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SEÇÃO 6 RECURSO DE APELAÇÃO ZÈ DA FARMÁCIA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CONCEIÇÃO DO AGRESTE – CE.
Processo Número: xxxxxxxxxxx
José Percival da Silva, já qualificado nos autos, vem perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado abaixo assinado, interpor o presente.
RECURSO DE APELAÇÃO
Com fundamento no artigo 593, I do Código de Processo Penal e com o devido preenchimento dos pressupostos recursais, sendo a interposição tempestiva. Além disso, o Recorrente tem legitimidade e interesse (posto que sucumbente).
Desta forma, requer que o Recurso seja conhecido, recebido no efeito devolutivo e encaminhado à superior instância para o devido julgamento.
 Termos em que, pede e espera deferimento.
Conceição do Agreste, CE. xx dexxxxxx de xxxx
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“Nome do advogado”
OAB número “xxxxxx” 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ
DOS FATOS
Segundo consta da inicial acusatória, os denunciados, sob a liderança do Acusado José Percival da Silva (Zé da Farmácia), Presidente da Câmara dos Vereadores e liderança política do Município, valendo-se da qualidade de Vereadores do Munícipio, se associaram, em unidade de desígnios, com o fim específico de cometer crimes.
Assim no dia 03 de fevereiro de 2018, na sede da Câmara dos Vereadores durante uma reunião da Comissão de Finanças e Contrato, teriam exigido do Sr. Paulo Matos, empresário sócio de uma empresa interessada em participar das contratações a serem realizadas pela Câmara, o pagamento de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para que sua empresa pudesse participar de um procedimento licitatório que estava agendado para o dia seguinte. Por este motivo, os réus foram denunciados pela suposta prática dos delitos previstos artigos 288 e 317, na forma do artigo 69, todos do Código Penal. Entretanto, a denúncia foi recebida apenas em relação ao crime do artigo. 317 do Código Penal.
Uma vez finalizada a instrução, que transcorreu dentro da normalidade, o MM. Juiz que proferiu a sentença, não acatando nenhuma das teses defensivas e julgando procedente a denúncia, para condenar o Recorrente, à pena de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão. É um breve resumo dos fatos.
DO MÉRITO
a. Absolvição por atipicidade da conduta do recorrente, em razão do artigo 386, III do Código de Processo Penal. O Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, de maneira unânime, concedeu ordem de Habeas Corpus em favor do Apelante, relaxando sua prisão, por concordar com a tese de que o garante foi preparado. Deste modo, aplica-se a regra do crime impossível, prevista no artigo. 17 do Código Penal que prediz:
Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. 
Prova disso é o comando existente na Súmula 145 do STF, que prediz: 
Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.
Desta forma, não havendo crime em razão da preparação do flagrante, não restam dúvidas de que a conduta do Apelante é atípica, devendo, pois, ser absolvido, nos termos do artigo 386, III do Código Processo Penal que prediz.
O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: não constituir o fato infração penal.
Dentro do exposto, requer que seja reformada a decisão de primeira instância
b. Alternativamente: da absolvição por estar provado que o apelante não concorreu para a infração penal. Requer, alternativamente, a absolvição do Recorrente nos termos do artigo 386, IV do Código de Processo Penal, que prediz:
O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: estar provado que o réu não concorreu para a infração penal.
Portanto, por estar provado que o Apelante não concorreu para a infração penal, uma vez que as provas dos autos demonstram, de forma inequívoca, a absoluta ausência de autoria na prática do delito em exame. A própria vítima, quando indagado pelo Juiz se o Apelante havia participado do crime, não só negou, como afirmou que a primeira vez que esteve com o Recorrente foi na Sessão em que ocorreram as prisões, mas que jamais chegou a ter qualquer conversa com ele, em relação a este ou a qualquer outro assunto. 
E, respondendo a uma pergunta feita pela Defesa respondeu não ter como afirmar que o Apelante estivesse envolvido no crime de corrupção praticado pelos demais réus.
c. Alternativamente: Erro na aplicação da pena. Aplicação da pena no mínimo legal. No caso da manutenção da condenação do Recorrente a dosimetria da pena deve ser reformulada, levando em conta o artigo 59, IV do Código Penal que prediz: 
O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime. ; a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. 
Desta forma, o juiz de primeira instância condenou o Recorrente a uma pena de 02 anos e 06 meses de reclusão, ou seja, acima do mínimo legal, sem haver fundamento fático e jurídico para decretação de uma pena tão elevada. Assim, comprovado que o Recorrente atende a todos os requisitos do artigo 59, I à IV do Código Penal, a pena aplicada deve ser reformulada, de modo a se fixar a pena base no mínimo legal.
DOS PEDIDOS
a. Reforma da sentença com absolvição por atipicidade da conduta do recorrente, em razão do artigo 386, III do Código de Processo Penal em conjunto com o comando existente na Súmula 145 do STF e o artigo.17 do Código Penal.
b. Reforma da sentença com absolvição por estar provado que o apelante não concorreu para a infração penal em razão artigo 386, IV do Código de Processo Penal, de acordo com as provas e testemunho da própria vítima.
c. Reforma da sentença com aplicação da pena nos patamares mínimos legais em conformidade com o artigo 59, IV do Código Penal, isto é, 02 anos de reclusão. 
Nestes termos, pede e espera deferimento
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Conceição do Agreste, CE. 07 de junho de 2018
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“Nome do advogado”
OAB número “xxxxxx”

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