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Estudos Interdisciplinares em Direito III

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Estudos Interdisciplinares em Direito III
Princípios da Administração Pública
Profº Nivea Costa
Rayssa Mariel Silva RA 1811515503
	Considerando a previsão constitucional constante do art. 37, XI da CRFB, como explicar casos como o abaixo relatado:
A dentista Márcia Maria Brandão Couto, de 55 anos, leva uma vida confortável no Rio de Janeiro. Independentemente do que possa faturar com sua profissão, ela recebe dos cofres púbicos uma remuneração fixa de R$ 43 mil mensais, mesmo sem nunca ter trabalhado no governo. Trata-se de uma pensão a que tem direito simplesmente porque é filha de um desembargador, falecido em 1982. Como Márcia não se casou, ela passou a receber o pecúlio que era de seu pai. Não constituiu matrimônio apenas no papel. Na prática, a dentista comemorou núpcias com direito a véu e grinalda em uma festa na Urca para 200 pessoas. Ou seja, ela pode ter marido, viver na mesma casa que o companheiro e constituir família, desde que não registre a união em cartório. Como ela, encontram-se no Brasil outras 20 mil mulheres já identificadas pelo TCU, isso apenas no Judiciário, sem contar os casos em que a benesse favorece filhas e até neta de militares, que também têm direito a pensão vitalícia se não se casarem de papel passado. No caso de um militar que tenha uma filha em 2016, por exemplo, o País pode ter de pagar a ela esse benefício até 2091, caso ela viva 75 anos – a expectativa de vida média dos brasileiros. - https://istoe.com.br/o-pais-dos-privilegios/
O artigo 37, da Constituição Federal/88 , em seu inciso XI, prevê:
 Art. 37º A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
   
	XI -  a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;
A pensão civil das filhas solteiras (Lei nº3.373/58) e entendimento do TCU em Acórdãos recentes:
A Lei nº 3.373/1958 juntamente com a Lei nº 6.782/1980 estabelecem que, quando ocorre o óbito de um servidor público, suas filhas solteiras e maiores de 21 anos teriam direito ao recebimento de pensão vitalícia , caso se mantivessem solteiras e sem ocupar cargo publico. 
No âmbito da União, inúmeras pensões foram constituídas com fundamento nessas legislações. Segundo essas leis, a filha perderia sua condição de pensionista se deixasse de ser solteira (incluindo acordo de união estável) ou se viesse a ser “ocupante de cargo público permanente”. 
Todavia, o Tribunal de Contas da União – TCU, por meio dos Acórdãos nº 892/2012 e 2780/2016 – TCU – Plenário, estabeleceu critérios para fiscalização e manutenção do benefício pensional , acrescentando mais algumas condições, são elas:
para fazer jus à pensão da referida lei, a filha solteira e maior de 21 anos, deverá ainda comprovar dependência econômica em relação ao instituidor da pensão tanto na concessão da pensão civil quanto na sua manutenção;
 e caso recebam renda própria, passariam a perdem o direito à pensão.
A intepretação do TCU aplicada pelos Acórdãos 892/2012 e 2780/2016, a luz do direito:
Vários juristas, defendem que o TCU, não possui competência para estabelecer requisitos adicionais ao já elencados em Lei:
Ao passo que o ordenamento jurídico brasileiro, garante que a Lei não prejudicará o direito adquirido (CF art. 5º, inciso  XXXVI), e a Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro (12.376/2010) garante respeito ao ato jurídico perfeito, segundo o seu artigo 6º, não há que se falar em revogação ou suspenção de tal beneficio, já que as pensões das filhas solteiras maiores de 21 anos consistem em atos consumados segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.
A intepretação do TCU aplicada pelos Acórdãos 892/2012 e 2780/2016, a luz do direito:
- Caso o Poder Legislativo, considerasse necessária a adição de mais um requisito a ser cumprido, pelas beneficiarias de tais pensões, o Congresso Nacional através de votação, deveria incluí-lo na Lei 3.373/1958, conforme prevê à regra constitucional do art. 5º, inciso XXXVI e à Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, Lei nº 12.376/2010.
- Ademais, caso seja considerada válida a nova interpretação firmada pelo Tribunal de Contas da União, é certo que essa interpretação não alcançaria pensões recebidas com fundamento no artigo 5º da Lei 3.373/58, pois, nos termos do artigo 2º, inciso XIII, da lei nº 9.784/99, uma vez que é vedada a aplicação retroativa de nova interpretação de normas administrativas. Afirmando assim a segurança jurídica, o direito adquirido, o ato jurídico perfeito, a proporcionalidade e razoabilidade, e o principio da boa-fé.
Conclusão
A partir da analise, das diferentes opiniões sobre um mesmo assunto, depreendo que no caso em questão, seria possível pleitear a anulação da pensão da beneficiaria, uma vez que a mesma convive com seu companheiro em uma mesma residência , e a convivência marital também pode ser levada em consideração nesse tipo de processo, como demonstra jurisprudência em casos movidos pelo TCU ;
 
Bibliografia :
GOMIDE, Raphael. As filhas de servidores que ficam solteiras para ter direito a pensão do Estado: As pensões a filhas solteiras de funcionários públicos consomem por ano R$ 4,35 bilhões do contribuinte – e muitas já se casaram, tiveram filhos, mas ainda recebem os benefícios. 2013. Disponível em: <https://epoca.globo.com/vida/noticia/2013/11/filhas-de-servidores-que-ficam-solteiras-para-ter-direito-bpensao-do-estadob.html>. Acesso em: 17 maio 2019.
VAZ, Lucio. TCU anula pensão de filhas “solteiras” casadas ou com emprego público. 2019. Disponível em: <https://www.gazetadopovo.com.br/blogs/lucio-vaz/2019/01/02/tcu-anula-pensao-de-filhas-solteiras-casadas-ou-com-emprego-publico>. Acesso em: 17 maio 2019.
SILVA, Idenilson Lima. Pensão civil das filhas solteiras (Lei nº 3.373/58) e o entendimento do Tribunal de Contas da União – necessidade de respeito ao ato jurídico perfeito e ao princípio da confiança. 2018. Disponível em: <https://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=18698&revista_caderno=4>. Acesso em: 18 maio 2019.
MALUF, Emir Couto Manjud. Filhas solteiras da Lei 3.373/1958:A tirania contra o anacronismo. 2014. Disponível em: <https://https://jus.com.br/artigos/30415/filhas-solteiras-da-lei-3-373-1958>. Acesso em: 18 maio 2019.

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