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Embargos de Terceiros no Direito Civil

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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI
DIREITO 
ATIVIDADE PRATICA SUPERVISIONADA 
DE
EXECUÇÃO CIVIL
SÃO PAULO 2020
 EMBARGOS DE TERCEIROS
·	CONCEITO 
Os embargos de terceiros é um instrumento processual, que objetiva cessar ou inibir a constrição judicial de bens de pessoas alheias ao processo, sendo atribuido á aqueles que mesmo não fazendo parte da relação processual, sofre constrição judicial de bens de sua propriedade ou posse. ( art. 674 do CPC/15) 
No mesmo sentido, Humberto Theodoro Júnior ensina :
 Embargos de terceiro é remédio processual que a lei põe `a disposição de quem, não sendo parte no processo, sofre turbação ou esbulho na posse de seus bens por ato de apreensão judicial. Assim, embargos de terceiro é a “ação proposta por terceiro em defesa de seus bens contras execuções alheias”.
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·	NATUREZA JURIDICA E COMPETÊNCIA 
Os embargos de terceiro se qualificam como sendo ação judicial autônoma, com eficacia descontitutiva, ou constitutiva negativa, visando impugnar a prática de atos judiciais de constrição de bens,que se deram de forma contraria a lei, como a penhora, o arresto, o sequestro, turbação e o esbulho Embora sirvam para impugnar atos judiciais, os embargos de terceiros não têm natureza de recurso, incluindo-se entre os meios autônomos de impugnação, como a ação rescisória e o mandado de segurança. 
A respeito da natureza juridica dos embargos de terceiros Nery Junior leciona :
Trata-se de ação de conhecimento, constitutiva negativa, de procedimento especial sumário, cuja finalidade é livrar o bem ou direito de posse ou propriedade de terceiro da constrição judicial que lhe foi injustamente imposta em processo de que não faz parte. O embargante pretende ou obter a liberação (manutenção ou reintegração na posse), ou evitar a alienação de bem ou direito indevidamente constrito ou ameaçado de o ser.
Conforme displina o art. 676 do CPC/15, os embargos de terceiros deverá ser proposta na vara de origem da ação principal. Vale ressaltar que apesar dos embargos de terceiro ter natureza de ação autonôma de conhecimento, é destribuida por conexão a ação que deu origem a constrição ou ameaça a constrição do bem juridico tutelado. 
Senão vejamos : 
Art. 676. Os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo que ordenou a constrição e autuados em apartado.
Parágrafo único. Nos casos de ato de constrição realizado por carta, os embargos serão oferecidos no juízo deprecado, salvo se indicado pelo juízo deprecante o bem constrito ou se já devolvida a carta.
·	LEGITIMIDADE
Compreende-se por terceiro aquele que não fazendo parte da relação processual que deu causa a sentença condenatória, sofreu constrição ou ameaça de constrição de bens de sua posse, propriedade ou dominio, inclusive podendo figurar como terceiro o credor fiduciário.
Nesse sentido o STJ entende: 
“Nos termos da jurisprudência do STJ, é possível ao credor a oposição de embargos de terceiro para resguardar o bem alienado fiduciariamente, que foi objeto de restrição judicial” (REsp n. 622.898-SC, rel. Min. Aldir Passarinho Junior, j. 4.5.2010).
No mesmo sentido o STF traz: 
“São cabíveis embargos de terceiro, em favor de quem, embora não tendo a posse, é titular inquestionável do domínio de bem que por tal circunstância, não pode sofrer no processo, apreensão judicial” (TJPR/RT 538/175), e, “É razoável, quando menos, o entendimento de que o titular inquestionável do domínio, embora não tendo a posse, pode utilizar embargos de terceiro, e tal posição não nega vigência aos preceitos pertinentes no Código de Processo Civil"(STF/RT 542/259). 
·	PRAZO
Os embargos de terceiros podem ser opostos a qualquer tempo durante o processo de conhecimento, enquanto não há sentença transitada em julgado, todavia a partir da fase de execução o prazo será de 5 dias, observada a data da adjudicação, alienação ou arrematação, desde que não assinada a respectiva carta. Senão vejamos: 
Art. 675. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.
Parágrafo único. Caso identifique a existência de terceiro titular de interesse em embargar o ato, o juiz mandará intimá-lo pessoalmente.” 
·	 PROCEDIMENTO 
Conforme preceitua o art. 677 do CPC/15, para ingressar com a ação de embargos de terceiros é necessário que o embargante prove de forma inconteste, que possui legitimidade para figurar como terceiro na ação principal, podendo provar o alegado por meio de provas documentais . Ademais será necessário apresentar provas concretas da condição de proprietário, possuidor ou dominio do bem ameaçado ou tomado.
 Senão vejamos:
Art. 677. Na petição inicial, o embargante fará a prova sumária de sua posse ou de seu domínio e da qualidade de terceiro, oferecendo documentos e rol de testemunhas.
§ 1º É facultada a prova da posse em audiência preliminar designada pelo juiz.
§ 2º O possuidor direto pode alegar, além da sua posse, o domínio alheio.
§ 3º A citação será pessoal, se o embargado não tiver procurador constituído nos autos da ação principal.
§ 4º Será legitimado passivo o sujeito a quem o ato de constrição aproveita, assim como o será seu adversário no processo principal quando for sua a indicação do bem para a constrição judicial.
·	REFERÊNCIAS
https://sajadv.jusbrasil.com.br/artigos/336857391/novo-cpc-como-sao-tratados-os-embargos-de-terceiro Autor desconhecido. Novo CPC - Como são tratados os Embargos de Terceiro. Acesso em: 01/06/2020
https://lopesnati.jusbrasil.com.br/artigos/321018128/embargos-de-terceiro 
LOPES N, Entendimento doutrinário do instituto e quadro comparativo entre o CPC de 1973 e o de 2015. Acesso em: 01/06/2020
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-processual-civil/embargos-de-terceiro-e-sua-aplicacao/
Czyzeski P, Embargos de terceiro e sua aplicação. Acesso em: 03/06/2020

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