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COMPETENCIAS DO PROFESSOR DO SÉCULO 21

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Afinal, quais são as 
competências de um 
professor no século XXI? 
por Debora Noemi 
postado em 24/09/2018 
 
 
O ato de ensinar por si só é um desafio e tanto. E lidar com uma grande diversidade de alunos 
acaba exigindo muitas competências do professor, que tem papel fundamental na preparação 
deles. Isso se dá especialmente quando falamos em educação 4.0 — tendência que alia novas 
tecnologias às metodologias tradicionais de ensino —, realidade que vem mudando o papel 
do professor dentro e fora da sala de aula. 
Em qualquer época essa é uma atividade desafiadora, mas podemos dizer que as mudanças 
ocorridas ao longo do tempo aumentaram as exigências para esse tipo de profissional. 
Afinal, é enorme a responsabilidade de formar pessoas no mundo de hoje. 
E você, já pensou sobre esse assunto? Aproveite para conferir quais são as principais 
características que destacamos para o professor do século 21. 
Boa comunicação 
A base do ato de lecionar é comunicar-se com o outro. A troca entre pelo menos duas pessoas 
(no caso, o professor e o aluno) é fundamental para a aprendizagem, a não ser que se trate de 
um autodidata. 
https://escolasdisruptivas.com.br/author/deboranoemiinouye/
https://escolasdisruptivas.com.br/tecnologia-educacional/educacao-4-0-entenda-o-que-e-e-como-se-adaptar-a-essa-nova-realidade/
Sendo assim, o ideal é que esse intercâmbio aconteça da melhor forma possível para que 
ambos consigam dividir experiências, dúvidas e soluções. Para isso, é importante que as 
informações sejam bem transmitidas — ou seja, que o professor tenha a habilidade de 
expressar claramente sua mensagem, instruindo e motivando o aluno. 
Na verdade, investir em uma boa comunicação é uma necessidade em qualquer área de 
trabalho. Porém, quando há outra pessoa ali disposta a ouvir e aprender, você se torna um 
exemplo e deve procurar ser o mais correto possível, concorda? 
Então, é preciso ter muita cautela com todas as formas de comunicação (oral, escrita e não 
verbal) para não dificultar ou prejudicar o processo de aprendizado. Especialmente os 
professores precisam ter a consciência de que saber interpretar o outro e emitir suas ideias 
com clareza é determinante. 
Criatividade 
Não há nada mais desgastante do que participar de aulas que seguem o mesmo ritual sempre. 
Essa previsibilidade e a falta de inovação acabam gerando desinteresse do aluno, que sente 
falta de algo novo que prenda sua atenção. 
É claro que inventar uma coisa diferente a cada dia também não é uma tarefa fácil ou 
obrigatória. Contudo, trabalhar a criatividade para despertar a disposição dos 
estudantes é uma tática que apresenta bons resultados. 
Aliás, isso ainda contribui para que eles também se tornem pessoas mais criativas e capazes 
de superar desafios diversos, que muitas vezes vão além das próprias expectativas. 
Essa questão se torna ainda mais relevante ao identificar que as gerações mais novas 
naturalmente vivem em um mundo mais dinâmico, cheio de informações e distrações a todo 
momento. A partir disso, a criatividade surge como uma ferramenta de estímulo para a 
absorção do conhecimento. 
Pensamento crítico 
As redes sociais e a internet de forma geral nos colocam hoje diante de uma imensidão de 
dados e opiniões. Notícias verídicas e outras que nem sempre contêm verdades, mas que 
correm o risco de se tornar realidade quando expostos em massa (muitas vezes, a intenção é 
realmente essa). 
Diante disso, é essencial que os alunos sejam incentivados a refletir sobre tudo o que ouvem, 
leem e consomem. Essa postura evita a reprodução automática e inconsciente e conduz os 
jovens à pesquisa e reflexão — o que fortalece sua capacidade de analisar informações 
e estruturar a própria opinião a partir delas. 
Caso contrário, eles ficarão sempre à margem da construção de uma mentalidade crítica, 
capaz de ajudá-los a fazer escolhas, tomar decisões e agir como bons cidadãos. 
Capacidade de lidar com as tecnologias 
https://www.happycodeschool.com/blog/novas-tecnologias-ajudam-na-escrita-e-leitura-dos-alunos/
https://www.happycodeschool.com/blog/criatividade-e-tecnologia-sao-sinonimos-para-inovacao/
https://www.happycodeschool.com/blog/nem-tudo-o-que-esta-na-internet-e-verdade-sabia/
https://www.happycodeschool.com/blog/com-a-tecnologia-auxilia-resolucao-problemas-pensamento-critico/
Em pleno século 21, não dá mais para continuar com métodos tradicionais e ultrapassados, 
não é mesmo? Os anos prosseguem e é imprescindível acompanhar a evolução das coisas. 
Nesse sentido, é inevitável falar de um aspecto específico: o avanço da tecnologia. 
Antigamente, os professores recebiam o material didático, preparavam suas aulas e 
escreviam as informações na lousa para que os alunos copiassem a matéria em seus cadernos. 
Tudo podia ser resolvido com lápis, caneta, papel, giz e apagador. 
Aos poucos, foram surgindo novos recursos como os mimeógrafos, computadores, projetores 
etc. Hoje, as salas de aulas modernas praticamente não se parecem com os modelos do 
passado. 
Para muitos isso foi uma grande dificuldade, pois sair da zona de conforto nem sempre é 
simples. No entanto, é extremamente importante que um profissional conheça e 
consiga lidar com as tecnologias atuais, sobretudo para oferecer um ensino 
diferenciado e cheio de facilidades para seus alunos. 
Por exemplo, a criação de grupos virtuais para troca de informações e resolução de dúvidas é 
uma realidade bastante comum. Como o horário das aulas é limitado, essa possibilidade traz 
efeitos positivos para os estudos, assim como a recomendação de documentários, séries, 
blogs, aplicativos, entre outros que valem a pena acompanhar. 
Isto é, a tecnologia não precisa e não deve ser excluída do ambiente acadêmico —inclusive, é 
uma bobagem acreditar que ela rouba o papel do educador. Suas boas ferramentas podem 
ser utilizadas por alunos e professores, com o objetivo de agregar valor ao processo de 
aprendizado. 
Empatia 
Uma das habilidades do século 21 é a empatia, tanto no mundo corporativo, acadêmico 
quanto em qualquer outro. Quando o convívio e a colaboração devem estar presentes, é de 
grande valor a capacidade de se colocar no lugar do outro. 
Isso facilita a aproximação e as interações em sala de aula, já que o aluno é respeitado e sua 
condição é considerada. Para o professor, o desafio está em perceber as diferenças existentes 
em sala de aula, de forma a adequar sua abordagem sempre que sentir necessidade. 
Consequentemente, as distâncias e as dificuldades são minimizadas. 
Liderança 
Diante das novas ferramentas e da ascensão de metodologias ativas de aprendizagem, os 
alunos tornam-se cada vez mais protagonistas do processo de ensino e aprendizagem, 
fazendo do professor um líder nesse cenário. 
O professor deve ser capaz de direcionar uma turma com diferentes perfis, adotando 
metodologias ativas de ensino e propondo inovações que desafiem e façam sentido para 
todos, como um verdadeiro líder de equipe. Ou seja, bons professores precisam desenvolver 
competências técnicas que, somadas às suas competências comportamentais, os tornem 
semelhantes aos líderes empresariais. 
https://www.happycodeschool.com/blog/competencias-digitais-serao-fundamentais-para-os-adultos-do-futuro/
https://www.happycodeschool.com/blog/competencias-digitais-serao-fundamentais-para-os-adultos-do-futuro/
https://www.happycodeschool.com/blog/tecnologia-na-infancia/
https://escolasdisruptivas.com.br/metodologias-inovadoras/o-que-sao-metodologias-ativas-e-como-elas-influenciam-o-ensino/
Nesse sentido, um bom professor, assim como um grande líder, não é aquele que apenas 
ensina, mas o que inspira, instrui e motiva seus alunos. Hoje, especialmente em função 
das redes sociais, não há mais o distanciamento de antes entre estudantes e mestres, assim, 
uma curtida em um post pode ser tão motivador quanto uma estrelinha na prova. 
Curadoria de conteúdo 
Se antes o professor era o detentor do conhecimento, principal responsável por transmiti-lo 
ao aluno, hoje ele precisase colocar mais como um curador de conteúdo. Isso porque a 
informação está aí, disponível e acessível aos alunos por meio da internet, vinda das mais 
variadas fontes e nos mais diversos formatos possíveis. 
Dessa forma, cabe ao professor de hoje identificar os conteúdos de boa qualidade e 
direcionar o aluno em sua própria busca pelo conhecimento. Mais uma vez, vale ressaltar 
que a proximidade com o professor faz dele, acima de tudo, um exemplo, um formador de 
opinião sobre assuntos que vão muito além dos acadêmicos. 
Capacidade de Inovação 
Um dos maiores desafios do educador na educação 4.0 é o fato de ele próprio ainda estar 
assimilando a transformação digital enquanto leciona para uma geração de nativos 
digitais. 
Crianças e jovens nascidos em plena era digital, criados em uma sociedade conectada e 
abarrotada de informações. O ritmo deles é outro, é natural que o professor precise inovar 
em sala de aula para captar a atenção desses alunos tão estimulados fora dela. 
Apostar em novas metodologias, ferramentas e técnicas de ensino é um ponto crucial, porém, 
mais do que isso, precisam criar novas formas de se conectar com seus alunos, criando 
espaços de construção do saber e não mais de transferência de conhecimento. 
Colaboração 
Outra característica marcante da era digital é a colaboração. O conhecimento, por exemplo, 
aumenta quando é dividido, vide os espaços de compartilhamento virtuais, como a wiki, 
redes sociais, fóruns etc. 
Dessa maneira, o professor deve ter essa habilidade bem desenvolvida para poder trabalhá-
la com a turma, uma vez que a colaboração só ocorre quando todos os atores do processo de 
ensino-aprendizagem estão envolvidos — docente, estudante e demais funcionários da 
escola. 
Deve partir do professor o estímulo ao compartilhamento de ideias, bem como a construção 
do respeito pela opinião do outro. Atividades como debates e jogos pedagógicos em sala de 
aula são uma ótima oportunidade para valorizar as diferenças no pensamento, destacando 
seus benefícios para o grupo como um todo. 
Atualização constante 
https://escolasdisruptivas.com.br/metodologias-inovadoras/4-metodologias-de-ensino-inovadoras-que-voce-deve-conhecer/
https://escolasdisruptivas.com.br/metodologias-inovadoras/como-inserir-jogos-pedagogicos-no-programa-educacional/
Adquirir conhecimento nunca é demais, pois há sempre algo novo a se aprender. Na posição 
de professor, esse fato ganha ainda mais relevância e deve ser considerado como uma 
prioridade. 
Independentemente da área, existe uma necessidade de atualização constante para quem 
deseja oferecer sempre o melhor. Participar da formação de outra pessoa engloba essa 
responsabilidade. 
Por isso, todo meio de absorver bons conteúdos deve ser aproveitado: livros, 
cursos, palestras, seminários, congressos, entre outros. Um profissional que está 
sempre em busca de conquistar novas competências certamente tem mais chances de 
contribuir com o outro, você não acha? 
Além do mais, é um grande erro pensar que não há mais o que aprender. Os jovens de hoje 
já nascem curiosos e questionadores, o que exige dos educadores estarem 
sempre atentos e atualizados. 
 
Debora Noemi 
Trabalha com Tecnologia Educacional há 14 anos, tendo coordenado projetos em parceria 
com grandes empresas como Microsoft, Intel, Conselho Britânico, IBM e HP. Hoje, é Diretora 
de Tecnologia Educacional e sócia da Happy Code. É mestre em Tecnologia Educacional pela 
Universidade Técnica de Lisboa / UNED Madri / Université de Poitiers, França, graduada 
em Sistemas de Informação pela Unesp e licenciada em Computação. Possui certificação em 
Empreendedorismo e Inovação pela Universidade de Stanford, e foi a primeira estrangeira a 
obter um diploma STEM pelo NISE (National Institute for STEM Education). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disponível em: https://escolasdisruptivas.com.br/escolas-do-seculo-
xxi/competencias-do-professor/. Acesso em 17 de setembro de 2020. 
https://escolasdisruptivas.com.br/author/deboranoemiinouye/
https://escolasdisruptivas.com.br/escolas-do-seculo-xxi/competencias-do-professor/
https://escolasdisruptivas.com.br/escolas-do-seculo-xxi/competencias-do-professor/
Seis características do 
professor do século 21 
Conheça seis profissionais que já incorporaram as 
qualidades do novo educador à rotina e 
comprovaram que se aperfeiçoar faz toda a diferença 
na aprendizagem da turma 
POR: Anderson Moço, Ana Rita Martins 
01 de Outubro | 2010 
 
1 Ter boa formação 
 
O mestrado é o caminho natural 
"Eu me formei em Letras há 20 anos e, assim 
que fiquei frente a frente com os alunos, 
percebi que não estava preparada para 
tantos desafios didáticos. Logo me dei conta 
de que os bons educadores, aqueles que 
realmente fazem a turma aprender, são os 
que não param de estudar. Comecei 
procurando textos para ler por conta 
própria. Levava esse material para a escola e 
discutia sobre ele com a equipe. Isso não só 
me ajudou a dominar cada vez mais o 
conteúdo curricular como também me deu 
ferramentas para pensar em novas formas de 
abordá-lo durante as aulas. Para me aperfeiçoar ainda mais, senti que 
precisava voltar à universidade. Optei por cursar um mestrado em Língua 
Portuguesa na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). 
Estudei a questão gramatical, o que me deu embasamento para trabalhar 
o tema com meus alunos de 5ª a 7ª séries. No início da carreira, eu tinha 
uma visão mais tradicionalista. Valorizava apenas a parte formal da 
gramática, acreditando que os estudantes deveriam saber de cor o que é 
um advérbio e um adjetivo. Quando passei a ter acesso à bibliografia 
sobre o tema, percebi que mais importante é eles compreenderem a 
função desses elementos na construção do sentido do texto. Eu também 
tinha uma noção simplista de certo e errado até entender a lógica dos 
ditos erros gramaticais dos alunos. A integração entre o mestrado e a 
experiência em sala de aula leva a reflexões sistemáticas que eliminam 
Mariléa Giacomini Arruda 
https://novaescola.org.br/autor/79/anderson-moco
https://novaescola.org.br/autor/50/ana-rita-martins
barreiras entre a teoria e a prática. Acredito que a boa formação é o 
caminho para a Educação pública dar um salto de qualidade. Só assim os 
educadores vão dominar os conteúdos, fazer um planejamento de acordo 
com as diretrizes da rede e a realidade dos alunos e avaliar a própria 
prática. Sinto cada vez mais confiança em relação a meus conhecimentos 
e, quanto mais estudo, mais percebo como isso é imprescindível para 
ensinar bem." 
 
Mariléa Giacomini Arruda , 57 anos, professora de Língua 
Portuguesa na EMEF Antonio Sampaio Dória, em São Paulo, SP 
Diploma para todos 
Graduação para os que ainda não se formaram e pós para os demais - assim se 
persegue a qualidade 
 
1996 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) determina que os 
docentes devem ter curso superior. O médio vale para Educação Infantil e anos 
iniciais. 
 
2001 O Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece metas para ampliar a 
oferta em cursos de mestrado e doutorado para professores da Educação Básica 
 
2006 É instituído o Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) com cursos a 
distância para levar a graduação aos professores dos rincões do país. 
 
2007 Fim do prazo para que somente fossem admitidos professores com nível 
superior ou formados por treinamento em serviço, como previsto na LDB. 
 
2009 Termina o prazo para que os estados elaborem planos de carreira 
docente. Muitas redes preveem salário maior para mestres e doutores. 
 
2010 O Senado aprova a obrigatoriedade do nível superior para lecionar na pré-
escola e nas séries iniciais. O projeto ainda tramita na Câmara dos Deputados. 
 
2 Usar as novas tecnologias 
 
Um recurso a favor dos conteúdos 
"Leciono Matemática há 12 anos e sempre 
acreditei que a tecnologia pode facilitar o 
ensino. Ainda hoje, no entanto, alguns 
educadores não se sentem capacitados para 
aproveitar o recurso e outros, empolgados,fazem uso dele em qualquer atividade sem 
planejamento. Infelizmente, em ambos os 
casos, saem perdendo os alunos e os 
próprios professores, que deixam de ter a 
seu favor uma ferramenta de ensino 
essencial. Aprendi a importância de analisar 
quais conteúdos podem ser ensinados com o 
Flaviana Meneguelli 
auxílio da tecnologia. Com isso, além de aprimorar nossa prática, damos 
oportunidade aos estudantes de desenvolver habilidades tecnológicas 
básicas no mundo de hoje, como saber usar um editor de texto e uma 
planilha. O mestrado em uso das tecnologias, que fiz na Universidade 
Federal de Santa Catarina (UFSC), me deu meios para trabalhar com mais 
qualidade alguns conceitos matemáticos. Com as turmas da 6ª série para 
as quais leciono atualmente, por exemplo, passei a usar planilhas 
eletrônicas no trabalho com operações e, principalmente, de tratamento 
da informação e porcentagem. Os alunos fazem cálculos nas planilhas e 
depois criam gráficos que melhor representam os resultados obtidos. Os 
recursos disponíveis hoje não se aplicam só à minha disciplina. Na escola 
em que atuo, há professores de Língua Portuguesa que conjugam o ensino 
de novos gêneros, como blogs e fotologs, à produção de texto. O fato é que 
nossos alunos são formados dentro da cultura digital e profundamente 
influenciados por ela. Com a democratização do uso da internet, o 
crescimento do número de lan houses, o barateamento dos computadores 
e mesmo a implantação de programas de governo destinados à 
informatização das escolas, não há por que trabalhar usando somente o 
quadro e o giz. Cabe a nós entender como se dá esse processo e nos 
atualizar de forma a desafiar os estudantes." 
 
Flaviana Meneguelli, 32 anos, professora de Matemática na Escola 
Básica Municipal Intendente Aricomedes da Silva, em Florianópolis, SC 
Mais computadores nas escolas 
A orientação atual é usar essa ferramenta como meio, e não como fi m em si 
mesma 
 
1981 É realizado na Universidade de Brasília (UnB) o Primeiro Seminário 
Nacional de Informática na Educação, com apoio do Ministério da Educação 
(MEC). 
 
1989 O MEC institui o Programa Nacional de Informática na Educação 
(Proninfe) para desenvolver a informática educativa e seu uso nas redes. 
 
1997 O Programa Nacional de Informática na Educação é rebatizado de Proinfo 
e prevê laboratórios de informática nas escolas. 
 
2009 Pesquisa da Fundação Victor Civita (FVC) mostra que 73% das escolas 
estaduais têm laboratório de informática, e 83%, banda larga. 
 
3 Atualizar-se nas novas didáticas 
 
Um jeito de ensinar cada disciplina 
"Quando assumi uma sala de aula pela 
primeira vez, senti dificuldade por não ter 
um grande domínio das didáticas. Na 
faculdade, procurei aprender o máximo 
sobre isso e, como leciono nas primeiras 
séries do Ensino Fundamental, tenho de me 
preparar em todas as áreas. O trabalho com 
Língua Portuguesa é estratégico nesses anos 
iniciais. Para dar conta disso, assim que 
terminei a graduação, já estava fazendo uma 
extensão universitária sobre práticas de 
leitura na Universidade Federal de 
Pernambuco (UFPE). Também me aprimorei 
em relação à escrita num curso que abordou 
as situações didáticas fundamentais na 
alfabetização. Nunca perco as formações oferecidas pela rede e esse foi o 
meio de me atualizar em relação à didática da Matemática. No curso, 
conheci as últimas pesquisas sobre o tema, entendi como as crianças 
aprendem e de que forma encaminhar as atividades para facilitar a 
aprendizagem. Participei ainda de cursos em História, Geografia e Arte. 
Faz toda a diferença no dia a dia na sala de aula ter contato com as obras 
de autores consagrados e se aprofundar nas didáticas específicas. Para 
resolver outra demanda essencial - ensinar alunos com deficiência -, fiz 
um curso de pós-graduação em Psicopedagogia. Com as aulas, aprendi 
formas de interagir com eles e a identificar que atividade é mais eficaz 
para cada tipo de dificuldade. Invisto muito do meu tempo em todos esses 
cursos, mas isso acaba facilitando meu trabalho e me fornece 
instrumentos para enfrentar as dificuldades em sala. Hoje tomo decisões 
com mais segurança e, quando vejo o quanto os estudantes estão 
avançando, percebo que estou no caminho certo. Os resultados da Prova 
Brasil mostram o impacto da formação no meu trabalho: as notas da 
minha sala são muito maiores do que as médias nacional, estadual e 
municipal." 
 
Sandra de Amorim Silva Cavalcanti, 29 anos, professora na EM 
Professor Aderbal Galvão e coordenadora de projetos da rede municipal 
do Recife, PE 
Diretrizes curriculares mais precisas 
Cada vez mais o ensino se baseia nos estudos sobre como as crianças aprendem 
 
1970 São publicadas no Brasil as primeiras obras de Jean Piaget (1896-1980) 
sobre o desenvolvimento infantil, abrindo as portas para o estudo das didáticas. 
 
1988 São lançados os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), contendo 
orientações didáticas relativas a todas as disciplinas. 
 
1999 O MEC elabora o Referencial Curricular para a Formação de Professores, 
com orientações para o trabalho com as didáticas de cada disciplina. 
Sandra de Amorim Silva Cavalcanti 
 
2008 A rede municipal de São Paulo lança orientações curriculares baseadas 
nas últimas pesquisas didáticas e é seguida por outras redes. 
 
4 Trabalhar bem em equipe 
 
Na troca de ideias, todos ganham 
"Sou professora há mais de 17 anos e hoje 
tenho total clareza de que, conversando com 
os demais professores e com a orientadora 
pedagógica, é possível descobrir formas mais 
eficazes de ensinar. Na minha escola, o 
trabalho em equipe realmente funciona. Há 
mais de uma turma de crianças da Educação 
Infantil da mesma idade, o que permite 
compartilhar informações sobre um mesmo 
programa. Juntos, planejamos as atividades, 
analisamos o que funcionou ou não e 
pensamos no que é preciso fazer para 
melhorá-las. Além disso, semanalmente, me 
reúno com a orientadora pedagógica, que me ajuda a ver problemas nas 
estratégias que estou usando e me faz refletir sobre pontos importantes 
do desenvolvimento das crianças. O relacionamento também ocorre com 
os colegas que lecionam em outros níveis. Fazemos avaliações individuais 
dos pequenos em cada eixo curricular e registramos em que cada um 
precisa se desenvolver mais. No fim do semestre, essas informações são 
compartilhadas com o professor que vai acompanhar a turma no ano 
seguinte. Assim, ele fica sabendo quem é cada um, o que sabe, que 
dificuldades apresenta e os pontos que necessitam de atenção. Os pais são 
outros grandes aliados no processo de ensino e aprendizagem. 
Aproveitamos que eles trazem o filho e conversamos sobre a participação 
dele em sala. Quando a criança apresenta alguma dificuldade, logo eles 
são avisados para que possam acompanhar de perto. Orientamos sobre 
como pode ser a ajuda em casa porque, afinal, eles não são educadores e 
não sabem exatamente como fazer isso. Nas reuniões de pais, que são 
periódicas, explicamos nossa concepção de trabalho para que entendam 
como diferentes atividades favorecem o ensino da leitura, entre outras 
habilidades. Quando todos - família, professores e gestores - se envolvem, 
a criança sempre ganha." 
 
Patrícia Lemes Mullin, 39 anos, professora de pré-escola na EMEI 
Professora Marianita de Oliveira Pereira Santos, em São José dos 
Campos, a 91 quilômetros de São Paulo 
O fim do planejamento solitário 
A troca de experiências com colegas e coordenadores é cada vez mais 
incentivada para aprimorar a prática 
 
Patrícia Lemes Mullin 
1961 A primeira LDB prevê a existência de orientadores e supervisores na 
escola, que deveriam ter no mínimo fomação no curso Normal. 
 
1990 As redes passam a ver o coordenador como responsável pelo trabalho 
pedagógico e por aprimorar a técnica de ensino. O gestor deve aproximar a 
família da escola. 
 
1996 A LDB determina que as redes reservem algumas horas (remuneradas e 
incluídas na jornada) para a equipe estudar e planejar as aulas coletivamente. 
 
1998Com os PCNs e o Projeto Político Pedagógico (PPP) construído 
coletivamente pelas escolas, o coordenador passa a auxiliar melhor a equipe. 
 
2008 A Lei do Piso Salarial do Magistério propõe o mínimo de 1/3 da jornada 
para formação, o que está sob análise do Supremo Tribunal Federal. 
 
2010 Diversas redes, como a estadual de São Paulo, a maior do país, reservam 
1/3 da carga horária dos professores para a formação em serviço. 
 
5 Planejar e avaliar sempre 
 
Observar para reorientar o trabalho 
"Comecei a dar aula aos 18 anos, enquanto 
cursava o Magistério. Na época se falava 
pouco de planejamento. Avaliação era 
sinônimo de prova e nada mais. Foi na 
licenciatura em Matemática que entendi a 
importância de usar meios avaliativos para 
checar o que de verdade os alunos 
aprenderam e, com isso, verificar a 
qualidade e a consistência das estratégias de 
ensino para reorientar o trabalho em sala. 
Minha escola tem um currículo bem 
estruturado e sei quais são as expectativas de 
aprendizagem para cada conteúdo. Como 
leciono para o 6º ano, ter clareza do que os alunos dominam em relação 
ao programa do segmento anterior é fundamental para garantir que eles 
acompanhem o andamento das atividades. Começo sempre com uma 
sondagem e, com base nesse levantamento, programo maneiras de 
retomar o que não foi aprendido. Na hora de introduzir um conteúdo, 
proponho situações diversas antes de entrar na teoria propriamente dita, 
definindo estratégias e fórmulas e sistematizando o que vimos na prática. 
Durante todo o ano, vão se alternando os momentos de planejamento, as 
aulas e a avaliação - que não se baseia apenas em provas. Observo e 
registro as estratégias usadas pelos alunos, as dificuldades e os avanços 
deles, além de olhar os cadernos. Assim, procuro não deixar as dúvidas se 
acumularem e logo intervenho. Quando identifico alunos com 
Greicy Silva 
dificuldades, me concentro em ajudá-los, enquanto quem está em dia com 
a matéria se ocupa de outras atividades. Trabalhos em grupo, durante as 
quais os colegas se ajudam, também são essenciais. Algumas vezes, como 
lição de casa, proponho desafios complexos para a garotada. Isso me 
ajuda a ver até que ponto todos entenderam o que foi visto e se 
conseguem usar um conhecimento em diferentes contextos. Esse é mais 
um jeito de aproveitar da melhor maneira o potencial da turma e tornar 
meu trabalho ainda mais produtivo." 
 
Greicy Silva, 28 anos, professora de Matemática no Ciep Municipal 
Alexandre Bacchi, em Guaporé, a 200 quilômetros de Porto Alegre 
Currículo e avaliação ganham destaque 
Saber o que ensinar e checar a aprendizagem da turma constantemente são a 
base do trabalho docente 
 
1990 É criado o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que permite 
às equipes escolares analisar a qualidade do ensino oferecido. 
 
1996 Com a LDB, se intensificam as discussões sobre o currículo nas redes de 
ensino. O MEC passa a realizar encontros regionais e nacionais sobre o tema. 
 
1998 Os PCNs trazem a primeira tentativa de uma matriz curricular nacional ao 
dividir os conteúdos em eixos e explicitar os objetivos de cada área. 
 
2000 O país participa pela primeira vez do Programa Internacional de 
Avaliação dos Alunos (Pisa), possibilitando a comparação com outros países. 
 
2005 É criada a Prova Brasil, que analisa o desempenho de todas as salas de 
aula da 4ª e 8ª séries, permitindo a professores e gestores avaliar o próprio 
trabalho. 
 
2008 A rede municipal de São Paulo é a primeira a publicar orientações 
curriculares com expectativas de aprendizagem para cada disciplina. 
 
6 Ter atitude e postura profissionais 
 
Todos os alunos podem aprender 
"Meu primeiro trabalho na rede pública foi 
com turmas de 6º, 7º e 9º anos e, no início, 
me senti desanimado. Os alunos eram 
indisciplinados, não tratavam bem uns aos 
outros e discutiam bastante. O contexto 
social em que viviam era difícil e cheguei a 
questionar se seria mesmo possível ensinar 
diante dessas circunstâncias. Mas, em vez de 
desistir, resolvi investigar melhor o porquê 
da indisciplina - e isso fez toda a diferença 
no meu trabalho. Percebi que, ao não se 
Leandro Pereira Matos 
sentirem ouvidos, os jovens perdiam o interesse pelas aulas. Era 
necessário valorizar o que eles sabiam e, sobretudo, respeitar seu 
cotidiano. Fiz isso, por exemplo, quando discuti a situação dos negros 
hoje, traçando um paralelo com as questões históricas da escravidão. Ouvi 
o que pensavam sobre isso: muitos citaram o preconceito como um 
grande problema vivido por eles. Assim, a aprendizagem do conteúdo 
começou a fazer sentido e eles passaram a ficar mais atentos às aulas. 
Ainda assim, se surgia alguma briga, eu deixava claro que, como qualquer 
outro lugar, a sala de aula também tem normas de convivência. Em vez de 
impor regras, coloquei o tema em discussão e os atritos diminuíram. O 
que me fez mudar a postura foi a crença de que todos, 
independentemente de seu histórico e comportamento, têm a capacidade 
e o direito de aprender e, por isso, devemos sempre esperar o melhor de 
cada um. Todo docente deve analisar cada caso, olhar para as dificuldades 
de convivência, pensar em estratégias para sanar os problemas e criar o 
melhor ambiente para a aprendizagem. Envolver os pais nesse processo 
ajuda. Deixo claro para eles que é essencial mostrar aos filhos como se 
importam com a vida escolar deles. O que ocorre na sala de aula é reflexo 
da Educação como um todo. Para discutir com colegas sobre como as 
políticas públicas se afastam ou se aproximam do que o docente precisa, 
me tornei monitor no Centro de Políticas Públicas e Avaliação da 
Educação, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Essa reflexão 
deveria se estender a todos nós, professores, os principais interessados, 
juntamente com os alunos, na melhoria da qualidade do ensino." 
 
Leandro Pereira Matos, 26 anos, professor de História na EM União 
da Betânia, em Juiz de Fora, a 276 quilômetros de Belo Horizonte 
O professor se torna agente da educação 
Investir no estudante e discutir políticas públicas também é papel de quem 
leciona 
 
1960 Começa a ser discutido um novo conceito de Educação baseado na 
valorização do saber da criança e do professor como mediador da 
aprendizagem. 
 
1990 Nessa década, com a chegada à rede pública de milhões de alunos que 
estavam fora do sistema, o professor tem de rever sua concepção de ensino. 
 
1996 Ao possibilitar os ciclos no Ensino Fundamental, a LDB dá aos 
professores a chance de atender aos que necessitam de um tempo maior para 
aprender. 
 
2005 O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) permite ao 
professor acompanhar o desempenho de sua escola e da rede em que leciona. 
 
 
Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/1906/seis-caracteristicas-
do-professor-do-seculo-21 Acesso em 21 de setembro de 2020 
https://novaescola.org.br/conteudo/1906/seis-caracteristicas-do-professor-do-seculo-21
https://novaescola.org.br/conteudo/1906/seis-caracteristicas-do-professor-do-seculo-21

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