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A SÍNDROME DE BURNOUT LIGADA AO ESTRESSE NOS PSICÓLOGOS: PIORA DA SAÚDE E DA QUALIDADE DE VIDA

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A SÍNDROME DE BURNOUT LIGADA AO ESTRESSE NOS 
PSICÓLOGOS: PIORA DA SAÚDE E DA QUALIDADE DE VIDA 
 
Eliza Magalhães Marim1 
Marcella Ávila Brandão2 
Mariana Ferreira Peter3 
Angela Regina Binda da Silva de Jesus4 
 
RESUMO 
 
O presente artigo tem como finalidade abordar a Síndrome de Burnout em 
profissionais da área da saúde, especificamente entre os psicólogos. O trabalho 
segue com o objetivo de orientar os leitores sobre os conceitos, características, 
tratamentos e prevenção. Esta pesquisa é um recorte bibliográfico realizado através 
de livros, artigos publicados, dissertações de mestrados e teses de doutorados, sites 
confiáveis e foram escolhidas por critérios de qualidade. Conclui-se que o 
acompanhamento psicológico para os profissionais é de suma importância para a 
prevenção e tratamento da Síndrome de Burnout. 
 
Palavras-Chave: Burnout; estresse; qualidade de vida; saúde; síndrome. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Neste artigo, apresentaremos o estudo a respeito da Síndrome de Burnout, que 
significa uma junção de diferentes fatores e está cada vez mais presente entre os 
profissionais da saúde, abordaremos as características, as causas perante os 
psicólogos, suas consequências, forma de tratamento e prevenção. 
A Síndrome de Burnout surge em resposta à persistência do estresse 
ocupacional, que devido os psicólogos passarem um longo período de tempo com 
pacientes que passam por diferentes circunstâncias, acabam assumindo a 
responsabilidade com o paciente, desta maneira, não estabelecendo limites diante de 
suas interações profissionais, acarreando a síndrome. 
 
1 Acadêmica do Curso de Psicologia do Centro Universitário do Espírito Santo – UNESC. 
2 Acadêmica do Curso de Psicologia do Centro Universitário do Espírito Santo – UNESC. 
3 Acadêmica do Curso de Psicologia do Centro Universitário do Espírito Santo – UNESC. 
4 Doutora em Letras pela Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, professora do Centro 
Universitário do Espírito Santo – UNESC. 
2 
 
O objetivo geral do presente artigo é ambientar os leitores e os profissionais da 
saúde diante da Síndrome de Burnout, mencionando o conceito, as características, 
os efeitos que podem ser causados no ambiente de trabalho, suas consequências, a 
forma de tratamento e prevenção. É uma pesquisa bibliográfica baseada em artigos 
científicos, dissertações de mestrados, teses de doutorados e sites confiáveis. 
A importância dessa pesquisa é trazer informações perante os danos mentais e 
psicológicos que a Síndrome de Burnout pode ocasionar, desta forma, situando-os, 
para que possam adquirir hábitos saudáveis durante seu dia a dia, assim prevenindo 
os sintomas da síndrome. 
 
1 SÍNDROME DE BURNOUT 
 
A regularidade no uso do termo Burnout, segundo argumenta o autor Biehl 
(2009), iniciou-se nos Estados Unidos, nos anos 70, sendo Freundenberger (1974, 
1975) um de seus precursores, enquanto as autoras Maslach e Jackson (1981) foram 
às responsáveis pela disseminação do termo. 
A síndrome de Burnout consiste em uma multidimensionalidade de fatores da 
vida do indivíduo, a qual integra uma série de predisposições individuais, das quais 
consistem na maleabilidade, no temperamento, no vigor, na autoestima e nos 
aspectos da cultura em que a pessoa está inserida. O indivíduo dessa síndrome pode 
apresentar algumas das seguintes características: despersonalização, esgotamento 
emocional e sentimento de baixa auto realização no trabalho (BIEHL, 2009) 
Vale ressaltar que os aspectos que caracterizam o esgotamento, segundo 
(BIEHL, 2009) é o que se refere ao esgotamento, este consiste na tensão individual, 
sentimentos de exaustão dos recursos emocionais e físicos, além da redução do 
enfrentamento diante dos estressores. 
Referente à despersonalização ou cinismo, argumentam que os aspectos que o 
caracterizam são o descomprometimento com os relacionamentos interpessoais, 
descrença e insensibilidade com os outros indivíduos. Além dessa característica, é 
importante salientar a respeito da falta de envolvimento no trabalho, fator que 
ocasiona baixo desenvolvimento pessoal, decorrente de sentimentos 
descompensados (MASLACH e JACKSON, 1981). Apresentam como consequência 
deste fator desde a incompetência e a negativa autoimagem até a impotência e o 
3 
 
desinteresse frente à produtividade no trabalho (CODO E VASQUES-MENEZES 
1999, apud, ABREU, 2002). 
Em seu argumento, ocorre um esgotamento de toda energia, recursos e forças 
disponíveis na realização de tarefas seguidas de um conjunto de sintomas 
associados ao colapso físico e emocional (EBISUI 2008). Para reforçar as 
características da síndrome de Burnout,a consideram como uma multifatoriedade 
oriunda de exaustão emocional, despersonalização e reduzida realização no 
trabalho, características possíveis de serem observadas em pessoas cujas profissões 
necessitam de interações ou ajuda de terceiros (MASLACH e JACKSON, 1981). 
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2020), o Burnout decorre de relações 
interpessoais complexas no contexto profissional e envolve a representação que o 
indivíduo inserido neste contexto faz de si mesmo e dos outros. Esse indivíduo 
desinteressa-se por qualquer particularidade de suas tarefas após a perda de sentido 
de sua relação com o trabalho. 
Segundo Abreu et al., (2002) com a falta de realização pessoal no trabalho 
constitui-se como a tendência desses profissionais a avaliar-se negativamente e, de 
forma especial, uma avaliação negativa pode afetar a habilidade do trabalho e uma 
boa relação com as pessoas que atendem. Os trabalhadores, por sua vez, acabam 
ficando decepcionados e frustrados com o seu rendimento no trabalho. 
Amorim e Turbay (1998), afirmaram que a síndrome de Burnout é uma 
experiência subjetiva, que faz a junção de sentimentos e atitudes implicando 
alterações, problemas e disfunções psicofisiológicas que tem como consequências 
nocivas para a pessoa e a organização, afetando diretamente a qualidade de vida do 
indivíduo. Por essa razão, é necessário ter um estudo filosófico onde se explicita a 
natureza humana e, principalmente, as dinâmicas interpessoais que possam interferir 
no desempenho e produtividade no trabalho. 
O estresse parte de um estressor, sendo essa a passagem que os indivíduos 
com anseios dispersos vivenciam. Dentre estes anseios é possível destacar a 
tensão, ansiedade, medo ou sentimento de ameaça. Além disso, apontam que a 
qualidade da força do estressor deve ser considerada pela percepção dos fenômenos 
estressores e seus reflexos na vida do indivíduo. Os autores configuram o estresse 
como, estímulo, resposta, ou interação/transação entre ambiente interno e externo do 
indivíduo (2001, p. 19), questionando se o estresse é um processo proporcionado 
4 
 
pelo ambiente, uma particularidade do indivíduo ou uma influência mútua entre o 
indivíduo e o ambiente (STACCIARINI e TRÔCCOLI, 2001). 
De acordo com Selye (1959) para reforçar os conceitos do fator estresse, faz-se 
uma abordagem da definição na qual o apresenta como o grau de desgaste total 
causado pela vida. Lazarus (1993) também o conceitualiza, apontando que no século 
XVII, o termo foi utilizado por Robert Hooke, no campo da física para designar uma 
pesada carga que afeta uma determinada estrutura física. 
Jex (1998) uma das características da síndrome de Burnout está na 
proximidade entre as dimensões: estressor, adoecimento e na incapacidade de 
enfrentamento de tensões atuais do trabalho. Para fazer frente perante a síndrome, é 
indispensável investigar a resiliência, ou seja, a resistência psicológica comum com 
indivíduos que possuem elasticidade de resposta às tensões, enquanto, por outro 
lado, alguns sofrem efeitos nocivos que acabam se refletindo no estresse e na 
pressão psicológica, social ou biológica como situações que abarcam a cronificação 
e oBurnout. 
O estresse negativo, distresse, aliado aos desajustes físico, psicológico e 
comportamental, decorrente de demandas superiores às possibilidades do sujeito 
reagir frente aos estressores, pode acarretar custos altos para a pessoa, para as 
organizações e para a sociedade (JEX, 1998). 
De acordo com Lazarus (1993) avaliou os quatro pressupostos fundamentais 
que devem ser observados: um agente causal interno ou externo que pode ser 
chamado de estressor, uma avaliação que diferencia tipos de estresse dano, ameaça 
e desafio os processos de coping5 utilizados para lidar com os estressores e um 
padrão complexo causando efeitos no corpo ou na mente, assim, se referindo como 
reação de estresse. 
Nas definições iniciais predominava o foco sobre o evento estressor per se, mas 
nos dias atuais, existe grande consideração nas diferenças individuais e nas 
variáveis cognitivas e motivacionais. Desta forma, é importante da ênfase não só a 
imensa quantidade de fatores potencializadores de estresse, mas, também, os 
aspectos individuais, a maneira que cada um reage às pressões cotidianas, como 
também os aspectos culturais e sociais aos quais os sujeitos estão submetidos 
(LAZARUS, 1993). 
 
5 É um traço ou estilo de agir que controla e resolve o conflito da situação. 
5 
 
De acordo com Cardoso (1999) a saúde pode ser lesada não apenas pela 
presença de fatores agressivos, fatores de risco, de sobrecarga, mas também pode 
ser afetados pela ausência de fatores ambientais, fatores de subcarga como a falta de 
suficiente atividade muscular, falta de comunicação com outras pessoas, falta de 
variações diante tarefas de trabalho que leva a monotonia, falta de responsabilidade 
individual ou de desafios intelectuais. 
Dessa maneira, Cardoso (1999) afirma que algum estresse é importante para a 
realização de atividade e que sua total ausência, assim como o excesso, pode 
prejudicar a saúde. Contudo, o prolongamento de circunstâncias de estresse pode 
refletir em um quadro patológico, dando origem a distúrbios transitórios ou mesmo 
doenças graves, como por exemplo, estresse ocupacional. 
O fato de essas síndromes serem originadas a partir de situações que se 
relacionam com o trabalho, há quem desconsidere suas diferenças. Porém, embora 
não haja na literatura uma conformidade em relação à gênese das mesmas, Burnout 
não é o mesmo que estresse ocupacional. Burnout é o resultado de um longo 
processo de tentativas de lidar com algumas condições de estresse. O mesmo pode 
ser visto como seu determinante, mas não coincide com o mesmo (RABIN, 
FELDMAN, E KAPLAN, 1999). 
Parece haver um consenso em volta da síndrome, pode ser provocada como 
uma resposta ao estresse laboral crônico é importante que os conceitos sejam 
mantidos distintos. Burnout tem como consequência uma dessensibilização dirigida 
às pessoas com quem se trabalha que incluí usuários, clientes e a própria 
organização, com isso o estresse é o esgotamento diverso que, de modo geral, 
acaba interferindo na vida pessoal do indivíduo, além de seu trabalho (CODO E 
VASQUESMENEZES, 1999, apud, BIHEL, 2009). 
Entre os profissionais da área da saúde, eventos potencializadores de estresse 
podem se manifestar, dependendo do tipo de atividade exercida. Porém, existe um 
fato crescente que nos mostra que os profissionais da saúde mental, por fatores que 
se relacionam à natureza de sua profissão, apresentam-se particularmente 
vulneráveis ao estresse e a seus efeitos (RABIN, FELDMAN, E KAPLAN, 1999). 
Nota-se que os psicólogos, que atuam na área da saúde mental, ficam entre a 
clientela de risco da síndrome de Burnout. Os fatores destacados acrescentam-se a 
possibilidade de haver alguma identificação e formação de laços afetivos entre os 
psicólogos e seus clientes (COVOLAN, 1996). Principalmente quando se refere a 
6 
 
práticas tradicionais de atendimento individual. Exemplificando, estudos realizados 
em psicólogos clínicos norte-americanos e ingleses demonstraram níveis elevados 
de estresse dentre esses profissionais (RABIN, FELDMAN, E KAPLAN, 1999). 
Pelo meio de pesquisa longitudinal, que foram realizadas por psicólogos 
escolares dos EUA, (MILLS e HUEBNER, 1998), observaram a natureza transacional 
do relacionamento entre Burnout e experiências ocupacionais estressantes. Os 
dados coletados sugerem que, não só as experiências podem predispor os indivíduos 
a experienciar Burnout, mas também que elevados níveis de Burnout, poderá levá-los 
a desenvolver o estresse ocupacional adicional. 
Farber (1985) identificou cinco fatores que estimulam o estresse: manutenção 
da relação terapêutica, agendamento, dúvidas profissionais, envolvimento excessivo 
no trabalho e esgotamento pessoal. Além do mais, solidão, expectativas excessivas e 
falta de gratificação, foram identificados como fontes de estresse naqueles 
profissionais (RABIN, FELDMAN, E KAPLAN, 1999). 
Abreu et al., (2002) o Burnout afeta também, psicólogos em outras áreas de 
atuação. Em uma amostra de 173 psicólogos escolares, constataram que 40% das 
pessoas relataram níveis elevados- de exaustão emocional, 19% relataram um senso 
diminuído de realização pessoal e 10% relataram reações de despersonalização 
(MILLS e HUEBNER, 1998). 
A proposta de Moore e Cooper (1996) apresenta a possibilidade de haver uma 
lacuna entre a idealização do que se espera e os resultados na prática dos 
profissionais de saúde mental. Geralmente, é idealizado pelos profissionais dessa 
área, que sua prática será útil no auxílio de pessoas, porém na realidade, poucas 
mudanças são experiências por pacientes crônicos. 
Moore e Cooper (1996) concordam que esse desacordo pode indicar, portanto, 
a possibilidade de que para o profissional, seja mais satisfatório encarar sua prática 
como uma forma de intervenção de apoio aos pacientes em contrário a busca de 
cura. Dito isto, essa situação pode ilustrar o Burnout e relacioná-lo com a realidade 
vivenciada pelos profissionais de saúde mental que são treinados a reconhecer e 
concordar com a realidade de seus pacientes. 
De acordo com Larceda (2017), eles identificaram uma variação no nível de 
Burnout entre os profissionais de saúde mental que atuam em centros de saúde e em 
hospitais. Nos centros de saúde foi notado um grau de satisfação pessoal no trabalho 
mais favorável do que em hospitais. O ambiente de trabalho acaba influenciando 
7 
 
sensivelmente o grau de realização pessoal no trabalho e a possibilidade de 
desenvolver Burnout e estresse a partir de um ambiente que exerça pressão nos 
indivíduos. 
Com base no estudo desenvolvido por Leite (1997), foram obtidos dados sobre 
a atividade de 34 profissionais da psicologia, os quais trabalhavam no Hospital Geral 
do Rio de Janeiro. Os profissionais explanaram a respeito das demandas 
institucionais diferentes da necessidade apresentada pelos pacientes que necessitam 
na maioria das vezes de escuta, atenção e afeto. Contudo, o hospital cobra outro tipo 
de atividades, como o manejo de pacientes difíceis, ordenar a enfermaria e lidar com 
funcionários, clareando, portanto a dúvida relacionada ao papel do psicólogo no 
espaço hospitalar. 
Segundo o Conselho Federal de Psicologia (2007) a definição do psicólogo 
brasileiro, nos anos 80, enfatizava sua atuação na elaboração e aplicação de 
técnicas de qualificação e diagnóstico de distúrbios. No entanto, devemos a todo 
momento considerar que essa visão se insere na tradicional prática que tem 
privilegiado uma perspectiva de análise e de intervenção no campo estritamente 
individual (Moura, 1999). Na contemporaneidade, o fenômeno psicológico tem sido 
visto de uma maneira abstrata ou como manifestação de processos internos, ou 
como produto de vivências externas, elementos influenciado pelo meio físico e social 
(BOCK, 1997). 
Como forma de amenizar e prevenir à síndrome de Burnout,os autores França 
e Rodrigues (1997) apresentam algumas possibilidades, das quais cabe destacar o 
aumento da variedade de rotinas, possibilitando, portanto evitar a monotonia, além da 
prevenção do excesso de horas extras, a oferta de suporte social aos trabalhadores, 
a melhoria das condições sociais e físicas de trabalho e por fim o investimento em 
aperfeiçoamento profissional e pessoal dos trabalhadores. 
O trabalho é responsável pela formação da identidade do indivíduo, onde a 
profissão caracteriza o ser do indivíduo, logo, os âmbitos pessoais e profissionais 
caminham juntos na vida do ser humano. Argumenta que as diversidades de espaços 
de trabalhos ofertados podem contribuir para a aquisição de atributos positivos da 
identidade do trabalhador (JACQUES, 1996, apud, MACHADO, 2003) 
Na perspectiva psicológica, o trabalho ocasiona diferentes graus de motivação e 
satisfação, especialmente, quanto à forma e ao meio no qual se realiza a tarefa. À 
medida que o indivíduo está inserido no contexto organizacional, está sujeito a 
8 
 
diferentes variáveis que afetam diretamente o seu trabalho. Atualmente, existe uma 
preocupação na saúde do indivíduo neste contexto, pois se relaciona, principalmente, 
com a produtividade da empresa (KANAANE, 1994). 
Silva (2000) considera a qualidade de vida no trabalho, de uma forma que 
englobam os aspectos de bem-estar e saúde biopsicossocial, devem-se tomar 
medidas de prevenção e tratamento para que esses estados não afetem a 
organização de maneira que impede a produtividade e o desenvolvimento, nem o 
indivíduo na sua saúde e qualidade de vida. 
Acrescenta que, ao se tomar medidas, sejam de prevenção ou tratamento, é 
necessário conhecer os conceitos de alguns estados na sua essência, para que não 
haja distorções como geralmente acontece, referindo-se ao Burnout como um 
sinônimo de estresse, quando na verdade é uma resposta de um estresse crônico. 
Desta maneira, é relevante associar esses termos relacionando-os com a prática 
dentro do contexto organizacional (SILVA, 2000). 
De acordo com Benevides-Pereira (2002) os programas preventivos, 
desenvolvem intervenções que visam o enfoque de programas centrados na resposta 
do indivíduo, consistindo, na aprendizagem e adoção, por parte do trabalhador de 
estratégias e ferramentas que o possibilite agir frente às situações estressantes. 
Portanto, para isso, desenvolve-se uma modificação das condições ocupacionais, da 
forma do enfrentamento diante de situações de estresse ocupacional e percepções 
subjetivas do trabalhador. 
 
2 MATERIAIS E MÉTODOS 
 
Este trabalho é uma pesquisa bibliográfica, realizada através de livros e artigos 
publicados, dissertações de mestrados, teses de doutorados, sites confiáveis e foram 
escolhidos por critérios de qualidade. O presente artigo tem a finalidade de apurar os 
fatos que desencadeiam a Síndrome de Burnout, métodos de prevenção e possíveis 
tratamentos para proporcionar uma melhora na qualidade de vida dos psicólogos 
e/ou leitores. Foram utilizadas as seguintes palavras-chave: Burnout; estresse; 
qualidade de vida; saúde; síndrome. As bibliografias utilizadas como fonte, variam 
entre os anos de 1959 a 2017. 
 
CONCLUSÃO 
9 
 
 
Conclui-se que a Síndrome de Burnout vem atingindo muitos profissionais, 
incluindo os que atuam na área da saúde, como os psicólogos retratados neste 
artigo, gerando um desconforto, pois consiste na tensão individual, sentimento de 
exaustão dos recursos emocionais e físicos que acabam interferindo nas relações 
organizacionais e pessoais. De acordo com os autores, o tratamento e prevenção 
desta síndrome são realizados através de intervenções que focam em programas 
centrados na resposta do indivíduo, desenvolvendo uma modificação em relação ao 
trabalho quanto na vida pessoal. 
A exaustão emocional desencadeia a falta de entusiasmo e esgotamento de 
recurso, já a diminuição do sentimento de realização profissional no trabalho, 
compreende uma sensação de impotência de alcançar a realização dos seus 
objetivos e a perda do valor do que já foi alcançado. 
É válido ressaltar que estes profissionais tenham um acompanhamento 
psicológico para que os mesmos possam ter uma estabilidade emocional no 
tratamento dos pacientes. 
Por fim, é necessário humanizar as nossas relações, permeá-las de confiança 
e solidariedade, caso contrário, a Síndrome de Burnout vai continuar nos 
incomodando, com seu apelo à humanização. 
 
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	RESUMO
	REFERÊNCIAS

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