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Capitulo Digital - Inteligencia Emocional

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Programa de
Habilidades & Competências
Inteligência Emocional
Roberto Shiniashyki
2
 1 - A OPORTUNIDADE DE VIVER EM PLENITUDE 
“Todos os dias, a natureza nos envia passarinhos de presente. 
Envolvidos com nossas preocupações, nem sempre percebemos 
que eles estão voando ao redor, dando mais beleza e graça à vida.” 
Roberto Shinyashiki.
Certa vez, durante um fi m de semana, eu estava na chácara de um casal de amigos 
preparando o almoço da turma. De repente, minha fi lha, Marina, que na época tinha quatro anos, 
entrou como um furacão na cozinha. Estava eufórica: o rosto era pura felicidade, os olhinhos 
brilhavam como dois diamantes ao sol. 
– Papai, vem ver que passarinho lindo eu achei – disse ela quase gritando. 
Nem tive tempo de responder. Ela virou as costas e, entusiasmada, voltou correndo para 
admirar sua descoberta. 
Fui até o fogão, desliguei o gás, lavei as mãos e, em seguida, tirei o avental. Cumprido esse 
ritual – nada além do que se espera de um adulto responsável e zeloso –, eu me dirigi à porta. 
Não levei mais que 30 segundos depois do chamado. 
Quando saí da cozinha, a pequena Marina já estava voltando com uma expressão de 
frustração no rosto. Seus olhos não brilhavam mais. Percebi que já era tarde. Ela me olhou e 
disse: 
– Papai, o passarinho voou. 
Fiquei um momento ali, parado, com cara de bobo, sem esboçar nenhuma reação diante 
daquele anjinho que me censurava por ter demorado tanto para ver algo maravilhoso que acabara 
de descobrir. Depois, tentei consolá-la com um beijo carinhoso e, devagar, fui me dando conta de 
que eu também precisava de consolo. 
As emoções que senti em alguns instantes decisivos da vida tomaram conta do meu 
coração. Lembrei-me das incontáveis situações desafi adoras em que precisei partir para o tudo 
ou nada. Cenas de um rápido fi lme passaram por minha mente, imagens de momentos em que 
precisei tomar rapidamente uma decisão, abandonar o fogão, jogar tudo para o alto e correr atrás 
dos passarinhos da vida! 
Comecei então a me questionar: por que naquela hora não larguei tudo e fui curtir o 
passarinho com minha fi lha? 
Pensei imediatamente no sofrimento que sentem as pessoas que desperdiçam a vida 
apenas porque não tomam uma decisão e uma atitude capazes de transformá-la. 
Pensei em quantos fi lhos se arrependem por nunca ter dito “eu te amo” a seus pais enquanto 
eles eram vivos.
Em quantos pais e mães se lamentam por jamais ter tido a coragem de transformar o 
relacionamento com seus fi lhos antes que eles se afastassem por completo do convívio com a 
família.
E quantos profi ssionais perderam uma grande proposta de emprego porque não aceitaram 
abandonar a segurança de um cargo.
E quantas pessoas liquidaram a possibilidade de ser feliz em outro relacionamento porque 
3
não romperam um casamento sem amor.
Em quanta gente deixa de exercer a profi ssão de seus sonhos por não ter coragem de 
arriscar.
Problemas fazem parte da vida do ser humano, desde o ambiente familiar, conjugal até 
o profi ssional e a relação entre pensamento e emoção é fator decisivo nas mais variadas 
circunstâncias da vida.
Ninguém pode viver permanentemente fazendo mudanças radicais na vida. A melhor 
maneira de resolver os problemas de um casamento insatisfatório é certamente conversar sobre 
as difi culdades buscando um entendimento que nos traga mais felicidade. 
A melhor maneira de trocar de emprego é fazer um planejamento adequado e enviar 
currículos antes de pedir demissão. Equilibrar pensamento e emoção é a chave para lidar com 
as circunstâncias de adversidades que aparecem e este assunto tem sido objeto de estudo há 
centenas de anos. 
Os estudos sobre as emoções e os pensamentos foram evoluindo com os estudos de 
grandes nomes da psicologia que referenciaram o que foi chamado de inteligência social, na 
década de 30 pelo psicometrista Robert Thorndike, as sete formas de inteligência, escritas em 
1983, pelo professor Howard Gardner, da Universidade Harvard, até o mais conhecido conceito 
de Inteligência Emocional.
Estamos vivendo uma época de grandes incertezas, em um mundo tecnológico e 
competitivo, tanto para pessoas quanto para organizações, onde as discussões sobre sucesso 
têm aumentado signifi cativamente. E diante de tantas discussões, a maior de todas as suposições 
e comprovações é de que pessoas que melhor gerenciam emoções e pensamentos são aquelas 
mais bem sucedidas no ambiente profi ssional e tem maior qualidade de vida.
Ser inteligente emocionalmente é uma grande oportunidade de viver a plenitude.
Esteja atento aos presentes da vida e disposto a não perder os “passarinhos” que a vida te 
oferece por não saber equilibrar ações, decisões e emoções.
Seja inteligente emocionalmente e agarre as oportunidade que a vida te oferece.
a abrir suas asas para voar com os passarinhos!
 2 - CONSEQUÊNCIAS DA AUSÊNCIA DE INTELIGÊNCIA EMOCIONAL 
A Inteligência Emocional deixou de ser apenas uma expressão da psicologia moderna 
para se transformar em uma necessidade fundamental em um mundo de mudanças rápidas. 
Isto porque uma pessoa que não tem a tão desejada Inteligência Emocional encara situações 
desafi adoras e problemas rotineiros como complexos demais, promovem uma grande onda 
de problemas por onde passam, perdem negócios e oportunidades e destroem muitos de seus 
relacionamentos.
Como é triste ver que muitos pássaros voam para longe de seu jardim. Como é desesperador 
fazer um esforço tremendo e de repente perceber que, por um descuido emocional, tudo se desfez 
como um castelo de areia na praia. 
4
Infelizmente, muitas pessoas deixam muitos pássaros voarem por não conseguirem lidar 
com situações desafi adoras e, constantemente, encaram os problemas, por menores que sejam, 
como sendo complexos demais, por isso desistem quase perto da linha de chegada.
As perdas constantes de oportunidades ou a incapacidade de lidarem com os obstáculos 
que a vida apresenta, fazem com que muitos profi ssionais percam o equilíbrio entre razão e 
emoção, podendo acarretar difi culdades nas relações humanas, pois a falta desse equilíbrio 
leva a pessoa a um comportamento arrogante ou torna-se amarga, afetando seus ambientes 
familiares ou profi ssionais. 
A incapacidade em lidar com situações do dia a dia pela ausência do equilíbrio emocional 
tem feito muitos profi ssionais perderem oportunidades únicas, passarinhos que voam e não 
voltam. 
Consigo ver claramente, em meus atendimentos terapêuticos, os danos psicológicos que 
pessoas extremamente talentosas tecnicamente sofrem por verem pessoas menos capacitadas 
conseguirem as melhores oportunidades, os melhores empregos, as melhores promoções. Essas 
constantes frustrações geram desilusões. Com o tempo, o ciclo frustração, desilusão torna-se 
tão presente que a pessoa passa a ser frustrada e desiludida.
Muitas das frustrações ao longo da vida, não necessariamente referem-se a dinheiro ou 
posição social. Após muitos anos de trabalho com pacientes terminais, aprendi que ganhar 
muito dinheiro não faz tanta diferença ao fi nal da caminhada terrena, o que realmente pesa é o 
sentimento de angústia ou tristeza por sentir que a vida não valeu a pena. 
Nos primórdios da Administração, o ser humano, chamado então apenas de operário, era 
considerado um fator de produção, ou seja, era tratado como uma extensão das máquinas. 
Somente a partir da Década de 30 esta visão começa a mudar. Chiavenato (2014) reforça que 
a partir de um experimento denominado Experiência de Howthorne é que conceitos como 
motivação, liderança e grupos informais passam a existir dentro das organizações. Esta 
experiência realizada em uma fábrica de relês eletrônicos comprovou que fatores psicológicos e 
sociais são capazes de interferir na produtividade das pessoas.
Hoje, após anos de estudo e de uma grande evolução na forma de se gerir uma empresa, 
sabe-se que as pessoas são de fato as grandes responsáveis pelo sucesso ou fracasso das 
organizações e que a inteligência emocional é fator essenciala ser trabalhado quando o assunto 
diz respeito a pessoas.
Tenho certeza que muitos questionamentos passam por sua cabeça. Será que tenho tido 
equilíbrio emocional sufi ciente para lidar com as situações do dia a dia?
Será que tenho perdido oportunidades por não ter a resposta rápida e certeira? Será que 
não estou percebendo os pássaros que estão voando do meu jardim?
Será que conseguirei chegar ao fi nal da minha jornada realizado/a, sendo um profi ssional 
de sucesso, um pai/mãe amoroso/a e um marido/esposa realizado/a?
Será que você é alguém que se estressa quando alguém não entende o que você está 
explicando?
Como saber se estou no caminho correto? Sei que esta é uma pergunta pertinente ao 
momento.
Percebo que a falta de conhecer a si mesmo e suas emoções têm tornado as pessoas mais 
5
agressivas com palavras, pois há quem fi que muito nervoso quando diz algo e a pessoa não 
compreende imediatamente. Surgem frases como: “Será que isso é tão difícil de entender?” Ou 
“Qualquer um entende isso”. Desta forma, passa-se de uma situação tensa a uma agressão.
Será que você tem sido muito rígido com você? Será que você tem sido muito rígido com 
os outros?
A rigidez excessiva é outra característica de quem tem difi culdade de lidar com suas 
emoções, pois, temendo não conseguir administrá-las, usa essa rigidez como um escudo e acaba 
afastando as pessoas como forma de se proteger.
O traço de rigidez revela o egoísmo, pois o escudo que coloca os impede de entender as 
diferentes formas de assimilar informações vindas de opiniões diferentes.
Os rígidos emocionalmente não consideram a possibilidade de estarem errados em seus 
posicionamentos, contribuindo para que situações que poderiam ser resolvidas em poucos 
minutos se tornem batalhas.
Será que você tem criados batalhas por coisas que não valem a pena?
No mundo empresarial isso acontece muitas vezes. A intransigência em ouvir o outro 
decorre da falta de musculatura emocional. Infelizmente, esta musculatura também está ausente 
em muitos lares, entre pais e fi lhos, maridos e esposas.
Será que seus fi lhos ou seus pais dizem que você não os escuta?
Será que seu marido/esposa tem dito que você não o/a escuta?
Este pode ser um sinal de que você esteja perdendo pássaros preciosos.
A grande verdade é que a vida sempre nos avisa quando estamos no caminho errado. No 
entanto, muitas vezes nossa inconsciência nos impede de perceber o que estamos fazendo com 
nós mesmos.
Adianta insistir em ir de São Paulo ao Rio de Janeiro pela rodovia Fernão Dias, que leva a 
Minas Gerais? É claro que não! Mas quantas vezes vemos isso acontecer com um motorista? 
Ele está lá, concentrado no volante, e as placas, durante o tempo todo, apontam a distância 
que falta para chegar a Belo Horizonte. Nem uma só vez aparece a distância que falta para 
chegar ao Rio de Janeiro. Mas ele segue em frente até que, de repente, a fi cha cai: 
– Puxa! Peguei a estrada errada! 
Quantas vezes você fez algo parecido com sua vida? 
Você afundou o pé no acelerador e foi em frente. As placas de sinalização mostravam que 
estava na direção errada, mas você nem percebeu os sinais. Insistiu naquela estrada sem se 
dar conta de que estava entrando numa fria. Quando, enfi m, percebeu que havia tomado o rumo 
errado, você fi cou extremamente irritado e precisou pegar o primeiro retorno que encontrou. 
É sem dúvida raro o fato de que alguém permaneça dirigindo em uma estrada de rodagem 
errada por muito tempo, mas há quem fique eternamente em um caminho de vida que não lhe traz 
felicidade. Muitas placas mostram o caminho errado, mas a pessoa continua insistindo. Os filhos 
avisam, a insônia avisa, a vontade de beber, que cresce dia após dia, avisa... Mas ela permanece 
naquele caminho como um robô teleguiado. Ignora os sinais da vida e procura justifi car seu 
comportamento. 
6
Existe um comportamento ainda pior: a destruição das placas de sinalização. É como 
se o viajante destruísse todas as placas que indicam que está a caminho de Belo Horizonte. 
Prefere destruí-las a parar e perguntar. Afasta-se dos verdadeiros amigos, que o avisam sobre 
o caminho errado, afasta-se do fi lho, que insiste em lhe mostrar que não está bem, isola-se do 
mundo, abandona a terapia. Lembre-se: a destruição das placas não elimina a difi culdade de criar 
felicidade em sua vida! 
Certa vez, um amigo meu se apaixonou por uma mulher totalmente destrutiva, cujo único 
interesse era apropriar-se do dinheiro dele. A família e os amigos, eu inclusive, tentaram alertá-lo 
sobre o caráter da moça. Ele se distanciou de todos. 
Depois de algum tempo, já um pouco desconfi ado de que havia algo errado, contratou um 
detetive, que grampeou o telefone da moça e gravou suas conversas. Em uma delas, falando 
com uma amiga, a namorada revelou que não o amava e que, depois de pegar todo o dinheiro 
dele, passaria a viver com outro. Quando meu amigo me mostrou essa fi ta, pensei que deixaria a 
moça. Mas minhas esperanças foram vãs. Depois de alguns dias, ele começou a dar justifi cativas 
para a conversa da namorada. Teve muitas dores de cabeça até conseguir separar-se dela. 
Esse é o caso típico de alguém que está no caminho errado, quebra as placas e passa a 
justifi car sua infelicidade. Cuidado! 
É claro que, quando você decide trilhar um caminho, é importante escolhê-lo bem e manter-
se nele com persistência. Se você, porém, perceber que está no caminho errado, será melhor 
mudar de rota. Faça o retorno mais próximo e comece tudo de novo! É muito mais proveitoso 
fazer isso do que seguir sofrendo eternamente. 
Lembre-se: na vida, há sempre muitas placas de sinalização. São enxaquecas ou insônias 
frequentes, distúrbios alimentares, difi culdades sexuais, pessoas que se aproximam ou se 
afastam, brigas eternas no casamento, um fi lho que apresenta problemas de desenvolvimento 
emocional, enfi m, uma infi nidade de ocorrências – algumas aparentemente banais, outras 
avassaladoras – que nos oferecem indícios do caminho que estamos trilhando. 
É fundamental estarmos atentos a essas placas, pois elas orientam nossa caminhada. 
Não adianta tentarmos destruí-las, trocá-las de lugar nem fingir que não as vemos. Todas essas 
são tentativas infantis de nos iludir, pois, se estivermos seguindo um caminho que não leva à 
plenitude, os avisos se tornarão cada vez mais frequentes e intensos. 
No começo, sentimos uma angústia que se transforma em insônia e, de repente, torna-se 
depressão. E não adianta adiar o momento de mudar de estrada. Por mais que tentemos destruir 
os sinais, eles continuarão a aparecer à frente até tomarmos uma decisão e escolhermos outro 
rumo. 
Muitos me perguntam: por que eu involuntariamente ou voluntariamente quebro as placas? 
Não há decisões puramente lógicas nem decisões puramente 
emocionais, sendo importante um elo de ligação entre as duas a fi m de 
tomar decisões adequadas e “dado que também temos a capacidade 
de refl etir e planejar, temos um meio de controlar a infl uente tirania da 
emoção: chama-se razão. Ironicamente, claro, os motores da razão 
também requerem emoção, o que signifi ca que o poder da razão é por 
vezes bem modesto” (DAMÁSIO, 2000 apud COSTA e JESEUS, 2009).
7
Quebramos as placas, admitimos trilhar caminhos errados porque não nos conhecemos 
emocionalmente, muitas vezes não sabemos quem somos e o que desejamos.
Mas, por que isso acontece?
Fato é que equilibrar pensamento e emoção é um grande desafi o a ser seguido e a falta de 
inteligência emocional pode provocar consequências indesejáveis em todas as áreas da vida.
Ser inteligente emocionalmente não signifi ca se transformar no mais simpático ou no mais 
popular. Esta competência tem a ver, na verdade, com o autocontrole e a autoconfi ança. Estas 
são atitudes cultivadas internamente, mas que se refl etem no comportamento exterior e trazem 
consigo ações mais assertivas.
Ser inteligente emocionalmente é entender que depende de você! Não é sobre o outro, é 
sobre como você vê a vida.
Vocênão pode mudar a vida de ninguém! 
Cada um é responsável por seus atos. 
O que você realmente pode fazer é cuidar bem de si mesmo. Assim, se tomar a decisão de 
mudar, as pessoas em seu redor notarão que não estão agindo de forma inteligente, correta ou 
positiva e também poderão mudar de atitude. Nesse sentido, uma decisão sua pode, sim, gerar 
transformações em seu ambiente, mas nada garante que isso acontecerá.
Não fi que esperando que a vida lhe traga um ataque cardíaco para mudar. Mesmo que você 
se arrisque a perder muitas coisas, tenha certeza de que, em momentos assim, qualquer decisão 
que tomar será melhor do que fi car sofrendo, esperando que tudo se resolva por si mesmo. 
O problema é que, ao adiarmos nossas ações, estamos bloqueando as revoluções da vida. 
Enquanto isso, o tempo passa e as oportunidades também. Lembre-se: não dá para fazer uma 
omelete sem quebrar os ovos! 
Muitas vezes, só percebemos quanto nosso modo de agir é prejudicial quando chegamos 
ao fundo do poço, quando a perda é inevitável e as lágrimas também. Nesse momento, talvez 
você chegue à conclusão de que: 
Se continuar sendo uma pessoa agressiva com seu companheiro, essa atitude poderá levar 
ao fi m do relacionamento. 
Se não mudar sua maneira desleixada de trabalhar, vai acabar sendo demitido, como 
aconteceu nos empregos anteriores. 
Se não parar de usar drogas constantemente, talvez não consiga parar até tomar uma 
overdose fatal. 
Em situações assim, enquanto você não fi zer uma mudança radical em sua vida, suas 
atitudes continuarão a prejudicá-lo. Para evitar que isso aconteça, nada melhor do que repensar 
suas atitudes, tentando identifi car o que tem feito com sua vida. 
Pesquisas desenvolvidas pelo professor de Psicologia da Universidade do Texas James W. 
Pennebaker – e apresentadas no livro Opening Up – The Healing Power of Expressing Emotions 
[Abra seu Coração – A Força Curadora da Expressão das Emoções] – mostram como o ato de 
8
falar sobre nossos pensamentos e sentimentos pode ser importante para nosso desenvolvimento 
e nossa saúde. 
Segundo ele, ao transpor para a linguagem os sentimentos e os pensamentos relativos a 
uma situação, alteramos a maneira como representamos e compreendemos os acontecimentos. 
Isso nos leva a refl etir sobre nossa forma de agir. 
Para Pennebaker, quando expressamos algo através da linguagem, escrita ou falada, 
podemos entender melhor nossas experiências dolorosas e, fi nalmente, deixá-las para trás. 
 3 - A SOLUÇÃO É: DESENVOLVER A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
E o que é Inteligência Emocional? 
É a capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e os dos outros, de nos 
motivarmos e de gerir bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos.»
Para entender a Inteligência Emocional vamos falar sobre Um dos maiores autores neste 
assunto, que é o Daniel Goleman.
Para ele, a inteligência emocional é a maior responsável pelo sucesso ou insucesso dos 
indivíduos. Como exemplo, recorda que a maioria das situações de trabalho é envolvida por 
relacionamentos entre as pessoas e, desse modo, pessoas com qualidades de relacionamento 
humano, como afabilidade, compreensão e gentileza têm mais chances de obter o sucesso.
Um dos maiores autores neste assunto de Inteligência emocional é Daniel Goleman.
Mas quem é Daniel Goleman e o que ele pode te ensinar sobre Inteligência Emocional?
O grande pensador e escritor Daniel Goleman surgiu no mercado em 1995, ao publicar seu 
Best-Seller Inteligência Emocional. Isso não quer dizer que o assunto passou a ser estudado 
nesta época, na verdade entender como se processam as emoções humanas é um assunto 
recorrente desde antes de Cristo.
Daniel Goleman (1946) é um psicólogo, escritor e jornalista norte-americano, nasceu em 
Stockton, Califórnia, Estados Unidos, no dia sete de março de 1946. 
Foi aluno do Amherst College e na Universidade da Califórnia, em Berkeley. Recebeu o Phd 
na Universidade de Harvard onde também lecionou.
Em 1995, tornou-se uma celebridade do mercado editorial com a publicação do livro 
Inteligência Emocional, que vendeu cinco milhões de cópias, em quarenta idiomas e se tornou 
um best-seller em vários países.
Daniel Goleman é cofundador do Collaborative for Academic Social e Aprendizagem 
Emocional na Universidade de Illinois, em Chicago. É codiretor do Consórcio para Pesquisa sobre 
Inteligência Emocional entre as organizações e a Universidade de Rutgers.
Entre seus livros destacam-se: “Inteligência Emocional” (1995), “Emoções Destrutivas e 
Como Dominá-las: um Diálogo com o Dali Lama” (2005), “Inteligência Social: a Nova Ciência das 
Relações Humanas” (2006), “Inteligência Ecológica” (2009), “Foco: o Motor Oculto da Excelência” 
(2014) e “Liderança” (2015).
9
O autor é fi lho de professores universitários. Desde cedo ganhou gosto pelos livros e pela 
pesquisa. Ele é graduado e doutor em Psicologia pela Universidade de Harvard, tendo mais de 12 
anos à frente da editoria de Ciência do The New York Times, escrevendo sobre comportamento 
humano e reações do cérebro.
Com grande escritos, foi condecorado muitas vezes, onde se destaca o prêmio Pulitzer, um 
dos maiores reconhecimentos de excelência na área do Jornalismo. 
Sua paixão por entender o comportamento humano e escrever sobre isso, não estava mais 
em consonância com as pautas do The New York Times, o que abriu o caminho para Goleman 
produzir sua obra mais conhecida sobre Inteligência Emocional.
Por sua teoria, uma vida equilibrada depende muito da forma como cada pessoa/
profi ssional compreende e gerencia suas próprias emoções. Porém, é mais que isso, pois não se 
pode esquecer as emoções de um individuo se conectam ou contrastam com as emoções das 
outras pessoas, tendo efeitos no emissor e no receptor.
Para que um indivíduo viva bem em comunidade, Goleman entende que assuntos como 
autoconhecimento, gestão das emoções, empatia e sociabilidade são fundamentais.
Estes assuntos são independentes, mas ao mesmo tempo podem e devem ser interligados 
e se complementarem. A chave para esta ligação está no autoconhecimento, pois quando o 
indivíduo conhece e compreende suas emoções, poderá desenvolver a gestão consciente delas. 
Desta maneira, ele evitará reações impulsivas e muitas vezes ofensivas, o que fará dele 
alguém mais tolerante à opinião do outro, aumentando sua empatia e sua capacidade de 
socializar-se.
O assunto despertou muito interesse no mercado na ultima década, pois descobriu-se 
que as pessoas são contratadas pelo quociente intelectual, mas são demitidas pelo quociente 
emocional.
Neste jogo entre contratar e demitir, entre ser admitido e pedir para sair, todos perdem. A 
empresa perde por ter que arcar com os custos trabalhistas, o profi ssional perde por se sentir 
derrotado, ou seja, trabalhar a inteligência emocional de contratante e contratado é uma forma 
de ser mais assertivo e lucrativo.
Mas engana-se quem acha que estes conceitos de Goleman são importantes apenas 
no mercado de trabalho. Na vida familiar e no cultivo das amizades eles são extremamente 
relevantes, pois a questão é saber balancear e aperfeiçoar os pilares da Inteligência Emocional 
para se tornar uma pessoa melhor em todas as áreas da vida, tanto pessoal quanto profissional.
Conheça algumas frases de Daniel Goleman:
3.1 - Frases do criador – Daniel Goleman:
A Diferença entre o Céu e o Inferno
Um guerreiro samurai, conta uma velha história japonesa, 
certa vez desafi ou um mestre Zen a explicar o conceito de 
céu e inferno. Mas o monge respondeu-lhe com desprezo:
– Não passas de um rústico… não vou desperdiçar meu tempo 
com gente da tua laia! Atacado na própria honra, o samurai 
10
teve um acesso de fúria e, sacando a espada da bainha, berrou:
– Eu poderia te matar por tua impertinência.
– Isso – respondeu calmamente o monge – é o inferno.
Espantado por reconhecer como verdadeiro o que o mestre dizia 
acerca da cólera que o dominara, o samurai acalmou-se, embainhou 
a espada e fez uma mesura, agradecendoao monge a revelação.– E 
isso – disse o monge – é o céu.
Daniel Goleman
“[…] o impulso é o veículo da emoção; a semente de todo impulso 
é um sentimento explodindo para expressar-se em ação. Os que estão 
à mercê dos impulsos – os que não têm autocontrole sofrem de uma 
defi ciência moral. A capacidade de controlar os impulsos é a base da 
força de vontade e do caráter.” Daniel Goleman
Quando eu digo controlar emoções, me refi ro às emoções 
realmente estressantes e incapacitantes. Sentir as emoções é o que 
torna a nossa vida rica. Daniel Goleman
As pessoas com altos níveis de esperança têm certos traços 
comuns, entre eles o poder de se auto motivar, e sentir-se com 
recursos sufi cientes para encontrar meios de atingir os seus objetivos, 
ter fl exibilidade bastante para encontrar meios diferentes de chegar 
às metas, e ter o senso de decompor uma tarefa formidável em outras 
menores, mais manejáveis. Daniel Goleman
Por que o autocontrole é tão importante para os líderes? Em 
primeiro lugar, pessoas que estão no controle de seus sentimentos 
e impulsos — ou seja, pessoas racionais — são capazes de criar um 
ambiente de confi ança e equidade. Daniel Goleman
A auto-absorção, em todas as suas formas, mata a empatia, 
para não mencionar a compaixão. Quando nos focamos em nós 
mesmos, o nosso mundo diminui, enquanto os nossos problemas e 
preocupações aumentam. Mas quando nos focamos nos outros, o 
nosso mundo expande. Daniel Goleman
A inteligência interpessoal consiste na capacidade de 
compreender os demais, quais são as coisas que mais os motivam, 
como trabalham e a melhor forma de cooperar com eles. Daniel 
Goleman
11
Uma visão da natureza humana que ignore o poder das emoções 
é lamentavelmente míope. A própria denominação Homo sapiens, a 
espécie pensante, é enganosa à luz do que hoje a ciência diz acerca 
do lugar que as emoções ocupam em nossas vidas. Daniel Goleman
Controlar os impulsos ou lidar com a mágoa é tão importante para 
a prevenção da violência quanto para o controle da raiva. Daniel Goleman
De nada adiante conhecermos sobre Daniel Goleman e sua teoria, se não soubermos como 
aplicá-la em nosso dia a dia.
Segundo ele, a inteligência emocional pode ser categorizada em cinco habilidades:
1. Autoconhecimento emocional - reconhecer as próprias emoções e sentimentos quando 
ocorrem;
2. Controle emocional - lidar com os próprios sentimentos, adequando-os a cada situação 
vivida;
3. Automotivação - dirigir as emoções a serviço de um objetivo ou realização pessoal;
4. Reconhecimento de emoções em outras pessoas - reconhecer emoções no outro e 
empatia de sentimentos; e
5. Habilidade em relacionamentos interpessoais - interação com outros indivíduos 
utilizando competências sociais.
As três primeiras são habilidades intrapessoais e as duas últimas, interpessoais. Todas são 
essenciais ao autoconhecimento.
Então, vamos explorar cada uma delas.
 4 - PILARES DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL por Daniel Goleman
4.1 - Conhecer as Próprias Emoções
Para reconhecer um sentimento quando ele ocorre, e para ter a capacidade de controlar 
sentimentos a cada momento, tendo discernimento emocional e autocompreensão, é preciso 
desenvolver a Autoconsciência. A incapacidade de observar nossos verdadeiros sentimentos, 
nos deixa à mercê deles. As pessoas mais seguras acerca dos seus sentimentos, são os melhores 
pilotos de suas vidas.
Goleman distingue a autoconsciência, gestão de emoções 
e automotivação, classifi cando-as como competências pessoais 
(intrapessoais), pois “determinam a forma como nos gerimos a 
nós próprios”, e a empatia e gestão de relacionamentos como 
competências sociais (interpessoais), pois “determinam a forma 
como lidamos com as relações” (2006, apud COELHO, 2012).
12
Quanto maior a velocidade das mudanças no mundo, maior é a necessidade de 
autoconhecimento de cada indivíduo.
Quanto maiores as mudanças que o mundo promove, mais inabaláveis devem ser os valores 
de uma pessoa. Seus princípios devem alimentar cada decisão de sua vida. 
Claro que dá mais trabalho vencer sendo honesto consigo mesmo, mas você vai sentir 
muito mais orgulho de si. Os maiores aplausos têm de vir da sua consciência.
É importante ter valores fundamentais, respeitar nossa vocação, mas é essencial também 
desenvolver competências que transformem essa vocação em resultados. A felicidade 
profissional ocorre quando nossa vocação se soma à nossa competência. 
Mas para se chegar neste ponto, é preciso conhecer a pessoa mais importante neste planeta: 
você. Sem se conhecer não existe felicidade, não existe profi ssional completo, não existe um 
amigo sincero, não existe um parceiro fi el ou pai/mãe que transforma.
Sucesso atrai sucesso. Pessoas que se conhecem atraem pessoas que se conhecem!
Certa vez, um sujeito milionário, mas muito mesquinho, procurou um mestre espiritual e lhe 
disse:
— Mestre, eu me dedicaria a uma vida espiritual depois que me tornasse rico e poderoso. Se 
o senhor me ajudar a ter muito dinheiro, começarei minha busca espiritual.
O mestre sabia que isso não daria certo, mas, mesmo assim, pegou uma concha mágica e 
a deu ao homem, dizendo:
— Esta concha vai realizar todos os seus desejos. Conquiste tudo o que quiser e, quando 
achar que chegou a hora, venha me procurar.
O homem não perdeu tempo, esfregou a concha e lhe pediu uma fazenda. Em poucos 
segundos, lá estava eles, uma fazenda linda, com cavalos, bois, galinhas, vacas e um maravilhoso 
pomar.
Agora ele queria uma loja, uma grande loja, com roupas chiques, que desse bons lucros. 
Esfregou a concha novamente e, pronto, num piscar de olhos, a loja estava à sua frente.
Não satisfeito, o sujeito pediu dessa vez um palácio. Esfregou a poderosa concha e ganhou 
um esplendoroso palácio, ornamentado com ouro e prata, repleto de serviçais.
Ele pensou: falta uma família! Então esfregou a concha e recebeu uma bela esposa e fi lhos 
inteligentes e saudáveis.
Porém, alguma coisa estava estranha. Por mais que realizasse seus desejos, ele ainda não 
estava feliz. 
Nada daquilo bastava. Faltava algo. Foi então que, um belo dia, viu um outro velho mestre 
esfregando uma concha.
Quando o sábio pediu uma fazenda à concha, esta lhe respondeu: 
— Não vou lhe dar uma fazenda apenas, vou lhe dar duas.
Entusiasmado com a descoberta, o homem propôs ao mestre que trocasse as conchas:
— Eu vi sua concha e a achei sensacional. A minha é simples. Ela só realiza um desejo uma 
vez. Por favor, vamos trocar.
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O sábio explicou que sua concha era uma brincadeira, mas, ante a insistência do homem, 
cedeu-a. O sujeito, então, sem esperar nem mais um minuto, pediu uma nova fazenda, e a concha 
respondeu:
— Eu vou lhe dar duas fazendas.
Mas não apareceu nenhuma fazenda. Então ele pediu:
— Me dê as duas fazendas.
E a concha respondeu:
— Eu lhe darei quatro fazendas.
Mas nenhuma fazenda apareceu. De novo, o homem pediu:
— Então me dê as quatro fazendas.
— Não. Agora resolvi lhe dar oito fazendas.
O sujeito pensou que a concha estivesse louca e decidiu pedir outra coisa. Tentou um 
palácio, e a concha respondeu:
— Eu lhe darei dois palácios.
Mas o homem não ganhou nada. Tentou de novo e pediu dois palácios. E a concha respondeu 
que lhe daria quatro palácios, porém nada apareceu. Decepcionado, ele foi ao mestre e disse:
— Não entendo esta concha. Ela promete maravilhas, porém não cumpre nada.
O mestre, calmamente, explicou:
— Ela é assim mesmo: só promete. É como a voracidade, meu amigo; ela promete muitas 
coisas, mas não proporciona nenhuma. É preciso decidir ser feliz com o que se tem e que se é, 
neste momento. A voracidade nos torna insaciáveis e condiciona a felicidade à próxima conquista.
Você pode conquistar tudo a que se propôs, mas as vitórias só lhe trarão mais angústias se 
você não souber quem você é e o que deseja neste mundo.
A grande verdade é que a culpa não é de quem promete, mas de quem se ilude. Dinheiro só traz 
dinheiro, não traz elegância, cultura e classe. Poder só traz poder, nãotraz a verdadeira amizade.
Sucesso só traz sucesso. Amor, paz e segurança não são consequências de sucesso, 
dinheiro e poder. Se você quiser amor, terá de conquistar amor.
Se você quiser se sentir seguro, não adianta ter mil guarda-costas. Se você for uma pessoa 
insegura, um bilhão de reais não será sufi ciente para aplacar seu medo de fi car pobre ou de ser 
sequestrado. Somente uma pessoa confi ante na vida se sente tranquila.
Uma roseira é uma roseira, e tudo o que ela produz parte de sua essência de roseira. Eu não 
imagino uma orquídea angustiada por não produzir laranjas nem uma laranjeira infeliz porque 
não aparecem pêssegos entre suas folhas.
Certa vez, um fotógrafo de Niterói me contou uma história bem interessante: Eu caminhava 
tranquilamente, quando um ônibus subiu na calçada e me atropelou. Quando cheguei ao hospital, 
com uma dor brutal, escutava os enfermeiros perguntando entre si se eu iria sobreviver. 
Nesse momento, um grande desespero tomou conta de mim. Eu, que sempre vivi com medo 
de tudo, de andar de motocicleta, de jet ski, de escalar montanhas, estava correndo o risco de 
morrer por ter sido atropelado por um ônibus enquanto caminhava na calçada. 
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Naquele momento, prometi a mim mesmo que, se eu sobrevivesse, não deixaria de fazer 
mais nada por causa do medo. Graças a Deus sobrevivi, e a primeira decisão que tomei foi pedir 
demissão do emprego, que não tinha nada a ver comigo. 
Então me tornei fotógrafo, profi ssão que realmente adoro. Ganho mais do que antes, porém 
o mais importante é que hoje eu sou um sujeito feliz.
Se você está frustrado com sua profi ssão, é chegada a hora de uma revisão de vida. Você 
precisa responder o que você quer!
Se você está insatisfeito com você, precisa perceber quem você é!
Se você está infeliz com seus resultados, precisa responder o que você tem feito e realizado.
4.2 - Saber administrar as suas emoções
Como é difícil conhecer e administrar as emoções. 
As pessoas têm muita difi culdade de lidar com a dor, mas ela faz parte da vida de quem vive 
conscientemente. Sentir dor por algo que não está fl uindo como gostaríamos é muito importante. 
Afi nal, o que é a dor senão a consequência de alguma coisa que não deu certo?
Existe uma história muito bonita que ouvi na Índia e pode nos ensinar muito sobre o medo 
e a dor. Em meio a tantas doenças e turbulências que atingiram a humanidade durante a Idade 
Média e levaram à morte milhares de pessoas, havia um país em que todos viviam felizes. 
Um belo dia, o rei desse país recebeu duas visitantes ilustres: a peste e a morte. 
As duas foram pedir autorização para entrar no reino. O monarca se negou, de imediato, a 
entrada de ambas. Elas, no entanto, o advertiram de que não havia escolha, precisavam entrar no 
país de qualquer jeito. 
Muito esperto, o rei resolveu negociar com as duas: 
– Nos outros países vocês mataram mais de 12 mil pessoas, e isso eu não posso permitir. 
Mas, se me prometerem matar apenas dez, eu deixarei que entrem. 
– Dez não! – responderam as duas em coro. 
E a negociação prosseguiu durante horas. Enquanto as damas tentavam aumentar o número de 
vítimas, o rei procurava reduzi-lo até que chegaram a um bom acordo: apenas 200 pessoas morreriam.
Satisfeito com a negociação, o soberano abriu as portas do país à peste e à morte. 
No primeiro dia, 50 pessoas foram atingidas. No segundo, mais 100. No terceiro, 200 – e 
assim por diante. 
Dia após dia o número de mortes aumentava em proporção geométrica. Furioso, o rei foi 
tomar satisfação com as duas no momento da despedida: 
– Vocês mentiram para mim! Como puderam agir dessa forma? 
– Por que está dizendo isso? – respondeu a peste. 
– Ora, vocês disseram que só matariam 200 pessoas e, no entanto, mais de 12 mil vidas 
foram sacrifi cadas. 
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Com a tranquilidade que lhe é característica, a morte respondeu: 
– Mas nós cumprimos nosso trato. Só matamos 200 pessoas. As outras morreram de medo. 
 Pessoas morrem por não saberem administrar suas emoções. Como é triste ver 
pessoas inteligentes e sadias se mantando por não conseguirem entender e controlar o que 
sentem.
Quantos casais se separam, quantos fi lhos são criados sem pais, quantos profi ssionais são 
despedidos por não controlarem seus impulsos emocionais.
Lidar com nossos sentimentos é uma aptidão que se desenvolve na autoconsciência. As 
pessoas fracas nesta aptidão tendem a fi car constantemente lutando contra sentimentos de 
desespero, enquanto outras se recuperam mais rapidamente dos reveses e perturbações da vida.
O próprio Goleman diz: “[…] o impulso é o veículo da emoção; a semente de todo impulso 
é um sentimento explodindo para expressar-se em ação. Os que estão à mercê dos impulsos 
– os que não têm autocontrole sofrem de uma defi ciência moral. A capacidade de controlar os 
impulsos é a base da força de vontade e do caráter.”
Inteligência emocional não se trata de anular suas emoções, mas construir novos 
comportamentos, pensamentos e hábitos, para saber usar a Inteligência Emocional totalmente 
a seu favor.
É ser capaz de se emocionar com as pequenas coisas do dia-a-dia: com o cartão-postal 
que um amigo mandou, com a saudade que sente dele, com a palavra carinhosa do colega que 
trabalha ao lado. 
É ser capaz de dominar a raiva no momento de fúria, é saber dosar a expressão da dor nos 
momentos de angústia, é saber olhar para o outro e dizer: eu te perdoo.
Este processo de aprender a controlar seus impulsos faz com que você seja alguém o torna 
mais sábio, pois te ajudará a reconhecer o verdadeiro valor da amizade, de um grande amor, de 
um grupo de companheiros da empresa e de como é bom desfrutar de uma vida com emoções 
controladas.
Sentir-se assim não é simples, mas não é impossível. É um exercício constante de observação 
e ação, É como ir a um parque e constatar que existem famílias felizes que se curtem, olhar 
casais de idosos namorando ou pais brincando com os fi lhos. 
Depois de observar por algumas vezes pessoas como essas, sua mente começará a aceitar 
novas referências. Elas mudarão suas ideias de que pessoas só trazem problemas – afi nal, são 
exatamente as pessoas que criam a felicidade plena. Por isso, controlar-se é uma das melhores 
formas de respeitá-las.
Certa vez um homem perguntou ao sábio:
- Por que é tão importante controlar minhas emoções?
O sábio olhou para jovem e disse:
- Caro rapaz, vou lhe contar algo muito especial:
- Havia dois irmãos brigando e o pai assistia tudo de longe. De repente, o pai chama os 
meninos e diz:
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- “Aqui estão um martelo e uma caixa de pregos. Cada vez que vocês não se controlarem e 
estourarem com alguém, quero que ponha um prego em uma das madeiras da cerca até conseguir 
fi car um dia sem estourar com ninguém”.
- Os meninos fi zeram como o pai disse: Cada vez que explodia com alguém, ia até a cerca e 
lá martelava um prego, até que conseguiu fi car um dia sem explodir. 
- O pai, então, pediu que ele se controlasse durante uma semana, e o menino trabalhou com 
disciplina e atenção até conseguir a façanha.
- “Vá até a cerca, retire os pregos e me diga como fi cou a madeira”, solicitou o pai.
- O menino fez isso e voltou chateado:
- “Pai, a madeira fi cou toda esburacada!”
- O pai então explicou: “Se enterrar um punhal no coração de uma pessoa, mesmo que o 
retire e peça desculpas, o buraco vai sempre estar lá. A dor que você provocou fi cará para sempre 
no coração de quem você machucou”.
- Pedir desculpas, claro, é o primeiro passo, mas é apenas o começo da caminhada rumo ao 
aprendizado do respeito ao outro. O ideal é ter consciência dos efeitos de sua ação antes mesmo 
de praticá-la, para poder então decidir se ela é positiva ou não.
Aprenda a controlar suas emoções e seja feliz.
4.3 - Saber motivar-se e manter a motivação
É preciso pôr as emoções a serviço de uma meta para centrar a atenção, se automotivar e 
ter controle. É preciso controlar a impulsividade, e adiar a satisfação. 
A capacidade de entrar em estado de fluxo possibilita que as pessoas sejam mais produtivas 
e efi cazes em qualquer atividade que exerçam.
Pensamento e emoções caminham juntos.
O intelecto e a emoção andam juntos. Em termos de motivação, 
quando as pessoas acreditam que seus fracassos se devem algum 
défi cit imutável em si mesmas, se desiludem e desistem. A crença 
básica que leva ao otimismo, lembrem, é de que os reveses ou 
fracassos se devem a circunstâncias nas quais podemos interferir 
com a fi nalidade de mudar para melhor (GOLEMAN, 1995).
Walt Disney, criador da Disneylândia, pediu fi nanciamento à cerca de setenta bancos para 
seu projeto. Um após outro, todos iam recusando o empréstimo. 
Nenhum gerente de banco apostava num parque de diversões que cobrasse ingresso 
único. Imagine se Disney fosse desistir facilmente! Nunca teria obtido o empréstimo. Ou talvez 
esquecesse depois do décimo “não”, ou do vigésimo. Mas ele acreditou e continuou. Quando 
conseguiu o dinheiro, construiu uma das maiores fortunas do nosso tempo.
Nelson Mandela permaneceu preso durante 27 anos em virtude de suas crenças políticas. 
Por vinte anos fi cou em uma solitária. A esse respeito, o fi lósofo Mario Cortela costuma comentar 
em suas palestras: “Imagine se depois de cinco anos alguém não chegou para ele e disse:
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– Nelson, cinco anos e você aqui... Deixe de bobagem, assine este documento reconhecendo 
sua culpa e você será imediatamente libertado.
E Mandela, acreditando em sua missão de tornar a África do Sul uma nação única, mantinha-
se irredutível.
– Mandela, quinze anos... Você aqui preso e a vida correndo lá fora... Deixe de ser bobo. 
Reconheça que você mudou e assine aqui.
E Mandela fi rme em suas convicções.
– Nelson, 25 anos, um quarto de século! Assine este documento e vá viver sua vida.
E Mandela aferrava-se à sua crença de que negros e brancos podiam viver como um só povo.
Até que ele conquistou a liberdade. Não apenas para
sair da prisão, mas para se transformar no presidente da
África do Sul e liderar o trabalho de unificação do seu povo”.
Pergunte às pessoas que você admira se obtiveram sucesso no primeiro projeto. Poucas 
responderão que sim. Pergunte a elas se já enfrentaram grandes crises. Quase todas responderão 
afi rmativamente. O único remédio para essas situações é perseverar.
A maioria dos obesos acredita em fórmulas mágicas e em dietas milagrosas. Mas o 
método que funciona de verdade é a reeducação alimentar, acompanhada de exercícios. Coisa 
de disciplina e perseverança.
Todo mundo quer aprender inglês em cursos de algumas semanas. Passar um mês na 
Austrália e voltar falando fl uentemente. Doce ilusão!
Tudo o que é importante para nós deve ter continuidade. No começo qualquer aprendizado 
é excitante, depois vem a etapa em que parece que não estamos evoluindo nada. Finalmente, 
incorporamos o aprendizado. Pode até demorar para a vitória chegar, mas vale a pena!
Cada indivíduo tem um sonho que deseja realizar.
Por vezes, as pessoas passam por crises tão grandes que fi cam preocupadas apenas em 
conseguir o que precisam para sobreviver. Mas o sonho permanece em seu coração. Latente, 
mas vivo. À espera de ser novamente despertado.
Muitos não têm coragem de admitir seus sonhos. As derrotas os fi zeram sufocá-los. Por trás 
do ceticismo, contudo, continuam acreditando neles. Todos têm sonhos adormecidos, sonhos 
da juventude, sonhos da família. Uma das funções mais importantes de um líder é despertar a 
consciência do sonho adormecido na equipe.
Quando o reverendo Martin Luther King fez o seu hoje lendário discurso “Eu tive um sonho”, 
motivou o povo negro dos Estados Unidos a trabalhar por um movimento que permitisse que 
todos realizassem seus sonhos. Até então, os brancos pensavam que somente eles tinham 
direito de sonhar e que os negros não podiam ser mais que simples mão-de-obra.
Essas quatro palavras – “Eu tive um sonho” – serviram de alavanca para o gigantesco 
movimento pelos direitos civis dos negros americanos, que revolucionou os Estados Unidos.
Quanto mais os sonhos estiverem claros na cabeça das pessoas, quanto mais elas 
souberem o que querem da vida, mais agirão com determinação e confi ança. O verdadeiro 
comprometimento se dá quando o indivíduo sente que o trabalho o ajudará a realizar seu sonho.
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Quando estudei Administração de Empresas no Japão, passei um fi m de semana num 
riokan, hotel típico japonês. Eu mal falava algumas frases do idioma e o pessoal do riokan nada 
falava de inglês. Português, nem pensar. Mas foi, disparado, o melhor fi m de semana da minha 
vida em um hotel. Nunca me senti tão bem cuidado, tão bem tratado.
Na hora de fechar a conta para voltar a Tóquio, o gerente me dirigiu um agradecimento que 
não compreendi – não era o clássico “arigatô”. Perguntei-lhe o que dissera. Após quinze minutos 
de muita mímica e tradução multimídia, compreendi suas palavras. Ele dissera: “Obrigado, 
Roberto-San, por me ajudar a cuidar dos meus fi lhos”. Ele tinha um sonho claro, que era cuidar 
bem da família. Por isso colocava toda a força desse sonho em seu trabalho. O cargo de gerente 
não representava um salário, mas o modo de realizar seu sonho.
Deixe-me perguntar com franqueza: suponhamos que você trabalhe numa loja. Se um 
freguês chegasse às 18h30, você o atenderia com alegria porque ele estaria ajudando-o a realizar 
seu sonho? Ou fi caria aborrecido por ter aparecido bem na hora de fechar e você queria ir embora?
Se você trabalha numa empresa, ao receber o salário no fi m do mês pensaria: “Obrigado por 
ajudar-me a cuidar de minha família?” Ou diria com seus botões: “Trabalhei, tenho que receber 
mesmo?”
E você, empresário? Se sua equipe varou a noite ou o fi m de semana para preparar um 
projeto, você tem a gratidão de lhe dizer; “Obrigado por me ajudarem a realizar meu sonho?” Ou 
simplesmente sacudiria os ombros pensando: “Estou pagando, têm mais é que trabalhar?”
Que ninguém se iluda. Quando as pessoas têm claro os sonhos, o sacrifício do dia-a-dia 
torna-se mais leve, pois não trabalham apenas para sobreviver. Lutam por algo que traz mais 
sentido à vida.
Há chefes que estão sempre apontando os defeitos da equipe. Pensam que mostrar os 
erros servirá para que o grupo não se acomode. Em vez de motivar a equipe, tornam-se chatos. 
Ninguém gosta de estar em cantara com seus problemas 24 horas por dia. Gente adora o prazer 
de conquistar.
Perder faz parte da vida, e nós precisamos aceitar as derrotas inevitáveis. O mais 
importante é aprender as lições que elas trazem. As derrotas somente têm significado quando 
com elas adquirimos a consciência de que algo poderá ser melhorado. Se não for assim, nos 
acostumaremos a elas e perderemos a autoestima.
Mas ganhar é melhor que perder. A importância da vitória, contudo, não se encontra tão-
somente na satisfação da conquista. Talvez sua maior virtude seja insufl ar autoconfi ança. 
Sentimo-nos fortes para dizer: “Prepare-se, mundo, lá vou eu!”
Observe uma criança entretida com um brinquedo. Mexe aqui, experimenta ali e de repente 
faz o brinquedo funcionar. O prazer de conseguir algo que se propunha é visível. Certamente, um 
dos momentos mais emocionantes da vida de um ser humano é contemplar o rosto iluminado de 
uma criança que aprende a andar. Levanta, cai, cai, levanta. Quando ensaia os primeiros passos, 
parece preste a alçar voo. Ela se sente digna de viver.
Todos adoram vitórias e fi cam eternamente gratos a quem os ajuda a conquistá-las, pois 
sua autoestima aumenta demais, o que lhes traz felicidade.
Muito se tem falado e escrito sobre autoestima, mas o fato é que apenas as vitórias podem 
alimentá-la. Uma das tarefas mais difíceis é manter elevada a autoestima de uma equipe que só 
perde, porque seus membros se sentem desmoralizados com as sucessivas derrotas.
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O verdadeiro líder sabe mostrar o futuro à equipe de modo que deixe as derrotas no passado 
e comece a investir na próxima partida. Ele sabe motivar – dar motivo, dar razão para lutar.
Mas será que motivação é o sufi ciente?Eu diria que não. Motivação sem competência 
é uma caixa vazia. Não serve para nada. De que adianta um gerente de vendas fazer a equipe 
vibrar, vestir a camisa, se falta ao grupo competência para vender? Se não tem capacidade 
para reconhecer as necessidades dos clientes? Resultado: todo mundo se mobiliza com muito 
entusiasmo, mas na hora de tirar o pedido nada acontece.
Essa é uma questão aguda nos esportes. De nada adianta um técnico motivar seu nadador, 
por exemplo, se o atleta não sabe maximizar seu talento, não tem capacidade de fazer uma 
virada e dar as braçadas adequadas.
Ajude as pessoas a construir suas vitórias não somente com palavras motivadoras, mas 
principalmente com orientações seguras – elas terão prazer em lutar a seu lado.
4.4 - Reconhecer e saber lidar com as emoções dos outros
A empatia é uma outra capacidade que se desenvolve na autoconsciência emocional. Custa 
muito não saber escutar as emoções, e os motivos pelos quais a empatia gera altruísmo. As 
pessoas mais empáticas estão sintonizadas com os sinais do mundo. São profi ssionais e seres 
humanos muito melhores.
Não ame simplesmente o que você faz, ame o próximo! Ame a pessoa que está à sua frente, 
que o procura com seus dramas e desejos.
Existe um ser humano à sua frente que precisa se sentir importante. Quem trabalha com 
amor e por amor jamais vai tratar os outros como coisas ou como partes de uma engrenagem.
Certa vez eu visitava um hospital e vi um médico que tratava mal uma criança. Quando tive 
oportunidade, fui conversar com ele sobre o ocorrido e ouvi a seguinte resposta: 
- “Roberto, o que você quer? Com o salário ridículo que eu recebo, isso é o máximo que 
posso dar”.
É verdade que é ridículo o salário de um médico de hospital público, como também é ridículo 
o que a maioria dos professores ganha nas escolas públicas. Contudo, um médico que maltrata 
o paciente ou um professor que humilha o aluno não merece sequer esse salário.
O primeiro compromisso do profi ssional é com o outro, e não com o salário que ganha. Ele 
precisa ver claramente qual é sua missão no planeta Terra. 
Para ter sucesso profi ssional, você precisa obrigatoriamente pensar no outro. Quando para 
de pensar no outro, a decadência se torna inevitável. O trabalho bem-feito sempre passa pelo 
esforço de pensar no próximo!
O sucesso profi ssional está sempre ligado à capacidade de solucionar problemas ou 
satisfazer as necessidades de alguém.
Satisfazer as necessidades do outro, solucionando seus problemas, ou ajudá-lo a realizar 
um sonho, é o melhor caminho para o sucesso profi ssional.
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Agora que você conhece os caminhos de libertação dos mecanismos que tornam as 
pessoas dependentes, vamos conversar sobre o outro.
Como podemos tocar, de verdade, o coração das pessoas?
O fi lósofo francês Jean-Paul Sartre disse: “O inferno são os outros”. Na verdade, o outro é a 
porta do nosso inferno ou do nosso paraíso. 
Ele não nos conduz a nenhum lugar, simplesmente nos revela nossa capacidade de amar. Ninguém 
pode fazer você se sentir bem ou mal. As pessoas apenas mostram o que existe dentro de você.
Por isso, o mesmo evento desperta reações tão diferentes nas pessoas. Para um jogador, 
uma fi nal de campeonato é a oportunidade de mostrar todo o seu potencial. Para outro, é um 
pesadelo tão grande que desmaia de nervosismo.
Quem não conhece a alma do outro será vítima de mal-entendidos. Como não conhece de 
verdade quem lhe está bem próximo, procura fazer o que gostaria que fi zessem a ele. E o outro 
se sente desrespeitado.
São pais que, por se preocuparem com os fi lhos, querem intrometer-se em suas decisões 
e no fi m se veem rejeitados.
Chefes que solicitam projetos e acabam recebendo um trabalho que nada tem a ver com o 
que pediram.
Maridos que presenteiam as esposas com fi lmes de que eles próprios gostam. Pessoas 
que falam B e as outras entendem A.
Esses desencontros me fazem lembrar uma conversa que tive na Índia sobre o motivo de 
as pessoas se magoarem tanto quando amam. 
Um mestre disse que elas se magoam porque são ignorantes. Não conhecem a alma 
do outro, não conhecem suas motivações, seus anseios. No momento em que as pessoas se 
conhecerem mais, irão parar de se magoar.
Ele está totalmente certo. A ignorância faz com que o amor se tome uma arma perigosa.
Quem conhece o outro sabe de seus anseios, respeita seu jeito de pensar e de agir e tem a 
sensibilidade de falar de modo a tocar seu coração.
No meu tempo de terapeuta, tive uma supervisora muito especial, a americana Jacque 
Schiff. Um dia, conversávamos sobre a terapia que eu fazia com um rapaz que vivia uma situação 
muito estranha e delicada. 
Jacque, então, me perguntou o que eu pensava fazer. Respondi que deixaria a questão 
de lado, uma vez que ele nunca aceitaria qualquer coisa que eu dissesse a respeito. Ela me 
respondeu com sua habitual fi rmeza: “Roberto, você pode falar sobre qualquer assunto com 
qualquer pessoa desde que encontre a maneira certa, o momento certo e o local certo”.
Tocar a alma de alguém só é possível quando conhecemos profundamente o outro.
Aprendi com Jaque uma grande lição sobre vincular-se. É impossível entender o outro se 
não forem construídas pontes, vínculos.
O segundo ponto importante na transformação do individualista é começar a vincular-se 
aos outros. Telefonar para as pessoas para contar as novidades e convidá-las a ir até sua casa. 
Estabelecer elos, enfi m, e compartilhar a vida é um ótimo passo.
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É impressionante o número de empresários e executivos que têm funcionários e 
colaboradores maravilhosos, mas não atingem suas metas porque não dizem as palavras que a 
equipe precisa ouvir e não conhecem suas ideias e motivações.
Quantos técnicos esportivos com times sensacionais deixam de alcançar a vitória?
Quantos, com equipes limitadas fazem o time sintonizar, se valorizar, se inspirar e conseguem 
milagres?
O mais triste é ver pais que amam muito os fi lhos e não podem ajudá-los a se transformar 
em adultos seguros de si. 
É desolador notar como casais apaixonados convertem o amor em um relacionamento 
destrutivo. Começam um namoro bonito e, um ano depois, estão enredados numa relação que 
se transformou em fonte de neurose, angústia e insegurança.
A empresa, por vezes, para valorizar o funcionário, oferece-lhe uma viagem ao exterior. Mas 
ele não sabe falar inglês, não gosta de viajar, tem medo de avião, e aquele presente se transforma 
num inferno. 
Se alguém tivesse conversado com ele, talvez tivesse descoberto que fi caria mais feliz com 
uma semana de férias ao lado da família. Essa recompensa, então, seria vista como um ato de 
amor.
Provavelmente o maior desafi o do mundo atual é o relacionamento interpessoal. No mundo 
da Internet, no mundo das vendas e dos negócios pela rede mundial, nós nos esquecemos, no 
entanto, de que do outro lado, na frente do computador, existe um ser humano com sentimentos, 
motivações, inseguranças e fantasias. Esse mundo virtual exige que entendamos muito mais de 
pessoas.
Quando a vida de alguém não vai bem, sua tendência é isolar-se para evitar o sofrimento.
Quando o chefe não consegue fazer a equipe envolver-se com o projeto, sua tendência será 
se sobrecarregar, levar um monte de tarefas para casa, continuar trabalhando até uma hora da 
manhã e acordar às quatro para terminar o que faltou. A princípio os resultados melhoram, mas, 
aos poucos, seu rendimento começa a cair em razão do cansaço.
Quando o pai percebe que o diálogo com o fi lho não está funcionando, sua tendência é se 
distanciar dele, abatido pelo desânimo. Logo após essa decisão, pode sentir alívio por não ver 
que o garoto não estuda ou usa drogas. Mas até quando será capaz de sustentar essa situação?
Muitos sofrem com seu relacionamento amoroso. Depois de algumas decepções, tendem a 
se isolar e a adotar uma postura cética em relação ao amor. Preferem fi car em casa no sábado à 
noite, assistindo a um fi lme. Passam todos os fi ns de semana sozinhos. Nunca aceitam o convitede um colega para sair. No início, sentem-se aliviados, pois acham melhor evitar problemas do 
que sair em busca do amor. Mas, depois de algum tempo, a solidão começa a apertar o coração.
Isolar-se nunca será a solução, mas dialogar e entender o outro sim. Cada pessoa tem um 
botão que liga e desliga seu coração. Sei que é inadequado e um pouco superfi cial comparar 
pessoas com máquinas, como se fossem computadores ou fornos de micro-ondas, mas o 
exemplo pode servir como referência neste mundo de alta tecnologia.
O coração de uma pessoa recebe os estímulos do outro, elabora sentimentos e percepções 
e deixa essa relação avançar ou a bloqueia. Resumindo: isso funciona como um botão que liga e 
desliga o afeto por alguém.
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As pessoas especiais sabem tocar o coração do outro de uma forma que abre a comunicação, 
enquanto as pessoas frias, ao tocar o coração do outro, simplesmente apagam a chama do 
encontro.
4.5 - Saber construir relacionamentos produtivos
A arte de se relacionar, é a aptidão de lidar com as emoções dos outros. Pessoas que 
interagem tranquilamente com os outros, são mais populares, melhores líderes, e tem melhores 
relacionamentos.
Quando o pai frio e crítico diz ao fi lho que foi mal na escola “eu me mato de trabalhar e você 
tira essas notas ruins, seu burro!” Está apertando o botão que desliga a motivação do fi lho.
O pai que, pelo contrário, consegue tocar o coração do fi lho diz algo como: “Filho, você é um 
campeão. Não tem lógica nenhuma tirar essas notas. Vamos ver o que está acontecendo. Quero 
ver você brilhar”. Esse pai está ligando o botão do afeto pelo fi lho. Ele estimula a motivação do 
garoto.
Os donos do futuro são aqueles que apertam o botão que liga as pessoas a seus sonhos. A 
forma de apertar esse botão depende de cada momento. Às vezes, o toque deve ser fi rme para 
acordar, para lembrar a pessoa de seu potencial. Outras vezes deve ser doce para despertar sua 
sensibilidade e fazer com que olhe o dia ensolarado lá fora e saia para viver a vida.
Há momentos em que o botão precisa ser pressionado com delicadeza: “Vamos conversar, 
sei que você deve estar passando por algum problema”.
Há ocasiões em que falar com muita sensibilidade desliga o coração do outro. Como o 
pai que diz ao fi lho relaxado nos estudos: “Tudo bem, eu te amo do jeito que você é...”. O pai 
pressionou o botão do amor incondicional, quando o fi lho precisava de um estímulo para mudar.
Infelizmente, as faculdades nada ensinam sobre essas sutilezas do ser humano. Não 
mostram como tocar o botão do coração das pessoas. Os currículos ignoram que a habilidade 
de compreender também é uma capacitação importante para o crescimento de um profi ssional.
A maior parte das escolas de Medicina ensina como funciona o coração, o estômago, o 
que são cardiopatias, gastrites. Mas não fala sobre o ser humano nem sobre a maneira de tocar 
seu coração. Não mostra aos médicos, por exemplo, como fazer o paciente acreditar em suas 
palavras e seguir sua orientação para se recuperar.
Talvez você esteja se perguntando: como tocar o coração das pessoas?
As escolas ministram cada vez mais todo tipo de curso, como Informática, Administração 
de Empresas, Matemática, História, Biologia. Mas só recentemente as pessoas se deram conta de 
que, sem a compreensão da alma humana, todo conhecimento perde a força de transformação.
Existem detalhes tão simples, e por isso tão menosprezados como estes: Para ser amigo 
de seu fi lho, é muito melhor ouvir do que falar.
Para ajudar seu funcionário a aprender, é melhor perguntar do que ensinar.
As pessoas são muito especiais. Embora cada uma tenha a sua história e os seus sonhos, 
existem pontos em comum que podem servir de referência para essa maravilhosa caminhada 
em direção à alma do outro.
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Essas ideias sobre o próximo são somente placas indicativas do caminho. São simples 
orientações, não a caminhada. Você terá de explorar o percurso, desvendar os mistérios, descobrir 
que as pessoas são únicas e que, com cada uma, deve ter uma sensibilidade diferente.
Cada pessoa precisa aprender a respeitar as decisões alheias. Deve perceber que o 
crescimento de alguém não signifi ca uma ameaça direta nem um ato de desamor. O outro 
simplesmente está fazendo o que gosta, quer cuidar de sua vida, e não magoar alguém.
Quando você respeita o caminho que seus fi lhos escolheram deixa de ser responsável pelos 
sucessos ou insucessos deles e pode aproveitar muito mais a amizade existente entre vocês.
Você pode ter escolhido dedicar grande tempo de sua vida a enriquecer, enquanto seu fi lho 
talvez deseje um estilo de vida mais simples. São opções diferentes que, se respeitadas, geram 
convivência mais descontraída e prazerosa.
Querer controlar alguém é algo desgastante e inútil. É simplesmente uma ilusão. Você pode 
imaginar que, pelo fato de estar olhando e monitorando pessoas, tem poder sobre elas. Doce 
ilusão. O marido ciumento que controla a esposa é o que mais acaba por incitá-la à traição.
O pai controlador ao infi nito acaba criando no fi lho o prazer de enganá-lo. Quando você 
estimula um clima de confi ança, as pessoas se libertam do medo de ser cobrada e se tornam 
mais próximas.
O dominador precisa perceber que os outros podem se responsabilizar pela própria vida e 
não deve querer substituí-los em suas decisões. No fundo, o dominador teme que, ao aprender a 
decidir, as pessoas tomem atitudes das quais ele próprio tem medo.
Um amigo desabafou: “Sabe, eu e minha mulher somos como dois galhos tortos e 
enroscados de uma árvore. Tenho medo de que, se crescermos, ela vá embora”.
Quando os pais começam a escutar os fi lhos, descobrem que têm muito mais consciência 
do que imaginavam. Eles vão acertar e errar como qualquer um de nós, aprender com os erros e 
desfrutar os acertos.
Na empresa, à medida que você deixa de controlar tudo, vai sobrando mais tempo para 
curtir a vida e tomar decisões que levarão sua carreira adiante. Invista tempo na ajuda a sua 
equipe, para que ela cresça e tenha maior autonomia.
A Inteligência Emocional está diretamente ligada aos conceitos de inteligência inter e 
intrapessoal, conforme explica Gardner (1995):
 “...A inteligência interpessoal está baseada numa capacidade 
(...) de perceber distinções entre os outros; em especial, (...) estados de 
ânimo, temperamentos, motivações e intenções (...). Essa capacidade 
aparece numa forma altamente sofi sticada em líderes religiosos ou 
políticos, professores, terapeutas e pais” [pág. 27]...[A inteligência 
intrapessoal refere-se a] aspectos internos de uma pessoa: o acesso 
ao sentimento da própria vida, à gama das próprias emoções, à 
capacidade de discriminar essas emoções e eventualmente rotulá-
las e utilizá-las como uma maneira de entender e orientar o próprio 
comportamento...” (p.28).
Confi e no outro. No início dá medo fi car sozinho, mas depois você vai descobrir que é muito 
mais amado do que imagina. 
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 5- APRENDA A TOCAR O CORAÇÃO DAS PESSOAS
Aprenda a tocar o coração das pessoas!
Quando estiver atendendo um cliente, pare de pensar em você e se interesse por ele. 
Pergunte como está sua vida e o escute com generosidade. Reserve mais tempo aos clientes. 
Faça com que se sintam importantes.
Quando estiver trabalhando, deixe de lado todas as preocupações consigo mesmo. Deixe 
de lado a necessidade de se sentir importante e, principalmente, todas as suas inseguranças. 
Esteja totalmente disponível para servir ao outro. 
Por incrível que possa parecer, esse é o melhor caminho para o sucesso.
Minha mãe, trabalhadora incansável, fez de sua vida um contínuo labor e sempre incentivou 
os fi lhos a ajudar nas tarefas de casa. 
Ela nos recompensava generosamente com deliciosas conversas, regadas com um bolo 
bem gostoso. Para completar a recompensa e nos fazer entender o quanto cada um de nós 
fomos importante, ela nos elogiava na frente de suas amigas.
E meu pai, que me levava à sua farmácia desde pequeno, ensinando, com seu exemplo, que 
trabalhar éum modo prazeroso de ajudar os outros.
Naquelas tardes que passamos juntos, vendo-o prestar um serviço profi ssional o mais 
perfeito possível àqueles que ali chegavam, aprendi a necessidade de ser atencioso com todos, 
de cativar os clientes e com eles criar laços de verdadeira amizade.
Ainda hoje me lembro da alegria que sentia, por exemplo, ao atender um turista que, vindo a 
Santos, entrava em nossa farmácia e fazia uma compra imensa de cosméticos. Era essa mesma 
alegria que eu experimentava quando, aos domingos, saía com meu pai para pescar e conseguia 
pegar um peixe bem grande. Foi assim que compreendi que a pescaria é uma boa metáfora para 
o trabalho, o qual precisa ser feito com paciência, esperança e amor.
Olhando para trás, considero que minha iniciação profi ssional se deu na adolescência, 
quando passei a tocar numa banda de rock. Certamente esse foi meu primeiro trabalho sem que 
meus pais estivessem por perto. A banda era formada por uma turma de amigos que se ajudava 
mutuamente em todos os momentos, o que tornou essa experiência muito gostosa. 
Embora eu ganhasse apenas o sufi ciente para as despesas pessoais (nunca vou esquecer 
a felicidade que senti ao comprar uma guitarra com meu próprio dinheiro), era uma vida tão cheia 
de música e prazer que, até hoje, só entendo o trabalho como um misto de dedicação, arte e 
alegria.
Há uma história de que gosto muito: um pescador chegou à praia de madrugada para o 
trabalho e encontrou um saquinho cheio de pedras. Ainda no escuro começou a jogar as pedras 
no mar. Enquanto fazia isso, o dia foi clareando até que, ao se preparar para jogar a última pedra, 
percebeu que era preciosa! 
Ficou arrependido e comentou o incidente com um amigo que lhe disse: 
– Realmente, seria melhor se você prestasse mais atenção no que faz, mas ainda bem que 
sobrou a última pedra! 
Existem pessoas que não prestam atenção no que fazem e depois passam a vida inteira 
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arrependidas pelo que não fi zeram, mas poderiam ter feito, e se martirizam por seus erros. Se 
você está agindo assim, deixo-lhe uma mensagem especial: não gaste seu tempo com remorsos 
nem arrependimentos. Reconheça o erro que cometeu, peça desculpas e continue sua vida. 
Você ainda tem muitas pedras preciosas no coração: muitos momentos lindos para viver e 
muitos erros para cometer. 
Aproveite as oportunidades e curta plenamente a vida. 
 6- CONCLUSÃO - APRENDA A TOCAR O CORAÇÃO DAS PESSOAS
Muitos pensam estar evitando as lágrimas quando, na verdade, estão evitando também as 
alegrias da vida. 
Acredite em você... 
Acredite no que está fazendo... 
Quantas vezes a gente vê uma oportunidade de vida bem à nossa frente e sofre por medo 
de se arriscar e não dar certo? 
Medo de falar e não ser compreendido. 
Medo de pedir e não ser atendido. 
Medo de declarar nosso amor a alguém e nos decepcionarmos. 
Medo de nos machucar ao confi armos no outro. 
Medo de não alcançar o topo da empresa. 
Medo de sentir dor. 
O medo de tomar um “não” da vida impede que muitas coisas boas nos aconteçam. Em 
meu tempo de cursinho, fui apaixonado por uma moça, mas não tinha coragem de declarar meu 
amor. Procurei um grande amigo para contar meu dilema e ele me perguntou se eu sabia como 
terminara sua paixão por uma amiga que tínhamos em comum. 
Lembrei-me então da história dele, que aconteceu no começo de nossa adolescência, no 
tempo em que participávamos de um movimento de jovens cristãos. Nessa turma, um dia apareceu 
uma moça muito bonita e fascinante. Imediatamente, dois rapazes se apaixonaram por ela, e um 
deles era esse meu amigo. Mas o outro foi mais atirado e logo começou a namorar a moça. 
Certa noite, ao voltar para casa depois de sair com a namorada, ele sentiu uma forte dor de 
cabeça e em seguida desmaiou. Levado ao hospital, os médicos descobriram que estava com 
um tumor maligno no cérebro e só lhe restavam alguns meses de vida. 
A situação fi cou angustiante, pois sua morte poderia ocorrer a qualquer momento. Os 
meses, porém, foram passando e apesar da agonia o rapaz continuava vivo. Alguns anos depois, 
o sofrimento de todos se intensifi cara. Eu acabei me afastando desse grupo e não acompanhei 
o desfecho da história. 
No dia em que contei meu dilema a esse amigo, ele me confi denciou que, durante três anos, 
fi cara esperando a morte do outro rapaz, que namorava a garota pela qual fora apaixonado: 
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– Continuei apaixonado por ela por quase três anos, mas não tinha coragem de me declarar. 
Ficava entre o medo da rejeição e a culpa por paquerar a namorada de um amigo à beira da 
morte. Centenas de vezes eu me aproximei dela para falar do meu amor, mas no último momento 
mudava de assunto – até que resolvi acabar com meu sofrimento. 
Certo dia, em um daqueles bailes de garagem que nossa turma fazia, decidi tirá-la para 
dançar, mas antes amassei uma folha de papel e prometi a mim mesmo que, quando pegasse a 
mão dela, no momento em que o papel caísse, eu diria que a amava. E foi o que fi z. 
Ficou no ar certo constrangimento e saímos para conversar. Falei dos meus sentimentos, 
da inadequação que senti durante todos aqueles anos, da culpa que carregava por me declarar. 
Conversamos a noite toda e, quando o dia amanheceu, ela me disse que não se sentiria bem 
deixando o namorado naquelas circunstâncias apesar de não o amar mais. 
Meu amigo me contou ainda que a tristeza que sentiu naquele dia foi muito profunda, mas 
logo depois decidiu esquecê-la, e foi só após tomar essa decisão que abriu espaço em seu 
coração para namorar outra pessoa. 
Então acrescentou: 
– Se falar dos seus sentimentos, ela poderá lhe dizer “sim” e você conseguirá o que tanto 
quer. Se ela disser “não”, você vai sofrer, mas não para sempre. Essa ferida vai cicatrizar e você 
poderá abrir seu coração para outra pessoa. Acho que amanhã, na hora do intervalo, quando 
tomar o primeiro gole de refrigerante, deve dizer a ela que a ama. Depois disso, vocês vão precisar 
conversar sobre o assunto e, assim, poderá saber o que ela sente. 
Fiquei super empolgado com a ideia do meu amigo, mas devo confessar, arrependido, 
que fraquejei na hora de tomar o primeiro gole de refrigerante. Não tive coragem de abrir meu 
coração. Hoje, brinco comigo mesmo dizendo que, desde aquele dia, parei de beber refrigerante. 
Até me preparei outras vezes para contar a ela sobre meu amor, mas na hora H o medo de sofrer 
falava mais alto. 
O tempo passou e a vida me afastou da mulher dos meus sonhos, que nunca saiu de minha 
lembrança. Muitos anos depois, recebi uma carta dela contando que também era apaixonada por 
mim e nunca me esquecera. Revelou também que se casara e tinha dois fi lhos. 
Fiquei pensando no que teria acontecido se eu me declarasse naquela época. 
Senti uma pontada de arrependimento no coração por aquela e por todas as outras vezes 
em que tive medo de batalhar pelo amor que senti de verdade por alguém. Pensei que, se eu não 
tivesse medo de ir adiante, talvez evitasse algumas frustrações que tanto me fi zeram sofrer. 
Será que isso tem acontecido com você? 
Estar apaixonado e não ter coragem de declarar seu amor por medo de ser rejeitado? 
Esconder seu amor por ter vergonha de estar apaixonado? 
Quem guarda uma paixão dentro de si não abre o coração para amar de verdade... Quantas 
vezes jogamos a felicidade fora por medo de ouvir um “não”? 
Quantas vezes fi camos com alguém que não amamos simplesmente porque isso é mais 
seguro? 
Lembre-se: aconteça o que acontecer, persiga seu amor, vá atrás de sua vocação. Essa 
pode não ser a decisão mais cômoda, mas é a mais verdadeira. Pode ser mais trabalhoso, 
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talvez lhe cause uma tremenda dor de cabeça que fará você sofrer, mas só assim estará vivendo 
plenamente tudo o que a vida tem a lhe oferecer. 
O que estou dizendo é que, se você quiser transformar esforço em resultados, vai precisar 
tomar uma atitude de tudo ou nada perante a vida em diversas situações. Por isso, é preciso ter 
inteligência emocional para decidir comassertividade 
Mais importante do que uma vitória ou uma derrota é lutar por seus sonhos. Não importa se 
você venceu ou perdeu. Não importa se chorou ou comemorou. O importante é que teve coragem 
de seguir os desejos do seu coração, viveu e não deixou que os passarinhos voassem por causa 
do medo. 
As pessoas só crescem se aprendem a conquistar o que desejam ao invés de ganhar de 
presente o que querem. Lutando para conseguir o que desejam, saberão mergulhar num processo 
de mudança quando os resultados se mostrarem fracos. Melhor: terão plena consciência disso. 
Saberão agir da maneira adequada tanto interna quanto externamente.
Mas sempre haverá quem aconselhe você a não se arriscar e até faça pouco caso de seus 
sentimentos. Fique atento a esses conselhos, pois muitas vezes eles vêm de pessoas cujo 
objetivo é apenas evitar seu sofrimento. O problema é que elas não percebem que sua única 
opção de verdade é ir atrás da plenitude.
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 REFERÊNCIAS
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 9. ed. Barueri: Manole, 
2014.
COELHO, Lénea Verde Martins. Competência Emocional em Professores - Contributos da 
Psicoeducação. Porto: ASPESM, 2012.
COSTA, Alexandra Monge Godinho e JESUS, Saul Neves de. Inteligência Emocional e 
Assertividade dos Enfermeiros. Faro: Sapientia, 2009.
GARDNER, H. (1995). Inteligências Múltiplas. A teoria na prática. Porto Alegre: Artes 
Médicas.
GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que defi ne o que é ser 
inteligente - Rio de Janeiro: Objetiva, 1995. 
GOLEMAN, Daniel. Trabalhando com A Inteligência Emocional - Rio de Janeiro: Objetiva, 
1998. 
GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que defi ne o que é ser 
inteligente - Rio de Janeiro: Objetiva, 2005.
SHINYASHIKI, Roberto. A Nova Lógica do Sucesso - São Paulo: Gente, 2005. 
SHINYASHIKI, Roberto. Pare de Dar Murro em Ponta de Faca - São Paulo: Gente, 2017.
SHINYASHIKI, Roberto. O Sucesso é Ser Feliz - São Paulo: Gente, 1997.

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