Buscar

BCM membrana celular

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MEMBRANAS CELULARES
· Nas células encontramos membrana celular, citosol e material genético.
· Nas células procariontes só é encontrada estruturas membranosas na membrana plasmática, porém nas células eucarióticas observa-se membrana plasmática e membranas celulares delimitando compartimentos denominados organelas, o núcleo é delimitado pela carioteca (envoltório nuclear), também encontramos retículos endoplasmáticos, complexos de golgi, mitocôndrias, lisossomos, peroximossos, etc.
· Toda organela membranosa é delimitada pela estrutura da membrana celular.
Obs.: Quando se fala em membrana celular não é apenas a plasmática pois a maioria das organelas celulares se originam por invaginações da membrana plasmáticas (exceto procariontes)
BIOMEMBRANAS: MODELO MOSAICO FLUIDO
· Membranas celulares ou Bi membranas são exemplificadas pelo modelo mosaico fluído (formado por uma dupla camada lipídica com proteínas incrustadas e fluídas porque suas moléculas não são estáticas (elas se movimentam), a fluidez é importante para que haja troca de substâncias de meio intercelular para o extracelular, principalmente se tratando das trocas gasosas.
· A grande maioria dos lipídios tem uma cabeça e duas caudas, a cabeça é hidrofílica (polar) e as duas caudas hidrofóbicas (apolar), na maioria das vezes essa cauda lipídica é constituída de ácidos graxos que contém de 14 a 24 átomos de carbono. Tipicamente uma cauda lipídica possui uma ou mais duplas ligações CIS e a outra cauda não possui instauração (só tem ligações simples).
Obs.: Não ocorre ligação trans na cauda, pois na ligação CIS onde a insaturação acontece há uma curvatura na cauda, se fosse trans a cauda continuaria reta.
· A massa da maioria das membranas é 50% lipídios e 50% proteínas, porém observa-se uma maior quantidade de lipídios do que proteínas, pois a massa dos lipídios é menor que das proteínas.
· Nas membranas eucarióticas tem de 500 a 1000 tipos de lipídios diferentes.
· As proteínas estão inseridas nas membranas algumas superficiais, outras parcialmente e outras atravessam a estrutura completa da membrana, que são as proteínas transmembranais (tem regiões hidrofóbicas e hidrofílicas). Existem duas classes proteicas na membrana: periféricas e integrais.
· Na organização da membrana em contato tanto com o meio extracelular quanto com o citosol está as cabeças lipídicas (hidrofílicas) e no interior da membrana contém caudas hidrofóbicas, umas interagindo com as outras.
· Sistema unitários são carboidratos (polímeros de monossacarídeos) ligados covalentemente a proteínas (glicoproteínas ou proteoglicanos) e a lipídios (glicolipideos)
· Na membrana plasmática voltada para o meio extracelular temos muitos carboidratos ligados a proteínas e lipídios. Esses carboidratos são chamados de glicocálix ou gligocálice.
· Glicocálice: camada de carboidratos ligados a proteínas ou lipídios que estão na superfície celular que tem como função: PROTEÇÃO DE MEMBRANAS (evitam que a membrana seja degradada, funciona como se fosse tampão, controlando o PH), COMUNICAÇÃO CELULAR (feito por mediadores químicos) E ADESÃO CELULAR (mediado por proteínas).
· As moléculas da membrana não são estáticas devido ao calor que gera vibração nos átomos, essa movimentação é essencial para fluidez que é imprescindível para a sobrevivência dessa célula que permite a troca entre os meios intracelular e extracelular.
· Os lipídios de membrana apresentam movimento de flexão, rotação, difusão lateral e flip-flop (que dificilmente acontece).
BIOMEMBRANAS: COMPOSIÇÃO LIPÍDICA
· Independente da classe desses lipídios, todos eles são anfipáticos/anfifílicos: possuem uma parte polar (hidrofílica) e uma apolar (hidrofóbica).
· As membranas celulares são formadas por três classes de lipídios: fosfoglicerídeos, esfingolipídios e colesterol.
· A principal classe lipídica é a do fosfoglicerídeos, pois é a mais abundante nas membranas celulares.
Veja 3 lipídios representantes dessa classe (lembrando que existem muito mais que isso):
· Esses 4 lipídios aqui eles são destacáveis pelo fato da gente realmente conhecer as estruturas deles, conhecer um pouco da função, o papel deles na célula, porque comparado a outros lipídios eles são mais abundantes nas membranas celulares, portanto quanto mais abundante, mais fácil de isolar e estudar essa estrutura e sua função.
· Dentre ele temos a FOSFATIDILCOLINA (0), FOSFATIDILSERINA (0), FOSFATIDILCOLINA (-), FOSFATIDILINOSITOL (-). 
· Aqui estudamos principalmente esses fosfolipídios como constituinte da membrana, porem eles desempenham diversos papeis. Então dos 4 que foi colocado são bem proeminentes, mas ainda assim o FOSFATIDILCOLINA é o principal representante, o mais abundante, dentro dos fosfoglicerídeos.
PRIMEIRA CLASSE: FOSFOGLICERÍDEOS
Obs.: O que está mostrado na parte cinza é a cabeça lipídica (bolinha), é a região hidrofílica do lipídio. Então a outra parte é a parte da calda do lipídeo. A região hidrofílica ela se estende até UM POUCO da parte da calda.
· Porque uma parte da estrutura é hidrofílica (parte cinza) e a outra parte não? Se tenho vários membros que estão dentro de uma classe, isso significa que eles possuem algo em comum, então os representantes dos fosfoglicerídeos todos vão apresentar essa estrutura aqui. (área branca).
· Mas fora o que tem em comum eles precisam ter algo que diferencie, algo peculiar, então na parte cinza (parte da cabeça) é a região única de cada fosfoglicerideos, sendo o que diferenciam, para não serem todos iguais. 
Obs.: A classe fosfoglicerideos inteira é onde os lipídios em comum vão possuir fosfato. Como geralmente é visto no ensino médio na membrana encontramos proteínas e fosfolipídios, resumir algo assim é bem restrito, pois ela possui outros componentes e representantes.
Explicação da imagem dos fosfoglicerídeos: A cabeça é parte hidrofílica, que fazem ligações de hidrogênio com a água. Temos também a parte da calda que é hidrofóbica, que só tem hidrocarboneto, portanto não forma interações com a água, só formam interações com estruturas que também são hidrofóbicas. Mostra também a presença da ligação CIS na calda, onde promove uma curvatura.
SEGUNDA CLASSE: ESFINGOLIPIDEOS
· Da mesma forma é representada na área cinza uma parte que é determinada especifica para um esfingolipídio e na área branca algo que é comum a todos. Mesmo parecendo que a parte da calda dos fosfoglicerideos é igual à calda dos esfingolipídios, olhando direitinho podemos ver que tem diferenças, uma delas é que nos esfingolipídios não temos o fosfato presente na calda.
· Então essa estrutura aqui tipo barcos, tem cinco carbonos (outras tem seis carbonos), são açúcares, que nos lembra uma pentose, uma frutose, essa estrutura vai parecer com elas e não com a glicose pois tem apenas 5 carbonos e a glicose 6. Então isso é um açúcar e não tem fosfato nele, essa ligação dessas caldas, no ponto do oxigênio, faz com que esses esfingolipídios agora com essa cabeça eles estejam no glicosilcerebrosídeos.
Obs.: Como foi falado antes, nas membranas podemos encontrar carboidratos ligados a proteínas e carboidratos ligados a lipídios. 
 	
· GLICOLIPÍDEOS são carboidratos ligados a lipídeos.
· Existem dois tipos de glicolipídeos:
Gangliosídeo:
Quando temos lipídio ligados na parte da cabeça a 2 ou mais monossacarídeos.
Glicosilcerebrosídeo:
Quando temos lipídio ligado na parte da cabeça a um monossacarídeo.
 Pertence à classe de lipídio membrana chamada esfingolipídios
· Um glicolipídeo na membrana pode ser tanto uma estrutura lipídica ligada a um açúcar (glicosilcerebrosídeo) como pode ser uma estrutura lipídicas ligada a dois ou mais açúcares (gangliosídeo). Portanto podemos dizer que é correto afirmar que todos os glicolipídeos de membrana são esfingolipídios.
· Assim temos os esfingolipídeos e os principais representantes são esfingomielinas e glicosilcerebrosídeos (com um monossacarídeo) e gangliosídeos (mais de um monossacarídeo). São compostos por açucares e não possuem fosfato em suas estruturas.Obs.: Não precisa saber qual o açúcar, mas precisa entender que tem vários tipos de açúcares, como frutose, galactose, glicose e vários outros.
Explicação da imagem dos esfingolipídios: Possui um agrupamento hidrofílico com um grupo fosfato. A calda hidrofóbica, com a cadeia de hidrocarbonetos.
Resumindo: Fosfatidilcolina, fosfatidiletanolamina, esfingomielina e fosfatidilserina constituem mais da metade da massa de lipídeos da maioria das membranas celulares de mamíferos. Onde os três primeiros pertencem à classe fosfoglicerideos e um pertence à classe esfingolipídios. E eles estão na ordem de abundancia decrescente.
GLICOLIPÍDEOS
· São lipídeos glicosilados na membrana, e todos eles pertencem à classe dos esfingolipídios. Compõem 5% da composição lipídica da monocamada externa.
· Porque monocamada externa se ele está se referindo a membrana plasmática e não monocamada interna? Pois tem açúcares ligados aos lipídeos, os açúcares tanto ligado a açúcar como a proteína conjuntamente constituem o glicocálice, que está na superfície da célula para proteger, para uma célula se comunicar com a outra, portanto não faz sentido eles estarem voltados para o meio intracelular. Então os glicolipídeos por serem carboidratos e constituírem o glicocalice eles precisam estar voltados para o meio extracelular e não para o meio do citosol. 
· Funções dos glicolipídeos nas células epiteliais: atua na proteção da célula contra condições de pH diversas e presença de enzimas degradantes, além dessa função ela atua no reconhecimento celular, tanto informando adesão (pois a para aderir a outra precisa de adesão), como comunicação celular, influenciam nas concentrações de íons na superfície da membrana, principalmente Ca2+ (é bem interessante pois o cálcio é um íon muito importante para desencadear diferentes o processo de sinalização celular, até um processo bem simples como a transmissão do impulso nervoso, pois na terminação nervosa possui vesículas quem em seu interior tem neurotransmissores, quando o impulso nervoso chega a terminação nervosa ele abre os canais de cálcio desse neurônio permitindo a entrada de um quantidade pequena de cálcio que possibilita que a vesícula se cruze com a membrana no terminal nervoso e o neurotransmissor seja liberado), ou seja se não fosse a abertura dos canais de cálcios não haveria a liberação do neurotransmissor. Podemos observar que determinados glicolipídeos influenciam a presença do cálcio na superfície celular, pois se ele é importante para disparar é preciso que esteja nas proximidades das células. 
Explicação da imagem:
· Como é que os glicolipidios influenciam nisso? Açúcar ligado a lipídios, aqui especificamente é a galactocerebrosideo, mas o que nos importa é observar os glangliosideos, pois tem as mesmas regiões das caudas lipídicas, só que agora a cinco monossacarídeos, passou de um monossacarídeo já chama de gangliosídio. Então temos 5 monossacarídeos, quais? Temos adipócitos, galactose, n-acetil-galactosamina, outra galactose e o NANA (é abreviação de ácido n-acetil-neuroamínico ou ácido ciálico).
· Esse glicolipídio (NANA), está na monocamada externa da célula, voltada para o meio extracelular, sendo pH do meio extracelular 7,4, neste pH ele sofre desprotonação, portanto ficando com a carga negativa.
· Então, se eu tenho vários açucares e vários glicolipídios com o ácido associados, então é perceptível que terão cargas negativas, essas cargas negativas vão atrair íons com cargas positivas (principalmente o cálcio). Então, isso faz com que o cálcio fique nas proximidades da membrana.
TERCEIRA CLASSE: COLESTEROL
· Aqui temos um colesterol, na terceira e última classe. O colesterol é uma classe no qual um único representante é a própria molécula de colesterol. Pode-se notar que a grande parte da estrutura é hidrofóbica, e apenas a pequena região, onde fica a hidroxila, é hidrofílica. Apesar de ter uma pequena região o colesterol é uma molécula anfipática. 
· Como é que esse colesterol se insere nas membranas celulares? 
Da seguinte maneira: a maior parte da parte hidrofóbica se insere nas membranas, pois hidrofóbico interage bem com hidrofóbico, já a sua hidroxila fica reagindo com as cabeças dos lipídios. 
· O colesterol tem papel muito importante nas membranas celulares, por mais que tenhamos uma dieta pobre em colesterol, o nosso organismo produz colesterol, uma de suas principais importâncias na membrana é a sua fluidez. 
· A maioria dos lipídios da membrana, ou seja, menos o colesterol, tem a mesma estrutura: uma cabeça e duas caudas. A gente diz que esses lipídios tem um formato cilíndrico, mas existem lipídios quem tem uma cabeça hidrofílica e apenas uma cauda, porém não os encontramos nas membranas, que são os lipídios cônicos.
A BICAMADA LIPÍDICA É UM FLUIDO BIDIMENSIONAL
EX: Compra-se um pote somente com lipídios cilíndricos e outro só com lipídios cônicos, e coloca-se um Becker com água e adiciona-se um pouco de cilíndrico e um pouco de cônico e mexe-se, então com um aparelho (que não existe) que se aumenta aquilo que estaria acontecendo, ou seja, que puder enxergar as estruturas de moléculas. A partir desse experimento, é possível notar que alguns lipídios formaram estruturas na superfície e outras na água (lembrando que esses lipídios são anfipáticos). 
Então, os que foram para superfície ficaram de maneira que as cadeias hidrofílicas ficassem em contato com a água e as hidrofóbicas em contato com o ar (por conta dos gases presentes serem hidrofóbicos, ou seja, esse tipo de arranjo é termodinamicamente favorável), nota-se que se têm lipídios cônicos e cilíndricos. 
Porém, alguns lipídios formaram estrutura dentro da água (agrupamento de lipídios), algumas dessas são as micelas (nesta parte a professora demonstra a imagem da micela no slide), então isso é uma micela com o corte transversal (para que se possa enxergar o que há dentro dessa micela), se não tivesse cortada seria enxergada apenas a parte azul, que é a parte das cabeças que são hidrofílicas e que está em contato com a água. Dentro da micela e escondida da água está a parte hidrofóbica, têm apenas lipídios na forma de cone.
No caso dos lipídios em forma de cilindro que ficaram dentro da água, eles formaram uma bicamada sendo nas regiões externas hidrofílicas e as internas hidrofóbicas. Porém, a lateral hidrofóbica não está escondida, o que não é termodinamicamente favorável, para solucionar isso a bicamada se fecha e fica sem laterais, formando um tipo de esfera. 
A FLUIDEZ DEPENDE DE SUA COMPOSIÇÃO E TEMPERATURA
· Há um momento em que a membrana passa de fluida (com movimentações) para cristalina (sem movimentações), ou seja, haverá o congelamento dessa membrana, e se isso acontecer significa que não está tendo a fluidez e comprometerá aquela célula. 
· Transição de fase é temperatura em que ocorre a mudança do estado
líquido (fluido) para o estado cristalino rígido (ou gel) bidimensional;
· A temperatura é mais baixa, ou seja, é mais difícil congelar membranas
que possuam lipídeos com caudas curtas e/ou pontes duplas cis; Ou seja, lipídios que são mais curtinhos e que tem as duplas ligações cis (curvatura), quando eles estão mais presentes em uma membrana, ela terá menor temperatura de transição. Portanto é mais difícil que essa membrana passe para o estado cristalino (que ela congele).
· Existem seres como bactérias, leveduras e outros organismos cujas temperaturas alteram com o ambiente. Por exemplo: uma levedura pode estar em um ambiente durante dias, numa temperatura por volta de 30 graus, portanto há calor, há movimentação das moléculas na membrana, dos lipídios, enfim há fluidez. Durante a noite pode ser que no mesmo ambiente a temperatura seja negativa e aí haverá uma temperatura específica em que a membrana passa do estágio fluído para cristalino (vai congelar). Cada membrana vai ter sua temperatura de transição específica. A temperatura da membrana está relacionada a sua composição e para determinar a temperatura só fazendo experimentos. 
· Organismos que variam, não controlama temperatura do corpo como nós, elas podem sofrer as alterações diretamente nas suas membranas. Então, se em determinado ambiente ao longo do dia é calor e a noite muito frio pode ser que determinada levedura ou bactéria tenha a sua membrana congelada e isso prejudicaria a fluidez, o que inviabilizaria a vida desse organismo. 
· Mas esses seres ainda possuem recursos para impedir que imediatamente se congele, que se submeta a temperatura ambiente sem tentar algum artifício para tentar desregular isso. Então determinada levedura tem sua composição da membrana ideal durante o dia no calor, a noite a temperatura vai baixando até chegar próximo da temperatura de transição, então o que a bactéria ou levedura pode fazer? Aumentar a taxa de lipídios nas membranas, lipídios que sejam curto com o núcleo que está sem ligação cis se unam por dupla ligação CIS, isso faz com que a temperatura de transição caia mais um pouco. Numericamente isso significa que a temperatura de transição fosse 2°, quando aumenta a proporção de lipídios, por dupla ligação CIS-sufitil, a 2 ° ela não congela, faz com que a temperatura de transição passe a ser menor, esse organismo não vai poder fazer infinitamente essa alteração e nunca congelar, ele pode resistir, baixando a temperatura de transição, aumenta a temperatura de congelamento, digamos que existem mecanismos para evitar que congelar, ele pode resistir, baixando a temperatura de transição, mas se chegar um momento que a temperatura ficou tão baixa e já se tentou todos os artifícios e mesmo assim não conseguir a temperatura muito baixa, a membrana vai cristalizar. 
· O colesterol nas membranas tem um papel interessante, porque para as membranas de organismos que não controlam sua temperatura, nem é interessante ter temperaturas tão baixas que cristalizem a membrana, nem temperaturas tão altas que faça a membrana ter uma movimentação fora do normal, então o colesterol é como se fosse um tampão em fluidez. Da forma que o conceito tampão de bioquímica (o tampão impede alterações bruscas de ph em uma solução), da mesma forma o colesterol está na membrana como um tampão não de ph, mas de fluidez. Então o colesterol pode em determinadas temperaturas, por exemplo a célula estar submetida a temperaturas muito baixas e para o colesterol funcionar, evitando que a membrana cristalize. Se a célula é submetida a temperaturas maiores que o normal, o colesterol pode funcionar evitando que haja um excesso de movimentação/ excesso de fluidez. Assim será um tampão, tanto funciona para diminuir a temperatura de transição e evitar que a membrana congele a baixas temperaturas, como também evita que o excesso de calor cause um excesso de movimentação e a fluidez e ultrapasse o que é considerado normal.
(ANIMAÇÃO)
Aqui tem a representação do que seria uma membrana em fase cristalina (congelada), com movimento bem lento, a membrana quase parando. Aqui temos um termômetro mostrando a temperatura de transição para essa membrana e aqui a temperatura do termômetro está tão baixa que a membrana fica congelada. Se a temperatura subir até chegar a temperatura de transição (valor experimental), chegando no valor da temperatura de transição a membrana passa de cristalina para fluida, acima desse ponto: MEMBRANA FLUÍDA, abaixo do ponto: MEMBRANA CRISTALINA. 
Houve um aumento da temperatura, passou da temperatura de transição: aumentou o movimento de membrana por que há calor, há vibração dos átomos, e isso aumenta a movimentação de lipídios, mas essa movimentação de lipídios deixa a membrana fluida, porque ela está acima da temperatura de transição.
Tenho 2 segmentos de membrana, para mostrar o exemplo para consolidar a questão da temperatura de transição relacionada a fluidez e ao estado cristalino. Nessa bicamada A nós temos quantos lipídeos com dupla ligação CIS? De 8 nós temos 6. E na bicamada B, de 8 temos 2. Das 2 bicamadas, qual delas tem a temperatura de transição menor, ou seja, mais difícil de congelar? A, porque tem mais lipídio com dupla ligação CIS, lipídios foftil, o que significa que se tenho um termômetro, para cada bicamada se tem uma temperatura de transição; para cada uma não, não sabemos qual é, mas sabemos que a temperatura é diferente porque a composição de lipídios é diferente, uma é maior e a outra é menor. A temperatura de transição maior para a bicamada B, menor pra a bicamada A, porque a B com a temperatura baixando congela primeiro, a temperatura tem que baixar mais ainda para a bicamada A congelar. É mais difícil congelar A.
(MOSTRANDO O EXPERIMENTO) 
2 temperaturas de transição a menor para B e a maior para A, nesse momento os 2 estão cristalinos porque a temperatura se encontra abaixo da temperatura de transição para ambas as bicamadas. Falando numericamente, aqui seja a temperatura -4 e aqui a -2, então quando a temperatura subir, primeiro vai chegar na temperatura de transição de A (-4), a membrana fica fluida e nada acontece com B. Ao subir e atingindo (-2) B fica fluido também. Ou seja tanto se a temperatura está acima da temperatura de transição e diminuir, A vai congelar depois, a temperatura de transição é mais baixa, agora se tá todo mundo com a temperatura abaixo da temperatura de transição, quando a temperatura subir, A é o que volta a fluidez primeiro.
BICAMADAS PODEM FORMAR DOMÍNIOS LIPÍDICOS TRANSIENTES
· Ainda sobre o lipídio de membrana temos as balsas lipídicas. Nas bicamadas que formam as membranas celulares podem ser formados DOMÍNIOS, REGIÕES TRANSIENTES (Algo que se forma e não fica para sempre, depois a conformação pode ser desfeita). As balsas lipídicas são associações de lipídios, entre glicolipídeos, colesterol e proteínas com ancoramento GPI (glicosil-fosfatidil-ilositol).
· Dar para ver balsa lipídica, associações de lipídeos com proteínas na membrana da célula e da mesma forma que vimos que os lipídios têm movimento (lateral, flexão, rotação), o conjunto de lipídios pode também ter movimento LATERAL, difundindo o plano da membrana lateralmente, todos juntos, formando a BALSA LIPÍDICA, se chama assim porque ela se movimenta no mar de lipídios, nessa associação de lipídios e proteínas. 
(ANIMAÇÃO)
Aqui mostra as balsas em formação com os lipídeos, os lipídeos já com as proteínas, veja que a balsa se locomove no mar de lipídios. São associações transientes, uma balsa pode ser formada e depois desfeita e assim sucessivamente.
 
· Mas para quê proteínas e lipídios se associam? Balsas lipídicas estão associadas ao processo de endocitose (Quando numa área da membrana a célula forma um endossomo e engloba algo no meio extracelular, macromoléculas em solução ou bactérias no caso de fagocitose). Aquela região onde ocorre o processo de endocitose há a formação de balsas lipídicas, inclusive a balsa lipídica associada ao processo de endocitose é chamada de cavéola. Além disso sabe-se também, que além da endocitose, as balsas lipídicas podem estar envolvidas nos processos de comunicação celular (então um conjunto de proteínas numa determinada localização podem potencializar a comunicação, ao invés de estar pulverizadas as moléculas em várias áreas da membrana, elas vão se reunir para ter uma otimização, amplificação do processo de sinalização celular. 
A ASSIMETRIA DA BICAMADA LIPÍDICA É FUNCIONALMENTE IMPORTANTE
· Ainda sobre lipídios: SIMETRIA DA BICAMADA LIPÍDICA e sua importância não necessariamente os lipídios encontrados em uma monocamada, se encontra na outra (Não é um espelho, que tenho uma monocamada aqui e a outra igual, de um lado eu tenho a fosfatidilcolina e do outro não necessariamente). É mais difícil esse tipo de coisa acontecer porque a bicamada não é simétrica, ela é assimétrica, então existe uma composição da monocamada externa e uma composição da monocamada interna, associada as funções que essas monocamadas exercem na célula, a monocamada externa tem contato com o meio extracelular, está associada a comunicação celular, adesão celular, já as monocamadas voltadas para o citosol estão envolvidas em outros processos citosólicos. Entãoa composição de lipídios das 2 monocamadas da bicamada lipídica de muitas membranas é distinta, a simetria lipídica é importante para o processo de conversão de sinais extracelulares em sinais intracelulares, até que o sinal passe, receba e transmita esse sinal para dentro da célula é fundamental que a composição da bicamada seja diferente, porque tem estruturas moleculares envolvidas no processo, basicamente realizado pela monocamada externa e outro pela monocamada interna, e não necessariamente são os mesmos lipídios. 
· Então estamos vendo no esquema (imagem acima) da monocamada externa, num experimento feito com hemácias humanas para entender a composição dos lipídeos (experimento repetido com outros tipos celulares é encontrado resultados semelhantes). Pode-se ver um pedaço do segmento da membrana, a monocamada externa, voltada para o meio extracelular, já a monocamada citosólica, voltada para o citosol, veja que a maioria dos lipídios encontrados na monocamada externa é marrom e vermelho e alguns na cor azul.
· Cada azul é um açúcar diferente, parece o formato da glicose (mais de um monossacarídeo, esse glicolipídeo é um gangliosídeo). A monocamada citosólica tem mais amarelo e verde. Os lipídios mostrados na bicamada são de 5 a 7 tipos (que são mais conhecidos em estrutura, localização, função, são os mais abundantes, como foi dito que só quatro desses lipídeos tem mais da metade da massa de lipídios em células de mamíferos).
· Há predominância na monocamada externa de ESFINGOMIELINA e FOSFATIDIL COLINA, já na monocamada citosólica, predomina FOSFATIDILCOLINA, FOSFATIDILSERINA e FOSFATIDIL-ETANOLANINA. Então o verde com carga negativa é a FOSFATIDIL-SERINA, o amarelo FOSFATIDIL-ETANOLANINA. Aqui na monocamada externa a gente vai encontrar a FOSFATIDILCOLINA e a ESFINGOMIELINA, além dos GLICOLIPÍDEOS. 
· Aqui (tabela) vai mostrar de uma outra maneira no gráfico, a composição de alguns desses lipídios, a gente tem 6 lipídeos de membrana (mais abundantes) e se observa isso na bicamada. Essa monocamada é voltada para o meio extracelular e essa aqui é voltada para o citosol. Aqui o gráfico de 0 a 100% do que a gente encontra daquele lipídio em cada uma das monocamadas.
· COLESTEROL: É encontrado em ambas, mais ou menos meio a meio, e um componente mais ou menos igual (50%-50%), só o colesterol tem essa distribuição.
· GLICOLIPÍDEOS: 100% encontrados na membrana da monocamada externa;
· FOSFATIDILSERINA: Encontrada 100% na monocamada do citosólica.
· ESFINGOMIELINA e FOSFATIDILCOLINA: Em ambas, porém são encontrados mais abundantes na monocamada externa.
· FOSFATIDIL-ETANOLAMINA: Em ambas, mais abundantes na monocamada citosólica.
*Isso que está sendo mostrado é como se fosse um retrato de quando a célula morreu, aquela hemácia foi sacrificada para estudar os lipídios de membrana, ela estava com uma situação viva, quando o experimento foi parado, congelado para rompimento da célula para retirar os lipídios.
· Então, uma célula viva a fosfatidilserina está 100% na monocamada citosólica, mas a gente sabe que diariamente bilhões de células no nosso corpo sofrem suicídio-APOPTOSE (morte celular programada). A morte celular programada é um tipo de morte que é bem característica dentro do nosso organismo, tem características morfológicas, bioquímicas, específicas daquela célula apoptótica, que combina com a fagocitose dessa célula apoptótica, por um macrófago, aquela célula desaparece e não deixa nenhum rastro, não há informação envolvida na apoptose, é diferente de sofrer uma injúria, seja por um microrganismo dentro da gente, ou mecânica. 
Ex.: eu cortei meu braço isso leva a morte celular, não por apoptose, suicídio, mas por injuria. Então há rompimento de células, extravasamento do liquido citosólico e isso atrai mediadores da inflamação, citosinas, quimosinas e essa morte celular vai resultar em uma resposta inflamatória e o nosso corpo vai se preparar e vai agir contra essa inflamação. Na apoptose, uma célula morre, não há rompimento do líquido citosólico, então ela sofre várias alterações, se condensa e é fagocitada. Uma das alterações marcantes da apoptose é o chamado FLIP FLOP da fosfatidilserina (Porque a fosfatidilserina que estava na monocamada citosólica, parte dela sofre FLIP FLOP de uma bicamada para outra, para a monocamada externa. Como é algo atípico (não acontece em uma célula viva), quando a fosfatidilserina aparece, ela sinaliza para os macrófagos dizendo que podem vir porque a célula é apoptótica (senão se a fosfatidilserina não fosse dar o sinal o macrófago passaria então saberia que tem que fagocitar.) Agora, a presença da fosfatidilserina na superfície é vista pelo macrófago como indicação de que se deve fagocitar a célula apoptótica. Além disso, a fosfatidilserina tem o papel de evitar que essa morte esteja associada a inflamação, então evita com que haja o recrutamento de mediadores no processo inflamatório, aquela célula vai desaparecer de forma discreta, vai ser fagocitada e não vai haver uma reação inflamatória a sua morte. 
· Então aqui eu falo do FLIP-FLOP da fosfatidilseina (A enzima que faz o FLIP-FLOP, qualquer enzima, porque não é só uma, depende do lipídio, se chama LIPASE, o lipídio não vai conseguir fazer espontaneamente, porque se esse lipídio passar daqui pra cá, vai ter que passa a cabeça hidrofílica por meio das caudas hidrofóbicas, isso é entropicamente desfavorável, necessita de facilitador, uma enzima no caso a LIPASE, pra que seja feito o FLIP-FLOP, por isso não é tão comum.

Continue navegando