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UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA
Institutos de Ciências Humanas
Curso de Psicologia
ANA CLARA –
GEOVANNA
MARA MICAELA
NATALIA COLARES FERREIRA
RAQUEL MORADA
ÉTICA E SEXUALIDADE
MANAUS
2020
UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA
Instituto de Ciências Humanas
Curso de Psicologia
 ANA CLARA –
GEOVANNA
MARA MICAELA
NATALIA COLARES FERREIRA
RAQUEL MORADA
Relatório de pesquisa, apresentado para a disciplina de Ética profissional, sob a orientação da professora Jaqueline Figueiredo
ÉTICA E SEXUALIDADE
O PAPEL DO PSICOLOGO NO COMBATE A LGBTFOBIA
 MANAUS
2020
 
Introdução
O presente trabalho tem como objetivo trazer uma reflexão a respeito do papel dos estudantes de psicologia enquanto em formação, podem exercer na luta contra a LGBTfobia, Dentro do tema Ética e Sexualidade no Brasil, a Psicologia tem representado um fator importante na luta contra o preconceito. Sabe-se que o Princípio Fundamental I do Código de Ética da Psicologia ordena que, no exercício profissional, o psicólogo atue de acordo com os valores contidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos, sendo seu dever promover reflexões e ações no âmbito dos direitos sexuais e direitos reprodutivos e promover, no exercício cotidiano da profissão, a luta contra o preconceito relacionado à autonomia do corpo, vivência da sexualidade e à construção das identidades de gênero de modo geral. 
Contudo, o movimento LGBT é um órgão vivo que vez após vez sofre modificações e atualizações, contém nuances complexas que podem abarcar inúmeras questões éticas as quais podemos nos deparar durante o exercício da psicologia, questões que podem nos requeri um conhecimento mais aprofundado sobre o tema, em que somente um entendimento que “homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão”(Conselho, 1999) não sejam suficientes para abarcar. 
Com esse intuito, direcionamos nossa pesquisa para destacar a relevância de um maior interesse em nos educarmos melhor sobre as questões de sexo e gênero, dentro da nossa formação de psicologia, e como essas ações educativas podem ter um efeito positivo enquanto agentes de mudança que poderemos ser enquanto psicólogos na sociedade, fortalecendo assim o movimento contra a LGTBfobia.
Segundo a OMS, a saúde sexual consiste na integração dos aspectos somáticos, afetivos, intelectuais e sociais do indivíduo, de forma a promover o enriquecimento da sua personalidade. Portanto, considera-se esta um fator de grande importância para o desenvolvimento saudável da construção da personalidade de um indíviduo, refletindo nos dois primeiros princípios fundamentais do Código de Ética:
I. O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
II. O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
A psicologia tem um papel fundamental na luta pelo entendimento de temas relacionados a questões de sexualidade e identidade de gênero, tendo por responsabilidade contribuir para a dissolução de preconceitos não só no âmbito acadêmico como também no exercício da profissão. Em 17/05/1990, a OMS retirou a homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID), entretanto essa luta continua se fazendo presente até o ano atual. De acordo com dados publicados no ano passado pela organização Associação Internacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Trans e Intersexuais (ILGA), em 70 países a homossexualidade ainda é criminalizada, com casos de prisão e até de pena de morte, e a transexualidade só deixou de ser classificada como doença pela OMS em junho de 2018, contrapondo-se ao dado trazido pelo G1, em 2019: “O Brasil registrou 141 mortes de pessoas LGBT de janeiro a 15 de maio deste ano, segundo relatório do Grupo Gay da Bahia (GGB) divulgado nesta sexta-feira (17). Segundo a entidade, foram 126 homicídios e 15 suicídios, o que representa a média de uma morte a cada 23 horas.” Trazendo a reflexão de que o preconceito não existe apenas em núcleos familiares fechados, existindo também culturalmente, sendo uma ideia enraizada que precisa ser desconstruída a cada dia.
 
“De acordo com a Resolução 01/99, não cabe a profissionais da Psicologia no Brasil o oferecimento de qualquer tipo de terapia de reversão sexual, uma vez que a homossexualidade não é considerada patologia, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Já a Resolução CFP  01/2018, também publicada pelo CFP, estabelece normas de atuação para as psicólogas e os psicólogos em relação às pessoas transexuais e travestis. O documento foi baseado em três pilares: transexualidades e travestilidades não são patologias; a transfobia precisa ser enfrentada; e as identidades de gênero são autodeclaratórias.” Trans devem cumprir pena em presídios de acordo com o gênero
Posted on 17 de outubro de 2018, Thaís Ribeiro
Foucault (2011) localiza na confissão, conforme dever no cristianismo, codificada dentro de uma linguagem científica, o central artifício por meio do qual a sociedade ocidental vinculou o assunto da sexualidade ao assunto da verdade. 
no entanto, não se trata de qualquer verdade, mas a verdade sobre o sujeito, ou seja, dizer a verdade sobre seu sexo passou a ser tomado como sinônimo de dizer a verdade sobre si. 
Assim, surge um jogo de esquadrinhamento e estímulo dos corpos, no nível dos pensamentos, dos gestos, dos comportamentos e dos anseios.
No texto “Sexualidade e poder”, Foucault (2012b) estabelece a disparidade entre sua formulação da história da sexualidade em relação a outras formas de analisar o saber sobre a sexualidade conforme, por exemplo, a psicanálise. 
O essencial está em não aceitar apenas a formulação geral sobre a sexualidade gerada no século XIX, como evento amplo da histeria; 
isto é, não formular a sexualidade exclusivamente conforme o “[…] desconhecimento pelo sujeito de seu próprio desejo” (p. 
considerar a própria superprodução social e cultural sobre a sexualidade que se instaurou desde – e mesmo antes – desse período histórico.
 
Por conta de um conceito histórico e cultural da sexualidade, conceito este que baseando se em concepções biológicas, religiosas, medicas, sociais, morais e educacionais (Pastana, 2020) a relação entre pessoas do mesmo sexo ou a transexualidade é vista ainda como um algo pecaminoso, em alguns países até mesmo sendo considerados crimes ou uma patologia que possa “ser curada” mesmo hoje em dia. No Brasil a homossexualidade foi despatologizada em 1985 e ainda hoje no século XXI, essas pessoas continuam sofrendo e vivenciando a discriminação, perseguição e violência por sua orientação sexual e identidade de gênero. 
Ramiro Figueiredo diz em seu texto, que a comunidade LGBT está exposta a uma alta taxa de preconceito vindo da sociedade e principalmente da própria família, alguns estudos mostram que jovens da comunidade são mais propensos a desenvolverem depressão, ansiedade, abuso de substâncias, e até mesmo doenças cardiovasculares. Assim vindo ocorrer por consequência o alto nível de tentativas de suicídios e suicídios consumados esse número sendo maior entre não- heterossexuais e transexuais do que entre a população heterossexual. (King et al., 2008).
Ainda usando o texto de Ramiro Figueiredo, agora sobre o tratamento da população quanto à pessoas transsexuais e travestis terem uma barreira quando se trata de ter acesso a saúde e que se devem ter uma revisão quanto as políticas publicas voltado para essa minoria, e com esse descaso o medo do preconceito que podem vir a sofrer travestis e pessoas trans acabam não procurando os serviços de saúde. E por falta de oportunidadeuma parte dessas pessoas acabam tendo que recorrer à prostituição como único meio para sobreviver.
“De 2008 a 2013, foram reportados 539 assassinatos de travestis e pessoas trans no Brasil; esses números provavelmente são maiores, pois a subnotificação parece ser grande (Transgender Europe, 2013). No ambiente escolar, o bullying com viés de orientação sexual é uma experiência comum entre jovens gays, lésbicas e bissexuais; relatos de assédio, agressões físicas, perseguições, entre outras situações abusivas, são mais comuns do que gostaríamos de imaginar (APA, 2009; Herek & Garnets, 2007).”  por Ramiro Figueiredo Catelan O papel da psicologia no trabalho com a população LGBT
Agora, quanto ao papel dos profissionais da psicologia no combate a lgbtfobia é usar as ferramentas já existente, através da psicoeducação, e pensar em novas meios de mostrar a sociedade que pessoas e suas orientações sexuais ou identidade de gênero não são doenças, isso já sendo cientificamente comprovado. 
“É um dever ético cruzar o limiar da indiferença em direção a posturas mais empáticas. A diferença está colocada na humanidade enquanto um fenômeno complexo. A vida é plural, diversa, múltipla, abundante, multifacetada. A diferença e a diversidade humana, mais especificamente a diversidade sexual e de gênero, precisa ser reconhecida, afirmada, validada e reforçada. Aquilo que diverge do que somos não deve nos ameaçar, reduzir ou anular, mas engrandecer, qualificar e ampliar.” por Ramiro Figueiredo Catelan O papel da psicologia no trabalho com a população LGBT
 Conclusão
A categoria profissional dos psicólogos expressou, em seu último código de ética, normas que se opõe a toda forma de discriminação, violência, opressão e exploração, explicitando a posição política da categoria em relação a várias questões, em especial quanto à discriminação de homossexuais, violência no geral e preconceito racial. Presentes no código de ética como princípios fundamentais, essas normas de oposição clarificam que a postura do profissional deve condizer com a proposta da psicologia: promover a aceitação do indivíduo como um todo, incluindo suas aspirações, credo, sexualidade e raça. A luta pelo reconhecimento da homossexualidade como algo normal não acontece só no âmbito jurídico, e não acontece só no presente momento. É necessária desconstrução de uma cultura que patologiza homossexualidade desde o momento em que a igreja trouxe conceitos como “o sexo só serve para procriação,” considerando toda a prática distinta pecaminosa.
O pesquisador Judd Marmor aponta os três principais fatores que favorecem a homofobia: forte doutrinação religiosa; ignorância do que seja a homossexualidade; e/ou profunda insegurança (e medo) em relação à própria sexualidade e/ou orientação sexual. Clarificando que nenhuma das coisas justifica um comportamento violento e preconceituoso, mas facilita o entendimento de que isso é algo cultural, forte e precisa ser erradicado. É dever do psicólogo, diante de um paciente que esteja sofrendo com o processo de aceitação, desmistificar que homossexualidade é uma doença e orientá-lo para que este consiga expressar todas as áreas da sua personalidade sem receio.
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