Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
LEGISLAÇÃO SOCIAL Cinthia Louzada Ferreira Giacomelli Regimes previdenciários Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir Previdência Social. Reconhecer os tipos de regimes previdenciários em vigor no Brasil. Discutir as bases atuais dos institutos de Previdência Social no Brasil. Introdução A Previdência Social é um dos pilares da seguridade social e consiste em prover condições mínimas de sobrevivência ao indivíduo contribuinte do sistema em casos de verificação de contingências, como acidentes, morte e desemprego, entre outros. Aquele que contribui para o sistema de Previdência Social é chamado de segurado e poderá gozar dos benefícios por ela previstos, considerando o regime previdenciário ao qual é filiado, que poderá ser público ou privado. Neste capítulo, você vai ler sobre o conceito e os principais elementos da Previdência Social, identificar os regimes previdenciários vigentes no Brasil e conhecer os fundamentos dos institutos de Previdência Social atuantes no País, considerando que o regime previdenciário público permite a criação de institutos estaduais e municipais para atender aos interesses de seus servidores. Previdência Social Com o advento da Constituição Federal de 1988, instituiu-se, no Brasil, a seguridade social: um sistema baseado na solidariedade, que se destina a reduzir as desigualdades sociais. Assim prevê o art. 194 da Constituição Federal (BRASIL, 1988, documento on-line): “Art. 194 A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Pú- blicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social”. Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce A seguridade social é “[...] o conjunto de princípios, de regras e de insti- tuições destinado a estabelecer um sistema de proteção social aos indivíduos contra contingências que os impeçam de prover as suas necessidades pessoais básicas e de suas famílias” (MARTINS, 2010, p. 20). Contempla, portanto, as várias garantias ao indivíduo nas esferas de direitos à saúde, à assistência social e à Previdência Social. Essas três políticas asseguram condições mínimas de sobrevivência digna, como bem comentado por Santos (2013, p. 35): Se o necessitado for segurado da previdência social, a proteção social será dada pela concessão do benefício previdenciário correspondente à contingência- -necessidade que o atingiu. Caso o necessitado não seja segurado de nenhum dos regimes previdenciários disponíveis, e preencha os requisitos legais, terá direito à assistência social. Todos, ricos ou pobres, segurados da previdência ou não, têm o mesmo direito à saúde. Assim, por meio da proteção oferecida pelos três institutos componentes da seguridade social (Previdência Social, assistência social e assistência à saúde), são garantidas as condições mínimas necessárias para que os indivíduos vivam com dignidade. Os três pilares da seguridade social são: assistência à saúde; assistência social; Previdência Social. A Previdência Social, portanto, é um dos pilares da seguridade social no Brasil e consiste na técnica de proteção social que garante os meios in- dispensáveis à subsistência da pessoa humana, em situações específicas. A Previdência Social se justifica e está vinculada à capacidade produtiva do ser humano, ao trabalho como meio de produção para atender às necessidades de cada tempo. Para Granemann ([2018?], documento on-line): A concepção de trabalho como fundador da sociabilidade humana implica o reconhecimento de que as relações sociais construídas pela humanidade, desde as mais antigas, sempre se assentaram no trabalho como fundamento da própria reprodução da vida dado que, por meio de tal atividade, produziram os bens socialmente necessários a cada período da história humana. Assim, a Previdência Social tem por finalidade suprir as necessidades daquele que não pode mais exercer atividades laborais e, assim, manter o seu sustento, independentemente do motivo, considerando as disposições legais. Regimes previdenciários2 Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce A Previdência Social no Brasil contempla dois regimes previdenciários, conforme será comentado no próximo tópico deste capítulo. No entanto, na abordagem aqui adotada, o foco será o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), tendo em vista que esse é o regime que inspira os regimes próprios dos servidores públicos das diversas esferas. A Lei nº. 8.213, de 24 de julho de 1991, regulamenta o RGPS brasileiro e prevê que: Art. 1º A Previdência Social, mediante contribuição, tem por fim assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, desemprego involuntário, idade avançada, tempo de serviço, encargos familiares e prisão ou morte daqueles de quem dependiam econo- micamente (BRASIL, 1991, documento on-line). A contribuição, referida no art. 1º da Lei nº. 8.213/1991, mantém o sistema: é a forma de custeio necessária para que sejam mantidos os benefícios oferecidos. Aquele que efetivamente contribui para a manutenção do regime é chamado de segurado. Os segurados dividem-se em dois grupos: obrigatórios, que exercem atividade remunerada; facultativos, que não exercem atividade remunerada e contribuem de maneira voluntária para o sistema. Não podemos confundir a figura do segurado com a figura do dependente. O dependente não recolhe qualquer contribuição enquanto estiver nessa condição, porém poderá ser beneficiado pela contribuição feita pelo segurado. Nesse sentido, podemos afirmar que segurados e dependentes são beneficiários do sistema previdenciário. De acordo com o art. 16 da Lei nº. 8.213/1991, são dependentes (BRASIL, 1991, documento on-line): Art. 16 São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado: I — o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; II — os pais; 3Regimes previdenciários Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce III — o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; Para que se viabilizem os benefícios oferecidos pelo RGPS, tanto para segurados quanto para dependentes, é necessário que se proceda, respectiva- mente, à filiação e à inscrição. Por filiação, entendemos o vínculo jurídico estabelecido entre o segurado e o RGPS, do qual decorrem direitos e obrigações recíprocos. Já a inscrição compreende a formalização da filiação, que se dá mediante o cadastramento do beneficiário no RGPS, para que possa se tornar beneficiário do sistema previdenciário. Para Leitão e Andrade (2012, p. 86), “[...] enquanto a filiação é um conceito aplicável exclusivamente ao segurado, a inscrição deve ser formalizada tanto para o segurado como para o dependente. Só o segurado pode se filiar, mas ambos devem se inscrever”. Filiados e inscritos, os segurados perdem tal condição se não contribuírem a partir do 16º dia após a última contribuição ou do último mês de trabalho, em regra. No entanto, a lei prevê hipóteses em que o segurado mantém a qualidade de segurado mesmo não contribuindo, de acordo com o art. 15 da Lei nº. 8.213/1991: é o chamado período de graça (BRASIL, 1991). A idade mínima para filiação e, como consequência, para inscrição do segurado é de 16 anos, com a ressalva da filiação do jovem aprendiz, que pode acontecer a partir dos 14 anos. O jovem aprendiz é empregado e, portanto, segurado obrigatório do RGPS, nos termos doart. 11 da Lei nº. 8.213/1991. No entanto, de acordo com a Súmula nº. 5 da Turma Nacional de Uniformização (TNU), a jurisprudência majoritária reconhece, para fins previdenciários, a prestação de serviço rural por menor entre 12 e 14 anos, até o advento da Lei nº. 8.213/1991. Regimes previdenciários em vigor no Brasil A Constituição Federal prevê a existência de dois regimes previdenciários: regime público; regime privado. Regimes previdenciários4 Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Os regimes públicos subdividem-se, ainda, em três: RGPS; regime previdenciário próprio dos servidores públicos civis; regime previdenciário próprio dos militares. Cada regime tem as suas especificidades e é regulamentado por legislação própria. Os regimes previdenciários públicos, quando há atividade remunerada, são de caráter obrigatório, ou seja, a filiação independe da vontade do traba- lhador. Já o regime privado trata da previdência complementar, cuja adesão é facultativa e, ao contrário do regime público, requer a manifestação expressa da vontade do trabalhador. Sob o aspecto financeiro, os regimes previdenciários podem adotar duas formas de custeio: regime de capitalização; regime de repartição simples. Os regimes públicos brasileiros adotam o regime de repartição simples, “[...] baseado na solidariedade entre indivíduos e entre gerações, as contribui- ções dos que podem trabalhar são imediatamente empregadas no pagamento das prestações dos que não podem exercer a atividade laboral” (SANTOS, 2013, p. 141). De acordo com o art. 195 da Constituição Federal, a seguridade social é “[...] financiada pela sociedade, de forma direta e indireta”, mediante recursos provenientes de todos os entes federativos e pelas seguintes contribuições sociais: do empregador, empregado e demais segurados da Previdência Social, sobre a receita de concursos de prognósticos e do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem for por lei equiparado a ele (BRASIL, 1988, documento on-line). Nesse sentido, o RGPS, por exemplo, é de caráter contributivo obrigatório. A cobertura previdenciária pressupõe o pagamento de contribuições para a manutenção do sistema, sendo que apenas aquele que contribui financeira- mente para o regime adquire a condição de segurado da Previdência Social. Assim, atendidos os requisitos legais, o segurado tem direito à cobertura previdenciária correspondente à necessidade que manifesta, estendida a seus dependentes. 5Regimes previdenciários Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Para ampliar o debate sobre o orçamento da Seguridade Social e conhecer mais sobre os instrumentos de política fiscal, como a desvinculação das receitas da união, confira o artigo disponível no link a seguir. https://goo.gl/aSdmWX No regime próprio de Previdência Social, incidente para os servidores, as regras de contribuição e de benefícios são muito semelhantes, variando alguns aspectos de acordo com a legislação específica de cada ente federativo. Já o regime previdenciário próprio dos militares diferencia-se em muitos aspectos; a eles, é aplicado o sistema de paridade e de pensão integral, sem reduções. O entendimento jurídico em relação aos militares é que eles exercem uma função essencial para a manutenção dos princípios constitucionais, como a defesa da soberania nacional, por exemplo. Quando o militar sai da ativa, ele não se aposenta, mas passa para a reserva e, a partir de determinada idade, é reformado. Na reserva, o militar pode ser convocado em caso de guerra, o que justificaria um tratamento diferenciado nas suas questões previdenciárias: o que o militar recebe tecnicamente não é um benefício previdenciário, mas um salário, pois poderá ter que voltar a trabalhar. Por isso, os militares na ativa não fazem contribuições para suas aposen- tadorias, apenas para pensões. Destacamos, ainda, que na ativa os militares não têm direito à greve nem a horas extras; também não recolhem o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e não recebem adicionais noturnos e de periculosidade. Já o regime privado de previdência difere dos regimes públicos e está pre- visto no art. 202 da Constituição Federal (BRASIL, 1988, documento on-line): Art. 202 O regime de previdência privada, de caráter complementar e orga- nizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar. O caráter complementar do regime privado tem a função de garantir a manutenção do padrão financeiro do trabalhador, depois que ele deixa de trabalhar. O RGPS possui um valor teto para o pagamento de benefícios, que é Regimes previdenciários6 Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce alterado todos os anos e impede que pessoas cujos rendimentos são superiores ao teto mantenham o padrão de vida adquirido durante a atividade laboral. Assim, se o indivíduo quiser auferir rendimentos maiores do que o teto do RGPS, uma das possibilidades é recorrer à previdência privada. Nesse sentido, destacamos ainda o caráter facultativo do regime privado. Da mesma forma, é um sistema autônomo, pois não é necessário que o indivíduo esteja vinculado ao RGPS para que possa aderir à previdência privada. Existem dois tipos de previdência privada: previdência aberta, acessível a qualquer pessoa física, e previdência fechada, destinada exclusivamente a grupos específicos que tenham relação empregatícia ou associativa, como aos empregados de uma empresa ou a um grupo de servidores públicos, por exemplo. Institutos de Previdência Social no Brasil Desde o período imperial no Brasil, já existiam instrumentos de cunho previ- denciário, de forma que os cuidados de saúde, as ações de assistência social e os benefícios previdenciários, consolidados nas três políticas de seguridade social vigentes hoje, já estavam presentes nas primeiras legislações. Com o Decreto nº. 4.682, de 24 de janeiro de 1923, a conhecida Lei Eloy Chaves, o Brasil teve instituídas as Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs). A Lei Eloy Chaves regulamentava as CAPs das empresas ferroviárias, com o intuito de apoiar esses trabalhadores durante o período de inatividade. Já na década de 1930, o desenvolvimento urbano resultou na ampliação das organizações previdenciárias por categoria profissional, o que fez surgir os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs). No entanto, os institutos que representavam as maiores categorias tornaram-se mais fortes, o que acabou gerando distorções entre os institutos e as categorias. Percebeu-se, então, a necessidade de um sistema de previdência único. Em 1960, foi aprovada a Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS) (Lei nº. 3.807, de 26 de agosto de 1960), que unificou a legislação aplicável aos IAPs. Em 1966, surgiu o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), reformulando o sistema previdenciário e unificando todos os IAPs. 7Regimes previdenciários Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Em 1977, iniciou-se a fusão do INPS com o Instituto de Administração Financeira de Previdência e AssistênciaSocial (Iapas), existente desde 1977, junto ao qual também funcionava o Instituto Nacional de Assistência Mé- dica da Previdência Social (Inamps), que foi extinto e suas funções foram posteriormente assumidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Essa fusão se consolidou apenas em 1990, com a criação do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), resultado de uma construção histórica de políticas públicas iniciadas em 1923. De abrangência nacional, o INSS é responsável pela gestão do RGPS para os trabalha- dores em geral. A União, os Estados e os municípios, por sua vez, responsabilizam-se pela criação de institutos próprios de previdência para atender aos interesses dos seus servidores. Os benefícios e os serviços que atendem aos segurados do regime próprio e seus dependentes podem ser criados por lei específica, dependendo da realidade de cada setor, porém, em geral, os que atendem aos beneficiários do RGPS também são previstos para os beneficiários do regime público, embora recebam outras nomenclaturas. De acordo com o art. 18 da Lei nº. 8.213/1991 (BRASIL, 1991, documento on-line): Art. 18 O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes prestações, devidas inclusive em razão de eventos decorrentes de acidente do trabalho, expressas em benefícios e serviços: I — quanto ao segurado: a) aposentadoria por invalidez; b) aposentadoria por idade; c) aposentadoria por tempo de contribuição d) aposentadoria especial; e) auxílio-doença; f) salário-família; g) salário-maternidade; h) auxílio-acidente; II — quanto ao dependente: a) pensão por morte; b) auxílio-reclusão; Regimes previdenciários8 Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce III — quanto ao segurado e dependente: b) serviço social; c) reabilitação profissional. Nos próximos tópicos, serão apresentados os principais conceitos dos benefícios de concessão mais recorrentes ao trabalhador e seus dependentes. Aposentadoria O benefício da aposentadoria é concedido apenas ao segurado e pode ser de quatro espécies, cada uma com requisitos específi cos: aposentadoria especial; aposentadoria por idade; aposentadoria por invalidez; aposentadoria por tempo de contribuição. No serviço público, as três primeiras espécies são consideradas volun- tárias, enquanto a última é compulsória, ou seja, não depende da vontade do segurado, tendo em vista que, ao completar 70 anos, o servidor público é obrigado a se aposentar. Para Martins (2010, p. 327), “[...] a aposentadoria visa substituir o salário ou a renda que o trabalhador tinha quando estava trabalhando. Não pode ser um prêmio, pois exige contribuição do trabalhador”. Assim, a aposentadoria é a contrapartida das contribuições que o trabalhador realizou ao longo da vida, de forma que, quando não mais estiver no exercício de suas atividades laborais, o seu sustento esteja garantido. Auxílio-doença O auxílio-doença é um benefício também concedido apenas ao segurado, quando este fi ca incapacitado para o trabalho por mais de 15 dias consecu- tivos. A incapacidade que enseja o recebimento do auxílio-doença deve ser temporária, pois, caso seja permanente, será aposentadoria por invalidez. No regime público próprio dos servidores públicos, o auxílio-doença comumente recebe o nome de licença-saúde. É importante atentar para as situações nas quais o trabalhador exerce duas funções. Para Santos (2013, p. 284): 9Regimes previdenciários Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce [...] não é raro que o segurado exerça mais de uma atividade concomitante. Exemplo: é segurado empregado, exercendo as funções de digitador; mas é também professor de contabilidade. Se for acometido de doença que o incapacite temporariamente para a atividade de digitador, poderá requerer o auxílio-doença em relação a essa atividade e continuar trabalhando como professor. Ou seja, o benefício cobrirá apenas a atividade que o segurado está im- pedido de exercer. Pensão por morte A pensão por morte é um benefício previdenciário pago aos dependentes do segurado, fosse ele aposentado ou não, em virtude de seu falecimento. Refere- -se à prestação de benefício com a fi nalidade de que a família do falecido não seja desassistida e possa manter condições dignas de sobrevivência. A pensão por morte poderá ser vitalícia ou temporária, e os percentuais a serem recebidos em relação ao salário do segurado falecido variam. É preciso considerar as condições previstas em lei para os dependentes, bem como o regime previdenciário no qual o segurado estava vinculado para que se possa determinar as particularidades do recebimento do benefício. É possível perceber, portanto, que os regimes previdenciários exercem importante função para a garantia de uma vida digna no caso de contingências que podem ser enfrentadas por qualquer indivíduo. Os regimes públicos e privados, cada um com suas especificidades, mostram-se efetivos e essen- ciais para a população, de forma que asseguram um futuro seguro e estável. O Quadro 1 apresenta as características de cada um dos regimes. Regimes previdenciários10 Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Características Regime público (RGPS) Regime público (RPPS) Regime privado Segurados Trabalhadores em geral Servidores públicos Qualquer pessoa Adesão Obrigatória Obrigatória Facultativa Entidade de administração INSS Respectivos governos Instituições privadas como bancos e órgãos de classe Regime financeiro Simples Simples, com capitalização em alguns Estados e municípios Capitalização Quadro 1. Características de cada um dos regimes BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da União, Brasília, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/cons- tituicao.htm. Acesso em: 2 abr. 2019. BRASIL. Lei nº. 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 1991. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8213cons.htm. Acesso em: 2 abr. 2019. GRANEMANN, S. O processo de produção e reprodução social: trabalho e sociabilidade. [s. l.], [2018?]. Disponível em: http://www.cressrn.org.br/files/arquivos/s709726Gx6l8W29E12Si. pdf. Acesso em: 2 abr. 2019. LEITÃO, A. S.; ANDRADE, F. C. M. Direito Previdenciário. São Paulo: Saraiva, 2012. MARTINS, S. P. Direito da seguridade social. São Paulo: Atlas, 2010. SANTOS, M. F. Direito Previdenciário esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2013. 11Regimes previdenciários Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce Edson Realce
Compartilhar