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EXCELENTISSIMO SENHOR (a) DOUTOR (a) JUIZ (a) DE DIREITO DA 2ª VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE GOIÂNIA/GO
Autos nº 0010001-10.2017.518.0002
ALABANO MACHADO, já qualificada nos autos do processo em epígrafe, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência por meio de seu advogado abaixo assinado, com fulcro no artigo 900 da CLT, apresentar 
CONTRARRAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO
por não se conformar com o recurso interposto por MARIA JOSE PEREIRA, já devidamente qualificada nos autos em epigrafe, contra a respeitável decisão proferida em favor do recorrido, interpondo e requerendo ,para tanto, o seu recebimento, regular processamento e posterior remessa ao Egrégio Tribunal Regional do Trabalho.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local e data 
Nome do Advogado
OAB/UF
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 3ª REGIÃO
CONTRARRAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO
Recorrente : MARIA JOSÉ PEREIRA 
Recorrido : ALBANO MACHADO 
Processo nº 0010001- 10.2017.518.0002 – 2ª Vara do Trabalho de Goiânia /GO 
COLENDA TURMA,
EMÉRITOS JULGADORES :
Mesmo perante o inconformismo da Recorrente, temos que, a r. sentença, nos pontos atacados, não merece os reparos veiculados pela recorrente, vez que está em consonância com o acervo probatório carreado aos autos, devendo ser negado provimento ao recurso da Recorrente, conforme as razões de fato e de direito a seguir expostas. 
I - DA TEMPESTIVIDADE DAS CONTRARRAZÕES 
 No dia 11 /12/2017 houve publicação, concedendo vista ao recorrido do Recurso Ordinário interposto pela reclamada. 
Dessa forma, o prazo para o oferecimento das Contrarrazões se iniciou em 12/12/2017, terça- feira, e finda e m 21/12/2017, vez que pela nova redação do ar t. 795, da CLT, os prazos devem ser contados em dias úteis. 
Portanto , as presentes Contrarrazões são tempestivas. 
II- DO MÉRITO 
DOS FERIADOS LABORADOS EM DOBRO 
Inconformado com a r. sentença que julgou procedente o pedido de pagamento em dobro dos feriados por força da Súmula nº 444 do TST, a recorrente alega que a Súmula não tem e feito vinculante, que a diretriz adotada na referida Súmula não é a ideal. 
Data vênia excelência, não merece qualquer reforma a condenação da reclamada ao pagamento em dobro dos feriados laborados. Conforme se conclui, o trabalho em feriados, sem a devida compensação, gera a obrigação da remuneração dobrada, segundo determinado pela Lei nº 605/49, por meio do artigo 9º. A jornada conhecida como 12x36 exclui apenas o direito à remuneração do domingo trabalho, porque o sistema de compensação, próprio desse regime especial, permite ao empregado usufruir folga em outro dia da semana, na forma estabelecida pelo artigo 7º, XV, da Constituição da República. 
Nessa seara, o empregado que se submete a regime de trabalho 12 x36 tem direito ao pagamento em dobro pelos dias de feriados trabalhados e não compensados, por ter remuneração diferenciada nesses dias, o que não aconteceu com o Sr . Albano, pois quando seu plantão coincidia com domingos ou feriados, não havia remuneração diferenciada ou folga compensatória, tendo direito, nesse caso, ao pagamento em dobro dos feriados trabalhados. 
Isto posto, a manutenção da condenação da reclamada ao pagamento em dobro dos feriado s laborados é um imperativo de Justiça. 
DO INTERVALO INTRAJORNADA 
A sentença também de feriu ao recorrido o pagamento de uma hora por dia decorrente da supressão o intervalo intrajornada acrescida de 50%, a partir de 02/06/2015 até o término do contrato de trabalho, com os reflexos legais. 
Mais uma vez a decisão não merece reparo . Acontece que o recorrido não usufruía integralmente de seu intervalo para repouso e alimentação, já que parava o trabalho durante aproximadamente 30 (trinta) minutos para almoçar, laborando ininterruptamente o restante do período . 
Outrossim, o artigo 71 da CLT não foi respeitado, visto que este obriga a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação de, pelo menos, 1 hora em qualquer trabalho contínuo cuja duração exceda de seis horas . 
Nesta seara, a Lei Complementar nº 150 /15 traz previsão similar em seu art.13: 
 “Art. 13. É obrigatória a concessão de intervalo para repouso ou alimentação pelo período de, no mínimo, 1 ( uma ) hora e, no máximo, 2 (duas) horas, admitindo- se, mediante prévio acordo escrito entre empregador e empregado, sua redução a 30 (trinta) minutos. ”
Convêm trazer o entendimento consolidado na súmula nº2 do Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região, que assim dispõe:
SÚMULA Nº 2. INTERVALO INTRAJORNADA. SUPRESSÃO PARCIAL. PAGAMENTO. Em conformidade com a súmula 437 do TST, a supressão, ainda que parcial, do intervalo mínimo intrajornada legal, não obstante sua natureza salarial, implica seu pagamento integral e não apenas dos minutos suprimidos, com o acréscimo constitucional ou convencional sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho, ainda que tal supressão não importe excesso de jornada (Alterada pela RAn°52/2013,DJE – 15.04.2013,16.04.2013 e 17.04.2013).
Desse modo, deve ser negado provimento ao Recurso Ordinário , no que tange ao intervalo intrajornada, tendo em vista que o laborista não cumpria diariamente o intervalo para refeição de descanso . Além disso, este pleito encontra amparo legal no artigo 71 da CLT, bem como no artigo 13 da Lei Complementar nº 150/15. 
DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS 
A decisão de primeiro grau condenou a reclamada ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00 pelo fato de ter sido aposto na CTPS do trabalhador que a rescisão do contrato de trabalho se deu por justa causa. O entendimento do nobre julgador deve prevalecer, pois o caso em tela evidenciou que a conduta da reclamada ao dispensar o Sr. Albano por justa causa, apondo a modalidade de dispensa em sua CTPS, violou o disposto no art. 29, § 4º, que dispõe sobre a vedação do empregador em efetuar a notações desabonadoras à conduta do empregado em sua Carteira de Trabalho e Previdência Social. Assim entendendo ter o direito ao recebimento de indenização por danos morais, visto que o desclassifica diante de seus colegas e de toda a comunidade com a qual se relaciona, bem como a referida dispensa com justa causa também atrai suspeição sobre o comportamento do reclamante e sua capacidade profissional. 
DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
 A empregadora foi condenada ao pagamento de honorários advocatícios no importe de 5% do valor da condenação apurado em sede de liquidação de sentença. 
 A Consolidação das Leis do Trabalho autoriza frente a Le i 13.467/2017 acrescentou ao artigo 791- A á condenação em sucumbência a parte perdedora da ação, ou em relação a parte da ação e m que foi vencida. 
“Art. 791- A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15 % (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá - lo, sobre o valor atualizado da causa ”. 
Desse modo, a reclamada que perder uma ação, ainda que de forma parcial, será responsabilizado pelo pagamento dos honorários advocatícios da parte contrária. Mesmo que seja beneficiário da Justiça Gratuitanão ficará livre de responder por honorários de sucumbência. 
 Requer seja negado provimento ao Recurso Ordinário, mantendo a r. sentença, no que diz respeito ao pagamento de honorários advocatícios. 
 III - DO PEDIDO 
Diante de todo o exposto e por tudo mais que dos autos constam, reiterando-se todos os termos da peça contestatória ofertada, requer a este Egrégio Tribunal seja o recurso conhecido e, ao final IMPROVIDO, mantendo-se a r. sentença proferida em sua totalidade.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local e data 
Nome do advogado
OAB/UF

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