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EM_V08_HISTÓRIA PROFESSOR

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Prévia do material em texto

Livro do Professor
Volume 8 
História
©Editora Positivo Ltda., 2015
Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP)
(Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil)
C794 Cordeiro, Lysvania Villela.
 História : ensino médio / Lysvania Villela Cordeiro ; reformulação dos originais de: Andréa 
Maria Carneiro Lobo; ilustrações Jack Art, Quadrinhofilia Produções Artísticas – Curitiba : 
Positivo, 2016.
 v. 8 : il.
 Sistema Positivo de Ensino
 ISBN 978-85-467-0410-1 (Livro do aluno)
 ISBN 978-85-467-0411-8 (Livro do professor)
 1. História. 2. Ensino médio – Currículos. I. Lobo, Andréa Maria. II. Art, Jack. III. Quadrinhofilia 
Produções Artísticas. IV. Título.
CDD 373.33
 Presidente: Ruben Formighieri
Diretor-Geral: Emerson Walter dos Santos
Diretor Editorial: Joseph Razouk Junior
Gerente Editorial: Júlio Röcker Neto
Gerente de Arte e Iconografia: Cláudio Espósito Godoy
Autoria: Lysvania Villela Cordeiro; reformulação de originais de Andréa Maria Carneiro Lobo
Supervisão Editorial: Jeferson Freitas
Edição de Conteúdo: Lysvania Villela Cordeiro (Coord.)
Edição de Texto: Shirlei França dos Santos 
Revisão: Fabrízia Carvalho Ribeiro, Fernanda Marques Rodrigues e Mariana Bordignon
Supervisão de Arte: Elvira Fogaça Cilka 
Edição de Arte: Tatiane Esmanhotto Kaminski
Projeto Gráfico: YAN Comunicação
Ícones: ©Shutterstock/Goritza, ©Shutterstock/Kamira, ©Shutterstock/ericlefrancais, ©Shutterstock/Chalermpol, 
©Shutterstock/Maxx-Studio, ©Shutterstock/Leremy, ©Shutterstock/David Arts e ©Shutterstock/Lightspring
Imagens de abertura: Latinstock/akg-images e ©Shutterstock/Ivonne Wiernik
Editoração: Rafaelle Moraes
Ilustrações: Jack Art e Quadrinhofilia Produções Artísticas
Pesquisa Iconográfica: Janine Perucci (Supervisão) e Juliana de Cássia Câmara
Cartografia: Talita Kathy Bora e Luciano Daniel Tulio
Engenharia de Produto: Solange Szabelski Druszcz
Produção
Editora Positivo Ltda.
Rua Major Heitor Guimarães, 174 – Seminário
80440-120 – Curitiba – PR
Tel.: (0xx41) 3312-3500
Site: www.editorapositivo.com.br
Impressão e acabamento
Gráfica e Editora Posigraf Ltda.
Rua Senador Accioly Filho, 431/500 – CIC
81310-000 – Curitiba – PR
Tel.: (0xx41) 3212-5451
E-mail: posigraf@positivo.com.br
2018
Contato 
editora.spe@positivo.com.br
Todos os direitos reservados à Editora Positivo Ltda.
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Sumário
Brasil: Primeira República ............................ 4
República dos Marechais ................................................................................ 5
República do Café com Leite ........................................................................... 8
Movimentos sociais na Primeira República ..................................................... 12
Grande Guerra ............................................ 19
Origens ........................................................................................................... 21
O conflito ........................................................................................................ 26
Fim do conflito e a nova ordem mundial ........................................................ 30
Revolução Russa ......................................... 36
Rússia czarista ................................................................................................ 38
Industrialização e urbanização russas ............................................................. 39
Crise do czarismo ............................................................................................ 42
Revolução Russa ............................................................................................. 42
Mundo Entreguerras .................................. 48
Economia capitalista ...................................................................................... 50
Crise de 1929 .................................................................................................. 52
Ascensão do Nazifascimo ................................................................................ 54
Arte no Entreguerras ...................................................................................... 59
Acesse o livro digital e 
conheça os objetos digitais 
e slides deste volume.
Brasil: Primeira Rep
ública
Ponto de partida 
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1
2
Em frase que se tornou famosa, Aristides Lobo, o propagandista da República, manifestou seu desapontamento 
com a maneira pela qual foi proclamado o novo regime. Segundo ele, o povo, que pelo ideário republicano deveria 
ter sido o protagonista dos acontecimentos, assistira a tudo bestializado, sem compreender o que se passava, jul-
gando ver talvez uma parada militar.
CARVALHO, José Murilo de. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Companhia das Letras, 1987. p. 9.
 Após a análise dos documentos, faça, em seu caderno, o que se pede a seguir.
1. Pesquise no dicionário o significado da expressão “bestializado”.
2. Em sua opinião, o que representa a constatação de Aristides Lobo citada pelo historiador José Murilo de Carvalho? 
3. Na representação do artista Benedito Calixto, de 1893, a República foi fruto de um movimento público? Justifique 
sua resposta.
1
CALIXTO, Benedito. A Proclamação da República. 1893. 1 óleo sobre tela, 
color., 123,5 cm × 198,5 cm. Pinacoteca Municipal de São Paulo, São Paulo.Pinacoteca Municipal de São Paulo/Fotógrafo desconhecido
4
Objetivos da unidade:
 resgatar os elementos que compuseram a crise do Segundo Reinado, relacionando-os ao movimento 
republicano;
 conhecer as principais características políticas, econômicas e sociais da República dos Marechais 
(1889-1894);
 compreender as Revoltas da Armada e a Revolução Federalista;
 conhecer as principais características políticas, econômicas e sociais da República do Café com Leite 
(1894-1930); 
 analisar os principais movimentos sociais urbanos e rurais da Primeira República.
rise do Segundo Reinado relacionando os ao movimento
Entre os elementos que diferenciam uma república de uma monarquia do tipo tradicional, ou de um governo des-
pótico, está a extensão da participação política para a maioria da população, garantida, em tese, por uma Constituição 
elaborada pelos representantes da população reunidos em assembleia.
SILVA, Oscar Pereira da. Marechal Deodoro da 
Fonseca. 1923. 1 óleo sobre tela, color., 
84 cm × 72 cm. Museu Republicano, Itu.
SILVA, Oscar Pereira da. Marechal Floriano 
Peixoto. [s.d.]. 1 óleo sobre tela, color., 
57 cm × 46,5 cm. Museu Republicano, Itu.
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Nesta unidade, estudaremos a Primeira República, ou República Velha, que corresponde ao período inicial do 
regime republicano no Brasil e se estende desde sua Proclamação (1889) até a Revolução de 1930.
Os primeiros anos do governo republicano no Brasil foram marcados por uma grande disputa pelo poder entre os 
militares e a oligarquia cafeeira.
República dos Marechais
Após o período de transição denominado Governo Provisório – sob o comando de Deodoro da Fonseca 
(1889-1891) –, a República brasileira viveu seu processo de consolidação com a elaboração da Constituição em 
1891 e com o governo de outro militar, Floriano Peixoto (1891-1894). Muitos historiadores se referem a esse con-
texto como a República da Espada em razão do predomínio das forças armadas no controle do poder político.
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5
Interpretando documentos
Art. 70 – São eleitores os cidadãos maiores de 21 anos que se alistarem na forma da lei.
§ 1º – Não podem alistar-se eleitores para as eleições federais ou para as dos Estados:
1º os mendigos;
2º os analfabetos;
3º as praças de pré, excetuados os alunos das escolas militares de ensino superior;
4º os religiosos de ordens monásticas, companhias, congregações ou comunidades de qualquer denomina-
ção, sujeitas a voto de obediência, regra ou estatuto que importe arenúncia da liberdade individual.
§ 2º – São inelegíveis os cidadãos não alistáveis. [...].
 Leia um fragmento da nossa primeira Constituição.
CONSTITUIÇÃO da República dos Estados Unidos do Brasil (de 24 de fevereiro de 1891). Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
CCIVIL_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao91.htm>. Acesso em: 28 maio 2015.
 Em que sentido as disposições constitucionais mencionadas contrariavam a ideia de um governo como “coisa 
pública”?
As disposições constitucionais estabeleciam que somente os cidadãos maiores de 21 anos que não fossem mendigos, analfabetos,
militares ou religiosos poderiam alistar-se como eleitores. Some-se a isso o fato de que mulheres também não votavam. Isso significa que
uma pequena parcela da população brasileira tinha direito à cidadania.
Ainda nos primeiros tempos da recém-instalada República, as relações entre o Congresso Nacional (Legislativo) e a 
Presidência (Executivo) se tornaram tensas, conforme relata o texto a seguir.
No Brasil, logo após a deflagração do movimento re-
publicano, uma Assembleia Constituinte foi formada, e a 
primeira Constituição foi promulgada no ano de 1891. 
No entanto, isso não garantiu participação política para 
a maioria: os segmentos que não poderiam votar nem 
ser eleitos compunham uma parcela considerável da 
população brasileira e estavam excluídos da República. 
Logo, a “coisa pública” não se mostrou tão pública quan-
to se podia esperar. 
Uma Constituição pode ser outorgada ou promulg
ada.
A Constituição outorgada é aquela elaborada sem
 a participação 
dos cidadãos ou de seus representantes e imposta
 à população. A 
Constituição de 1824, elaborada durante o Prim
eiro Reinado, foi 
imposta ao povo brasileiro pelo Imperador D. Pedro
 I.
A Constituição promulgada é aquela elaborada com
 a participação 
da população por meio de seus representantes.
6 Volume 8
Estado de sítio é um estado de exceção 
decretado em casos extremos (guerras e re-
voluções), quando o governo considera que 
a segurança nacional está ameaçada. Nesse 
caso, os direitos dos cidadãos são tempora-
riamente suspensos e os poderes do Legis-
lativo e do Judiciário ficam submetidos ao 
Executivo, que governa com plenos poderes.
A Bolsa de Valores é uma instituição finan-
ceira em que se pode comprar e/ou vender 
ações de empresas de capital aberto (S.A.). 
Os interessados em operar em bolsas de 
valores só podem fazê-lo por meio de uma 
corretora, que deve, por sua vez, possuir um 
título da referida bolsa.
Deodoro havia convocado eleições, reunindo a Assembleia que o 
elegera presidente da República, mas que não se lhe submete. E a 3 de 
novembro o voluntarioso comandante dissolve o Congresso, institui 
estado de sítio, provocando um manifesto de protesto, redigido por 
Campos Sales e tendo como primeiro signatário Prudente de Morais. 
Sua publicação no Correio Paulistano é impedida pela Polícia, sendo 
então divulgado em boletins clandestinos.
SILVA, Hélio. Governo Deodoro e Floriano. In: ______. O primeiro século da República. Rio de 
Janeiro: Jorge Zahar, 1987. p. 24.
Crise do Encilhamento
A posição autoritária e intransigente de Deodoro da Fonseca provocou a oposição de parlamentares vinculados aos 
grandes produtores de café e ao alto comando da Marinha (este último se rebelou contra o governo). Ainda durante o 
mandato de Fonseca, teve origem uma grave crise econômica, conhecida como Crise do Encilhamento.
Na tentativa de estimular o crescimento industrial, o então Ministro da Fazenda, o intelectual Rui Barbosa, tomou 
uma medida extrema. Para acalmar os ânimos dos cafeicultores – que precisavam de dinheiro para pagar seus traba-
lhadores, visto que a escravidão havia acabado –, autorizou o aumento da emissão de papel-moeda em 75%.
O resultado foi uma enxurrada de dinheiro sem lastro na economia, o 
que acabou motivando especulações na Bolsa de Valores. Empresários – 
reais e “fantasmas” –, cafeicultores e profissionais liberais emprestavam di-
nheiro dos bancos e investiam na Bolsa, pois consideravam essa uma forma 
mais rápida e fácil de enriquecer.
De toda essa situação, surgiu a designação Crise do Encilhamento – o 
barulho e a agitação que caracterizavam a euforia dos especuladores na 
Bolsa de Valores se assemelhavam à agitação gerada pelos preparativos para 
o encilhamento de cavalos de corrida.
PEREIRA NETO. Febre do encilhamento. 1 charge. Revista 
Illustrada, n. 595, jul. 1890.
 Charge do fim do século XIX satiriza a corrida dos investidores 
à Bolsa de Valores durante a Crise do Encilhamento
Empresas faliram e muitos trabalhadores ficaram sem emprego. Profissionais liberais e fazendeiros se endividaram 
e um aumento generalizado de preços tomou conta da capital, Rio de Janeiro, e de outros centros urbanos do país.
Segundo o historiador José Murilo de Carvalho, em 
sua obra Os bestializados (1987), nos primeiros cinco 
anos da República, enquanto os salários subiram, em 
média, 100%, os preços subiram 300%.
Os problemas políticos e a crise econômica tornaram 
o governo de Deodoro indesejável para aqueles que o ti-
nham apoiado. Assim, em 1891, ele renunciou em nome 
de seu vice, o marechal Floriano Peixoto. Este terminou o 
mandato de Deodoro e governou até 1894.F
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História 7
Revolução Federalista
Durante o governo de Floriano Peixoto, em 1893, 
no Rio Grande do Sul, lideranças regionais adeptas do 
parlamentarismo e do federalismo – forma de governo 
em que os estados teriam mais autonomia em relação 
ao governo central – rebelaram-se contra o governador 
Júlio de Castilhos – que apoiava a centralização de poder 
político do presidente Floriano – originando a Revolução 
Federalista.
República do Café com Leite
Esse novo período da Primeira República, que iniciou com a presidência de Prudente de Morais, foi denominado 
República do Café com Leite, ou República Oligárquica, em decorrência dos grupos que dominavam o cenário político 
nacional. Tais grupos eram frutos das alianças entre São Paulo e Minas Gerais – São Paulo era um grande produtor de 
café e Minas Gerais se destacava na produção de leite.
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 Grupo de federalistas (também conhecidos como maragatos), 1893
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Rio de Janeiro. 1 fotografia, p&b. In: NOSSO 
SÉCULO: 1900/1910 – a era dos bacharéis. 
São Paulo: Abril Cultural, 1980. v. 1, p. 27. 
 A foto mostra o estado de parte da cidade 
do Rio de Janeiro após um bombardeio 
durante a Revolta da Armada
Após dois anos de intensos combates e mais de 12 
mil mortos, foi firmado um acordo com a promessa de 
que Prudente de Morais (primeiro presidente civil da Re-
pública) daria anistia aos participantes do movimento.
A partir de 1894, encerrava-se essa fase (também 
conhecida como República dos Marechais) da Primeira 
República e iniciava-se um período marcado pela domi-
nação das oligarquias regionais na política brasileira.
O primeiro presidente civil, o paulista Prudente de 
Morais, foi eleito em um contexto de grave crise políti-
ca, caracterizado pela oposição entre representantes das 
oligarquias cafeeiras paulistas e partidários de Floriano 
Peixoto, os chamados florianistas.
Com o apoio dos grandes cafeicultores paulistas, após 
sofrer uma tentativa de atentado, Prudente de Morais 
instituiu estado de sítio, centralizou as decisões no Poder 
Executivo e eliminou a oposição representada pelos flo-
rianistas. Sob seu mandato, o país atravessou uma grave 
crise econômica, mas os interesses das oligarquias que o 
apoiaram, sobretudo das vinculadas ao setor cafeeiro pau-
lista, foram mantidos. Iniciava-se a República Oligárquica.
Em 1893, a Marinha, sob a liderança do almirante Cus-
tódio de Melo e de Saldanha da Gama, rebelou-se contra 
o governo em um episódio que ficou conhecido como 
a Revolta da Armada. Durante o episódio,os revoltosos 
chegaram a bombardear a cidade do Rio de Janeiro, que 
mantiveram sob a mira de canhões por vários dias.
Os líderes da revolta não conseguiram angariar apoio de outros setores da política e das forças armadas da capital. 
Após sofrerem dura repressão do Exército (que continuou fiel a Floriano), buscaram em vão alianças em Santa Catarina e 
no Rio Grande do Sul. Floriano chegou a adquirir navios estrangeiros para fazer frente aos rebeldes, que foram finalmente 
subordinados em 1894.
8 Volume 8
Interpretando documentos
A palavra oligarquia é de origem grega e signific
a governo de 
poucos. Nesse contexto, aplica-se à dinâmica pol
ítica da Repú-
blica do Café com Leite, em que apenas represent
antes políticos 
aliados ao Partido Republicano Paulista e ao Partid
o Republicano 
Mineiro chegavam à Presidência da República.
 Responda às questões a seguir.
1. Quais são os dois estados representados ao lado da 
cadeira da Presidência da República? Por que estão ali 
posicionados?
São Paulo e Minas Gerais estão ao lado da cadeira da 
Presidência da República. Eles estão representados no alto e 
ao lado do símbolo da Presidência porque eram os estados 
que se intercalavam no maior cargo do Executivo de nosso 
país.
3 Aprofundamento de conteúdo para o professor.
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 Observe esta charge.
STORNI, Alfredo. [Presidência da República]. 1 charge. Careta, Rio 
de Janeiro, 1925.
 Charge das primeiras décadas do século XX satirizando a 
alternância entre políticos paulistas e mineiros na Presidência 
da República do Brasil
4 Sugestão de análise da charge.
2. O que os demais indivíduos representados na charge pretendem? Identifique as unidades da Federação que eles 
representam.
Eles estão representados com os braços esticados e em posição de esforço para atingir o alto, ou seja, um lugar próximo à Presidência 
da República. Os estados que aparecem na ilustração são Paraná, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Bahia, Alagoas, Rio Grande do 
Norte, Santa Catarina, Pernambuco, Ceará, Pará e Amazonas.
Entre os anos de 1894 e 1930, esses dois estados con-
trolaram o país, alternando-se na Presidência da República.
Nesse período, as oligarquias de São Paulo e de Minas 
Gerais elegeram a maioria dos presidentes da República.
História 9
Pesquisa
 Observe a linha do tempo que apresenta todos os presidentes da Primeira República brasileira. Nela estão representa-
dos os presidentes marechais da República da Espada e os presidentes da República do Café com Leite.
 Em equipe, escolham um dos presidentes que governaram durante a República do Café com Leite e pesquisem a 
biografia e as principais realizações desse governante. 5 Sugestão de abordagem da atividade.
Marechal Manuel 
Deodoro da Fonseca
1889-1891
Marechal Floriano 
Vieira Peixoto
1891-1894
Prudente José de 
Morais e Barros
1894-1898
Manuel Ferraz de 
Campos Sales
1898-1902
Francisco de Paula 
Rodrigues Alves
1902-1906
Affonso Augusto 
Moreira Penna
1906-1909
Nilo Procópio 
Peçanha
1909-1910
Marechal Hermes 
da Fonseca
1910-1914
Wenceslau Braz 
Pereira Gomes
1914-1918
Delfim Moreira da 
Costa Ribeiro
1918-1919
Epitácio da Silva 
Pessoa
1919-1922
Arthur da Silva 
Bernardes
1922-1926
Washington Luís 
Pereira de Sousa
1926-1930
Primeira República 
(1889-1930) – presidentes
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Outras versões
Política dos Governadores e Coronelismo
A política implantada por Prudente de Morais, primeiro presidente civil, que governou de 1894 a 1898, vigorou 
durante toda a República do Café com Leite e foi denominada Política dos Governadores.
De acordo com essa política, o governo federal concedia apoio às oligarquias e às bancadas estaduais em troca do 
apoio das unidades da Federação ao governo federal. Esse apoio aos presidentes se dava com base no mandonismo 
local exercido sobre a população pelos coronéis.
Para garantir os interesses das lideranças regionais e nacionais, o voto era aberto (e não secreto) e as eleições eram 
fraudadas: nas listas de eleitores, constavam, por exemplo, nomes de pessoas falecidas ou que nunca existiram. Espe-
cialmente nas regiões rurais, os eleitores se sentiam obrigados a votar em quem os coronéis determinavam, ou porque 
dependiam deles para sobreviver, ou porque eram obrigados pelos jagunços. Era o chamado voto do cabresto.
Após o processo eleitoral, os candidatos eleitos precisavam ter o mandato reconhecido não pelo Judiciário, como 
é atualmente, mas pelo Legislativo. Dessa forma, os candidatos da oposição que, porventura, conseguiam se eleger 
eram impedidos pelo Congresso Nacional (de maioria governista) de tomar posse. Essa prática política de impedir que 
os candidatos opositores chegassem ao poder ficou conhecida como degola.
 Analise com atenção as charges produzidas durante a República do Café com Leite.
YANTOK. As próximas eleições. 1 charge. D. Quixote, 20 fev. 1918.
 Charge da época da República Velha satirizando um aspecto 
das fraudes nas eleições: o fato de constar o nome de pessoas 
falecidas na lista de eleitores
STORNI, Alfredo. 1 charge. Careta, ano 20, n. 974, 19 fev. 1927.
 Na charge de 1927, do sul-rio-grandense Alfredo Storni, há uma 
crítica ao voto do cabresto
ELLE – NÃO, É O ZÉ BURRO!ELLA – É O ZÉ BESTA?
6 Gabarito. De acordo com os documentos, faça, em seu caderno, o que se pede a seguir.
a) Descreva as situações apresentadas nas charges.
b) Como o conteúdo desses documentos se relaciona ao contexto político e eleitoral da República do Café com Leite ou 
República Oligárquica?
c) Aponte mudanças e permanências no processo eleitoral brasileiro, comparando o formato atual com o que existia na 
época da República Oligárquica.
História 11
Você faz História
 Em dupla, produzam uma charge retratando um aspecto do nosso processo eleitoral atual que, de alguma forma, 
represente uma permanência do processo eleitoral da República do Café com Leite.
 Após a produção das charges, apontem as práticas ou medidas que poderiam ser tomadas com o objetivo de tornar 
o processo eleitoral mais transparente e democrático. Anotem as conclusões no caderno.
7 Orientação para a realização da atividade.
Movimentos sociais na Primeira República
Enquanto o destino da política brasileira era decidido pelas oligarquias estaduais aliadas ao governo central, a 
maioria da população passava por sérias dificuldades – não tinha nenhuma assistência do governo com relação à 
saúde, à educação e nem acesso a programas sociais que pudessem auxiliá-la em momentos de crise econômica.
Entretanto, os brasileiros não permaneceram “bestializados” diante de tal situação. Várias foram as movimentações po-
pulares que agitaram o cenário nacional nos primeiros 30 anos de República, tanto nas regiões rurais quanto nas urbanas.
Movimentos sociais rurais
Entre os movimentos rurais, alguns tinham caráter messiânico, como as movimentações religiosas de Canudos, no 
Nordeste, e do Contestado, no Sul. Outros foram marcados pelo banditismo social e pela violência, como o Cangaço, 
também no Nordeste. Ainda, há que se citar a extrema influência que líderes religiosos locais, excluídos pelo catoli-
cismo oficial, exerciam sobre inúmeros fiéis pobres e abandonados pelo poder público. Entre eles, recebe destaque o 
padre Cícero Romão Batista, no Ceará.
Referente a messias, o termo mes-
siânico é empregado para designar 
movimentos religiosos que pregam 
o retorno ou a vinda de um messias, 
um enviado de Deus, cuja missão é 
libertar um povo (que se considera 
escolhido) de determinada situação 
de opressão.
8 Aprofundamento de conteúdo parao professor.
MOVIMENTOS SOCIAIS RURAIS
Fonte: ALBUQUERQUE, Manoel 
Maurício de. Atlas histórico escolar. Rio de 
Janeiro: FAE, 1978. p. 45. Adaptação.
Lu
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an
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D
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12 Volume 8
A seguir, leia a respeito de alguns dos principais movimentos rurais ocorridos no período.
Canudos (1893-1897), Bahia
Liderados pelo beato Antônio Conselheiro, milhares de sertanejos fun-
daram no interior da Bahia (Arraial de Canudos) a comunidade religiosa 
Império do Belo Monte. Os habitantes de Canudos compunham uma 
congregação religiosa que aboliu a propriedade privada e se recusava 
a pagar os impostos. Condenavam a República e se preparavam para 
o Juízo Final, que culminaria com a volta gloriosa do rei português D. 
Sebastião – o qual desapareceu na Batalha de Alcácer-Quibir, travada 
em 1580 contra os mouros na África, e cujo retorno costumava ser 
profetizado em tempos de grandes calamidades.
As tropas do governo, nas duas investidas em 1896, uma com 600 
homens e outra com 1500 homens, foram vencidas pelos sertanejos, 
armados, principalmente, com paus e pedras. Somente em 1897, en-
frentando um contingente de 6000 homens fortemente armados, a 
comunidade de Canudos foi derrotada: centenas de sertanejos foram 
mortos, entre eles, Antônio Conselheiro. Mulheres e crianças foram 
aprisionadas. Era o fim de Belo Monte.
BARROS, Flávio. Quatrocentos jagunços. 1897. 1 
fotografia, p&b.
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 A imagem apresenta 400 membros da 
comunidade de Canudos feitos prisioneiros 
após o confronto final. Em sua maioria, 
mulheres e crianças doentes e desnutridas
Sugestão de atividade.9
Contestado (1911-1915), Paraná/Santa Catarina
Movimento messiânico ocorrido no Sul do Brasil, na região conheci-
da como Contestado, em torno das pregações do monge José Maria. 
O movimento recebeu essa denominação por causa das disputas de 
terras entre Paraná e Santa Catarina. Na região, estabeleceram-se tra-
balhadores rurais expulsos de suas terras em virtude da instalação de 
uma madeireira e de uma ferrovia. Esses trabalhadores se recusaram 
a deixar o local e passaram a ser alvo de ataques de milícias estaduais 
e de jagunços a serviço de coronéis locais.
A comunidade passou então a organizar uma resistência, tendo como 
líder a figura de um beato que se identificava como José Maria. Após 
vários confrontos, foram finalmente derrotados pelas tropas do governo 
em 1915.
10 Aprofundamento de conteúdo para o professor.
 Sob o olhar do fotógrafo sueco Claro Jansson, 
caboclos guerrilheiros do Contestado
JANSSON, Claro. Guerra com música, em Ouro Verde. 1917. 
1 fotografia, p&b. Coleção particular da família Jansson.
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Padre Cícero: o Beato de Juazeiro (1889-1934), Ceará
Cícero Romão Batista, conhecido como Padre Cícero, atraiu multidões de todas as partes do Ceará 
para sua igreja, em Juazeiro, após os fiéis afirmarem que, durante suas missas, ocorriam milagres: 
hóstias consagradas se tornavam sangue na boca de seus fiéis durante a comunhão.
Sua popularidade e suas práticas nada ortodoxas incomodaram as autoridades religiosas, que o 
expulsaram da ordem e o proibiram de realizar cerimônias religiosas.
A popularidade de Padre Cícero, entretanto, só aumentou e ele chegou a assumir os cargos de prefei-
to de Juazeiro e de vice-presidente (equivalente a vice-governador na atualidade) do estado do Ceará.
Aprofundamento de conteúdo 
para o professor.
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 Padre Cícero Romão Batista retratado aos 80 anos de 
idade, em foto de, provavelmente, 1924
História 13
Cangaço, Sergipe/Região Nordeste
O termo cangaceiro era usado para designar grupos de bandoleiros que 
atuavam nos sertões de regiões como Sergipe, Ceará e Bahia. Esses 
grupos sobreviviam dos crimes que praticavam, eram temidos pela po-
pulação e procurados pelas autoridades policiais. Algumas vezes, che-
gavam a distribuir parte do que saqueavam para colaboradores de suas 
ações, o que deu ao movimento um caráter de “banditismo social”.
O bando de cangaceiros mais famoso foi o liderado por Virgulino Ferreira 
da Silva, o “Lampião”, e se tornou o mais procurado do Nordeste. O 
governo baiano ofereceu altas recompensas pela sua captura. Em 28 de 
julho de 1938, na fazenda Angico, Sergipe, Lampião foi vítima de uma 
emboscada e, posteriormente, decapitado.
BOTTO, Benjamin Abrahão. Lampião e Maria 
Bonita. [entre 1936 e 1937]. 1 fotografia, p&b. 
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Movimentos sociais urbanos
Enquanto nos sertões multidões carentes de recursos e de atenção de seus representantes políticos se deixavam 
levar pelas pregações de místicos locais ou sofriam com as atrocidades de cangaceiros e jagunços, nos grandes centros 
urbanos, a industrialização se desenvolvia e, com ela, a proletarização da população urbana.
As péssimas condições de trabalho e de moradia estão entre os fatores que ocasionaram duas das mais significati-
vas movimentações urbanas ocorridas durante a Primeira República: a Revolta da Vacina e as greves promovidas pelos 
operários de São Paulo.
Aprofundamento de conteúdo para o professor.12
MOVIMENTOS SOCIAIS URBANOS
Fonte: ALBUQUERQUE, Manoel Maurício de. Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro: FAE, 1978. p. 45. Adaptação.
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14 Volume 8
 Aspecto do interior de um cortiço no Rio de 
Janeiro em 1906. “Habitações” desse tipo se 
multiplicaram no centro de grandes cidades, 
como Rio de Janeiro e São Paulo, entre o fim 
do século XIX e o início do XX. As precárias 
condições de higiene preocupavam as 
autoridades, pois poderiam dar origem a 
focos de doenças endêmicas como a febre 
amarela.
A seguir, leia a respeito desses importantes movimentos urbanos ocorridos no período.
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MALTA, A. Cortiço no Rio de Janeiro. 1906. 1 fotografia, 
p&b. Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, Rio 
de Janeiro.
Aprofundamento de conteúdo 
para o professor.
13
Movimento operário – greve geral (1917), São Paulo
No decorrer da Primeira República, circulavam jornais em prol da causa operária, os quais incitavam greves e parali-
sações. A maior delas aconteceu em São Paulo, em julho de 1917.
A chamada greve geral de 1917 caracterizou-se pela paralisação por completo do comércio e da indústria na cidade 
de São Paulo e em outras regiões do estado e do Brasil. Contou com a participação de cerca de 40 mil pessoas.
Os grevistas reivindicavam a proibição do trabalho de meno-
res de 14 anos, o direito de associação, o aumento de salários 
e a jornada de 8 horas. Os empresários se comprometeram a 
analisar essas exigências e concederam aumento imediato de 
salário para que os grevistas voltassem ao trabalho.
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 Operários em greve no centro de São Paulo em 1917. A greve geral, 
convocada por lideranças ligadas ao anarcossindicalismo, iniciou em 
uma indústria têxtil em julho de 1917. O movimento se expandiu, 
congregando trabalhadores de diferentes categorias. O número de 
adeptos chegou a 40 mil.
Aprofundamento de conteúdo 
para o professor.
14
Movimento tenentista (1922-1926)
No dia 5 de julho de 1922, jovens oficiais do Forte de Copacabana, no 
Rio de Janeiro, deram início a uma rebelião. Isolados, sofreram ata-
ques de tropas do governo por mar e por terra. Dezoito deles saíram 
do forte com o intuito de enfrentar as tropas, mas só dois voltaram 
com vida: Eduardo Gomes e Siqueira Campos. O episódio, que ficou 
conhecido como “Os dezoito do Forte”, deu início a um movimento 
maior, que entraria para a história com o nome de Tenentismo.
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maior, que entraria para a história com
 Os dezoito do Forte – denominação pela qual ficaram 
conhecidos os que enfrentaram as tropasfederais
Aprofundamento de con-
teúdo para o professor.
15
Revolta da Vacina (1904), Rio de Janeiro
A urbanização desordenada do fim do século XIX no Rio de Janeiro 
gerou a multiplicação dos cortiços. Em virtude das péssimas con-
dições de moradia, higiene e trabalho, doenças como varíola, cóle-
ra, diarreia e gripe alastravam-se rapidamente e preocupavam as 
autoridades.
A Diretoria Geral de Saúde Pública, sob a administração do jovem mé-
dico Oswaldo Cruz, colocou em prática a lei da vacinação obrigatória. A 
vacinação forçada, associada à demolição de cortiços (imposta pelo pro-
cesso de modernização da cidade), provocou a ira da população pobre 
do centro da cidade do Rio de Janeiro, o que ocasionou um episódio 
conhecido como Revolta da Vacina (10 a 18 de novembro de 1904).
Apesar das amotinações e depredações, as reformas urbanas foram 
feitas, a população foi vacinada e duas das grandes endemias da capi-
tal – a febre amarela e a varíola – foram, temporariamente, controladas.
História 15
Semana de Arte Moderna (1922), São Paulo
Entre 13 e 17 de setembro de 1922, literatos, pin-
tores, arquitetos, escultores e intelectuais expuse-
ram ao público, no Teatro Municipal de São Paulo, 
uma concepção de arte renovada. Era a Semana 
de Arte Moderna.
Os envolvidos no movimento artístico criticavam a 
mera absorção de valores europeus e defendiam 
a necessidade de criar uma arte genuinamente 
brasileira.
Entre os participantes, destacou-se a presença de 
artistas visuais, como Anita Malfatti e Di Cavalcanti, 
e de escritores, como Oswald de Andrade e Mário 
de Andrade.
Hora de estudo
1. (UERJ)
(J. Carlos. In: LEMOS, Renato (org). Uma história do Brasil através da 
caricatura. Rio de Janeiro: Bom Texto, Letras e Expressões, 2001.)
EXÉRCITO AUMENTA APOIO À  
CAMPANHA DE COMBATE AO DENGUE
Brasília. (...) atendendo a solicitação do Mi-
nistério da Saúde, o Comando Militar do Leste 
foi autorizado a aumentar o apoio dado aos 
agentes da Fundação Nacional de Saúde (Fu-
nasa) que combatem a epidemia de dengue no 
Rio de Janeiro. O Exército apoia os agentes em 
transporte, alimentação e alojamento. Segun-
do a nota, é significativo o número de milita-
res que participam agora diretamente de ações 
que objetivam conter a epidemia de dengue.
(Radiobrás, 19/02/02)
Orientação para a distribuição das atividades como tarefa de 
casa e gabaritos/comentários sobre as questões.
16
 Tanto a legenda da charge quanto a notícia atual evidenciam aspectos da atuação do poder público numa situação 
de combate a epidemias. Comparando os dois contextos, essa atuação e essa intervenção no combate à epidemia 
podem ser caracterizadas, respectivamente, pelos seguintes traços:
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MALFATTI, Anita. Uma estudante. [ca. 1915-1916]. 
1 óleo sobre tela, color., 76,5 cm × 60,5 cm. Museu 
de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, São Paulo.
16 Volume 8
a) maior eficácia nas áreas rurais e menos habitadas – 
permanência e predomínio da iniciativa privada
b) ação ampla em bairros periféricos e menos atingidos 
– responsabilidade das instituições beneficentes
c) maior competência em áreas privilegiadas e me-
nos afetadas – descentralização por instituições 
municipais
X d) autoritarismo sobre a população carente e menos 
esclarecida – integração e aparato técnico de insti-
tuições federais
2. (UFC – CE)
habitantes válidos dispostos ao combate. E as linhas 
do telégrafo transmitiram ao país inteiro o prelúdio da 
guerra sertaneja.”
 O trecho acima é parte do livro de Euclides da Cunha 
que teve sua primeira edição em 1902 e relata o co-
tidiano de um conflito ocorrido nos primeiros anos da 
República. O livro de Euclides e o conflito ao qual se 
refere são respectivamente:
a) Inferno Verde, Caldeirão.
b) Inferno Verde, Cabanagem.
X c) Os Sertões, Canudos.
d) Os Sertões, Caldeirão.
e) A guerra do fim do Mundo, Contestado.
4. (UFSC) Na década de 1920, política, economia e cul-
tura andaram muito próximas no Brasil e cada uma, a 
seu modo, propunha mudanças para o país.
 Sobre este período, é CORRETO afirmar que:
X (01) A Semana de Arte Moderna, em 1922, procurou 
evidenciar uma arte com raízes brasileiras e de 
compromisso com a nacionalidade, tendo ex-
poentes intelectuais como Mário de Andrade e Di 
Cavalcanti, entre outros.
(02) Na política destacou-se o movimento tenentista, 
que procurava manter a ordem oligárquica atra-
vés de várias revoltas, apoiando militarmente a 
República Velha.
(04) O Cap. Luís Carlos Prestes organizou uma coluna 
de combatentes, que percorreu o interior do Bra-
sil em uma longa marcha, pregando a destituição 
do governo golpista de Getúlio Vargas.
X (08) A economia dependia basicamente da exporta-
ção do café. No entanto, o mercado internacional 
não absorvia a superprodução brasileira, quadro 
agravado com a quebra da Bolsa de Nova York, 
que paralisou o comércio, afetando profunda-
mente a cafeicultura nacional.
X (16) Foi notório o processo de industrialização e ur-
banização do Brasil, o que facilitou a formação 
de novos grupos sociais, tais como a burguesia 
industrial, a classe média urbana e o operariado. 
Os capitais acumulados com a atividade cafeeira 
foram investidos no setor industrial, cujo marco 
significativo foi a criação do Centro das Indústrias 
do Estado de São Paulo.
 
“Morte à gordura!
morte às adiposidades cerebrais!
Morte ao burguês-mensal!
ao burguês-cinema! ao burguês-tílburi!
Padaria Suissa! Morte viva ao Adriano!
‘– Ai, filha, que te darei pelos teus anos?
– Um colar... – Conto e quinhentos!!!’
(...) Fora! Fu! Fora o bom burguês!...”
 O trecho acima, transcrito do poema Pauliceia Desvai-
rada, de Mário de Andrade, foi recitado na Semana de 
Arte Moderna, realizada de 11 a 18 de fevereiro de 
1922, no Teatro Municipal de São Paulo. Sobre esse 
movimento, é correto afirmar que:
a) teve como princípio uma arte baseada na estética 
romântica e realista.
X b) tentou traduzir a cultura e os problemas nacionais 
através da arte.
c) gerou uma valorização da arte europeia em detri-
mento da arte brasileira.
d) foi uma tentativa de renovar as manifestações artís-
ticas no Brasil Império.
e) foi um grupo de poetas e escultores que reafirma-
ram o parnasianismo no Brasil.
3. (UFC – CE) “A travessia para o Juazeiro fez-se a mar-
chas forçadas, em quatro dias. E quando lá chegou o 
bando dos expedicionários, fardas em trapos, feridos, 
estropiados, combalidos, davam a imagem da derro-
ta. Parecia que lhes vinham em cima, nos rastros, os 
jagunços. A população alarmou-se, reatando o êxodo. 
Ficaram de fogos acesos na estação da via-férrea 
todas as locomotivas. Arregimentaram-se todos os 
História 17
MACHADO, P. P. Lideranças do Contestado. Campinas: Unicamp, 
2004. (Adaptado).
 No início do século XX, uma série de empreendimentos 
capitalistas chegou à região do meio-oeste de Santa 
Catarina − ferrovias, serrarias e projetos de coloniza-
ção. Os impactos sociais gerados por esse processo 
estão na origem da chamada Guerra do Contestado. 
Entre tais impactos, encontrava-se:
a) a absorção dos trabalhadores rurais como trabalha-
dores da serraria, resultando em um processo de 
êxodo rural.
b) o desemprego gerado pela introdução das novas 
máquinas, que diminuíam a necessidade de mão de 
obra.
X c) a desorganização da economia tradicional, que sus-
tentava os posseiros e os trabalhadores rurais da 
região.
d) a diminuição do poder dos grandes coronéis da re-
gião, que passavam a disputar o poder político com 
os novos agentes.
e) o crescimento dos conflitos entre os operários em-
pregados nesses empreendimentos e os seus pro-
prietários, ligados ao capital internacional.
6. (ENEM) 
PRADO, P. Retrato do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1972.
 A crítica presente no texto remete ao acordo que fun-damentou o regime republicano brasileiro durante as 
três primeiras décadas do século XX e fortaleceu o(a)
a) poder militar, enquanto fiador da ordem econômica.
b) presidencialismo, com o objetivo de limitar o poder 
dos coronéis.
X c) domínio de grupos regionais sobre a ordem 
federativa.
d) intervenção nos estados, autorizada pelas normas 
constitucionais.
e) isonomia do governo federal no tratamento das 
disputas locais.
7. (FGV – RJ) 
5. (ENEM)
A serraria construía ramais ferroviários que 
adentravam as grandes matas, onde grandes 
locomotivas com guindastes e correntes gigan-
tescas de mais de 100 metros arrastavam, para 
as composições de trem, as toras que jaziam 
abatidas por equipes de trabalhadores que an-
teriormente passavam pelo local. Quando o 
guindaste arrastava as grandes toras em dire-
ção à composição de trem, os ervais nativos 
que existiam em meio às matas eram destruí-
dos por este deslocamento.
Nos estados, entretanto, se instalavam as 
oligarquias, de cujo perigo já nos advertia 
Saint-Hilaire, e sob o disfarce do que se cha-
mou “a política dos governadores”.
Em círculos concêntricos esse sistema vem 
cumular no próprio poder central que é o sol 
do nosso sistema.
“O florianismo foi no Brasil o primeiro mo-
vimento político espontâneo centrado na figura 
de uma liderança política. Congregou parcelas 
significativas da população urbana em geral 
deslocadas dos canais de decisão política. Flo-
riano Peixoto encarnou, na avaliação desse con-
tingente social pequeno-burguês, as aspirações 
mais substantivas do corolário da República.”
(PENNA, Lincoln de Abreu. República brasileira. Rio de Janeiro: 
Nova Fronteira, 1999.)
 Floriano Peixoto, o Marechal de Ferro, no poder entre 
1891 e 1894, foi acusado pela oposição de ser o “Ro-
bespierre brasileiro” e o “Marechal Vermelho”.
 Assinale a alternativa em que estão indicadas correta-
mente as duas ideias básicas que sustentam o chama-
do florianismo:
a) catolicismo social e jacobinismo nacionalista e 
social;
b) socialismo reformista e nacionalismo econômico;
c) corporativismo social e federalismo;
X d) ideal positivista da “coisa pública” e jacobinismo na-
cionalista e social;
e) liberalismo político e nacionalismo econômico.
18 Volume 8
Ponto de partida 
19
Grande Guerra 
35
 Analise as fotografias e responda às questões a seguir.
1. Qual é o tema retratado em cada uma das fotografias?
2. Explique os fatores presentes na Bela Época (Belle Époque) que podem ter ocasionado a Grande Guerra.
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2
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Museu Canadense de Guerra/Fotógrafo desconhecido
Biblioteca do Congresso dos
 Estados Unidos/Fotógrafo d
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A VIDA no front. 1918. Museu Canadense de Guerra 
(coleção George-Metcalf), Ontário. 1 fotografia, p&b.
Objetivos da unidade:
 relacionar as transformações ocorridas na Europa durante o fim do século XIX e o início do 
século XX à Revolução Industrial e ao Imperialismo;
 compreender as relações entre o Imperialismo, o nacionalismo e as rivalidades das potências 
industrializadas;
 analisar os fatores que ocasionaram a eclosão do conflito mundial;
 conhecer as principais fases do conflito da Grande Guerra;
 estabelecer relação entre os desenvolvimentos tecnológicos e as armas utilizadas no conflito, 
com destaque para as novas estratégias de guerra aplicadas;
 compreender o desfecho do conflito e identificar os países vitoriosos, os derrotados e as de-
cisões estabelecidas pelos principais acordos de paz firmados ao fim da guerra;
 compreender as modificações que ocorreram na sociedade e nas produções artísticas como 
fruto das mudanças geradas pela Grande Guerra.
a Europa durante o fim do século XIX e o início do
Para compreender a Grande Guerra, é importante recordar o avanço imperialista das potências europeias sobre 
territórios da Ásia, da África e da Oceania.
As disputas por territórios situados nesses continentes estiveram relacionadas à expansão do capitalismo industrial 
e ao objetivo de explorar novos mercados, fontes de matéria-prima e de energia e de expandir os domínios dos Estados 
europeus sobre o mundo.
Organize as ideias
Vamos relembrar um dos aspectos do Imperialismo, também denominado Neocolonialismo, o qual marcou o fim 
do século XIX.
Sobre a missão civilizatória europeia, verifique as questões a seguir.
1. (UERJ)
Gabarito.3
A palavra “imperialismo”, no sentido moderno, desenvolveu-se primordialmente na língua inglesa, 
sobretudo depois de 1870. Seu significado sempre foi objeto de discussão, à medida que se propunham 
diferentes justificativas para formas de comércio e de governo organizados. Havia, por exemplo, uma 
campanha política sistemática para equiparar imperialismo e “missão” civilizatória.
Adaptado de WILLIAMS, Raymond. Um vocabulário de cultura e sociedade. São Paulo: Boitempo, 2007.
 No final do século XIX, os europeus defendiam seus interesses imperialistas nas regiões africanas e asiáticas, justifi-
cando-os como missão civilizatória. Uma das ações empreendidas pelos europeus como missão civilizatória nessas 
regiões foi:
a) aplicação do livre comércio
b) qualificação da mão de obra
c) padronização da estrutura produtiva
X d) modernização dos sistemas de circulação
20 Volume 8
 Considerando a missão civilizató-
ria uma das principais justificati-
vas do Imperialismo europeu na 
África, produza, em seu caderno, 
um texto interpretativo sobre a 
charge.
Origens
 No início do século XX, o sentimento ultranacionalista, incentivado pelos Estados 
europeus em ascensão, como o Império Alemão, ajudou a disseminar a ideia de 
que a guerra afirmaria o patriotismo e a soberania. Desde o fim do século XIX, 
potências europeias vinham desenvolvendo a estratégia de mobilizar milhares, 
e depois milhões, de homens por centenas de quilômetros de frentes de guerra. 
Isso só foi possível graças à aceitação da sociedade de que grande parte de seus 
recursos materiais – e humanos – fosse sacrificada em nome da segurança do 
território e da sobrevivência da população. Associado à inferiorização do “outro” 
justificada por preceitos raciais, à intolerância e ao ódio a inimigos em potencial, 
um nacionalismo exaltado passou a ser difundido nos meios escolares e pela 
imprensa, mobilizando a população para a necessidade da guerra.
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Aprofundamento de conteúdo para o professor.4
Desde o fim do século XIX, a Alemanha vinha des-
pontando como um estado em ascensão, que ameaça-
va a hegemonia de grandes potências como a Rússia e 
a França. Teorias sobre uma suposta superioridade da 
“raça” germânica circulavam entre alguns meios acadê-
micos da época. Julgando-se superiores, muitos jovens 
alemães pensavam na guerra contra outras nações como 
uma forma de subjugar os que consideravam inferiores e, 
assim, aumentar o próprio poder.
Uma nascente e poderosa indústria colocava o impe-
rialismo alemão em igualdade de condições na partilha 
das regiões da Ásia e da África. Com abundantes reser-
vas de minério de ferro e carvão, o Império investiu na 
indústria pesada, ultrapassando, em 1914, a Grã-Bretanha 
em reservas de ferro e aço. A indústria bélica, que havia 
ajudado a garantir a vitória sobre a França no conflito 
franco-prussiano (1870-1871), era outro fator a fazer da 
Alemanha um poderoso rival na corrida imperialista.
Economicamente, a expansão do comércio ultra-
marino e a exploração de colônias possibilitavam o 
fornecimento de matérias-primas e a expansão do mer-
cado consumidor. No âmbito social, a legislação alemã 
era, ao menos em tese, exemplar para a época.
Desprezando as diferenças e desigualdades internas, 
no fim do século XIX e início do século XX, predominava 
na produção cultural alemã a alusão a um sentimento 
nacionalista. Este estava pautado em uma hereditarieda-
de comum, ligada à ascendência germânica que enalte-
cia a guerra como demonstração da força de um povo.
Nesse período, via-se florescer todauma geração de 
jovens, nascidos entre 1880 e 1890, criada em um am-
biente político impregnado de conceitos influenciados 
pelo darwinismo social e que enalteciam a raça ariana e o 
mito de sua superioridade racial. Ao mesmo tempo, eram 
dados os primeiros passos em direção à ideia de expurgo 
de outros povos do território alemão, uma vez que o im-
pério estabelecido em 1871 defendia uma língua, uma 
nação, uma raça.
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2. Observe a charge.
ESTUDANTES de Berlim saúdam a entrada da Alemanha na guerra. 1914. 
1 fotografia, p&b.
História 21
Interpretando documentos
Pesquisa
 O ideário nacionalista exacerbado, com conotações racistas, acabou sendo apropriado por movimentos como o 
pangermanismo na Alemanha e o pan-eslavismo na Rússia. Pesquise esses dois movimentos e explique as prin-
cipais características de cada um.
Pangermanismo: liderado pela Alemanha, esse movimento político apregoava a necessidade de unir todos os povos que tinham 
ascendência germânica, expulsando dos territórios por eles ocupados pessoas de outros grupos étnicos. Pan-eslavismo: movimento 
político que defendia a necessidade de unir todos os povos que tinham ascendência eslava sob a proteção da Rússia.
A respeito das transformações pelas quais o continente europeu passou nas últimas décadas do século XIX e início 
do século XX, leia o documento a seguir.
WILLMOTT, H. P. Primeira Guerra Mundial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008. p. 16-17.
 Após a leitura e a análise do texto, responda às seguintes questões em seu caderno.
a) De que maneira a industrialização pode ter cooperado para o aumento da produção de alimentos?
b) De que modo o aumento da população contribui para o desenvolvimento de um país?
c) Por quais mudanças a Alemanha passou após a unificação ocorrida em 1871?
Orientação para a realização da atividade e gabarito.5
A Europa de 1914 era muito diferente daquela de meados do século XIX, quando somente a Grã-Bretanha 
e a Bélgica poderiam ser consideradas Estados industrializados, no sentido de que os estabelecimentos fabris 
e o comércio eram o sustentáculo principal da economia. Por volta de 1914, isso ocorreria com quase todo o 
norte da Europa.
Juntamente com a industrialização ocorreu um forte aumento populacional na região como um todo. Isso 
começara no século XVIII, e fora causado por um determinado número de fatores, inclusive uma melhora no 
suprimento de comida. Desenvolvimentos tecnológicos na agricultura haviam levado a um aumento na pro-
dução de alimentos, assim como melhorias nos sistemas de transporte permitiram que os alimentos fossem 
transportados facilmente. Pessoas melhor nutridas viviam mais e tinham mais filhos que sobreviviam até a 
idade adulta.
Na segunda metade do século XIX, as populações dos Estados europeus continuaram a crescer rapida-
mente acompanhando a rápida disseminação da industrialização. A exceção foi a França, que, em 1871, era o 
Estado mais populoso da Europa, fora a Rússia. A Alemanha recém-unificada assumiu aquela posição, e sua 
população aumentou 50% nos quarenta anos subsequentes, enquanto a da França continuou estagnada. Em 
1914, com exceção da Itália, a França era a menos populosa das potências.
A Grã-Bretanha foi também superada pela Alemanha, e não apenas em termos de população. Por mais de 
cem anos, a Grã-Bretanha fora a nação industrial líder. No entanto, quarenta anos depois da unificação em 
1871, a Alemanha tomara a liderança. (Nenhum desses países, contudo, podia competir com os Estados Uni-
dos, que por volta de 1900 emergira como a nação mais industrializada do mundo.)
22 Volume 8
O Imperialismo foi produto da expansão do capitalismo industrial e parecia não ter limites. Em decorrência disso, 
acirraram-se as tensões entre os Estados europeus, o que envolveu a disputa por territórios situados na África, na Ásia 
e no Leste Europeu.
Entre o fim do século XIX e o início do século XX, os antagonismos se agravaram, sobretudo em virtude do desen-
volvimento e da expansão do Estado alemão e da disputa entre os impérios Austro-Húngaro e Russo por territórios na 
região dos Balcãs.
Os Estados europeus passaram a investir mais na indústria bélica e na formação de contingentes militares. Políticas 
de alianças foram desenvolvidas e opunham, basicamente, um bloco franco-russo à aliança formada pela Alemanha 
e pela Áustria-Hungria. Em 1882, a Itália se uniu ao bloco da Alemanha e da Áustria originando a Tríplice Aliança. Em 
1907, foi a vez da Grã-Bretanha de se juntar ao bloco franco-russo formando a Tríplice Entente.
Estopim: a crise nos Balcãs
A região dos Balcãs esteve durante séculos sob a dominação do Império Turco-Otomano, que, desde 1878, passou 
a apresentar sinais de crise e decadência, o que favoreceu sublevações internas e investidas externas.
Os reinos da Romênia, Sérvia, Bulgária e Grécia viam na derrota dos turcos-otomanos a possibilidade de alargar os 
próprios territórios.
No início do século, as tensões se acirraram e se transformaram em conflitos armados. Em 1912, ocorreu a Primeira 
Guerra dos Balcãs, na qual a Grécia e a Sérvia e Montenegro se aliaram contra os turcos. Em 1913, foi a vez da Grécia e da 
Sérvia de se aliarem aos turcos em movimentações militares contra territórios búlgaros, dando origem à Segunda Guerra 
dos Balcãs.
Os conflitos nos Balcãs esti-
mularam as tensões entre o Im-
pério Austro-Húngaro, o Império 
Turco-Otomano e o Império Russo, 
visto que disputavam territórios na 
região.
Observe o mapa.
Sugestão de abordagem do conteúdo.6
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PENÍNSULA BALCÂNICA: início do século XX
Fonte: ALBUQUERQUE, Manoel Maurício de. Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro: FAE, 
1988. p. 145. Adaptação.
História 23
Interpretando documentos
As sublevações eslavas, lideradas pela Sérvia, tinham o apoio do Império Russo, que estava interessado em estender 
seu domínio na região e enfraquecer, assim, o poder dos impérios Turco e Austro-Húngaro.
A Áustria se aliou à Alemanha para enfrentar as constantes rebeliões. A Rússia se aproximou da Sérvia.
Para tentar minimizar as tensões, o herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro – o arquiduque Francisco Ferdi-
nando – planejou uma visita à Sérvia em junho de 1914.
No dia 28 do mesmo mês, quando passava 
pela capital Sarajevo, o Arquiduque foi assassina-
do por Gavrilo Princip, jovem militante do grupo 
nacionalista radical sérvio denominado Mão 
Negra. Esse fato, aparentemente local, acabou se 
transformando no estopim para uma guerra de 
dimensões extracontinentais: a Grande Guerra, 
que se arrastou até 1918.
O Império Austro-Húngaro, um dos mais 
poderosos do século XIX, havia sido intimado à 
guerra depois que o herdeiro do trono foi assassi-
nado pelo jovem sérvio. A Sérvia, nação localizada 
na região dos Balcãs, era dominada pelo Império 
Austro-Húngaro e foi apoiada pela Rússia, ao 
passo que a Áustria-Hungria recebeu apoio da 
Alemanha.
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Analise o texto a seguir.
HOLLWEG, Bethmann. In: SCHMITT, B. E. Comment vient la guerre. Tradução de Française de Cp. Appuhn. Paris: Costes, 1932. p. 231-232 
apud MATTOSO, Kátia Maria de Queirós. Textos e documentos para o estudo da história contemporânea: (1789-1963). São Paulo: Hucitec-Edusp, 
1977. p. 156-157.
 De acordo com a análise do documento e nossos estudos, responda às seguintes questões em seu caderno.
a) Identifique o documento transcrito, bem como sua data, seu local e os personagens envolvidos.
b) Qual é o conteúdo central do documento?
c) Que relação existe entre as tensões na região dos Balcãs e as alianças firmadas por Estados europeus no fim do 
século XIX e início do século XX?
Gabarito.7
Telegrama do Chanceler do Império Alemão ao Embaixador em Petersburgo
Berlim, 31 de julho de 1914
Apesar das negociações de mediação ainda em curso e apesar de não termos até o momento tomadonenhuma medida de mobilização, a Rússia mobilizou todo o seu exército e sua frota, então também con-
tra nós. Essas medidas russas nos obrigaram, para garantir a segurança do Império, a declarar o estado 
de ameaça de guerra, que não significa ainda a mobilização.
Mas a mobilização deverá seguir-se, no prazo de doze horas, se a Rússia não suspender toda medida 
de guerra contra nós e a Áustria-Hungria, e não nos fizer uma declaração precisa neste sentido. Peço-lhe 
comunicar isto imediatamente ao Sr. Sazanoff e telegrafar a hora em que foi feita a comunicação [...].
CORTEJO fúnebre do Arquiduque Francisco Fernando da Áustria, em 
Sarajevo. 5 jul. 1914.1 fotografia, p&b.
24 Volume 8
Entre junho e julho de 1914, as antigas alianças se firmaram e as mobilizações militares iniciaram: as Potências 
Centrais (Alemanha e Áustria-Hungria) declararam guerra à Sérvia, cuja aliada era a Rússia.
A Alemanha passou a atacar a Rússia e a França ao mesmo tempo e, para evitar a estruturação da defesa francesa, 
atacou também a neutra Bélgica objetivando invadir o território francês pelo norte e chegar mais facilmente a Paris. 
A invasão da Bélgica provocou a entrada da Grã-Bretanha na guerra, comprometida em defender a neutralidade do 
território belga no conflito.
Organize as ideias
Analise o mapa com o objetivo de compreender a dinâmica do conflito.
Fonte: WILLMOTT, H. P. Primeira Guerra Mundial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008. p. 15. Adaptação.
 De acordo com a análise do mapa, responda às seguintes questões.
a) Quais países formaram a Tríplice Entente?
França, Inglaterra e Rússia. Portugal, Romênia, Sérvia e Grécia ingressaram no grupo durante o conflito.
b) Quais países formaram a Tríplice Aliança?
Alemanha, Áustria-Hungria e Itália. Bulgária e Império Turco-Otomano ingressaram no grupo durante o conflito.
c) O que aconteceu com a Itália em 1915?
A Itália, que no início do conflito estava ao lado da Tríplice Aliança, passou a apoiar a Tríplice Entente.
EUROPA: divisão política em 1914 e Grande Guerra
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História 25
O conflito
Constituindo-se como a maior potência da Frente Ocidental, a Alemanha iniciou uma guerra em dois pontos: que-
ria liquidar a França no Ocidente (Frente Ocidental) e a Rússia no Oriente (Frente Oriental).
Entre 1914 e 1917, forças alemãs avançaram sobre a França e atravessaram a Bélgica. Os britânicos se juntaram às 
tropas francesas. Os dois lados se organizaram, então, em linhas paralelas e avançaram lentamente por meio de trin-
cheiras cavadas no solo.
Leia, a seguir, as principais etapas do confronto armado nas Frentes Ocidental e Oriental.
• 1914 – A Alemanha declarou guerra à Rússia e à França e invadiu a Bélgica. A Grã-Bretanha declarou guerra 
à Alemanha. A Áustria declarou guerra à Rússia. Grã-Bretanha, França e Rússia declararam guerra à Turquia. 
Alemães avançaram sobre a França e sobre a Rússia. Tropas britânicas chegaram à França. Teve início a guerra 
de trincheiras na Frente Ocidental.
• 1915 – Anúncio do Bloqueio Naval da Grã-Bretanha contra a Alemanha, que respondeu com um bloqueio sub-
marino à Inglaterra. Os alemães utilizaram, pela primeira vez, gás venenoso em Yprès. A Itália se juntou à Tríplice 
Entente, e a Bulgária passou a apoiar as Potências Centrais.
• 1916 – Na Frente Oriental, ocorreu a ofensiva alemã na Batalha de Verdun, causando muitas baixas de ambos 
os lados. França e Grã-Bretanha fizeram um acordo secreto para a partilha do Império Turco. Ocorreu a Batalha 
de Jutlândia entre britânicos e alemães. Em julho, na Batalha de Somme, ingleses usaram pela primeira vez blin-
dados; foi registrado mais de um milhão de baixas. Romênia e Portugal entraram no conflito contra a Alemanha.
• 1917 – Teve início a Revolução de Fevereiro na Rússia. Ingleses tomaram Bagdá, anteriormente ocupada pela 
Turquia, e passaram a apoiar a criação de um Estado judaico na Palestina. Em virtude dos torpedeamentos ale-
mães a navios mercantes, os Estados Unidos entraram na guerra ao lado dos aliados (Tríplice Entente). Italianos 
sofreram pesada derrota na Batalha de Caporetto.
• 1918 – Pelo tratado de Brest-Litovsk, firmado entre Rússia e Alemanha, a Rússia se retirou da guer-
ra. Em julho, na Segunda Batalha do Marne, a ofensiva alemã falhou e as tropas germânicas se 
retiraram da Frente Ocidental. Na Batalha de Vittorio Veneto, as tropas italianas obtiveram a rendição austro-
-húngara. Foi instituída a República na Alemanha, sediada na cidade de Weimar. O imperador alemão Guilher-
me II foi obrigado a abdicar. Em novembro, a Alemanha assinou a rendição e colocou fim à Grande Guerra.
O conflito foi dividido em duas fases distintas: a Guerra de Movimento e a Guerra de Trincheiras.
A Guerra de Movimento durou cerca de um ano e caracterizou-se pelo deslocamento das tropas que estavam 
tomando posição nas fronteiras de seus países.
A Guerra de Trincheiras foi marcada pela guerra estática, em que os soldados cavavam trincheiras nas frentes de 
batalha. O avanço tecnológico possibilitou a fabricação de armamentos mais potentes que impediam a luta em campo 
aberto como era tradição nos conflitos anteriores. Dessa forma, as trincheiras passaram a servir de proteção contra os 
ataques inimigos e, ao mesmo tempo, de base para os ataques que procuravam tomar a trincheira adversária. Nesse 
tipo de guerra, os avanços e recuos são lentos e imprevisíveis.
Na Frente Ocidental, a guerra de trincheiras se arrastou por três anos e é considerada, por alguns historiadores, a 
fase mais trágica da Grande Guerra.
26 Volume 8
Troca de ideias 
Com um colega, analisem os documentos a seguir que descrevem as condições de luta nas trincheiras da Grande 
Guerra.
Estamos no outono. Dos veteranos, já não há muitos. Sou o último dos sete colegas de turma que 
vieram para cá.
Todos falam de paz e armistício. Todos esperam. Se for outra decepção, eles vão se desmoronar, as es-
peranças são muito fortes; é impossível destruí-las sem uma reação brutal. Se não houver paz, então haverá 
revolução.
Tenho catorze dias de licença, porque engoli um pouco de gás. [...]
Se tivéssemos voltado em 1916, do nosso sofrimento e da força de nossa experiência, poderíamos ter 
desencadeado uma tempestade. Mas, se voltarmos agora, estaremos cansados, quebrados, deprimidos, va-
zios, sem raízes e sem esperança. Não conseguiremos mais achar o caminho.
E as pessoas não nos compreenderão, pois, antes da nossa, cresceu uma geração que, sem dúvida, 
passou esses anos aqui junto a nós, mas que já tinha um lar e uma profissão, e que agora voltará para suas 
antigas colocações e esquecerá a guerra... e, depois de nós, crescerá uma geração, semelhante à que fomos 
em outros tempos, que nos será estranha e nos deixará de lado. Seremos inúteis até para nós mesmos. En-
velheceremos, alguns se adaptarão, outros simplesmente resignar-se-ão e a maioria ficará desorientada; os 
anos passarão e, por fim, pereceremos todos.
Levanto-me.
Estou muito tranquilo. Que venham os meses e os anos, não conseguirão tirar mais nada de mim, não 
podem me tirar mais nada. Estou tão só que posso enfrentá-los sem medo. [...]
Tombou morto em outubro de 1918, num dia tão tranquilo em toda a linha de frente, que o comunicado 
se limitou a uma frase: ‘Nada de novo no front’.
Caiu de bruços e ficou estendido, como se estivesse dormindo. Quando alguém o virou, viu-se que ele 
não devia ter sofrido muito. Tinha no rosto uma expressão tão serena que quase parecia estar satisfeito de 
ter terminado assim.
Sugestão de abordagem do conteúdo.8
Certa noite, na segunda semana de novembro, houve uma forte tempestade, com relâmpagos cortando 
o céu em meio aos clarões das explosões. A chuva cobriu a terra de ninguém com uma camada de água de 
uns 25 centímetros, mas não parou de cair. Tamanho volume de chuva acabou interrompendo a primeira 
batalha de Yprés, que avançava devastadoramente para o norte. Nosso setor ao norte de Armentières foi 
arrasado.Pode-se imaginar as condições das latrinas. 
O terreno à nossa frente estava cheio de soldados 
mortos. Com a chuva ainda caindo, chafurdávamos 
em uma argila amarelenta. Nossas trincheiras, com 
um pouco mais de 2 metros de profundidade, esta-
vam cobertas com um lençol de água com cerca de 
1,20 metro. Movimentávamo-nos ou nos arrastáva-
mos lentamente através da marga lamacenta ou de 
um lamaçal amarelento, o que era muito diferente. 
REMARQUE, Erich Maria. Nada de novo no front. Porto Alegre: L&PM, 2008. p. 221-222.
marga: calcário argiloso, ou argila com maior ou 
menor teor em calcário.
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SOLDADOS britânicos saem da trincheira para atacar o inimigo 
durante a Batalha do Somme. Somme. 1916. 1 fotografia, p&b.
História 27
ARTHUR, Max. Vozes esquecidas da Primeira Guerra Mundial: uma história contada por homens e mulheres que vivenciaram o primeiro grande 
conflito do século XX. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011. p. 68.
 Após analisar os documentos e debater com seu colega, respondam às questões a seguir.
a) A guerra correspondeu às expectativas dos jovens soldados de lutar pela honra? Justifiquem a resposta.
Os jovens soldados se alistaram com o ideal de defender a família e a pátria. Entretanto, a dureza da guerra acabou por desencantá-los
e mostrar que a guerra era uma estupidez promovida pelas autoridades que não experimentavam as péssimas condições 
vivenciadas nas frentes de batalha.
b) A guerra trouxe novas oportunidades para os jovens que sobreviveram ao conflito? Justifiquem a resposta trans-
crevendo, nas linhas a seguir, um fragmento de um dos textos.
Não. “E as pessoas não nos compreenderão, pois, antes da nossa, cresceu uma geração que, sem dúvida, passou esses anos aqui 
junto a nós, mas que já tinha um lar e uma profissão, e que agora voltará para suas antigas colocações e esquecerá a guerra... e, 
depois de nós, crescerá uma geração, semelhante à que fomos em outros tempos, que nos será estranha e nos deixará de lado. 
Seremos inúteis até para nós mesmos. Envelheceremos, alguns se adaptarão, outros simplesmente resignar-se-ão e a maioria ficará 
desorientada; os anos passarão e, por fim, pereceremos todos.”
c) Com base nas informações dos documentos, descreva as condições de sobrevivência nas trincheiras.
Espera-se que os alunos expliquem que as trincheiras eram lugares insalubres e que causavam a morte dos soldados em pouco tempo 
em decorrência da fome, dos ferimentos e das doenças contagiosas ou provocadas pela umidade. O segundo texto descreve as 
condições de sobrevivência nas trincheiras quando as estações das chuvas inundavam toda a frente de batalha. Além disso, durante 
o inverno, ocorria o congelamento do corpo, o que implicava a morte do indivíduo ou a amputação de pés, pernas e mãos.
 
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Quando a noite chegou e pudermos sair dali, levamos quase uma hora para escalar as paredes. Alguns dos 
nossos companheiros voltaram a escorregar para dentro das trincheiras e se afogaram. Não conseguimos nem 
sequer vê-los, mas alguns de nós chegaram a pisar os corpos depois.
Retaguarda Segunda 
Trincheira
Primeira 
Trincheira
Primeira 
Trincheira
Segunda 
Trincheira
Zona minada
Túnel de 
comunicação
Arame 
farpado
Terra de 
Ninguém
Arame 
farpado
Zona da Tríplice AliançaZona da Tríplice Entente
10 Km
Guerra de Trincheiras
Observe na ilustração a posição dos exércitos francês e alemão, a disposição 
das trincheiras e a denominada "terra de ninguém". 
Jack Art. 2015. Digital.
28 Volume 8
Além das batalhas na Frente Ocidental, as Potências Centrais, en-
cabeçadas pela Alemanha, avançaram também sobre a Rússia e os 
Balcãs na chamada Frente Oriental. Nessa região, os combates não 
foram menos sangrentos.
Milhões de soldados, de ambos os lados, morriam nos combates, 
de frio ou de fome. Submarinos alemães, com o objetivo de matar 
os inimigos por inanição, interceptavam e impediam navios de levar 
alimentos à Grã-Bretanha. O avião, inventado há poucos anos, esta-
va sendo usado como uma poderosa “arma de matar”. Gases letais 
eram lançados nos campos de batalha pelos militares alemães.
Os primeiros a utilizar gases letais (venenosos) foram
 
os alemães na Batalha de Yprés, no dia 22 de abril d
e 
1915. O gás cloro foi lançado em direção às trinche
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ras francesas. Após essa primeira utilização, amb
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os lados da guerra passaram a fazer uso de diferent
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tipos de substâncias químicas. O gás cloro e o fosgê
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nio matavam os soldados por asfixia no período d
e 
24 horas após a inalação. O gás mostarda foi o ma
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utilizado e era o que gerava mais sofrimento, po
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causava o apodrecimento interno e externo do corp
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e produzia bolhas em toda a pele. Muitos soldado
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agonizavam por até cinco semanas antes de morrer.
BROOKE, John Warwick. Soldados ingleses operando metralhadora durante a Batalha do Somme. Somme. 1916. 1 fotografia, p&b.
 Tão logo surgiram os gases tóxicos como armas de guerra, foram criados equipamentos de proteção contra essas substâncias. 
Máscaras, óculos e luvas passaram a fazer parte dos uniformes dos soldados.
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 O cartaz utilizado para convocar jovens estadunidenses em 1917 apresenta a 
caricatura do presidente Abraham Lincoln apontando para o observador com a 
frase: Eu necessito de você nas forças armadas.
Rendição da Alemanha 
O ano de 1917 trouxe mudanças decisivas para o conflito. Nesse ano, 
dois acontecimentos ajudaram a definir os contornos que a história do con-
flito – e do mundo – passaria a ter a partir de então.
Na Rússia, o governo czarista renunciou e duas revoluções ocorreram. 
Os bolcheviques chegaram ao poder em outubro desse ano e uma das pri-
meiras decisões foi a retirada do país do conflito mundial. Foi assinado o 
Tratado de Brest-Litovsk entre Alemanha e Rússia, segundo o qual a Rússia 
perdia 32% das terras aráveis e 69% de sua indústria, além de pagar uma 
alta indenização à Alemanha.
FLAGG, James Montgomery. Convocação dos Estados Unidos para a Grande Guerra. 1917. 
1 cartaz, color.
Aprofundamento de conteúdo para o professor.9
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História 29
Interpretando documentos
Leia, neste fragmento de texto, algumas cláusulas do Tratado de Versalhes.
VOILLIARD, O. et al. Documentos de História: 1851-1971. [197-] apud FREITAS, Gustavo de. 900 textos e documentos de História. Lisboa: 
Plátano, 1976. v. 3, p. 273-274. 
 De acordo com o texto, em seu caderno, faça o que se pede a seguir. 
a) Cite as principais sanções impostas à Alemanha pelas potências aliadas.
b) A Alemanha foi considerada a grande culpada por todos os prejuízos causados e, por esse motivo, foi obrigada 
a aceitar um tratado com cláusulas tão duras. Em sua opinião, as cláusulas aplicadas à Alemanha foram justas? 
Justifique sua resposta. 10 Gabarito e aprofundamento de conteúdo para o professor.
Ainda no ano de 1917, os Estados Unidos declararam guerra às Potências Centrais após o torpedeamento de navios mer-
cantes estadunidenses por submarinos alemães. Para muitos historiadores, essa foi a desculpa dos Estados Unidos para entrar 
no conflito e auxiliar os aliados (Tríplice Entente), que corriam o risco de serem derrotados.
A partir de então, ao longo de um ano, pesadas derrotas foram infringidas às Potências Centrais, culminando com a 
derrota da Áustria e da Alemanha. Os alemães assinaram a rendição em 11 de novembro de 1918. Era o fim da Grande 
Guerra.
Fim do conflito e a nova ordem mundial
Entre as consequências do conflito, contabilizam-se 9 milhões de mortos, a devastação do continente europeu, a 
ascensão dos Estados Unidos, a criação da Liga das Nações (organização internacional voltada a evitar novos conflitos), 
a entrada das mulheres no mercado de trabalho e a liberalização dos costumes.
Quanto à Alemanha,às baixas sofridas pelo seu exército, somaram-se a derrota e a humilhação imposta pelo Tra-
tado de Versalhes assinado em 1919. O documento determinou inúmeras punições, entre elas, a perda dos territórios 
invadidos na Europa e das possessões imperiais alemãs em outros continentes.
(...) Art. 119 – A Alemanha renuncia, a favor das Principais Potências aliadas e associadas (Estados 
Unidos, Império Britânico, França, Itália e Japão), a todos os seus direitos e títulos de além-mar (...) 
Art. 160 – o exército alemão não deverá compreender mais de 7 divisões de infantaria e 3 divisões de 
cavalaria (...) Art. 168. – O fabrico de armas, munições e material de guerra (...) não poderá ser efec-
tuado senão em fábricas (...) sob a aprovação dos governos das Principais Potências aliadas e associadas 
(...) Art. 171 – São igualmente proibidos o fabrico e a importação pela Alemanha de carros blindados, 
tanques ou outros engenhos similares (...) Art. 198 – As forças militares da Alemanha não deverão 
compreender nenhuma aviação militar nem naval (...) Art. 231 – Os Governos aliados e associados de-
claram e a Alemanha reconhece que a Alemanha e seus aliados são responsáveis, por tê-los causado, por 
todas as perdas e danos, sofridos pelos Governos aliados e associados e seus naturais, em consequência 
da Guerra (...) Art. 233 – O montante dos ditos prejuízos (...) será fixado por (a Comissão de Repara-
ções) (...) Art. 434 – A Alemanha obriga-se a reconhecer pleno valor dos Tratados de Paz e Convenções 
adicionais que serão concluídos (...) com as Potências que combateram ao lado da Alemanha (...) e a 
reconhecer os novos Estados com as fronteiras que lhes forem fixadas.
30 Volume 8
Organize as ideias
A saída da Rússia do conflito, a rendição da Alemanha e a destituição do Império Austro-Húngaro foram fatores 
que redefiniram a organização geopolítica da Europa. Novos países surgiram, conforme é possível observar por meio 
do mapa a seguir.
Fonte: WILLMOTT, H. P. Primeira Guerra Mundial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008. p. 299. Adaptação.
 Que novos países surgiram em 1921 após o término da Grande Guerra?
Finlândia, Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia, Tchecoslováquia, Hungria, Iugoslávia, Islândia e Irlanda.
A Alemanha após o conflito
As disputas imperialistas levaram o poderoso exército alemão à guerra, mas ele saiu perdedor.
O esforço de guerra, as destruições causadas ao território alemão e as cláusulas do Tratado de Versalhes foram 
elementos que tornaram ainda mais sofrida a situação das massas alemãs.
Durante a Grande Guerra, diferentes grupos se mostraram insatisfeitos com o governo imperial alemão centralizado 
na figura do kaiser. Essa insatisfação só veio a piorar com as baixas sofridas no conflito realizado em duas frentes.
EUROPA: divisão política após a Grande Guerra (1921)
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História 31
Enquanto o exército alemão acumulava derrotas externas, em 1918, uma revolução social explodiu na Alemanha.
Segmentos oriundos de diferentes categorias sociais se uniram para derrubar o kaiser e organizar uma forma mais 
democrática de governo. A República de Weimar constitui-se em um governo de conselhos populares, formado por 
socialistas, comunistas, ligas camponesas e liberais social-democratas de origem burguesa.
Entre 1918 e 1919, o governo dos Conselhos perdeu o apoio dos camponeses e as suas lideranças comunistas 
passaram a ser perseguidas e assassinadas. Entre elas, destaca-se Rosa Luxemburgo (1871-1919), uma das mais 
importantes militantes do comunismo na Alemanha da época.
A república burguesa que se seguiu não conseguiu reverter a grave crise econômica e social que abalou a Alemanha no 
pós-guerra nem o sentimento de revanche que se acentuou entre o povo alemão diante das humilhantes cláusulas do 
Tratado de Versalhes.
Esses fatores, aliados à grande crise do capitalismo mundial iniciada nos Estados 
Unidos em 1929 e que atingiu todo o Ocidente nos anos 1930, de certa forma, rela-
cionavam-se ao crescimento de grupos políticos de extrema direita, que defendiam 
e exaltavam o nacionalismo alemão e a possibilidade de uma revanche armada 
contra as nações que humilharam a Alemanha em 1919.
A guerra contribuiu para uma série de mudanças sociais, com destaque para as que ocorreram na vida das 
mulheres.
Durante o conflito, as mulheres assumiram os postos de trabalho deixados pelos homens que partiram para as 
frentes de batalha. Era necessário manter a produção do país. Mesmo após o conflito, o grande número de mortos e 
feridos exigiu que muitas mulheres continuassem trabalhando.
O recebimento do próprio salário estimulou certa autonomia das mulheres, que, agora, podiam se sustentar sem 
necessariamente depender de um marido.
Nesse período, o movimento feminista se fortaleceu e passou a reivindicar direitos para as mulheres.
Arte e guerra
Durante as primeiras décadas do século XX, movimentos artísticos e literários floresceram em vários países europeus.
Apesar de suas diferentes orientações, esses movimentos tinham em comum a busca pela ruptura com os padrões 
estéticos estabelecidos no século XIX. O conjunto dessas movimentações foi denominado Modernismo pelos teóricos.
Entre as movimentações artísticas modernistas, destacam-se a arte e a literatura expressionistas. Estas se caracteri-
zaram pela tentativa de ultrapassar as percepções dos sentidos, evocando, por meio da abstração, a expressão eterna 
e absoluta dos objetos e dos fatos, a essência para além da aparência. Em virtude disso, as obras expressionistas são 
carregadas de tensão – cores vibrantes, linhas distorcidas e personagens inquietantes.
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ROSA de Luxemburgo. 1905. 1 fotografia, p&b. 17,3 cm x 11,4 cm.
 A filósofa polonesa de origem judia foi uma das principais responsáveis pela 
disseminação do ideário socialista na Alemanha. Participou do Partido Social-
-Democrata da Alemanha e ajudou a fundar o que mais tarde seria o Partido 
Comunista da Alemanha. Sua presença se tornou indesejável na república 
instalada pelo Partido Social-Democrata, que ordenou seu sequestro e sua 
morte em 1919.
32 Volume 8
“Confrontada com o espetáculo de uma luta científica na qual o Progresso é usado para o retorno à 
Barbárie, e com o espetáculo de uma civilização que se volta contra si mesma para se destruir, a razão 
fraqueja”, escreveu Louis Mairet. Para o artista Paul Nash, os instrumentos normais de sua arte eram 
insuficientes: “Nenhuma pena ou desenho pode expressar esta região”, escreveu ele à sua mulher sobre 
a paisagem de Flandres. A Rejeição da forma tradicional na arte parecia ser a única reação honesta. Nash 
e muitos dos outros artistas oficiais britânicos da guerra, que em sua maioria tinham tido uma formação 
tradicional e provinham de um meio convencional e de um ambiente cultural que antes da guerra era 
em geral hostil a inovações artísticas, voltaram-se cada vez mais para modos experimentais de compo-
sição. Enfrentavam alguma oposição, mas recebiam sobretudo aplausos.
Até nos círculos oficiais havia em 1917 um reconhecimento relutante de que a guerra tinha introdu-
zido uma nova era, uma era que exigia uma nova sensibilidade.
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DIX, Otto. Ofensiva de soldados com máscaras de gás. 
1924. 1 água-forte, água-tinta, ponta-seca, 
19,3 cm × 28,8 cm. Museu de Arte Moderna de 
Nova York, Nova York.
 Essa obra representa o estilo expressionista do 
pintor alemão, que lutou na Grande Guerra
Sugestão de abordagem do conteúdo.11
Sugestão de abordagem do conteúdo.12
EKSTEINS, Modris. A sagração da primavera. Rio de Janeiro: Rocco, 1992. p. 276.
Alguns artistas tiveram obras censuradas por retratar uma realidade cujos temas eram considerados, pelas auto-
ridades militares, humilhantes para as tropas, além de atingirem negativamente o moral dos

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