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Livro_ManejoFlorestal_BaixoAmazonas

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Organizadores
João Ricardo Vasconcellos Gama
Dárlison Fernandes Carvalho de Andrade
Ciência Aplicada
ao uso múltiplo da Floresta
no Baixo Rio Amazonas
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Editora CRV
Curitiba – Brasil
2020
João Ricardo Vasconcellos Gama
Dárlison Fernandes Carvalho de Andrade
(Organizadores)
CIÊNCIA APLICADA AO USO 
MÚLTIPLO DA FLORESTA NO 
BAIXO RIO AMAZONAS
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Copyright © da Editora CRV Ltda.
Editor-chefe: Railson Moura
Diagramação e Capa: Diagramadores e Designers CRV
Revisão: Analista de Escrita e Artes
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
CATALOGAÇÃO NA FONTE
Bibliotecária responsável: Luzenira Alves dos Santos CRB9/1506
2020
Foi feito o depósito legal conf. Lei 10.994 de 14/12/2004
Proibida a reprodução parcial ou total desta obra sem autorização da Editora CRV
Todos os direitos desta edição reservados pela: Editora CRV
Tel.: (41) 3039-6418 - E-mail: sac@editoracrv.com.br
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C569
Ciência aplicada ao uso múltiplo da Floresta no Baixo Rio Amazonas / João Ricardo 
Vasconcellos Gama, Dárlison Fernandes Carvalho de Andrade (organizadores). – Curitiba : 
CRV, 2020.
338 p.
Bibliografi a
ISBN Digital 978-65-5868-146-5
ISBN Físico 978-65-5868-141-0
DOI 10.24824/978655868141.0
1. Engenharia Florestal 2. Recursos fl orestais – Amazônia 3. Manejo fl orestal 4. Amazônia 5. 
Esporte infanto juvenil I. Gama, João Ricardo Vasconcellos. org. II. Andrade, Dárlison Fernandes 
Carvalho de. org. III. Título IV. Série. 
CDU 631/634 CDD 630 
 
Índice para catálogo sistemático
1. Engenharia fl orestal 630
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Este livro passou por avaliação e aprovação às cegas de dois ou mais pareceristas ad hoc.
Comitê Científico:
Adriane Piovezan (Faculdades Integradas Espírita)
Alexandre Pierezan (UFMS)
Andre Eduardo Ribeiro da Silva (IFSP)
Antonio Jose Teixeira Guerra (UFRJ)
Antonio Nivaldo Hespanhol (UNESP)
Carlos de Castro Neves Neto (UNESP)
Carlos Federico Dominguez Avila (UNIEURO)
Edilson Soares de Souza (FABAPAR)
Eduardo Pimentel Menezes (UERJ)
Euripedes Falcao Vieira (IHGRRGS)
Fabio Eduardo Cressoni (UNILAB)
Gilmara Yoshihara Franco (UNIR)
Jairo Marchesan (UNC)
Jussara Fraga Portugal (UNEB)
Karla Rosário Brumes (UNICENTRO)
Leandro Baller (UFGD)
Lídia de Oliveira Xavier (UNIEURO)
Luciana Rosar Fornazari Klanovicz (UNICENTRO)
Luiz Guilherme de Oliveira (UnB)
Marcel Mendes (Mackenzie)
Marcio Jose Ornat (UEPG)
Marcio Luiz Carreri (UENP)
Maurilio Rompatto (UNESPAR)
Mauro Henrique de Barros Amoroso (FEBF/UERJ)
Michel Kobelinski (UNESPAR)
Rafael Guarato dos Santos (UFG)
Rosangela Aparecida de Medeiros 
Hespanhol (UNESP)
Sergio Murilo Santos de Araújo (UFCG)
Simone Rocha (UnC)
Sylvio Fausto Gil filho (UFPR)
Valdemir Antoneli (UNICENTRO)
Venilson Luciano Benigno Fonseca (IFMG)
Vera Lúcia Caixeta (UFT)
Conselho Editorial:
Aldira Guimarães Duarte Domínguez (UNB)
Andréia da Silva Quintanilha Sousa (UNIR/UFRN)
Anselmo Alencar Colares (UFOPA)
Antônio Pereira Gaio Júnior (UFRRJ)
Carlos Alberto Vilar Estêvão (UMINHO – PT)
Carlos Federico Dominguez Avila (Unieuro)
Carmen Tereza Velanga (UNIR)
Celso Conti (UFSCar)
Cesar Gerónimo Tello (Univer .Nacional 
Três de Febrero – Argentina)
Eduardo Fernandes Barbosa (UFMG)
Elione Maria Nogueira Diogenes (UFAL)
Elizeu Clementino de Souza (UNEB)
Élsio José Corá (UFFS)
Fernando Antônio Gonçalves Alcoforado (IPB)
Francisco Carlos Duarte (PUC-PR)
Gloria Fariñas León (Universidade 
de La Havana – Cuba)
Guillermo Arias Beatón (Universidade 
de La Havana – Cuba)
Helmuth Krüger (UCP)
Jailson Alves dos Santos (UFRJ)
João Adalberto Campato Junior (UNESP)
Josania Portela (UFPI)
Leonel Severo Rocha (UNISINOS)
Lídia de Oliveira Xavier (UNIEURO)
Lourdes Helena da Silva (UFV)
Marcelo Paixão (UFRJ e UTexas – US)
Maria Cristina dos Santos Bezerra (UFSCar)
Maria de Lourdes Pinto de Almeida (UNOESC)
Maria Lília Imbiriba Sousa Colares (UFOPA)
Paulo Romualdo Hernandes (UNIFAL-MG)
Renato Francisco dos Santos Paula (UFG)
Rodrigo Pratte-Santos (UFES)
Sérgio Nunes de Jesus (IFRO)
Simone Rodrigues Pinto (UNB)
Solange Helena Ximenes-Rocha (UFOPA)
Sydione Santos (UEPG)
Tadeu Oliver Gonçalves (UFPA)
Tania Suely Azevedo Brasileiro (UFOPA)
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Produzido pelo Laboratório de Manejo em Ecossistemas 
Florestais (Lamef) da Universidade Federal do Oeste do Pará.
O objetivo do Lamef é capacitar estudantes para que, 
em parceria com os professores e representantes de 
instituições parceiras, sejam realizadas pesquisas voltadas 
ao manejo dos recursos florestais na Amazônia.
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .......................................................................................13
PREFÁCIO ..................................................................................................15
Manoel Malheiros Tourinho
TEMA I
GESTÃO FLORESTAL ...............................................................................19
Luiz Cláudio Moreira Melo Júnior
CAPÍTULO 1
O QUE APRENDEMOS SOBRE MANEJO MADEIREIRO DE 
FLORESTAS NATIVAS NA AMAZÔNIA BRASILEIRA? ...........................29
Dárlison Fernandes Carvalho de Andrade
João Ricardo Vasconcellos Gama
Fábio Guerra Santos
Marcelo Santos Melo
Ana Luiza Violato Espada
Milton Kanashiro
CAPÍTULO 2
POLÍTICA FLORESTAL E DESENVOLVIMENTO REGIONAL: 
caminhos que precisam se cruzar ................................................................51
Raimunda Monteiro
João Ricardo Vasconcellos Gama
CAPÍTULO 3
PERCEPÇÃO DE GESTORES EM RELAÇÃO À GESTÃO 
FLORESTAL E À FLORESTA EM PROJETO DE ASSENTAMENTO .....63
Antonio José Mota Bentes
Thiago Almeida Vieira
CAPÍTULO 4
REFLEXÕES ANTROPOLÓGICAS SOBRE A DIVERSIDADE DE 
RELAÇÕES ENTRE HUMANOS E MEIO AMBIENTE ............................79
Michaela Meurer
CAPÍTULO 5
VALOR CIENTÍFICO DA FLORESTA NACIONAL DO TAPAJÓS PARA 
O MANEJO DE FLORESTAS NATIVAS NA AMAZÔNIA .........................99
Dárlison Fernandes Carvalho de Andrade
José Risonei Assis da Silva
Maria Jociléia Soares da Silva
Bruno Delano Chaves do Nascimento
Ana Karolina Martins Santana
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TEMA II
FERRAMENTAS APLICADAS AO MANEJO FLORESTAL ................... 119
Fabiano Emmert
CAPÍTULO 6
GEOPROCESSAMENTOAPLICADO AO MANEJO FLORESTAL NA 
AMAZÔNIA ................................................................................................129
Karla Mayara Almada Gomes
Lizandra Elizeário dos Santos
CAPÍTULO 7
TÉCNICAS DE AGRUPAMENTO HIERÁRQUICAS PARA 
A CLASSIFICAÇÃO DO POTENCIAL VOLUMÉTRICO DE 
FLORESTAS NATIVAS.............................................................................151
Lucas Cunha Ximenes
Marcio Leles Romarco de Oliveira
João Ricardo Vasconcellos Gama
CAPÍTULO 8
OCORRÊNCIA DE OCOS EM ÁRVORES COMERCIAIS NA 
AMAZÔNIA ORIENTAL ............................................................................171
Misael Freitas dos Santos
Afonso Figueiredo Filho
João Ricardo Vasconcellos Gama
Fabiane Aparecida de Souza Retslaff
Daniele Lima da Costa
CAPÍTULO 9
CICLO DINÂMICO DAS ATIVIDADES DO MANEJO FLORESTAL 
COMUNITÁRIO NA FLONA DO TAPAJÓS .............................................193
Elton Pereira Teixeira
Celson Pantoja Lima
CAPÍTULO 10
MODELAGEM VOLUMÉTRICA DE ÁRVORES COMERCIAIS NA 
AMAZÔNIA ................................................................................................209
Girlene da Silva Cruz
João Ricardo Vasconcellos Gama
Marcos Felipe Nicoletti
Renato Bezerra da Silva Ribeiro
Bruno Rafael Silva de Almeida
Talita Godinho Bezerra
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CAPÍTULO 11
EFEITO DA EXTRAÇÃO DE MADEIRA SOBRE A ESTRUTURA E A 
DINÂMICA DA VEGETAÇÃO EM ÁREA MANEJADA NA FLONA DO 
TAPAJÓS ...................................................................................................221
Maria Soliane Sousa Costa
Lia de Oliveira Melo
Milla Graziely S. dos Santos
TEMA III
PRODUTO FLORESTAL NÃO MADEIREIRO ........................................239
Alfredo Homma
CAPÍTULO 12
TRANSFORMANDO BIODIVERSIDADE EM PRODUTO .....................249
Danielly Caroline Miléo Gonçalves
Lyvia Julienne Sousa Rêgo
Larissa Santos de Almeida Fuck
CAPÍTULO 13
QUINTAIS AGROFLORESTAIS NA RESERVA EXTRATIVISTA 
RENASCER, PRAINHA-PA ......................................................................271
Lizandra Elizeário dos Santos
Veridiana Barreto do Nascimento
Dilma Ázira Ismael Carlos
José Sousa de Almeida Júnior
João Ricardo Vasconcellos Gama
CAPÍTULO 14
PRODUÇÃO DOS ARTESANATOS COM LÁTEX DA FLORESTA 
NACIONAL DO TAPAJÓS ........................................................................287
Lyvia Julienne Sousa Rêgo
Altair Dias de Moura
Márcio Lopes da Silva
CAPÍTULO 15
ANDIROBA: aspectos ecológicos, silviculturais e utilização na 
região Amazônica .......................................................................................307
Amanda Alves Coelho
João Ricardo Vasconcellos Gama
Renato Bezerra da Silva-Ribeiro
SOBRE OS ORGANIZADORES ..............................................................329
ÍNDICE REMISSIVO ................................................................................331
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APRESENTAÇÃO
O livro, escrito no âmbito do Laboratório de Manejo em Ecossistemas 
Florestais (Lamef), atualmente vinculado à Universidade Federal do Oeste 
do Pará (Ufopa), é discursivo e teórico-prático, sistematiza os conhecimentos 
que vêm da pesquisa realizada na região do baixo Rio Amazonas, traz con-
textos, realidades, desafios e oportunidades para o manejo florestal e assim 
busca contribuir com a formação acadêmica e a tomada de decisão sobre o 
uso sustentável dos produtos da floresta.
O Lamef foi criado no dia 11 de agosto de 2006, nas dependências da 
Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), Campus Tapajós, em Santa-
rém – PA, com o objetivo de produzir conhecimento sobre o manejo de recur-
sos florestais na região oeste do Estado do Pará. Inicialmente composto pelo 
professor João Ricardo Vasconcellos Gama, e os estudantes: Carlos Antônio 
Pereira Nascimento, Larissa Santos de Almeida, Sandino Mota de Souza e 
Solimara da Silva Moreira.
A primeira área de pesquisa do Lamef foi o Bosque Mekdece, locali-
zado no campus Tapajós. Em 2008 começamos estudos multidisciplinares no 
Projeto de Assentamento Moju I e II, aplicando a metodologia sistêmica de 
estudos rurais do Projeto Várzea da Ufra. Em seguida, em 2009, iniciaram-
-se as pesquisas na Floresta Nacional do Tapajós e no Conjunto de Glebas 
Mamurú-Arapiuns, voltadas para o uso, manejo e comercialização de produtos 
florestais. Na Resex Tapajós-Arapiuns, a pesquisa iniciou em 2015 com o 
inventário florestal amostral na área destinada ao manejo florestal comunitário.
O livro tem, portanto, como finalidade sistematizar o conhecimento cons-
truído na região do baixo Rio Amazonas sobre o manejo de recursos florestais. 
A obra tem a contribuição de pesquisadores (as) do Lamef e convidados com 
atuação na região de interesse.
Esperamos que alunos e profissionais façam bom uso.
Saudações florestais!
João Ricardo Vasconcellos Gama
Dárlison Fernandes Carvalho de Andrade
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PREFÁCIO
Prefácio de um livro é um resumo de seu conteúdo, no caso, do livro 
sobre o manejo florestal na região do baixo Rio Amazonas. Prefácio é também, 
“literalmente, àquilo dito antes do livro”. Vou usar do meu direito como prefa-
ciador da obra em curso, e tomar em consideração o significado de “aquilo”, 
pronome demonstrativo, para “indicar algo que está distante da pessoa” tanto 
organizadores quanto autores e leitores; o aquilo que está relacionado com a 
história; com acontecimentos que ocorreram no passado.
Não tanto remoto, talvez, entretanto ligado a história da própria Ufopa, 
quando foi apropriada pela União a área onde a recém-criada Universidade 
Federal Rural da Amazônia (UFRA) havia instalado o seu Campus UFRA-Ta-
pajós e criado o curso de engenharia florestal. “Aquilo” ali trazia dois signifi-
cados: a antiga área da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia 
(SUDAM), onde ficava o Centro de Tecnologia da Madeira (CTM) continuaria 
com suas finalidades educacionais, e a engenharia florestal posta no terreno, 
era um grito forte contra as ameaças pairadas no planalto santareno trazidas 
pela dominação desastrosa da soja aqueles solos.
Ainda, como protagonista do “aquilo” que está relacionado com a his-
tória, afirmo que a presença da Ufra em Santarém, foi o sopro divino para o 
nascimento da Ufopa. Prefácio, portanto, este livro com enorme agradecimento 
aos organizadores e autores, passados apenas 17 anos de início do curso de 
engenharia florestal, em Santarém e na Ufopa.
O livro traz o significado científico de que a mata não morreu; a floresta 
tá viva, com seus moradores humanos e não humanos; traz a sociedade a pri-
meira obra especializada sobre o assunto, de uma importância imensurável, 
porque faz a ciência e a floresta dialogarem sobre o que oferecer a humanidade 
quando a mata é manejada para uso múltiplo e não apenas para a produção 
conservadora da madeira.
Portanto, este prefácio incorpora algumas das preocupações da breve 
história relatada acima, quando aborda a questão do “Ciência aplicada ao uso 
múltiplo da floresta no baixo Rio Amazonas”, conjugando as especificidades 
do uso tradicional e científico da mata do baixo curso do grande rio. Trata-se 
aqui da intervenção humana planejada, com a finalidade de produção com 
conservação do habitat,de tal maneira que venha garantir a estabilidade do 
ecossistema florestal, dos processos ecológicos dominantes ou dos sistemas 
‘naturais’ produtivos existentes.
A obra reúne trabalhos de mais de 40 profissionais como professores uni-
versitários, pesquisadores de Institutos públicos e Organizações Não Gover-
namentais; agregando conhecimentos pluridisciplinares vindos de formações 
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acadêmicas diferenciadas, como a engenharia florestal, a agronomia, a antro-
pologia, a economia e a administração, a engenharia computacional, a bio-
logia a enfermagem e a farmacologia. Formações que favorecem a lide com 
o manejo florestal tropical, inclusive aplicação em outros biomas de iguais 
‘patentes’ como a Mata Atlântica das Minas Gerais, Paraná e Bahia porque 
nota-se que alguns dos autores tem exercício em centros de saber provenientes 
daqueles Estados.
O livro é organizado por dois engenheiros florestais: João Ricardo Vas-
concelos Gama, professor da UFOPA, pesquisador do manejo da mata nativa 
e pioneiro nos estudos sistêmicos da floresta amazônica, sobremodo as matas 
de várzea, e o Darlison Andrade, do Instituto Chico Mendes de Conservação 
da Biodiversidade, nome emblemático que internacionaliza a responsabilidade 
da obra e seus autores;.
Ambos organizadores são assinantes de vários dos textos apresentados 
nesse livro que está escrito em três blocos de interesse: gestão florestal, fer-
ramentas aplicadas ao manejo e os produtos florestais não madeireiros; cuja 
chamada central é a evidência de que a floresta ocupa importante papel para 
garantir a sobrevivência familiar por meio de um “ofertório” que inclui ali-
mentos, remédios, abrigos, renda, entre outras oferendas.
O tema da gestão é aberto com um artigo que externa a aprendiza-
gem sobre o manejo da floresta nativa na Amazônia, cujos autores Dárlison 
Andrade, João Ricardo, Fábio Santos, Marcelo, Ana Luiza e Milton Kanashiro, 
para esclarecer que o manejo florestal, ainda que tenha uma forte componente 
econômica, não pode ser visto como um paço à degradação florestal. Isso é 
uma forma equivocada de ver esse manejo. Mobilizando resultados de pes-
quisas regionais, nacionais e internacionais, os autores apresentam parâmetros 
quantitativos e qualitativos que mobilizados, a floresta manejada chega a um 
equilíbrio entre uso e conservação; ainda assim entendem que o manejo para 
alcançar uma sustentabilidade efetiva e eficiente, tem que dá conta de várias 
outras mudanças ocorridas na floresta pela exploração econômica.
Ainda no bloco da gestão florestal um texto antropológico de Michaela 
Meurer traz o conhecimento indispensável, mas nem sempre considerado 
pelos implementadores das políticas públicas: a pluralidade ontológica das 
realidades quando o manejo dito “científico” é oferecido as comunidades 
amazônicas, tradicionais ou contemporâneas, pedindo-lhes que o objeto seja 
participativo, coletivo e amplamente social. Encontrar então essa percepção 
nos gestores florestais, para que, incorporando as preocupação de Meurer, 
venham os mesmos se perceber como “sujeitos sociais do processo”, foi 
a razão do texto do Antônio Bentes, que é Sociólogo, e do Thiago Vieira, 
engenheiro florestal.
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CIÊNCIA APLICADA AO USO MÚLTIPLO DA FLORESTA NO BAIXO RIO AMAZONAS 17
Ferramentas aplicadas ao manejo, como segundo grupo de artigos, é 
a “fábrica de saberes” das ciências e da engenharia da floresta. O Geopro-
cessamento tem a sua aplicação ao manejo “certificado” pelo estudo feito 
por Karla Gomes e Lizandra dos Santos, que a partir de ampla revisão 
bibliográfica consagram a essencialidade da ferramenta para a gestão dos 
recursos naturais na Amazônia.
Potencial volumétrico de florestas nativas, artigo de Lucas Ximenes, 
Márcio Oliveira e João Ricardo Gama, abordando a definição de classes de 
estoques volumétricos como um processo eficiente na estratificação de áreas 
homogêneas em florestas nativas, mostram qual a combinação de métodos 
de agrupamento que é mais efetiva para o manejo florestal.
A “ocorrência de oco em árvores comerciais na Amazônia Oriental” 
é pouco estudada, embora influencie diretamente o manejo das florestas 
nativas, é o que afirmam os estudiosos Misael Santos, Afonso Figueiredo 
Filho, João Ricardo Gama, Fabiane Retslaff e Daniela Costa, mostrando uma 
associação estatística entre diâmetro e a ocorrência daquele dano à qualidade 
da árvore no manejo.
A modelagem volta a ser abordada no livro, agora explicitado no trabalho 
de Girlene Cruz, João Ricardo Gama, Felipe Nicoletti, Renato Ribeiro, Bruno 
Almeida e Talita Bezerra. Reconhecendo os autores que o manejo florestal 
comunitário necessita de ferramentas que forneçam informações confiáveis 
sobre a volumetria das árvores comerciais existente na área, após analisa-
rem 15 trabalhos afins realizados na Amazônia, concluem que os modelos 
de Schumacher- Hall e Spur foram os mais adequados aos propósitos de um 
cálculo volumétrico que atenda os propósitos do manejo florestal.
A parte do livro concernente a produção florestal não madeireira, traz o 
manejo para a dimensão social e ambiental da floresta; a completa valorização 
da “mata em pé” janela para a gestão de programa e projetos da bioeconomia. 
É a parte do livro com propósitos de um “manejo anti-derrubismo”. Valori-
zação profunda da vida em amplos contextos.
O artigo de Elton Pereira e Celson Lima, constitui uma peça, importante 
para esse processo, por tratar da linguagem, da comunicação “com mensagens 
precisas” entre atores envolvidos como eles escrevem. Isso é importante porque 
lidar com comunidades tradicionais diante de fatos novos como manejo cientí-
fico passa pelos adensamentos epistemológicos com palavras e linguagem que 
não representem o padrão metodológico autoritário dominante; é estar aberto 
às várias abordagens e interpretações da realidade, no caso a Flona Tapajós.
Transformar biodiversidade em produtos mercantis, não é tarefa fácil, 
diante dos bloqueios da economia capitalista ao fazer certas exigências des-
tinadas a exclusão intencional das economias coletivas. Tanto assim que as 
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estudantes do assunto, Danielly Miléo, Lyvia Rêgo e Larissa Fuck nos falam 
de uma luta contra os desafios que a produção da bioeconomia enfrenta desde 
a produção com qualidade, o isolamento geográfico, falta de tecnologia ade-
quada para agregar valor aos produtos alimentícios, medicinais e artesanais 
ofertados por essa bioeconomia.
Entre esses produtos, há textos no livro que tratam da Andiroba e do látex 
da Hevea. A Andiroba é tratada quanto aos aspectos ecológicos, silviculturais 
e a sua utilização na região. Os autores Amanda Coelho, Renato Ribeiro e 
João Ricardo Gama vão prover o leitor de informações pertinentes a estimu-
lar e fortalecer a cadeira produtiva da espécie na região, inclusive apontando 
caminhos para outros usos da espécie como suas propriedades ecológicas.
A seringueira e o seu látex como vetores de economias comunitárias 
tradicionais foram estudados por Lyvia Rego, Altair Moura e Márcio Silva. 
Os autores avaliam o potencial da atividade, por meio dos custos operacio-
nais medidos pela margem bruta e liquida dos empreendimentos, e apontam 
viabilidade no longo prazo. Além disso trata-se de uma atividade usuária da 
mão de obra feminina, seja por meio da produção coletiva ou individual.
Para concluir esse prefácio, reporto ao estudo dos Quintais agroflorestais, 
onde são cultivadas espécies agrícolas e florestais associadas ou não com a 
criaçãode animais granjeiros como aves e suínos. O artigo que tem as auto-
rias de Lizandra Santos, Veridiana Barreto, Dilma Carlos, José de Almeida 
Jr. e João Ricardo Gama oferece uma informação relevante ao mostrar que 
os Quintais são diferentes quanto as suas finalidades quando comparado a 
produção dos mesmos na Terra Firme e na Várzea: na terra firme são produ-
ções destinadas a alimentação, enquanto nas várzeas são produtos para uso 
medicinal. Nada mais a comentar nesse prefácio de um livro histórico.
Professor Manoel Malheiros Tourinho
Professor Emérito da UFRA
Reitor da UFRA (2000-2005)
11 de maio de 2020
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TEMA I
GESTÃO FLORESTAL
Luiz Cláudio Moreira Melo Júnior1
Introdução ao tema
Com grande satisfação, recebi o convite dos organizadores desta impor-
tante publicação, um marco para as ciências florestais na Amazônia, João 
Ricardo Vasconcellos Gama e Dárlison Fernandes Carvalho de Andrade, para 
fazer uma abordagem introdutória sobre o tema Gestão Florestal e descrever o 
escopo dos cinco capítulos iniciais da coletânea, intitulados: “O que aprende-
mos sobre manejo madeireiro de florestas nativas na Amazônia Brasileira?”; 
“Política Florestal e Desenvolvimento Regional: caminhos que precisam se 
cruzar”; “Percepção de gestores em relação à gestão florestal e à floresta em 
projeto de assentamento”; “Reflexões antropológicas sobre a diversidade de 
relações entre humanos e meio ambiente”, e “Valor científico da Floresta 
Nacional do Tapajós para o manejo de florestas nativas na Amazônia”.
Os cinco capítulos são complementares e apresentam aos leitores dimen-
sões teóricas, metodológicas e empíricas fundamentais aos estudos sobre 
manejo florestal com escopo de sustentabilidade na Amazônia.
Antes de apresentar comentários introdutórios aos textos que compõem 
a primeira parte desta obra, farei um breve apanhado sobre o tema Gestão 
Florestal, fruto de observações e percepções colhidas na literatura científica 
e nos trabalhos de campo desenvolvidos junto às comunidades ribeirinhas 
do rio Arapiuns, por ocasião do meu trabalho de tese de doutoramento em 
Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília, entre os anos 
de 2012 e 2016. Iniciarei tratando de aspectos históricos e legais da gestão 
florestal no Brasil.
Gestão florestal no Brasil
Apenas em 2006 se instituiu no Brasil uma Lei de Gestão das Florestas 
Públicas (Lei nº 11.284 de 2/03/2006). Ainda assim, apesar da inexistência, 
até meados da década de 2000, de uma política florestal explícita, verifi-
cam-se, ao longo da história, preocupações em torno da proteção jurídica 
1 Agrônomo e Sociólogo, Doutor em Desenvolvimento Sustentável, Professor da Universidade Federal Rural 
da Amazônia. E-mail: luiz.mmelo@hotmail.com.
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dos recursos florestais. As ações e políticas de outros setores produtivos 
têm tido reflexos diretos no uso das florestas (KENGEN, 2001).
A história das preocupações com o uso dos recursos florestais no Bra-
sil, refletido na forma de uma extensa legislação florestal, já foi ampla-
mente trabalhada por outros autores, seja de cunho mais histórico ambiental 
(PÁDUA, 1987, 2012; DEAN, 1996; KENGEN, 2001; CASTRO, 2002; 
FRANCO; DRUMMOND, 2004, 2009, 2012; MEDEIROS, 2006), socioeco-
nômico (MAHAR, 1989; BROWDER, 1992; BACHA, 2004), ou do direito 
ambiental (PEREIRA, 1950; SWIOKLO, 1990; WAINER, 1993, 1999; 
MAGALHÃES, 2002; FARIAS, 2007; STRUCHEL; SERVILHA, 2007; 
ZAMIAN, 2007; ARAÚJO, 2010; OLIVEIRA, 2013; MILARÉ, 2014).
As abordagens de cunho mais econômico, por exemplo, defendem 
que o uso dos recursos florestais no Brasil sempre esteve associado às 
políticas adotadas no país (GILLS; REPETTO, 1988; MAHAR, 1989; 
BROWDER, 1992) e com os principais modelos econômicos vigentes em 
cada período (BACHA, 2004). Teria sido assim no período colonial, com o 
modelo mercantilista; no Brasil Império, com o modelo econômico clássico 
ou neoclássico, e no período republicano, com o modelo keynesiano na 
economia (BACHA, 2004), conforme ilustra a Figura 1.
Figura 1 – linha do tempo da legislação florestal no Brasil 
e os modelos econômicos vigentes em cada período
Brasil Colônia
(1500-1022)
Modelo Econômico
Mercantilista
Brasil Império
(1822-1889)
Modelo Econômico
Clássico ou Neoclássico
Brasil República
(a partir de 1889)
Modelo Econômico
Keynesiano
Fonte: Elaboração própria, baseado em Bacha (2004).
Por outro lado, Farias (2007), em uma abordagem mais próxima do 
direito ambiental, divide a trajetória da legislação ambiental no Brasil em 
três fases, a saber: fragmentária (1500-1930), setorial (final da década 
de 1920-1980) e holística (a partir de 1980).
Na fase fragmentária não existia uma preocupação com o meio 
ambiente, a não ser na forma de alguns dispositivos protetores de determi-
nados recursos ambientais, dentre eles os florestais. A fase setorial, por sua 
vez, teve início no final da década de 1920 e foi caracterizada pela impo-
sição de controle legal às atividades exploratórias dos recursos naturais de 
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valor econômico (FARIAS, 2007). Nessa fase, os recursos naturais como 
água, fauna e flora passaram a ser regidos por legislações específicas, não 
havendo articulação entre cada um desses elementos ou entre cada uma 
das políticas específicas. Essa fase setorial marca o início da gestão dos 
recursos naturais por meio de outorgas e concessões a particulares, que 
assim poderiam explorar a fauna, a flora, os minérios, os recursos hídricos, 
os recursos pesqueiros e a terra (FARIAS, 2007).
A fase holística teve início apenas a partir da década de 1980, quando 
a preocupação com o meio ambiente de forma integrada passou a ser 
incorporada à legislação (FARIAS, 2007). Atualmente, o Brasil estaria 
numa “terceira geração” de leis, órgãos e políticas ambientais, passando 
das regulamentações da década de 1930, mais estatizantes e focalizadas 
na proteção patrimonial e em recursos específicos, para as atuais, mais 
genéricas, integradas e sensíveis à questão da qualidade ambiental como 
direito social (DRUMMOND, 2002).
Gestão florestal no Baixo Amazonas
O programa de outorga de florestas públicas desenhado para imple-
mentação no estado do Pará teve início com o Plano Anual de Outorga 
Florestal (PAOF) estadual de 2008/2009. A primeira área de concessão 
florestal do estado está na região do Conjunto de Glebas Mamurú-Ara-
piuns, oeste do estado do Pará. Trata-se de uma área florestada estimada 
em 1.300.000 hectares, em relação à qual o governo do estado do Pará, 
em setembro de 2011, assinou os três primeiros contratos de concessão 
florestal do estado com três empresas madeireiras.
Entre os anos de 2009 e 2014, participei da equipe de pesquisadores 
envolvida em estudo de abordagem comparativa, de escopo longitudinal, 
ao contrastar o mesmo espaço territorial e as mesmas comunidades do rio 
Arapiuns. Trata-se de um território densamente florestado, com a presença 
de comunidades ribeirinhas, que vem sofrendo fortes perturbações com 
a presença de empreendimentos de alta densidade de capital, como os de 
exploração madeireira. Tais atividades têm produzido impactos sociais, 
econômicos e ambientais de relevância, especialmente no contexto dos 
sistemas sociais comunitários e suas dinâmicas de uso dos recursos naturais 
(MELO JÚNIOR et al., 2019).
Dessa forma, a gestão florestal com escopo de sustentabilidade na 
Amazônia deve dar voz aos comunitários, sob o argumento de que são 
eles osprimeiros a identificar e denunciar muitos dos perigos ambien-
tais, como o desmatamento e suas implicações sistêmicas na teia 
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da vida. No entanto, sob vários ângulos, o território amazônico soa à 
economia regional, nacional e internacional apenas como área possuidora 
de recursos naturais estratégicos à economia mundial. Assim, existem 
movimentos e relações invisíveis, não percebido pelas teorias, métodos e 
pesquisas porque elas se debruçam apenas sobre o movimento visível, tal 
como ocorre nos procedimentos causa/efeito da lógica positivista.
São nesses movimentos e relações complexas, que mobilizam muitas 
e diferentes variáveis socioculturais, políticas, econômicas e ambientais, e 
que tem fortes implicações na política, gestão, manejo e desenvolvimento 
florestal, que os textos desta coletânea se debruçam e trazem contribuições 
significativas para o avanço do ainda “pouco conhecimento” do muito que 
ainda não se sabe sobre o manejo florestal e suas implicações sistêmicas.
O primeiro capítulo, assinado por Dárlison Andrade e colaboradores, 
apresenta a evolução da legislação ambiental e de pesquisas científicas sobre 
o manejo florestal na Amazônia, detalhando a forma pela qual a legislação 
ambiental tem evoluído vis-à-vis o desenvolvimento do conhecimento cientí-
fico acerca dos impactos do manejo. Uma importante constatação dos autores 
é a de que deficiências históricas na capacidade de licenciamento e monito-
ramento dos empreendimentos florestais têm prejudicado a aplicação das 
práticas de manejo na região amazônica, haja vista a continuidade do ingresso 
de madeira ilegal no mercado. Por isso, concluem pela necessidade de enga-
jamento entre setor produtivo, poder público e sociedade civil, por meio de 
ações que promovam, de fato, o manejo florestal sustentável na Amazônia.
No segundo capítulo, os professores da Universidade Federal do Oeste 
do Pará (Ufopa), Raimunda Monteiro e João Ricardo Vasconcellos Gama, 
tecem reflexões críticas sobre os desafios da necessária e almejada articu-
lação e complementariedade que deve existir entre a política de gestão das 
florestas públicas e as políticas de desenvolvimento regional da Amazônia. 
Os autores constatam que o uso reducionista da madeira ainda prevalece nas 
concessões florestais empresariais, quando esta poderia impulsionar outras 
atividades econômicas, de base florestal, de modo a ampliar oportunidades de 
trabalho e renda para as populações locais. Ao concluírem pela necessidade de 
inserção das concessões florestais em políticas de desenvolvimento regional, 
os professores defendem a ação do Estado como indutor do planejamento e 
articulação de agentes de desenvolvimento de uma economia florestal diver-
sificada e sustentável.
O terceiro texto tem a autoria de Antônio José Mota Bentes e Thiago 
Almeida Vieira e analisa a percepção de gestores de órgãos fundiários e 
ambientais sobre a gestão florestal em assentamento da Reforma Agrária na 
Amazônia, na região de influência da BR-163, estado do Pará. Ao realizarem 
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um estudo do caso do Projeto de Assentamento PA Moju I e II, os autores 
evidenciam que a floresta ocupa importante papel na garantia da reprodu-
ção social das famílias assentadas, provendo alimentos, plantas medicinais e 
gerando renda e conservação ambiental. Os pesquisadores abordam importan-
tes aspectos da gestão florestal no nível familiar, concluindo que ainda faltam 
investimentos e ações integradas de políticas públicas para agilizar a titulação 
destas áreas, o processo de licenciamento e apoio a ações de assistência téc-
nica, consolidando processos de gestão que assegurem ao recurso florestal 
um papel de destaque nas estratégias de desenvolvimento de áreas de assen-
tamento da reforma agrária.
Já o quarto capítulo, de autoria da professora Michaela Meurer, apresenta 
e analisa a pluralidade de ecologias que emergem de práticas e interações entre 
humanos e não humanos, mobilizando três exemplos empíricos da Amazônia 
Brasileira e regiões vizinhas. Fundamentada em uma abordagem da teoria 
da prática, a autora analisa três ecologias, que surgem a partir das práticas 
de manejar a floresta, tirar óleo de copaíba e caçar. A leitura é instigante 
ao descrever as diferenças ontológicas de interações, relações e parceiros 
envolvidos nessas práticas, introduzindo reflexões que aportam elementos 
para os estudos e pesquisas sobre gestão e manejo florestal, especialmente 
com escopo participativo e comunitário.
Por fim, no quinto capítulo, Dárlison Andrade e colaboradores apresen-
tam estudo bibliométrico acerca das contribuições científicas dos estudos 
desenvolvidos na Floresta Nacional do Tapajós para o manejo florestal na 
Amazônia. Os autores demonstram que, entre 2000 e 2019, houve tendên-
cia de aumento no número de artigos científicos publicados, com os maio-
res registros em 2008 (15), 2018 (18) e 2019 (15). Constataram ainda um 
somatório de características, que tem feito da Floresta Nacional do Tapajós 
o maior laboratório a céu aberto da Amazônia para se avaliar os impactos do 
manejo florestal na flora e fauna silvestre. Os autores concluíram ainda que 
os estudos realizados na Floresta Nacional do Tapajós, além de contribuírem 
para o avanço do conhecimento sobre o manejo florestal no Baixo Amazonas, 
têm colaborado com a formação profissional de estudantes de instituições de 
ensino superior, notadamente as sediadas no estado do Pará.
Considerações finais
No campo da gestão florestal, frente à complexidade da realidade socioam-
biental amazônica e em função de múltiplas lógicas de uso produtivo dos recursos 
naturais da região, ressalta-se a necessidade de um planejamento do desenvol-
vimento territorial integrado. Muito embora a política de concessões florestais 
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seja um marco no que se refere ao ordenamento territorial, apenas a intervenção 
estatal não é suficiente para promover o desenvolvimento territorial sustentável. 
A boa vontade de introduzir o manejo florestal, conservar a fauna, a floresta, 
a água e preservar os modos de vida das comunidades locais, conforme expli-
citado em normas e leis, não é suficiente quando não há aplicação dessa lei. 
Ou quando a aplicação se dá apenas no que se refere à exportação comercial 
de espécies florestais, a custo da elevação da dependência e da geração de ten-
sões, conflitos e problemas sociais. Por isso, defende-se maior monitoramento 
e controle das atividades florestais madeireiras, mas baseado em sistema de 
gestão controlado pelas comunidades tradicionais, povos da floresta.
Um grande desafio é que as políticas públicas desenhadas para a ges-
tão florestal sustentável na região amazônica considerem os usos múltiplos 
da floresta e as áreas das comunidades como espaços de reprodução social 
familiar. Daí a importância da ação do poder público na geração de políticas 
voltadas ao fortalecimento dos sistemas sociais comunitários e à manutenção 
do território das comunidades. Tudo isso com a garantia plena de que essas 
populações não serão desalojadas do seu meio natural no qual ainda operam 
ao seu modo cultural de vida o acesso, a gestão e o manejo comunitário dos 
recursos. Outro desafio reside na produção de relações sustentáveis entre 
empresas e comunidades. A ideia é que tal integração não crie incompatibili-
dades com a gestão comunitária, essencial para a sustentabilidade.
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CAPÍTULO 1
O QUE APRENDEMOS SOBRE MANEJO 
MADEIREIRO DE FLORESTAS NATIVAS 
NA AMAZÔNIA BRASILEIRA?
Dárlison Fernandes Carvalho de Andrade2
João Ricardo Vasconcellos Gama3
Fábio Guerra Santos4
Marcelo Santos Melo5
Ana Luiza Violato Espada6
Milton Kanashiro7
Introdução
As florestas são de grande importância social, econômica e ecológica 
para um país, pois proporcionam trabalho e subsistência para as populações 
rurais, fornecem produtos lenhosos, não lenhosos e serviços ecossistêmicos 
para a sociedade, colaboram com o equilíbrio ecológico e abrigam uma vasta 
diversidade de fauna e flora. O manejo florestal pode ser uma ferramenta 
útil para a conservação da biodiversidade de florestas nativas (DARRIGO et 
al., 2016) e, especialmente nos trópicos, florestas manejadas representam uma 
estratégia e esperança para o alcance simultâneo de metas de conservação e 
redução da pobreza (BURIVALOVA et al., 2016) e têm um importante papel 
no alcance das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) 
das Nações Unidas (UNITED NATIONS, 2015; KANASHIRO, 2018).
A Amazônia, com 540 milhões de hectares de área, detém a maior reserva 
de madeira tropical do planeta (SATO et al., 2016). Até o final de 2019 regis-
trava-se aproximadamente 309,7 milhões de hectares de Florestas Públicas 
cadastradas – cerca de 240 milhões de hectares de Florestas Públicas Fede-
rais, 69 milhões de hectares de Florestas Públicas Estaduais e 157,8 mil hec-
tares de Florestas Públicas Municipais. Aproximadamente, 92% do total de 
Florestas Públicas encontram-se no bioma Amazônia (SFB, 2020).
2 Engenheiro Florestal, Doutor em Ciências Ambientais; ICMBio. E-mail: darlison.andrade@icmbio.gov.br.
3 Engenheiro Florestal, Doutor em Ciência Florestal; Universidade Federal do Oeste do Pará.
4 Engenheiro Florestal, Mestre em Ciências Ambientais, IBAMA.
5 Engenheiro Florestal, Mestre em Recursos Florestais, Analista Ambiental do Serviço Florestal Brasileiro.
6 Engenheira Florestal, Doutoranda na University of Florida.
7 Engenheiro Florestal, Ph.D. em Genética Florestal, Pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental.
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Do total de florestas públicas cadastradas, 26,7% são destinados às Uni-
dades de Conservação Federais. As demais áreas (227 milhões de hectares, ou 
seja 73,3%) são compostas por Terras Indígenas, Áreas de Uso Comunitário 
(Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE), Projeto de Desenvolvimento 
Sustentável (PDS) e Projeto de Assentamento Florestal (PAF), Áreas Militares 
e Áreas não destinadas (SFB, 2020).
Antes da realização das concessões florestais onerosas voltadas ao setor 
privado, terras devolutas são destinadas, e, onde se identifica ocupação ou 
usufruto por comunidades locais, os órgãos competentes devem destinar as 
áreas para as comunidades por meio da criação de áreas protegidas de uso 
coletivo como algumas categorias de unidades de conservação e assentamentos 
ambientalmente diferenciados, Reservas Extrativistas(Resex), Reservas de 
Desenvolvimento Sustentável (RDS) dentre outros, sendo que nestas áreas, 
também é possível implementar o manejo florestal (BRASIL, 2006b). Em 2019, 
existiam 17 contratos de concessão onerosa em execução que totalizavam 1,018 
milhão de hectares, com as unidades de manejo localizadas nas Florestas Nacio-
nais do Jamari e Jacundá, no Estado de Rondônia, e nas Florestas Nacionais de 
Saracá-Taquera, Crepori, Altamira e Caxiuanã, no Estado do Pará (SFB, 2020).
Além das áreas de floresta pública concedidas de forma onerosa, mediante 
licitação feita pelo poder concedente, e daquelas sob concessão não onerosa 
para usufruto das comunidades locais, existem, também, as áreas de reserva 
legal em imóveis particulares com potencial para o manejo florestal, ampla-
mente conhecidas a partir da implementação do Cadastro Ambiental Rural 
(CAR) (BRASIL, 2012). Embora existam muitas áreas com potencial para 
o manejo florestal, o histórico de implementação da atividade na Amazô-
nia mostra um cenário de dificuldades que empreendedores e governo têm 
enfrentado na região, apesar da atividade ter se mostrado importante para a 
conservação da biodiversidade, fortalecimento da economia local, manuten-
ção das comunidades rurais e suprimento de matéria prima para o mercado 
florestal (SABOGAL et al., 2005; HUMPHRIES et al., 2020).
As cobranças crescentes ao setor, por parte do governo, da comunidade cien-
tífica e do mercado internacional, pela adoção das práticas sustentáveis, têm sido 
cruciais para o aperfeiçoamento do manejo florestal na região. Neste trabalho, 
sintetizamos o histórico de implementação e aprendizados do manejo florestal 
madeireiro na Amazônia brasileira a partir de uma rede de conhecimento cientí-
fico gerada com as principais experimentações científicas e iniciativas existentes.
Definindo manejo florestal pela legislação ambiental
A legislação ambiental brasileira tem avançado simultaneamente com as 
experimentações e o aumento do conhecimento científico sobre os impactos da 
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atividade. O primeiro código florestal brasileiro é de 1934 – decreto nº 23.793, 
mas somente, em 1965, a Lei nº 4.771, que revogou o código florestal ante-
rior, trouxe uma clara proibição a exploração de forma empírica das florestas 
primitivas da bacia amazônica, que só poderiam ser utilizadas em observância 
a planos técnicos de condução e manejo (BRASIL, 1965).
Após 21 anos, o manejo florestal foi definido, por meio da Lei nº 7.511, 
de 7 de julho de 1986, regulamentada pela Portaria nº 486/86-P, de 20/10/86 
do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), atual Instituto 
Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), 
normatizada pela Instrução Normativa nº 80 de 24/09/1991, antes dessa data, 
os planos de manejo eram apresentados em cada estado de forma diferente, na 
verdade, não passavam, na grande maioria, de um agregado de informações que 
não chegavam a constituir propriamente um plano de manejo (SILVA, 1996).
A Instrução Normativa nº 80/1991 estabeleceu o ciclo de corte mínimo 
de 20 anos (BRASIL, 1991), posteriormente alterado para 30 anos pela Por-
taria IBAMA nº 48/1995 que estabeleceu as normas para apresentação dos 
planos de manejo florestal sustentável na bacia amazônica (SILVA, 1996). O 
artigo 15 do código florestal (BRASIL, 1965) foi efetivamente regulamentado 
pelo decreto nº 1.282/1994, que incorporou aspectos sociais e ambientais ao 
plano de manejo, posteriormente revogado pelo decreto 5.975/2006.
No âmbito do manejo florestal comunitário, a Instrução Normativa nº 4, 
de 20/12/1998 (BRASIL, 1998) foi a primeira a estabelecer as regras para essa 
modalidade de manejo. A partir desse marco, houve um constante aperfeiçoa-
mento normativo, passando pela Instrução Normativa nº 15, de 31/08/2001 
(BRASIL, 2001) e pela, ainda em vigor, Instrução Normativa 5, de 11/12/2006 
(BRASIL, 2006a). Sobre a instrumentalização para o manejo madeireiro em 
territórios de uso coletivo, como os assentamentos ambientalmente diferen-
ciados e as unidades de conservação de uso sustentável, dois instrumentos 
normativos específicos se destacam. O primeiro, do Instituto Nacional de 
Colonização e Reforma Agrária (INCRA), Instrução Normativa nº 65, de 27 
de dezembro de 2010, a qual estabelece critérios e procedimentos para as ati-
vidades de manejo florestal em Projetos de Assentamento (BRASIL, 2010). 
E o segundo, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade 
(ICMBio), Instrução Normativa nº 16, de 4 de agosto de 2011, que regula as 
diretrizes e os procedimentos administrativos para a aprovação do Plano de 
Manejo Florestal Sustentável (PMFS) comunitário para exploração de recursos 
madeireiros no interior de Reserva Extrativista, Reserva de Desenvolvimento 
Sustentável e Floresta Nacional (BRASIL, 2011a).
Essas duas normativas são consideradas marcos importantes para o manejo 
florestal comunitário na Amazônia, uma vez que tornaram mais transparente o 
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processo de licenciamento de PMFS Comunitário, dando celeridade na análise 
e aprovação da atividade. Segundo o novo arcabouço legal, o manejo florestal 
nesses territórios deve ser de gestão comunitária, permitindo, com isso, mais 
autonomia e engajamento de comunidades sobre a forma de acesso e uso a 
seus recursos florestais (IFT, 2016; ESPADA; VASCONCELLOS SOBRI-
NHO, 2019).
Em 25 de maio de 2012 foi publicado o novo código florestal – Lei 
Federal nº 12.651. No conceito de manejo florestal previsto no código florestal 
brasileiro vigente é clara a tentativa de se buscar um texto que caracterize a 
atividade de forma ampla incluindo aspectos sociais, ambientais e econômicos. 
Nesta lei, manejo florestal está definido como a administração da floresta para 
a obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se 
os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do manejo e conside-
rando-se, cumulativa ou alternativamente, a utilização de múltiplas espécies 
madeireiras, de múltiplos produtos e subprodutos não madeireiros, bem como 
a utilização de outros bens e serviços de natureza florestal (BRASIL, 2012).
História do manejo florestal na Amazônia brasileira
As primeiras experiências silviculturais voltadas ao manejo florestal 
foram executadas na Índia e Birmânia, em meados do século XIX, e os sis-
temas silviculturais utilizados no manejo florestal em florestas tropicais são, 
na realidade, adaptações dos modelos clássicos (principalmente europeus) 
desenvolvidos para as florestas temperadas (HIGUCHI, 1994). No Brasil, 
as primeiras discussões sobre manejo florestal iniciaram no final da década 
de 1950 com a realização de inventários florestais na Amazônia, resultado de 
uma parceria entre Food and Agriculture Organization of the United Nations 
(FAO) e o governo brasileiro (HEINSDIJK; BASTOS, 1963).
Em 1957, na Estação Experimental de Curuá-Una, localizada entre os 
municípios de Prainha e Santarém, no oeste do Estado do Pará, área perten-
cente ao Centro de Tecnologia da Madeireira (CTM) da Superintendência do 
Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM), juntamente com a Faculdade de 
Ciências Agrárias do Pará (FCAP), foram realizadas as primeiras pesquisas 
sobre manejo florestal na Amazônia brasileira (LEAL, 2006).
Na Floresta Nacional do Tapajós, as primeiras experiências silviculturais 
começaram em 1973, no âmbito do Projeto FAO/BRA-45, executado pelo 
Projeto de Desenvolvimento e Pesquisa Florestal – Prodepef, do extinto IBDF. 
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) passou a atuar, 
efetivamente, em pesquisas sobresilvicultura e manejo de florestas tropicais, 
a partir de 1978, por meio do convênio entre essa empresa e o IBDF, que, 
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devido à extinção do Prodepef, transferiu as pesquisas e parte do corpo técnico 
à Embrapa (FERREIRA et al., 1999).
Além dos trabalhos da Embrapa, outras instituições governamentais 
desenvolveram importantes pesquisas correlatas, dentre elas, destacaram-se: 
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Museu Paraense Emílio 
Goeldi (MPEG), Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA) da Universi-
dade Federal do Pará (UFPA) e a Fundação de Tecnologia do Estado do Acre 
(Funtac) que, em parceria com a Embrapa, desenvolveu atividades pioneiras 
em manejo florestal de uso múltiplo, com o envolvimento de comunidades 
(FERREIRA et al., 1999).
A partir do início dos anos 1990, organizações não governamentais adi-
cionaram importantes contribuições ao conhecimento científico sobre o manejo 
florestal na Amazônia. Destaca- se, dentre elas, o Instituto do Homem e do 
Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o Instituto Floresta Tropical (IFT), o 
Instituto Socioambiental (ISA) e o Instituto de Pesquisa Ambiental da Ama-
zônia (Ipam) (FERREIRA et al., 1999).
Paralelamente ao fortalecimento das pesquisas sobre manejo florestal, o 
setor madeireiro cresceu na Amazônia por três principais razões: [1] constru-
ção de estradas – rodovia Belém-Brasília (BR153), em 1960, e posteriormente, 
na década de 1970, construção da rodovia transamazônica (BR230) e da rodo-
via Santarém – Cuiabá (BR163), deixando a floresta de terra firme acessível 
aos madeireiros (UHL et al., 1989); [2] esgotamento dos estoques de madeira 
de espécies folhosas do sul do Brasil e o crescimento da economia nacional, 
que criaram uma grande demanda por madeira produzida na Amazônia e; [3] 
estoque de madeira na Amazônia, sendo grande parte da exploração feita em 
terras devolutas e sem os custos do processo de licenciamento e planejamento 
que a atividade requer (FERREIRA et al., 1999).
Entre 1999 e 2008, a Embrapa Amazônia Oriental, em parceria com o 
Centro Internacional de Pesquisa Florestal (CIFOR), o IFT e as empresas 
Cikel Brasil Verde Madeiras e Juruá Florestal, com o financiamento da Orga-
nização Internacional de Madeiras Tropicais (OIMT – ITTO, sigla em inglês) 
coordenou o Projeto Bom Manejo que tinha a missão de incentivar entre as 
empresas florestais de toda a Amazônia brasileira a adoção de boas práticas 
de manejo, que garantam a sustentabilidade econômica, social e ambiental 
da exploração madeireira (EMBRAPA, 2020).
A Fase I desse projeto entregou para o setor produtivo os softwares Pla-
nejo – Planejamento da Colheita e Controle da Produção Florestal, atualmente 
o BOManejo, o MFT – Monitoramento de Florestas Tropicais, o MEOF – 
Monitoramento Econômico de Operações Florestais, o MOP – Monitoramento 
da Performance das Operações Florestais e manuais/diretrizes de boas prá-
ticas de manejo florestal. Atualmente esses softwares estão em processo de 
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readequação para plataforma Java, alguns já disponibilizados como é o caso 
da Ferramenta BOManejo (EMBRAPA, 2020).
Os softwares e os manuais produzidos pelo Projeto Bom Manejo têm sido 
amplamente utilizados em Universidades e Institutos Federais, principalmente, 
nos cursos de engenharia florestal. Além disso, a capacitação de representantes 
de órgãos governamentais e de profissionais de empresas que atuam no setor 
madeireiro são fundamentais para disseminar as bases científicas do manejo 
florestal na Amazônia brasileira (EMBRAPA, 2020).
No escopo do Projeto Bom Manejo, entre 2001 e 2005, o CIFOR, com 
o apoio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacio-
nal (USAID) e colaboração de instituições no Brasil, na Bolívia e no Peru, 
financiou o estudo “Restrições e oportunidades para a adoção de práticas de 
manejo em florestas Amazônicas”. A meta do estudo era entender os obstáculos 
e as oportunidades para a adoção do manejo florestal por empresas madei-
reiras em escala industrial na Amazônia, e apresentar sugestões de políticas, 
regulamentos e incentivos para favorecer efetivamente a maior adoção de boas 
práticas (SABOGAL et al., 2005). Segundo as conclusões de Sabogal et al. 
(2005), o empresário que adotava o manejo florestal enfrentava dificuldades 
com a burocracia dos órgãos reguladores, competição com empresas madei-
reiras clandestinas, falta de segurança fundiária e falta de conhecimento da 
sociedade em geral sobre o que é manejo florestal.
Até o início dos anos 2000, não havia um conjunto de normativas e 
eficiência licenciadora e fiscalizatória para o manejo florestal (SABOGAL 
et al., 2005). O Projeto Bom Manejo, por exemplo, surgiu neste contexto, 
frente a necessidade de fortalecimento da relação histórica entre a dissemi-
nação do manejo florestal e a atuação das Universidades, Embrapa, Institutos 
de pesquisa, IBAMA, dentre outras (EMBRAPA, 2020). Desde o final dos 
anos 1990, houve, no Brasil, um aumento no número de publicações sobre a 
extração seletiva de madeira e seus impactos, principalmente, na composição, 
diversidade e riqueza de espécies (POUDYAL et al., 2018).
Contudo, mesmo com o avanço das pesquisas e da legislação ambiental, 
os problemas associados as dificuldades intrínsecas a fiscalização ambiental 
de um território tão vasto e a ausência de regularização fundiária na Amazô-
nia têm favorecido o uso indiscriminado do produto florestal (SABOGAL et 
al., 2005). Mesmo nas atuais condições estabelecidas para a gestão florestal, 
a partir da lei nº 11.284 de 2006, que institui entre outros dispositivos, a 
concessão florestal em áreas públicas, dando acesso à floresta ao empreen-
dedor florestal, sejam empresas ou comunidades organizadas (POKORNY et 
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al., 2011), ainda persistem as condições de competição desleal com o mercado 
de produtos florestais de origem ilegal ou de controle precário.
Seleção de árvores para colheita
A legislação ambiental brasileira estabelece um limite máximo de 30 m³ 
ha-1 para corte de árvores, com DAP ≥ 50 cm, em planos de manejo florestal 
com ciclo de corte, variando de 25 a 35 anos, em função da intensidade da 
colheita, e determina a manutenção de pelo menos 10% do número de árvo-
res aptas para colheita por espécie, na área de efetivo manejo da Unidade de 
Produção Anual (UPA), respeitados o limite mínimo de manutenção de três 
árvores por espécie por 100 hectares. Estes são os principais parâmetros téc-
nicos utilizados com objetivo de garantir a conservação “in situ” das espécies 
de interesse econômico (BRASIL, 2009).
Adicionalmente, o governo brasileiro tem estabelecido parâmetros espe-
cíficos para algumas espécies florestais constantes no Apêndice 2 da lista do 
CITES (Convention on International Trade in Endangered Species of Wild 
Fauna and Flora), dentre as quais o Mogno (Swietenia machrophylla King) 
e o Pau-rosa (Aniba rosaeodora Ducke) (BRASIL, 2003, 2011b).
Em complemento aos parâmetros legais, estudos têm recomendado, desde 
o início da década de 1990, que durante a colheita de madeira sejam adota-
das técnicas de extração seletiva com impacto reduzido (SIST et al., 2014; 
POUDYAL et al., 2018); intensidades de colheita de menos de cinco árvores 
por hectare e remoção da área basal de, aproximadamente, 15% ou menos; 
diâmetro mínimo de corte de 60 cm; diâmetro máximo de corte de110 cm 
(SIST et al., 2014), revisão dos protocolos de colheita para garantir maior efi-
ciência na extração de madeira e aumento nos investimentos em treinamento, 
capacitação das pessoas envolvidas nas atividades de manejo e gerenciamento 
dos empreendimentos florestais (ZIMMERMAN;KORMOS, 2012).
No entanto, condições específicas dos sítios também precisam ser levadas 
em consideração (BRAZ et al., 2015). Na Floresta Nacional do Tapajós, oeste 
do Estado do Pará, por exemplo, temos o único caso conhecido de segunda 
colheita no Brasil, embora em escala experimental, realizado pela Embrapa 
em parceria com a Cooperativa Mista da Flona do Tapajós (COOMFLONA) 
no “sítio experimental do km 67”, com parcelas permanentes instaladas, no 
ano de 1975. Os resultados deste monitoramento indicam que, apesar de um 
volume de colheita praticamente três vezes (75,5 m3.ha-1) o legalmente per-
mitido de ser colhido atualmente, após 30 anos de uma extração seletiva de 
madeira, uma segunda colheita é possível, desde que espécies não extraídas 
na primeira colheita sejam incluídas (REIS et al., 2010).
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Enquanto algumas pesquisas têm recomendado ciclos de corte de 60 anos 
ou mais (VAN GARDINGEN et al., 2006), existem críticas ao aumento de 
ciclos sem a adequada consideração do ponto de maximização do volume das 
espécies, ou seja, o diâmetro ótimo que maximiza o incremento em volume de 
cada espécie em determinado sítio. A definição dos ciclos deve ser balizada 
pela produção líquida do volume de madeira (BRAZ et al., 2015; BRAZ; 
MATTOS, 2015). Há, portanto, necessidade de mais estudos sobre o tempo 
adequado para os ciclos de corte.
Recomendações técnicas
O mercado tradicional e a insuficiência de estudos científicos sobre as 
características da madeira de espécies não comercializadas fazem com que 
a colheita seja restrita a poucas espécies arbóreas (CARDOSO et al., 2012) 
e, embora, o manejo mantenha até 88% das árvores adultas (BRAZ;MAT-
TOS, 2015), a concentração da colheita em um número reduzido de espécies de 
alto valor, incentiva a expansão da atividade para áreas remotas da Amazônia 
(ZIMMERMAN;KORMOS, 2012).
Nos primeiros anos após a colheita de madeira, o aumento na mortali-
dade de árvores (DIONISIO et al., 2017) e a redução da densidade das espé-
cies emergentes de crescimento lento resulta em modificações na estrutura e 
composição da floresta (VAN GARDINGEN, 2006). Segundo Zimmerman 
e Kormos (2012), o manejo florestal de escala industrial pode resultar, no 
longo prazo (2 ou 3 ciclos de corte), no esgotamento comercial de espécies 
de madeira de alto valor.
Existem recomendações de manejo por espécie, de acordo com suas 
respostas à colheita florestal, pois algumas espécies precisam de diâmetros 
de corte maiores, ciclos de corte mais longos e maior proporção de remanes-
centes (DEGEN et al., 2006; DAVID et al., 2019; PIPONIOT et al., 2019), 
mas sem deixar de considerar, porém, a estrutura diamétrica e diâmetros 
ótimos de corte, ou seja, onde é maximizado a produção de madeira (BRAZ 
et al., 2015; BRAZ;MATTOS, 2015).
Outras espécies possuem recomendações de manejo que sugerem a 
colheita de árvores com diâmetro abaixo do limite estabelecido pela legisla-
ção brasileira, como é o caso da Acariquara (Minquartia guianensis Aubl.), 
utilizada na construção civil, que apresenta diminuição do crescimento diamé-
trico quando as árvores possuem diâmetro maior do que 50 cm (ANDRADE 
et al., 2018). Por outro lado, no caso da Andiroba (Carapa spp.), Tonini et al. 
(2017), visando o uso múltiplo da espécie, recomendam o diâmetro mínimo 
de corte em 70 cm nos planos de manejo madeireiro justificando que a partir 
deste diâmetro as árvores apresentam declínio na produção de frutos.
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A maçaranduba (Manilkara elata, anteriormente conhecida como M. 
huberi), embora com elevada abundância na floresta não explorada (SEB-
BENN et al., 2008), possui pouca regeneração natural e lenta reposição da 
área basal extraída (CASTRO; CARVALHO, 2014). Além disso, esta espé-
cie, necessita de iluminação para acelerar seu crescimento, algo que ocorre 
nos primeiros anos pós-colheita, mas que com o passar do tempo tem seu 
crescimento reduzido (COSTA et al., 2007). Por fim, há isolamento genético 
desta espécie por distância e a necessidade de manutenção de grandes áreas 
de floresta, não explorada, para garantir a sobrevivência de maior número de 
subpopulações (AZEVEDO et al., 2008).
Existem ainda as espécies que são ameaçadas pela exploração exces-
siva, legal e ilegal, de suas populações como é o caso dos ipês – Handroan-
thus sp. e Tabebuia sp. – com previsões de declínio drástico na população 
devido a múltiplas colheitas, sem indicação de recuperação no longo prazo 
(SCHULZE, 2008). As avaliações de como cada espécie responde aos impac-
tos do manejo florestal têm se tornado frequentes e podem representar uma 
mudança de paradigma à medida que mais informações são geradas para as 
espécies alvo do manejo. Por isso, as práticas de manejo florestal devem levar 
em conta não apenas os parâmetros de crescimento e questões econômicas, 
mas também as variáveis ecológicas e reprodutivas, a fim de avançar para a 
sustentabilidade (SEBBENN et al., 2008).
Outro ponto a se destacado é que, embora a Resolução CONAMA nº 406 
de 2 de fevereiro de 2009 tenha tornado obrigatória a adoção de procedimen-
tos técnicos-científicos para a identificação botânica das espécies florestais 
manejadas (BRASIL, 2009), normalmente, os inventários florestais apresen-
tam problemas na identificação de campo, na tradução do nome regional para 
o nome científico e viés na identificação das espécies de interesse comercial 
(KANASHIRO et al., 2002; LACERDA; NIMMO, 2010). No manejo florestal 
é fundamental uma base de dados confiável quanto à identificação de espécies e 
dendrometria. Se essa base possui erros será mais difícil a busca pela sustenta-
bilidade (SEBBENN et al., 2008; VAN GARDINGEN, 2006). Por isso, a iden-
tificação correta das espécies deve ser uma exigência básica de qualquer plano 
de manejo florestal (KANASHIRO et al., 2002; LACERDA; NIMMO, 2010).
Em relação aos impactos do manejo florestal madeireiro na fauna, os 
impactos diretos da colheita de madeira na biodiversidade animal, nos trópicos 
variam amplamente, dependendo de diferentes combinações de muitos fato-
res, incluindo filogenia, nicho ecológico, intensidade de corte, proximidade 
e extensão da floresta não perturbada, o grau de fragmentação e estratégia de 
alocação de unidades anuais de manejo (ZIMMERMAN;KORMOS, 2012). 
A maior parte dos estudos tem focado nos impactos da extração seletiva de 
madeira em espécies de aves, formigas e morcegos (POUDYAL et al., 2018).
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Os morcegos, por exemplo, são agentes primários de dispersão e poli-
nização de muitas plantas pioneiras e são importantes componentes da bio-
diversidade. Em monitoramentos de curto prazo (2 – 4 anos), os impactos 
da extração seletiva de madeira com impacto reduzido sobre populações de 
morcegos, assembleias e guildas são pequenos (CASTRO-ARELLANO et 
al., 2007), mas a formação de clareiras nas florestas pode reduzir o tempo 
disponível para forragear, limitando a capacidade dos morcegos de satisfa-
zer seus requisitos dietéticos diários, especialmente em períodos de estresse 
(CASTRO-ARELLANO et al., 2009).
Vale salientar que morcegos são importantes vetores de polinização, e 
estão associados a espéciesde alto valor comercial no manejo florestal, como, 
por exemplo, ao Jatobá (Hymenae courbaril L.) e ao Piquiá (Caryocar vil-
losum (Aubl.) Pers.) (CARNEIRO et al., 2011). A combinação de perda de 
habitat de pousada, aumento do risco de predação, e o tempo reduzido para 
forrageamento pode ter danos cumulativos e efeitos sobre populações de 
morcegos que requerem, porém, longo prazo de monitoramento para detectar 
(CASTRO-ARELLANO et al., 2009).
Nas últimas décadas o número de estudos sobre os impactos do manejo 
florestal, incluindo os potenciais prejuízos à fauna silvestre, tem aumentado 
(POUDYAL et al., 2018), mas, na prática, são raros os empreendimentos 
florestais que possuem estrutura de pesquisa instalada com esta finalidade, 
principalmente, porque este tipo de estudo, normalmente é dispendioso e 
requer arranjos interinstitucionais. Algumas experiências recentes e promisso-
ras, em áreas de concessão florestal, têm seguido as diretrizes do Programa de 
Pesquisa em Biodiversidade (PPBio) do Ministério da Ciência e Tecnologia. 
Este parece ser um bom caminho.
Conservação dos recursos florestais – 
bens e serviços ecossistêmicos
De fato, o manejo florestal é um distúrbio que tem potencial para modifi-
car a composição florística da floresta (MAGNUSSON et al., 1999; AMARAL 
et al., 2019), mas sem causar prejuízos à densidade de árvores, área basal e 
volume da floresta, no médio prazo (SILVA-RIBEIRO, et al., 2013; VIEIRA 
et al., 2014, 2015). No curto prazo, há relatos de aumento na diversidade 
de espécies após as aberturas de dossel causadas pela retirada de madeira 
(KARSTEN et al., 2013; AVILA et al., 2015).
As “flutuações” já observadas, a partir do monitoramento com parcelas 
permanentes, em áreas com e sem histórico de extração madeireira (AVILA 
et al., 2015; AMARAL et al., 2019) indicam que mudanças na composição 
de espécies, mesmo quando pequenas, sempre ocorrem, e a floresta nunca 
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CIÊNCIA APLICADA AO USO MÚLTIPLO DA FLORESTA NO BAIXO RIO AMAZONAS 39
permanece a mesma, característica que permite o segundo, terceiro, quarto 
ciclo sem a obrigação de colher exatamente as mesmas espécies e seus res-
pectivos volumes (REIS et al., 2010).
Na floresta manejada, busca-se um equilíbrio entre uso e conservação, e 
esta deve ser tratada como uma floresta voltada a produtividade, sendo assim 
apresentará flutuações na riqueza de espécies da fauna e flora, e não se pode 
exigir, portanto, que nessas áreas o estoque de árvores colhidas da mesma 
espécie, seja o mesmo no próximo ciclo de corte, no qual algumas espécies 
da colheita anterior serão novamente colhidas e outras serão, naturalmente, 
substituídas por novas espécies que garantam a viabilidade econômica do 
manejo (RUSCHEL, 2008).
No entanto, as modificações que ocorrem na composição e estrutura 
da floresta, entendemos ser um tema importante a ser discutido, pois o con-
ceito de sustentabilidade relacionado ao manejo florestal pode não dar conta 
destas mudanças, e isto é um assunto importante a ser dialogado de forma 
clara com a sociedade. O ônus do desenvolvimento social e econômico pode 
ter um preço com relação às composições no futuro das florestas manejadas 
(PIPONIOT et al., 2019).
Adicionalmente, com a crescente demanda por florestas manejadas, 
embora estas voltadas à conservação, deve-se reforçar, cada vez mais, o valor 
imprescindível da manutenção e cuidado dos órgãos ambientais com as Uni-
dades de Conservação de Proteção Integral, para a preservação da diversidade 
biológica das Florestas Tropicais, e garantir os compromissos nacionais com 
os Acordos Internacionais das quais o Brasil é signatário.
Considerando que o manejo florestal venha a ser um sistema de uso da 
terra utilizado na Amazônia, há de se praticar sem dúvida um melhor apro-
veitamento dos recursos florestais, visto que os resultados de pesquisas já 
demonstram que: [1] nos primeiros anos, após a colheita florestal, há aumento 
nas taxas de crescimento das árvores comerciais (CARVALHO, 2004; AVILA 
et al., 2017); [2] retira-se, nas áreas manejadas, volume de madeira que torna 
a atividade economicamente viável (HUMPHRIES et al., 2020); [3] danos a 
vegetação remanescente são naturalmente suprimidos e a floresta apresenta 
bons indicadores de recuperação (DIONISIO et al., 2017, 2018; AVILA et 
al., 2017; BRAZ;MATTOS, 2015; BRAZ et al., 2015); e [4] proporciona 
emprego no meio rural, melhorando renda e qualidade de vida (HUMPHRIES 
et al., 2020) contribuindo com os diversos Objetivos do Desenvolvimento 
Sustentável, preconizado pelas Nações Unidas (UNITED NATIONS, 2015; 
KANASHIRO 2018).
Em relação aos impactos do manejo no âmbito social, ambiental e eco-
nômico, alguns mecanismos e estratégias foram desenvolvidos para corrigir 
erros associados a implantação da atividade nos trópicos. A certificação e o 
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manejo florestal comunitário são as estratégias mais importantes e ambas têm 
por objetivo trazer sustentabilidade às iniciativas, promovendo conservação 
ambiental e bem-estar humano (BURIVALOVA et al., 2016). Em contraste 
com o manejo empresarial, muitas iniciativas de manejo florestal de pequena e 
média escala têm surgido em comunidades amazônicas, e, combinadas ou não 
com outras atividades econômicas, têm se mostrado viáveis para conservação 
de florestas tropicais e importantes para a subsistência das populações locais 
(ZIMMERMAN; KORMOS, 2012).
Na Floresta Nacional do Tapajós, por exemplo, o manejo florestal comu-
nitário realizado pela COOMFLONA é um exemplo, que impressiona pela 
capacidade de gerenciamento por atores comunitários de um empreendimento 
de alta complexidade e pelo modelo de governança instalado (ESPADA;VAS-
CONCELLOS SOBRINHO, 2019), mas, além desta, existem outras iniciativas 
de manejo madeireiro comunitário, em diferentes estágios de implementação.
Atualmente, existem 8 Unidades de Conservação (UC) federais na Amazô-
nia com iniciativas comunitárias de manejo madeireiro: 2 em Florestas Nacio-
nais (Tapajós e Purus) e 6 em Reservas Extrativistas (Mapuá, Arióca-Pruanã, 
Ituxi, Verde para Sempre, Chico Mendes e Tapajós-Arapiuns), com um total 
de 15 planos de manejo madeireiro comunitário aprovados e em andamento 
nessas UCs federais. Para cada UC federal, o número de PMFS é diferente, isso 
porque em alguns casos os membros da comunidade e/ou o governo podem 
decidir ter um plano de manejo madeireiro para mais de uma comunidade.
Os processos de aprovação dos planos de manejo madeireiro comuni-
tários na Floresta Nacional do Tapajós e na Resex Verde para Sempre, antes 
de 2011, foram relacionados ao Projeto de Apoio ao Manejo Florestal Sus-
tentável na Amazônia (ProManejo). O ProManejo impulsionou as iniciativas 
de manejo madeireiro na Amazônia brasileira entre 1999 e 2006, por meio 
de financiamento e treinamento fornecido às comunidades e ao setor privado 
(VERÍSSIMO; BARRETO, 2005). Depois do ProManejo, novos planos de 
manejo madeireiro comunitários foram aprovados em UCs federais sob as 
diretrizes da Instrução Normativa ICMBio n.º 16/2011 (BRASIL, 2011a), 
embora as comunidades tenham submetido seus PMFS madeireiros para aná-
lise do IBAMA anteriormente à criação da Instrução Normativa do ICMBio.
Embora a Instrução Normativa n.º 16/2011 possa ser aplicada para o 
manejo de diversos produtos florestais, como as sementes, frutos, borracha, 
óleos vegetais e cipós, é a madeira o principal produto florestal que provocou 
a criação dessa normativa. O expressivo aumento no número de planos de 
manejo madeireiro comunitário aprovados após 2011 deve-se, principalmente 
à Instrução Normativa ICMBio n.º 16/2011, que trouxe mudanças significa-
tivas, como a transferência

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