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DEFINIÇÃO 
A Antiguidade Clássica é um período fundamental da História. Estudaremos esse longo 
período, do século VIII a.C. ao século VI d.C., que representa as bases para a 
compreensão da educação ocidental. Você perceberá que os mundos grego e romano, às 
margens do mar Mediterrâneo, têm muito a ver com nossa sociedade e com a Educação 
atual. 
PROPÓSITO 
Você, que estudou História, já deve ter se perguntado: é tão importante assim olhar para o 
passado? Provavelmente, encontrou algumas respostas ao longo de sua vida escolar. 
Neste conteúdo, você verá como a Educação foi concebida pelas sociedades do período 
clássico. Além disso, analisaremos suas heranças e fundamentos como influência na 
Educação contemporânea. 
 
OBJETIVOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
Destacaremos brevemente os ideais de três dos maiores pensadores da Filosofia 
clássica: 
SÓCRATES 
Sócrates (469 a.C. – 399 a.C.) entendia a 
Filosofia como a procura da verdade, trilhando 
o caminho da sabedoria. 
Com a famosa frase “Conhece a ti mesmo”, o filósofo 
ateniense impulsionou a busca das verdades universais: o 
caminho para a prática do bem e da virtude. Em resumo, ele 
almejava que as pessoas se livrassem das falsas certezas 
para alcançar a verdade própria do ser humano. 
 
Assim, no século IV a.C., Sócrates criou a Maiêutica, método de ensino 
investigativo que se baseava nas interrogações para dar à luz o conhecimento. 
 
Maiêutica 
Esse método tinha duas etapas que destruíam as falsas verdades para criar a universal. 
São elas: 
 
1ª etapa 
De início, implantava-se a dúvida, de 
modo que o saber adquirido fosse 
interrogado para revelar as fraquezas e 
contradições na forma de pensar. 
2ª etapa 
Depois, estimulava-se a busca de novos 
conceitos, de novas opiniões, o 
pensamento por si mesmo, a fim de 
desvelar a verdade, livrando-se do falso 
conhecimento. 
 
 
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PLATÃO 
A teoria do conhecimento desenvolvida por 
Platão (429 a.C. – 348/347 a.C.) tem como base 
a convicção de que o mundo sensível em que 
vivemos é apenas um mundo aparente, incapaz 
de nos oferecer conhecimento verdadeiro. 
Para chegarmos a esse tipo de conhecimento, 
necessitamos buscar o mundo inteligível, onde está a 
verdadeira essência das coisas. Assim, o conhecimento se 
dá a partir da ideia até a realidade. 
 
Mito da Caverna 
Para ratificar suas concepções intelectuais, Platão criou o Mito da Caverna, cuja história 
é a seguinte: 
Prisioneiros acorrentados em frente a uma parede podiam ver apenas sombras. 
Quando um deles, enfim, se liberta, encontra uma realidade diferente. 
Impressionado, o preso volta para contar aos demais sobre o mundo que existia 
fora da caverna. A intenção dele era livrá-los da escuridão. Mas os outros 
prisioneiros não só se recusaram a acreditar no homem, como o mataram. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ARISTÓTELES 
Para Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.), somente na 
pólis*, o homem se realizava plenamente em 
busca do bem supremo. 
No entanto, essa realização não era definitivamente 
alcançada, pois não estava presa a um tempo específico, 
mas se refazia – inclusive como sensação –, à medida em 
que o homem decidia por novas determinações em seu ato 
constitutivo e reconstitutivo. 
*Pólis: O mesmo que cidade-estado. Na Grécia Antiga, era um 
pequeno território localizado geograficamente no ponto mais alto da região, cujas 
características equivaliam a uma cidade. 
O Conhecimento segundo Aristóteles 
Aristóteles propõe uma teoria do conhecimento praticamente inversa à teoria de Platão 
(que foi seu mestre) ao defender que a relação de nossos sentidos com o mundo 
visível nos possibilita a chegada ao conhecimento. As etapas desse processo de 
chegada ao conhecimento seriam as seguintes: 
 
Para o pensamento aristotélico, o aprendizado era visto como uma prática política. 
Somente pelo entendimento do conceito de pólis seria possível compreender seu 
projeto de educação como canal capaz de desenvolver as condições necessárias para a 
segurança do regime e para a saúde do Estado. A Educação, para Aristóteles, deveria 
ocupar toda a vida do cidadão desde sua concepção. 
Ao Estado, cabia: 
 
1. Guiar os cidadãos à prática das virtudes. 
2. Ocupar-se da educação dos jovens. 
3. Estabelecer leis que promovessem a educação conforme a moral, voltada à vida 
política, o que estabelecia seu equilíbrio. 
4. Tornar a educação um assunto público. 
 
 
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IMPORTANTE 
Não estamos resumindo o pensamento destes filósofos. Além 
da impossibilidade de fazer isto em poucas linhas, nosso 
objetivo aqui não é este, mas despertar para a influência destes 
autores na Educação grega. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO GREGA 
Não existia o modelo de escola como conhecemos na Grécia Clássica. O jovem cidadão 
estava constantemente aprendendo. A própria família tinha essa responsabilidade, 
conforme a tradição religiosa, e muitas atividades reuniam os gregos em comemoração: 
esses eram os momentos que faziam a Educação acontecer naturalmente. 
O ensino das letras e dos cálculos demorou um pouco mais para se difundir, pois, na 
formação escolar, a preocupação recaía, prioritariamente, sobre a prática esportiva. 
 
Os gregos tratavam a educação como um processo de preparação para a vida 
social. 
O homem era visto não só como um ser racional, mas como o centro do universo. 
 
 
Pintura da Escola de Atenas feita por Raffaello Sanzio (ou apenas Rafael) em um conjunto de cômodos pintados 
pelo artista (Os Quartos de Rafael). Essa obra sintetiza os maiores pensadores gregos. Os cômodos, hoje, fazem 
parte do museu do Vaticano. 
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A busca pelo conhecimento e o estudo da natureza, do ser humano e das artes, da 
observação e da investigação do mundo levaram ao desenvolvimento da Filosofia, 
entendida como a formação do homem, de seu espírito e de sua alma. Assim como o 
aspecto intelectual, a educação pelas artes era fundamental para gerar esse homem. Esse 
processo era resumido pela palavra paideia, que não é possível traduzir em virtude de 
seus inúmeros significados. 
Mas segue uma boa tentativa de Werner Jaeger*: 
*Werner Jaeger: Jaeger (1888-1961) foi um escritor e entusiasta dos estudos clássicos 
nascido na Prússia, atual território alemão. Possui cerca de 16 publicações, dentre elas, a 
Paideia: livro de extrema importância na fundamentação da Didática, que foca na 
estrutura grega clássica de construção do processo da Educação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“ [...] a essência de toda a verdadeira educação, [o] que dá ao homem o desejo e a ânsia de se tornar um cidadão perfeito, [o que] o ensina a mandar e a obedecer, tendo a justiça como fundamento. 
Jaeger, 1995 
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A educação de cada pólis refletia a forma de organização e os ideais de cada 
sociedade. 
Iremos especificar os pormenores da educação ateniense e da espartana a seguir. 
 
EDUCAÇÃO ATENIENSE 
O principal objetivo da educação em Atenas era preparar integralmente o cidadão. 
ASPECTOS GERAIS 
Na pólis ateniense, a Ágora era o principal lugar de manifestação da opinião pública, 
adequado à cidadania cotidiana, onde o povo se reunia em assembleia para debater e 
deliberar sobre as questões de interesse da comunidade. 
A Educação de Atenas tinha como finalidade preparar os futuros cidadãos para a política, 
ou seja, para a retórica*, de modo que fossem capazes de se expressar oralmente, 
prontos para o diálogo e o convencimento. 
*Retórica: A arte da eloquência, a arte de bem argumentar; arte da palavra. 
Fonte: Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa 
EDUCAÇÃO ELEMENTAR 
Até os sete anos de idade, a educação era responsabilidade das famílias e ocorria no 
espaço doméstico. 
As crianças atenienses eram preparadas para o debate e a deliberação. Tinham um dia de 
estudos e de instrução para a cidadania. 
Elasiam à palestra – local onde estudavam – duas vezes ao dia: de manhã, quando 
aprendiam música e ginástica, e à tarde, após o almoço em casa, para o ensino da leitura 
e da escrita, que era acompanhado por um escravo, chamado de pedagogo*. 
*Pedagogo: Termo que surgiu na Grécia Clássica, advindo da palavra παιδαγωγός, cujo 
significado etimológico é “preceptor, mestre, guia, aquele que conduz”. O paidagogo 
(paidagōgós) era o condutor que guiava a criança e o jovem até o local de ensino, ou seja, 
em direção ao saber. 
EDUCAÇÃO POR GÊNERO 
As meninas continuavam a ser educadas no ambiente familiar, especificamente no 
gineceu*. 
*Gineceu: Local da casa reservado aos afazeres domésticos. 
A educação masculina organizava-se em três níveis: 
• Elementar (até os 13 anos); 
• Secundário; 
• Superior. 
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A partir da Educação Elementar, as crianças eram encaminhadas para aprender algum 
ofício ou continuavam estudando e frequentando os ginásios. 
Inicialmente, esses lugares eram destinados apenas aos exercícios físicos, mas, com o 
tempo e as exigências da pólis, incluíram as práticas musicais e literárias. 
ENSINO SUPERIOR 
A partir dos 16 ou 18 anos, o jovem se dedicava ao Ensino Superior. Esse foi o momento 
em que Sócrates, Platão e Aristóteles desenvolveram suas reflexões e teorias. 
O ensino profissional desenvolvia-se no cotidiano, durante a própria execução do trabalho. 
 
 
 
EDUCAÇÃO ESPARTANA 
A educação em Esparta era mais voltada para a formação de soldados para as guerras. 
ASPECTOS GERAIS 
A estrutura da Educação espartana – chamada de agogê – foi organizada por Licurgo* 
(800 a.C.-730 a.C.). O ensino era obrigatório e estava voltado à formação militar. 
*Licurgo: Legislador que também organizou o Estado espartano, fundamentado no 
militarismo. 
O poder político-militar norteou a Educação de Esparta, que, patrocinada pelo Estado, 
tinha como principal objetivo preparar os futuros soldados. 
A prática educacional consistia em desenvolver as habilidades físicas para a formação do 
guerreiro, tais como força, bravura e obediência – virtudes necessárias à guerra. 
 
 
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EDUCAÇÃO ELEMENTAR 
Semelhante ao que ocorria em Atenas, até os sete anos, os meninos permaneciam em 
casa sob os cuidados das mães, que os treinavam de forma rigorosa. 
Após esse período, o Estado assumia a educação: os jovens eram afastados da família e 
encaminhados para as casernas públicas, onde recebiam ensinamentos militares e 
treinavam: ginástica, saltos, natação, corrida, lançamentos de dardo e de disco. 
Eles também aprendiam a suportar a fome, o frio, a dormir com desconforto e a vestir-se 
de forma despojada. Além disso, estudavam as armas e manobras militares, com o 
propósito de se tornar hábeis, perspicazes e com autodomínio. 
EDUCAÇÃO POR GÊNERO 
As mulheres também se preparavam fisicamente e eram criadas para viver de maneira 
saudável, a fim de conceber filhos sadios. A educação sexual fazia parte da instrução 
feminina a partir da puberdade e era de responsabilidade da mãe. 
Em torno dos 20 anos, a moça recebia autorização do governo para casar e procriar e era 
estimulada a engravidar, pois, quanto mais filhos nasciam, mais soldados havia na cidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“ A disciplina era um valor, e o respeito dos guerreiros a seus superiores era primordial. Assim, a educação moral espartana valorizava a obediência, a aceitação dos castigos e o respeito aos mais velhos, bem como 
privilegiava a vida comunitária. 
ARANHA, 2000, p. 51 
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VERIFICANDO O APRENDIZADO 
1. O método investigativo criado por Sócrates, que se baseava nas interrogações para dar 
à luz o conhecimento e que destruía as falsas verdades para gerar uma universal, era 
conhecido como: 
a) Arché. 
b) Dialética. 
c) Maiêutica. 
d) Pedagogia. 
 
Comentário 
Parabéns! A alternativa C está correta. 
Você reconheceu a Maiêutica, método de Sócrates, provando então, saber identificar essa 
característica da Filosofia da Grécia Clássica. 
 
 
2. Uma das características da Educação grega, especificamente em Atenas, era a 
valorização da Retórica neste processo. Levando em conta que este ponto é um dos mais 
contrastantes com a Educação espartana, assinale a alternativa que explicita esse 
contraste: 
 
a) Em Atenas, a preocupação era formar um cidadão capaz de defender suas ideias na 
Ágora. Em Esparta, o objetivo era formar o guerreiro. 
b) Em ambas as cidades-estados, a preocupação era a formação do cidadão. No entanto, 
a Retórica era uma característica exclusiva de Atenas. 
c) A importância da Retórica era impedir que o filósofo pudesse chegar ao poder 
administrativo da cidade-Estado, tão comum em Esparta. 
d) Em Atenas, a Retórica desenvolve a arte da argumentação. Em Esparta é o Agogê que 
assume o mesmo papel, destacando a música e a poesia. 
 
Comentário 
Parabéns! A alternativa A está correta. 
Como vimos, a Educação de Atenas visava à formação do cidadão, que necessitaria saber 
argumentar na Ágora. A retórica era apenas um dos instrumentos nesta formação. Em 
Esparta, a meta educativa se baseava no rígido código do Agogê. Portanto, um filósofo 
jamais chegaria ao poder administrativo daquela cidade-Estado militar e bélica. 
 
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INTRODUÇÃO 
Para compreender a Educação no Império Romano, necessitamos buscar alguns 
elementos entre aqueles conhecidos como seus grandes pensadores: poetas, filósofos e 
historiadores. 
Destacaremos três destes ilustres personagens: 
 
HORÁCIO 
Horácio (65 a.C. - 27 a.C.) 
Além de sua importância como poeta, pois trouxe muito 
da filosofia grega para Roma através de sua poesia, 
Horácio (65 a.C. - 27 a.C.) presenciou o nascimento do 
Império Romano, sendo contemporâneo de Julio Cesar, 
Marco Antonio, Cleópatra e Otaviano Augustus. 
 
 
 
 
De sua vasta obra, que influenciou o 
pensamento romano, podemos destacar 
uma frase que será reconhecida como a 
marca do filósofo: 
Sapere aude! Ouse saber! 
Séculos mais tarde, Immanuel Kant, um 
dos fundadores do pensamento 
contemporâneo, traduziu a frase como: 
“Tenha coragem de pensar por si 
mesmo”. 
 
 
 
 
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SÊNECA 
Sêneca (4 a.C - 65 d.C.) 
Vivenciou eventos fundamentais na sociedade romana, 
foi preceptor de Nero na sua infância e seu conselheiro 
até se tornar imperador. Como filósofo, advogado, 
dramaturgo e homem público, Sêneca é considerado um 
dos mais importantes autores do império. Além de vasta 
obra, deixou como herança sua preocupação ética: 
coerência entre aquilo que pensava e escrevia com aquilo 
que vivia. Também defendia o conceito de igualdade 
natural entre os homens – vivia em constante combate à 
escravidão, tão comum em seu tempo. 
 
FLÁVIO JOSEFO 
Josefo (37d.C. – 100 d.C.) 
Foi um historiador judeu, tornado cidadão romano. Ele 
testemunhou eventos fundamentais de seu tempo, todos 
registrados em suas obras: a expansão definitiva do 
Império Romano sobre a Palestina, a destruição do 
Templo de Jerusalém (70 d.C.) e o nascimento do 
Cristianismo. Vivendo permanentemente dividido, não só 
como historiador, mas como homem público, deixou 
relatos fundamentais daquele período, que ainda hoje são 
fontes preciosas. 
 
 
Neste contexto, podemos falar em Educação Romana. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EDUCAÇÃO ROMANA 
Na fase latina da Educação romana, havia resistência à influência helenística. Os 
pequenos camponeses do Lácio protegiam-se das inovações estrangeiras pelo respeito a 
uma tradição ancestral, de acordo com a qual a finalidade da educação era prática e 
social. 
Esperava-se que se proporcionasse à criança o saber necessário para o exercício 
de sua profissão de soldado ou de proprietário rural. 
 
 
“Nesse período, a educação da criança era de 
responsabilidade da família, do pater famílias* [...]. Isso 
significa que, desde os primeiros tempos da cidade, a 
autonomia da educação paterna era uma lei do Estado 
– o pai é dono e artíficede seus filhos.” 
Manacorda, 2006, p. 74. 
*Pater famílias: O mesmo que “pai de família” – mais elevado estatuto familiar da Roma 
Antiga (sempre uma posição masculina). 
 
No século II a.C., o pater familias concedeu à mãe os direitos sobre a educação de seus 
filhos durante a primeira infância, incluindo as meninas, que também aprendiam os 
elementos iniciais do alfabeto. A criança crescia em casa, com os colegas, entre os 
brinquedos e as aprendizagens básicas. 
A mulher adquiriu uma autoridade desconhecida na Antiguidade grega. Essa tradição 
permaneceu por muito tempo, inclusive no século I d.C., conforme destaca Manacorda* 
(2006, p. 75): 
*MARIO ALIGHIERO MANACORDA: Mario Alighiero Manacorda (Roma, 1914 - 2013) foi 
professor, pedagogo e tradutor de italiano. Na segunda metade do século XX, ele ocupou 
posições de prestígio no mundo acadêmico italiano e exerceu uma intensa atividade 
política. 
 
 
“Quintiliano* também atribui à mãe a tarefa de ensinar 
aos filhos os primeiros elementos do falar e do 
escrever”. 
Manacorda, 2006, p. 74. 
*Quintiliano: Orador e professor romano de retórica. 
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Resumindo, então, a formação da criança na Roma Antiga: 
• Por volta dos sete anos de idade, o pai deveria proporcionar ao filho a educação moral 
e cívica, baseada na tradição, bem como na aprendizagem de noções jurídicas e de 
conceitos estabelecidos na Lei das XII Tábuas*, a fim de desenvolver sua consciência 
histórica e o patriotismo. Para isso, a Educação romana compreendia, também, os 
exercícios físicos e militares. 
• Em torno de 16 anos, finalmente livre da infância, o jovem dava início à aprendizagem 
da vida pública, militar ou política, acompanhado do pai ou, se necessário, de um 
parente e, até mesmo, de um escravo instruído, com o objetivo de se inserir na 
sociedade. Durante cerca de um ano, antes de cumprir o serviço militar, adquiria 
conhecimentos de Direito, de prática pública e da Eloquência* (baseada diretamente 
nos estudos gregos em Retórica). 
*Lei das XII Tábuas: Antiga legislação, origem do Direito romano, que formava a essência 
da constituição da República de Roma, bem como do mos maiorum (antigas leis não 
escritas e regras de conduta). 
 
*Eloquência: Na concepção romana, a arte do dizer. 
 
INFLUÊNCIA GREGA NA EDUCAÇÃO ROMANA 
No início da República, o crescimento do comércio e a expansão de Roma propiciaram 
transformações na organização da sociedade. Inclusive, aos poucos, consolidou-se outro 
modelo de educação mais coerente com o novo momento vivido pelos romanos. 
 
“Provavelmente, a evolução histórica foi do escravo pedagogo e mestre da própria 
família ao escravo mestre das crianças de várias famílias e, enfim, ao escravo 
libertus, que ensina na sua própria escola.” 
Manacorda, 2006, p. 78. 
 
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E quem eram esses escravos? 
A maioria deles veio da Grécia conquistada pelos romanos. 
Em Roma, os escravos gregos ensinaram a própria língua e transmitiram sua cultura aos 
romanos. Além disso, os etruscos (povo da Etrúria, uma terra antiga da Península Itálica) 
também foram influenciados pelos gregos, com quem aprenderam o alfabeto. 
De modo gradual, a Educação tornou-se um ofício praticado, inicialmente, por escravos no 
interior da família e, em seguida, por libertos na escola. 
 
 
Nesse período, os mestres eram mais 
desprezados do que estimados e, muitas vezes, 
lembrados pelos castigos corporais e pela 
pobreza. Apesar de sua severidade, é comum 
encontrarmos relatos de revoltas por parte dos 
alunos, que até os agrediam fisicamente. 
Em seguida, foram criadas as cátedras de 
Retórica nas grandes cidades. Além disso, 
houve favorecimento e promoção da instituição 
de escolas municipais de gramática e de 
retórica nas províncias. 
Então, pela primeira vez, os romanos 
desenvolveram um sistema de ensino: um 
organismo centralizado que coordenava 
inúmeras instituições escolares espalhadas por 
todas as províncias do império, constituídas em 
caráter oficial pela intervenção do Estado. 
 
 
 
IMPORTANTE 
Observamos a influência grega e etrusca sobre a origem de uma 
forma de educação não familiar, mas institucionalizada na 
escola. Logo, a cultura grega converteu-se em patrimônio 
comum dos povos do Império Romano e, depois, foi repassada 
durante muito tempo à Europa medieval e moderna, chegando, 
assim, à nossa época. 
 
 
 
 
 
 
Professor punido 
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VERIFICANDO O APRENDIZADO 
3. Dentre tantos autores, filósofos, poetas, juristas e dramaturgos, que marcaram a Roma 
Clássica, destacamos a importância de Sêneca naquele contexto, mesmo quando suas 
ideias contrastavam com a própria estrutura do Império Romano. 
Assinale a única alternativa que identifica um desses contrastes em relação à Educação 
romana: 
 
a) O ensino visava oferecer à criança o aprendizado suficiente para sua atuação social. 
b) Grande parte do processo educativo era realizada por escravos. 
c) A responsabilidade da família era destacada na Educação romana. 
d) A Educação romana também compreendia exercícios físicos e militares. 
 
Comentário 
Parabéns! A alternativa B está correta. 
Todas as alternativas indicam características da Educação romana, mas a preocupação 
de Sêneca especificamente, e de outros pensadores do Império, contrastava com o 
modelo escravocrata vigente. Vale lembrar que, naquele momento, os escravos eram 
prisioneiros de guerra, e, geralmente, eram os mais qualificados para o trabalho que 
exerciam. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. Apesar da tentativa de um modelo de Educação próprio, Roma não teve como impedir a 
influência grega, não somente pela utilização dos escravos, prisioneiros de guerra, mas 
por uma série de fatores ligados ao processo educacional do cidadão. 
Assinale a única alternativa que apresenta uma analogia à Educação grega, 
especialmente ao ensino da Retórica: 
 
a) Exercícios físicos e militares como parte do processo pedagógico. 
b) O ensino das primeiras letras (alfabetização) no âmbito familiar. 
c) O ensino da Eloquência, última fase de aprendizado antes do serviço militar. 
d) O desprezo pelo mestre por parte dos alunos, pela condição de escravos que se 
encontravam a maioria. 
 
Comentário 
Parabéns! A alternativa C está correta. 
Embora todas as alternativas apresentem características da Educação romana, o ensino 
da Eloquência está diretamente ligado ao ensino de Retórica, na Grécia. Ou seja, ao 
preocupar-se com a formação do cidadão, o processo educacional visava oferecer um 
conteúdo referente à apresentação clara das próprias ideias e, especialmente, a 
argumentação, capacidade de sustentar tais ideias com argumentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A HERANÇA DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA 
É provável que você já tenha identificado os elementos que marcam a influência da 
Educação Clássica sobre nós. No entanto, gostaríamos de destacar alguns pontos sobre 
isto, pois é importante que você possa posicionar-se frente a eles e, assim, repensar a 
prática educativa que conhece e aquela que assumirá como sua. 
MUNDO INTELIGÍVEL (PLATÃO) 
 
É preciso conhecer as formas, a verdade e a razão de tudo o que existe no mundo sensível. 
Tudo o que nasce e desaparece não pode ser considerado o ser de maneira plena. Neste 
mundo, tudo é instável, pois se transforma com o tempo. A verdade é o lugar para onde 
devemos retornar, pois viemos dela, das formas inteligíveis e das essências. 
EDUCAÇÃO: MISSÃO 
 
A instrução deve culminar na formação do cidadão e da cidade dos justos. Por isso, é 
necessário haver equilíbrio entre as três almas presentes no homem: animal, passional e 
intelectual. O intelecto (razão) tem de dominar as paixões e os instintos. 
PRÁTICA DIALÉTICA 
 
Embora nossa legislação educacional, nos últimos anos, tenha passado por muitas alterações, é 
fácil perceber que alguns dos pontos definidos como essenciais por Platão estão presentes 
ainda hoje. Sim, a dialética*ainda permanece nos discursos, mas é fundamental para que haja, 
verdadeiramente, Educação. 
 
*Dialética: Também um ideal platônico. Processo de diálogo, debate entre 
interlocutores comprometidos com a busca da verdade, por meio do qual a alma se 
eleva, gradativamente, das aparências sensíveis às realidades inteligíveis ou ideias. 
Fonte: Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa 
 
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O MITO DA CAVERNA 
 
Provavelmente você já percebeu, mas é importante destacar que não há nada mais 
emancipador para o ser humano que a Educação. Ela que permite ao homem “ter 
coragem de pensar por si mesmo” (uma conclusão também romana). 
Moral da história: a educação liberta, ilumina os que estão no mundo das sombras e 
leva à verdade. 
 
FORMAÇÃO CIDADÃ 
 
Outro ponto em que esta influência é perceptível corresponde à preocupação da 
formação do cidadão. Ou melhor: a Educação é uma prática social, no seio da pólis. 
Portanto, representa uma prática política. 
A educação era, portanto, uma condição da pólis e não podia ser negligenciada. Para 
Aristóteles, a política era a ciência mais importante, e, apenas por meio da educação, o 
homem desenvolvia a prática do bem-estar comum. Mas, para que a educação 
alcançasse seus objetivos, era necessário um conjunto de atividades pedagógicas e 
coordenadas, que visassem a uma cidade perfeita e a um cidadão feliz. 
O filósofo grego também deixou de herança o método peripatético*, que discutia as 
questões filosóficas mais profundas, relacionadas à metafísica, à Física e à Lógica. 
*Método peripatético: Doutrina cujo nome deriva de perípato: alameda dos jardins do 
Liceu (escola filosófica fundada por Aristóteles, onde ministrava suas aulas 
caminhando). Ao longo do tempo, o método se difundiu e passou a designar todo 
aquele que tem o hábito de ensinar dessa forma. 
Caracteriza-se pela diversidade e complexidade temática – sistematização e 
aperfeiçoamento de todos os saberes de seu tempo – com profunda influência sobre o 
desenvolvimento posterior da cultura ocidental. 
Fonte: Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa 
 
EDUCAÇÃO ROMANA 
 
A crítica a esse modelo de educação se fez presente e partiu de dentro da própria 
sociedade, que, por meio de seus importantes pensadores ou filósofos, não só 
condenou como também externou proposições a respeito da escola. Veremos uma 
dessas colocações a seguir. 
"A memorização e a repetição marcaram fortemente essa escola inicial. 
Certamente, o tédio de tal didática, o medo das varas e dos chicotes, e os 
conteúdos muito distantes da vida diária e dos interesses reais dos jovens e da 
sociedade não encorajaram a frequência aos estudos. 
 
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[...] em Roma, encontramo-nos, pela primeira vez, perante uma crítica fundamental 
da escola pelo que ela é, e não pelos acidentes de sua vida diária – assistimos, 
enfim, ao nascimento de uma consciência crítica sobre a escola e a educação." 
Manacorda, 2006, p. 93-94. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PERCEPÇÕES GERAIS SOBRE O ATUAL MODELO DE ENSINO 
Precisamos superar a visão de que a escola não tem conseguido educar porque estamos 
muito mal posicionados na classificação mundial de desempenho. Devemos assumir 
nossa responsabilidade, como sociedade, para realizarmos uma educação plena. 
Dentre os inúmeros passos que podemos dar, além de oferecer formação 
acadêmica de qualidade, é preciso investir esforços para termos um 
relacionamento sadio e respeitoso entre escola e sociedade e entre professores e 
alunos. 
 
 
RECOMENDAÇÃO 
Leia essa reportagem e reflita sobre as questões propostas: 
• Você presenciou situações como essa em sua vida escolar? 
• Como podemos agir para minimizar esse problema tão sério? 
 
 
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VERIFICANDO O APRENDIZADO 
5. O pensamento platônico, a relação entre o mundo inteligível e a Educação, e as 
propostas que ele apresenta como disciplina escolar podem nos trazer importantes 
reflexões sobre uma estratégia fundamental para que a educação não seja apenas 
imposição de conhecimentos alheios. 
Assinale a única alternativa que identifica essa estratégia: 
 
a) A recriação do Gineceu nas escolas para a existência de um ensino mais prático e 
objetivo. 
b) A criação de uma Escola Peripatética, em que os conhecimentos serão mais 
aprofundados. 
c) A valorização da Reminiscência, levando os alunos a buscarem conhecimentos 
esquecidos. 
d) O resgate do ensino da Dialética a fim de possibilitar uma educação dialógica. 
 
Comentário 
Parabéns! A alternativa D está correta. 
A Dialética tornou-se fundamental no contexto da Educação Clássica por valorizar 
exatamente a condição necessária para a autonomia do cidadão, a fim de assumir seu 
papel na sociedade, através do diálogo. Da mesma forma, espera-se que a formação do 
educando passe pelo mesmo caminho para que também seja responsável por seu 
aprendizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6. Aristóteles deixou muitas heranças para a educação grega e romana. Uma delas foi um 
método de ensino que discutia as questões filosóficas mais profundas, relacionadas à 
Metafísica, à Física e à Lógica, conhecido como: 
 
a) Phisis. 
b) Peripatético. 
c) Dialética. 
d) Maiêutica. 
 
Comentário 
Parabéns! A alternativa B está correta. 
A origem do nome deste método vem do hábito de Aristóteles de ensinar ao ar livre, 
caminhando, enquanto lia e dava preleções sob os portais cobertos do Liceu (perípatos) 
ou sob as árvores que o cercavam. Sempre pelas manhãs, mestre e discípulos debatiam 
sobre os temas mencionados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONCLUSÃO 
Se quisermos resumir a importância da Educação Clássica para o desenvolvimento das 
práticas educacionais atuais, seja em seu período específico ou através da herança 
deixada a nós, devemos nos concentrar na valorização e no respeito ao conhecimento, ou 
seja, há algo a ser aprendido. 
Daí o grande papel da Filosofia naquele contexto. Assim, formar o cidadão, nos tempos 
clássicos da Grécia e de Roma ou atualmente, é permitir a ele o acesso ao conhecimento 
e às condições para posicionar-se frente a este mesmo conhecimento e, 
consequentemente, frente à sociedade em que vive. 
Agora, com a palavra: Antonio Giacomo, Rodrigo Rainha e Alan Rodrigues. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ARANHA, M. L. de A. História da Educação. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2000. 
JAEGER, W. Paideia. São Paulo: Martins Fontes, 1995. 
MANACORDA, M. A. História da Educação: da Antiguidade aos nossos dias. 12. ed. São 
Paulo: Cortez, 2006. 
SOUZA, N. M. M. (Org.). História da Educação: Antiguidade, Idade Média, Idade Moderna, 
Idade Contemporânea. São Paulo: Avercamp, 2006. 
 
EXPLORE+ 
Para perceber como Sócrates acreditava que a Maiêutica era a melhor forma de instruir o 
aprendiz, vale conferir o filme Sócrates, de Roberto Rossellini, de 1971. Transcrevemos 
uma cena: 
Sócrates (1971) 
Percebemos que, ao acolher as dúvidas de seus discípulos, Sócrates trabalha tais dúvidas 
para fazer novos questionamentos, e, assim, levá-los a compreender o tema que lhe 
interessa apresentar; no caso, o valor da justiça, da procura pelo bem. 
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A Maiêutica, assim, é apresentada em sua forma mais genuína: uma primeira fase onde o 
[suposto] conhecimento do discípulo chega a Sócrates (chamado de ironia, no método 
socrático); e depois a fase onde o conhecimento [verdadeiro] que é gerado (a maiêutica, 
propriamente dita), a partir das orientações do filósofo. 
Se quiser conhecer um pouco mais sobre Sócrates, baixe o livro Apologia de Sócrates, 
escrito por Platão, que foi seu discípulo. 
Veja como Sócrates ajuda o escravo de Ménon a perceber que “os homens têm em si 
conhecimentos que desconhecem”. 
Recomendamos o filme 300, baseado em HQ homônimo de Frank Miller.

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