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110 Unidade IV Unidade IV 7 AMBIENTE ORGANIZACIONAL 7.1 Planejamento organizacional Apesar de a história do pensamento administrativo demonstrar que desde os primórdios da civilização as pessoas vêm sendo administradas em grupos, as tentativas de desenvolver teorias da administração são relativamente recentes, datando da Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX. Naquela época, o desenvolvimento e o uso de novas tecnologias concentraram grandes quantidades de matéria-prima e de trabalhadores dentro das fábricas. Os bens eram produzidos em quantidade e precisavam ser amplamente distribuídos, e a necessidade de coordenar todos esses elementos fez surgir uma abordagem sistemática da administração. De acordo com a síntese feita por Teló (2001), a ocorrência da globalização da economia, na década de 1990, modificou o cenário organizacional vigente até então. Na economia global, as distinções entre as economias nacionais são eliminadas pela crescente integração e interdependência dos mercados para bens, serviços, finanças e mão de obra. Contudo, o atendimento, por parte das empresas, dos pressupostos que o processo de globalização requer, traz diversas implicações para as estruturas organizacionais. Com frequência, as empresas constatam que as estruturas existentes, apropriadas para a produção doméstica, não servem para as operações no exterior. Isso porque essas estruturas estão projetadas para produzir repetitivamente uns poucos tipos básicos de decisões. O quadro atual da economia mundial tem apontado no sentido de três grandes vetores: no plano econômico, a globalização e a consequente competição internacional; no plano social, a regionalização, até como resposta aos efeitos da globalização econômica, que obriga os países a reduzirem seus custos e abandonarem o assistencialismo; no plano político, a descentralização, pois cada região necessita de flexibilidade para arranjar seus fatores e tornar-se competitiva. Atualmente, em função da globalização e da abertura do mercado nacional, vislumbra-se o começo do fim da organização tradicional. Um século dominado por um único tipo de organização – a burocrática – está dando lugar, lentamente, a uma nova era. Essa evolução envolve um pensamento renovador sobre a maneira pela qual as pessoas, o trabalho e as informações podem ser reunidos em novas formas de organização capazes de realizar níveis significativamente mais altos de desempenho continuado. A competitividade, palavra de ordem nos dias atuais, requer não apenas a definição e execução correta da estratégia empresarial, mas que ambas sejam elaboradas de tal forma que assegurem a eficácia da organização. A administração destaca-se pelos julgamentos e percepções dos administradores, presentes na elaboração do planejamento. Os administradores terão relevância ainda maior se forem capazes de gerenciar a execução das estratégias, buscando, de forma eficiente e eficaz, um sincronismo entre as estratégias definidas e a sua operacionalização diária. A informação e a avaliação de desempenho são 111 FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA instrumentos organizacionais que se traduzem na flexibilidade em identificar o passo à frente que deve ser dado, no menor período de tempo, o que implica avaliações estratégicas de desempenho (SINK e TUTTLE, 1993). O desenvolvimento de um processo gerencial que melhore requer, necessariamente, o empreendimento de um esforço sistemático dos administradores para projetar, reprojetar e implantar sistemas de medição e avaliação de desempenho. Isso significa que a medição e a avaliação da eficiência, eficácia, efetividade, qualidade, produtividade, inovação, lucratividade etc. são partes integrantes dos sistemas de suporte ao processo de administração da empresa que busca a competitividade. Segundo Sink e Tuttle (1993, p.147), a medição tende a ser encarada e usada de maneira muito limitada na maioria das organizações. Em resumo, a tradição estabeleceu uma visão das aplicações da medição muito voltada para o controle. De acordo com Walton (1993, p. 85), muitas organizações continuam a basear-se em técnicas de controle e submissão que têm sido aperfeiçoadas por muitas décadas: clara demarcação entre planejamento e execução; cargos simples e de pouca qualificação; responsabilidade individual; padrões de desempenho mínimo; supervisão rígida e tratamento do trabalho como um custo variável. O desempenho ou a medida de sucesso do negócio não pode mais ser mensurados pelos padrões tradicionais ou orientados somente por extrapolações de fatos ocorridos no passado. Diversas organizações de grande e médio portes já estão envolvidas em programas de aperfeiçoamento da avaliação de desempenho. Elas tentam identificar e definir indicadores de desempenho não financeiros para suprir as limitações daqueles que se apoiam, exclusivamente, em medidas financeiras. Infelizmente, muitas dessas tentativas geram frustrações a seus mentores porque buscam uma avaliação impossível, em vez de conceber medidas que exigem um esforço sistemático e gradual das pessoas envolvidas nesse processo. Esses programas requerem a determinação de uma infraestrutura que ofereça o devido suporte para obter sucesso no aperfeiçoamento de indicadores de desempenho substanciais e constantes. Assim: a) a avaliação de desempenho pressupõe um referencial ou parâmetro para comparação, contra o qual o desempenho será confrontado – esse parâmetro poderá ser expresso tanto em termos físicos ou financeiros, ou ambos; b) é necessário o estabelecimento de um intervalo de tempo para que a avaliação de desempenho possa ser feita – esse intervalo permitirá operacionalizar tal avaliação, e não necessariamente significa que as atividades sejam paralisadas para que tal avaliação ocorra. Outra importante questão na apuração do desempenho refere-se às divergências ou pouca clareza dos objetivos fixados, tais como metas financeiras (fluxo de caixa e lucratividade), em relação às metas estratégicas. Embora a maioria das empresas aponte, em seus documentos societários, a declaração do objetivo de prover superior retorno do investimento dos acionistas, o desenvolvimento e a manutenção de genuína vantagem competitiva estariam, em verdade, dependentes de estratégias que objetivassem retornos para os beneficiários do empreendimento, tradicionalmente representados pelos clientes, fornecedores, empregados e acionistas. 112 Unidade IV A perspectiva em termos de horizontes de tempo para ganhos essenciais e duradouros de desempenho também é um fator que deve ser considerado no estabelecimento de indicadores. Assim, um administrador de uma unidade da empresa requer conjuntos diferentes de critérios de desempenho para missões diversas, ou seja, o esforço do aperfeiçoamento do desempenho assume diferentes características se for dirigido para a qualidade ou pelo foco no cliente, ou mesmo pela mudança de cultura. Desse modo, faz-se necessário prover: • medidas sólidas que garantam que estamos monitorando as coisas certas; • um sistema de medição total, e não uma coleção de medidas não relacionadas e potencialmente contraproducentes; • um processo de gerenciamento de desempenho que converta os dados fornecidos pelo sistema de medição em ação inteligente. Mediante a análise do seu desempenho, as organizações podem medir a sua capacidade de sobrevivência e continuidade em face das exigências do ambiente interno e externo em que estejam inseridas. Se tomadas em conjunto, as características atuais do ambiente de negócios têm em comum a ocorrência de mudanças cada vez mais difundidas, persistentes e velozes. Em verdade, essas mudanças dão origem a incertezas e ambiguidades que a todo instante desafiam a capacidade de adaptação das organizações. Considerando-se que as organizações não são entidades isoladas, mas, ao contrário, estão em interação dinâmica com o ambiente em que se encontram, cabe investigar as transformações pelas quais vêm passando como decorrênciado ambiente de negócio em que atuam. Observação O desempenho organizacional é normalmente analisado em função de três dimensões: eficiência, eficácia e efetividade. Segundo Teló (2001), a história do desenvolvimento organizacional confunde-se com a história da predominância crescente do trabalho mental sobre o físico. Tal tendência é implacável. À medida que entram na era do conhecimento, as empresas precisam manter duas características básicas: clareza/concentração e capacidade de adaptação contínua a mudanças. Contudo, as empresas sempre dependeram das análises financeiras feitas pelos gerentes de contabilidade e de finanças. As organizações, num contexto em que informação é poder, esperam que esses profissionais também assumam o papel de estrategistas corporativos. A qualificação dos administradores é importante porque as empresas são férteis em riscos. Os mercados mudam rapidamente de rumo, e essas mudanças geralmente são alimentadas pelas novas tecnologias e pela concorrência acirrada, interna e externa. Portanto, as perspectivas da empresa geralmente dependem da capacidade de seus dirigentes de enfrentar e superar os períodos de 113 FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA turbulência e tumulto. Aquilo que uma empresa define como indicador é o que ela vai obter como resultado; as medidas nas organizações afetam de maneira significativa o comportamento dos gerentes e dos empregados. Medidas tradicionais utilizadas no mundo dos negócios, como retorno sobre o investimento e produtividade/pessoa, todas focadas em controle e originadas da função financeira difundida, podem dar algum sinal relacionado ao desempenho atual e ao crescimento pontual da empresa, mas não explicitam esforços e resultados como melhorias, inovações e investimentos voltados para o desenvolvimento organizacional. Saiba mais Um bom exemplo para compreensão do tema é o filme Na Roda da Fortuna, dos irmãos Coen (1994). Quando o presidente das Indústrias Hudscuker suicida-se, o comitê de diretoria arquiteta um plano: entregar a direção da companhia a um perfeito idiota, provocar a queda do valor das ações e, em seguida, assumir o comando da empresa. O escolhido é o idealista Norville Barnes, recém-contratado para o departamento de correspondências internas. Mas a inesperada invenção de um bambolê pode estragar as intenções de Mussberger. 7.2 Matemática financeira nas organizações A matemática financeira tem extrema importância para a tomada de decisões na empresa, e, sua aplicação, quando bem desenvolvida, traz maior rentabilidade, possibilitando o processo de maximização nos resultados. Podemos conceituá-la, de maneira simplista, como o ramo da matemática que tem como objeto de estudo o comportamento do dinheiro ao longo do tempo. Busca quantificar as transações que ocorrem no universo financeiro, levando em conta a variável tempo, ou seja, o valor monetário no tempo (time value money). As principais variáveis envolvidas no processo de quantificação financeira são: a taxa de juros, o capital e o tempo. Avalia-se a forma como o dinheiro está sendo ou será empregado, de maneira a maximizar o resultado, que se espera positivo. Com as ferramentas adequadas, pode-se também comparar duas ou mais alternativas, buscando aquela que traz mais benefícios, ou acarreta menos prejuízo. Na atual economia, que se diz globalizada, não se concebe qualquer projeto, seja de que área for, em que o aspecto financeiro não seja um dos mais relevantes para sua execução. A matemática financeira também pode ser aplicada em diversas situações cotidianas, como no cálculo das prestações de um financiamento de um móvel ou imóvel para optar pelo pagamento a vista ou parcelado. E, se na vida pessoal, já temos que tomar decisões que nos afetarão por um bom tempo, imagine na vida de uma empresa cujo faturamento, na maioria das vezes, é bastante superior à renda de uma família. Note que as decisões são, basicamente, as mesmas, o que mudam são os efeitos e o grau de precisão com que os cálculos devem ser feitos. 114 Unidade IV Assim, o estudo da matemática financeira reveste-se de grande importância para qualquer pessoa que almeje entender o mundo atual como ele se apresenta: fluxos de capital em corrente pelo mundo, tornando economias, hoje estáveis, em instáveis, de uma hora para outra; decisões de cunho social sendo tomadas, considerando como mais relevantes aspectos financeiros. Enfim, o dinheiro ditando as regras em quase todos, senão todos, os aspectos de nossas vidas. Por isso, é importante estudarmos matemática financeira: ela faz-se presente na rotina diária dos indivíduos, especialmente no cotidiano dos gestores e profissionais que necessitem dela para fins de tomada de decisão. Com isso, pretende-se tratar os componentes dessa com precisão para que o objetivo de transmitir o conhecimento e melhorar a vivência com os conteúdos sejam atingidos de forma eficaz e satisfatória. Ao dispor, apresentam-se as taxas de juros que movimentam as transações financeiras rotineiras e as formas para sanar todo e qualquer tipo de obtenção de capital para sustentabilidade econômica das organizações e/ou pessoas que venham a almejar ascensão comercial ou pessoal. 7.2.1 A matemática financeira nas atividades diárias De acordo com Menezes (2010), a matemática financeira tem o papel de fornecer o instrumental necessário à avaliação de negócios, de modo a identificar os recursos mais atraentes em termos de custos e os mais rentáveis no caso de investimentos financeiros ou de bens de capital. Se a empresa necessita adquirir um imobilizado, o gestor deve decidir se paga à vista mediante saque de aplicação ou do capital de giro da empresa, ou se acolhe o financiamento oferecido. Para casos como esse, as ferramentas da matemática financeira vão indicar a melhor decisão. Nas avaliações financeiras, existe o binômio risco-retorno: os riscos são problemas da estatística e podem ser definidos como a possibilidade de perda, diz respeito apenas à possibilidade de ocorrer um resultado diferente do esperado. Decisões com base em dados contábeis aumentam os riscos, uma vez que se baseiam em dados passados. Por isso, as decisões devem ser tomadas com base nas expectativas futuras, à luz das novas tendências e dos fluxos de caixa projetados. Lembrete As principais variáveis envolvidas no processo de quantificação financeira são: a taxa de juros, o capital e o tempo. 7.2.2 Regime de juros simples Segundo Menezes (2010), no regime de juros simples, a taxa percentual de juros é calculada de acordo com o capital principal. Dessa forma, o rendimento mensal mantém o mesmo valor. Esse tipo de correção monetária não é utilizado pelo atual sistema financeiro, mas é peça fundamental para os estudos relacionados à matemática financeira. A cobrança de juros está relacionada a financiamentos, compras a prazo, aplicações bancárias, pagamento de impostos atrasados entre outras situações relacionadas ao meio econômico. No sistema de juros simples, o rendimento é calculado sobre o valor inicial, e deve-se usar a seguinte fórmula: J = C . i . t 115 FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA Em que: C – Capital, que é o valor da aplicação; i – Taxa de juro a ser usada na aplicação; t – Tempo/período da aplicação. 7.2.3 Regime de juros compostos Ainda de acordo com Menezes (2010), juros compostos são aqueles em que o juro do mês é incorporado ao capital, constituindo um novo capital a cada mês para o cálculo de novos juros. Esse tipo de rendimento é muito benéfico, sendo utilizado pelo atual sistema financeiro. Utiliza-se a seguinte fórmula: M = C . (1 + i) t 7.2.4 Sistema de amortização Segundo Menezes (2010), sistema de amortização é uma das diversas formas que o gestor possui para sanar empréstimos contraídos a partir da indisponibilidade de recursos para investimento. A amortização é um processo de extinção de uma dívida por meio de pagamentos periódicos, que são realizados em função de um planejamento,de modo que cada prestação corresponde à soma do reembolso do capital ou do pagamento dos juros do saldo devedor, podendo ser o reembolso de ambos, sendo que juros são sempre calculados sobre o saldo devedor. Quadro 29 – Principais sistemas de amortização Sistema de pagamento único Um único pagamento no final. Sistema de pagamentos variáveis Vários pagamentos diferenciados. Sistema americano Pagamento no final com juros calculados período a período. Sistema de amortização constante (SAC) A amortização da dívida é constante e igual em cada período. Sistema price ou francês As prestações são iguais. Sistema de amortização misto (SAM) Os pagamentos são as médias dos sistemas SAC e Price. Sistema alemão Os juros são pagos antecipadamente com prestações iguais, exceto o primeiro pagamento que corresponde aos juros cobrados no momento da operação. Em todos os sistemas de amortização, cada pagamento é a soma do valor amortizado com os juros do saldo devedor. 116 Unidade IV 8 TECNOLOGIA NA GESTÃO FINANCEIRA A evolução do sistema, a globalização, os avanços tecnológicos e as rápidas transformações nas empresas exigem do gestor buscar na tecnologia, instrumento de apoio ao processo gerencial de suas atividades dentro da organização. Alexandre de Freitas Barbosa diz que as novas tecnologias surgem a partir dos anos 70 quando passam a transformar o sistema global: Desde os anos 1970, um conjunto de novas tecnologias passou literalmente a transformar a superfície do mundo, finalizando as relações entre pessoas e empresas e governos e movimentos sociais. A internet a telefonia celular possibilitaram contatos antes impensáveis, abrindo distâncias geográficas. A biotecnologia e o mapeamento genético abriram perspectivas para que no futuro seja ancoradas várias doenças. Fala-se mesmo de uma terceira revolução industrial. A primeira trouxe consigo a máquina a vapor, a segunda a eletricidade. Agora seria a vez da informática, das telecomunicações e da biotecnologia (BARBOSA, 2009). Ainda para Barbosa, é necessário tomar cuidado com as ideias que explicam todas as transformações a partir do avanço tecnológico, ou seja, a tecnologia não pode ser um fim em si mesmo, mas um meio para se o alcance do objetivo. O uso da tecnologia é marcado por um contexto histórico e evolutivo ligado muitas vezes ao que vem acontecendo nos últimos anos, surgindo novos modos de produção e consumo. De fato, em muitas organizações, o sistema de produção foi substituído do uso da mão de obra pelo da tecnologia. O gestor pode possuir o maior sistema de gerenciamento, pode ter uma tecnologia de ponta a seu uso, mas, se não tiver capacidade de tomar decisões, esses instrumentos, por mais avançados que sejam, se tornarão obsoletos. Os computadores, surgidos em 1950, (engenhocas gigantescas e caríssimas) hoje são instrumentos primordiais no dia a dia das organizações. O mesmo serve para o aparelho de fax (quase em extinção), que apresentado pela primeira vez em 1939, demorava 18 minutos para transmitir uma única folha de papel. E por que não falar do primeiro computador digital, que surge em 1946, e do transistor, de 1947, que seria a base dos futuros chips? Em 1971, Ted Holf, engenheiro da Intel, inventou o micro processador, um computador em um único chip, feito de silício. Em 1981, os computadores pessoais ganham o mundo sendo logo sucedidos pelos computadores portáteis (laptops ou notebooks). Nas telecomunicações, destacam-se a introdução dos satélites e de cabos de fibra óptica, que fizeram com que a capacidade de telecomunicação do sistema internacional aumentasse que maneira impressionante, tornando visível a evolução por meio da queda dos preços nas ligações internacionais e na expansão de linhas fixação e de celulares. Assim, a tecnologia é vista muitas vezes como a expressão material de um processo que se exprime por meio de ferramentas com o objetivo de melhorar a condição humana. No campo da gestão, a tecnologia surge como um agregado para melhorar a competitividade, a produtividade, a eficiência etc. O uso da tecnologia dentro de uma organização deve servir para a maximização das riquezas dos acionistas e 117 FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA a geração de lucros para a organização. O gestor, de posse de sua capacidade de tomar decisões e do uso inteligente dos instrumentos tecnológicos, propõe ações a fim de criar uma estabilidade financeira, formando uma infraestrutura para tornar fatores essenciais para a execução dos planos empresariais. Com isso, a organização precisa ter uma postura aguerrida numa visão de futuro e uma eficiente gestão dos recursos financeiros. Saiba mais Assista ao filme Tempos Modernos, 1936, direção de Charles Chaplin, reconhecidamente uma das obras-primas do cinema. É, ao mesmo tempo, uma comédia, um drama e até uma espécie de ficção científica (pelo menos para a época em que foi feito). Trata-se de uma história sobre o homem contra a máquina e, nesse sentido, o filme é uma dura crítica ao desenvolvimento desenfreado. Chaplin fala do homem comum substituído pela máquina, engolido pelas engrenagens do capital e perseguido por suas escolhas. 8.1 A tecnologia como agregação de valores às organizações De acordo com Barbosa (2009), em tempos de globalização, a tecnologia tem sido um fator determinante para aumento da competitividade. Uma empresa pode utilizar-se de inovações tecnológicas para melhorar os seus processos produtivos, ampliar o ciclo de vida dos seus produtos ou para alcançar maior eficiência operacional. Com a melhora do desempenho organizacional, uma empresa pode se tornar mais competitiva e apta a vencer os desafios impostos pela globalização econômica. Esta analogia deve ser considerada a organizações de diversos portes, mesmo porque o mercado mundial está mais integrado e dinâmico e a oferta de produtos e serviços de melhor qualidade se torna um fator vital. As pequenas empresas não estão fora desse contexto, elas sofrem muito com a escassez de recursos financeiros. Neste sentido, é importante que o governo estimule a capacidade tecnológica dessas empresas através de financiamentos, o que a médio e longo prazo pode se converter em maior rentabilidade, diminuição dos custos produtivos e capacidade da empresa em honrar os seus compromissos. O financiamento em longo prazo possibilita tempo suficiente para as pequenas empresas atingirem seus objetivos e para que possam gerar os resultados desejados. O sucesso dessas organizações não está somente na diminuição dos custos, até porque a falta de inovação de diversos segmentos levaram muitas organizações a fechar suas portas e até mesmo a deixar de existir. Pode-se atribuir esse fato como sendo um dos fatores de fracasso de muitos setores produtivos por não terem promovido o aperfeiçoamento tecnológico necessário. Dessa forma, além da visão global, o estímulo ao crescimento das pequenas empresas é essencial, haja vista que os acontecimentos do mundo atual afetam os rumos e estratégias dos negócios e podem inclusive inviabilizá-los, caso as empresas não estejam preparadas para reagirem concretamente aos desafios que se apresentam. 118 Unidade IV Paradoxalmente à grande realidade brasileira, algumas organizações agrárias, inclusive as de pequeno porte, têm conseguido alavancar crescimento financeiro. Esse resultado pode ser atribuído à ação integralista adotada por muitos produtores que, de forma associada investiram em tecnologias como tanques de resfriamento e técnicas modernas de produção, mesmo sendo pequenos proprietários rurais. Esse avanço tecnológico é resultante da sinergia do trabalho e conscientização competitiva dos produtores e do apoio financeiro através de financiamentos. Ao projetar-se à visão de uma ou mais empresas, referindo-se nesse caso às associações, o crescimento sustentável e da competitividade são pontos muito relevantes. Os esforços conjuntos de todos os associados devem funcionar como um fio condutivona produção, eliminando os custos desnecessários, buscando maior maximização do lucro e aumentando o valor para o cliente final. O valor percebido pelo cliente surge naturalmente, uma vez que a tecnologia tenha sido usada como ferramenta decisória e que os recursos financeiros tenham sido investidos de forma estratégica. Hoje em dia, o consumidor está cada vez mais exigente devido à grande diversificação de produtos e serviços. Buscar uma aproximação com o cliente final é ponto relevante para o sucesso de qualquer empresa. Conhecer os seus desejos é fundamental, definir qual produto ou serviço vai corresponder com a sua demanda, também é outro ponto importantíssimo. Sendo assim, a tecnologia utilizada nos processos produtivos do setor agrário projeta em longo prazo a criação de novos valores substanciais ou até mesmo radicais para os clientes e para as empresas. Isso acontece por meio da alteração dramática de uma ou mais dimensões dos sistemas de negócios existentes ou pela criação de sistemas completamente novos, os quais dimensionam uma situação de maiores riscos e êxito quando se fala em retorno financeiro. Dessa forma, a tecnologia promove a mudança dos processos internos e influencia nos processos externos, cujas características o cliente vê e sente, ou às vezes, sabe que está acontecendo. Sua eficiente utilização faz com a empresa destaque-se como inovadora não somente do ponto de vista tecnológico – quando os processos ou os produtos são alterados –, mas também quando ocorre a interação da empresa com o cliente, o qual percebe muitos valores através de múltiplos aspectos. 8.1.1 A relação da tecnologia com a gestão financeira De acordo com Barbosa (2009), se por um lado há a necessidade de que as empresas façam um planejamento e definição de estratégias de atuação no mercado, por outro existe a necessidade que sejam despendidos recursos financeiros para aplicação em fatores tecnológicos. Com isso, uma empresa espera aumento da produtividade e do lucro, até porque a sua continuidade depende do retorno financeiro e de políticas de desenvolvimento eficazes. Além disso, uma organização sempre tem como meta aumentar a receita e diminuir os custos de produção. Por esta óptica, a tecnologia é essencial para que uma empresa possa aumentar o seu grau de competitividade. Pode-se perceber que a incorporação da tecnologia tem uma relação direta com os recursos financeiros, pois ao definir sobre sua utilização, espera-se minimização dos custos de produção e retorno financeiro. Nesse aspecto, os recursos financeiros precisam ser racionalmente bem aplicados como medida preventiva de gastos desnecessários. 119 FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA Pode-se observar que, por meio de uma eficiente aplicação dos recursos financeiros e decisões tomadas corretamente, a empresa está apta a alcançar o grau de sucesso desejado. Fica claro, portanto, que a tecnologia possui estreita relação com a administração financeira, pois quando as empresas aplicam seus recursos de forma planejada em fatores tecnológicos, o aumento da produtividade, a agregação de valor e a redução dos custos operacionais são alcançados. 8.1.2 A aplicação da tecnologia como retorno financeiro Conforme Barbosa (2009), quando se fala em avanço tecnológico na economia, pode-se observar que alguns pontos são essenciais para uma melhor caracterização. O melhoramento, a experiência e o desenvolvimento de novas máquinas são fatores que podem explicar o desempenho produtivo e, por consequência, o lucro de diversas organizações. No setor produtivo da agroindústria, os microprodutores rurais que compõem associações têm conseguido aperfeiçoar dia a dia o processo de produção, agregação de valor ao produto e melhor comercialização. Primeiro porque a tecnologia tem diminuído os custos e os preços das atividades laborais das pequenas propriedades rurais. Segundo porque, com o ingresso dos pequenos produtores no associativismo e a adesão a fatores tecnológicos, tanto o desenvolvimento do setor quanto o bem- estar social do produtor são obtidos. É importante ressaltar que as pequenas propriedades rurais com a abertura econômica do Brasil na década de 1990 passaram a enfrentar forte concorrência de grandes empresas que já haviam incorporado a tecnologia nos seus processos produtivos. Essas pequenas empresas, em tempos de economia globalizada, são constantemente submetidas a elaborar estratégias eficazes para vencer os desafios atuais, como a forte concorrência. A tecnologia utilizada pelas grandes empresas requer alto grau de pesquisas e investimento, o que implica planejar estrategicamente a aplicação dos recursos. Isso também tem ocorrido com as micro e pequenas empresas. Os altos riscos que o mercado impõe e a dificuldade de acesso aos recursos financeiros, cujo mercado de capitais é muito difícil, é outro grande desafio para essas organizações. Mesmo não dispondo de recursos que vão ao encontro de suas necessidades, é evidente que o investimento em tecnologia é um mecanismo importantíssimo para a sobrevivência do setor produtivo rural. Em economias como a do Brasil, o setor agroindustrial é o principal vetor de crescimento econômico. Nesse sentido, as pequenas empresas rurais têm sido uma cadeia muito contributiva para esse crescimento. A boa aplicação dos recursos e investimentos eficazes em fatores tecnológicos (como melhoramento genético, tanque de resfriamento etc.), bem como maior eficiência e qualidade do produto e do serviço oferecido tornaram-se requisitos fundamentais no meio produtivo para aumento da competitividade. Um grande exemplo está na cadeia produtiva do leite, na qual o nível tecnológico, caracterizado pela produção leite/quantidade/ano, é um fator importante no retorno econômico e está diretamente relacionado ao sistema de produção. Os produtores que se antecipam em inovação e na expansão de empreendimentos com redução dos custos tendem a ganhar mais obtendo maior margem de retorno do capital investido. A partir dos 120 Unidade IV resultados dos custos de sistemas de produção, pode ser observado que os sistemas mais tecnificados na produção do leite são mais rentáveis que os de nível tecnológico inferior. 8.1.3 Avanço da tecnologia nas organizações O avanço da tecnologia de informação por meio do uso da internet cresce muito nas empresas, mas, apesar das facilidades para adquirir equipamentos de informática tanto no preço quanto na disponibilidade, não é tão simples informatizar uma empresa. As dificuldades encontradas são desde a escolha e compra de equipamentos, passando pelo treinamento de funcionários até chegar à compra de um programa de gestão eficiente e que seja do tamanho da necessidade do gestor. É preciso conhecer e definir as áreas da empresa que serão preparadas para receber o computador e seus sistemas. Logo após, a segunda tarefa é escolher qual sistema é mais adequado à necessidade do lojista. Um ponto importante que o empresário deve estar atento na informatização da sua loja é em relação ao prazo de validade do aplicativo, a existência de manutenção gratuita ou paga, a disponibilidade de consultorias, treinamentos e a apresentação clara e objetiva do contrato de aquisição e/ou licença de uso. Lembrete O mais importante disso tudo é que não restam dúvidas de que empresas informatizadas possuem numerosas vantagens em relação as não informatizadas, como um maior controle e uma maior eficiência na apuração de estoque. 8.2 Hardware, dispositivos e periféricos como instrumentos de tomadas de decisão Os computadores e seus periféricos compõem o sistema de informação das organizações. Eles são conjuntos integrados de dispositivos físicos, usados na entrada, processamento, armazenamento e saída dos dados com dados transformados em informação. Serão relatados a seguir alguns conceitos básicos, mas necessários ao gestor, referentes ao uso do sistema da tecnologia da informação no que diz respeito à hardware e seus dispositivos e periféricos.8.2.1 Computadores O computador inclui dispositivos que executam as funções de entradas, processamento, armazenamento de dados e saídas. A capacidade de processar os dados é um aspecto fundamental realizado pelos componentes da Unidade Central de Processamento, conhecida como UCP associados a três elementos: a unidade de aritmética e lógica, a UAL, a Unidade de Controle, UC e as áreas de registro as ARs. 121 FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA A primeira leitura e o primeiro armazenamento dos dados são feitos na memória principal ou Random Access Memory (RAM) ou apenas memória, que está intimamente ligada à unidade central de processamento. A memória retém as discussões do programa e os dados imediatamente antes ou depois do processamento, trabalhando com os registros para posteriormente armazenar definitivamente os dados gravados em memória secundária. A memória RAM influi na capacidade do computador de armazenar temporariamente os dados e instruções de diversos software ao mesmo tempo, sendo regulada por uma série de pulsos, chamados frequência de operação, que buscam uma instrução na memória principal e sua execução. O número de instruções executadas por segundo serve de referência à velocidade do computador. Esta “velocidade” é medida pela quantidade de instruções executadas por segundo, ou milhões de instruções por segundo (Mips) ou ainda em Flops (Floating Point Operations per Second), podendo ser execuções de cálculos aritméticos ou outras operações. A frequência de operação é característica de cada UCP, e isso afeta a quantidade de instruções que são executadas por segundo. Essa frequência é medida em MHz (mega-hertz) ou milhões de ciclos por segundos. Os dados são trafegados e trabalhados no computador em grupos de bits, que são um dígito binário com valores zero ou um. Os bits afetam o desempenho do computador à medida que podem processar palavras com maior número de bits. O computador pode processar palavras com 32 bits em um ciclo de máquina. O processador dos computadores pode ser visto como um componente que “processa” os dados do interior do computador, interpretando e executando instruções. A maioria dos processadores foi projetada com o uso de um processo chamado computação com um conjunto complexo de instruções, que coloca tantas instruções com o microcódigo no processador central quanto possível. Observação O Pentium é um tipo de processador da em Intel. Há outros da Motorola, Texas e AMD (marcas registradas). A capacidade de armazenamento é medida pela quantidade de bits que podem ser gravados nos dispositivos de memórias que contém milhares de circuitos eletrônicos em uma pastilha de chip de silício. Geralmente, 8 bits são usados para representar um caractere (byte), tal como uma letra ou um número. O kilobyte (KB) comporta 1.024 bytes, o megabyte (MB) comporta 1.048.516 bytes, o gigabyte (GB) comporta 1.073.741.824 bytes e o terabyte (TB) mais de um trilhão de bytes. Essas grandezas da capacidade de armazenamento podem ser utilizadas tanto na memória RAM como nos discos, também chamados de memória secundária. Os computadores precisam armazenar grandes quantidades de dados, utilizando armazenamento secundário não volátil por meio de dispositivos com métodos de acesso sequencial e também direto. Como exemplos, fitas e discos ou winchester o disco rígido (hard disk). Esses dispositivos normalmente possuem capacidade de armazenamento na faixa dos megabytes ou em gigabytes. 122 Unidade IV Com relação ao tamanho do computador, a empresa, de acordo com seu planejamento, finalidade, o volume e estrutura, escolhe seus equipamentos. Podem ser microcomputadores, também chamados de personal computers (PC) ou outros modelos de computadores de mesa, chamados desktop, ou ainda ao laptops, Ipods e outros, podendo também apresentar-se sob a forma de estações de trabalho. 8.2.2 Periféricos dos computadores Os periféricos são os dispositivos que trabalham em conjunto com o computador. Como dispositivos de entrada (input) podemos citar o teclado, mouse, multimídia, instrumentos musicais, dispositivos de reconhecimento de voz, para digitalização de imagens e leituras de códigos de barra, câmeras, filmadora, leitores óticos, microfones e outros. Já como dispositivos de saída (output), os monitores, impressoras comuns, plotters etc. Muitos desses dispositivos que funcionam com entrada e saída, tais como placas de rede, modem, telefone etc. Nessa análise dos hardware, não podem ser esquecidos os equipamentos de infraestrutura elétrica (no-breaks, aparelhos que retém e energia elétrica por determinado período) e estabilizador de energia. Ainda podem ser citados como periféricos os equipamentos de automação de processos ou procedimentos eletrônicos, tanto industriais (robótica e sensores) como comerciais (pontos de venda e serviços) ou ainda bancários (caixas automáticos). A visão geral do hardware seus dispositivos periféricos tem conotação de gestão. Mesmo não tendo conhecimento técnico depurado é importante que o gestor detenha conhecimento desses conceitos elementares. Existem diversos tipos de software: software de base, operacional, de rede, aplicativos, utilitários e de automação. Estes software são utilizados pra dirigir organizar e controlar os recursos de hardware, fornecendo instruções comandos ou ainda programas. 8.2.3 Sistema operacional e redes O sistema operacional pode ser visto como gestor geral do computador incluindo hardware, software e respectivos dispositivos. Ele vai determinar quais recursos com serão utilizados para realizações de tarefas, solução de problemas, frequência e prioridade de atividades, a partir da locação e monitoramento dos recursos disponíveis e pode ser chamado de software de base. Os sistemas operacionais podem ser divididos em proprietários (desenvolvido pela empresa que comercializa um hardware específico), os mais populares são o MS Dos e o Windows (95, 98, 2000 e NT) da Microsoft (marcas registradas) e software livre como no caso do Linux. 8.2.4 Software aplicativo e linguagens de programação Software aplicativo ou linguagem de computador podem ser definidos como resolução de problemas conjuntos de comandos, instruções ou ordens elaboradas pelo usuário para o computador desempenhar 123 FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA determinada função objetivando a resolução de problemas e o desenvolvimento de tarefas ou atividades específicas. Geralmente esses aplicativos estão destinados ao uso nas empresas com a finalidade de atender as necessidades das funções da gestão. Escritos em esquemas de códigos chamados linguagens de programação, os programas fornecem instruções ao computador para que ele possa executar uma atividade de processamento e atingir um objetivo. É o caso de programas como Basic, RPG, Pascal, Cobol, entre outras. O software compilador tem a função de traduzir a linguagem de programação para a linguagem a ser executada pela unidade comutador, convertendo o código fonte em código objeto o executado. Os programas fonte e o objeto constituem maneira de escrita e execução de programas, isto é, o fonte é como e onde programador elaborou, é passível de alterações e normalmente escrito em inglês. O programa objeto é o mesmo programa só que compilado, isto é, transformado em linguagem de máquina, executado pelos computadores. Os pacotes normalmente são programas-padrão executáveis, desenvolvidos para determinada aplicação. 8.2.5 Software de automação de escritórios ou Office Entre as ferramentas para a gestão das organizações, há os software de aplicativos ou utilitários. Neles, são encontrados, por exemplo: • Os editores de textos, que são fáceis de usar e trazem grandes benefícios quanto à melhoria da produtividade e eficiência na elaboração de documentos, relatórios técnicos e gerenciais e permitem elaborar, armazenar, recuperar e editar informações em forma de textos. • As planilhas eletrônicas contribuem na elaboração de relatórios que envolvamos cálculos, pois executam diversas fórmulas matemáticas de maneira rápida e efetiva. • Os software de apresentação trazem recursos de demonstração de dados e informações, permitindo utilizar recursos de multimídia como sons, imagens, vídeos e gráficos. Também são destinados à apresentação de resultados empresariais e produtos que necessitem de uma boa forma de aparência, como o Marketing. • O banco de dados é uma ferramenta que possibilita a armazenar, organizar, classificar, recuperar e manipular dados, possibilitando uma grande diversidade de aplicações. Os bancos de dados presentes num pacote Office podem ter limitação quanto ao tamanho e quantidade de dados a serem manipulados e geralmente não possuem as prerrogativas de relação automática de registro, tais como os sistemas gerenciadores de banco de dados. Porém, são muito recomendados para pequenas aplicações destinadas à automação de escritório e, quando bem utilizado, contribui significativamente nos aspectos organizacionais da empresa, integrando informações e organizando dados. 124 Unidade IV 8.2.6 Software utilitário O uso de software utilitário tem como função principal a complementação do software de automação de escritórios e dos aplicativos. • O backup ou software de cópias tem como função básica de salvar os dados e informações em dispositivos extras, devendo ser capazes de recuperá-los. • Já as vacinas aplicadas nos computadores ou antivírus têm como função básica proteger as bases de dados da empresa contra vírus. Observação Vírus são programas de computadores que tem por objetivo causar danos ou apagar os dados. Além de proteger os dados de vírus, deve-se possibilitar a exclusão de eventuais vírus nos sistemas. • Os compactadores são recursos de software cujo objetivo principal é a compactação de dados armazenados nos dispositivos dos computadores, a fim de reduzir os espaços utilizados por esses dados. • Os desfragmentadores são recursos de software utilizado para a reorganização de fragmentos de dados que estão armazenados nos dispositivos dos computadores. À medida que são criados e apagados arquivos, são criados diversos pequenos espaços fragmentados, que devem ser desfragmentados e organizados. • Os software vinculados aos recursos da internet permitem principalmente com os processos de troca e o uso de informação, por meio de recurso de telecomunicação. • Os software de telecomunicação e internet disponíveis no mercado permitem acessar a rede mundial de computadores; a intranet permite a comunicação interna na empresa e a extranet permite o acesso aos dados da empresa de fora da mesma e via internet. 8.2.7 Software de automação Os software de automação respondem pelas automações industriais, comerciais e de serviços. Automação industrial pode ser entendida como a interface com diversas tecnologias, como coletores e controladores eletrônicos lógicos e programáveis (PLC), controle numéricos por computador (CNC), pneumáticos, sensores, desenhos (CAD) e processos fabris auxiliados por computadores (CAM). Outra interface importante da automação com diversas tecnologias são os serviços, por exemplo, instalados em equipamentos como caixas registradoras ou terminais de ponto de venda, impressoras de cheques, balanças eletrônicas, códigos de barras. 125 FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA A automação de serviços é a interface com diversas tecnologias, como sistemas de controle de documentação e imagens, sistema de atendimento, contrato, agências bancárias, sistema de desenhos, a arquitetura e engenharia etc., ou seja, para otimizar o serviço específicos de determinadas empresas. Saiba mais Um bom exemplo para compreensão do tema é o filme Com o dinheiro dos outros, de Norman Jewison (1991). O filme conta a história de um hostil corporativista, Lawrence Garfield, que tenta assumir o controle de uma empresa de família, através da modernização de todo o sistema da empresa. O patriarca pede então ajuda à sua filha, uma advogada, para tentar proteger a companhia. Garfield se apaixona pela moça, e em meio a tudo, tenta conquistá-la. 8.3 Sistemas de telecomunicações O sistema de telecomunicações, bem como seus respectivos recursos, também é parte integrante da tecnologia. As comunicações podem ser definidas como as transmissões de sinais por meio qualquer de uma emissora para o receptor. As telecomunicações referem-se à transmissão eletrônica de sinais para comunicações, inclusive meios como telefone, rádio e televisão. A operacionalização mundial significa, entre outras coisas, enfrentar riscos financeiros. É importante que a gestão financeira prepare-se para conviver com o mercado internacional, ela deve preocupar-se com a obtenção de recursos monetários necessários para a manutenção, desenvolvimento e/ou expansão da empresa no mercado e, por fim, saber como proteger seus lucros das flutuações, das mudanças e de outros fatores inerentes à empresa. Até porque sem capital que atenda as suas operações, uma organização não terá como financiar seu crescimento e sequer conseguirá sobreviver no mercado atual. Nesse sentido, a tecnologia apresenta-se como uma importante ferramenta decisória, contribuindo para que a empresa desenvolva melhor as suas atividades para que os custos sejam menores e os resultados melhores que os de seus concorrentes. Dessa forma, os seus produtos ou serviços serão mais competitivos e de melhor qualidade. Outro ponto que deve ser destacado é o papel das micro e pequenas empresas nesse processo. Essas organizações que desempenham uma importante função e vêm enfrentando grandes dificuldades, principalmente em tempos de mundialização. Neste aspecto, torna-se imperiosa a necessidade de criação de canais de acesso destas empresas ao mercado atual. A seguir, apresentamos alguns estudos de caso voltados para a importância da tecnologia como instrumento decisório de maximização das riquezas da organização. 126 Unidade IV 8.3.1 Estudo de caso: Quero ter minha pontocom Guilherme contava sete anos de uma sólida carreira na indústria farmacêutica. Marcos era consultor de novas empresas e Heitor estava desgostoso com a carreira publicitária. Os três não se conhecem, mas têm muito em comum. São jovens, solteiros, paulistas, formados por universidades têm alto nível e com cursos no exterior. E sempre sonharam em ter um negócio próprio. A oportunidade deles, e de mais centenas de jovens com perfis similares, aconteceu graças à internet. Hoje, é febre ter um negócio “.com”. Em 2010, o chamado e-commerce cresceu 40%, segundo o E-bit, empresa que monitora o setor. O número, no entanto, retrata apenas as companhias que fazem vendas. O crescimento é bem maior se considerarmos os outros formatos de negócios, como os sufocados em anúncios publicitários. No ano passado, a internet brasileira permaneceu em um processo similar ao que aconteceu no final dos anos 1990, com a diferença de que não se vê bolha no horizonte. Nessa segunda leva, rapazes com menos de trinta anos criam diariamente projetos inspirados em modelos bem-sucedidos lá fora. O custo inicial baixo e a velocidade com a qual as coisas acontecem são atrativos para esses jovens. Os amigos publicitários Guilherme Wroclawski, 27, anos e Heitor Chaves, 26, começaram literalmente no quarto da casa de um deles e com um investimento de R$ 5 mil. A ideia era genial e promissora. Há um ano, eles imaginaram montaram um site de compras coletivas. Lapidaram tanto o projeto que, quando lançaram, já existiam quase 100 empresas similares, impulsionadas pelo sucesso do pioneiro Peixe Urbano. Em meio a decepção, eles tiveram uma sacada: fazer um portal quer reúne diversos sites de contas coletivas, facilitando a vida do usuário. Nasceu o Save Me. Três meses depois, venderam venderam 75% da empresa para o Buscapé e contam com um orçamento de R$ 5 milhões só de plano de mídia. Números que mostram como o modismo e está longe de ser uma brincadeira de garotos. A agilidade, a flexibilidadee a ousadia exigida pelos usuários da internet se harmonizam com essa geração que cultiva o desejo de empreender. Segundo um estudo do Sebrae, 49% dos novos empresários brasileiros têm entre 25 e 39 anos. E na última década subiu de 4% para 14% o número de empreendedores com menos de 24. “Nos anos 1980, ou você era funcionário público ou trabalhava em uma grande empresa. Hoje, empreender é opção”, destaca Gil Giardelli, professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), de São Paulo. “E finalmente as universidades estão preparando os jovens para isso.” A Faculdade Getulio Vargas de São Paulo (FGV-SP) – celeiro de empresários brasileiros – foi pioneira. Criou um curso sobre empreendedorismo em 1989. Em 2004, foi criado um centro focado nessa área, um verdadeiro laboratório de como se fazer negócios. A faculdade trouxe Mark Zuckerberg, criador do Facebook e ícone da geração “.com”, para uma palestra há dois anos. Os bons exemplos prosperam e inspiram. “Apesar de as novelas ainda retratarem o empresário como o vilão ladrão que tem duas amantes, esta opção está cada vez mais no plano dos jovens”, acredita Marcus Andrade, um paulista de 28 anos, ex-aluno da FGV. Ele fala a partir da experiência de quem passou cinco anos na Endeavor, ONG americana que funciona como incubadora de empresas. De tanto ajudar a dar à luz negócios de todos os ramos, decidiu que estava na hora de ele ter uma firma para chamar de sua. Da paixão por bares, restaurantes e cinemas nasceu o Guidu, um guia de lazer totalmente pautado pelos usuários, outra tendência que ganha força no Brasil, os sites colaborativos. Paulo Veras, 38 anos, sócio 127 FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA do guia, é da primeira geração de empreendedores da internet. Começou em 1995, quando poucos brasileiros tinham acesso à rede. Hoje, celebra a nova safra de lançamentos. “Ficamos dez anos sem nada de interessante, tudo o que surgia vinha de fora”, diz. Os especialistas não veem risco de uma nova quebradeira, pois o cenário econômico é promissor e a internet está acessível para as classes baixas. O que já está acontecendo é uma seleção natural dos negócios. “De um ano para cá, dobraram os pedidos”, conta Walter Leandro Marques, diretor da Tray, empresa criadora de plataformas de sites – são oito novos por dia. “Mas subiu de 25% para 40% o número das que não duram nem seis meses.” Muitos novatos, diz ele, não se planejam direito, colocam o site no ar e simplesmente rezam para os deuses da rede. Ainda assim, as oportunidades são infinitas. Tão atraentes que começam a chamar gente de outras áreas. Micael Langer, um cineasta carioca de 36 anos, acaba de lançar o Incentivador.com, site que permite a pessoas comuns contribuir financeiramente para a realização de um projeto cultural, num modelo conhecido como crowdfunding. Micael teve a ideia a partir da própria dificuldade de conseguir captar recursos para o seu documentário “Simonal”, lançado em 2009. O bichinho do “.com”, no entanto, já picou o artista. “A internet permite ganhar dinheiro de formas não óbvias”, resume, já pensando em lançar os outros dois projetos online que tem em mente. RUBIN, 2011, p. 76-78 (adaptado). Para análise: A internet é uma grande facilitadora, aproximando o conhecimento das pessoas e favorecendo os contatos. Mas... é correto dizer que abrir um negócio .com é mais fácil do que um negócio tradicional? Mais especificamente, a internet facilita a gestão financeira das empresas? 8.3.2 Estudo de caso: Quem acredita na bolha? A nova onda de investimentos abundantes nas companhias ligadas às redes sociais, como Facebook e Twitter, e elevou a temperatura nos negócios da internet e trouxe de volta o espectro de uma quebradeira no mundo digital. Há alguns dias, o CEO do Google, Eric Schimidt, colocou em primeiro plano um assunto que já é motivo de preocupação para investidores e executivos do mercado da internet. Um dos mais proeminentes nomes do setor de tecnologia da informação, que foi também conselheiro da Apple, Schimidt afirmou, em entrevista a uma revista suíça, que teme que a excessiva valorização das empresas digitais resulte em tragédia. “Há claros sinais de que está se formando uma nova bolha nos negócios digitais”, disse Schimidt. Foi a primeira vez que um executivo da primeira linha do setor admitiu publicamente o temor do surgimento de uma nova bolha no setor digital, a exemplo da que ocorreu em março de 2000, quando a bolsa eletrônica Nasdaq quebrou e o mercado de tecnologia mergulhou numa profunda crise. Entre 2000 e 2002, o estouro das “pontocom” provocou uma perda de 5 trilhões no valor de mercado das empresas listadas na Nasdaq. 128 Unidade IV A afirmação de Schmidt foi produzida em resposta a uma pergunta sobre que ele pensava da alta valorização das empresas como o Facebook e a Zynga, criadora de jogos para redes sociais, como a FarmVille. No caso do site comandado por Mark Zuckeberg, um aporte recente de 1,5 bilhões elevou seu valor de mercado para 50 bilhões. A Zynga, por sua vez, mantém negociações que devem elevar o seu valor para 9 bilhões. Até aí, nada de novo, se não houvesse uma discrepância na relação entre receita e valor de mercado das duas empresas - 25% no caso do Facebook e nove no da Zynga, índice esse visto como elevados pelos analistas de mercado. Inclusive, dependendo do rigor da análise, o argumento de Schmidt pode ser usado contra sua própria empresa: o Google está avaliado em e 202 milhões, ou sete vezes a sua receita de 29 bilhões. Há vários indícios que justificam os alertas sobre a possibilidade de uma segunda bolha no mercado digital – um deles, aliás, envolve o Google. Há dois meses, por exemplo, Andrew Mason, o CEO do Groupon, badalado site americano do setor de compras coletivas, fez no Bowl uma oferta de aquisição no valor de 6 bilhões feita pelo Google. O Groupon é o maior competidor mundial do setor de compras coletivas. Com audiência em alta, a empresa conseguiu financiamento com companhia de capital de risco. Diante disso, as ações do Groupon estão avaliado hoje em 15 bilhões, o que representa 15 vezes a sua receita de um bilhão. “Não parece nem racional uma empresa como Groupon, que tem um modelo fácil de ser copiado, valer 15 bilhões”, afirma Willy Shih, professor da Vaward Business Scholl. Deve-se incluir na relação de companhias com alta valorização o microblog Twitter. A empresa foi sondada há algumas semanas pelo Google e pelo Facebook, que estariam interessados em adquiri- lo. Com cerca de 200 milhões de usuários, o Twitter recebeu em dezembro 200 milhões dos fundos Kleiner Perkins Caufield e Byers, numa transação que o avaliou na ocasião em 3,7 bilhões. “O valor de mercado do Twitter parece considerar a audiência com uma moeda”, diz Michael Nikolas, sócio do mundo Socialmart. Ainda que valorizado, o microblog enfrenta dificuldades para acelerar a verba obtida com publicidade. Segundo a consultoria americana eMarketer, a receita do site foi de 45 bilhões em 2010. Hoje, a diferença entre a receita e o valor de mercado 222 vezes. A lista de casos de rápida valorização nos últimos meses envolve também várias startups, modo como são chamadas as empresas novatas do setor da internet, com uma plataforma de blogs Tumbir, que captou 30 milhões recentemente. Seu foco das análises muda os investimentos feitos fora do mercado de capitais para movimentação na bolsa eletrônica Nasdaq, na qual estão listadas as principais empresas tecnologia com capital aberto. A conspiração com a época da quebra da Nasdaq é importante para balizar a análise sobre a nova bolha. Sobre as principais semelhanças entre aquele momento e o atual, há o excesso de liquidez na economia, que deverá ser reforçado nos próximos meses em função da política de afrouxamento monetário do federal reserve (FED), o BC americano. Há também o fato de que, no ano 2000, a internet acessada pelo computador de mesa é um dado novo, o que fez os investidores arregalarem os olhosdiante da perspectiva de lucro. Hoje, o PC foi substituído como novidade pela internet móvel, cuja perspectiva de crescimento para os próximos anos é formidável. Tendo esse cenário como pano de fundo, o mercado deve assistir daqui a alguns meses à abertura de capital por parte de uma série de estrelas da internet, como os sites Facebook, LinkedIn, Twitter e 129 FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA Groupon, entre outros. Será mais um estímulo sobre a valorização das companhias, com desdobramento ainda incerto para o mercado digital. GALO; MELO. 2011, p. 38-39 (adaptado). Para análise: Após ter estudado as três primeiras unidades deste livro, você aceitaria entrar como sócio em um grande e promissor negócio .com sem conhecer antes a qualidade da gestão financeira desse negócio? E antes de estudar os fundamentos da gestão financeira, você seria mais ambicioso(a) e menos precavido(a)? 8.3.3 Estudo de caso: Troca de dívida é saída para quem está enforcado no cheque especial ou cartão Com a nova queda da taxa Selic é uma boa hora para trocar as dívidas com juros altos por outra com juros mais baixos. A estratégia é excelente especialmente para quem tem dívidas com altas taxas de juros, como cheque especial e cartão de crédito. Para se ter uma ideia do alívio que isso representa para o consumidor, vamos tomar por exemplo alguém que estivesse devendo R$ 1.000,00 no cheque especial a uma taxa mensal de 9%. Segundo os cálculos do professor de matemática financeira José Vieira Dutra Sobrinho, se essa pessoa apenas pagasse os juros, desembolsaria, por mês, R$ 90,00 sem que, no entanto, o montante de R$ 1.000,00 deixasse de existir. Se deixasse de pagar a dívida e ela se acumulasse, ao fim de 18 meses estaria devendo R$ 4.717,20. CAMARGO, 2009. (adaptado). Para análise: Recorrer a crédito para antecipar o futuro pode ser uma maneira de prevenir a insolvência técnica? 8.3.4 Estudo de caso: Endividamento de empresa brasileira no exterior despenca O endividamento financeiro das empresas brasileiras cresceu pouco em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) entre 2000 e 2008, mas as fontes em que os recursos foram captados mudaram drasticamente. Esse é o resumo de um trabalho inédito elaborado pelo Centro de Estudos de Mercado de Capitais (Cemec) do Ibmec, obtido com exclusividade pelo Estado. O estudo tem por base dados de instituições como o Banco Central (BC) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A participação do mercado internacional no endividamento financeiro despencou de 40,2% do total em 2000 para 11% no ano passado. No mesmo intervalo, o crédito bancário tradicional livre (ou seja, sem direcionamento obrigatório) avançou de 29,6% para 40,3%. O crescimento mais expressivo, no entanto, se deu nos títulos de dívida (como debêntures e notas promissórias), que saíram de 10,2% do total para 24,3% em 2008. “Esse desempenho é explicado, principalmente, pela queda da taxa de juros e pelos fortes avanços institucionais do mercado de capitais”, afirmou o coordenador do 130 Unidade IV Cemec, Carlos Antônio Rocca. “O juro mais baixo, por sua vez, decorre da redução da vulnerabilidade externa do País e da queda da dívida do governo, que abriu espaço para o setor privado.” A taxa básica de juros (Selic) média foi de 16,19% ao ano em 2000, chegou a 23,03% em 2002 e encerrou o ano passado em 13,66%. Atualmente, está em 9,25%, menor nível da história do país. Segundo Rocca, o forte recuo do endividamento financeiro no exterior resulta da experiência traumática das companhias brasileiras com a desvalorização do real, em 1999. “Dívida em moeda estrangeira e receita em moeda local cria um problema de descasamento”, observa Rocca. Foi o que ocorreu em 1999, quando a adoção do câmbio flutuante foi seguida de uma disparada das cotações do dólar, o que quebrou várias companhias e ameaçou a sobrevivência de outras tantas. Situação parecida ocorreu no ano passado com os chamados derivativos tóxicos. Muitas empresas pegaram empréstimos bancários corrigidos pela taxa de câmbio. Com a disparada do dólar, em consequência da crise global, muitas delas tiveram perdas bilionárias. Os exemplos mais conhecidos são a Aracruz e a Sadia (que, por causa desses problemas, acabou se fundindo à Perdigão). Rocca frisa que esses são exemplos do mau uso do instrumento. “Derivativos são indicados como estratégia para se proteger de grandes oscilações nos preços dos ativos”, disse. De qualquer forma, vale deixar claro que, em 1999, a exposição das empresas era diretamente em dólar. Na experiência mais recente, a dívida assumida era em reais, ainda que corrigida pela variação da moeda americana. O professor observa ainda que, apesar da mudança de perfil, o investidor estrangeiro continuou a ser importante fonte de financiamento para as companhias brasileiras. “A diferença é que, antes, eram as empresas que iam lá fora captar recursos. Mais recentemente, os estrangeiros vieram para cá comprar papéis emitidos por elas.” Segundo o trabalho do Cemec, o estoque de endividamento financeiro das empresas em relação ao PIB subiu de 34,9% em 2000 para 40,9% em 2008, o equivalente a quase R$ 1,2 trilhão. Rocca diz que é um nível ainda baixo se comparado a outros países, mas a tendência é de crescimento. “As perspectivas são muito positivas, especialmente para os títulos privados de dívida, que tendem a participar cada vez mais da carteira dos investidores.” De novo, a taxa de juros tem um papel vital na tendência. Em primeiro lugar porque barateia o custo de endividamento, o que estimula as empresas a buscar crédito para, por exemplo, bancar projetos de expansão. De outro lado, porque leva os investidores a buscar alternativas mais rentáveis para suas aplicações, hoje atreladas, em sua maioria, a títulos públicos corrigidos pela Selic. Com o juro básico no menor nível da história, muitas empresas já emitem papéis com vistas ao investidor de pequeno porte. Oi e Bradespar, por exemplo, lançaram debêntures no primeiro semestre com valor de face baixo para alcançar esse público.” MODÉ, 2009 (adaptado). Para análise: Pode-se dizer que a crise financeira de 2008 foi uma receita que serviu de aprendizado aos gestores brasileiros? 131 FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA 8.3.5 Estudo de caso: O uso dos equipamentos e recursos da empresa A tendência do mundo atual é das pessoas passarem mais tempo em seu ambiente de trabalho do que no aconchego do seu lar. Por mais que o ambiente de trabalho se torne quase como uma segunda “casa”, o funcionário não deve confundir como deve se comportar ou utilizar os equipamentos da empresa, tudo deve seguir uma linha profissional. O computador utilizado no serviço deve ser usado exclusivamente para o auxílio e para o desempenho de suas tarefas durante a carga horária de trabalho. Portanto, a empresa pode monitorar os passos do funcionário, desde que o mesmo esteja ciente disso. A ocorrência mais comum é o monitoramento do histórico de navegação, tendo unicamente o objetivo de garantir a produtividade e impedir a contaminação por vírus ou o extravio de documentação e informações confidenciais. Com a crescente utilização da internet em práticas ilícitas, as empresas estão dispensando um cuidado maior para que esse tipo de prática não ocorra em suas dependências. Utilizar os equipamentos da empresa para fins pessoais como gravar músicas, filmes, fotos pessoais, etc. pode ser visto com desconfiança pelas empresas, pois podem contaminar o computar com qualquer tipo de vírus ou fazer com que a máquina se torne mais lenta por causa do excesso de arquivos. O uso “livre” da internet é permitido em determinados períodos do dia como pela manhã, na hora do almoço e no final da tarde, respeitando as normas da empresa, segundo o vice-presidente de Tecnologia da Associação Brasileira de Recursos Humanos de 2004 a 2007, Francisco Soelt. O e-mail corporativo é aquele que a empresa fornece aos seus funcionários, sendo de uso exclusivo para o trabalho,podendo ser monitorado pela corporação desde que o funcionário esteja ciente do fato. Os registros de e-mails ficam armazenados por aproximadamente um ano. O e-mail com o “@nome da empresa” funciona como um papel timbrado digital e, segundo a advogada Patrícia Peck, o mau uso pode ocasionar demissão por justa causa. Assim, o funcionário que cumprir com as normas da empresa não tem motivos para quaisquer medidas mais graves. No ano de 2000, aconteceu um dos primeiros casos julgados pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho) relacionado ao mau uso do e-mail corporativo, tendo o funcionário da HSBC Seguros sido demitido por justa causa ao utilizar o e-mail da empresa para enviar fotos de mulheres nuas. Além de todos os esclarecimentos acima, é bom lembrar que tudo o que é escrito pode ser utilizado como prova contra o funcionário e até mesmo contra o chefe, dependendo do teor do e-mail, carta, mensagens espontâneas etc. Se através de um e-mail você falar mal do seu chefe como, “Meu chefe é um banana...”, pode acarretar em uma punição leve até uma mais grave. Mas qualquer medida, como demissão por justa causa, só pode ser tomada se o funcionário tiver sido informado do monitoramento de suas conversas através do correio eletrônico. Agora, se o seu desabafo for através de blogs e outros tipos de meios, seu chefe pode processá-lo na justiça. A Constituição brasileira garante o direito da livre expressão, mas a proteção à imagem e reputação também está garantida por lei. Dessa forma, se você falar mal do seu chefe e ele se sentir ofendido pode pedir indenização, a acusação pode ser baseada nos crimes contra a honra, como a injúria, difamação e calúnia. Mas a lei não ampara somente a empresa, ela também está do lado dos funcionários, se através do e-mail, ele receber qualquer mensagem caracterizada como assédio moral e/ ou sexual, poderá utilizá-la como prova. 132 Unidade IV Mensagens como “Você será demitido se não cumprir com as metas”, “Estou de olho em você” etc., são caracterizadas como assédio moral. Já no caso de e-mail contendo “Quando você vai sair comigo?”, “Você está linda hoje”, etc., caracteriza o assédio sexual. Portanto, cuidado com o teor das mensagens enviadas para chefes e subordinados. PERCÍLIA, 2009 (adaptado). Para análise: A tecnologia, ao mesmo tempo em que trouxe mais liberdade e agilidade para os negócios, expõe mais a vida particular das pessoas? Ou o nível de exposição continua a ser uma opção das próprias pessoas? 8.3.6 Estudo de caso: Planos de negócios, convergência para o futuro Reinventar o passado e olhar para o futuro com atenção ao mesmo tempo em que conhece a fundo o mercado. Pode parecer uma fórmula simples, mas requer dedicação e esforço para se destacar diante da concorrência, e ainda permitir o reconhecimento mundial. Pois foi justamente essa a fórmula utilizada por Luiz Storino Filho, aluno CBA no IBMEC São Paulo e atual diretor de estratégias da EdgeIT, desenvolvedora de soluções para gestão e tecnologia. A empresa foi premiada em razão de um novo produto – EdgeContents, na competição internacional de plano de negócios Global TIC Talentrepreneur Award and Forum, em Taiwan, realizada em julho, na cidade de Taipei. No entanto, até chegar nesse patamar, foi necessário reposicionar a empresa, que atuava na área de consultoria em gestão de tecnologia e processos para o mercado de seguradoras, com a criação de um produto inovador. “Assim, passamos a enxergar a EdgeIT de outra forma e a saber como oferecer novos serviços no mercado. É um salto muito grande para uma empresa de tecnologia que tendia a ficar no back office e agora passa a ser uma empresa especializada em gerenciamento e distribuição de conteúdo”, conta. “Baseado neste reposicionamento, criamos nosso plano de negócios.” É fundamental olhar o mercado alvo e entender como ele faz seus preços e compra serviços e produtos. “O plano de negócios também serviu para testar nossas habilidades no trato dessas informações e na compreensão dos dados coletados”, explica Storino. Porém, diz o executivo, “é fundamental controlar e atualizar as versões do plano para reposicionar as ações e políticas. “O plano de negócios é um norte, mas colocá-lo em prática é uma atividade diária, assim como a gestão do negócio e a busca por novos clientes”, frisa. Para empreender, não existe receita pronta. “As pessoas, em geral, gastam muito tempo para discutir o certo e o errado, enquanto o real fator de sucesso é a coerência de atitude e discurso”. Com base nessa visão, Storino conta que a empresa está implementando diversos cases para a área de IPTV, ou seja, TVs que têm sua programação transmitida por rede IP com interatividade por celular. “Com a chegada da TV digital, no final deste ano, o consumidor terá uma interatividade muito forte do principal meio de comunicação, que é a televisão. As empresas terão de se adequar a todos esses ambientes digitais com interatividade, seja via controle remoto, celular, PDA ou computador. Por isso, hoje sabemos claramente que nosso negócio é a convergência, e o Edge Contents vem complementar 133 FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA um vácuo de comunicação entre esses meios”, enfatiza Storino, que ainda explica que nada comunica melhor do que a TV, ainda mais sem a necessidade de utilizar exclusivamente meios tradicionais de transmissão de TV, mas sim redes IP via DSL ou, em alguns casos, a própria internet. “A TV sobre IP cria oportunidades para TVs de nicho, abrindo espaço para diversos tipos de negócios e populariza a propaganda para outros pequenos negócios que jamais teriam verba para anunciar na televisão aberta”, vislumbra ele. Diante dessa visão ampla, a EdgeIT, no primeiro semestre deste ano, foi convidada pelo Rensselaer Politechnic Institute, de Albany, nos Estados Unidos, para incubação em seu centro de desenvolvimento de novos negócios. “Este convite foi muito importante para nós, pois é bastante complicado ser desenvolvedor de software no Brasil. Isso também nos dá garantia de propriedade intelectual sobre nossas ferramentas”, comemora. Storino, em meio a tantas vitórias, faz questão de contar que as dificuldades sempre existem, como encontrar parceiros ou investidores que apostem na tecnologia. Porém, com a garra e a dedicação dos gestores, tudo é superado. “Foram dois anos de intenso desenvolvimento dos profissionais da EdgeIT para criarmos um produto inovador”, diz”. IBMEC SÃO PAULO, 2007 (adaptado). Para análise: O texto acima mostra como a tecnologia pode auxiliar as pessoas a interagir, o que forma novas possibilidades de negócios. Mas, afinal de contas... o que é interação? Lembrando que você é um(a) estudante de EaD, o que significa interagir por meios eletrônicos para você? Saiba mais Assista ao filme Doze homens e uma sentença, de Sidney Lumet (1957). O filme conta a história de um jovem porto-riquenho é acusado de ter matado o próprio pai e vai a julgamento. Doze jurados se reúnem para decidir a sentença, com a orientação de que o réu deve ser considerado inocente até que se prove o contrário. Onze dos jurados, cada um com sua convicção, votam pela condenação. O jurado número 8, o sr. Davis, é o único que acredita na inocência do jovem e, enquanto tenta convencer os outros a repensarem a sentença, traços de personalidade de cada um dos jurados vão sendo revelados. Resumo O desenvolvimento de um processo gerencial requer, necessariamente, o empreendimento de um esforço sistemático dos administradores para projetar, reprojetar e implantar sistemas de medição e avaliação de 134 Unidade IV desempenho. Isso significa que a medição e a avaliação da eficiência, eficácia, efetividade, qualidade, produtividade, inovação, lucratividade etc. são partes integrantes dos sistemas de suporte ao processo de administração da empresa que busca a competitividade. Embora a maioria das empresas aponte, em seus documentos societários, a declaração do objetivo prover superior retorno doinvestimento dos acionistas, o desenvolvimento e a manutenção de genuína vantagem competitiva estariam, em verdade, dependentes de estratégias que objetivassem retornos para os beneficiários do empreendimento, tradicionalmente representados pelos clientes, fornecedores, empregados e acionistas. Mediante a análise do seu desempenho, as organizações podem medir a sua capacidade de sobrevivência e continuidade em face das exigências do ambiente interno e externo em que estejam inseridas. Se tomadas em conjunto, as características atuais do ambiente de negócios têm em comum a ocorrência de mudanças cada vez mais difundidas, persistentes e velozes. Em verdade, essas mudanças dão origem a incertezas e ambiguidades que a todo instante desafiam a capacidade de adaptação das organizações. A qualificação dos administradores é importante porque as empresas são férteis em riscos. Os mercados mudam rapidamente de rumo, e essas mudanças geralmente são alimentadas pelas novas tecnologias e pela concorrência acirrada, interna e externa. Portanto, as perspectivas da empresa geralmente dependem da capacidade de seus dirigentes de enfrentar e superar os períodos de turbulência e tumulto. A matemática financeira tem extrema importância para a tomada de decisões na empresa, e sua aplicação, quando bem desenvolvida, traz maior rentabilidade, possibilitando o processo de maximização nos resultados. Podemos conceituá-la, de maneira simplista, como o ramo da matemática que tem como objeto de estudo o comportamento do dinheiro ao longo do tempo. Busca quantificar as transações que ocorrem no universo financeiro, levando em conta a variável tempo, ou seja, o valor monetário no tempo (time value money). A matemática financeira também pode ser aplicada em diversas situações cotidianas, como no cálculo das prestações de um financiamento de um móvel ou imóvel para optar pelo pagamento a vista ou parcelado. E, se na vida pessoal, já temos que tomar decisões que nos afetarão por um bom tempo, imagine na vida de uma empresa cujo faturamento, na maioria das vezes, é bastante superior à renda de uma família. Note que as decisões são, basicamente, as mesmas, o que mudam são os efeitos e o grau 135 FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA de precisão com que os cálculos devem ser feitos. A evolução do sistema, a globalização, os avanços tecnológicos e as rápidas transformações nas empresas exigem do gestor buscar na tecnologia, instrumento de apoio ao processo gerencial de suas atividades dentro da organização. O gestor pode possuir o maior sistema de gerenciamento, o maior sistema financeiro, ter uma tecnologia de ponta a seu uso, mas, se não tiver capacidade de tomar decisões, esses instrumentos por mais avançados que sejam, se tornarão obsoletos. Assim, a tecnologia é vista muitas vezes como a expressão material de um processo que se exprime por meio de ferramentas com o objetivo de melhorar a condição humana. No campo da gestão, a tecnologia surge como um agregado para melhorar a competitividade, a produtividade, a eficiência etc. O uso da tecnologia dentro de uma organização deve servir para a maximização das riquezas dos acionistas e a geração de lucros para a organização. O gestor, de posse de sua capacidade de tomar decisões e do uso inteligente dos instrumentos tecnológicos, propõe ações a fim de criar uma estabilidade financeira formando uma infraestrutura para tornar fatores essenciais para a execução dos planos empresariais. Com isso, a organização precisa ter uma postura aguerrida numa visão de futuro e uma eficiente gestão dos recursos financeiros. Exercícios Questão 01. Para uma boa gestão financeira, é de suma importância que o profissional da área tenha conhecimento de alguns conceitos de matemática financeira. As proposições a seguir apresentam alguns desses conceitos. I. A existência de uma taxa de juros associada a todas as operações financeiras induz que seja considerada a expressão “valor do dinheiro no tempo”. II. O “custo de oportunidade” representa o valor que seria obtido numa opção descartada em benefício de outra. III. No sistema de capitalização de juros simples, os juros são calculados exclusivamente sobre o capital inicial, independentemente do período em que estejam sendo apurados. IV. A expressão Valor Futuro evidencia que, ao se aplicar uma quantia hoje, a uma taxa de juros compostos, por um prazo determinado, o valor ao final do prazo seja formado pelo capital investido mais os juros do período. 136 Unidade IV Está correto o que se afirma somente em: A) I e II. B) II e III. C) I, II e IV. D) I, II, III e IV. E) II e IV. Resposta correta: alternativa D. Análise das afirmativas I. Afirmativa correta. Justificativa: significa que o capital emprestado (ou investido) num determinado período deve ser remunerado a uma taxa de juros que, ao menos, preserve o poder aquisitivo do valor originalmente utilizado. II. Afirmativa correta. Justificativa: custo de oportunidade é a expressão utilizada para designar uma troca entre opções, trade-off; pode ser entendido como o quanto se deixa de receber numa aplicação financeira, no caso, para ganhar noutra. III. Afirmativa correta. Justificativa: no regime de capitalização simples, os juros são calculados somente sobre o principal, desconsiderando-se os juros recebidos em períodos anteriores. IV. Afirmativa correta. Justificativa: a expressão Valor Futuro representa o resultado de um montante mais os juros, findo um período de aplicação a dada taxa de juros conhecida previamente. Questão 02. Quais os juros de um capital de R$ 185.000,00, aplicado a 6,5% a.m. durante 12 meses? A) R$ 12.025,00. B) R$ 197.025,00. C) R$ 144.300,00. D) R$ 14.430.000,00. E) R$ 15.416,66. Resolução da questão na Plataforma. 137 FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 3 ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico-financeiro. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010, p. 21 (adaptada). REFERÊNCIAS Audiovisuais A FIRMA. Direção Sydney Pollack. 154 min. cor. Estados Unidos, 1993. A FRAUDE. Direção James Dearden. 101 min. cor. Inglaterra, 1998. A PROCURA da Felicidade. Direção: Gabriele Muccino. 17 min. cor. Estados Unidos, 2006. COM o dinheiro dos outros. Direção Norman Jewison. 103 min. cor. Estados Unidos, 1991. DOZE homens e uma sentença. Direção: Sidney Lumet. 96 min. p&b. Estados Unidos, 1957. HOMENS de honra. Direção: George Tillman Jr. 129 min. cor. Estados Unidos, 2000. NA RODA da Fortuna. Direção: Joel Coen, Ethan Coen, Tim Robbins e Paul Newmann, 111 min. cor. Alemanha, Estados Unidos e Reino Unido, 1994. TEMPOS modernos. Direção: Charles Chaplin. 87 min. p&b. Estados Unidos, França e Reino Unido, 1936. WALL Street: poder e cobiça. Direção Oliver Stone. 126 min. cor. Estados Unidos, 1987. Textuais ALCADIPANI, R. Jeitinho brasileiro, controle social e competição. In: WOOD JR., T. (Coord.). Gestão empresarial: o fator humano. São Paulo: Atlas, 2002. ALVES-MAZZOTTI, A. J.; GEWANDSZNAJDER, F. O método nas ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. 2. ed. São Paulo: Pioneira, 1998. ANTUNES, A. T. Capital de giro. 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