ser possuído. • Relativo possessivo • É variável, concorda com o termo consequente. • Nunca vem precedido ou seguido de artigo. • Valor semântico de posse. Ex.: Vi o filme a cujas cenas você se referiu. O Flamengo, cujo passado é glorioso, continua alegrando. Esta é uma doença contra cujos males os médicos lutam. d) QUANTO • É variável • Aparece logo após os pronomes “tudo, todo e tanto” seguidos ou não de substantivos ou pronomes. Ex.: Ele encontrou tudo quanto procurava. Explico tantas vezes quantas sejam necessárias. e) ONDE • É invariável • Relativo locativo • Aparece com antecedente locativo real ou virtual • Pode ser antecedido, principalmente, pelas preposições a, de, por e para. • Aglutina-se com a preposição a, tornando-se aonde, e com a preposição de, tornando-se donde. Língua Portuguesa para Concursos Com Glicia Kelline Ex.: Meu coração, onde tu habitas, é teu e de mais ninguém. As praias aonde eu fui eram fantásticas. O lugar donde retornei não era tão bom quanto aqui. O sítio para onde voltei evoca várias lembranças. f) COMO • É invariável • Precedido pelas palavras modo, maneira, forma e jeito. • Equivale a “pelo qual”, normalmente. Ex.: Acertei o jeito como fazer as coisas. A maneira como você se comportou foi elogiável. g) QUANDO • É invariável • Retoma antecedente que exprime valor temporal. • Equivale a “em que”. Ex.: Ela era do tempo quando se amarrava cachorro pelo rabo. EXERCÍCIO Coesão e Coerência Fragmentos de texto: Anísio Spínola Teixeira nasceu no dia 12 de julho de 1900, em Caetité – BA, onde passou os primeiros anos de vida sob os cuidados da mãe, Anna Spínola Teixeira. O pai, Deocleciano Pires Teixeira, sonhava que o filho fosse político e o mandou estudar no Rio de Janeiro. Anísio diplomou-se na Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro em 1922. Candidatou-se à Academia Brasileira de Letras, em 1971... 1- A forma nominal “filho” e a forma pronominal “se” referem-se a Anísio Spínola Teixeira. ( ) CERTO ( ) ERRADO 2- O pronome “eles” faz referência a “ramos diversos”: Mas a conquista da liberdade humana também reclama a distribuição do poder em ramos diversos, com a disposição de meios que assegurem o controle recíproco entre eles para o advento de um cenário de equilíbrio e harmonia nas sociedades estatais. ( ) CERTO ( ) ERRADO 3- As formas pronominais “lo”, em “sem fazê-lo”, e “o”, em “a lei o obriga”, referem-se ao mesmo antecedente: O eleitor que comparece de livre e espontânea vontade à urna, sem medo de sanções ou sem fazê-lo somente porque a lei o obriga, demonstra um grau elevado de maturidade política. ( ) CERTO ( ) ERRADO 4- Os advérbios “Inicialmente” e “logo” atuam como sequenciadores textuais cuja função é organizar a sequência temporal relativa ao registro das atividades contábeis na Mesopotâmia: Os primeiros vestígios de atividade contábil foram encontrados na Mesopotâmia, por volta de 4.000 a.C. Inicialmente, eram utilizadas fichas de barro para representar a circulação de bens, logo substituídas por tábuas gravadas com a escrita cuneiforme. Portanto, os registros contábeis não só antecederam o aparecimento da escrita como subsidiaram seu surgimento e sua evolução. ( ) CERTO ( ) ERRADO 5- O termo ‘aí’ tem como referente “Brasil”: No Brasil, não há estudos específicos que associem as ondas de calor a tipos de internações. “Não é só aí. No mundo todo, há pouquíssimas investigações a respeito dessa relação”, afirma Domininci. ( ) CERTO ( ) ERRADO 6- O pronome “outra” está empregado em referência ao termo “A língua”: A língua funciona do mesmo modo: há uma norma para entrevistas de emprego, audiências judiciais; e outra para a comunicação em compras no supermercado. ( ) CERTO ( ) ERRADO 7- O termo “mercadorias” foi empregado em substituição ao termo “valor” como recurso coesivo para que se evite a repetição de termos e se mantenha o sistema de referências da oração que integram: A sustentabilidade entrou, de forma definitiva, na agenda de debates da sociedade. Um exemplo significativo diz respeito à importância que a sustentabilidade corporativa ganhou nos últimos anos. De conceito vago, tornou- se imperativo para o sucesso das empresas, que precisam, cada vez mais, entregar valor, e não apenas mercadorias, à sociedade. ( ) CERTO ( ) ERRADO 8- O elemento “desse”, em “desse objetivo”, retoma a oração “que todos busquemos ser felizes”: Quanto mais o tempo passa para mim, mais me convenço de como é necessário que todos busquemos ser felizes. São sentimentos para guardar por todo o nosso tempo. A vida real, com suas tragédias e guerras, com o ódio e a competição sem freios, parece nos levar para longe desse objetivo. ( ) CERTO ( ) ERRADO 9- No trecho “também a empunham”, o elemento “a” foi empregado em substituição ao termo “responsabilidades”: ... não devemos nos eximir de responsabilidades, mas a bandeira que carrego, e vejo que muitos dos que amo e admiro também a empunham. ( ) CERTO ( ) ERRADO 10- A expressão “A sua história” refere-se ao antecedente “democracia”: O Ministério Público é fruto do desenvolvimento do Estado brasileiro e da democracia. A sua história é marcada por processos que... ( ) CERTO ( ) ERRADO GABARITO 1. C 2. C 3. E 4. C 5. C 6. E 7. E 8. C 9. E 10. E Pronomes e colocação pronominal 1- Em “propiciando o resgate dos sentimentos que a mantêm coesa e saudável”, o deslocamento do pronome “a” para logo após a forma verbal “mantêm” prejudicaria a correção gramatical do período. Língua Portuguesa para Concursos Com Glicia Kelline ( ) CERTO ( ) ERRADO 2- A substituição de “aos quais” (... as pessoas que seguem determinados eventos de campanhas tendem a seguir outros, mesmo que sejam de candidatos aos quais se opõem...) por que manteria a correção gramatical do textoe seu sentido original. ( ) CERTO ( ) ERRADO 3- Seriam preservadas a coerência e a correção gramatical do texto caso a expressão “por meio do qual” (... as eleições são o mecanismo por meio do qual o povo soberano legitima o exercício do Poder Legislativo...) fosse substituída por onde. ( ) CERTO ( ) ERRADO 4- Haveria prejuízo à correção gramatical do texto, se o vocábulo “que” (... serão coletadas as informações e as provas que irão formar o convencimento do titular da ação penal...) fosse substituído por onde. ( ) CERTO ( ) ERRADO 5- A posição da partícula “se” em relação às formas verbais “relaciona” e “inter-relaciona” (... afetam a forma com que cada um se relaciona, trabalha, produz, se comunica e se diverte. Não é à toa que, paralelamente ao mundo real, há um mundo representado virtualmente — o denominado ciberespaço — com código e linguagem próprios, mas que se inter-relaciona — e muito — com o mundo real) é explicada com base na mesma regra de colocação pronominal. ( ) CERTO ( ) ERRADO 6- Em um uso mais formal da língua, as regras de colocação pronominal do padrão culto permitem que o pronome átono em “que não os atraíam” seja também utilizado depois do verbo, sob a forma de nos, ligada ao verbo por um hífen. ( ) CERTO ( ) ERRADO GABARITO 1. C 2. E 3. E 4. C 5. C 6. E REGÊNCIA Regência Verbal e Nominal Para iniciarmos nosso estudo sobre regência, é necessário que dominemos Predicação verbal/Transitividade verbal. Você lembra? Vamos revisar... Ø Predicação verbal/Transitividade verbal É a relação entre o verbo e outros termos da oração, principalmente dentro do predicado. Quanto à predicação, diz-se que os verbos podem ser de ligação, intransitivo, transitivo direto, transitivo indireto e transitivo direto e indireto. Existem dois grupos de verbos: os nocionais (intransitivos e transitivos) e os relacionais (de ligação). SINTAXE DE REGÊNCIA - PREDICAÇÃO VERBAL (TRANSITIVIDADE) Classificação dos verbos: I – Intransitivos II – Transitivos: a) diretos b) indiretos c) diretos e indiretos (britransitivos) III – De ligação (relacionais ou copulativos) Predicação Verbal (transitividade) Classificação dos verbos: I – Intransitivos: São todos os verbos que, sozinhos, são capazes de transmitir a noção predicativa. Ex.: No último encontro, ocorreram fatos dignos de notícia. Intransitivos Não raro, os verbos intransitivos aparecem com sujeitos pospostos. v Ocorreram problemas na empresa. v Jamais aconteceriam aqueles contratempos se ela estivesse aqui. v Surgiu uma nova ideia na reunião. II – Transitivos: São aqueles que precisam de um termo que os complemente para que o sentido se perfaça, para que a compreensão da estrutura seja possível. Dividem-se em: a) Transitivos Diretos: São os verbos que exigem termo complementar sem a obrigatoriedade de uma preposição necessária, ou seja, pedem um complemento desprovido de preposição. O complemento desses verbos denomina-se “objeto direto”. Ex.: Nunca mais ele angariou fundos para aquela ONG. _______________________________________________ Muitas lojas do centro da cidade vão baratear os preços neste final de semana. _______________________________________________ Nunca mais eles viram os quadros a óleo que compraram na Europa. Língua Portuguesa para Concursos Com Glicia Kelline _______________________________________________ b) Transitivos Indiretos: São os verbos que exigem termo complementar regido (introduzido) por uma preposição necessária, obrigatória. O complemento desses verbos é denominado de “objeto indireto”. Ex.: Eles dependem agora da sorte para que o produto de que precisam chegue a tempo. _______________________________________________ Durante muito tempo aquele povo guerreou contra os costumes do Ocidente. _______________________________________________ Não convém aos iniciantes na carreira diplomática portar-se de maneira inadequada. _______________________________________________ c) Transitivos Diretos e Indiretos: São verbos que exigem dois tipos de complemento: um sem a preposição e outro com o auxílio de uma preposição. São denominados também de “biobjetivos” ou “bitransitivos”. Ex.: Ensinaram-lhe todos os preceitos de nossos antepassados? ______________________________________________ O diretor atribuiu o insucesso do grupo à inércia de alguns integrantes. ______________________________________________ III – Verbos de ligação: Denominados também de “verbos copulativos” ou “verbos de relação”, são aqueles que, desprovidos de significação, servem como “ponte” entre o sujeito e uma determinada qualidade, denominada de “predicativo”. Geralmente funcionam como “de ligação” os verbos “ser, estar, ficar, parecer, continuar e permanecer.” SINTAXE DE REGÊNCIA – REGÊNCIA VERBAL VEJA: a) Minha proposta saiu vitoriosa da reunião. _______________________________________________ b) O carro virou na esquina com a rua Augusta. _______________________________________________ c) O carro virou, ao capotar, uma banca de revistas. _______________________________________________ d) O carro virou, após a capotagem, um monte de ferros retorcidos. _______________________________________________ e) Não convêm essas atitudes. _______________________________________________ f) Não convêm aos estudantes essas atitudes. _______________________________________________ g) Já entregamos o relatório. _______________________________________________ h) Já entregamos o relatório ao diretor. _______________________________________________ CUIDADO! Não cometa os seguintes erros: Ø João, há quanto tempo não lhe vejo! (O verbo "ver" é transitivo direto. O correto é "... não o vejo"). Ø Ele lhe ama muito, Ana Cláudia. (O verbo "amar" é transitivo direto. O correto é "Ele a ama muito"). Ø Ontem eu lhe procurei o dia todo. (O verbo "procurar" é transitivo direto. O correto é "Eu o procurei..."). Lembre-se de que o fato de um verbo ser transitivo direto não impede que os nomes cognatos (de mesma raiz) exijam preposição. Portanto, fique atento e não confunda: Ø É preciso combater a corrupção no Brasil. Ø É preciso que se aumente o combate à corrupção no Brasil. Ø Todos devem amar a Pátria. Ø O amor à Pátria deve ser incondicional. Ø PRESTE ATENÇÃO! Muitos verbos possuem formas pronominais (conjugadas com o auxílio de um pronome oblíquo) e não pronominais. Podendo ter sua regência alterada: VERBO NÃO PRONOMINAL VERBO PRONOMINAL aconselhar aconselhar-se com alegrar alegrar-se com aproveitar aproveitar-se de comunicar comunicar-se com defender defender-se de, contra esquecer esquecer-se de lembrar lembrar-se de recordar recordar-se de Língua Portuguesa para Concursos Com Glicia Kelline VERBOS COM MAIS DE UMA REGÊNCIA SEM MUDANÇA DE SENTIDO. VERBO TRANSITIVIDADE PREPOSIÇÃO ABDICAR VTD/VTI (de) ATENDER VTD/VTI (a) ANTECEDER VTD/VTI (a) ACREDITAR VTD/VTI (em) ATENTAR VTD/VTI (a, em, para) DECLINAR VTD/VTI (de) TABELA DE REGÊNCIA VERBO REGÊNCIA PREPOSIÇÃ O ASSISTIR VTD/VTI A (ASSISTIR) EM (MORAR) --- (AJUDAR) CHEGAR VTI A/DE IR VI A/PARA OBS.: Verbo que indicam estaticidade, geralmente, vêm acompanhados da preposição “em”. Já os que indicam movimento fazem o uso, normalmente, a preposição “a”. ESQUECER/LEMBRA R VTD (NÃO PRONOMINAIS) VTI (PRONOMINAIS) DE/A INFORMAR VTD/VTDI ALGO “A” ALGUÉM OU ALGUÉM “DE/SOBR E” ALGO OBEDECER/ DESOBEDECER VTI A PAGAR/PERDOAR VTI (PESSOA) VTD (COISA) A VISAR VTD (MIRAR) VTD(CONFERIR) VTI (ALMEJAR) A Obs.1: Como objeto indireto não admite o pronome oblíquo átono “lhe/lhes”. Obs.2: Alguns gramáticos e bancas de concursos estão aceitando overbo “visar” no sentido de desejar/almejar como VTD e como VTI. PRONOME RELATIVO – REGÊNCIA Se o verbo, o nome ou qualquer termo da oração adjetiva exigir preposição, esta deverá ser deslocada para preceder o pronome relativo. JUNÇÃO a) Ele viu um homem. O homem tinha cabelos totalmente brancos __________________________________________________ __________________________________________________ b) Ele mora na cidade. Ele trabalha na-cidade. ___________________________________________________ ___________________________________________________ c) Comprei um livro. As páginas do-livro são todas amarelas. ___________________________________________________ ___________________________________________________ d) Pedi o prato. Eu gosto muito do prato. ___________________________________________________ ___________________________________________________ e) Encontrei uma mochila velha. Havia cinco moedas de ouro no bolso da mochila velha. ___________________________________________________ ___________________________________________________ f) A estrada foi interditada pela Defesa Social. Nós íamos passar pela estrada em nossa viagem. ___________________________________________________ ___________________________________________________ REGÊNCIA NOMINAL Regência Nominal é o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vários nomes apresentam relação com o regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: VERBO TRANSITIVO DIRETO NOME COGNATO COMBATER COMBATE “A” LOUVAR LOUVOR “A” COMPREENDER COMPREENSÃO “DE” Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que os regem. Observe-os atentamente e procure, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece. ALGUMAS REGÊNCIAS NOMINAIS Substantivos Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo de Língua Portuguesa para Concursos Com Glicia Kelline Aversão a, para, por Doutor em Obediência a Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por Bacharel em Horror a Proeminência sobre Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por Adjetivos Acessível a Entendido em Necessário a Acostumado a, com Equivalente a Nocivo a Agradável a Escasso de Paralelo a Alheio a, de Essencial a, para Passível de Análogo a Fácil de Preferível a Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a Apto a, para Favorável a Prestes a Ávido de Generoso com Propício a Benéfico a Grato a, por Próximo a Capaz de, para Hábil em Relacionado com Compatível com Habituado a Relativo a Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por Contíguo a Impróprio para Semelhante a Contrário a Indeciso em Sensível a Descontente com Insensível a Sito em Desejoso de Liberal com Suspeito de Diferente de Natural de Vazio de Advérbios Longe de Perto de Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a. CRASE Conceito: é a junção, a contração, a fusão de duas vogais idênticas. Observe: Obedecemos ao regulamento. ( a + o ) Não há crase, pois o encontro ocorreu entre duas vogais diferentes. Mas: Obedecemos à norma. ( a + a ) Há crase, pois temos a união de duas vogais iguais (a + a = à) CASOS EM QUE OCORRE CRASE 1. A (preposição) + a(s) (pronome demonstrativo) = à(s) Obs.: O “a” será pronome demonstrativo quando for equivalente ao pronome “aquela”, antes do pronome relativo “que” ou da preposição “de”. Ex.: Referimo-nos à que passou em primeiro lugar. 2. A (preposição) + aquele (s), aquilo (s), aquela (s) Ex.: O diretor da empresa fez referências àqueles funcionários que não batiam o ponto na hora certa. 3. A (preposição) + a qual, as quais (pronome relativo) = à qual, às quais Ex.: A pequena cidade, à qual eles chegaram ontem à noite, fica a cerca de 530 km da capital pernambucana. CASOS OBRIGATÓRIOS 1. Locuções adjetivas, adverbiais, conjuntivas e prepositivas com o núcleo feminino. O acento grave é fixo. Ex.: À medida que estudo, fico mais seguro. Saiu às pressas, porque estava à beira de um ataque cardíaco. Andamos várias horas à procura de um local para beber água. CUIDADO! NÃO CONFUNDA: A noite chegou ao nosso rancho. Sujeito À noite ele chegou ao nosso rancho. Locução adv. de tempo A medida que ele usou foi injusta. Sujeito À medida que ele estuda, aprende mais. Locução conjuntiva 2. Locução prepositiva implícita “à moda de, à maneira de”. Ex.: Comi uma caça à espanhola anteontem. Talvez amanhã eu coma um tutu à mineira. As famosas se vetem à Louis Vuitton. CASOS PROIBITIVOS Língua Portuguesa para Concursos Com Glicia Kelline 1. Antes de substantivos masculinos Ex.: Andou a cavalo pela cidade. 2. Antes de substantivo usando sentido generalizador. Ex.: Não foi feita menção a mulher, nem a criança, tampouco a homem. 3. Antes de artigo indefinido “uma”. Ex.: Iremos a uma reunião muito importante. 4. Antes de nomes de santas, de Nossa Senhora e de mulheres célebres. Ex.: Tenho devoção a Santa Maria Madalena. 5. Antes de pronomes pessoais, pronomes interrogativos, pronomes indefinidos, pronomes demonstrativos e pronomes relativos. Dica da TIA: EX.: A quem vocês se reportaram no Plenário? Assisto a toda peça de teatro em Sergipe. 6. Antes de numerais não determinados por artigo. EX.: O político iniciou visita a duas nações europeias. 7. Depois de outra preposição qualquer. Ex.: Fui para a Itália. Serão encaminhados após a sessão os documentos exigidos. 8. Antes de verbos no infinitivo. Ex.: A partir de hoje serei um pai melhor, pois voltei a trabalhar. 9. Entre palavras repetidas que formam uma locução Ex.: Quero que você fique cara a cara e diga a verdade. Nosso dia a dia nunca mais foi o mesmo. CASOS FACULTATIVOS 1. Antes de pronomes possessivos adjetivos femininos Ex.: Enviamos cartas a (à) nossa filha que está no Canadá. OBSERVAÇÃO: Ex.: Enviaram uma encomenda a (à) nossa residência, não à sua. 2. Depois da locução prepositiva até a. Ex.: Vá até a (à) geladeira e pegue água para mim. Obs.: quando não houver crase, considere a expressão formada por preposição + artigo. 3. Antes de nomes próprios femininos Ex.: Contei a (à) Laura o que havia ocorrido na noite passada. Entreguei o cartão a (à) Paula. Obs.: ____________________________________________ CASOS ESPECIAIS 1. Na correlação das preposições “de...a” Ø Se tiver contração de artigo com a preposição “de”, crase. Ex.: A loja funciona da segunda à quinta. Ø Caso não tenha o artigo, não haverá crase. Ex.: A loja funciona de segunda a quinta. 2. Nas locuções adverbiais de “hora” (do relógio), há crase. Ex.: Àquela hora todos já estavam de pé. Costuma-se acordar às quatro nos quartéis. 3. Não haverá crase diante da palavra casa, exceto se vier especificada. Ex.: O bom filho a casa torna. O bom filho à casa dos pais torna. 4. Não haverá crase diante da palavra terra (em oposição a bordo), exceto se vier especificada. Afora esse caso, há crase sempre. Ex.: Os marinheiros retornaram a terra. Os marinheiros retornaram à terra natal. Viemos da terra e à terra retornaremos. 5. Antes de topônimos (nomes de lugar) que aceitam artigo. Ex.: Fui à Bahia nas minhas férias de início de ano. Língua Portuguesa para Concursos Com Glicia Kelline Dica da TIA: Obs.: Se o topônimo estiver especificado, crase obrigatória.Ex.: Fui a Ipanema. Fui à Ipanema cantada por Vinícius. RESUMO NÃO HAVERÁ CRASE, EXCETO SE ESPECIFICADA: EXERCÍCIO 1- O emprego do acento indicativo de crase em “Candidatou-se à Academia Brasileira de Letras” é obrigatório, devido à fusão da preposição que segue a forma verbal com o artigo definido feminino singular que precede o termo “Academia”. ( ) CERTO ( ) ERRADO 2- Em “à criança”, caso o vocábulo “criança” fosse empregado no plural, o acento indicativo de crase deveria ser mantido. ( ) CERTO ( ) ERRADO 3- A correção gramatical do texto seria prejudicada caso se inserisse acento indicativo de crase no “a”, em “a homenagear o especialista”. ( ) CERTO ( ) ERRADO 4- A correção gramatical do trecho seria mantida, caso se inserisse acento indicativo de crase no vocábulo “a” que compõe a locução “a cabo”. ( ) CERTO ( ) ERRADO 5- O emprego do sinal indicativo de crase em “à luz da tradição iluminista” (Na organização do poder político no Estado moderno, à luz da tradição iluminista, o direito tem por função a preservação da liberdade humana...) é facultativo, ou seja, a sua retirada não prejudicaria a correção gramatical nem o sentido original do texto. ( ) CERTO ( ) ERRADO 6- O trecho “que se seguiram à Proclamação” poderia ser reescrito, sem alteração da ideia original nem prejuízo gramatical, da seguinte forma: que seguiram a Proclamação. ( ) CERTO ( ) ERRADO 7- No trecho “Em meio a esse cenário”, a inserção de sinal indicativo de crase no “a” acarretaria prejuízo à correção gramatical do texto. ( ) CERTO ( ) ERRADO 8- A correção gramatical do texto seria prejudicada caso se empregasse o sinal indicativo de crase no vocábulo “a” em “dá suporte a exigências recíprocas”. ( ) CERTO ( ) ERRADO 9- A forma verbal “implica” (A solidariedade implica, por outro lado, a corresponsabilidade...) poderia, sem prejuízo para a correção gramatical e o sentido original do texto, ser substituída por acarreta. ( ) CERTO ( ) ERRADO 10- Dada a regência do verbo proibir, a substituição do termo “o parlamentar” por ao parlamentar não prejudicaria a correção gramatical do texto: ... proíbem o parlamentar... de obter, direta ou indiretamente, vantagens do poder público... ( ) CERTO ( ) ERRADO 11- O uso do acento indicativo de crase em “à eleição” é exigido pela presença do substantivo “impedimento” e pela presença de artigo definido feminino que determina o substantivo “eleição”: Enquanto a inelegibilidade é um impedimento prévio à eleição... a incompatibilidade é um impedimento posterior ao pleito eleitoral... ( ) CERTO ( ) ERRADO 12- Mantém-se a correção gramatical do texto se o trecho “informar ao Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte (TCE/RN) os atos ilegítimos” for reescrito da seguinte forma: informar ao Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte (TCE/RN) sobre os atos ilegítimos. ( ) CERTO ( ) ERRADO 13- Em “Quando o caso que der origem à denúncia envolver dinheiro federal...”, o uso do sinal indicativo de crase em “à denúncia” deve-se à presença do substantivo “origem” e à presença do artigo definido feminino diante da palavra “denúncia”. ( ) CERTO ( ) ERRADO 14- Sem prejuízo para a correção gramatical do texto, o sinal indicativo de crase poderia ser eliminado em ambas as ocorrências no trecho “voltados à recuperação e à reinserção social” (Desde 2012, entre os projetos voltados à recuperação e à reinserção social, está a remição de pena por meio da leitura). ( ) CERTO ( ) ERRADO 15- No trecho “Chama-lhe à minha vida uma casa”, é facultativo o emprego do sinal indicativo de crase. ( ) CERTO ( ) ERRADO GABARITO 1. C 2. E 3. C 4. E 5. E Língua Portuguesa para Concursos Com Glicia Kelline 6. C 7. C 8. C 9. C 10. E 11. E 12. E 13. E 14. C 15. C VERBO Verbo geralmente assusta os alunos. Mas não quero que você se assuste. O segredo para saber conjugar verbos é dois: treinar muito (isso mesmo, treinar! Conjugar é o segredo!) e compreender o sentido de cada tempo e modo verbal! Pronto! Garanto que dominará verbos rapidinho... vamos iniciar os estudos? DO PONTO DE VISTA SEMÂNTICO: Normalmente indica uma ação ou um processo, poderá indicar, também, estado, mudança de estado ou fenômeno natural, mantendo sempre uma perspectiva temporal. PONTO DE VISTA MORFOLÓGICO: O verbo varia em modo, tempo, número e pessoa. Essas quatro flexões unidas formam o que chamamos de conjugação verbal. PONTO DE VISTA SINTÁTICO: O verbo tem uma função importantíssima dentro da língua portuguesa, pois o verbo é o núcleo do predicado. Como identificar um verbo? O verbo é uma palavra que termina em –ar (levantar), -er (beber), -ir (cair) e que pode ser conjugada, normalmente, por meio de pronomes pessoais retos. ESTRUTURA VERBAL MODO A partir do ponto de vista morfológico, vamos compreender a variação verbal. O modo é a maneira, a forma como o verbo se apresenta na frase para indicar uma atitude da pessoa que o usou. São três os modos verbais: a) Indicativo: é o modo que indica certeza, afirmação, convicção, constatação. b) Subjuntivo: é o modo que indica dúvida, suposição, incerteza, possibilidade. c) Imperativo: indica ordem, pedido, sugestão. TEMPO Já o tempo indica o momento em que se dá o fato expresso pelo verbo. Presente, passado ou futuro. NÚMERO É a variação em singular e plural. PESSOA A pessoa é a variação dos pronomes pessoais do caso reto responsáveis pela conjugação verbal. São divididos em 1ª, 2ª, 3ª pessoas. 1ª pessoas: Eu – Nós 2ª pessoas: Tu – Vós 3ª pessoas: Ele – Eles RADICAL O radical é a base do verbo, cujo sentido está nele embutido. O verbo só existe devido ao radical. Obs.: Importante saber sobre o radical: Ø Forma rizotônicas – a sílaba tônica fica localizada no radical. Ex.: amo. Pulo. Ø Forma arrizotônica – a sílaba tônica fica localizada fora do radical. Ex.: amará, Pularemos. VOGAL TEMÁTICA Vem imediatamente após o radical por motivo eufônico e/ou para liga-lo às desinências, formando o tema. a) Vogal temática verbal: É uma vogal que vem após o radical, formando o tema e permitindo uma boa pronúncia do verbo; indica como vai ser o modelo das conjugações (1ª, 2ª ou 3ª). Obs.: Não há vogal temática na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo e em nenhuma flexão do presente do subjuntivo. As vogais que aparecem nesses modos, tempos e pessoas são desinências modo-temporais. Ex.: Eu amo; Que ele beba. Ø MAIS UMA OBSERVAÇÃO! A vogal temática poderá sofrer alomorfias durante a conjugação. DESINÊNCIAS VERBAIS As desinências verbais são classificadas em desinências modo- temporais e desinências número-pessoais. Ø Modo-temporal QUADRO DAS DESINÊNCIAS MODO-TEMPORAIS (Indicam modo e tempo) Língua Portuguesa para Concursos Com Glicia Kelline MODO INDICATIVO TEMPOS 1ª CONJUGAÇÃO 2ª E 3ª CONJUGAÇÕES Presente --- --- Pretérito Perfeito --- --- Pretérito Imperfeito VA / VE A / E Pretérito Mais- que-perfeito RA / RE (átonas) RA / RE (átonas) Futuro do Presente RA / RE (tônicas) RA / RE (tônicas) Futuro do Pretérito RIA / RIE RIA / RIE MODO SUBJUNTIVO Presente E A Pretérito Imperfeito SSE SSE Futuro R R FORMAS NOMINAIS TEMPOS DESINÊNCIAS Gerúndio NDO Infinitivo R Particípio DO, TO Ø Número-pessoal QUADRO DAS DESINÊNCIAS NÚMERO PESSOAIS (Indicam o número (singular/plural) e as pessoas (1ª, 2ª, 3ª) dos verbos). PESSOAS SINGULAR PLURAL 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª Presente do Indicativo O S - MOS IS M Pretérito Perfeito do Indicativo I STE U MOS STES RAM Pretérito Imperfeito do Indicativo - S - MOS IS M Pretérito Mais-que- perfeito do Ind. - S - MOS IS M Futuro do Presentedo Indicativo I S - MOS IS O Futuro do Pretérito do Indicativo - S - MOS IS M Presente do Subjuntivo - S - MOS IS M Pretérito Imperfeito do Subjuntivo - S - MOS IS M Futuro do Subjuntivo - ES - MOS DES EM Verbo Amar Morfologia do Verbo Amar: regular. Semântica do Verbo Amar: verbo intransitivo e transitivo. Indicativo do verbo amar Presente do Indicativo: Indica um fato que ocorre no momento em que se fala; fato habitual, corriqueiro, frequente; fato atemporal, uma verdade absoluta; fato que já se iniciou e dura até o presente momento da declaração. Pretérito Perfeito do Indicativo: Indica um fato já ocorrido cujos efeitos perduram até o perduram até o presente; fato ocorrido e concluído antes do momento em que se fala; fato atemporal, habitual. Pretérito Imperfeito do Indicativo: Indica um fato passado que então era presente, mas não concluído, incompleto, ou que apresenta certa duração; fato passado em curso que indica simultaneidade, concomitância a outro fato; fato habitual, interativo, repetitivo, uma ação contínua; usado em narrações para marcar descrições ou ideias temporais passadas; fato passado de maneira vaga, fantasiosa, própria do universo das crianças, do mundo das lendas, dos contos infantis. AR ER/IR Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo: Indica um fato passado anterior a outro fato também passado; fato passado vago; indica desejo, vontade, em frases optativas. Língua Portuguesa para Concursos Com Glicia Kelline Futuro do Presente do Indicativo: Indica um fato posterior ao momento da fala, mas certo de ocorrer; fato futuro incerto, hipotética. Futuro do Pretérito do Indicativo: Indica um fato posterior a um fato no passado; uma consequência hipotética, atrelada a uma condição, que não chegou a realizar-se; incerteza sobre fatos passados ou futuros. Subjuntivo do verbo amar Presente do Subjuntivo: utilizado para expressar desejos, possibilidades, suposições, cuja concretização pode depender da realização de um outro acontecimento. AR ER/IR Pretérito Imperfeito do Subjuntivo: expressa uma condição não realizável quando vem junto a uma ideia condicional. Futuro do Subjuntivo: exprime uma ocorrência futura possível, eventual, normalmente. LOCUÇÃO VERBAL Também chamada de perífrase verbal, a locução verbal é um grupo de verbos que tem uma só unidade de sentido, como se fosse um só verbo. Os verbos que compõem a locução referem- se a um único sujeito. Obs.: A locução verbal representa uma só oração dentro da frase. Lembre que oração é a estrutura que possui verbo. Um verbo, uma oração, dois verbos, duas orações e assim por diante. No caso das Locuções verbais, contamos como um único verbo. Ex.: Fomos vistos por ela. O mestre ficou rodeado de alunos. FORMAS NOMINAIS DOS VERBOS São verbos que se comportam como nomes em certos contextos, no sentido de exercerem funções sintáticas próprias dos nomes substantivos, adjetivo ou advérbio. O verbo não se apresenta em uma estrutura de conjugação, apresenta-se numa forma nominal Ø É importante ressaltar que existe exceção, como o infinitivo pessoal. a) Infinitivo É a forma verbal que nomeia o verbo. O infinitivo pode ser pessoal e impessoal. Impessoal é quando não admite variação de pessoa: amar, vender, partir (terminado sempre em –ar, -er, ou –ir). Será pessoal quando tiver como sujeito uma das pessoas gramaticais, Podendo, nesse caso, ser denominado de flexionado e não flexionado. Se o infinitivo receber desinências, será pessoal flexionado: Ex.: Era para eu cantar Era para tu cantares Era para ele cantar Era para nós cantarmos Era para vós cantardes Era para eles cantarem Infinitivo impessoal do verbo amar _______________________________________________ b) Gerúndio Além de atuar como verbo nas locuções verbais, em tempos compostos e nas orações reduzidas, o gerúndio (verbo terminado em –ndo) pode desempenhar as funções de advérbio e de adjetivos. Como verbo, indica normalmente um processo incompleto, prolongado, durativo: Gerúndio do verbo amar _______________________________________________ Ex.: Estava lendo o livro que você me emprestou. Dica: Associe o “n” da própria palavra gerúNdio, ao “n” de sua escrita. Fica mais fácil para diferenciar! c) Particípio Sua natureza verbal, que indica normalmente passado, manifesta-se sempre nas locuções verbais de voz passiva (sugiro que leia algo sobre vozes verbais para se situar), de tempos compostos e em orações reduzidas. Particípio Passado do verbo amar _______________________________________________ Ex.: Não há nada que possa ser feito. Se me tivesses ajudado teríamos conseguido. Dica: Como a palavra particípio não possui “n”, você associa sua escrita a sua. CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS A classificação dos verbos depende de sua classificação morfossintática. 1. Regulares Segue um modelo regular. O radical e as desinências permanecem inalterados. Ex.: Eu amo, amas, ama, amamos, amais, amam. 2. Irregulares Não seguem um modelo regular. Ex.: Eu caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem. Língua Portuguesa para Concursos Com Glicia Kelline 3. Anômalos Apresenta mais de um radical diferente. Existem apenas dois: ser e ir. Ex.: Eu sou, tu és...eu fui... eu era...que eu seja... se eu fosse...quando eu for... 4. Defectivos São aqueles que não apresentam conjugação completa. Tal “defeito” ocorre no presente do indicativo e do subjuntivo e no imperativo. Ex.: Abolir, soer, banir, explodir, exaurir, adequar, falir, ressarcir, ungir, florir etc. 5. Abundantes Possuem duas ou mais formas na mesma parte da conjugação. Geralmente isso ocorre no particípio. Ex.: Havemos ou hemos Haveis ou heis Obs.: As formas regulares do particípio são empregadas na voz ativa com os verbos auxiliares ter ou haver. Ex.: Eu havia pagado o banco. Tenho aceitado trabalhos demais. As formas irregulares são usadas na voz passiva com os auxiliares ser, estar ou ficar. Ex.: Eu sou pago pelo banco. Meus trabalhos foram aceitos pela agência. 6. Pronominais É aquele que está sempre acompanhado de um pronome, que pode apresentar valor reflexivo, recíproco ou ser parte integrante do verbo. São exemplos: arrepender-se, atrever-se, candidatar-se, esforçar-se, persignar-se, queixar-se, suicida-se etc. TABELA DE CORRELAÇÃO VERBAL PRESENTE DO INDICATIVO + Pretérito Perfeito do Indicativo Ex.: Hoje eu sei que tive chances com aquela mulher. Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo Ex.: Espero que ele tenha te apresentado àquel a mulher. Pretérito Imperfeito do Indicativo Ex.: Só hoje eu vejo que naquela época tinha chances com ela. Futuro do Presente do Indicativo Ex.: Sei que você me apresentará àquela mulher. Presente do Subjuntivo Ex.: Quero que você me apresente àquela mulher ainda hoje! PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIV O + Pretérito Imperfeit o do Subjuntiv o Ex.: Pedi que você me apresentasse àquela mulher. Pretérito Imperfeit o do Indicativo Ex.: Notei que você ia me apresentar àquela mulher. Pretérito Mais-Que- Perfeito Composto do Subjuntiv o Ex.: Quis que você tivesse me apresentado àqu ela mulher. Futuro do Pretérito do Indicativo Ex.: Disseram que ela seria apresentada a mim. PRETÉRITO IMPERFEITO DO INDICATIVO + Pretérito Imperfeito do Subjuntivo Ex.: Desejava que você me apresentasse àquel a mulher. Pretérito Mais-Que- Perfeito Composto do Subjuntivo Ex.: Queria que ela tivesse sido apresentada a mim. PRETÉRITO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO + Futuro do Pretérito (simples ou composto) do Indicativo Ex.: Se eu passasse por ela, apresentaria/teri a apresentado a você. PRETÉRITO MAIS-QUE- PERFEITO DO INDICATIVO
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