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NPJ-QUESTÕES-DE-PENAL-E-PROCESSO-PENAL-NÍVEL-II

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CAMPUS DE ARAÇATUBA 
CURSO DE DIREITO 
NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA 
 
PENAL E PROCESSO PENAL 
 
Nível II (5) 
1) Juliano foi denunciado pela prática de homicídio qualificado, pois teria, conforme descrito 
na inicial acusatória, disparado tiros contra Helton, seu suposto pai, levando-o a óbito. No 
curso da instrução processual, foram ouvidas seis testemunhas de acusação e 6 
testemunhas de defesa. Todas as testemunhas de acusação foram acordes em salientar a 
animosidade que existia entre o acusado e a vítima, que negava ser pai do acusado. 
Também disseram que existia uma ação de investigação de paternidade em andamento. 
Elas presenciaram tudo há uma distância de um quilômetro, pois os envolvidos se 
encontravam em cima de um pontilhão, e não puderam dar maiores detalhes sobre a luta 
ocorrida. As testemunhas de defesa afirmaram que o acusado somente se defendeu do 
avanço da vítima, que vinha em sua direção empunhando uma adaga. Disseram também 
que Juliano estava no chão quando disparou contra Helton, que estava em cima dele, 
atacando-o. Informaram, ainda, que acusado e vítima já brigavam há muito tempo, sendo 
rotineiras as discussões. Ao final da instrução, a acusação requereu a pronúncia de Juliano 
por homicídio consumado, qualificado em razão da surpresa à vítima, como recurso que 
impossibilitou sua defesa (art. 121, § 2º, IV, CP). Como defensor(a) de Juliano, apresente a 
peça processual adequada. 
 
2) Josefina foi processada e condenada à pena de dois anos de reclusão, por ter induzido o 
seu namorado, Josefo Almeida, ao suicídio. A única prova existente nos autos era a 
confissão de Josefina, narrando o cometimento do delito em detalhes. A defesa sustentou, 
durante o curso da ação penal, que a morte de Josefo Almeida teria ocorrido em virtude de 
causas naturais, não tendo sido nenhum laudo pericial juntado aos autos para comprovar a 
ocorrência do suicídio. Levando em consideração que o trânsito em julgado ocorreu há três 
meses, não tendo Josefina iniciado o cumprimento da pena, elabore a peça processual 
pertinente à sua defesa, com as teses e pedidos adequados. 
 
3) Alaor e Robson foram surpreendidos por policiais enquanto praticavam um delito de furto 
(art. 155, CP), culminando na prisão em flagrante de ambos. Ao receber, nos termos legais, 
os autos de prisão, o Magistrado converteu ambas as prisões em preventivas, 
argumentando, para tanto, a necessidade de maior segurança da comunidade do local. A 
defesa requereu a libertação de Alaor e Robson, mas o pedido foi negado pelo Juiz. Após, 
impetrou habeas corpus em favor de ambos perante o Tribunal de Justiça de São Paulo, 
 
CAMPUS DE ARAÇATUBA 
CURSO DE DIREITO 
NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA 
 
mas tal Corte denegou a ordem pretendida. Como advogado(a) atuante na defesa de Alaor e 
Robson, adote a medida processual adequada. 
 
4) Fernando, primário, é processado pela prática do crime de apropriação indébita majorada 
(art. 168, § 1º, inciso III, CP), tendo em vista que, como afirma a denúncia, teria ele se 
apropriado do dinheiro que recebeu do dono da loja em que trabalha como vendedor para 
efetuar o pagamento de uma conta da empresa, utilizando-o, ao invés disso, para comprar 
roupas. Contudo, a defesa juntou comprovante de que a compra dessas roupas se deu com 
valores provenientes de sua própria conta bancária, juntando, ainda, os comprovantes da 
transação bancária que empreendeu em nome do dono da loja. O juiz singular condenou-o, 
nos termos em que denunciado, elevando a sua pena base em 1/6 por maus antecedentes, 
em face da existência de um outro processo criminal contra Fernando, ainda em curso. 
Elabore a peça processual adequada em defesa de Fernando. 
 
5) Hannah foi denunciada, perante a 2ª Vara Criminal de Araçatuba, pela prática de tráfico 
de drogas. Recebida a denúncia e devidamente processado o feito, ela foi condenada, em 
primeiro grau, a uma pena de 5 (cinco) anos de reclusão, a ser cumprida em regime 
inicialmente semiaberto. O recurso de apelação foi então interposto pela defesa, sendo 
desprovido por maioria de votos. O desembargador vencido entendeu pela aplicabilidade da 
causa de diminuição prevista no art. 33, §4º da Lei de Drogas, levando em conta a 
primariedade e a ausência de elementos indicativos da dedicação de Hannah a atividades 
criminosas ou de suposta integração de organização criminosa, fixando o regime inicial 
aberto. Elabore a medida cabível em favor de Hannah. 
 
Acórdãos para análise: 
1) Não há crime continuado quando configurada habitualidade delitiva ou reiteração 
criminosa - STJ: HC 204.109/RS 
2) A prisão preventiva não é legítima nos casos em que a sanção abstratamente prevista ou 
imposta na sentença condenatória recorrível não resulte em constrição pessoal, por força do 
princípio da homogeneidade - STJ: HC 303.185/MT 
3) O princípio da insignificância não se aplica aos delitos de tráfico de drogas e porte de 
substância entorpecente para consumo próprio, pois trata-se de crimes de perigo abstrato ou 
presumido - STJ: RHC 37.094/MG

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