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Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça do Estado X
Processo nº. XXXX
Partido político “Frente Brasileira Unida”, já qualificado nos autos, representado por seu Presidente,
por intermédio de suas advogadas que ao final assinam, vem, respeitosamente e tempestivamente,
à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 102, III, “a” e “c” e § 3.º, da CF/1988, e
artigo 1029 e seguintes do Código de Processo Civil, interpor RECURSO EXTRAORDINÁRIO em face
do venerando acórdão proferido (fls. ...), que julgou improcedente o pedido de declaração de
inconstitucionalidade dos dispositivos do Decreto nº 1.968, formulado nos autos da ação direta de
inconstitucionalidade em epígrafe.
Requer seja Recebido e processado o presente recurso, intimando-se a parte contrária, o
Governador do Estado X, para que ofereça, dentro do prazo legal, as contrarrazões e, após, seja o
recurso admitido e encaminhado com as inclusas razões ao Egrégio Supremo Tribunal Federal.
Por fim, requer a juntada das custas de preparo e porte de remessa e retorno.
Termos em que,
Pede deferimento.
Local e data.
xxx
OAB
xxx
OAB
Razões de Recurso Extraordinário
Recorrente: Partido político “Frente Brasileira Unida” (autor da Ação Direta de
Inconstitucionalidade)
Recorrido: Governador do Estado X.
Egrégio Supremo Tribunal Federal,
Colenda Turma,
Ínclitos Julgadores,
Partido político “Frente Brasileira Unida”, não se conformando com a respeitável decisão proferida
no acórdão de fls. x, que, apesar de não haver obscuridade, omissão ou contradição, é equivocada,
requer a sua reforma pelas razões a seguir expostas.
I – Dos Fatos
O Governador do Estado X editou o Decreto nº 1.968, devido a intensa movimentação popular, que
contou com a participação de mais de um milhão de pessoas nas ruas, durante aproximadamente
40 dias, e culminou em atos de violência, vandalismo e depredação do patrimônio púbico e
particular.
O referido decreto dispõe que deve haver prévia comunicação às autoridades com a identificação
completa de todos os participantes do evento, sob pena de desfazimento da manifestação. 
Além disso, prevê a revista pessoal de todos, como forma de preservar a segurança dos
participantes e do restante da população. 
Desse modo, ajuizou-se ação direta de inconstitucionalidade perante o Tribunal de Justiça do Estado
X, em razão da violação a normas da Constituição do Estado referentes a direitos e garantias
individuais e coletivos, normas estas que reproduzem disposições constantes da Constituição
Federal.
Ocorre que o Plenário do Tribunal de Justiça local julgou, por maioria, improcedente o pedido
formulado de declaração de inconstitucionalidade dos dispositivos do decreto estadual, por
entender que são compatíveis com a Constituição do Estado. 
Por fim, os Desembargadores que registraram seus votos consignaram, ainda, a impossibilidade de
propositura de ação direta tendo por objeto um decreto estadual.
II – Do Cabimento, Tempestividade e Preparo do Recurso
Cabível o presente recurso, nos termos do art. 102, III, “a” e “c”, da Constituição Federal de 1988,
que prevê:
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
(…)
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão
recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
Pois bem, no caso em tela o Decreto nº 1.968 não se presta a dar executoriedade ou regulamentar
lei estadual. Ao revés, pretendeu o Governador do Estado X com o referido decreto criar restrições
excessivas e desproporcionais ao exercício de direitos fundamentais assegurados, o que contraria
direito fundamental previsto na Constituição Federal 
Nesse sentido, se tratando de decreto autônomo, como ato normativo primário que inova a ordem
jurídica, este é passível do controle abstrato na ação direta de inconstitucionalidade, julgada
improcedente pelo Plenário do Tribunal de Justiça do Estado X, mantendo válido o ato normativo.
Saliente-se que o recurso foi interposto tempestivamente, nos termos do art. 1003, § 5º do CPC.
Quanto ao preparo, este pode ser comprovado mediante guia de custas e recibos anexos,
preenchendo o requisito disposto no artigo 1007 do CPC.
Preenchidos todos os pressupostos recursais de admissibilidade, tem-se que o presente recurso
deve ser recebido e processado.
III – Da Repercussão Geral
Importante destacar que o recurso preenche o requisito da repercussão geral, na forma do art.
1035, § 1º do CPC, pois há relevância do ponto de vista político, jurídico e social, visto que a questão
diz respeito à aplicação do princípio da simetria federativa em relação aos direitos fundamentais
titularizados por todos. Os Estados, ao elaborarem suas Constituições, devem observar as regras de
repetição obrigatória estabelecidas na Constituição Federal.
Sendo assim, o objeto da ação visa proteger direito constitucional de reunião e liberdade de
manifestação e pensamento, previsto em seu artigo 5º, inciso XVI, pois o Decreto nº 1.968 cria
restrições excessivas e desproporcionais ao exercício de direitos fundamentais assegurados e o faz
sem que sequer haja previsão em lei.
IV – Do Prequestionamento
O prequestionamento se dá pelo esgotamento das medidas judiciais e instâncias recursais, requisito
este que está devidamente preenchido, pois a decisão proferida em única instância é equivocada e
afronta não só a Constituição Estadual, como fere diretamente a Constituição Federal, visto que são
normas de reprodução obrigatória, e toda essa questão foi ventilada na Ação Direta de
Inconstitucionalidade, pressupondo assim que o tema já foi devidamente questionado e esgotado
na instância inferior.
V – Do Direito
O objeto da ação direta de inconstitucionalidade é o Decreto nº 1.968, editado pelo Governador do
Estado X, o qual dispõe que deve haver prévia comunicação às autoridades com a identificação
completa de todos os participantes do evento, sob pena de desfazimento da manifestação. Além
disso, prevê a revista pessoal de todos, como forma de preservar a segurança dos participantes e do
restante da população. 
Pois bem, ao pretender disciplinar a realização desses protestos, incorreu o Governador do Estado
em flagrante desrespeito a direitos fundamentais expressamente protegidos pela Constituição
Federal e, por conseguinte na Constituição Estadual, posto que de observância e reprodução
obrigatórias.
O referido decreto viola o Art. 5º, incisos IV e XVI, da Constituição Federal de 1988:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
(…) 
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; 
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; 
Ou seja, fica claro que o decreto publicado pelo Governador do Estado X contraria o disposto no
texto constitucional, uma vez que as regras estabelecidas soam excessivamente restritivas ao
regular exercício de direitos fundamentais, bem como viola o princípio da legalidade, previsto no
Art. 5º, II, da CF/88, uma vez que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo, senão em
virtude de lei.
No que se refere ao objeto da ação, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) é a de que
decretosmeramente regulamentares não podem ser impugnados por meio de ADI. Entretanto, o
decreto em questão não se enquadra nessa regra, pois não pretendia regulamentar qualquer lei
estadual, mas, sim, estabelecer, como ato normativo primário, restrições a direitos fundamentais de
toda a coletividade, sob a justificativa de disciplinar a participação da população em protestos de
caráter público. Existe, no caso, ofensa direta à Constituição, uma vez que o decreto efetivamente
inova no ordenamento jurídico, o que somente é possível nas estritas hipóteses previstas no art. 84,
VI, da CF/88. Trata-se de ato normativo primário, o que torna cabível a Ação Direta de
Inconstitucionalidade. 
As exigências previstas no Decreto nº 1.968, além de inconstitucionais, violam os princípios da
razoabilidade e proporcionalidade. De fato, foram praticados atos de vandalismo e depredações, e
tais práticas devem ser coibidas e os autores de tais atos punidos. Porém, ainda que se possa
entender possível a restrição ao direito de reunião, isto deve ser feito por lei e da maneira menos
gravosa e, ademais, a restrição imposta não pode inviabilizar o próprio direito constitucionalmente
previsto, sob pena de inconstitucionalidade.
A dignidade da pessoa humana, prevista no Art. 1º, inciso III da CF/88, também está sendo violada,
pois o Decreto visa impedir e cercear direitos fundamentais de reunião e liberdade de expressão
dos cidadãos.
Em que pese o respeitável acórdão proferido pela constitucionalidade dos dispositivos do decreto,
reitera-se, neste recurso, a necessidade de afastar as restrições impostas ao direito de reunião e à
liberdade de expressão, pois ofendem os princípios da legalidade, razoabilidade e
proporcionalidade.
A Constituição Federal já prevê a situação para se restringir o direito, quando diz que não pode
frustrar outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, e que deve haver o prévio
aviso à autoridade competente.
Patente é a inconstitucionalidade do Decreto nº 1.968, que foi atacado na ação de
inconstitucionalidade proposta no Tribunal de Justiça do Estado X, que proferiu o acórdão que ora
se pretende ver reformado.
VI – Do Pedido
Diante do exposto, o Recorrente requer o conhecimento e o provimento do presente Recurso
Extraordinário para a reforma do acórdão para a declaração de inconstitucionalidade do Decreto nº
1.968, que contraria o Art. 1º, III e Art. 5º, incisos II, IV e XVI, da Constituição Federal de 1988,
editado pelo Governador do Estado X.
Requer, ainda, a notificação do Ministério Público.
Termos em que,
Pede deferimento.
Local e Data.
xxx
OAB
xxx
OAB

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