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Patologia das Construções - Parte 1 - Rev01

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PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
2019 - 2
Professor Valdir Oliveira Junior
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
1. PATOLOGIA NAS EDIFICAÇÕES –HISTÓRICO
− Tema recente – anos 60 e 70
− Pavilhão de Exposições da Gameleira / Belo Horizonte – 04/02/71
− Elevado Paulo de Frontin / Rio de Janeiro – 20/11/71
− Introdução nos currículos das Escolas de Engenharia
2. PATOLOGIA E TERAPIA
− Patologia das construções é o ramo da engenharia que estuda os sintomas, os
mecanismos, as causas, as origens e as conseqüências das deficiências das
construções
− Patologia significa não atendimento ao desempenho desejado
− Terapia das construções é o ramo da engenharia que trata da correção dos
problemas patológicos apresentados pelas construções
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
É a parte da engenharia que estuda os
sintomas, os mecanismos, as causas e
as origens dos defeitos das edificações,
ou seja, é o estudo das partes que
compõem o diagnóstico doproblema.
Patologia das Edificações
Vista de junta de dilatação em piso de ladrilhos hidráulicos –
ressecamento e danos ao longo de toda a extensão do material de preenchimento da junta
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
Vista de infiltrações de água e danos na laje e em viga da garagem
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
Caso 1
Patologia
1. Infiltrações
Caso 1
Patologia
1. Infiltrações
Caso 1
Patologia
1. Infiltrações
1.1 Causas
➢ Fissuras na alvenaria
Caso 1
Patologia
1. Infiltrações
1.1 Causas
➢ Fissuras na alvenaria
Caso 1
Patologia
1. Infiltrações
1.1 Causas
➢ Deficiencia no assentamento dos blocos
Caso 1
Patologia
1. Infiltrações
1.1 Causas
➢ Deficiência no revestimento externo
Caso 1
Patologia
1. Infiltrações
1.1 Causas
➢ Deficiência no revestimento externo
Caso 1
Patologia
1. Infiltrações
1.1 Causas
➢ Calafetação dos caixilhos
Caso 1
Patologia
2. Destacamento de cerâmica
Caso 1
Patologia
2. Destacamento de cerâmica
Caso 1
Patologia
2. Destacamento de cerâmica
2.1 Causas
Caso 1
Patologia
2. Mancha em cerâmica
2.1 Causa – falta de engobe selador
Caso 1
Manutenção
Limpeza da fachada
Caso 1
Manutenção
Limpeza da fachada
Caso 1
Manutenção
Limpeza da fachada
Caso 1
Manutenção
Limpeza da fachada
Caso 1
Manutenção
Limpeza da fachada
Ensaio de permeabilidade do material do revestimento
Caso 2 
Patologia
1. Infiltrações
1.1 Causas
➢ Fissuras na alvenaria
Caso 2 
Patologia
1. Infiltrações
1.1 Causas
➢ Fissuras na alvenaria
Caso 2 
Patologia
2. Recalque de calçadas e canaletas
2.1 Causas
➢ Compactação deficiente do solo
Caso 2 
Patologia
2. Recalque de calçadas e canaletas
2.1 Causas
➢ Compactação deficiente do solo
Caso 2 
Patologia
3. Corrosão em reservatório
Outros casos 
Patologia
1. Telhado
Outros casos 
Patologia
1. Telhado
Outros casos 
Patologia
1. Telhado
Outros casos 
Patologia
1. Telhado
Outros casos 
Patologia
2. Corrosão em reservatório
Outros casos 
Patologia
2. Corrosão em reservatório
Outros casos 
Patologia
3. Destacamento de revestimento de fachada
Outros casos 
Patologia
3. Destacamento de revestimento de fachada
Outros casos 
Patologia
3. Instalações hidro sanitárias
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
3. DIAGNÓSTICO DO PROBLEMA
Para que se tenha êxito nas medidas terapêuticas, é necessário que o estudo
precedente, o diagnóstico do problema tenha sido bem conduzido
O diagnóstico completo envolve vários aspectos:
− Sintomas: também chamados de lesões ou defeitos
− Mecanismo: os problemas patológicos são decorrentes dos chamados vícios
construtivos. O conhecimento do processo é fundamental para a definição da
terapia
exemplo: uma fissura em viga decorrente de flexão não pode ser
simplesmente obturada, sob o risco de que ela volte a se manifestar em outro
local
− Origem: definição da fase do processo construtivo em que teve origem o 
fenômeno
− Causas: Deve ser identificado o agente causador do problema
− Consequências: O problema compromete a segurança da estrutura ou suas 
condições de higiene e funcionamento?
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
4. SINTOMAS
Os problemas patológicos, salvo raras exceções , apresentam manifestações 
externas características que permitem um início do estudo do problema. Os 
sintomas mais comuns nas estruturas de concreto são:
− as fissuras;
Retração Estrutural
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
4. SINTOMAS
− as eflorescências;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
4. SINTOMAS
− as flechas excessivas;
− as manchas (reatividade a álcalis);
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
4. SINTOMAS
− corrosão das armaduras;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
4. SINTOMAS
− ninhos de concretagem (segregação)
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
4. SINTOMAS
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
5. ORIGEM
− Definição da etapa do processo construtivo
exemplo: fissura de momento fletor em viga – projeto inadequado
ou qualidade inferior do aço ou concreto?
− A identificação da origem do problema permite definir, para fins judiciais, 
quem cometeu a falha
exemplo:
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
As origens das patologias podem ser classificadas em:
− Deficiência de projeto;
− Deficiências de execução;
− Má qualidade dos materiais, ou emprego inadequado dos mesmos;
− Sinistros ou causas fortuitas (incêndios, inundações, acidentes, etc);
− Uso inadequado da estrutura;
− Manutenção imprópria
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
O nível de incidência de cada origem varia de país para país, conforme
mostrado à seguir:
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
➢ Através do estudo de HELENE & FIGUEIREDO (2003) tem-se que as
manifestações patológicas possuem origem na maior parte das vezes nas
fases de projeto e do planejamento, conforme apresentado na figura a seguir.
Figura – Origem dos problemas patológicos com relação às etapas de produção e uso das obras civis.
Fonte: Adaptado de HELENE & FIGUEIREDO, (2003).
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
➢ Conforme citado anteriormente a durabilidade das edificações está ligada à
qualidade e durabilidade apresentada nas mesmas, mas mesmo com todo
avanço tecnológico dos últimos anos não tem havido uma redução dos
problemas patológicos.
➢ FIGUEIREDO & O’REILLY (2003) citam que ”o ambiente hoje em dia é mais
agressivo que o de décadas atrás, além disso o aperfeiçoamento de técnicas
de dimensionamento mais avançadas e portanto mais econômicas, também
interferem negativamente na durabilidade das edificações”.
➢ Assim, FIGUEIREDO E O’REILLY (2003) concluem ainda que as estruturas de
concreto armado contemporâneas estão cada vez mais vulneráveis ao
aparecimento precoce de manifestações patológicas.
− Erros de concepção da estrutura da edificação
• Má definição das cargas atuantes ou combinação
delas;
• Deficiência no cálculo da estrutura;
• Detalhamento insuficiente ou errado;
• Erros de dimensionamento;
• Ausência de vergas e contra-vergas nas
aberturas;
• Ausência de “sentimento estrutural”.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
− Erros na execução da estrutura
• Não capacitação profissional da mão de obra;
• Falta de prumo, esquadro e alinhamento de
estruturas/alvenarias;
• Flechas excessivas em lajes (desforma precoce, por
exemplo).
− Erros na utilização da estrutura
• Demolição e abertura de vãos em alvenarias estruturais;
• Ultrapassagem da carga em pontes;
• Mudanças de uso da estrutura.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
6. CAUSAS
Os agentes causadores dos problemas patológicos podem ser vários :
(a) Cargas;
(b) Variação de umidade;
(c) Variações térmicas intrínsecas e extrínsecas no concreto;
(d) Agentes biológicos, físicos e químicos;
(e) Incompatibilidade de materiais;
(f) Agentes atmosféricos;
A cada causa corresponderá uma terapiamais adequada e mais duradoura
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
7. PATOLOGIAS COMUNS E SUAS CAUSAS
Fissuras e trincas:
− Por movimentações térmicas;
− Por movimentações higroscópicas;
− Por atuação de sobrecargas;
− Deformações excessivas da estrutura;
− Recalques de fundação;
− Retração de produtos à base de cimento;
− Alterações químicas dos materiais de construção;
− Hidratação retardada de cales;
Ataque por sulfatos;
Corrosão de armaduras;
Patologias decorrentes da umidade
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
8. CONSEQUÊNCIAS
− Os problemas patológicos são evolutivos e tendem a se agravar com
o passar do tempo, além de acarretarem outros problemas
associados ao inicial
exemplo: uma fissura de momento fletor pode dar origem à
corrosão de armadura
− Flechas excessivas em vigas e lajes podem ocasionar fissuras em
paredes
− As correções serão mais duráveis, mais fáceis e muito mais baratas
quanto mais cedo forem executadas
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
9. DIAGNÓSTICO E TERAPIA
Para dar início a uma terapia adequada, segundo CÁNOVAS (1988), é preciso
seguir os seguintes procedimentos:
➢ Inspeção para mapeamento dos sintomas;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
9. DIAGNÓSTICO E TERAPIA
Para dar início a uma terapia adequada, segundo CÁNOVAS (1988), é preciso
seguir os seguintes procedimentos:
➢ Inspeção para mapeamento dos sintomas;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
9. DIAGNÓSTICO E TERAPIA
Para dar início a uma terapia adeqtes procedimentos:
➢ Inspeção para mapeamento dos sintomas;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
9. DIAGNÓSTICO E TERAPIA
Para dar início a uma terapia adeqtes procedimentos:
➢ Inspeção para mapeamento dos sintomas;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
9. DIAGNÓSTICO E TERAPIA
Para dar início a uma terapia adeqtes procedimentos:
➢ Inspeção para mapeamento dos sintomas;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
9. DIAGNÓSTICO E TERAPIA
Para dar início a uma terapia adequada, segundo CÁNOVAS (1988), é preciso
seguir os seguintes procedimentos:
➢ Inspeção para mapeamento dos sintomas;
O procedimento começa com a inspeção, onde se busca identificar os
sintomas das patologias existentes na estrutura; através de um mapeamento
dos sintomas realizado por um exame visual da estrutura.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
9. DIAGNÓSTICO E TERAPIA
➢ Recolhimento de dados e informações;
Este procedimento em geral vem complementar os dados obtidos na inspeção
e auxiliam na quantificação dos danos (medidas geométricas, evolução no
tempo, bem como no conhecimento das condições prévias aos danos da
edificação, avaliação da resistência do concreto).
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
➢ Conhecer o histórico da estrutura;
Este histórico é parte fundamental na escolha da terapia e sua análise deve
levar em consideração a data da construção, o responsável pela construção, o
projeto executivo para revisão e análise, o conhecimento dos materiais
utilizados (cimento, areia, aço, aditivo, relação água/cimento) e detalhes
sobre o uso da estrutura (sobrecargas, ações acidentais).
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
➢ Realização de análises e ensaios;
Em muitos casos o levantamento histórico e a inspeção não são suficientes,
sendo necessário realizar análises e ensaios que permitam clarificar os
sintomas, mecanismos e causas das patologias da estrutura.
CÁNOVAS (1988) sugere ainda o organograma, mostrado na figura a seguir,
de atividades a serem realizadas na solução de um processo patológico.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
➢ Realização de análises e ensaios;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
➢ Realização de análises e ensaios;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
➢ Realização de análises e ensaios;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
➢ Realização de análises e ensaios;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
➢ Realização de análises e ensaios;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
➢ Realização de análises e ensaios;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
➢ Realização de análises e ensaios;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
10. MATERIAIS UTILIZADOS NA RECUPERÇÃO
Exemplo:
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
DURABILIDADE
Capacidade de um produto manter seu
desempenho acima dos níveis aceitáveis pré-
estabelecidos, sob condições previstas de uso e
com manutenção, durante um período de tempo
que é a sua vida útil.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
DURABILIDADE
A durabilidade está associada:
−À durabilidade dos materiais e componentes;
−Ao uso;
−Ao entorno;
−Às ações de manutenção.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
“Manutenção: conjunto de atividades a serem
realizadas para conservar ou recuperar a
capacidade funcional da edificação e de suas partes
constituintes de atender as necessidades e
segurança dos seus usuários.”
ABNT – NBR 5674 – Manutenção de edifícios
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
Compreende todas as atividades que se realizam
nos componentes, elementos e equipamentos de
um edifício, com o objetivo de manter o seu
desempenho funcional ou suas partes, dentro de
níveis aceitáveis, a um custo compensador.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
CONSERVAÇÃO
A conservação está relacionada com aquelas
atividades rotineiras realizadas diariamente ou
então, com pequenos intervalos de tempo entre
intervenções, diretamente relacionada à operação e
à limpeza do edifício, criando condições adequadas
para seu uso. Por exemplo: lubrificação de
engrenagens e polias de elevadores.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
CONSERVAÇÃO
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
CONSERVAÇÃO
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
REPARAÇÃO
A reparação está relacionada com atividades
preventivas ou corretivas realizadas antes que o
edifício ou algum de seus elementos constituintes
atinja o nível de desempenho mínimo aceitável sem
que a recuperação de desempenho ultrapasse o
nível inicialmente construído. Por exemplo:
substituição de uma botoeira de elevador onde o
led não acende.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
RESTAURAÇÃO
A restauração está relacionada com atividades
corretivas realizadas após o edifício ou algum de
seus elementos constituintes atingir níveis
inferiores ao nível de desempenho mínimo
aceitável, sem que a recuperação de desempenho
ultrapasse o nível inicialmente construído. Por
exemplo: troca de um cabo de elevador que se
apresentava rompido, impedindo a utilização do
mesmo.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
MODERNIZAÇÃO
A modernização está relacionada com atividades
preventivas e corretivas visando que a recuperação
de desempenho ultrapasse o nível inicialmente
construído, fixando um novo patamar de qualidade
para a edificação. Por exemplo: instalação do
sistema Daffee nos elevadores, permitindo que os
mesmos, em caso de falta de energia, sejam ainda
assim conduzidos ao térreo e tenha suas portas
abertas automaticamente, sistema este antes
inexistente.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
11. CUSTOS DE RECUPERAÇÃO
Relativamente às condições da construção, pode-se ter duas situações
distintas:
− A construção será reabilitada, recompondo-se as condições para as quais
tinha sido desenvolvida;
− A construção será reforçada, tendo sua condição de suporte aumentada em
relação à desenvolvida anteriormente
Os custos de recuperação variam em função do tempo de manifestação e
detecção da patologia:
− Ainda na fase de projeto
− Durante a execução da construção
− Fase de utilização da construção – se houver manutenção preventiva
− Fase de utilização da construção – se necessária manutenção corretiva
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
A relação dos altos custos associado às intervenções corretivas foi 
apresentado por SITTER, na década de 80, através da figura a seguir da 
evolução de custos.
Figura – Lei da evolução de custos, lei de SITTER (SITTER, 1984 CEB-RILEM)
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
Fazendo a análise da figura anterior para as etapas de projeto,
execução, manutenção preventiva e manutenção corretiva tem-
se que:
➢ Projeto:
Toda medida tomada em nível de projeto com o objetivo de
aumentar a proteção e a durabilidade da estrutura, como por
exemplo, aumentar o cobrimento da armadura,reduzir a relação
água/cimento, etc., corresponde ao número 1 do eixo Custo
Relativo da Figura;
➢ Execução:
Toda medida extra projeto, tomada durante a execução da obra,
implica num custo cinco vezes maior ao custo que teria sido
acarretado se esta medida tivesse sido tomada em nível de projeto,
para obter o mesmo grau de proteção e durabilidade;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
➢ Manutenção preventiva:
Toda medida tomada com antecedência e previsão, durante o
período de uso e manutenção da estrutura, pode ser associado a
um custo vinte e cinco vezes maior que aquele necessário se a
decisão de obter certo grau de proteção e durabilidade tivesse sido
tomada no projeto.
➢ Manutenção corretiva:
Correspondem aos trabalhos de diagnóstico, prognóstico, reparo e
proteção das estruturas que já apresentam manifestações
patológicas. A esta atividade pode associar um custo de cento e
vinte e cinco vezes superior ao custo das medidas que poderiam ter
sido tomadas em nível de projeto.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
TRINCAS EM EDIFÍCIOS
1. GENERALIDADES
Entre os problemas patológicos que afetam os edifícios, as trincas
são particularmente importantes porque:
− São o aviso de um eventual estado perigoso para a estrutura;
− Podem levar ao comprometimento do desempenho da obra em
serviço (estanqueidade à água , durabilidade, isolação acústica, etc.);
− Constrangimento psicológico que a fissuração dos edifício exerce
sobre seus usuários
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
2. SURGIMENTO PRECOCE
− As trincas podem começar a surgir, de forma congênita, logo no
projeto arquitetônico da construção;
− Isso muitas vezes está relacionado ao desconhecimento do projetista
sobre as propriedades tecnológicas dos materiais de construção
empregados;
− Incompatibilidade entre os projetos de arquitetura, estrutura e
fundações normalmente conduzem a tensões que excedem a
resistência dos materiais de construção, originando o problema das
fissuras.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
3. DURABILIDADE
− A presença de fissuras é prejudicial à durabilidade da estrutura;
− No caso das estruturas de concreto armado, a durabilidade fica
comprometida por facilitar a penetração de agentes agressivos às
armaduras e à própria massa de concreto;
− Deve-se analisar fissuras maiores que 0,3 mm, fissuras menores que
0,5 mm são consideradas microfissuras.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
ABERTURAS COMUNS EM PATOLOGIAS
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
4. PROPRIEDADES TÉRMICAS DOS
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
− Todos os materiais empregados nas
construções estão sujeitos à dilatações com
o aumento de temperatura e à contrações
com sua diminuição;
− Para uma dada variação de temperatura, a
intensidade da variação dimensional é diferente
para os diversos materiais de construção;
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
− Para se avaliar a movimentação térmica sofrida por um componente
deve-se conhecer o ciclo de temperaturas à que esteve sujeito;
Segundo o BUILDING RESEARCH ESTABLISHMENT, as amplitudes de
variação das temperaturas dos componentes das edificações podem
ser bastante acentuadas.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
➢ No caso mais comum das edificações, a principal fonte de calor que 
atua sobre seus componentes é o sol.
➢ Segundo LATTA, a temperatura superficial da face externa de lajes e 
paredes pode ser estimada em função da temperatura do ar (Ta) e 
do coeficiente de absorção solar a.
Tabela – Estimativa da temperatura superficial de lajes e paredes.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
Valores sugeridos para o coeficiente de absorção
solar.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
EXEMPLO
EXERCÍCIO LAJE
DETERMINAR A TEMPERATURA SUPERFICIAL DE UMA LAJE DE
CONCRETO, SEM ISOLAÇÃO TÉRMICA, EXPOSTA AO SOL, EM UM
LOCAL ONDE TEMPERATURA AMBIENTE É 35ºC.
Tc = 5 (Tf – 32) /9
Tf = 9 Tc / 5 + 32 = 9 x 35 / 5 + 32 = 95ºF 
Tmax = 95 + 75 X 0,65 = 144ºF 62ºC 
Tmin = 95 - 10 = 85ºF 30ºC
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
FISSURAS CAUSADAS POR MOVIMENTAÇÕES TÉRMICAS
1. MECANISMOS DE FORMAÇÃO
Restrições
➢ Os elementos e componentes de uma construção estão sujeitos à
variações de temperatura, que repercutem numa variação
dimensional dos materiais de construção (dilatação ou contração).
➢ Os movimentos de dilatação e contração são restringidos pelos
diversos vínculos que envolvem os elementos e componentes,
desenvolvendo-se nos materiais tensões que poderão provocar o
aparecimento de fissuras.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
2. MOVIMENTAÇÕES DIFERENCIADAS
As principais movimentações diferenciadas ocorrem em função
de:
➢ Junção de materiais com diferentes coeficientes de dilatação térmica,
sujeitos à mesma variação de temperatura (por exemplo,
movimentações diferenciadas entre argamassa de assentamento e
componentes de alvenaria).
➢ Exposição de elementos a diferentes solicitações térmicas naturais
(por exemplo, cobertura com relação às paredes de uma edificação).
➢ Variação de temperatura ao longo de uma mesmo componente (por
exemplo entre a face exposta e a face protegida de uma laje de
cobertura).
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PROJETOS INADEQUADOS:
As observações feitas deveriam ser levadas em conta no projeto da
edificação.
Infelizmente, as movimentações diferenciadas entre
componentes, devidas à variações de temperatura não são
levadas em conta pelos projetistas, nem mesmo de forma
qualitativa.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
3. CONFIGURAÇÕES TÍPICAS
➢ Em geral, as coberturas planas estão mais expostas às mudanças
térmicas naturais do que os paramentos verticais das edificações,
ocorrendo movimentos diferenciados entre os elementos horizontais
e verticais.
➢ Mesmo as lajes sombreadas sofrem o efeito desses fenômenos, pois
parte da energia calorífica absorvida pelas telhas é irradiada para a
laje.
➢ Nesse caso, as movimentações térmicas ocorrem em função de
vários fatores:
✓ natureza do material das telhas;
✓ altura do colchão de ar entre o telhado e a laje;
✓ intensidade de ventilação no ático.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
Propagação da tensões numa laje de cobertura com bordos 
vinculados devida a efeitos térmicos
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
Movimentações que ocorrem em uma laje de cobertura, sob a ação 
da elevação da temperatura
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
Trinca típica presente no topo da parede ao comprimento da laje; a 
direção das fissuras, perpendiculares às resultantes de tração (σ), 
indica o sentido da movimentação térmica
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
TRINCAS EM EDIFÍCIOS
Entre os problemas patológicos que afetam os edifícios, as trincas 
são particularmente importantes porque:
− São o aviso de um eventual estado perigoso para a estrutura;
− Podem levar ao comprometimento do desempenho da obra em 
serviço;
− Constrangimento psicológico que a fissuração dos edifícios exerce 
sobre seus usuários.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
FISSURAS CAUSADAS PELA ATUAÇÃO DE SOBRECARGA
1. GENERALIDADES
• A atuação de sobrecargas pode produzir a fissuração de componentes 
estruturais, tais como pilares, vigas e paredes.
• A sobrecarga pode se originar na má utilização do edifício, ou por 
erros no cálculo estrutural ou execução da peça.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
Vista aproximada da frente do imóvel
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
Vista de cômodo aos fundos do imóvel – esquadrias de porta e janela retiradas
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
Vista do piso da edificação na região de demolição das alvenarias
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
V
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
V
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
2. CARGAS ATUANTES NAS ESTRUTURAS DAS EDIFICAÇÕES
• NBR 6120/80 – Cargas para o cálculo de estruturas de edificações• Carga permanente: este tipo de carga é constituído pelo peso próprio
da estrutura de todos os elementos construtivos fixos e instalações
permanentes.
• Carga acidental: é toda aquela que pode atuar sobre a estrutura de
edificações em função do seu uso (pessoas, móveis, materiais
diversos, veículos, etc.)
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
• Valores mínimos de cargas verticais – Exemplos
Local Carga 
(kN/m²)
1.Bibliotecas Sala de leitura 2,5
Sala com estantes de livros 6,0
2.Edifícios 
residenciais
Dormitórios, sala, copa, cozinha e banheiro 1,5
3.Escolas Corredor e sala de aula 3,0
4.Casas de 
máquinas
Incluindo o peso das máquinas 7,5
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
3. PAREDES DE ALVENARIA
• Sub-sistema do edifício formado por elementos que dividem os
ambientes internos, controlam a ação de agentes indesejáveis
(intrusos, ventos, chuvas, poeiras, ruídos, etc), constituindo ainda
suporte e proteção para as instalações do edifício.
• As alvenarias são componentes construídos em obra pela união entre
componentes (blocos, tijolos) e elemento de ligação (argamassa,
constituindo um conjunto monolítico. Podem ser de vedação ou
estruturais.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
Vantagens das alvenarias
• Facilidade, baixo custo dos componentes e disponibilidade de matérias 
primas.
• Não são poluentes, sendo 100% recicláveis quando descartadas.
Desvantagens das alvenarias
• Necessita de revestimentos para obtenção de textura lisa.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
Inúmeros fatores intervêm na resistência final de uma alvenaria à
esforços de compressão, tais como:
• Resistência mecânica dos componentes de alvenaria e argamassa de 
assentamento.
• Módulos de deformação diferenciados dos componentes de alvenaria.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
• Poder de aderência da argamassa utilizada.
• Componentes assentados com juntas de amarração produzem
superiores àquelasalvenarias com resistências significativamente 
assentadas com juntas à prumo.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
• A resistência da parede de alvenaria não varia linearmente com a
resistência do componente de alvenaria e nem com a resistência da
argamassa de assentamento.
• De forma geral, as fissuras em alvenarias carregadas axialmente
começam à surgir muito antes de serem atingidas as cargas limites de 
ruptura.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
As fissuras que se manifestam nas , decorrentes dealvenarias 
originadascargas, são geralmente verticais 
transversal da argamassa de assentamento
na deformação 
e dos próprios
componentes.
Em casos específicos, podem aparecer fissuras horizontais em
decorrência do esmagamento da argamassa de assentamento ou da
ruptura de componentes de alvenaria de baixa resistência à
compressão.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
Um fato primordial na fissuração da alvenaria é a presença de
aberturas de portas e janelas, em cujos vértices ocorre acentuada
concentração de tensões.
As fissuras nas aberturas são combatidas pela construção de vigas
sobre as aberturas (vergas) ou sob as aberturas (contra-vergas).
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
A aplicação de cargas concentradas nas alvenarias, sem o emprego
de dispositivos adequados para redistribuição de tensões, pode gerar
o aparecimento de trincas inclinadas à partir do ponto de aplicação
da carga.
tesouras ou vigas apoiadas diretamente sobre asExemplo de 
alvenarias.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
4. COMPONENTES DO CONCRETO ARMADO
• A atuação de carregamento, previsto ou não em projeto, pode produzir
a fissuração de componentes de concreto armado, sem que isso
signifique necessariamente ruptura ou instabilidade dos componentes.
• A ocorrência de fissuras num componente de concreto armado provoca
uma redistribuição de tensões ao longo do componente fissurado e nos
componentes vizinhos, de modo que a solicitação acaba sendo
absorvida de forma globalizada pela estrutura ou parte dela.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES
Encontro de paredes – falta de amarração (junta à prumo)
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Encontro de paredes – falta de amarração (junta à prumo)
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Encontro de paredes – falta de amarração (junta à prumo)
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Encontro de paredes – falta de amarração (junta à prumo)
Vista de trinca diagonal em laje de teto de quarto originada em 
subdimensionamento da armadura
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FISSURAS CAUSADAS POR DEFORMAÇÃO 
EXCESSIVA DA ESTRUTURA
• O desenvolvimento de métodos mais refinados de cálculo, fabricação
de aços e cimentos de melhor qualidade, tem tornado as estruturas
cada vez mais flexíveis.
• Isso torna imprescindível a análise mais cuidadosa das deformações
das estruturas e suas conseqüências.
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• Vigas e lajes deformam-se naturalmente sob a ação do peso próprio,
das demais cargas permanentes e acidentais e mesmo sob o efeito da
retração e da deformação lenta do concreto.
• As flechas originadas podem ser incompatíveis com a capacidade de
deformação de paredes e outros componentes que integram os
edifícios.
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• NBR 6118:
As flechas medidas à partir do plano que contém os apoios, quando
atuarem todas as ações, não ultrapassarão 1/300 do vão teórico,
exceto para o caso de balanços, para os quais não ultrapassarão
1/250 do comprimento teórico dos balanços.
• Na prática, essa recomendação não tem recebido a devida atenção por
parte dos calculistas brasileiros, presenciando-se, frequentemente,
casos de fissuras em alvenarias provocadas pelas flechas dos
componentes estruturais.
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• As deformações da estrutura tendem a introduzir nas alvenarias
esforços de tração e cisalhamento, provocando fissuras com diferentes
configurações.
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