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O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NA PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA: UMA ANÁLISE DA REALIDADE FRENTE A EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

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Universidade Estácio de Sá 
Curso de Serviço Social 
 
 
 
 
 
 
 
 
NAIANE BÁRBARA MANOEL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NA 
PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA: 
UMA ANÁLISE DA REALIDADE FRENTE A EXPERIÊNCIA 
DE ESTÁGIO EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA DE 
ASSISTÊNCIA SOCIAL 
 
 
 
 
 
 
 
Campo Limpo Paulista 
2020 
 
 
 
 
NAIANE BÁRBARA MANOEL 
 
 
 
 
 
 
 
O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NA 
PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA: 
UMA ANÁLISE DA REALIDADE FRENTE A EXPERIÊNCIA 
DE ESTÁGIO EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA DE 
ASSISTÊNCIA SOCIAL 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado à Universidade Estácio de 
Sá como requisito parcial para a 
obtenção do título de graduado em 
Serviço Social, sob a orientação da 
Prof.ª Taciana Lopes Bertholino. 
 
 
 
 
 
 
Campo Limpo Paulista 
2020 
 
 
 
NAIANE BÁRBARA MANOEL 
 
 
 
 
O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NA PROTEÇÃO 
SOCIAL BÁSICA: 
UMA ANÁLISE DA REALIDADE FRENTE A EXPERIÊNCIA DE 
ESTÁGIO EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA 
SOCIAL 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado à Universidade Estácio de 
Sá como requisito parcial para a 
obtenção do título de graduado em 
Serviço Social. 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
Professor(a) 
 
 
Professor(a) 
 
 
Professor(a) 
 
 
Campo Limpo Paulista, dia 10 de 
Novembro de 2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho aos meus pais, 
os pilares da minha formação como 
ser humano. Meus maiores e 
melhores orientadores na vida. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiramente à Deus, por ter me sustentado até aqui e por ter 
me dado forças para lutar em busca desse sonho que é a segunda graduação. 
À minha mãe, Cleonice, minha primeira professora, que é tão presente em 
minha vida. Diariamente me incentiva a lutar em busca dos meus sonhos e 
objetivos. A minha maior fonte de inspiração. Corajosa, forte, inteligente, um 
exemplo de resiliência, uma grande mulher, mãe e amiga. Concluiu o ensino 
médio aos 38 anos, a primeira graduação aos 42 anos, com duas filhas e marido, 
percorreu uma trajetória árdua e alcançou o sucesso pessoal e profissional. Foi 
nomeada em dois concursos públicos, acumulou títulos e hoje atua na direção 
escolar de uma unidade de ensino. Professora, Psicopedagoga, Doutora em 
Alfabetização, luta em busca de um futuro melhor para as nossas crianças e para 
o nosso país. Merece as minhas reverencias. Gratidão por tudo, mãe! 
Ao meu namorado, Luan, o amor da minha vida, que esteve comigo 
durante os quatro anos da graduação, me incentivando, apoiando e amparando, 
sempre com muita paciência e amor em todos os momentos, sejam eles de 
alegrias ou de tristezas. Que nunca se importou em abrir mão dos nossos 
momentos de lazer para que eu pudesse me dedicar aos estudos. Que ouviu 
minhas reclamações, compartilhou das minhas angústias e preocupações, me 
deu colo quando necessário. Custeou as mensalidades para que eu não 
precisasse trancar curso. Me acompanhou por inúmeras vezes à faculdade. Me 
tranquilizou nos períodos de provas, me auxiliou na formatação desse trabalho 
de conclusão, enfim, ele foi uma das peças “chave” que me fizeram chegar até 
aqui. Muito obrigada por tudo, “bê”. Te amo! 
A minha grande e querida amiga, Fayllane, que eu considero um presente 
que o Serviço Social e a vida me deram. Nos conhecemos no campo de estágio, 
ela técnica, eu estagiária e desde então, estamos construindo uma linda e 
verdadeira amizade, que é de grande valia para mim. Ela também está sempre 
me apoiando e me incentivando a buscar conhecimento e crescimento 
profissional. Compartilhou toda a sua trajetória e bagagem, além de muitos 
materiais de estudos, livros, conteúdos para concursos públicos. Me auxiliou na 
 
 
construção desse trabalho. Desde a escolha do tema até as referências 
bibliográficas, além de revisar os capítulos e corrigir os erros de português. Ela 
é um anjo em forma de gente. Sou extremamente grata por tudo, principalmente 
pela paciência e disposição que ela SEMPRE tem em me amparar. “Valeuzão” 
por tudo, Fay, rs. 
Aos meus professores e tutores que me ensinaram muito e agregaram 
valores a minha formação acadêmica. Aos funcionários da instituição de ensino 
que sempre me atenderam com gentileza e agilidade, em especial ao Caio, 
coordenador do polo de Jundiaí. 
A toda equipe CRAS Leste, por terem me acolhido com tanto amor 
durante os três períodos de estágios. Lá eu tive a oportunidade de aprender a 
prática profissional, pude contar com o apoio da equipe multidisciplinar e 
principalmente com as assistentes sociais, em especial a Maria do Carmo, minha 
supervisora de campo. 
As minhas colegas de luta, também estudantes de Serviço Social, Maria 
José e Mayla, que estiveram comigo nos melhores e piores momentos até aqui. 
Dividindo as angustias, as dificuldades e os saberes adquiridos no curso. 
Agradeço pela amizade e por todo o conhecimento compartilhado. Cada 
incentivo recebido me fez acreditar que eu alcançaria esse sonho. Muito 
obrigada, meninas. Guardo vocês em meu coração. 
Ademais, agradeço a todos os meus familiares, amigos, colegas e 
conhecidos, que de maneira direta e indireta me incentivaram, me apoiaram e 
me fizeram acreditar em minha capacidade e potencial. Gratidão define essa reta 
final e esse momento tão esperado. 
 
Muito obrigada a todos!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Nunca deixe que lhe digam que não 
vale a pena 
Acreditar no sonho que se tem 
Ou que seus planos nunca vão dar 
certo 
Ou que você nunca vai ser alguém 
Tem gente que machuca os outros 
Tem gente que não sabe amar 
Mas eu sei que um dia a gente 
aprende 
Se você quiser alguém em quem 
confiar 
Confie em si mesmo 
Quem acredita sempre alcança...” 
(Renato Russo) 
 
 
MANOEL, Naiane Bárbara, O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NA 
PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA: UMA ANÁLISE DA REALIDADE FRENTE A 
EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA DE 
ASSISTÊNCIA SOCIAL. 34 Páginas. Trabalho de Conclusão de Curso da 
Graduação em Serviço Social – Universidade Estácio de Sá, Campo Limpo 
Paulista, 2020. 
 
RESUMO 
 
 
Este trabalho tem como objetivo geral pesquisar o exercício profissional do 
assistente social atuante na Proteção Social Básica, através de uma análise 
concisa, baseada na experiência obtida no estágio supervisionado em um Centro 
de Referência de Assistência Social, no município de Campo Limpo Paulista, no 
estado de São Paulo. A literatura utilizada para a construção deste projeto 
monográfico, levou em consideração as principais discussões desde a trajetória 
histórica do Serviço Social, abrangendo o surgimento e a fundamentação da 
profissão, o movimento de reconceituação, juntamente com a reatualização do 
conservadorismo, trazendo a intenção de ruptura, as transformações no mundo 
do trabalho, o resgate acerca da Assistência Social no Brasil, até o surgimento 
do SUAS e demais políticas sociais. Sendo elucidado com o desvelar dos 
objetivos específicos, na apresentação dos serviços, programas e projetos 
desenvolvidos no município, e na possibilidade de situar a vigilância 
socioassistencial no SUAS e no âmbito municipal. Levando em consideração o 
atual cenário, foi utilizado como procedimento metodológico exclusivamente a 
pesquisa bibliográfica. 
 
 
Palavras-chave: Exercício Profissional; Assistência Social; Serviço Social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANOEL, Naiane Bárbara, THE WORK OF SOCIAL ASSISTANT IN BASIC 
SOCIAL PROTECTION: AN ANALYSIS OF REALITY IN FRONT OF THE 
EXPERIENCE OF INTERNSHIP IN A REFERENCE CENTER FOR SOCIAL 
ASSISTANCE. 34 Páginas. Trabalho de Conclusão de Curso da Graduação em 
Serviço Social – Universidade Estácio de Sá, Campo Limpo Paulista, 2020. 
 
 
ABSTRACT 
 
 
This work has the general objective of researchingthe professional practice of 
the social assistance working in Basic Social Protection, through a concise 
analysis, based on the experience obtained in the supervised internship at a 
Reference Center for Social Assistance, in the municipality of Campo Limpo 
Paulista, in the state from Sao Paulo. The literature used for the construction of 
this monographic project, took into account the main discussions since the 
historical trajectory of Social Service, covering the emergence and foundation of 
the profession, the reconceptualization movement along with the renewal of 
conservatism, bringing the intention to break, the transformations in the world of 
work, the rescue about Social Assistance in Brazil, until the emergence of SUAS 
and other social policies. What will be elucidated with the unveiling of specific 
objectives, in the presentation of services, programs and projects developed in 
the municipality, and in the possibility of placing socio-assistance surveillance in 
SUAS and at the municipal level. Taking into account the current scenario, 
bibliographic research was used as a methodological procedure. 
 
 
Key-words: Professional Practice; Social Assistance; Social Service. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................... 11 
 
2. BREVE HISTÓRICO DO SURGIMENTO E TRAJETÓRIA DO SERVIÇO 
SOCIAL NO BRASIL ............................................................................ 13 
 
3. A RELAÇÃO ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA PROFISSIONAL ....... 21 
 
4. CONTEXTUALIZANDO O CENTRO DE REFERÊNCIA DE 
ASSISTÊNCIA SOCIAL COM BASE NA EXPERIÊNCIA OBTIDA EM 
CAMPO DE ESTÁGIO........................................................................... 24 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................. 29 
 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................... 31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
INTRODUÇÃO 
 
 Este trabalho de conclusão de curso é fruto da reflexão que se deu a partir 
da inserção no campo de estágio, onde foi possível observar e participar do fazer 
profissional do assistente social, atuante na Proteção Social Básica, em suas 
dimensões teórico-metodológica, ético-política e principalmente técnico-
operativa. 
Para tanto, definiu-se como objeto de estudo desta pesquisa, a atuação 
do profissional de Serviço Social no Centro de Referência de Assistência Social, 
do município de Campo Limpo Paulista – São Paulo. Tendo em vista os limites 
e possibilidades quanto à viabilização de direitos sociais na área da Assistência. 
Além disso, o referido projeto monográfico visa analisar determinada atuação, 
considerando a precarização do mundo do trabalho na contemporaneidade e 
seus reflexos nesse espaço sócio ocupacional. 
Para construção e delimitação deste estudo, foi necessário recorrer à 
pesquisa bibliográfica à respeito das transformações no mundo do trabalho, 
perpassando por um resgaste histórico da trajetória do Serviço Social e da 
Assistência Social no Brasil. Segundo Marconi & Lakatos (1996), este tipo de 
estudo é fundamental para uma melhor compreensão do que será 
posteriormente pesquisado, e também para que o pesquisador esteja 
teoricamente embasado sobre o assunto, pois, é nesta etapa que ele irá definir 
os objetivos da pesquisa. 
Em contato com a realidade nesta perspectiva, é notável que a atuação 
profissional dos assistentes sociais é de grande importância para os usuários. A 
demanda de atendimentos é bastante significativa. Além disso, foram 
observados alguns desafios enfrentados pelos profissionais, a saber: 
precarização do vínculo empregatício, defasagem na remuneração salarial, 
infraestrutura não condizente com a demanda, baixo investimento em 
especializações por parte do município, dificuldades na intersetorialidade, entre 
outras. Ademais, foi possível observar que mesmo com esses limites, grande 
parte desses profissionais reconhecem a importância da relativa autonomia no 
12 
 
exercício de sua prática nesse espaço e procuram, ainda que de forma restrita, 
fazer valer os direitos dos usuários. 
O referido projeto monográfico encontra-se estruturalmente dividido em 
três capítulos, sendo eles: “Breve histórico do surgimento e trajetória do Serviço 
Social no Brasil”, “A relação entre a teoria e a prática profissional” e 
“contextualizando o Centro de Referência de Assistência Social”. O primeiro 
capítulo, como o próprio indica, versa sobre a trajetória histórica do Serviço 
Social no Brasil, segundo a perspectiva de pesquisadores, como Iamamoto, 
Netto, Sposati, Yazbek, dentre outros. Trazendo desde as primeiras práticas de 
assistencialismo, realizadas pelas “damas de caridade”, perpassando pela 
Constituição de 1988, a aprovação da LOAS, da Política Nacional de Assistência 
Social em 2004, e do Projeto Ético-Político. O segundo e o terceiro capítulo, 
contextualizam a teoria e a prática profissional, com base na experiência obtida 
em campo de estágio. Elucidando a importância da aproximação com essa 
prática, materializando a supervisão de estágio e refletindo as responsabilidades 
do supervisor de campo em relação ao acadêmico/estagiário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
1. BREVE HISTÓRICO DO SURGIMENTO E TRAJETÓRIA DO SERVIÇO 
SOCIAL NO BRASIL 
 
O surgimento do Serviço Social enquanto profissão no Brasil teve início 
nos 1930, durante a administração provisória do governo Getúlio Vargas. Nesse 
cenário, as bases ideológicas da profissão estavam relacionadas não somente 
aos interesses e necessidades da classe trabalhadora, como também das 
classes dominantes. De cunho moral e religioso, a doutrina adotada na época do 
enfrentamento às expressões da questão social1, era direcionada aos 
trabalhadores e as suas famílias, numa perspectiva de ajuste e enquadramento 
social da classe subalterna. Nessa conjuntura, conforme afirma Iamamoto 
(2012), a profissão esteve presente na reprodução do controle social, da 
ideologia dominante, da força de trabalho e das condições existentes que 
imperavam nessa época. 
A fundamentação do exercício profissional do assistente social na década 
de 1940, tinha em sua hegemonia, a doutrina social da Igreja Católica, cujas 
ações eram pautadas sob o viés da caridade e solidariedade. Na emergência do 
Serviço Social no Brasil, até os anos 40, ainda sob o pensamento de Iamamoto 
(2014) a formação sofreu uma influência europeia, no eixo franco-belga (França 
e Bélgica) em que a sociologia conservadora do positivismo2 contribuiu com a 
formação doutrinária ideológica dos primeiros assistentes sociais brasileiros. 
Nesse período, as demandas apresentadas estavam relacionadas às famílias 
que enfrentavam situações de vulnerabilidade social, em decorrência dos 
impactos ocasionados pela Segunda Guerra Mundial. 
Dessarte, o aumento da miserabilidade existente da época caracterizaram 
o início do assistencialismo3 e o surgimento do Primeiro Damismo da assistência 
social no Brasil. O primeiro, marca a prática da caridade para com os miseráveis, 
já o segundo, coloca no cerne a figura da primeira dama, mulher de uma 
 
1 Conforme Teixeira (2015) O conceito questão social surge no século XIX como forma de 
interpretar as contradições evidenciadas pelo capitalismo industrial, onde o Estado toma frente 
dos problemas sociais e busca amenizar a insegurança social pela garantia do mínimo. (p.121) 
2 Aliado ao conservadorismo, conforme descreve Netto (1999), o positivismo emerge como 
autodesignação positiva nos escritos de August Comte, oferecido como uma “filosofia para 
acabar com todas as filosofias.” (p.43) 
3 De acordo com Sposati (2003) o assistencialismo consiste em uma atividade que recebeu 
diferentes mudanças históricas e que não constitui numa excrecênciaparticular do Serviço 
Social, mas sim uma parte da lógica capitalista. O assistencial torna-se a única face possível do 
capitalismo a justificar as desigualdades sociais. 
14 
 
autoridade máxima do Estado, à frente na execução de ações filantrópicas que 
visavam promover ajuda à classe trabalhadora. Dessa forma, o surgimento do 
primeiro damismo no Brasil tinha uma função totalmente relacionada à política, 
uma vez que as mulheres dos governantes eram convocadas a intervirem na 
questão social e no enfrentamento da pobreza, com o objetivo de 
desresponsabilizar o Estado de garantir à população o acesso as políticas 
públicas de caráter universal, considerando que a atuação da primeira dama era 
constituído no âmbito do voluntariado e da filantropia. Em meio ao alto índice de 
esposas de autoridades ocupando cargos ou realizando atividades destinadas a 
gestão de programas, projetos e serviços na área social, emergem-se 
inquietações sobre essas práticas realizadas, culminando assim em movimentos 
que passaram a questionar o sentido da profissão. 
A busca de ruptura com a herança conservadora, conforme pesquisa de 
Iamamoto observou que “apenas no final dos anos 50 e início da década 
seguinte que se fazem ouvir as primeiras manifestações, no meio profissional, 
de posições que questionam o status quo e contestam a prática institucional 
vigente” (2012, p.35). 
Foi durante o período da Ditadura Militar4 que o Serviço Social no Brasil 
passou por algumas transformações de sua natureza crítica e histórica. Ao 
mesmo tempo em que a vertente profissional crítica, que surgiu na década de 60 
era sufocada pela repressão, a profissão foi reforçada pela expansão do 
mercado de trabalho e pela discussão e debate gerado a partir de questões 
relacionadas a teoria e ao método do Serviço Social. Nesse ínterim, 
intensificaram-se os questionamentos acerca da crise5 do Serviço Social 
tradicional, marcado pelo paradigma do estrutural-funcionalismo, característica 
presente no fazer profissional durante a Ditadura. Bem como afirma Netto (2010), 
 
4 A instauração da Ditadura Militar no Brasil ocorreu no dia 1º de abril 1964, por meio de um 
golpe de estado e durou até a década de 1985, quando o país caminhou para um processo de 
redemocratização. De acordo com NETTO (2005), a finalidade desse golpe possuía diversos 
objetivos vinculados, entre os quais destacavam-se adequar os padrões de desenvolvimento 
nacionais aos interesses econômicos capitalistas vigentes da época; golpear e imobilizar aqueles 
que ousassem resistir à subalternização imposta pelo sistema capitalista, e enfim, eliminar 
quaisquer tendências catalisadas contra a revolução e o socialismo. 
5 Segundo afirma Netto (2010), a crise do Serviço Social tradicional foi um fenômeno 
internacional, ou seja, não se restringia apenas ao cenário brasileiro. 
15 
 
esse período foi fundamental para a compreensão da transformação da relação 
entre o Estado autocrático burguês e a cultura brasileira. 
 Após o golpe de 1º de Abril de 1964, muitos assistentes sociais e 
estudantes de Serviço Social contrários à Ditadura Militar lutaram em resistência 
ao movimento, tornando-se alvos de repressão. Com a implantação do referido 
período ditatorial, os movimentos políticos foram desmobilizados, alterando o 
objetivo de suas lutas. Alguns segmentos da categoria do Serviço Social 
atuavam juntos, no intuito de construir um interesse explícito dos setores 
populares. Com o golpe militar, o trabalho iniciado foi interrompido, ficando 
apenas a execução das políticas sociais e alguns programas de 
desenvolvimento, com o objetivo de excluir os obstáculos da resistência cultural 
às inovações do crescimento econômico. 
Ainda na década de 60, o Serviço Social latino-americano articulou-se 
através do Movimento de Reconceituação, fruto de um conjunto de 
transformações no Estado e na sociedade. Segundo Netto (2010) este 
movimento permitiu uma espécie de grande união profissional que abre a via a 
uma renovação do Serviço Social. O grupo era composto por assistentes 
sociais, que questionavam o sentido da profissão e os seus pressupostos 
teórico-metodológicos, teórico-instrumentais e político-ideológicos. Esse 
movimento veio para expressar a crítica ao Serviço Social tradicional, levantando 
alguns questionamentos relacionados ao papel do profissional frente as 
expressões da questão social. 
Nesse cenário, com base e influência no Movimento de Reconceituação6, 
surgem novas direções para a profissão. Emergiu então, o Movimento de 
Renovação do Serviço Social no Brasil o qual, conforme definição de Netto 
(2005) era pautado sobre três perspectivas: a primeira, foi a perspectiva da 
Modernização Conservadora7, que atingiu seu auge nos encontros de Araxá 
 
6 O Movimento de Reconceituação na América Latina, aponta a persistência das lutas entre o 
projeto conservador das classes e elites dominantes no continente e do projeto alternativo 
emancipador como necessidade histórica no continente (LOPES, 1998) o qual, no atual 
momento, enfrenta o avanço da reação conservadora, após um período de arranjos e avanços 
progressistas, e que os retrocessos do presente em relação à necessidade histórica de 
emancipação, impõem a exigência de estratégias de resistência de modo articulado, organizado 
e adequadas ao presente, das forças revolucionárias, progressistas e democráticas de todos os 
países e em todas as esferas da vida social. 
7 Nesse contexto da perspectiva da modernização conservadora, de acordo com Netto (2005) o 
Serviço Social foi visto como uma profissão capaz de contribuir com o processo de 
16 
 
(1967), que refletia sobre o fazer técnico do fazer profissional, e no encontro de 
Teresópolis (1970), que discutiu a definição do perfil técnico do assistente social. 
A modernização conservadora perdeu sua hegemonia na segunda metade dos 
anos 70. 
A segunda perspectiva, Reatualização do Conservadorismo, surge no 
início dos anos 70, tendo como base a matriz fenomenológica sob a tríade 
diálogo, pessoa e transformação social. Na fenomenologia, o foco encontrava-
se no vivido humano, com um caráter fortemente psicologizante nas relações 
sociais. Outrossim, essa corrente teve pouca expressão no Serviço Social. 
Conforme afirma Iamamoto (2004) “Busca-se, prioritariamente, uma renovação 
permanente das bases da legitimidade do Serviço Social na classe capitalista e 
no Estado burguês, o que supõe, por parte do Assistente Social, uma adesão 
passiva ou ativa aos seus propósitos de classe”. 
A terceira perspectiva, surgida em meados dos anos 70, conceituada por 
Netto (2005) como Intenção de Ruptura, sustentava a afirmação do caráter 
político da profissão a partir da compreensão da sua inserção na sociedade de 
classe. Apoiada na base teórica do marxismo8, a intenção de ruptura negava a 
neutralidade profissional (reafirmado mais de uma década depois, no Código de 
Ética da profissão no ano de 1986) e defendia a afirmação da heterogeneidade 
profissional (múltiplos saberes e trocas). O impacto da influência marxista foi 
imprescindível para a ruptura da profissão com o legado conservador de sua 
origem, a partir da qual a análise do significado social da profissão ganha novos 
patamares, por meio da ampla interlocução com a teoria social crítica e o 
pensamento social clássico e contemporâneo Netto (2005). Igualmente, a 
terceira perspectiva aqui mencionada colaborou e contribuiu definitivamente com 
a construção do projeto ético-político da profissão. 
 
desenvolvimento do país, fundamentando-se teoricamente no estrutural-funcionalismo, se 
preocupando em repassar programas para a população sem crítica à ordem vigente. Dessa 
forma, modernização conservadora, teremos apenas um “aprimoramento” daprofissão nos seus 
termos técnicos. 
8 O diálogo entre setores do Serviço Social e a tradição marxista inicia-se na década de 1960, 
no interior de um movimento social que não é exclusivo ao Brasil, tampouco à profissão. A 
aproximação do Serviço Social à tradição marxista realizou-se "sob exigências teóricas muito 
reduzidas - as requisições que a comandavam foram de natureza sobretudo ideopolítica, donde 
um cariz fortemente instrumental nessa interlocução" (NETTO, 1999, p. 97) 
 
17 
 
A partir da década de 1980 durante o processo de redemocratização do 
país e sendo fruto da resistência e pressão dos movimentos sociais, a 
Constituinte de 1988, conforme afirma Carvalho (2013) redigiu e aprovou a 
Constituição da República Federativa do Brasil, considerada a mais liberal e 
democrática que o país já teve, também batizada de “Constituição Cidadã”. 
Ainda com base no mesmo autor, a Constituição de 1988 ampliou mais do que 
qualquer uma suas antecedentes, os direitos sociais e políticos. No entanto, “a 
democracia política não resolveu os problemas econômicos mais sérios, como a 
desigualdade e o desemprego” (p.199) 
Assim, cabe também ressaltar que esse processo ocorreu em meio ao 
avanço do neoliberalismo no cenário vigente. Com o discurso de estado mínimo, 
liberdade econômica, filantropia e corte de gastos nas políticas sociais9, essa 
tendência caminhou alinhado aos interesses econômicos de Collor, primeiro 
presidente eleito democraticamente no final dos anos 1980, porém, destituído 
em 1992, com o impeachment, em razão dos muitos casos de corrupção e o 
confisco na poupança dos brasileiros. Essa concepção do estado neoliberal 
continua presente até os dias de hoje, porém, o seu ponto de partida teve início 
durante os dois governos de Fernando Henrique Cardoso (1994 a 2002) por meio 
das privatizações e ajustes fiscais, em consonância com o capital financeiro 
mundial. 
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 194, dispõe sobre o tripé 
da Seguridade Social, que assegura os direitos relativos à saúde, previdência e 
assistência social. Após a assistência ter sido inserida no âmbito da seguridade, 
e com a promulgação da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) em 1993, 
houve um alargamento dos direitos sociais e do campo de proteção social10 no 
país. Couto et al (2017) relembra que 
 Apoiada por décadas na matriz do favor, do clientelismo, do 
apadrinhamento e do mando, que configurou um padrão arcaico de 
relações, enraizado na cultura política brasileira, esta área de 
intervenção do Estado caracterizou-se historicamente como não 
 
9 Segundo BEHRING (2003) é reconhecido que a existência de políticas sociais, é um fenômeno 
associado à constituição da sociedade burguesa, ou seja, do específico modo capitalista de 
produzir e reproduzir-se. 
10 Di Giovanni (1998) conceitua proteção social como sendo as formas institucionalizadas ou não 
que as sociedades constituem para proteger seus membros, dos riscos sociais ou vicissitudes 
da vida em sociedade. As formas e os modos de alocação de recursos variam de um grupo social 
para outro, segundo critérios históricos e culturais, e estão submetidos à dimensão de poder. 
18 
 
política, renegada como secundária e marginal no conjunto das 
políticas públicas (p.62) 
 
Diante da responsabilidade atribuída ao Estado, a população vulnerável 
passou a ter como direito social o acesso aos principais serviços que visavam 
garantir igualdade no acesso às oportunidades, bem como enfrentar condições 
Yazbek (2016). Destacam-se entre os pontos fundamentais da LOAS, o 
benefício de um salário mínimo destinado ao idoso ou pessoa com deficiência. 
Entretanto, o novo campo da proteção social trouxe um recorte focalizado, “aos 
mais pobres entre os pobres” (COUTO et al, 2017. p.65) 
A Política Nacional de Assistência de Assistência Social de 2004, criada 
a partir das deliberações da IV Conferência Nacional de Assistência Social, é 
tida como um resultado do amplo debate nacional de toda uma trajetória. Dessa 
forma, conforme afirma Couto et al (2017) 
 a PNAS-2004 vai explicitar e tornar claras as diretrizes para efetivação 
da Assistência Social como direito de cidadania e responsabilidade do 
Estado, apoiada em um modelo de gestão compartilhada pautada no 
pacto federativo, no qual são detalhadas as atribuições e competências 
dos três níveis de governo na provisão de atenções socioassistenciais, 
em consonância com o preconizado na Loas e nas Normas 
Operacionais(NOBs) editadas partir das indicações e deliberações das 
Conferências, dos Conselhos e das Comissões de Gestão 
compartilhada (Comissões intergestores Tripartite e Bipartites (CIT e 
CIBs). À PNAS seguiu-se o processo de construção e normatização 
nacional do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), aprovado em 
julho de 2005 pelo CNAS (por meio da NOB n.130, de 15 de julho de 
2005). O SUAS está voltado à articulação em todo o território nacional 
das responsabilidades, vínculos e hierarquia, do sistema de serviços, 
benefícios e ações de assistência social, de caráter permanente ou 
eventual, executados e providos por pessoas jurídicas de direito 
público sob critério de universalidade e de ação em rede hierarquizada 
e em articulação com iniciativas da sociedade civil. (p.67) 
 
Cabe destacar a importância da intersetorialidade, que expressa a 
articulação entre as políticas públicas, através do desenvolvimento de ações 
conjuntas com as redes territoriais, destinadas à proteção social básica ou 
especial e ao enfrentamento das desigualdade sociais identificadas nas distintas 
áreas (COUTO et al, 2017, p.68). Dessa forma, supõe a integração das 
diferentes políticas sociais com os serviços e programas locais, para fins da 
superação da fragmentação dos serviços destinados às necessidades da 
população, sendo também um princípio orientador da construção das redes 
municipais. 
19 
 
A estrutura da Proteção Social ofertada pela Assistência Social possui 
dois níveis de atenção, sendo elas, a Proteção Social Básica (PSB), cujos 
serviços são ofertados nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), 
instalados estrategicamente em territórios que apresentam um significativo 
número de famílias em situação de pobreza. A PSB trabalha na prevenção dos 
riscos sociais às famílias em vulnerabilidade, e a Proteção Social Especial (de 
alta e média complexidade), trabalha na reconstrução dos vínculos de 
indivíduos/grupos que tiveram seus direitos violados. Essa estrutura 
apresentada corrobora quando Sposati (2006) afirma que os serviços de 
Proteção Social devem dispor de um conjunto de seguranças que possam 
trabalhar a prevenção e redução dos riscos e vulnerabilidades sociais. Nesse 
contexto, pode-se observar que o trabalho está direcionado à família, ou seja, a 
matricialidade sociofamiliar, de acordo com Raichelis (2009) ganha destaque na 
PNAS quando se desloca a abordagem do indivíduo para o núcleo familiar, 
entendendo-o como mediação fundamental na relação entre sujeito e sociedade. 
A mesma autora, no entanto, reforça a necessidade de cuidados redobrados 
para que não se reproduzam posturas conservadoras no trato com as famílias, 
nem se ampliem ainda mais as responsabilizações e culpabilizações para esse 
núcleo, especialmente no caso das famílias pobres. 
Assim, as mudanças ocorridas durante esse breve histórico aqui relatado, 
foram muito significativas e implicaram diretamente em uma nova organização 
no mundo do trabalho. Nos dias atuais, a questão social continua sendo o 
principal objeto de atuação do assistente social, que tem um papel fundamental 
na sociedade. Segundo Iamamoto (1992) 
“Os assistentes sociais trabalham com a questão social nas suas mais 
variadas expressões quotidianas, tais como os indivíduos as 
experimentam no trabalho, na família,na área habitacional, na saúde, 
na assistência social pública, etc. Questão social que sendo 
desigualdade é também rebeldia, por envolver sujeitos que vivenciam 
as desigualdades e a ela resistem, se opõem. É nesta tensão entre 
produção da desigualdade e produção da rebeldia e da resistência, que 
trabalham os assistentes sociais, situados nesse terreno movido por 
interesses sociais distintos, aos quais não é possível abstrair ou deles 
fugir porque tecem a vida em sociedade. [...] ... a questão social, cujas 
múltiplas expressões são o objeto do trabalho cotidiano do assistente 
social”. 
 
20 
 
A categoria está à frente no processo de materialização e acesso aos 
direitos, no enfrentamento das demandas sociais, atuando com foco de 
minimizar as desigualdades e promover a equidade. 
Finalmente, após essa breve análise da trajetória histórica da profissão, 
permeada pelo movimento que impulsionou o processo de ruptura com o 
tradicionalismo moral e com os questionamentos que deram novos rumos ao 
país, o Código de Ética do Assistente Social de 1993 se constituiu como um 
marco dessa longa caminhada. Tendo entre seus princípios fundamentais a 
construção de uma nova ordem societária, sendo necessário um posicionamento 
crítico diante da barbárie que perpassa e constitui as desigualdades sociais. 
Essa relevância consiste na efetivação delineada no Projeto Ético-Político que 
está totalmente voltado para a emancipação humana e social. Outro fator 
relevante é a articulação aos movimentos sociais que estejam ligados aos 
interesses da classe trabalhadora. Dessa forma, é indispensável o fortalecimento 
do Projeto Ético-Político profissional, pois somente com esse direcionamento se 
caminha rumo à construção e expansão de uma nova sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
2. A RELAÇÃO ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA PROFISSIONAL 
 
O estágio supervisionado em Serviço Social é um espaço privilegiado de 
aprendizado teórico-prático para que o(a) acadêmico(a) estagiário(a) tenha uma 
aproximação com a prática profissional do assistente social. E por vezes, são 
essas apreensões que se dão no campo de estágio, que subsidiarão a tomada 
de decisão sobre a área que terá maior interesse em atuar profissionalmente, 
embora saibamos que o profissional é formado para atuar em qualquer área da 
graduação. 
De acordo com o artigo 1º da Lei Nº 11.788 de 2008 “o estágio é ato 
educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que 
visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam 
frequentando o ensino regular em instituições de educação superior [...]”, ou seja, 
é no estágio supervisionado que o estudante tem contato com a prática que 
poderá ter após a formação acadêmica. E é nesse momento que o supervisor de 
campo trará a inspiração na qual o estagiário vai sentir-se motivado ou 
desmotivado a atuar naquela área em que está inserido. Uma vez que: 
O estágio supervisionado no curso de Serviço Social apresenta como 
uma de suas premissas oportunizar ao(a) estudante o estabelecimento 
de relações mediatas entre os conhecimentos teórico-metodológicos e 
o trabalho profissional, a capacitação técnico-operativa e o 
desenvolvimento de competências necessárias ao exercício da 
profissão (PNE, 2010, p.14). 
A supervisão de estágio em Serviço Social materializa-se por meio do 
planejamento, orientação, acompanhamento e avaliação do processo de ensino-
aprendizagem vivenciado pelos estudantes no estágio supervisionado. Trata-se 
de uma atribuição privativa dos profissionais de Serviço Social que se efetiva, 
necessariamente, de forma coletiva, visto que tanto a supervisão acadêmica 
quanto a de campo, inexistem isoladamente. Nessa perspectiva, a Política 
Nacional de Estagio da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço 
Social (ABEPSS, 2010, p. 13) ressalta que 
[...] o estágio, enquanto atividade didático-pedagógica, pressupõe a 
supervisão acadêmica e de campo, numa ação conjunta, integrando 
planejamento, acompanhamento e avaliação do processo de ensino-
aprendizagem e do desempenho do(a) estudante, na perspectiva de 
desenvolvimento de sua capacidade de investigar, apreender 
criticamente, estabelecer proposições e intervir na realidade social. 
22 
 
Esta articulação entre supervisão acadêmica e de campo constitui-se um 
dos princípios da formação profissional em Serviço Social, previsto nas Diretrizes 
Curriculares e incorporado na definição de supervisão direta contida na 
Resolução nº 533/2008 do Conselho Federal de Serviço Social, que regulamenta 
a supervisão de estagiários: 
A conjugação entre a atividade de aprendizado desenvolvida pelo 
aluno no campo de estágio, sob o acompanhamento direto do 
supervisor de campo e a orientação e avaliação a serem efetivadas 
pelo supervisor vinculado a instituição de ensino, resulta na supervisão 
direta (CFESS, 2008, Art. 4, § 1). 
Convém destacar que 
A supervisão não pode ser compreendida desvinculada dos seus 
componentes teórico, ético e político, da compreensão do significado 
social do Serviço Social na sociedade brasileira, dos valores que 
privilegia, de um projeto profissional que se conecta (ainda que por 
meio de muitas mediações) a projetos de sociedade (BRAGA; 
GUERRA, 2009, p. 534). 
Remetendo-se ao projeto profissional do Serviço Social, hegemônico a 
partir da década de 1980, a unidade entre teoria e prática se expressa na 
interação indissociável entre as dimensões teórico-metodológica, ético-política e 
técnico-operativa. Essa clareza exige a necessidade de trabalhar as três 
dimensões de forma articulada para que o projeto profissional, que tem como 
fundamento teórico-metodológico o materialismo histórico e dialético, possa ser, 
de fato, traduzido em ações concretas. Ou, como afirma Santos (2010, p. 5) 
“Teoria e prática mantêm uma relação de unidade na diversidade, formam uma 
relação intrínseca, sendo o âmbito da primeira o da possibilidade, e o da segunda 
o da efetividade”. 
Nesse sentido, teoria e prática possuem movimentos específicos, mas 
formam uma unidade na diversidade. No caso específico de uma profissão – 
Serviço Social – que tem uma teoria como fundamento, mas cujas ações 
expressam-se na prática, ou seja, na intervenção, faz-se necessária uma 
extrema clareza desses dois movimentos. 
Como expressa Iamamoto (2004), ao tratar da função social que a 
profissão assume no processo de reprodução das relações no seio da sociedade 
capitalista, 
23 
 
é preciso considerar a profissão sob dois ângulos, não dissociáveis 
entre si, como duas expressões do mesmo fenômeno: como realidade 
vivida e representada na e pela consciência de seus agentes 
profissionais expressa pelo discurso teórico-ideológico sobre o 
exercício profissional; a atuação profissional como atividade social 
determinada pelas circunstâncias sociais objetivas que conferem uma 
direção social à prática profissional, o que condiciona e mesmo 
ultrapassa a vontade e/ou consciência de seus agentes. 
O Serviço Social, tanto no âmbito da formação, quanto do exercício 
profissional, é constituído pelas dimensões teórico-metodológica, ético-política e 
técnico-operativa, que formam um todo articulado e indissociável. A articulação 
entre essas dimensões é apontada, inclusive, como um dos princípios do estágio 
supervisionado, na perspectiva de superar equívocos que obscureçam ou 
autonomizem qualquer um desses aspectos arraigados no movimento de 
concretude da profissão. Esclarecemos que essas dimensões só podem se 
efetivar como partes de um mesmo movimento e que nenhuma delas é 
específica do exercício ou da formação profissional. 
Pensar a articulação entre teoria e prática no Serviço Social permite-nos 
elucidar que a concepção teórico-metodológica exerce influência tanto na 
definição da finalidade a ser alcançada quanto nos meios a serem utilizados para 
atingir determinados fins. A escolha da finalidadee dos meios também está 
vinculada à dimensão ético-política, uma vez que os valores "incidem sobre os 
conhecimentos necessários à escolha dentre as alternativas possíveis à 
finalidade em causalidade posta" (SANTOS, 2010, p. 60). Essa vinculação 
orgânica entre as três dimensões, indica que o momento da prática não ocorre 
desvinculado dos aspectos teórico-metodológicos e ético-políticos. Desse modo, 
os recursos técnico-operativos adotados na intervenção profissional não estão 
dissociados das demais dimensões. 
Em suma, a supervisão acadêmica tem o papel fundamental de trazer 
essas reflexões para a formação profissional, procurando desmistificar as 
controvérsias que envolvem as concepções sobre teoria e prática, bem como 
potencializar a perspectiva investigativa indispensável ao exercício profissional. 
 
 
24 
 
3. CONTEXTUALIZANDO O CENTRO DE REFERÊNCIA DE 
ASSISTÊNCIA SOCIAL COM BASE NA EXPERIÊNCIA OBTIDA EM 
CAMPO DE ESTÁGIO 
 
Pretende-se aqui elucidar a experiência vivenciada durante os três 
períodos de estágio supervisionados no Centro de Referência de Assistência 
Social – CRAS LESTE, no município de Campo Limpo Paulista – São Paulo, 
onde foi observada a prática profissional do assistente social, atuante na PSB. 
É importante ressaltar que devido ao atual cenário de pandemia, durante o 
período de construção deste projeto monográfico, não foi possível revisitar o 
campo de estágio, tão pouco entrevistar os profissionais. 
O equipamento supracitado foi inaugurado no dia 01 de Setembro do ano 
de 2005, pelo então Prefeito Dr. Armando Hashimoto. Cabe ressaltar que para 
iniciar esse tipo de projeto, a gestão municipal tem a exigibilidade de seguir as 
determinações estabelecidas pela NOB/SUAS (2005), que foi pactuada entre os 
entes federativos, com o objetivo de implementar a Vigilância Socioassistencial11 
em todo o território nacional. A referida lei prevê que a gestão pública da Política 
Nacional de Assistência Social seja exercida de modo sistêmico, em 
consonância com a Constituição Federal de 1988, com a Lei Orgânica da 
Assistência Social – LOAS, entre outras leis complementares. 
Com uma equipe técnica formada por quatro profissionais especializados, 
sendo três assistentes sociais e um psicólogo, e contando com o apoio de um 
orientador social, aproximadamente setecentas pessoas são atendidas por mês 
no determinado equipamento. O público do local é composto por famílias e 
indivíduos em situação de vulnerabilidade e desproteção, pessoas com 
deficiência, idosos, crianças retiradas do trabalho infantil, indivíduos inseridos no 
Cadastro Único, beneficiários dos programas de transferência de renda, como 
Programa Bolsa Família (LEI Nº 10.836 DE 09 DE JANEIRO DE 2004), Ação 
Jovem (DECRETO Nº 56.922 DE 12 DE ABRIL DE 2011) e Renda Cidadã 
(RESOLUÇÃO SEDS Nº 4 DE 16 DE MARÇO DE 2017). Também os 
beneficiários do BPC (LEI Nº 8742 DE 07 DE DEZEMBRO DE 1993), 
 
11 A Vigilância Socioassistencial atualiza-se, na LOAS, como “um dos instrumentos das proteções 
da assistência social que identifica e previne as situações de risco e vulnerabilidade social e seus 
agravos no território” (BRASIL, 2011). Integra uma das funções da política de Assistência Social, 
materializada na gestão do Sistema Único de Assistência Social. 
25 
 
Os técnicos, juntamente com o orientador social, e o apoio de uma 
Psicopedagoga que presta serviço ao Município, conduzem as oficinas do 
Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), destinadas às 
crianças e aos adolescentes do território. Os grupos socioeducativos são 
dirigidos pela coordenadora do equipamento e o público alvo são os 
colaboradores do projeto municipal “Frente de Trabalho”, além dos demais 
moradores do território. São abordadas questões sociais como 
empregabilidade, vínculos familiares, álcool, drogas, violência doméstica, 
negligência, violação de direitos, evasão escolar, trabalho infantil, entre outros 
temas relacionados a exclusão social. A coordenadora do equipamento busca 
periodicamente parcerias com a rede municipal, com o objetivo principal de 
promover palestras com profissionais da área da saúde, meio ambiente, saúde 
mental, educação, entre outros. 
O Fundo Social de Solidariedade oferta semestralmente aos usuários 
referenciados no equipamento e a população residente no território cursos 
profissionalizantes como, manutenção em motocicletas, informática, 
artesanatos em geral, pintura, culinária, corte e costura, maquiagem, manicure 
e cabeleireiro. 
De modo geral, o CRAS tem como característica fundamental ser a “porta 
de entrada do SUAS”, considerando que é uma unidade da Proteção Social 
Básica que se diferencia das demais. Denomina-se uma unidade estatal, que 
presta serviços de caráter preventivo, protetivo e proativo. Com o principal 
objetivo de prevenir a ocorrência de situações de vulnerabilidade e riscos sociais 
no território onde está localizado, através do desenvolvimento de 
potencialidades, do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, e da 
ampliação do acesso aos direitos de cidadania. (MDS, 2009). 
Segundo Yazbek (2014, p. 173), que aponta em sua pesquisa a existência 
de unidades de atendimento similares ao CRAS em alguns municípios, 
denominadas de formas diferentes, mas que realizavam a acolhida da população 
por procura espontânea e a concessão de benefícios eventuais. Com a 
instalação do SUAS “ressignifica, altera e amplia” a função desse serviço. 
Raichelis (2014, p. 175) aponta que, 
26 
 
[...] a implantação dos CRAS demarca a presença do Estado em 
territórios de maior vulnerabilidade social, o que deve resultar em um 
novo protagonismo estatal, capacidade estratégica e coordenação 
política e, dentre outras, a possibilidade de atribuir e firmar identidade 
a assistência social – área de pouca visibilidade no conjunto das 
políticas públicas. 
Além da oferta do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família - 
PAIF, que consiste em um trabalho social, de caráter continuado, com a 
finalidade de fortalecer a função protetiva, prevenir a ruptura de seus vínculos, 
promover seu acesso e usufruto de direitos e contribuir na melhoria da qualidade 
de vida de cada membro da família ali referenciada, a equipe multidisciplinar 
presta orientações aos indivíduos e a toda população de sua área de 
abrangência, se articulando a rede de proteção socioassistencial. Apoiando 
ações comunitárias, por meio de palestras, campanhas e eventos, atuando junto 
à comunidade na construção de soluções para o enfrentamento de problemas 
como falta de acessibilidade, violência, trabalho infantil, baixa qualidade na 
oferta de serviços, ausência de espaços de lazer, cultural, entre outros. 
Compete ao equipamento realizar sob a orientação do gestor municipal 
de Assistência Social, o mapeamento e a organização da rede de Proteção 
Social Básica, promovendo a inserção das famílias nos serviços de assistências 
locais, o encaminhamento dos indivíduos para as demais políticas públicas, 
possibilitando o desenvolvimento de ações intersetoriais que visem a 
integralidade e a sustentabilidade, de forma a romper com o ciclo de reprodução 
intergeracional do processo de exclusão social, evitando que esses usuários 
tenham seus direitos violados, recaindo em situações de vulnerabilidades e 
riscos sociais (PNAS, 2004). 
Segundo o IBGE, a população estimada em Campo Limpo Paulista é de 
85.541 habitantes, sendo enquadrado como um município de médio porte. Com 
base nessa informação, a NOB/SUAS (2005) prevê que o local conte com, no 
mínimo, dois CRAS. A cidade dispõe de três unidades, sendo elas: a) CRAS 
Centro, localizado na Rua Borba Gato, nº 156, Centro; b) CRAS Botujuru, 
localizado na Rua João Julião Moreira, nº 655, Vila Constança; c) CRAS Leste, 
localizado na Estrada da Bragantina, nº 1871, São José. 
Esses equipamentosforam projetados nas áreas mais vulneráveis da 
cidade - com exceção ao CRAS Centro - e são compostos por uma equipe de 
profissionais que atuam diretamente na garantia de direitos, com atendimentos 
27 
 
à comunidade, oficinas e trabalhos dinâmicos desenvolvidos em grupos que 
objetivam apoiar às famílias ali referenciadas. Além de ofertarem qualificação 
profissional através de cursos realizados em parceria com a Secretaria de 
Assistência e Desenvolvimento Social. 
O SUAS divide a gestão municipal em três níveis, a saber: Inicial, Básica 
e Plena. O município em questão se encontra na gestão plena. Existem alguns 
requisitos, responsabilidades e incentivos que estão descritos na NOB/SUAS 
que valem para todos os tipos de gestão municipal. Na gestão Plena 
especificamente, a cidade tem total liberdade para executar as ações da 
assistência. Segundo a NOB-RH/SUAS (2006) e as Orientações Técnicas (2009) 
os equipamentos supracitados se enquadram nas nomenclaturas de Pequeno 
Porte I, com até 2.500 famílias referenciadas em cada um deles. 
Para além das informações já mencionadas, cabe salientar que a 
estrutura predial do equipamento onde foi realizado o estágio, não condiz com 
as orientações estabelecidas na PNAS (2004). A estrutura física do local 
necessita de melhorias. Como traz Yazbek (2014, p. 179), “a distribuição dos 
espaços internos nas edificações do CRAS também pode limitar sua 
publicização, o que ocorre quando se destinam espaços menos acessíveis e 
mais precários para as atividades com o público”. 
A precarização das condições de trabalho da equipe de referência afeta 
de forma significativa a realização dos serviços, uma vez que os profissionais 
não dispõe de todos os recursos necessários para desenvolverem as ações 
propostas pela PNAS. Sobre o período de funcionamento, observou-se que a 
unidade está irregular em relação a composição da equipe técnica, que deve ser 
composta pela gestão conforme apontado anteriormente. Ainda assim, o CRAS 
atua dentro da normativa mínima das 40 horas semanais, correspondente aos 
pressupostos das normas técnicas. As Orientações preconizam ainda que, para 
democratizar o acesso, o horário de funcionamento seja decidido em conjunto 
com as famílias referenciadas, sendo amplamente divulgado e mantenha 
regularidade, evitando ainda mudanças no horário em um curto período de 
tempo (BRASIL, 2009). 
Destarte, as colocações aqui apresentadas reflete a preocupação com a 
responsabilidade que o supervisor de campo tem na carreira profissional do 
28 
 
então acadêmico/estagiário a depender da postura deste supervisor frente as 
demandas do cotidiano. A importância da prática profissional do assistente social 
está para além de atividades burocráticas e rotineiras, que apenas respondam 
aos interesses institucionais, esta requer uma prática comprometida com os 
sujeitos que procuram os serviços sociais, uma prática que procure desvelar as 
complexidades da realidade que o envolve, uma prática profissional pautada no 
compromisso ético-político e na direção de transformação da realidade. Espera-
se que o assistente social siga construindo “propostas de trabalho criativas e 
capazes de preservar e efetivar direitos, a partir de demandas emergentes no 
cotidiano. Enfim, ser um profissional propositivo e não só executivo”. 
Pensar em Estágio Supervisionado em Serviço Social é muito mais que o 
cumprimento de uma “atribuição privativa do assistente social” de acordo com o 
seu código de ética, mas deve ser um espaço que oportunize a vivência da 
práxis12, com compromisso e disposição para desvelar as complexidades da 
realidade em que atua. Muitas vezes o estagiário já chega com uma formação 
acadêmica fragilizada, um dos motivos é a mercantilização do curso de Serviço 
Social nas instituições privadas. Nesse caso o supervisor de campo pode ser um 
“divisor de águas” na formação desse aluno, mostrando-lhe na prática o 
verdadeiro papel do Serviço Social na sociedade. 
Finalizamos esse breve contexto com a afirmação de José Paulo Neto, 
“[...] na história do Serviço Social, o amanhã deve contar mais que o ontem – 
este, não podemos modificá-lo, mas aquele pode ser transformado pelo que 
fizermos hoje”. (NETO, 2016). 
 
 
 
 
 
 
12 Entendida por Marx, a práxis tem primazia em relação à teoria na superação das contradições 
e dos problemas que a vida social e os sistemas de sua produção e reprodução apresentam ao 
homem, uma compreensão da qual resultou sua famosa crítica à filosofia vigente até então, 
expressa na XI Tese: “Os filósofos têm apenas interpretado o mundo de maneiras diferentes, a 
questão é transformá-lo.” (MARX, 1984, p. 111). 
29 
 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A pesquisa aqui apresentada, realizou um resgate desde as primeiras 
formas de organização do trabalho até a contemporaneidade. Levando em 
consideração as transformações ocorridas no mundo do trabalho, as quais 
afetam todas as profissões, não sendo diferente com o Serviço Social. Alguns 
autores que se debruçam sobre o assunto, afirmam que essas transformações 
acirram-se significativamente com a expansão da tecnologia, logo afetando o 
Brasil no início de 1980. Dentre as transformações ocorridas no mundo do 
trabalho, vê-se, por um lado, a qualificação de uma parcela dessa classe, por 
outro, no entanto, desqualificou e fragmentou alguns ramos, onde grande parte 
dos trabalhadores perderam suas importâncias e consequentemente seus 
postos de trabalho. 
A vasta literatura existente sobre a história do Serviço Social, relata dentre 
outros acontecimentos que, com a inserção das indústrias aqui instaladas na 
década de 1930, desencadeou um aumento desordenado do desemprego, 
expandindo e diversificando as múltiplas expressões da questão social na 
sociedade. Passando, então, a intensificar a necessidade de um profissional 
especializado para intervir nessa situação instaurada. 
A partir de 1988, com a Constituição Federal, a Assistência Social se 
tornou direito do cidadão e dever do Estado, e com a Lei Orgânica de Assistência 
– LOAS, se deu a regulamentação da política de Assistência Social no Brasil. É 
válido salientar que a partir dela, os profissionais de Serviço Social, passaram a 
ganhar forças na garantia e defesa intransigente dos direitos humanos, e na 
recusa do arbítrio e do autoritarismo. 
Em 2004, o Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS, aprovou a 
atual Política Nacional de Assistência Social. Sobre esta, são tecidas algumas 
críticas, por exemplo, da forma como é estabelecida a relação com a família. 
Alguns autores acreditam que a Política Nacional de Assistência – PNAS, acaba 
por culpabilizar o indivíduo e/ou sua família por suas condições. 
Por último, salientamos a importância em dar continuidade à pesquisa, 
considerando abranger um número maior de Municípios, com o objetivo de traçar 
30 
 
o perfil do trabalho do Serviço Social na área da Assistência Social, para que 
tenhamos uma maior compreensão sobre a PNAS, e como a mesma vem sendo 
materializada em nossa região. Seria importante e enriquecedor, não só para 
quem possa dar continuidade a busca, como também para a comunidade em 
geral, por se tratar da atuação do profissional na assistência social, uma área 
que a pouco alcançou o status de política, e até os dias atuais vem enfrentando 
grandes entraves. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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