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Prestações da Previdência Social Benefícios em Espécie I

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Prévia do material em texto

Indaial – 2021
Prestações da 
Previdência social: 
Benefícios em esPécie i
Prof.a Gabriela Wolff
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof.ª Gabriela Wolff
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
W855p
Wolff, Gabriela
Prestações da previdência social: benefícios em espécie I. / Gabriela 
Wolff – Indaial: UNIASSELVI, 2021.
208 p.; il.
ISBN 978-65-5663-723-5
ISBN Digital 978-65-5663-724-2
1. Seguro-desemprego. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo 
da Vinci.
CDD 340
aPresentação
Prezado acadêmico, seja bem-vindo à esta nova disciplina em seu 
curso, na qual trataremos das questões inerentes à Previdência Social e 
seus benefícios em espécie – Parte I. Como o tema é bastante abrangente, 
futuramente veremos os benefícios em espécie – Parte II. 
Na Unidade 1, trabalharemos temas relevantes ao estudo da 
Previdência Social, iniciando com um breve histórico. Perceberemos a relação 
da Previdência Social com a saúde e a função de assistência social. Visando 
um maior aprofundamento, analisaremos os princípios previdenciários, 
para com isso compreender a essência da instituição, da disciplina e dos seus 
benefícios.
Na Unidade 2, o estudo terá como objetivo conhecer os diversos tipos 
de beneficiários do regime próprio da Previdência Social. Observaremos 
os conceitos e as diferenças entre os segurados obrigatórios e facultativos, 
bem como as diversas classes de dependentes e a necessidade (ou não) de 
dependência econômica. Ainda nesta unidade, demonstraremos quais as 
hipóteses de manutenção, perda e restabelecimento da qualidade de segurado, 
o que poderá acarretar o deferimento (ou não) de um benefício pleiteado.
Por fim, na Unidade 3, iniciaremos nossos estudos nas prestações 
da Previdência Social. Analisaremos acerca dos auxílios doença e reclusão, 
as variadas formas de aposentadorias, salário-maternidade, salário-família 
e pensão por morte. Destacamos que, para estudarmos cada benefício em 
espécie, é preciso conhecer as regras fundamentais trabalhadas nas unidades 
anteriores, pois só assim será possível vislumbrar o direito a tal prestação. 
Preparados? Vamos adiante...
Bons estudos!
Prof.a Gabriela Wolff
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumário
UNIDADE 1 — DA PREVIDÊNCIA SOCIAL .................................................................................. 1
TÓPICO 1 — A PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL .................................................................. 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 HISTÓRICO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL ............................................................ 3
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 16
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 17
TÓPICO 2 — DISPOSIÇÕES ACERCA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL ..................................... 19
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 19
2 DA PREVIDÊNCIA SOCIAL .......................................................................................................... 20
3 DOS REGIMES DA PREVIDÊNCIA SOCIAL ............................................................................ 23
4 A REFORMA DA PREVIDÊNCIA (2019) ...................................................................................... 26
5 SALÁRIO DE BENEFÍCIO x SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO ............................................... 27
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 32
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 33
TÓPICO 3 — PRINCÍPIOS PREVIDENCIÁRIOS ......................................................................... 35
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 35
2 CARÁTER CONTRIBUTIVO E FILIAÇÃO OBRIGATÓRIA .................................................. 36
3 EQUILÍBRIO FINANCEIRO E ATUARIAL ................................................................................. 37
4 UNIVERSALIDADE DE PARTICIPAÇÃO NOS PLANOS PREVIDENCIÁRIOS .............. 38
5 UNIFORMIDADE E EQUIVALÊNCIA DOS BENEFÍCIOS E SERVIÇOS ÀS 
POPULAÇÕES URBANAS E RURAIS.......................................................................................... 39
6 SELETIVIDADE E DISTRIBUTIVIDADE NA PRESTAÇÃO DOS BENEFÍCIOS .............. 40
7 CÁLCULO DOS BENEFÍCIOS CONSIDERANDO OS SALÁRIOS DE 
CONTRIBUIÇÃO CORRIGIDOS MONETARIAMENTE ........................................................ 40
8 IRREDUTIBILIDADE DO VALOR DOS BENEFÍCIOS ............................................................ 41
9 VALOR DA RENDA MENSAL DOS BENEFÍCIOS SUBSTITUTOS DO SALÁRIO 
DE CONTRIBUIÇÃO OU DO RENDIMENTO DO TRABALHO DO SEGURADO 
NÃO INFERIOR AO SALÁRIO MÍNIMO ................................................................................... 43
10 PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR FACULTATIVA, CUSTEADA POR 
CONTRIBUIÇÃO ADICIONAL ................................................................................................... 45
11 CARÁTER DEMOCRÁTICO E DESCENTRALIZADO DA GESTÃO 
ADMINISTRATIVA, COM A PARTICIPAÇÃO DO GOVERNO E DA 
COMUNIDADE, EM ESPECIAL DE TRABALHADORES EM ATIVIDADES, 
EMPREGADORES E APOSENTADOS ....................................................................................... 46
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................48
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 51
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 52
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 55
UNIDADE 2 — BENEFICIÁRIOS DO REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA 
SOCIAL (RGPS) ....................................................................................................... 61
TÓPICO 1 — SEGURADOS OBRIGATÓRIOS E FACULTATIVOS DO REGIME 
GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL ..................................................................... 63
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 63
2 SEGURADOS OBRIGATÓRIOS ................................................................................................... 67
2.1 SEGURADOS EMPREGADOS ................................................................................................... 72
2.2 EMPREGADOS DOMÉSTICOS .................................................................................................. 74
2.3 CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS ............................................................................................. 76
2.4 TRABALHADORES AVULSOS .................................................................................................. 78
2.5 SEGURADOS ESPECIAIS ........................................................................................................... 79
3 SEGURADOS FACULTATIVOS..................................................................................................... 82
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 86
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 87
TÓPICO 2 — OS DEPENDENTES DOS SEGURADOS DO REGIME GERAL DA 
PREVIDÊNCIA SOCIAL ........................................................................................... 89
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 89
2 DEPENDENTES DE PRIMEIRA CLASSE .................................................................................... 91
2.1 CÔNJUGE ...................................................................................................................................... 92
2.2 COMPANHEIRO(A) ..................................................................................................................... 93
2.3 FILHO MENOR DE 21 ANOS..................................................................................................... 94
2.4 FILHO INVÁLIDO, DEFICIENTE INTELECTUAL OU MENTAL OU 
DEFICIÊNCIA GRAVE................................................................................................................. 95
3 DEPENDENTES DE SEGUNDA CLASSE ................................................................................... 95
4 DEPENDENTES DE TERCEIRA CLASSE .................................................................................... 96
5 DEPENDÊNCIA ECONÔMICA ..................................................................................................... 97
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 103
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 104
TÓPICO 3 — DA MANUTENÇÃO, PERDA E RESTABELECIMENTO DA 
QUALIDADE DE SEGURADO .............................................................................. 107
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 107
2 PERÍODOS DE GRAÇA ................................................................................................................. 107
3 PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO .............................................................................. 109
4 CARÊNCIA ....................................................................................................................................... 110
4.1 PERÍODOS DE CARÊNCIA ...................................................................................................... 110
4.2 PRESTAÇÕES QUE NÃO EXIGEM CARÊNCIA .................................................................. 112
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 114
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 124
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 125
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 127
UNIDADE 3 — DAS PRESTAÇÕES DA PREVIDÊNCIA SOCIAL I ...................................... 129
TÓPICO 1 — AUXÍLIOS PAGOS AOS SEGURADOS DO REGIME GERAL DA 
PREVIDÊNCIA SOCIAL ......................................................................................... 131
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 131
2 DO AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA (AUXÍLIO-DOENÇA) ................... 131
2.1 BENEFICIÁRIOS DO AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA ......................... 134
2.2 DA RENDA MENSAL INICIAL DO AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA .... 135
2.3 DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO.......................................................................................... 136
2.4 DATA DE CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO ................................................................................. 137
3 DO AUXÍLIO-RECLUSÃO ............................................................................................................ 138
3.1 BENEFICIÁRIOS DO AUXÍLIO-RECLUSÃO ........................................................................ 139
3.2 DA RENDA MENSAL INICIAL DO AUXÍLIO-RECLUSÃO .............................................. 140
3.3 DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO.......................................................................................... 141
3.4 DATA DE CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO ................................................................................. 141
4 DO AUXÍLIO-ACIDENTE ............................................................................................................. 142
4.1 BENEFICIÁRIOS DO AUXÍLIO-ACIDENTE ......................................................................... 143
4.2 DA RENDA MENSAL INICIAL DO AUXÍLIO-ACIDENTE ............................................... 144
4.3 DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO.......................................................................................... 144
4.4 DATA DE CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO ................................................................................. 145
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 149
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 150
TÓPICO 2 — APOSENTADORIAS DOS SEGURADOS DO REGIME GERAL DA 
PREVIDÊNCIA SOCIAL .......................................................................................... 153
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................153
2 APOSENTADORIA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA ......................................................... 153
2.1 BENEFICIÁRIOS DA APOSENTADORIA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA ................ 154
2.2 DA RENDA MENSAL INICIAL DA APOSENTADORIA DA PESSOA COM 
DEFICIÊNCIA ............................................................................................................................. 155
3 APOSENTADORIA ESPECIAL .................................................................................................... 155
3.1 BENEFICIÁRIOS DA APOSENTADORIA ESPECIAL ......................................................... 158
3.2 DA RENDA MENSAL INICIAL DA APOSENTADORIA ESPECIAL ............................... 159
3.3 DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO.......................................................................................... 160
3.4 DATA DE CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO ................................................................................. 160
4 APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE (APOSENTADORIA 
POR INVALIDEZ) ........................................................................................................................... 160
4.1 BENEFICIÁRIOS DA APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE ...... 162
4.2 DA RENDA MENSAL INICIAL DA APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE 
PERMANENTE ........................................................................................................................... 162
4.3 DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO.......................................................................................... 164
4.4 DATA DE CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO ................................................................................. 165
5 APOSENTADORIA POR IDADE DO TRABALHADOR RURAL ........................................ 165
5.1 BENEFICIÁRIOS DA APOSENTADORIA POR IDADE DO TRABALHADOR RURAL ..... 166
5.2 DA RENDA MENSAL INICIAL DA APOSENTADORIA POR IDADE DO 
TRABALHADOR RURAL ......................................................................................................... 166
6 APOSENTADORIA PROGRAMADA ........................................................................................ 167
6.1 BENEFICIÁRIOS DA APOSENTADORIA PROGRAMADA .............................................. 168
6.2 DA RENDA MENSAL INICIAL DA APOSENTADORIA PROGRAMADA .................... 168
6.3 DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO.......................................................................................... 168
6.4 DATA DE CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO ................................................................................. 169
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 177
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 178
TÓPICO 3 — DO SALÁRIO-MATERNIDADE, SALÁRIO-FAMÍLIA E DA PENSÃO 
POR MORTE ............................................................................................................... 181
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 181
2 DO SALÁRIO-MATERNIDADE .................................................................................................. 181
2.1 BENEFICIÁRIOS DO SALÁRIO-MATERNIDADE ............................................................... 183
2.2 DO VALOR DO SALÁRIO-MATERNIDADE ........................................................................ 184
2.3 DO PROGRAMA EMPRESA CIDADÃ ................................................................................... 184
2.4 DATA DE CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO ................................................................................. 185
3 DO SALÁRIO-FAMÍLIA ................................................................................................................ 185
3.1 BENEFICIÁRIOS DO SALÁRIO-FAMÍLIA ............................................................................ 186
3.2 DO VALOR DO SALÁRIO-FAMÍLIA ...................................................................................... 186
3.3 DO PAGAMENTO DO SALÁRIO-FAMÍLIA ......................................................................... 187
3.4 DA CESSAÇÃO DO SALÁRIO-FAMÍLIA .............................................................................. 187
4 DA PENSÃO POR MORTE ........................................................................................................... 188
4.1 BENEFICIÁRIOS DA PENSÃO POR MORTE ....................................................................... 189
4.2 DA RENDA MENSAL DA PENSÃO POR MORTE .............................................................. 190
4.3 DATA DE CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO ................................................................................. 191
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 193
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 203
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 204
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 207
1
UNIDADE 1 — 
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• reconhecer a Previdência Social como instituição e sua história;
• compreender a relação da instituição em análise com a população; 
• entender a função da assistência social e seus efeitos;
•	 estudar	 os	 princípios	 previdenciários	 e	 perceber	 a	 sua	 influência	 na	
essência da Previdência Social e no pagamento de benefícios;
• dimensionar a importância da instituição para a população em geral.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – A PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
TÓPICO 2 – DISPOSIÇÕES ACERCA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
TÓPICO 3 – PRINCÍPIOS PREVIDENCIÁRIOS
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
A PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
1 INTRODUÇÃO
A evolução da sociedade tem nos mostrado um dos maiores problemas 
que temos a enfrentar: a desigualdade social. Num contexto socioeconômico, 
não podemos fechar os olhos para a situação, pois a pobreza não é um problema 
individual, mas sim social. 
A falta de condições essenciais para a maior parte da população sobreviver 
acaba acarretando um verdadeiro caos. Diante disso, o homem não consegue 
sair dessa circunstância sozinho e acaba necessitando do amparo do Estado para 
prevenir e remediar as suas necessidades.
Uma dessas formas de ajuda vem através da Previdência Social, ao 
conceder benefícios e auxílios à população. Para conhecermos esse instituto de 
forma aprofundada, iniciaremos agora pelo estudo da sua história.
2 HISTÓRICO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
Com	forte	influência	da	evolução	do	Estado	Social	nos	territórios	europeu	
e norte-americano, no Brasil, a ideia de uma interferência estatal surgiu na 
época do império. Os primeiros registros expressos de uma ajuda securitária na 
legislação	brasileira,	segundo	Kertzman	(2009),	foi	o	artigo	179,	inciso	XXXI,	da	
Constituição do Império do Brasil de 1824. Tais ajudas eram reconhecidas por 
“socorros públicos”. 
Após o registro anterior, vários socorros mútuos foram criados, como: 
Socorro	Mútuo	Previdência	em	1875;	o	Socorro	Mútuo	Vasco	da	Gama	em	1881;	e	
o Socorro Mútuo Marquês de Pombal em 1882. 
Todavia,	Leitão	(2018)	assegura	que	a	primeira	legislação	regulamentando	 
a	temática	foi	o	Decreton°	9.912-A,	de	26	de	março	de	1888,	o	qual	versava	sobre	
o	direito	à	aposentadoria	dos	funcionários	dos	Correios,	fixando	em	30	anos	de	
serviço	e	idade	mínima	de	60	anos	para	aposentadoria.	
No	mesmo	ano,	foi	editada	a	Lei	n°	3.397,	que	criava	a	Caixa	de	Socorros.	
Ainda,	em	1889,	surgiu	o	Decreto	n°	10.269,	que	criou	o	Fundo	de	Pensões	do	
Pessoal	das	Oficinas	de	Imprensa	Nacional.	E	nos	anos	seguintes,	foram	sendo	
criadas diversas legislações a respeito do tema, como:
UNIDADE 1 — DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
4
•	 Aposentadoria	aos	ferroviários	do	Estado,	em	1890.
•	 Montepio	Obrigatório	dos	Empregados	do	Ministério	da	Fazenda,	em	1890.
• Aposentadoria por invalidez e a pensão por morte dos operários do Arsenal da 
Marinha	do	Rio	de	Janeiro,	em	1892.
•	 Caixa	de	Pensões	dos	Operários	da	Casa	da	Moeda,	em	1911.
• Caixa de Pensões e Empréstimos para o pessoal das Capatazias da Alfândega 
do	Rio	de	Janeiro,	em	1912.
Na	Constituição	brasileira	de	1891,	podíamos	observar	dois	artigos	que	
versavam	sobre	o	tema.	Agostinho	(2020,	p.	36)	menciona	a	respeito:
[...]	art.	5°	e	art.	75,	sendo	que	o	primeiro	dispunha	sobre	a	obrigação	
de a União prestar socorro aos Estados em calamidade pública, caso 
estes	 solicitassem.	 Já	 o	 art.	 75	 dispunha	 sobre	 a	 aposentadoria	 por	
invalidez dos funcionários públicos.
Vale	 ressaltar	 que	 o	 art.	 75	 da	 Constituição	 de	 1891	 previa	 que	 a	
aposentadoria era concedida aos funcionários públicos que viessem 
a	ficar	inválidos,	não	dependendo	de	qualquer	contribuição	por	parte	
do trabalhador, sendo custeada integralmente pelo Estado.
Depois	de	todo	esse	avanço,	Leitão	(2018)	acrescenta	que	um	dos	maiores	
marcos	na	 legislação	brasileira	 foi	a	edição	da	Lei	n°	3.724,	de	1919,	que	 tornou	
compulsório o seguro contra acidentes do trabalho em determinadas atividades. 
A lei que tornou compulsório o seguro contra acidentes do trabalho é 
considerada a primeira LEI ACIDENTÁRIA NO BRASIL.
ATENCAO
Entretanto, para a doutrina majoritária, o marco da Previdência Social 
brasileira	foi	a	edição	do	Decreto	n°	4.682,	de	24	de	janeiro	de	1923,	conhecido	como	
Lei Eloy Chaves. O Decreto mencionado determinou a criação de uma Caixa de 
Aposentadoria e Pensões para os empregados de cada empresa ferroviária.
Em	1926,	o	regime	da	Lei	Eloy	Chaves	estendeu	tal	benefício	aos	portuários	
e	marítimos	e,	posteriormente,	em	1928,	aos	trabalhadores	dos	serviços	telegráficos	
e	radiotelegráficos.
No	ano	de	1930,	foi	criado	o	Ministério	do	Trabalho,	Indústria	e	Comércio,	
tendo como principal atribuição orientar e supervisionar a Previdência Social.
TÓPICO 1 — A PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
5
Com isso, nos anos seguintes, novas legislações foram sendo criadas 
expandindo os direitos assegurados na Lei Eloy Chaves à outras diversas 
categorias	profissionais,	por	exemplo,	serviços	públicos,	empresas	de	mineração,	
serviços de luz e entre outros. 
Para	 Leitão	 (2018),	 outro	 importante	 acontecimento	 na	 história	 da	
Previdência	Social	no	Brasil	foi	a	edição	do	Decreto	n°	22.872,	de	29	de	junho	de	
1933,	que	criou	o	Instituto	de	Aposentadoria	e	Pensões	dos	Marítimos.	Para	ele,	
a relevância se dá, pois foi a partir desse que foram criados diversos Institutos 
de	 Aposentadoria	 e	 Pensões,	 organizados	 por	 categorias	 profissionais,	 como	
bancários, comerciários, industriários, servidores do Estado e transportes e cargas.
As aposentadorias dos servidores públicos, nessa época, eram todas 
custeadas	pelo	erário,	pois,	nas	lições	de	Silva	(2003,	p.	16),	“[...]	o	servidor	era	
considerado um bem do Estado: como tal deveria ser protegido pelo mesmo”.
A palavra erário é oriunda do latim. Em termos jurídicos, aplica-se o vocábulo 
erário para designar o tesouro público, o conjunto de bens ou valores pertencentes ao Estado.
NOTA
Já	 na	 Constituição	 de	 1934,	 pode-se	 observar	 a	 primeira	 utilização	 do	
termo	“previdência”.	Foi	nela	também	que	foi	prevista	a	forma	tríplice	de	custeio,	
ou seja, mediante recursos do Poder Público, das empresas e dos trabalhadores. 
Previa ainda, aos funcionários públicos, a aposentadoria compulsória com 
68	 anos	 de	 idade,	 a	 aposentadoria	 por	 invalidez	 e	 os	 proventos	 integrais	 em	 
algumas situações.
Avançando	 no	 tema,	 a	Constituição	 Federal	 de	 1937	 trouxe	 a	 previsão	
dos seguros em decorrência de acidentes de trabalho, como: seguro de vida, de 
invalidez e de velhice.
Assim,	após	todo	contexto,	em	1943,	com	a	aprovação	da	CLT	(Consolidação	
das	Leis	Trabalhistas)	foi	ordenado	também	o	primeiro	projeto	de	Consolidação	 
das Leis da Previdência Social.
Cabe	 ressaltar,	 que	 somente	 na	 Constituição	 de	 1946,	 é	 que	 houve	
a	 expressão	 “Previdência	 Social”,	 eis	 que	 na	 de	 1934	 constava	 tão-somente	
“previdência”. Pouco trouxe de inovações a respeito do tema.
UNIDADE 1 — DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
6
Em	 1952,	 o	 Estatuto	 dos	 Servidores	 Públicos	 Civis	 da	 União	 –	 Lei	 n°	
1.711	 –	 apresentou	 regras	 sobre	 o	 cômputo	 do	 tempo	 de	 serviço	 para	 fins	 de	
aposentadoria e disponibilidade. Trouxe também a concessão de salário-família 
e auxílio-doença.
Santos	(2020,	p.	387-388)	afirma	que	o	salário-família	daquela	época	era	
diferente do que temos previsto hoje. Vejamos:
O salário-família era garantido ao funcionário ativo ou inativo, 
em	 razão	 da	 existência	 de	 filho	 menor	 de	 21	 anos,	 filho	 inválido,	
filha	 solteira	 sem	 economia	 própria	 e	 filho	 estudante,	 de	 até	 24	
anos de idade, que frequentasse curso secundário ou superior em 
estabelecimento	de	 ensino	oficial	 ou	particular,	 e	que	não	 exercesse	
atividade	 lucrativa.	Equiparavam-se	os	filhos	de	qualquer	condição,	
os enteados, os adotivos e o menor que, mediante autorização judicial, 
vivesse sob a guarda e sustento do funcionário.
De igual modo, destaca-se também que o auxílio-doença era concedido 
ao funcionário após 12 meses consecutivos de licença para tratamento de saúde, 
devido à tuberculose ativa, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira, lepra, 
paralisia	ou	cardiopatia	grave	(SANTOS,	2020).	
Diante	 disso,	 pelo	 Decreto	 n°	 48.959-A/1960	 houve	 a	 aprovação	 do	
Regulamento	 Geral	 da	 Previdência	 Social,	 seguido,	 em	 1963,	 pela	 criação	 do	
Fundo	de	Assistência	ao	Trabalhador	Rural	(FUNRURAL).
Em	 1966,	 houve	 a	 criação	 do	 Instituto	 Nacional	 de	 Previdência	 Social	
(INPS)	 com	 o	 fito	 de	 unificar	 os	 Institutos	 de	Aposentadorias	 e	 Pensões.	 No	
ano	seguinte,	a	Lei	n°	5.316/1967,	integrou	o	seguro	de	acidentes	do	trabalho	na	
Previdência Social.
Com	 a	 Constituição	 de	 1967,	 a	 idade	 para	 se	 aposentadoria	
compulsoriamente	foi	mantida	em	70	anos,	bem	como	por	invalidez.	A	voluntária	
era	permitida	aos	homens	com	35	anos	de	serviço,	e,	para	as	mulheres,	aos	30	
anos de serviço, com proventos integrais. A sua maior inovação foi a instituição 
do seguro-desemprego. 
Ainda	em	constante	avanço,	podemos	observar	que,	em	1969,	a	Previdência	
Social foi estendida ao trabalhador rural. Não descuidando da classe doméstica, 
estes	foram	inseridos	em	1972.
Nos	anos	de	1970	a	1976,	tivemos	as	edições	das	seguintes	leis:
•	 Lei	Complementar	n°	7,	que	criou	o	PIS	(Programa	de	Integração	Social).
•	 Lei	Complementar	n°	8,	que	criou	o	PASEP	(Programa	de	Integração	Social).
•	 Lei	n°	 6.036/1974,	 que	desmembrou	o	Ministério	do	Trabalho	 e	Previdência	
Social, dando origem ao Ministério da Previdência e Assistência Social.
TÓPICO 1 — A PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
7
•	 Lei	 n°	 6.125/1974,	 que	 criou	 a	 Empresa	 de	 Processamento	 de	 Dados	 da	
Previdência	Social	(DATAPREV).
•	 Decreto	n°	77.077/1976,	que	instituiu	a	Consolidação	das	Leis	da	Previdência	
Social.
No	ano	de	1977,	 tivemos	a	promulgação	de	 legislações	que	dispunham	
sobre a previdência privada e a instituição do Sistema Nacional de Previdência e 
Assistência Social.
A atual Carta Magna fundamentada em um Estado Democrático de 
Direito e os objetivos fundamentais da República trouxeram de forma expressao conceito de justiça social. O seu artigo 3°, inciso IV, nos diz que seu objetivo é 
“promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e 
quaisquer	outras	formas	de	discriminação”	(BRASIL,	1988),	o	que	somente	será	
possível com a efetivação dos direitos sociais.
Com	a	sua	promulgação,	em	1988,	podemos	observar	a	reunião	das	três	
disciplinas	 (previdência,	 assistência	 social	 e	 saúde)	 em	 um	 único	 sistema	 de	
proteção social, chamado de seguridade social.
Precisamente,	o	instituto	da	Previdência	Social	possui	uma	seção	específica	
na	CFRB/1988,	nos	artigos	201	e	202	da	CFRB/1988,	que	disciplina	a	matéria:
Art.	201.	A	Previdência	Social	será	organizada	sob	a	forma	do	Regime	Geral	de	
Previdência	Social,	de	caráter	contributivo	e	de	filiação	obrigatória,	observados	
critérios	que	preservem	o	equilíbrio	financeiro	e	atuarial,	e	atenderá,	na	forma	
da lei, a: 
I- cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente para o 
trabalho e idade avançada;
II- proteção à maternidade, especialmente à gestante;
III- proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
IV- salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de 
baixa renda; 
V- pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou 
companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2°. 
§ 1° É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão 
de benefícios, ressalvada, nos termos de lei complementar, a possibilidade 
de previsão de idade e tempo de contribuição distintos da regra geral para 
concessão de aposentadoria exclusivamente em favor dos segurados: 
I-	 com	 deficiência,	 previamente	 submetidos	 a	 avaliação	 biopsicossocial	
realizada	por	equipe	multiprofissional	e	interdisciplinar;	
II- cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, 
físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, 
vedada	a	caracterização	por	categoria	profissional	ou	ocupação.	
§ 2° Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento 
do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo. 
UNIDADE 1 — DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
8
§ 3° Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício 
serão devidamente atualizados, na forma da lei. 
§ 4° É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em 
caráter	permanente,	o	valor	real,	conforme	critérios	definidos	em	lei.	
§	5°	É	vedada	a	filiação	ao	regime	geral	de	Previdência	Social,	na	qualidade	de	
segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência. 
§	 6°	A	gratificação	natalina	dos	 aposentados	 e	pensionistas	 terá	por	 base	 o	
valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano. 
§	7°	É	assegurada	aposentadoria	no	regime	geral	de	Previdência	Social,	nos	
termos da lei, obedecidas as seguintes condições: 
I-	 65	(sessenta	e	cinco)	anos	de	idade,	se	homem,	e	62	(sessenta	e	dois)	anos	
de idade, se mulher, observado tempo mínimo de contribuição; 
II-	 60	(sessenta)	anos	de	idade,	se	homem,	e	55	(cinquenta	e	cinco)	anos	de	
idade, se mulher, para os trabalhadores rurais e para os que exerçam suas 
atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor 
rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. 
§	8°	O	requisito	de	idade	a	que	se	refere	o	inciso	I	do	§	7°	será	reduzido	em	5	
(cinco)	anos,	para	o	professor	que	comprove	tempo	de	efetivo	exercício	das	
funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio 
fixado	em	lei	complementar.	
§	 9°	 Para	 fins	 de	 aposentadoria,	 será	 assegurada	 a	 contagem	 recíproca	 do	
tempo	de	contribuição	entre	o	Regime	Geral	de	Previdência	Social	e	os	regimes	
próprios de Previdência Social, e destes entre si, observada a compensação 
financeira,	de	acordo	com	os	critérios	estabelecidos	em	lei.	
§	9°-A.	O	tempo	de	serviço	militar	exercido	nas	atividades	de	que	tratam	os	
arts.	42,	142	e	143	e	o	tempo	de	contribuição	ao	Regime	Geral	de	Previdência	
Social ou a regime próprio de Previdência Social terão contagem recíproca para 
fins	de	inativação	militar	ou	aposentadoria,	e	a	compensação	financeira	será	
devida entre as receitas de contribuição referentes aos militares e as receitas de 
contribuição aos demais regimes. 
§	 10.	 Lei	 complementar	 poderá	 disciplinar	 a	 cobertura	 de	 benefícios	 não	
programados, inclusive os decorrentes de acidente do trabalho, a ser atendida 
concorrentemente	pelo	Regime	Geral	de	Previdência	Social	e	pelo	setor	privado.	
§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados 
ao salário para efeito de contribuição previdenciária e consequente repercussão 
em benefícios, nos casos e na forma da lei. 
§ 12. Lei instituirá sistema especial de inclusão previdenciária, com alíquotas 
diferenciadas, para atender aos trabalhadores de baixa renda, inclusive os 
que se encontram em situação de informalidade, e àqueles sem renda própria 
que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua 
residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda. 
§ 13. A aposentadoria concedida ao segurado de que trata o § 12 terá valor de 
1	(um)	salário-mínimo.	
§	14.	É	vedada	a	 contagem	de	 tempo	de	contribuição	fictício	para	efeito	de	
concessão dos benefícios previdenciários e de contagem recíproca. 
TÓPICO 1 — A PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
9
§	 15.	 Lei	 complementar	 estabelecerá	 vedações,	 regras	 e	 condições	 para	 a	
acumulação de benefícios previdenciários. 
§	 16.	 Os	 empregados	 dos	 consórcios	 públicos,	 das	 empresas	 públicas,	 das	
sociedades de economia mista e das suas subsidiárias serão aposentados 
compulsoriamente, observado o cumprimento do tempo mínimo de 
contribuição, ao atingir a idade máxima de que trata o inciso II do § 1° do art. 
40,	na	forma	estabelecida	em	lei.
Art.	 202.	 O	 regime	 de	 previdência	 privada,	 de	 caráter	 complementar	 e	
organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de Previdência 
Social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o 
benefício contratado, e regulado por lei complementar. 
§ 1° A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao participante de 
planos de benefícios de entidades de previdência privada o pleno acesso às 
informações relativas à gestão de seus respectivos planos. 
§ 2° As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais 
previstas nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios das entidades de 
previdência privada não integram o contrato de trabalho dos participantes, 
assim como, à exceção dos benefícios concedidos, não integram a remuneração 
dos participantes, nos termos da lei.
§ 3° É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela 
União,	 Estados,	 Distrito	 Federal	 e	 Municípios,	 suas	 autarquias,	 fundações,	
empresas públicas, sociedades de economia mista e outras entidades públicas, 
salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese alguma, sua 
contribuição normal poderá exceder a do segurado. 
§ 4° Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados, Distrito 
Federal	ou	Municípios,	 inclusive	 suas	autarquias,	 fundações,	 sociedades	de	
economia mista e empresas controladas direta ou indiretamente, enquanto 
patrocinadores de planos de benefícios previdenciários, e as entidades de 
previdência complementar. 
§	5°	A	 lei	 complementar	de	que	 trata	o	§	4°	 aplicar-se-á,	no	que	 couber,	 às	
empresas privadas permissionárias ou concessionárias de prestação de serviços 
públicos, quando patrocinadoras de planos de benefícios em entidades de 
previdência complementar. 
§	 6°	 Lei	 complementar	 estabelecerá	 os	 requisitos	 para	 a	 designação	 dos	
membros das diretorias das entidades fechadas de previdência complementar 
instituídas pelos patrocinadores de que trata o § 4° e disciplinará a inserção 
dos participantes nos colegiados e instâncias de decisão em que seus interesses 
sejam objeto de discussão e deliberação.FONTE: BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 
1988. Brasília, DF: Presidência da República, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 19 ago. 2021.
UNIDADE 1 — DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
10
Mais	adiante,	em	1990,	se	deu	a	criação	do	INSS	(Instituto	Nacional	do	
Seguro	Social)	com	a	Lei	n°	8.029/1990,	o	qual	tem	como	suas	principais	atribuições:
• criar, processar e atualizar os cadastros de contribuintes e os cadastros de 
contribuintes	 e	 beneficiários	 com	 o	 auxílio	 da	 DATAPREV	 (Empresa	 de	
Tecnologia	e	Informações	da	Previdência	Social);
•	 cobrar	 e	 fiscalizar	 as	 contribuições	 sociais	 devidas	 pelas	 empresas	 e	
trabalhadores;
• analisar o preenchimento dos requisitos legais e conceder os direitos 
previdenciários	aos	beneficiários.
Todavia,	foi	em	2007,	que	o	INSS	obteve	atribuição	exclusiva	para	analisar	
o direito ao recebimento de um benefício administrado pela Previdência Social, a 
fim	de	garantir	rapidez,	comodidade	e	ampliação	do	controle	social.
Já	em	1991,	houve	um	grande	avanço	com	a	regulamentação	da	matéria	
no	plano	infraconstitucional,	com	a	aprovação	e	publicação	das	Leis	n°	8.212/1991	
e	8.213/1991,	que	dispõem,	 respectivamente,	 sobre	a	organização	da	Seguridade	
Social e institui Plano de Custeio, e, sobre os Planos de Benefícios da Previdência 
Social e outras providências.
A	fim	de	melhor	exemplificar	essas	alterações,	colacionamos	o	Quadro	1	
com os feitos históricos apresentados:
QUADRO 1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
FONTE: Leitão (2018, p. 38)
A evolução histórica da Previdência Social no Brasil
1824: a Constituição Imperial previu os “socorros públicos”. 
1923:	a	Lei	Eloy	Chaves	(Decreto-Lei	n°	4.682)	criou	as	caixas	de	aposentadorias	e	pensões	para	
os ferroviários, mantidas pelas empresas. Considerado o marco da Previdência Social no Brasil. 
1934: a Constituição previu a tríplice forma de custeio, com contribuição do Poder Público, dos 
trabalhadores	e	do	Governo.		
1937: a Constituição utilizou, pela primeira vez, o termo “seguro social” como sinônimo de 
Previdência Social. 
1946: a Constituição inseriu textualmente a expressão “Previdência Social”, em substituição a 
“seguro social”. 
1977: criação do SINPAS, integrando as áreas de saúde, assistência e Previdência Social. 
1988:	a	Constituição	Federal	previu	o	sistema	de	seguridade	social,	de	caráter	tridimensional,	visto	
que integrado por saúde, previdência e assistência social. 
1990: criação do INSS, a partir da fusão do IAPAS com o INPS. 
1998:	Emenda	Constitucional	n°	20.	
2003: Emenda Constitucional n° 41. 
2005:	Emenda	Constitucional	n°	47.
TÓPICO 1 — A PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
11
Nos	últimos	tempos,	outra	mudança	significativa	no	sistema	previdenciário	
foi	a	Emenda	Constitucional	n°	20/1998.	Tanto	os	trabalhadores	públicos	como	
privados foram atingidos pelas novas regras.
A citada emenda constitucional determinou a instituição de regime 
previdenciário, de caráter contributivo, para os titulares de cargos efetivos das 
entidades federativas, suas autarquias e fundações. 
Diante disso, todos os servidores titulares de cargo efetivo, bem como 
os magistrados, membros do MP e tribunais de conta passaram a ser segurados 
obrigatórios de regime próprio.
A tão discutida Reforma da Previdência foi aprovada recentemente por 
meio	da	Emenda	Constitucional	n°	103/2019.	Seu	objetivo	era	contornar	uma	crise	
econômica	e	equilibrar	o	sistema	financeiro	e	atuarial,	instituindo	alterações	no	
sistema da Previdência Social e estabelecendo regras de transição e disposições 
transitórias.
Nela, o sistema de aposentadorias e pensões dos servidores públicos, 
aproximou-se	das	regras	do	RGPS.	Entretanto,	diversas	mudanças	na	forma	de	
cálculo foram aprovadas para a iniciativa privada.
Podemos perceber diversas mudanças ao longo do tempo, inclusive, esta 
última,	muito	debatida	como	 ‘a	 reforma	da	previdência’,	que,	por	fim,	acabou	
aprovada. É certo que o sistema previdenciário ainda passará por novas mudanças. 
É preciso atualizar a legislação em conformidade com as transformações da 
sociedade,	seja	ela	econômica	ou	não.	Sobre	o	tema,	destaca	Leitão	(2018,	p.	37):
É indispensável que o sistema também avalie cuidadosamente o 
contexto fático, ponderando outras variáveis fundamentais para 
o equilíbrio atuarial das contas públicas, tais como o crescimento 
vegetativo,	o	envelhecimento	da	população	(aumento	da	expectativa	
de	vida	dos	brasileiros)	e	o	mercado	informal	de	trabalho.
O embate entre a vedação ao retrocesso e a reserva do possível nos 
leva	a	afirmar	que	as	mudanças	adaptadoras	não	podem	desvirtuar	
a	 vertente	 traçada	 pela	 Constituição,	 desfigurando	 o	 estado	 Social	
e Democrático de Direito construído e lastreado no Sistema de 
Seguridade Social.
Deve-se ponderar, ademais, que a aferição do grau de desenvolvimento 
de um Estado não deve limitar-se a uma análise estritamente 
quantitativa. O desenvolvimento precisa ser analisado também sob 
o	 aspecto	 qualitativo,	 afinal	 o	 crescimento	 econômico	 dissociado	
de justiça social não passa de uma quimera restrita a poucos em 
detrimento do bem-estar da maioria. Seria uma afronta ao texto da 
Constituição	Federal	da	República,	mediante	violação	de	normas	de	
elevada carga axiológica [...].
UNIDADE 1 — DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
12
No	ponto	de	vista	de	Nassar	(2014),	as	reformas	estruturais	decompõem	
o sistema previdenciário, transformando regimes de repartição em regimes de 
capitalização. Assevera no sentido de que reformas podem ser essenciais, porém 
desde	que	não	modifiquem	o	seu	objetivo.	Leia-se:
A retórica da reforma é acentuada pela utilização de linguagem 
técnica	e	fundamentada,	essencialmente,	em	argumentos	financeiros	
e	 atuariais.	 Conceitos	 como	 eficiência,	 ativos,	 reserva	 técnica,	
capitalização, investimentos e poupança interna substituíram os 
conceitos de políticas distributivas, mecanismos de Solidariedade 
Social, proteção social pública, cobertura de riscos, preservação de 
direitos	adquiridos	etc.	(NASSAR,	2014,	s.	p.).
Acadêmico, perceba que novas alterações legislativas são esperadas, o que 
não se pode admitir é o prejuízo social em prol do crescimento econômico, pois 
feriria fatalmente as regras constitucionais acerca do Estado Social e Democrático 
de Direito.
O REGIME DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
Breve Histórico
João Donadon
David Pinheiro Montenegro
A Previdência Social, como política de proteção social, teve sua evolução, 
no	Brasil,	marcadamente	ao	longo	do	século	XX,	tendo	como	contexto	e	motor	
as grandes transformações sociais, políticas, econômicas e institucionais por 
que passou o país nesse período.
Com	a	edição	do	Decreto	n°	4.682,	de	24	de	janeiro	de	1923,	conhecido	
como “Lei Eloy Chaves”, a Previdência Social despontou como política pública 
de	 caráter	 permanente	 e	 geral	 consubstanciada	 em	 um	 sistema	 de	 filiação	
obrigatória, voltado ao resguardo de situações de risco social decorrentes de 
enfermidade,	velhice	ou	morte	dos	seus	beneficiários.	Surgindo,	inicialmente,	
na forma de caixas de aposentadoria e pensões vinculadas a certas empresas, 
logo o sistema iniciaria o seu processo de universalização, adquirindo, a partir 
do governo Vargas, caráter corporativo, com a implantação dos institutos de 
aposentadoria	e	pensões	organizados	por	categorias	profissionais.
Muito criticado pela heterogeneidade dos planos de custeio e de benefícios 
oferecidos aos trabalhadores e pela grande dispersão de esforços e recursos que 
implicava,	esse	modelo	perdurou	até	a	edição	da	Lei	n°	3.807,	de	26	de	agosto	de	
1960,	 conhecida	como	Lei	Orgânica	da	Previdência	Social	–	LOPS,	que	 instituiu	
planos de benefícios e de custeio únicos para o conjunto dos trabalhadores não 
submetidos	a	regimes	próprios	de	previdência,	impondo-lhes	filiação	obrigatória	
decorrente do mero exercício de atividade remunerada.
TÓPICO 1 — A PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL13
Detalhe	 importante	dessa	Previdência	 Social	 unificada	 foi	 que	 as	 regras	
concernentes aos direitos previdenciários nela previstos foram traçadas tendo 
em vista um modelo atuarial sustentável, ou seja, voltadas à manutenção do 
equilíbrio entre benefícios e custeio. Marcado por forte agitação política decorrente 
da	resistência	ao	regime	militar	que	se	implantou,	no	Brasil,	a	partir	de	1964,	esse	
período foi palco de importantes transformações na Previdência Social.
Além	da	unificação	 institucional	 advinda	 com	a	 criação	do	 Instituto	
Nacional	de	Previdência	Social	–	INPS,	em	1966,	foi	ampliado,	nesse	período,	o	
universo	de	filiados,	tendo-se	incluído	o	trabalhador	rural	(1969),	o	empregado	
doméstico	 (1972),	 o	 jogador	 profissional	 de	 futebol	 (1973)	 e	 o	 trabalhador	
temporário	(1974),	dentre	outras	categorias.	Foram	também	instituídos	novos	
benefícios,	 dentre	 os	 quais	 o	 salário-maternidade,	 e	 flexibilizadas	 as	 regras	
que	 garantiam	 a	 manutenção	 de	 equilíbrio	 na	 relação	 custeio/benefício,	
generalizando-se, dentre outras práticas, a contagem de tempo de trabalho 
fictício,	 fatores	 que	 compuseram	 parte	 da	 gênese	 dos	 déficits	 financeiro	 e	
atuarial	enfrentados	pelo	sistema	a	partir	dos	anos	1980.
Observe-se que o decrescimento ou quase extinção dos direitos políticos 
nesse período foi, com frequência, compensado por benesses na área social, 
tendo sido a Previdência Social a principal moeda de troca dos governantes 
militares, para obtenção de apoio popular. 
Transformações	 significativas	 ocorreram,	 ainda	no	plano	 administrativo,	
como decorrência da crescente importância da Previdência Social no contexto das 
políticas públicas.
Assim	é	que,	em	1971,	foi	criada	a	Empresa	de	Processamento	de	Dados	
da	 Previdência	 Social	 –	DATAPREV,	 e,	 em	 1974,	 foi	 instalado	 o	Ministério	
da Previdência e Assistência Social, pasta que resultou da separação das 
atribuições do antigo Ministério do Trabalho e da Previdência e Assistência 
Social. Considera-se, porém, como a grande mudança ocorrida nesse período, 
a implantação de um novo modelo organizacional para a previdência, que 
integrava, no Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social – SINPAS, 
os mais diversos segmentos da atuação estatal no âmbito da proteção social, 
inclusive a referente à previdência dos servidores públicos.
O	SINPAS	foi	instituído	pela	Lei	n°	6.439,	de	1°	de	setembro	de	1977,	pela	
qual foram criados o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência 
Social – INAMPS, órgão destinado aos serviços de assistência médica, e o 
Instituto	de	Administração	Financeira	da	Previdência	 e	Assistência	Social	 –	
IAPAS,	 entidade	 responsável	 pela	 administração	 financeira	 e	 patrimonial,	
compondo, também, o sistema, dentre outras entidades, o Instituto Nacional 
de Previdência Social – INPS. 
UNIDADE 1 — DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
14
Sob o aspecto orgânico-funcional, o novo modelo adotado prenunciava, 
ainda que timidamente, uma aproximação ao que viria a ser a fórmula 
tripartite de seguridade social criada com a Constituição da República de 
1988,	 integrando-se,	 em	um	mesmo	 sistema	 nacional,	 as	 funções	 de	 saúde,	
previdência e assistência social.
Com	 a	 promulgação	 da	Constituição	 Federal	 de	 1988,	 foi	 instituído	
o sistema da seguridade social, formado pela previdência, pela saúde e pela 
assistência	social,	cuja	regulamentação	geral	ocorreu	em	24	de	julho	de	1991,	
com a aprovação da Lei n°. 8.212 – que trata da organização da seguridade 
social e institui o seu plano de custeio –, e com a edição da Lei n° 8.213, que 
dispõe sobre os planos de benefícios da Previdência Social.
Nesse contexto, a Previdência Social passou por profundas 
transformações, dentre as quais se destacam a instituição de regime 
jurídico único para os servidores públicos e o reconhecimento de isonomia 
previdenciária ao trabalhador rural. 
Mas o aprofundamento do desequilíbrio nas contas da Previdência 
Social e a elevação dos desequilíbrios crescentes por ela apresentados ao longo 
dos	anos	90,	aliados	a	significativas	alterações	no	perfil	sociodemográfico	do	
brasileiro, impuseram mudanças profundas nas regras recém implantadas 
com a nova Carta.
Assim,	 foi	 aprovada	 a	 Emenda	 Constitucional	 n°	 20,	 de	 1998,	 que,	
dentre	 outras,	 implementou	 as	 seguintes	 disposições	 principais:	 (a)	 imposição	
de	observância	de	 critérios	que	preservem	o	equilíbrio	financeiro	e	atuarial	
do	 sistema;	 (b)	destinação	do	auxílio-reclusão	apenas	à	população	de	baixa	
renda;	(c)	proibição	de	filiação	ao	regime	geral,	como	segurado	facultativo,	de	
pessoa	participante	de	 regime	próprio	de	Previdência	Social;	 e	 (d)	exclusão	
da autorização para que o regime geral instituísse previdência complementar.
Para	 introduzir	 aspectos	 sociodemográficos	no	 cálculo	da	 aposentadoria	
por	idade	e	por	tempo	de	contribuição,	a	Lei	n°	9.876,	de	26	de	novembro	de	
1999,	instituiu	o	fator	previdenciário,	considerando-se,	na	apuração	do	salário	
de benefício, além do tempo de contribuição, a expectativa de sobrevida e a 
idade	do	beneficiário	no	momento	da	aposentadoria.
Aprofundando os ajustes necessários à sustentabilidade da Previdência 
Social brasileira, o Congresso Nacional aprovou a Emenda Constitucional n° 
41,	de	2003,	que,	relativamente	à	previdência	do	servidor	público,	promoveu,	
além de outras alterações, a instituição da contribuição do servidor inativo.
Em	2005,	mais	um	ajuste	foi	implementado,	resultante	da	promulgação	
da	Emenda	Constitucional	n°	47,	que,	no	âmbito	do	RGPS,	trouxe	a	condição	
de	deficiente	como	nova	hipótese	para	a	concessão	de	aposentadoria	especial,	
dentre outras inovações de relevo.
TÓPICO 1 — A PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
15
Em âmbito da legislação ordinária, podem-se destacar duas importantes 
inovações promovidas, recentemente, no campo do direito previdenciário: a 
instituição	do	contrato	de	trabalho	por	pequeno	prazo	e	a	criação	da	figura	do	
microempreendedor individual – MEI. 
Com	 a	 aprovação	 da	 Lei	 n°	 11.718,	 de	 20	 de	 junho	 de	 2008,	 que	
acrescentou	o	art.	14-A	à	Lei	n°	5.889,	de	8	de	junho	de	1973,	foi	introduzido,	
no ordenamento jurídico brasileiro, o contrato de trabalho por pequeno prazo, 
objetivando-se, com ele, desburocratizar e facilitar os trâmites e encargos na 
contratação de trabalhadores por produtor rural pessoa física, de forma a se 
reduzir a grande incidência de trabalho informal no campo. 
Sob essa nova forma de contratação, podem esses empregadores 
contratar	 trabalhador	 rural	 por	 até	 2	 (dois)	 meses	 dentro	 do	 período	 de	
um	 ano,	 dispensando-se	 o	 registro	 em	 carteira	 profissional	 ou	 em	 registro	
de empregado, caso a contratação esteja formalizada por contrato escrito e 
mediante	 a	 inclusão	 do	 contratado	 na	Guia	 de	Recolhimento	 do	 Fundo	de	
Garantia	do	Tempo	de	Serviço	e	Informações	à	Previdência	Social	–	GFIP.
Já	a	figura	do	MEI	 foi	objeto	da	Lei	Complementar	n°	128,	de	19	de	
dezembro	de	2008,	que,	alterando	dispositivos	da	Lei	Complementar	n°	123,	
de	14	de	dezembro	de	2006,	conferiu	tratamento	previdenciário	diferenciado	
ao	empresário	individual	cujo	faturamento	anual	é	de	até	R$	36	mil,	ou	R$	3	
mil mensais. 
Por	essas	novas	regras,	praticamente	todos	os	trabalhadores	classificados	
como “por conta própria”, tais como camelôs, ambulantes, vendedoras de 
cosméticos, verdureiros, cabeleireiros, eletricistas, pintores, pipoqueiros, 
carroceiros,	feirantes,	encanadores,	doceiros	e	outros	profissionais	que	vivem	
sem poder comprovar uma renda formal, poderão pagar tributo em valor 
fixo,	sendo,	para	a	União,	no	montante	equivalente	a	11%	do	salário-mínimo,	
destinado exclusivamente à Previdência Social; para o município de situação 
do	 empreendimento,	 a	 importância	 fixa	de	R$	 5,00	 (cinco	 reais)	 a	 título	de	
Imposto Sobre Serviços – ISS, se este for o ramo de atividade do empreendedor; 
e,	para	o	Estado,	apenas	R$	1,00	(um	real),	como	Imposto	sobre	Circulaçãode	
Mercadorias – ICMS.
FONTE: BRASIL. Ministério da Previdência Social. Previdência Social: reflexões e desafios. 
Brasília, DF: MPS, 2009. p. 17-19. Disponível em: http://sa.previdencia.gov.br/site/arquivos/
office/3_100202-164641-248.pdf. Acesso em: 19 ago. 2021.
16
Neste tópico, você aprendeu que:
• A história da Previdência Social no Brasil não á tão recente assim.
•	 O	marco	da	Previdência	Social	brasileira	foi	a	edição	do	Decreto	n°	4.682,	de	24	
de	janeiro	de	1923,	conhecido	como	Lei	Eloy	Chaves.	
•	 Foi	na	Constituição	de	1946	que	houve	a	expressão	“Previdência	Social”,	eis	
que	na	de	1934	constava	tão-somente	“previdência”.
•	 O	INSS	(Instituto	Nacional	do	Seguro	Social)	é	o	órgão	responsável	para	analisar	 
o direito ao recebimento de um benefício administrado pela Previdência Social.
RESUMO DO TÓPICO 1
17
AUTOATIVIDADE
1 Historicamente, percebemos alguns marcos no decorrer da sociedade 
a respeito da criação da Previdência Social. Sobre o assunto, assinale a 
alternativa CORRETA:
a)	(			)	Na	 primeira	 Constituição	 do	 Império	 do	 Brasil,	 em	 1924,	 já	 eram	
reconhecidas determinadas ajudas chamadas “socorros públicos”.
b)	(			)	Um	dos	maiores	marcos	da	legislação	brasileira	foi	com	o	advento	da	
Lei que tornou opcional o seguro contra acidentes do trabalho.
c)	 (			)	Nos	 primórdios,	 a	 Previdência	 Social	 era	 reconhecida	 por	 atender	
somente a população desempregada.
d)	(			)	O	Brasil	é	reconhecido	mundialmente	por	ser	o	pioneiro	no	quesito	da	
Previdência Social.
e)	 (			)	O	primeiro	registro	de	uma	ajuda	securitária	no	Brasil	se	deu	com	a	
criação	do	INAMPS	(Instituto	Nacional	de	Previdência	Social).
2 A Previdência Social é um seguro social em que o trabalhador participa 
através	 de	 contribuições	 mensais	 a	 fim	 de	 assegurar	 sua	 qualidade	 de	
segurado.	Acerca	da	sua	história,	classifique	V	para	as	sentenças	verdadeiras	
e	F	para	as	falsas:
(			)	A	Lei	Eloy	Chaves	foi	revolucionária	no	Brasil,	pois	foi	através	dela	que	
houve a exigência de estipulação do salário mínimo nacional.
(			)	No	ano	de	1930,	foi	criado	o	Ministério	do	Trabalho,	Indústria	e	Comércio,	
tendo como principal atribuição orientar e supervisionar a Previdência Social.
(			)	Um	dos	grandes	marcos	da	história	da	Previdência	Social	no	Brasil	foi	a	
criação do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos, pois foi 
a partir dele que foram criados diversos Institutos de Aposentadoria e 
Pensões,	organizados	por	categorias	profissionais.
(			)	O	 intuito	 da	 Previdência	 Social	 é	 somente	 garantir	 ao	 trabalhador	
segurado uma renda na hora em que ele se aposentar.
Assinale a alternativa que contém a sequência CORRETA:
a)	(			)	F,	V,	V,	F.
b)	(			)	F,	V,	V,	V.
c)	 (			)	V,	F,	F,	V.
d)	(			)	F,	V,	F,	V.
e)	 (			)	V,	V,	V,	F.
18
3 A Previdência tem como missão, além de assegurar ao trabalhador a 
sua aposentadoria, proteger os trabalhadores contra os chamados riscos 
econômicos: como a perda de rendimentos por conta de doença, invalidez, 
entre outros infortúnios. Sobre a sua criação, assinale a alternativa CORRETA:
a)	(			)	Na	Constituição	de	1937,	podemos	observar	a	utilização	da	expressão	
“Previdência Social” pela primeira vez.
b)	(			)	Foi	no	Estatuto	dos	Servidores	Públicos	Civis	da	União	que	houve	a	
concessão de salário-família e auxílio-doença.
c)	 (			)	Em	1963,	houve	a	criação	do	Instituto	Nacional	do	Seguro	Social	(INSS).
d)	(			)	Na	 Constituição	 Federal	 de	 1988,	 podemos	 observar	 a	 Previdência	
Social como um único sistema de proteção social.
e)	 (			)	O	regime	previdenciário	adotado	no	Brasil	possui	caráter	gratuito.
4 A Previdência Social possui um papel fundamental diante do estado social 
ao conceder benefícios e auxílios à população. Em função dessa perspectiva, 
discorra sobre a importância desse instituto.
5	 O	INSS	(Instituto	Nacional	do	Seguro	Social)	é	o	órgão	responsável	para	
analisar o direito ao recebimento de um benefício administrado pela 
Previdência Social. Diante da sua concepção, disserte acerca da sua criação 
e da sua função.
19
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
DISPOSIÇÕES ACERCA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
1 INTRODUÇÃO
Agora que já estudamos a história da Previdência Social e todo o contexto 
em	que	ela	foi	criada,	vamos	entender,	afinal,	o	que	é	a	Previdência	Social?	
Muita gente acredita que Previdência Social é sinônimo de Seguridade 
Social,	 de	 Assistência	 Social	 ou,	 até	 mesmo,	 da	 autarquia	 do	 INSS	 (Instituto	
Nacional	do	Seguro	Social).	Puro	equívoco!
A seguridade social, como vimos anteriormente, é um sistema de proteção 
com três espécies diferentes. Ou seja, seguridade social é gênero, é o pilar, porém, 
composta por três espécies, isto é, Saúde, Assistência Social e o nosso objeto de 
estudo, a Previdência Social.
FIGURA 1 – SEGURIDADE SOCIAL E A PREVIDÊNCIA SOCIAL
FONTE: A autora
SEGURIDADE SOCIAL
SAÚDE PREVIDÊNCIA SOCIAL
ASSISTÊNCIA
SOCIAL
Sabemos que não há como se falar apenas de Previdência Social, sem falar 
de seguridade. Todavia, para a presente disciplina, focaremos apenas na espécie 
da Previdência Social, pois as demais serão estudadas em apartado.
20
UNIDADE 1 — DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
2 DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
A	Constituição	Federal	de	1988,	a	fim	de	garantir	o	bem-estar	e	a	justiça	
social,	criou	o	título	da	ordem	social	em	seu	artigo	193,	permitindo	a	intervenção	
do Estado em diversos ramos da sociedade.
Essa	intervenção	visa	garantir	os	direitos	sociais	previstos	no	artigo	6°,	do	
mesmo diploma legal, tentando harmonizar as relações de trabalho com a dignidade 
humana	 e	 a	 ordem	econômica.	Mas,	 quais	 direitos	 são	 esses?	Vejamos:	 “Art.	 6°	
São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o 
transporte, o lazer, a segurança, a Previdência Social, a proteção à maternidade e à 
infância,	a	assistência	aos	desamparados,	na	forma	desta	Constituição”	(BRASIL,	
1988).	Silva	(2016,	p.	288)	considera	os	direitos	sociais	como:
Prestações positivas proporcionadas pelo Estado direta ou indiretamente, 
enunciadas em normas constitucionais, que possibilitam melhores 
condições de vida aos mais fracos, direitos que tendem a realizar a 
igualização de situações sociais desiguais. São, portanto, direitos que se 
ligam ao direito de igualdade.
A	nível	mundial,	vários	 instrumentos	 jurídicos	foram	criados	e	ratificados	
pelos países com o objetivo de concretizar os direitos sociais. Citamos:
•	 Declaração	Americana	dos	Direitos	e	Deveres	do	Homem	(1948).
•	 Declaração	Universal	dos	Direitos	humanos	(1948).
•	 Carta	Social	Europeia	(1961).
•	 Pacto	Internacional	de	Direitos	Econômicos	Sociais	e	Culturais	(1966).
•	 Convenção	Americana	sobre	Direitos	Humanos	(1969).
O	artigo	25	da	Declaração	Universal	dos	Direitos	dos	Homens,	dispõe	a	
respeito da Previdência Social:
1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar-
lhe a saúde, e o bem-estar próprio e da família, especialmente no 
tocante à alimentação, ao vestuário, à habitação, à assistência médica 
e aos serviços sociais necessários; tem direito à segurança no caso de 
desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou em qualquer outro 
caso de perda dos meios de subsistência, por força de circunstâncias 
independentes	de	sua	vontade	(ONU,	1948,	p.	4).
A Previdência possui uma importante função social, pois favorece o 
crescimento da participação da renda dos inativos e consequentemente alavanca 
o PIB de um país. Ela tem se consolidado como a maior distribuidora de renda 
do	Brasil.	Martinez	 (2013,	329)	 retrata	melhor	 como	 funciona	essa	distribuição	 
de renda:
[...] a Previdência Social, em razão de amealhar recursos em certa 
parcela da população e entregá-los a outra, não necessariamente 
coincidentes, acaba compartilhando rendas. não é seu papel, histórico 
nem	científico,	mas	em	razão	da	má	divisão	jacente	acaba	tornando-se	
efetivo instrumento de justiça social.
TÓPICO 2 — DISPOSIÇÕES ACERCA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
21
Santos	(2020,	p.	35)	complementa:
Trata-se de normasde proteção social, destinadas a prover o necessário 
para a sobrevivência com dignidade, que se concretizam quando o 
indivíduo, acometido de doença, invalidez, desemprego, ou outra 
causa, não tem condições de prover o seu sustento ou de sua família.
É com a proteção dada por uns dos institutos componentes da 
seguridade social que se garantem os mínimos necessários à 
sobrevivência com dignidade, à efetivação do bem-estar, à redução das 
desigualdades, que conduzem à justiça social.
As mutações sociais e econômicas decorrentes do avanço tecnológico 
conduzem a novas situações causadoras de necessidades, fazendo 
com que a proteção social tenha que se adequar aos novos tempos.
Como se vê, a Previdência Social é parte integrante da ordem social 
e	 sua	 finalidade,	 em	 conformidade	 com	 o	 artigo	 1°	 da	 Lei	 n°	 8.213/1991,	 é	
assegurar	 aos	 seus	 beneficiários	 meios	 indispensáveis	 de	 manutenção,	 por	
motivo de incapacidade, desemprego involuntário, idade avançada, tempo de 
serviço, encargos familiares e prisão ou morte daqueles de quem dependiam 
economicamente.	Ainda,	o	artigo	3°	da	Lei	n°	8.212/1991,	estabelece	acerca	da	sua	
finalidade	e	seus	princípios:
Art.	3°	A	Previdência	Social	tem	por	fim	assegurar	aos	seus	beneficiários	
meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, 
idade avançada, tempo de serviço, desemprego involuntário, 
encargos de família e reclusão ou morte daqueles de quem dependiam 
economicamente.
Parágrafo único. A organização da Previdência Social obedecerá aos 
seguintes princípios e diretrizes: 
a)	 universalidade	 de	 participação	 nos	 planos	 previdenciários,	
mediante contribuição;
b)	 valor	 da	 renda	mensal	 dos	 benefícios,	 substitutos	 do	 salário-de-
contribuição ou do rendimento do trabalho do segurado, não 
inferior ao do salário mínimo;
c)	 cálculo	dos	benefícios	considerando-se	os	salários-de-contribuição,	
corrigidos monetariamente;
d)	preservação	do	valor	real	dos	benefícios;
e)	 previdência	 complementar	 facultativa,	 custeada	por	 contribuição	
adicional	(BRASIL,	1991a).
Observa-se, acadêmico, que a Previdência Social é um seguro público e 
compulsório	de	forma	obrigatória,	e	a	Constituição	Federal	objetiva	que	todas	as	
pessoas estejam protegidas, e essa proteção adequada se dá em razão do custeio 
e da necessidade. O necessitado que não possui a qualidade de segurado, mas 
preenche os requisitos legais, terá direito à assistência social. Já o necessitado que 
for segurado da Previdência Social, terá sua proteção resguardada pela concessão 
do benefício previdenciário. 
Das três espécies que compõem a seguridade social, somente a 
Previdência Social tem caráter contributivo, isto é, para ter direito às prestações 
previdenciárias, o segurado deve contribuir com o pagamento de um tributo 
específico.	Do	contrário,	ele	não	terá	direito	a	tal	benefício.	Rodrigues	(2002,	p.	10,	
grifo	do	original)	explana	sobre	essa	forma	de	custeio:
22
UNIDADE 1 — DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
[...] é um sistema de custeio em regime de caixa, pelo qual o que se 
arrecada é imediatamente pago, sem que haja, obrigatoriamente, um 
processo de acumulação. Este regime de custeio, também conhecido 
como pay-as-you-go	(PAYG),	pressupõe	que	um	grupo	de	indivíduos	
mais jovens arcará com os custos da aposentadoria dos mais velhos; 
e os mais jovens, acreditam que o mesmo será feito ao se tornarem 
idosos, montando-se aí o que se denominou ‘pacto entre gerações’, 
de forma que a geração anterior custeia os benefícios previdenciários 
da seguinte.
 
Nos	 demais	 institutos	 que	 compreendem	 a	 seguridade	 social	 (assistência	
social	e	saúde)	não	é	preciso	contribuição,	ou	seja,	não	é	necessário	o	pagamento	de	
um	tributo	específico	para	que	o	cidadão	usufrua	do	benefício.	Elas	são	ofertadas	
a quem delas necessitarem, independentemente de contribuição à seguridade 
social.	 E	 como	 a	 Previdência	 Social	 exerce	 esse	 papel?	 Ora,	 acadêmico,	 ela	 
assegura alguns benefícios e serviços aos seus segurados e dependentes, em razão 
de uma incapacidade momentânea ou vitalícia, da idade avançada, desemprego, 
restrição da liberdade e, inclusive na morte, com a cobertura de:
•	 BENEFÍCIOS:
◦	 auxílio-doença;
◦	 auxílio-acidente;	
◦	 auxílio-reclusão;	
◦	 aposentadoria	por	idade;	
◦	 aposentadoria	por	invalidez;	
◦	 aposentadoria	por	tempo	de	contribuição;	
◦	 aposentadoria	especial;		
◦	 pensão	por	morte;		
◦	 salário-maternidade;		
◦	 salário-família;	e
◦	 seguro-desemprego.
• SERVIÇOS:
◦	 reabilitação	profissional;		
◦	 serviço	social;	e
◦	 perícia	médica.
Destes, apenas os benefícios de pensão por morte e auxílio-reclusão são 
pagos	aos	dependentes	e	os	serviços	de	reabilitação	profissional	e	serviço	social.	
Esse sistema previdenciário se mantém devido ao seu caráter contributivo, como 
vimos anteriormente, eis que os recursos recolhidos de forma compulsória dos 
trabalhadores e da sociedade são direcionados para si.
TÓPICO 2 — DISPOSIÇÕES ACERCA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
23
3 DOS REGIMES DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
A Previdência Social divide-se em dois regimes previdenciários: os 
regimes básicos ou obrigatórios e os regimes complementares. Ainda, os regimes 
básicos são subdivididos em previdência dos trabalhadores em geral e regime 
de	 Previdência	 Social	 específico	 para	 servidores	 de	 cargos	 efetivos	 dos	 entes	
federativos.	Diante	disso,	podemos	afirmar	que	os	regimes	básicos	de	Previdência	
Social	no	Brasil	são:	o	Regime	Geral	de	Previdência	Social	e	os	Regimes	Próprios	
de	Previdência	 Social.	Vejamos	o	 esquema	 apresentado	na	 Figura	 2	para	uma	
melhor compreensão:
FIGURA 2 – REGIMES DA PREVIDÊNCIA SOCIAL BRASILEIRA
REGIMES	
PREVIDENCIÁRIOS
REGIMES	BÁSICOS	
OU	OBRIGATÓRIOS
REGIMES	
COMPLEMENTARES
REGIME	GERAL	DE	
PREVIDÊNCIA SOCIAL
(trabalhadores	em	geral)
REGIMES	PRÓPRIOS	DE	
PREVIDÊNCIA SOCIAL
(ente	federativo	que	
institui um regime próprio 
aos	seus	servidores)
REGIME	DOS	
MILITARES
FONTE: A autora
Portanto, nos regimes básicos ou obrigatórios da Previdência Social estão 
inseridos	o	Regime	Geral	de	Previdência	Social,	previsto	no	artigo	201;	o	Regime	
Próprio	de	Previdência,	tratado	no	artigo	40	e;	o	Regime	dos	militares,	artigo	142,	
§3°,	inciso	X,	todos	da	Constituição	Federal	de	1988.
As	diferenças	entre	eles	vão	além.	O	Regime	Geral	de	Previdência	Social	
(RGPS)	é	organizado	pela	União,	enquanto	os	Regimes	Próprios	de	Previdência	
Social	(RPPS)	são	organizados	pela	União,	pelos	Estados,	pelo	Distrito	Federal	e	
Município, caso os entes federativos os tenham criado.
24
UNIDADE 1 — DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
São	filiados	ao	Regime	Próprio	de	Previdência	Social	os	servidores	titulares	
de	cargos	de	provimento	efetivo	da	União,	dos	Estados,	do	Distrito	Federal	e	dos	
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações. Ainda, os servidores titulares 
de cargos vitalícios, como os Magistrados e os membros do Ministério Público e o 
servidor	estável,	abrangido	pelo	artigo	19	do	Ato	das	Disposições	Constitucionais	
Transitórias,	 e	o	admitido	até	5	de	outubro	de	1988,	que	não	 tenha	cumprido,	
naquela data, o tempo previsto para aquisição da estabilidade no serviço público. 
Caso esses servidores anteriormente citados não tenham amparo de 
um regime próprio de Previdência Social instituído pelo seu ente responsável, 
automaticamente	eles	estarão	inseridos	na	regra	do	RGPS.
O	 RGPS	 é	 regulado	 pelas	 Leis	 n°	 8.212	 e	 8.213,	 ambas	 de	 1991,	 que	
dispõem sobre o Plano de Custeio da Seguridade Social e Plano de Benefícios da 
Previdência Social, respectivamente. E ainda, regulado também pelo Decreto n° 
3.048/1999,	Regulamento	da	Previdência	Social.
É	gerenciado	pelo	Instituto	Nacional	do	Seguro	Social	(INSS)	e	nele	estão	
inseridos os trabalhadores assalariados urbanos, autônomos, domésticos e rurais, 
ou seja, é o regime da previdência dos trabalhadores da iniciativa privada e dos 
funcionários públicos celetistas.
A	Emenda	Constitucional	n°	103/2019	–	Reforma	da	Previdência	–	alterou	
significativamenteo	regime	de	aposentadorias	e	pensões	do	RGPS	e	também	do	
RPPS, dos servidores públicos federais. Muitas situações ainda dependem de 
legislação ordinária e complementar ainda não editadas.
O	 Regime	 dos	 Militares	 das	 Forças	 Armadas	 são	 destinados	 aos	
servidores públicos militares e, apesar da prestação de serviço à coletividade, 
possui uma forma de contribuição diferenciada em relação aos valores e tempo 
de contribuição.
Já nos regimes complementares, temos a previdência complementar 
privada,	 muito	 discutida	 atualmente,	 prevista	 no	 artigo	 202	 e,	 a	 previdência	
complementar	pública,	no	artigo	40,	§§	14	a	16,	ambos	da	CF/1988.
Os fundos de investimento de previdência privada são formas de poupar 
para	 complementar	 a	 aposentadoria	 oficial	 ou	 para	 atingir	 objetivos	 a	 longo	
prazo.	Agostinho	(2020,	p.	63)	esclarece	o	tema:
Os fundos de previdência têm de ser oferecidos por seguradoras, que 
se	 comprometem	no	fim	de	determinado	período	de	 contribuição	 a	
dar	ao	investidor	a	opção	de	comprar	uma	renda	por	toda	a	vida	(ou	
por	determinado	número	de	anos)	ou	sacar	o	dinheiro	gradualmente.	
Há um compromisso da seguradora com o investidor.
TÓPICO 2 — DISPOSIÇÕES ACERCA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
25
Sua forma de funcionamento é através dos planos de previdência, nos 
quais	o	 interessado	calcula	quanto	quer	e/ou	pode	guardar	mensalmente	para	
acumular um valor que garanta a renda desejada por determinado número de 
anos. Essa contribuição é debitada de uma conta corrente, caso o plano venha ser 
feito com algum banco.
Para a constituição e funcionamento de uma empresa que administre 
a previdência privada, a legislação vigente prevê a necessidade de autorização 
prévia do governo. Esse controle é exercido pela Superintendência Nacional de 
Previdência	Complementar	 (PREVIC),	uma	autarquia	de	natureza	especial	 criada	
pela	Lei	n°	12.154/2009.
Dito	 isto,	 voltando	 ao	 RGPS,	 destacamos	 que	 ele	 é	 conduzido	 por	
princípios essenciais para a sua instrumentalização, como da obrigatoriedade de 
vínculo, contributividade e solidariedade.
A	obrigatoriedade	de	vínculo	está	na	imposição	de	filiação	dos	segurados	
obrigatórios, para que haja a possibilidade de fruição dos benefícios.
Relacionado com a obrigatoriedade de vínculo está a contributividade, 
pois é imprescindível contribuir para estar vinculado e ser garantida a qualidade 
de segurado.
Por	fim,	a	 solidariedade,	que	é	o	princípio	basilar	do	Regime	Geral	de	
Previdência	 Social.	 Quem	 financia	 o	 pagamento	 dos	 benefícios	 ativos	 são	 os	
trabalhadores inseridos no mercado de trabalho formal, mediante as suas 
contribuições.
E	quem	administra	o	RGPS?	Podemos	afirmar	que	o	órgão	responsável	
por	administrar	esses	regimes	é	o	INSS?	Correto?	NÃO,	acadêmico!	Vejamos	o	
porquê.
O INSS é uma autarquia federal. É um órgão integrante da Administração 
Pública Indireta, ou seja, sua atividade foi descentralizada da Administração 
Direta. Ele foi criado para exercer atividade estatal, com autonomia gerencial 
e administrativa, para conferência dos requisitos legais para a concessão de 
benefícios	e	serviços	do	Regime	Geral	de	Previdência	Social.
Leitão	(2018,	p.	90)	é	claro	ao	afirmar	que	o	INSS	afere	os	pressupostos	
legais	 para	 deferimento	 ou	 não	 dos	 benefícios	 e	 serviços	 do	 RGPS,	mas	 “não	
administra	o	Regime	Geral	de	Previdência	Social”.
26
UNIDADE 1 — DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
O Regimento Interno do INSS, atualizado pela Portaria n° 414, de 28 de 
setembro	de	2017,	nos	diz:
Art. 1° O Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, autarquia federal 
com	sede	em	Brasília,	Distrito	Federal,	instituída	com	fundamento	no	
disposto	no	art.	17	da	Lei	no	8.029,	de	12	de	abril	de	1990,	é	vinculado	 
ao	Ministério	do	Desenvolvimento	Social.	(grifo	nosso)
Parágrafo único. O Conselho Nacional de Previdência estabelecerá 
as diretrizes gerais previdenciárias a serem seguidas pelo INSS 
(BRASIL,	2017).	
Sendo	assim,	o	 INSS	não	administra	o	RGPS.	A	administração	 cabe	ao	
Ministério do Desenvolvimento Social, sendo exercida pelos órgãos e entidades 
a ele vinculados.
A administração do Regime Geral de Previdência Social cabe ao Ministério do 
Desenvolvimento Social. O INSS apenas confere a possibilidade ou não de concessão de 
benefícios e serviços do RGPS.
ATENCAO
4 A REFORMA DA PREVIDÊNCIA (2019)
No decorrer do nosso Livro Didático, podemos perceber algumas 
informações esparsas a respeito da Reforma da Previdência. Contudo, em 
decorrência, da novidade da matéria e das recentes alterações trazidas sobre o 
objeto	do	nosso	estudo,	elas	serão	trabalhadas	de	forma	específica	na	Unidade	3,	
diretamente quando abordarmos os benefícios previdenciários.
Contudo, aqui cabe esclarecer quais foram os motivos que levaram a 
ocorrer a tão discutida e famigerada Reforma da Previdência. Na exposição de 
motivos	da	Proposta	de	Emenda	Constitucional	n°	6/2019,	transformada	depois	
na	EC	n°	103/2019,	diz	que:
A presente proposta estabelece nova lógica mais sustentável e justa 
de funcionamento para a Previdência Social, regras de transição, 
disposições transitórias e dá outras providências. A adoção de tais 
medidas mostra-se imprescindível para garantir, de forma gradual, 
a sustentabilidade do sistema atual, evitando custos excessivos para 
as futuras gerações e comprometimento do pagamento dos benefícios 
dos aposentados e pensionistas, e permitindo a construção de um 
novo modelo que se fortaleça a poupança e o desenvolvimento no 
futuro	(BRASIL,	2019a,	p.	1).
TÓPICO 2 — DISPOSIÇÕES ACERCA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
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Uma das propostas inicial da reforma era a promessa de economia de R$ 
1.236,5	trilhão	em	dez	anos.	Após	a	tramitação	do	texto	na	Câmara	dos	Deputados,	a	
economia	projetada	para	dez	anos	caiu	para	R$	933,5	bilhões.	E,	com	a	tramitação	no	
Senado,	a	economia	no	mesmo	período	caiu	para	R$	800,3	bilhões.
O assunto foi bastante discutido no cenário nacional, de um lado, 
defensores das contas públicas e, de outro, os que achavam a mudança prejudicial 
aos trabalhadores. Certo é que, o projeto foi aprovado em 12 de novembro e 
resultou	na	Emenda	Constitucional	n°	103	de	2019.	Diante	disso,	 estudaremos	
essas	 alterações	 nos	 campos	 específicos	das	 prestações	 beneficiárias,	 de	 forma	
pormenorizada.
5 SALÁRIO DE BENEFÍCIO x SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO
Como utilizaremos bastante as nomenclaturas “salário de benefício” e 
“salário de contribuição” é essencial que não paire dúvidas a respeito de seus 
conceitos.
Salário de contribuição pode ser conceituado como o salário base que o 
cidadão recebe por exercer as suas atividades e sobre o qual será calculado a 
contribuição	a	ser	paga	junto	ao	INSS.	Alencar	(2018,	p.	18)	conceitua:
Regrado	 no	 art.	 28	 da	 Lei	 n°	 8.212/1991,	 o	 salário	 de	 contribuição	
(SC),	por	sua	vez,	é	o	valor	sobre	o	qual	se	faz	 incidir	a	alíquota	da	
contribuição previdenciária. Dito de outra maneira, SC é a base de 
cálculo do tributo. Equivale, grosso modo, à remuneração do segurado 
obrigatório na categoria: empregado, trabalhador avulso, empregado 
doméstico	e	contribuinte	individual	(at.	11	da	Lei	n°	8.213,	de	1991).	
Para	o	segurado	facultativo	(art.	13	da	Lei	n°	8.213/1991)	o	SC	é	o	valor	
por ele declarado.
O	artigo	201	da	CF/1988	nos	diz	que	“os	ganhos	habituais	do	empregado,	
a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição 
previdenciária e consequente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da 
lei”	(BRASIL,	1988).
Já o salário de benefício é a base de cálculo da renda mensal inicial da 
maioria	dos	benefícios	previdenciários.	Alencar	(2018,	p.	18)	continua:	
Dos	 arts.	 29	 a	 32	 da	 LB	 encontram-se	 os	 contornos	 acerca	 do	 salário	
de	 benefício	 (SB),	 consistente	 na	 base	 de	 apuração	 da	 renda	 mensal	
inicial do benefício e correspondente à média aritmética simples de 
determinado número de salários de contribuição, quantidade de salários 
de contribuição a ser estabelecida conforme a época do implemento

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