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Prof Dr. Izaildo Tavares Luna Aspectos culturais da morte e do morrer no Oriente e no Ocidente http://1.bp.blogspot.com/_FK5QjE4gwZc/S3tM6jkl5eI/AAAAAAAAGQw/qDSgW64EXQE/s1600-h/i103656.jpg Objetivos O aluno deverá ser capaz de: ▪ Entender a concepção de morte do Oriente e no Ocidente; ▪ Perceber as representações de morte nos diferentes contextos culturais; ▪ Discutir a representação de morte no Ocidente. 2 Para refletir [...]. “[...] A única maneira de o homem se realizar autenticamente, assumindo a responsabilidade da própria vida é enfrentar fria e corajosamente a sua finitude e contingência, isto é, a sua inevitável morte” (MARANHÃO, 1995, p. 71). 3 4 A morte manifesta nas diversas culturas 5 A morte manifesta nas diversas culturas Antiguidade (4000 a.C.) (escrita) até 476 (queda Império Romano) Politeísmo → Monoteísmo A naturalidade da morte e a ideia da imortalidade começam a sofrer a influência das religiões, que vão impregnar as ideias do imaginário popular com sugestões de punição e sofrimento pós-morte e mesmo a perda da imortalidade. 6 7 Morte no Oriente Preparação Morte no Ocidente Negação 8 Ocidente x Oriente 9 As mudanças ocorridas no mundo ocidental, gradativas durante séculos, porém abruptas a partir do século XIX, culminaram em grandes transformações sociais. No oriente é possível reconhecer a continuidade de suas tradições e forma de entendimento da morte, mantidas, ainda presentes, na contemporaneidade. Para os orientais: ❖ Os opostos não devem estar separados; ❖ A morte nunca esteve dissociada da vida; ❖ Tendência milenar na fé pela imortalidade da alma; ❖ Atenção volta-se para a vida, que deve ser vivida com base na ética e na compaixão por todos os seres vivos. A morte no oriente “hinduístas” ▪ Hinduísmo – 1400 a 1500 a.C. ‐ Índia e Nepal Morte ‐ reencarnação. ▪ A alma se liga a este mundo por meio de pensamentos, palavras e atitudes. ▪O corpo morre havendo a transmigração. A alma passa para o corpo de outra pessoa ou para um animal, dependendo de nossas ações, ação corresponde uma reação ‐ lei do carma. 10 A morte no oriente “hinduístas” ▪ Religião de origem indiana e considerada a mais antiga do mundo, a morte é um evento importante e está relacionada ao desenvolvimento da alma. ▪ Há a crença na sua imortalidade e na reencarnação, que tem por objetivo o seu desenvolvimento até que esta esteja liberada do ciclo de renascimentos. ▪ A vida na terra é parte de um ciclo eterno de nascimentos, mortes e renascimentos. 11 A morte no oriente “budistas” ▪ Há a crença de que o nirvana é alcançado pelo sacrifício individual, que significa a renúncia aos desejos, inclusive o de querer viver (CHANG, 2006; CORRÊA, 2008). ▪ Na abordagem budista, a vida e a morte são vistas como um todo, onde a morte é o começo de um novo capítulo de vida. A morte é um espelho no qual o inteiro significado da vida é refletido (RINPOCHE, 1999). ▪ A morte é vista como um processo que favorece a evolução do ser humano e por isto deve se propor ensinamentos que propiciem o crescimento ainda em vida – busca a iluminação como ocorrido com buda. 12 Budismo – Séc. IV A VI a.C. ‐ Ásia Renascimento ou reencarnação A morte no Oriente “budistas” ▪ O ideal de morte está relacionado à própria morte de buda: uma morte serena, fruto de uma mente calma, conquistada com a prática meditativa. Esse é o modelo de morte que se deve almejar, refletindo o nível de amadurecimento espiritual da pessoa (CHANG, 2006; CORRÊA, 2008). ▪ Ensinamentos oferecidos pelos sábios iogues – desenvolvimento psicológico e espiritual para que não se perca tempo com trivialidades e tentações. ▪ Para os tibetanos, a consciência da morte e o alerta são fundamentais. ▪ A morte é transição para novas reencarnações. 13 A morte no oriente “budistas” ▪Para livrar‐se do carma e alcançar a iluminação ou nirvana, livrar‐se do ciclo ignorância, desapego das coisas materiais, o budismo ensina a evitar o mal, praticar o bem e purificar o pensamento. 14 A morte no oriente “judaísmo” 1500 a.C. “O senhor deu e o senhor tomou; abençoado seja o nome do senhor!“ (Jó) ▪O morto: envolto em um sudário branco (tra’hrihim) depois de ser lavado e purificado. ▪O judaísmo tradicional proíbe o embalsamamento, a cremação e a exibição de féretro (caixa mortuária) aberto. ▪O funeral: processado com presteza e simplicidade. 15 A morte no Oriente “Islamismo” ▪ Alá (Deus) criou o mundo e trará de volta a vida todos os mortos no último dia. ▪ As pessoas serão julgadas e uma nova vida ▪ Começará depois da avaliação divina. ▪ Vida atual: preparação para outra existência, seja no céu ou inferno. Maomé: 570 à 632 Ressureição 16 A morte no oriente “islamismo” ▪ Morte: começa o primeiro dia da eternidade. a alma aguarda o dia da ressurreição, para ser julgado pelo criador. ▪ O inferno será reservado para as almas desobedientes, que foram desviadas por satanás. ▪ No alcorão, livro sagrado, inferno é um lugar preto com fogo ardente onde as pessoas são castigadas permanentemente. ▪ Para o paraíso, vão as almas que obedeceram e seguiram a mensagem de Alá e a tradição dos profetas (entre eles os cinco principais Noé, Abraão, Moisés, Jesus e Maomé). 17 A morte no ocidente ▪O Judaísmo e o Islamismo acabaram por influenciar a morte e o morrer no ocidente; ▪E, assim, chega-se ao cristianismo [...]. 18 A morte no ocidente ▪ A partir do século XII ocorreram mudanças significativas nas representações da morte no ocidente. ▪Gerava-se a incerteza do que viria depois da morte. ▪ A igreja seria a intermediária no julgamento final que aconteceria imediatamente após a morte e resultaria na descida ao inferno (no sofrimento eterno) ou ascensão aos céus (na alegria eterna) – morte clericalizada. 19 A morte no ocidente “catolicismo” ▪ Julgamento e Juízo Final: dependendo de seus atos, a alma se dirige para cada um desses lugares. ▪Deus julga os atos de cada pessoa em vida de acordo com a palavra que revelou através de seu filho, com os ideais de amor, fraternidade, justiça, paz, solidariedade e verdade. 20 Céu, Inferno, Purgatório A morte no ocidente “catolicismo” ▪A alma é eterna e única. Não retorna, alma independe da matéria, sobrevive e conserva a individualidade após a morte. ▪ Imortalidade é na ressurreição e não na reencarnação da alma. ▪A bíblia ensina que morreremos só uma vez. 21 A morte no ocidente “protestantismo” ▪ Acreditam no julgamento, na condenação (céu e inferno ) e na eternidade da alma. ▪ A diferença é que o morto faz uma grande viagem e a ressurreição só acontece quando Jesus voltar a terra, na chamada ressurreição dos justos, ou então, aqueles que forem condenados terão uma nova chance de ressurreição no juízo final. ▪ Aqueles que morrerem sem Cristo como seu Deus, também receberão um corpo especial para passar a eternidade no lago de fogo e enxofre. 22 23 24 A morte no ocidente ▪ Na cultura ocidental, a morte é uma provação; ▪ Cada vez mais a morte é escondida, pois é considerada um momento de fragilidade e vergonha; ▪ Deve acontecer em silêncio para não incomodar ninguém. 25 A morte no ocidente ▪O corpo do morto passou a se tornar insuportável. ▪No início, o corpo era costurado em uma mortalha, depois passou a ser ocultado em um cercueil (caixão). 26 A morte no ocidente ▪Surgiram os cemitérios. ▪Sepultamentos individualizados - movimento de individualização das sepulturas e preocupação em saber onde o morto está enterrado. 27 28Obrigado!
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