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O NISARGADATTA GITA 
em PORTUGUÊS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Título do original em inglês 
The Nisargadatta Gita 
 
Publicado: Pradeep Apte 
Copyright © 2008 Pradeep 
Apte Idioma: English 
País: Índia 
Edição: 
Segunda 
Versão: 6 
 
 
 
 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
Sri Nisargadatta Maharaj 
 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
Sri Siddharameshwar Maharaj 
 
Guru de Sri Nisargadatta Maharaj 
 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
Alguns comentários sobre ‘Nisargadatta Gita’: 
 
 
 
‘Meu entendimento e a prática são muito mais profunda desde a des- 
coberta do Nisargadatta Gita.’ 
 
- John 
 
‘Seu Nisargadatta Gita É A MELHOR exposição de Maharaj que eu 
já vi. Eu me curvo em gratidão. Estou admirado com a expressão da 
sua realização. ‘ 
 
- Ed Muzika 
 
‘Eu fico centrada lendo O Nisargadatta Gita.’ 
 
- Anne 
 
‘O Nisargadatta Gita é evidentemente, o fruto totalmente amadure- 
cido de muita reflexão e investigação intensa.’ 
 
- John Wheeler 
 
‘Eu gostaria de agradece-lhe, a maneira que você tem descrito o Eu 
sou. Sua descrição é como uma pintura ou uma peça de música, que 
toca o núcleo do querido ser. ‘ 
 
- Ramonde Bissett 
 
‘MARAVILHOSO – AGITOU A ALMA !!! Eu tenho lido seu Ni- 
sargadatta Gita. O comentário lúcido que você deu à mensagem do 
Maharaj é realmente maravilhoso. ‘ 
 
- Aditya 
 
‘Obrigado por suas contribuições extraordinárias para os ensinamen- 
tos de Sri Nisargadatta Maharaj. Como a minha língua nativa é o 
espanhol, eu traduzi um algumas seções de seu livro, O Nisargadatta 
Gita, e postei eles no meu pequeno blog’. 
 
- Clara 
 
‘Este valioso livro será de grande proveito para todos os leitores.’ 
 
- Laxmikant 
 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
‘Muito obrigado pela compilação de Nisargadatta Gita. Ele (Maharaj) 
tem tido um grande impacto sobre ‘mim’.’ 
 
- Tim Rowe 
 
‘Esta é uma excelente visão sobre os ensinamentos de Nisargadatta 
Maharaj e ajuda a ficar focado no’ EU SOU ‘. Este trabalho será um 
grande caminho para ajudar os candidatos a compreender seu ensi- 
namento. O esforço de Pradeep é de fato louvável.’ 
 
- Hemant K 
 
‘Muito obrigado por sua maravilhosa contribuição!’ 
 
- Joe 
 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
PRÓLOGO 
 
 
 
O Começo 
 
O que estou tentando recapturar, aconteceu 50 anos 
atrás, muitos aspectos são bastante vago e nebuloso, mas al- 
guns deles são muito distintos e claros. A primeira coisa de que 
me lembro é que um completo vazio prevalecia, eu não sabia 
absolutamente nada. Eu não posso descrever esse estado, ex- 
ceto para dizer que era total esquecimento, sem som, sem luz, 
sem cores, nada! 
 
Desde a concepção até essa fase que era quase três anos 
de idade e até então tudo ocorria bem por conta própria, não 
havia dúvidas de qualquer vontade da minha parte. Foi-me 
dito que, durante este período tive algumas doenças, acidentes 
e lesões, eles devem ter sido incomodados e penoso, mas na- 
quela época, eu sabia de tudo. 
 
Então, de repente, espontaneamente, sem qualquer es- 
forço da minha parte, um dia instantaneamente vim a saber ‘eu 
sou’, eu tive uma sensação de ‘ser’, senti que ‘eu sou’. Tudo o 
que sabia que ‘eu sou’. Quando? Onde? Como? Tudo isso não 
sabia. Muito simultaneamente junto com esta sensação de que 
havia espaço também, estava dentro de casa, provavelmente 
um quarto. Havia uma plataforma de lado, algum tipo de sofá, 
acima do qual era um grande espaço retangular, uma janela a 
partir da qual a luz estava vindo para dentro Provavelmente, 
o tempo era algo em torno de oito ou nove horas da manhã. 
Tudo isso eu posso descrever agora, naquele momento eu não 
sabia nada além de ver apenas a luz, espaço e objetos. Esse foi 
o meu primeiro ‘saber’ e logo eu estava de volta no ‘não-saber’. 
Esses dois estados, o de saber ou ‘eu sou’ e não saber ou ‘eu 
não sou’ era tudo o que havia. Não havia vigília, sono pro- 
fundo ou estados sonhando que eu adquiri muito mais tarde. 
 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
As descrições que se seguem são agora deste estado so- 
mente, que é ‘eu sou’ e ‘eu não sou’, e não sei exatamente 
quanto tempo durou esse período, provavelmente um ano. Por 
favor, lembre-se, eu posso fazer essas descrições agora com o 
meu senso de linguagem bem desenvolvida e, claro, a minha 
memória que sinto razoavelmente boa. Para começar, eu lem- 
bro de uma garota e de um garotinho que estava sempre ves- 
tido como uma menina. Brinquei muito com a menina, que cor- 
ria e corria e ria muito. Nós, provavelmente tínhamos a mesma 
idade e nós estávamos vivendo em um vale, havia muitas mon- 
tanhas ao redor. Corremos ao longo dos riachos e então houve 
essa ponte sobre um riacho, costumávamos ir abaixo da ponte 
e jogávamos. Um dia nós estávamos correndo completamente 
nu, jogando água no riacho que era bastante raso. Tudo isso 
nunca fez qualquer sentido, mas ainda era uma vida despreo- 
cupada com muita diversão e não houve demandas ou desejos 
de qualquer natureza. Certa vez, enquanto correndo ao redor 
das pistas sobre os pequenos montes que estavam mais próxi- 
mos de nós encontramos um homem não muito velho passe- 
ando em um pijama - kurta e um casaco. Ele olhou para nós de 
forma intensa e, em seguida, deu um largo sorriso, apenas deu 
um tapinha em nossas cabeças e continuou. Em seguida, houve 
esta grande figueira, onde muitas e muitas pessoas costuma- 
vam vir e fazer um monte de barulho. Quando fomos lá essas 
pessoas nos pegava, abraçava-nos, beijava-nos e havia um 
monte de risadas. 
 
Eu costumava ir a um salão onde outras crianças viam 
também. Um homem moreno, careca em um lungi branco e ca- 
misa usada para nos levar aos bancos de pequenos riachos e 
nos dizia para recolher pedras de diferentes formas. Uma se- 
nhora gorda foi encarregado de servir comida para nós em 
uma sala de jantar que ficava atrás de nossa casa. 
 
Grandes grupos de nós, crianças, eram levadas para o 
topo de uma colina e assistíamos ao pôr do sol em completo 
silêncio, as vezes via o mesmo agradável olhar do homem não 
 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
velho a quem nós tínhamos encontrado nas colinas, o seu si- 
lêncio parecia bastante diferente e ele estava estranhamente 
calmo. Lembro que uma vez a garota e eu conseguimos entrar 
em um grande salão, onde um monte de pessoas estavam ou- 
vindo o mesmo homem que estava falando em voz baixa sobre 
uma plataforma. Ficamos muito inquieto; começamos reme- 
xendo, rindo e criando uma grande comoção. Eu corri em di- 
reção ao homem na plataforma e fiquei olhando para ele, a me- 
nina me cutucando por trás me fez rir. O público estava distra- 
ído, a conversa perturbada e havia esse homem inglês na pri- 
meira fila, que olhou para nós irritado. Naquele momento su- 
bitamente o homem agarrou-me e sentou-me em seu colo, fi- 
quei absolutamente imóvel, calmo e tranquilo, então ele conti- 
nuou com sua conversa. 
 
Eu lembro muito de uma python na gaiola e os coelhos 
na porta ao lado e como o python engoliu um dos coelhos con- 
torcendo por um buraco entre as jaulas. Também me lembro 
de como os moradores tinham trazido o python amarrado a 
um grande poste trazido por dois deles nas duas extremidades. 
 
Agora as memórias aleatórias: 
 
1. Jantares ao luar em grandes números; 
 
2. Viagem pela luz da lua em carros de boi; 
 
3. Aldeia, festivais e feiras com gados decorados; 
 
4. Vendo açúcar mascavo sendo feita; 
 
5. Espiando nas cabanas de dança; 
 
6. O menino ferido sendo carregado no dia de Diwali. 
 
Tenho duas memórias distintas de lesões; um era da 
minha cabeça que bati na torneira abaixo da qual eu estava to- 
mando banho. A segunda lesão que me lembro é de um berço 
de metal caindo sobre as pontas dos meus dedos, causando vá- 
rios cortes lá. As cicatrizes destas lesões ainda estão no meu 
 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
corpo, a memória do evento também está lá, mas não há ne- 
nhuma memória da dor. 
 
Agora eu posso acrescentar muito mais informações a 
partir deentão do que meus pais disseram me. O lugar era 
Rishi Valley School, no distrito Madanapally, Andhra Pradesh, 
na Índia, onde meu pai estava trabalhando como professor de 
música. A garota amiga era Rekha, filha de uma senhora vizi- 
nha ao lado, que trabalhava na escola. A calma, do homem não 
tão velho a quem encontramos, era J.Krishnamurti, a figueira 
era na verdade um famoso teatro na escola. O homem careca 
em lungi foi um deputado, Raju a senhora gorda que realizou 
serviços de alimentação foi uma Rama bai. A atividade da 
noite no morro foi chamado de ‘Asthachal’, o homem inglês 
que ficou aborrecido foi Gordon Pearce, o então diretor da es- 
cola. 
 
Quais foram as características mais notáveis sobre esse 
período? Primeiro de tudo, eu não sabia nada de quem ou de 
onde eu estava, nem quem eram meus pais. Eu não sabia que 
havia algo chamado nascimento e morte. Eu não tinha consci- 
ência corporal, porque eu sabia o que ou quando eu comia, ou 
que houve dor, quando eu era ferido. As únicas duas coisas 
que eu me lembro muito claramente é que ‘eu era’ ou ‘eu não 
era’ um estado de saber (‘eu sou’) e não saber (‘eu não sou’). 
Eu não tinha noção do tempo em tudo, nem sabia da vigília, 
sono profundo ou estados de sonho ou que havia qualquer 
coisa como rotina diária ou o ciclo de manhã, tarde e noite. 
 
Acima de tudo, que é a característica mais marcante 
deste estado foi a ausência total de qualquer verbalização na 
forma da palavra ou linguagem falada. Pode ter havido algu- 
mas palavras perdidas em Marathi, minha língua materna, In- 
glês ou Telugu, mas eu não tenho nenhuma lembrança delas e 
que dificilmente pode ser chamado de uma verdadeira expres- 
são linguística significativa. Os estados de conhecimento (‘eu 
sou’) ou não-saber (‘eu não sou’) eram completamente não- 
verbal, e ocorreram de forma espontânea, sem eu ter qualquer 
 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
controle sobre eles, a questão da vontade não ocorria. Esses 
dois estados também pode ser considerado os de ignorância 
(não-saber) e conhecimento (saber). 
 
 
 
O condicionamento 
 
Daqui em diante, ou seja, cerca de quatro anos de idade 
até a idade de quarenta anos, eu levava uma vida completa- 
mente submerso e quase obliterada a do começo. Foi a vida de 
um homem perfeitamente condicionado e que é a forma como 
ele foi feito para ser de acordo com as tradições estabelecidas 
em nossa sociedade. Durante este período de 36 anos e até hoje 
eu não conheci pessoalmente um único ser humano que pode- 
ria me dizer diretamente que eu tinha tudo errado. Ninguém 
me disse que eu não era o que eu acreditava ser, nem uma 
única pessoa me disse sobre a minha verdadeira identidade ou 
mesmo dar uma dica sobre isso. Pelo contrário, era o inverso, 
eu estava muito levado a acreditar que eu sou assim e assim, 
tinha esta posição particular na sociedade e esse papel especial 
a desempenhar. Mas eu não culpo ninguém, essa é a maneira 
como eles eram, todos foram concebidos ou condicionado a ser 
clientes para o mundo externo. Muito poucos estão orientados 
para a vida interior e é apenas o mais raro dos raros que iria 
perceber o princípio interior. Então, você teria uma chance 
muito remota de encontrar alguém que vivia aquilo e que não 
só realizou o princípio interior, mas se tornou ‘O Princípio’ em 
si! 
 
No presente contexto, ocorreu neste período de 36 anos 
não é de grande relevância. Foi apenas uma do percurso das 
histórias do moinho que qualquer pessoa que tenha sido razo- 
avelmente bem sucedido poderia ter tido. Eu fiz aquisição de 
algumas coisas úteis durante este período que me foi muito útil 
mais tarde. Em primeiro lugar, eu desenvolvi um enorme inte- 
resse em leitura de livros, em segundo lugar, eu também de- 
senvolvi boas habilidades de redação e revisão. A terceira coisa 
 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
que eu acho que veio muito naturalmente para mim, e cresceu 
ao longo dos anos e que foi um grande senso de observação. 
 
 
 
O errante 
 
Eu leio, e leio muito, mas foi por volta dos quarenta 
anos que me deparei com um livro chamado ‘A República’ de 
Platão, que era um ponto de transformação. Os diálogos socrá- 
ticos defini o rolar da bola e que foi o meu primeiro campo. 
Então fui ao campo, como os alpinistas do Monte Everest fa- 
zem e acredite em mim quando acampei, acampei com fir- 
meza, não deixando pedra sobre pedra nesse campo particular. 
Estudei e li as obras de todos estes campos em grande detalhe, 
às vezes preparei notas e até mesmo fizeram apresentações 
para o bem do meu próprio entendimento. Às vezes, a aquisi- 
ção de um determinado livro era muito difícil, mas ainda assim 
eu geralmente conseguia ele. A chegada da internet, tornou as 
coisas muito fácil e agora uma enorme quantidade de informa- 
ção pode ser obtido dentro de momentos, algo muito difícil em 
meus dias de acampamento anteriores. Um campo uma vez 
deixado, não foi para sempre, mas a viagem de volta para 
frente sempre continuou, links de semelhança e harmonia em 
diferentes aspectos foi apreciado. Aqui está uma lista dos cam- 
pos: 
 
1. Socrates 
2. Swami Ramdas 
3. Saint Jnaneshwara 
4. Ramkrishna Paramhansa 
5. Sri Aurobindo 
6. J.Krishnamurti 
7. Osho 
8. U.G.Krishnamurti 
9. Eckhart Tolle 
10. Ramana Maharshi 
11.Sri Ranjit Maharaj 
 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
12.Sri Nisargadatta Maharaj 
Eu não mencionei os muitos, muitos sub-campos que 
ocorreram no meio e foram muito útil durante toda a minha 
busca. Na verdade, tiro o chapéu para todos esses grandes 
mestres de quem eu embebia muito e vou sempre recordar, me 
curvo a todos eles. Quanto à forma como cheguei em cada 
campo é uma história em si, mas desejo dizer apenas uma delas 
- a última, a de Sri Nisargadatta Maharaj. 
 
Foi na primeira semana de fevereiro 2004, que visitei o 
centro de estudos J.Krishnamurti localizado na Sanyadhri, 
perto de Pune, na Índia. Enquanto navegava através da biblio- 
teca no centro de estudo me deparei com um livro ‘I Am That’ 
(Eu sou Aquilo) com base nas conversas de Sri Nisargadatta 
Maharaj. Quando comecei a passar por ele, não pude colocá-lo 
para baixo, ‘Isso é dinamite!’ Essa foi a sensação imediata que 
tive. No momento em que terminei o livro sabia que o cume 
não estava longe e com toda a probabilidade que este seria o 
último campo. 
 
 
 
O Gênese 
 
Achei as conversas com Sri Nisargadatta Maharaj alta- 
mente penetrante e muitas coisas que eram geralmente vagas 
ficaram bastante claras. Era exatamente como as nuvens lim- 
pando deixando um céu impecável perfeitamente azul. Depois 
de ‘I Am That’ por Maurice Frydman mais nove livros seguido 
que cobria quase todas as conversas, esses livros foram: 
 
1. Editado por Jean Dunn: Seeds of Consciousness (Sementes 
da Consciência), Prior to Consciousness (Anterior a Consci- 
ência) e Consciousness and the Absolute (Consciência e o 
Absoluto). 
2. Editado por Robert Powell: The Experience of Nothingness 
(A Experiencia do Nada), The Nectar of Immortality (O 
Nectar da Imortabilidade) e The Ultimate Medicine (A Me- 
dicina Final). 
 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
3. Editado por Maria Jory: Beyond Freedom (Além da Liber- 
dade) 
4. E-book,Criado por Vijay Deshpande e editado por mim: I 
am Unborn (Eu sou não nascido). 
5. Mark West’s: Gleanings from Nisargadatta (Coletânea de 
Nisargadatta). 
 
Ao longo de todos esses livros o ‘Eu sou’ foi o tema al- 
tamente predominante, de modo que, na primeira fase, come- 
cei a compilação de todos os ‘Eu Sou’ citados e isso levou al- 
gum tempo. Ao todo, estas citações foram 572 em número da 
qual 521 estão disponíveis como um e-book em: 
 
http://pt.scribd.com/doc/37388602/The-Complete-I-AM- 
Quotes-of-Sri-Nisargadatta-Maharaj 
 
http://www.lulu.com/shop/pradeep-apte/i-am-the-com- 
plete-i-am-quotes-of-sri-nisargadatta-maharaj/paper- 
back/product-18628384.html 
 
Eu só consegui adquirir muito mais tarde o último com 
51 (anos), o livro de Mark West e ele foi incluído quando co- 
mecei a prepararo texto de ‘The Nisargadatta Gita’. O que na 
verdade serviu como um gatilho muito forte para preparar o 
Nisargadatta Gita, foi o esclarecimento de dúvidas que sempre 
permaneciam na parte de trás da minha mente. Na minha vida, 
até agora, nunca tinha conhecido um Guru vivo, assim como a 
convenção vai, é a minha mera leitura ou estudar os ensina- 
mentos dos livros destes grandes homens, não teve nenhum 
proveito? Esta última dúvida foi removido enquanto estava 
editando o roteiro de ‘I Am Unborn’ (Eu sou não nascido), 
onde Sri Nisargadatta Maharaj respondeu está pergunta feita 
por um dos visitantes, ela é assim: 
 
V: Os livros substitui um Guru? 
 
M: Sim, os livros podem substituir um Guru. Em um estágio 
que você se tornar um Guru, então você descobre que os livros 
não são mais necessários. O Guru é um, quem sabe o início, 
http://pt.scribd.com/doc/37388602/The-Complete-I-AM-Quotes-of-Sri-Nisargadatta-Maharaj
http://pt.scribd.com/doc/37388602/The-Complete-I-AM-Quotes-of-Sri-Nisargadatta-Maharaj
http://pt.scribd.com/doc/37388602/The-Complete-I-AM-Quotes-of-Sri-Nisargadatta-Maharaj
http://www.lulu.com/shop/pradeep-apte/i-am-the-complete-i-am-quotes-of-sri-nisargadatta-maharaj/paperback/product-18628384.html
http://www.lulu.com/shop/pradeep-apte/i-am-the-complete-i-am-quotes-of-sri-nisargadatta-maharaj/paperback/product-18628384.html
http://www.lulu.com/shop/pradeep-apte/i-am-the-complete-i-am-quotes-of-sri-nisargadatta-maharaj/paperback/product-18628384.html
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O NISARGADATTA GITA 
 
 
continuidade e o final de sua vida e entende a mente em que o 
meio ambiente tem muito impacto. (Página 89, I Am Unborn). 
 
Essa resposta veio como um grande alívio e também virá para 
muitos como eu, que nunca encontraram um Guru vivo em sua 
vida. 
 
Na segunda fase, comecei um processo de condensação das ci- 
tações, a ideia era aumentar a potência, reduzindo as palavras 
a um mínimo indispensável, sem distorcer o significado. Isso 
trouxe o número para 231, aproximadamente 1/3 do original 
de 572. Na terceira e última fase, um breve comentário foi es- 
crito em cada citação e que é como o Nisargadatta Gita veio a 
ser. Ele tem apenas um capítulo: ‘EU SOU’, que é o primeiro e 
o último capítulo. O objetivo por trás da preparação do Nisar- 
gadatta Gita é para que possa ser usado como um dispositivo 
de meditação para começar focalizar no ‘Eu sou’, e se possível, 
transcendê-lo. Então o que Sri Nisargadatta Maharaj havia 
feito comigo fez toda a diferença? Bem, a vida tinha sofrido um 
círculo completo; ‘início’ que descrevi no prelúdio que foi feito 
de fato tão importante para mim. Eu nunca tinha pensado nele 
ou senti que ali estava a chave para a redenção de todos. 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
EU SOU: O PRIMEIRO E O ÚLTIMO CAPÍTULO 
 
 
1 
 
O ‘eu sou’ veio primeiro, está sempre presente, sempre dispo- 
nível, recuse todos os pensamentos, exceto ‘eu sou’ e fique lá. 
 
Compreender o ‘eu sou’, o seu sentido de ‘ser’ ou apenas 
‘presença’ é extremamente importante, em que repousa o resul- 
tado completo do ensino. 
Em primeiro lugar, você está totalmente consciente do 
seu ‘Ser’ ou do fato de que ‘você é’? Você tem que ‘ser’ antes de 
qualquer outra coisa possa ser, seu senso de ‘presença’ ou a 
sensação ‘eu sou’ é realmente fundamental para qualquer coisa 
que tem que seguir. 
Em segundo lugar, este sentimento de ‘ser’ ou a sensação 
de ‘eu sou’, não foi o primeiro evento ou acontecimento antes 
que qualquer experiência de sua vida pudesse começar? Aplique 
sua mente para voltar no tempo no momento em que ficou claro 
para você que ‘você é’ ou ‘eu sou’. Este ‘eu sou’ ainda está lá com 
você, sempre presente, sempre disponível, ele foi e ainda é o 
primeiro pensamento, recuse todos os outros pensamentos e 
volte para lá e fique lá. Assim tente entender e agarrar este ‘sen- 
tido de eu existo’ ou ‘o sentido de eu sou’ que é ligado de forma 
inseparável a você. Quanto mais preciso e claro você fizer, o mais 
rápido será seu progresso. 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
2 
 
Apenas fique aí com firmeza e estabeleça-se no ‘eu sou’, re- 
jeite tudo aquilo que não seja ‘eu sou’. 
 
Tendo compreendido o ‘eu sou’ em todos os sentidos, a 
próxima coisa é ficar lá, estabelecer-se em seu sentido de ‘ser’ e 
não desviar-se disto por nada. No exato momento que você co- 
meçar a pensar em alguma coisa, pode estar certo de que houve 
‘adição’ na base ‘eu sou’ e perdeu a sua pureza. Rejeite qualquer 
coisa que é ‘eu sou isto ou aquilo ...’ e assim por diante, porque 
todo o resto são contaminantes e não siga com eles. 
 

 
3 
 
Constantemente e com perseverança separe o ‘eu sou’ de ‘isto’ 
ou ‘aquilo’, apenas tenha em mente o sentimento ‘Eu Sou’. 
 
Tudo isto não é tão fácil como parece, é trabalho duro, 
sua firmeza e perseverança são as chaves para seu sucesso. Sepa- 
rar o ‘eu sou’ de ‘eu sou isto’ ou ‘eu sou aquilo’ ou ‘eu sou assim 
e assim’ tudo isso são adições e foram carregados em você por 
outros e pela sociedade. Todos estes apêndices sobre o ‘eu sou’ 
pode ter algum valor em sua vida do dia a dia, mas se seu obje- 
tivo ou missão é para a eternidade, então eles são impedimentos. 
Você vai ter que separá-los do ‘eu sou’ e apenas manter em 
mente o seu sentido de ‘presença’ ou a sensação de ‘eu sou’. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
4 
 
Só o ‘eu sou’ é certo, é impessoal, todo conhecimento origina 
dele, é a raiz, se agarre a isto e deixe todo o restante ir. 
 
Desde o dia que você veio saber que ‘você é’ desde este 
dia você ainda sabe que ‘você é’. Todos os extras vêm e vão. Eles 
são transitórios, mas o fundamental ‘eu sou’ permaneceu inalte- 
rado e é a única certeza. Este ‘eu sou’ é impessoal, é comum a 
todos e sem palavras, no momento que você veio saber que ‘você 
é’ você não sabia nenhuma palavra ou linguagem, que vieram 
mais tarde. Baseado neste não-verbal ‘eu sou’ você poderia dizer 
mais tarde verbalmente ‘eu sou’ em qualquer língua que foi en- 
sinado a você. A partir deste pequeno, minúsculo ‘eu sou’ mais 
conhecimento cresceram aos trancos e barrancos em proporções 
gigantescas. Assim todo conhecimento origina do ‘eu sou’, é ab- 
solutamente fundamental, a base, a origem, a raiz de tudo. Você 
tem que agarrar isto ‘eu sou’ e deixar todo o restante ir. 
 

 
5 
 
Você está certo do ‘eu sou’, é a totalidade do ser, lembre-se ‘eu 
sou’ e é suficiente para curar sua mente e levá-lo além. 
 
Você está definitivamente certo de que ‘você é’, só então 
tudo mais é! Não antes disso. Uma vez que o ‘eu sou’ está na base 
de tudo e é comum a todos, não forma a totalidade do ser? Jo- 
gando de lado tudo, volte para este sentido de ‘presença’ ou ‘ser’ 
em toda sua pureza e vai curar sua mente. O uso da palavra ‘cu- 
rar’ é muito importante, pois sugere claramente que a mente ou 
qualquer outra coisa que foi carregado no ‘eu sou’ depois é uma 
dor, uma doença que precisa ser curada. Há também aqui uma 
dica para algo que está além do ‘eu sou’. 
 
 
 
 
22 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
6 
 
O ‘eu sou’ é, é sempre fresco, tudo o mais é suposição, quando 
o ‘eu sou’ vai, tudo que resta é o Absoluto. 
 
Este sentido de ‘ser’ está sempre lá, fresco como sempre, 
não o deixa, sempre está disponível. Em qualquer estágio da sua 
vida, ele esteve preso a você inalterado. Circunstâncias, relacio- 
namentos, pessoas, ideias e assim por diante, tudo foi mudando 
e é conclusivo, mas o ‘eu sou’ se manteve e tem se destacado ao 
longo desta turbulência. E o que acontecerá quando o ‘eu sou’ 
for? O que restará? A dica agora é mais enfática em algo além do 
‘eu sou’, o Absoluto. 
 

 
7 
 
Dê toda a sua atençãopara o ‘eu sou’, que é a presença atem- 
poral, o ‘eu sou’ se aplica a todos, volte para ele repetida- 
mente. 
 
Use sua memória para voltar no tempo para o estágio em 
que você só veio a saber que ‘você é’ sem palavras. Você tem um 
senso de tempo, então? Você sabe quem você é ou quem são seus 
pais? Você sabia onde estava localizado geograficamente? Você 
sabia que nenhum deles era uma presença atemporal, fez algum 
curso para saber se o espaço veio com o ‘eu sou’, mas não o 
tempo, e essa presença atemporal se aplica a todos. Volte a esta 
atemporal e sem palavras ‘eu sou’ repetidamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
8 
 
Segurar com firmeza o ‘eu sou’ e ir além dele, sem o ‘eu sou’ 
você está em paz e feliz. 
 
Agora você tem isto ‘eu sou’, segure-o com firmeza, é o 
único meio que você tem para ir além e não há mais nada. E o 
que tem este ‘eu sou’ lhe dado senão conflitos e miséria? Ele veio, 
se identificou com o corpo e você se tornou um indivíduo, agora 
volte, venha para o ‘eu sou’, transcendê-lo e ficar em paz e feliz. 
 

 
9 
 
Agarrar o ‘eu sou’ para a exclusão de tudo o mais, o ‘eu sou’ 
em movimento cria o mundo, o ‘eu sou’ em paz torna-se o Ab- 
soluto. 
 
Deixar tudo de lado e apenas agarrar o ‘eu sou’. Basta ob- 
servar o seu poder, suas agitações, e seus movimentos que cria- 
ram o mundo, veio juntamente todo esse tumulto e miséria. 
Volte para o ‘eu sou’ e deixe o ‘eu sou’ estar no ‘eu sou’. Em se- 
guida ele se torna imóvel e desaparece, e então há paz, pois só 
existe agora o Absoluto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
10 
 
A imortalidade é a liberdade do sentimento ‘eu sou’, para ter 
essa liberdade permaneça no sentido ‘eu sou’, é simples, é 
bruto, mas funciona! 
 
O sentimento de ‘eu sou’ está dormente no momento do 
nascimento, parece dizer espontaneamente em torno de três anos 
de idade. É a essência dos cinco elementos que compõem o corpo 
ou o corpo de alimentos. O corpo é uma limitação, e enquanto o 
‘eu sou’ se identifica com o corpo, não há chance de liberdade, e 
a morte é certa. Eternidade ou imortalidade só é possível quando 
você está livre do ‘eu sou’. Para esta liberdade florescer você tem 
que ir além do ‘eu sou’, compreendê-lo, permanecer nele e trans- 
cendê-lo. A julgar pela enorme quantidade de literatura espiri- 
tual disponível, a compreensão, permanência e transcendência 
do ‘eu sou’ parece ser muito simples e bruta para uma ‘Sadhana’ 
ou prática, mas funciona! 
 

 
11 
 
O ‘eu sou’ aparece espontaneamente em seu verdadeiro es- 
tado, é silencioso e pode ser usado para ir além. 
 
Este sentido de ser veio até você sem a sua vontade, ele 
veio por conta própria e quando chegou não havia dúvidas de 
qualquer palavra que lá estava. Embora silencioso, contudo se 
você observar atentamente, esse sentimento ‘eu sou’ pode ser 
agarrado e então ele pode servir como um meio para ir além em 
direção ao seu verdadeiro estado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
12 
 
O ‘eu sou’ o trouxe, o ‘eu sou’ o levará para fora, o ‘eu sou’ é a 
porta, fique nele! E é aberta. 
 
O sentimento de ‘eu sou’ muito claramente qualifica-se 
como a porta de entrada ou entrada pela qual você entrou neste 
mundo e, portanto, também se qualifica como o caminho para 
fora. E não há outra saída! Permaneça nele e você verá que a 
porta sempre está aberta, nunca foi fechada. A menos que você 
volte e fique no ‘eu sou’ por um tempo suficientemente longo, 
você não irá saber deste fato. 
 

 
13 
 
Você tem que estar lá antes que possa dizer ‘eu sou’, o ‘eu 
sou’ é a raiz de toda a aparência. 
 
 
Lá definitivamente era um substrato sobre o qual este co- 
nhecimento ‘eu sou’ surgiu, era um sentimento sem palavras. Foi 
só quando você aprendeu uma língua que você pode dizer ‘eu 
sou’. Junto com o sem palavras ‘eu sou’ também veio espaço e o 
mundo, de modo que o ‘eu sou’ está na raiz de tudo o que se 
percebe. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
14 
 
O ‘eu sou’ é a ligação permanente na sucessão de eventos cha- 
mados de vida, seja a ligação ‘eu sou’ apenas e vá além dele. 
 
Concepção, nascimento e infância, estes são o começo do 
seu ser, onde ‘eu sou’ está adormecido. Depois, há o apareci- 
mento espontâneo do sentimento não-verbal ‘eu sou’ em torno 
de três anos de idade é verbalizado. Sobre este fundamento do 
conhecimento ‘eu sou’ é construída uma grande estrutura de pa- 
lavras, ideias e conceitos, e muito em breve ‘eu sou isto e aquilo’ 
e assim por diante. O puro ‘eu sou’ está contaminado e empilha 
diretamente da infância à velhice, mas com toda sucessão de 
eventos, o ‘eu sou’ está na base e sempre esteve lá. O ‘eu sou’ é 
um ligação ininterrupta durante toda a sua vida, por isso volte a 
ele, fique ali e tente transcendê-lo, pois lá reside o seu verdadeiro 
ser. 
 

 
15 
 
O ‘eu sou’ é a soma total de tudo que você percebe, é o tempo 
limite, o ‘eu sou’ em si é uma ilusão, você não é o ‘eu sou’ 
você é anterior a ele. 
 
Uma vez que o ‘eu sou’ é a ligação continua ao longo de 
todos os eventos em sua vida que obviamente constitui a soma 
de todas as suas percepções. É a própria base da sua percepção, 
sem ‘eu sou’, sem percepção. Este ‘eu sou’ é uma ilusão, como 
um sonho que espontaneamente apareceu em você e um dia vai 
desaparecer. Tudo o que aparece e desaparece não pode ser ver- 
dadeiro e uma vez que você é uma testemunha disso, você se 
mantém afastado. Você não é o ‘eu sou’, mas antes dele. 
 
 
 
 
 
27 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
16 
 
O ‘eu sou’ é o seu maior inimigo é o maior amigo, inimigo 
quando está ligado com a ilusão como corpo, amigo quando 
se está fora da ilusão como corpo. 
 
Quando o sentido ou sentimento ‘eu sou’ apareceu em 
você e o enganou fazendo acreditar que você é o corpo, e mais 
tarde que você é isto e aquilo. Fortaleceu a ilusão ainda mais en- 
quanto o tempo passava e assim começou todo o tumulto e so- 
frimento, neste sentido é seu inimigo. Mas agora o Guru lhe diz 
que volte para o ‘eu sou’, entenda-o, fique lá, faça amizade com 
ele, ou melhor, torne-o seu guia, Deus ou Guru. Fazendo assim o 
‘eu sou’ lhe ajudará a quebrar a ilusão e vai conduzi-lo à fonte. 
 

 
17 
 
O conhecimento inicial e o final são o ‘eu sou’, esteja atento 
para o ‘eu sou’, uma vez que você entender isto, você está 
além dele. 
 
Seja qual for o volume de conhecimento, você tem que 
começar com o conhecimento primário ou o conceito ‘eu sou’. O 
‘eu sou’ é o único, e depois com dois, três, quatro e assim por 
diante a estrutura do labirinto do conhecimento é construída. 
Você tem que voltar atrás, refazer os passos no labirinto e 
quando fizer isso corretamente, vai acabar no ‘eu sou’. Dê toda 
sua atenção a este ‘eu sou’, aos poucos virá a compreendê-lo e 
todas as suas implicações também. A sua clara compreensão do 
‘eu sou’ é, o mais distintamente além dele você está. 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
18 
 
Você deve meditar no ‘eu sou’ sem se agarrar no corpo-mente, 
o ‘eu sou’ é a primeira ignorância, persista nele e você vai 
para além dele. 
 
Traga toda a sua atenção para o ‘eu sou’, medite nele, 
tente fazer isto mantendo o corpo-mente totalmente de lado. No 
início o corpo-mente vai resistir a essa permanência no ‘eu sou’, 
mas com a prática eles automaticamente não vão interferir. Lem- 
bre-se, este ‘eu sou’ tem te enganado fazendo-o acreditar no ir- 
real, assim você pode chamá-lo da primeira ignorância. Você tem 
que ser depois deste ‘eu sou’ constantemente, só então você pode 
ir além dele, caso contrário ele vai continuar jogando com você. 
 

 
19 
 
Seu Guru, seu Deus, é o ‘eu sou’ com sua vinda veio a duali- 
dade e toda atividade, fique no ‘eu sou’, você está antes do 
aparecimento do ‘eu sou’. 
 
Todo o processo de percepção e todas as atividades são 
baseadosna dualidade: o sujeito e o objeto, o observador e o ob- 
servado, o fazedor e o feito. É somente após o aparecimento do 
‘eu sou’ que toda a dualidade e a atividade começaram, não an- 
tes disso, então a raiz está no ‘eu sou’ que desencadeou tudo. 
Localizar o ‘eu sou’ e permanecer nele, só então você pode per- 
ceber que você está antes do aparecimento do ‘eu sou’. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
20 
 
O conceito ‘eu sou’ é o último posto avançado da ilusão, se 
agarre a isto, estabilize no ‘eu sou’, então você não é mais e in- 
divíduo. 
 
Saindo de um país, na fronteira, há postos de controles e 
então é ‘terra de ninguém’ até outro país começar os seus postos 
de controle. Da mesma forma, para sair do país ou a ilusão do 
‘eu sou’ é o último e único, não há outra saída. Fique neste posto, 
estabilize-se no ‘eu sou’, e quando você fizer isso você não é mais 
um indivíduo. 
 
 

 
21 
 
Sem fazer qualquer coisa você tem o conhecimento ‘eu sou’, 
veio em você espontaneamente e de má vontade, fique lá e 
ponha um machado para o ‘eu sou’. 
 
Veja a beleza disto, este conhecimento ‘eu sou’ amanhe- 
ceu em você, sem qualquer esforço de sua parte; ele veio por 
conta própria sem você desejar que fosse assim. Este ‘eu sou’ 
também vai por conta próprio, sem pedir ou lhe falar, mas antes 
que isso aconteça, estabilize dentro do ‘eu sou’ e liquidá-lo, então 
a morte não existe para você. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
22 
 
Seu único capital é o ‘eu sou’, é a única ferramenta que você 
pode usar para resolver o enigma da vida, o ‘eu sou’ está em 
todos e movimenta inerente a ele. 
 
Você pode ter ganhado um monte de dinheiro, você pode 
ter estabelecido um império, mas é tudo inútil comparado com o 
valor do ‘eu sou’. De fato, o conhecimento ‘eu sou’ é o único ca- 
pital e a única ferramenta que você tem para quebrar esse que- 
bra-cabeça que a vida apresenta, às vezes completamente des- 
concertantes e faz você infeliz. O conhecimento ‘eu sou’ está pre- 
sente em todos e movimenta inerente a ele, o tipo de atividade 
ou expressão depende da combinação dos cinco elementos e três 
qualidades. 
 

 
23 
 
Ser apenas o ‘eu sou’, basta ser, o ‘eu sou’ já apareceu em seu 
estado homogêneo, um (você) livre do ‘eu sou’ é liberada, 
você é antes do ‘eu sou’. 
 
Você está absolutamente livre, homogêneo e sem forma, 
este estado tem o aparecimento do ‘eu sou’ e então o engana fa- 
zendo acreditar que você é o corpo-mente. A fim de voltar para 
o seu verdadeiro estado você tem que permanecer no ‘eu sou’, 
basta ser, isso é tudo, além disso, o ‘eu sou’ está mais próximo de 
seu verdadeiro estado, apenas fique lá. Permaneça no ‘eu sou’ 
com o entendimento de que você não é o ‘eu sou’, mas você é 
anterior a ele. 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
24 
 
Adore a habitação ‘eu sou’ em você, é o ‘eu sou’ que nasce, é o 
‘eu sou’ que vai morrer, você não é este ‘eu sou’. 
 
Este princípio da habitação ‘eu sou’ que apareceu no seu 
verdadeiro ser é o que nasce e é o único que vai morrer. Você não 
é o ‘eu sou’, mas, a fim de entender isso e transcender o ‘eu sou’, 
você tem que adorá-lo, ficar com ele constantemente, só então irá 
ficar satisfeito com você e libertá-lo de suas garras. 
 

 
25 
 
Manter o foco no ‘eu sou’ até ir para o esquecimento, em se- 
guida, o eterno é, o Absoluto é, Parabrahman é. 
 
Deixando de lado tudo, não permitindo que qualquer ou- 
tra coisa entre na sua mente, na total seriedade permaneça com 
toda a força focalizada no ‘eu sou’. Persistir nesse enfoque ou 
meditação sobre o ‘eu sou’ até afastá-lo para o esquecimento. Se 
o seu esforço é bastante sincero e sério o ‘eu sou’ está fadado a 
desaparecer, pois esse é o seu inimigo. Então o que resta é o seu 
verdadeiro Ser ou Eu, chamá-lo de Eternidade, o Absoluto ou 
‘Parabrahman’. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
26 
 
O conhecimento ‘eu sou’ é o princípio do nascimento, inves- 
tigá-lo e você finalmente se estabilizará no Absoluto Para- 
brahman. 
 
O conhecimento ‘eu sou’ é o criador de tudo, gosta de 
afirmar-se uma e outra vez, é o puro amor de sua própria exis- 
tência. Era inerente a seus pais e aos pais deles e assim por di- 
ante. Foi o ‘eu sou’ em seus pais, que foi atraído para si que levou 
à sua procriação e ‘eu sou’ nele. O ‘eu sou’ é o princípio do nas- 
cimento abundante na natureza e perpetuando o todo. Investigar 
ou tentar descobrir como o ‘eu sou’ surgiu em você e que não só 
vai leva-lo, mas também o estabilizará no Absoluto. 
 

 
27 
 
Todo o conhecimento, incluindo o ‘eu sou’ é sem forma, jogar 
fora o ‘eu sou’ e ficar parado em quietude. 
 
A raiz de todo o conhecimento é o ‘eu sou’, é o ponto de 
partida e é sem forma, portanto, todo o conhecimento é sem 
forma. Por esforços repetidos volte a este conhecimento ‘eu sou’, 
agarrá-lo e jogá-lo fora. O ‘eu sou’ é escorregadio e vai fugir de 
seus esforços, mas persista e se estabilize no silêncio e quietude 
que prevalece sobre a sua partida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
28 
 
Antes do nascimento, onde estava o ‘eu sou’? Não contaminar 
o ‘eu sou’ com a ideia de corpo, Eu como o Absoluto não sou o 
‘eu sou’. 
 
Onde você estava antes de você nascer? Onde estava o 
‘eu sou’? Você era ‘Nada’ e não havia ‘eu sou’. Neste Nada apa- 
receu o ‘eu sou’ e ele tem o contaminado com a ideia de corpo. 
Agora, através da discriminação que você precisa para realizar 
um procedimento de descontaminação, livre do ‘eu sou’ a ideia 
de corpo, habitá-lo e transcendê-lo, porque você como o Abso- 
luto não é o ‘eu sou’. 
 

 
29 
 
Na ausência de ‘eu sou’ nada é exigido, o ‘eu sou’ vai com o 
corpo, o que resta é o Absoluto. 
 
Antes do ‘eu sou’ aparecer você tinha alguma necessi- 
dade ou demanda? Absolutamente nenhuma, todas as deman- 
das começaram com a chegada do ‘eu sou’. O que é este ‘eu sou’? 
Não é nada, mas a essência dos cinco elementos que compõem o 
corpo. O ‘eu sou’ depende do corpo, é tão transitória como ele e 
vai junto com ele, de modo que nenhum deles são verdadeiros. 
O que resta, então? É somente o Absoluto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
30 
 
Você não deve apenas ter a convicção de ‘eu sou’, mas tam- 
bém que você está livre do ‘eu sou’. 
 
É claro que você pode encarar duas etapas no processo de 
auto-descoberta, sendo a primeira a compreensão do conheci- 
mento ‘eu sou’ e permanecendo nele. Você deve desenvolver a 
forte convicção de que ‘você é’ e permanecer lá. O que vai acon- 
tecer então? Pouco a pouco você permanecendo no ‘eu sou’ o se- 
gundo passo será a realização que você está além do ‘eu sou’, 
você estará livre dele! Você não é o ‘eu sou’, mas sua testemunha. 
Assim a permanência no ‘eu sou’ e sua transcendência é a chave 
para ‘Sadhana’ (prática) inteira. 
 

 
31 
 
Lembre-se do conhecimento ‘eu sou’ apenas e dar-se o resto, 
ficando no ‘eu sou’ você realizará que é irreal. 
 
O que quer que tenha acrescentado para o conhecimento 
básico e fundamental ‘eu sou’ está destruído a sua pureza. Lar- 
gue de lado tudo que adicionou e só se lembre do ‘eu sou’ em 
toda a sua pureza. Você tem que realmente adquirir o depois 
dele e para isso você tem que residir nele, habitar nele em todos 
os momentos. No processo, você vai perceber que o ‘eu sou’ é 
dependente e destrutível e, portanto, irreal, para o real é inde- 
pendente e indestrutível. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
32 
 
Entender que o conhecimento ‘eu sou’ amanheceu em você e 
todos são suas manifestações, nesta compreensão que você re- 
aliza que você não é o ‘eu sou’. 
 
Este conhecimento ‘eu sou’ veio de boa vontade para 
você? Foi voluntária? Em retrospecto, não parece ser assim. Ha- 
via aquele momento e você sabia que ‘você é’ e desdeentão a 
sensação de ‘eu sou’ passou a ficar fortalecido. ‘Eu sou isto e 
aquilo’ foi incorporado em você e o restante das atividades de 
sua vida seguiu. A partir daí, não é conclusivo de que o ‘eu sou’ 
criou seu mundo e não o contrário? Este ‘eu sou’ amanheceu em 
você e você está fora dele apenas como uma testemunha, sem 
participação em quaisquer de suas atividades, em absoluto. 

 
33 
 
Quando este conceito ‘eu sou’ parte não haverá memória dis- 
ponível que ‘eu era’ e ‘eu tinha’ essas experiências, a própria 
memória será apagada. 
 
O conhecimento ‘eu sou’ é a mesma semente de memória 
e toda informação funciona através dele, que constitui a base da 
mente. Ele está vinculado para se cansar fora e, consequente- 
mente há sono, caso contrário morreria se você não dormisse. 
Mas sono não é a partida completa do ‘eu sou’ é só suspenso e, 
após o sono torna-se revigorado e inicia a sua atividade nova- 
mente mantendo a continuidade. Não é de admirar se o seu 
nome é chamado em voz alta em sono e você acorda e responde 
dizendo ‘sou eu’! A morte física é a partida total do ‘eu sou’ e 
nada é mantido. Para o que ‘Realizou o Um’ que transcendeu o 
‘eu sou’, a memória e o ‘eu sou’ está disponível a ele, ele pode ou 
não usá-los, eles não são ‘hospedado’ mais nele. Apenas o que 
‘Realizou o Um’ pode entender este estado. 
 
 
 
36 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
34 
 
Com a chegada do conceito primário ‘eu sou’, o tempo come- 
çou, com a sua partida o tempo vai acabar, você o Absoluto 
não é o conceito primário ‘eu sou’. 
 
O ‘eu sou’ é o motor de arranque, o iniciador, o início de 
tudo, incluindo o tempo. Na verdade toda medida começa com 
o ‘eu sou’ e toda medida incluindo o tempo termina com a sua 
partida. É o conceito primário sobre o qual é construída a man- 
são inteira de outros conceitos. O conhecimento ‘eu sou’ e espaço 
surgiram simultaneamente e espontaneamente em você, o Abso- 
luto, a quem está à parte. 
 

 
35 
 
Quando você sabe tanto o ‘eu sou’ e o ‘eu não sou’, então você 
é o Absoluto que transcende tanto a sabedoria e não sabedo- 
ria. 
 
Conforme você permanecer no ‘eu sou’ por um longo 
tempo você deve também perceber o estado de ‘eu não sou’, ou 
haverá um estado de ‘saber’ e ‘não-saber’. Ambos os estados são 
estados de consciência em sua pureza, pois eles são os primór- 
dios da dualidade. A mesma chegada do conceito de ‘eu sou’ im- 
plica o ‘eu não sou’ escondido nele ou ‘saber’ tem ‘não-saber’ im- 
plícito nele, eles são opostos, são pares e sempre andam juntos e 
são impossíveis de separar. Mas você é o Absoluto que trans- 
cende a ambas; você é a testemunha de ambos estados, eles só 
apareceram em você, nunca pertenceram a você e são ilusórias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
36 
 
Aparecimento e desaparecimento, nascimento e morte são 
qualidades do ‘eu sou’, eles não pertencem a você, o Abso- 
luto. 
 
Vindo, aparecimento ou nascimento e indo, desapareci- 
mento ou morte são qualidades do ‘eu sou’, a consciência ou o 
estado de ser que só aparentemente parecem ter surgido em sua 
verdadeira natureza. Você é o Absoluto e nenhumas dessas qua- 
lidades pertencem a você, de fato elas nunca realmente ocorre- 
ram, mas só parece ser assim. 
 

 
37 
 
Do nada, o ‘eu sou’ ou estado de ser veio, não há nenhum in- 
divíduo, é o conhecimento ‘eu sou’ e não o indivíduo que tem 
voltar para fonte. 
 
É muito difícil formular quaisquer descrições ou palavras 
para o estado antes do ‘eu sou’ ou estado de ser. Algumas pala- 
vras que têm sido comumente utilizadas são: nada, vacuidade, 
plenitude, vazio, eternidade, totalidade ou mesmo Absoluto ou 
‘Parabrahman’. Seja qual for a palavra, o ‘eu sou’ parece ter sur- 
gido sobre elas e às vezes é chamado de sua fonte. O indivíduo 
vem mais tarde no quadro e quando você volta nele é o puro ‘eu 
sou’ ou estado de ser que resta, assim este conhecimento ‘eu sou’ 
que tem que voltar para fonte. Não há dúvida de um indivíduo 
inexistente em qualquer lugar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
38 
 
Ao meditar sobre o conhecimento ‘eu sou’ que gradualmente 
se estabelece em sua origem e desaparece, então você é o Ab- 
soluto. 
 
Seu foco deve ser todo no conhecimento ‘eu sou’. Cons- 
tantemente, sem pausa, se mantenha meditando nele. Quando 
um objeto permanece em foco por um período prolongado, há 
uma boa chance dele desaparecer, que está prestes a acontecer 
uma vez que é o seu oposto. De apenas ‘ser’ para ‘não-ser’ de ‘eu 
sou’ para ‘eu não sou’, quando isso acontece, nada permanece 
mais, então você é o Absoluto, em silêncio, calmo, sem qualquer 
movimento ou experiência. 
 

 
39 
 
Vá conhecer o ‘eu sou’ sem palavras, você deve ser isso e não 
desviar dele nem por um momento, e então ele irá desapare- 
cer. 
 
O conhecimento ‘eu sou’, a que você tem que voltar, é o 
primeiro que apareceu em você e você veio, a saber, que ‘você é’. 
No momento que você não sabia nada sobre as palavras ou a lin- 
guagem, a sensação de ser era não-verbal. Você vai ter que apli- 
car-se para agarrar este estado de novo, você viveu neste estado, 
foi o período de quando o ‘eu sou’ surgiu, até o momento que foi 
ensinado a se comunicar verbalmente usando palavras. Volte a 
esse estado e não se desvie de lá nem por um momento, você tem 
que reviver esse estado, só então você vai entender isso e então 
ele irá desaparecer! 
 
 
 
 
 
 
 
39 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
40 
 
Com o transcender da experiência primária ‘eu sou’ todas as 
experiências vão desaparecer e apenas restará o Absoluto. 
 
O surgimento do sentido de ser ou o sentimento não-ver- 
bal ‘eu sou’ foi sua primeira ou primária experiência. Sem esta 
primária experiência nenhuma das outras experiências teria se- 
guido, você tinha que ‘ser’ antes de qualquer coisa poder ser. 
Mas à medida que sua permanência no ‘eu sou’ torna-se firme 
por seu ‘Sadhana’ (prática) uma etapa chega quando o ‘eu sou’ 
cai e com todas as experiências ou memória vão desaparecer dei- 
xando-o em seu verdadeiro estado o Absoluto. 
 

 
41 
 
Em seu verdadeiro estado surgiu este princípio sutil ‘eu sou’, 
que é a causa de todo o mal. Nenhum ‘eu sou’, nenhuma per- 
gunta de dano. 
 
Este princípio sutil ‘eu sou’, que é mais sutil do que a 
mente, apareceu no seu verdadeiro estado. Depois que ele apa- 
receu, permaneceu em um estado puro por algum tempo e então 
começou o acúmulo de palavras, linguagem e conceitos. O ‘eu 
sou’ agora era verbal e identificou-se com o corpo, você tornou- 
se ‘isto e aquilo’ vivendo neste mundo como uma pessoa. Sua 
mente desenvolveu e tornou-se uma oficina de danos, mas a 
causa foi o ‘eu sou’. Agora você tem que voltar para ‘eu sou’, o 
principal semeador de dano, medite nele e realize sua falsidade 
e ele desaparecerá. Você agora transcendeu o ‘eu sou’, então 
onde está a questão de qualquer dano? 
 
 
 
 
 
 
 
40 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
42 
 
Tudo o que você tenta se tornar não é você, antes mesmo que 
as palavras ‘eu sou’ foram dita, você é. 
 
Basta olhar para esta perseguição louca que você foi en- 
tregando-se ou foram condicionados ao entrar na sociedade: ‘eu 
sou isto e aquilo’, ‘eu devo ser isto’ ou ‘eu devo ser aquilo’ ambi- 
ção, status, nome, fama e que não! É muito natural, você está ten- 
tando se tornar o que não é. Mesmo antes que você possa dizer 
ou sentir o ‘eu sou’, você é! Este sentimento ‘eu sou’ apareceu em 
seu verdadeiro estado e é dependente, transitório e falso. A iden- 
tificação do ‘eu sou’ com o corpo o enganou completamente e 
agora você está preso. Entenda tudo isso e saia disto. 
 

 
43 
 
O hábito raiz é o ‘eu sou’ e que surgiu a partir do domínio dos 
cinco elementos e três qualidades que são irreais. 
 
O ‘eu sou’ é a essência dos cinco elementos e três quali- 
dades que compõem o corpo e a mente e todos estes são irreais. 
Por que eles são irreais? Porque eles são interdependentes,mu- 
dando constantemente e o real não é dependente e nunca muda. 
Este conhecimento essencial ‘eu sou’ tornou-se um hábito raiz 
em você e o enganou fazendo acreditar que você é uma pessoa 
com um corpo, nasceu neste mundo e que vai morrer um dia. 
Este hábito tem raiz tão profundamente enraizada em você que 
é muito difícil de não acreditar nele. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
44 
 
Permaneça no conhecimento ‘eu sou’ sem se identificar com o 
corpo. Como você funcionava antes da chegada do conheci- 
mento ‘eu sou’? 
 
Para entender isso, você terá que voltar novamente, apli- 
car a sua mente e apenas tentar lembrar o momento em que você 
veio, a saber, que ‘você é’. Isso ocorreu por volta de três anos de 
idade, mas antes disso você ainda estava funcionando sem qual- 
quer problema desde a concepção até a chegada do ‘eu sou’. E 
sobre as coisas antes da concepção? Você alguma vez pensou 
qualquer coisa sobre isto? Você não tinha qualquer requisitos, 
mesmo após a chegada do ‘eu sou’ em seu estado não-verbal nas- 
cente não havia problemas. Durante esse período livre da pala- 
vra ‘eu sou’ você não estava ciente de nada do corpo, é aí que 
você tem que voltar e residir. 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
45 
 
O estado de ser, que é a mensagem ‘eu sou’, sem palavras, é 
comum a todos, a mudança começa apenas com o fluxo- 
mente. 
 
Essa fase, quando a mensagem ‘eu sou’ tinha acabado de 
chegar e era livre de palavra é comum a todos. Todo mundo 
passa por esse período, o estado não-verbal, apenas de saber que 
‘você é’ ou ‘eu sou’. Nesta fase, só existe o oposto ‘você não é’ ou 
‘eu não sou’. Seus movimentos de ‘eu sou’ para ‘eu não sou’ ou 
vice-versa ocorre espontaneamente sem nenhuma vontade. Mu- 
danças começam assim que são ensinadas palavras ou lingua- 
gem e muito em breve os conceitos assumem, sua vida verbal ou 
o fluxo mente começa. Junto com estes vêm os três estados de 
estar acordado, sonhando ou sono profundo e você acredita que 
é um indivíduo com um corpo e uma mente funcionando neste 
mundo. Agora, você encontra o Guru e ele lhe diz para redesco- 
brir este sem palavras a muito tempo perdido, nascente ‘eu sou’. 
Ele ainda está lá e você tem que reviver isto - isso é a ‘Sadhana’ (a 
prática). 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
46 
 
A crença no ‘eu sou’ como um corpo, como um indivíduo é a 
causa de todo o medo, na ausência do ‘eu sou’, quem é que 
teme o que? 
 
Esta crença de que ‘eu sou isto e aquilo’ com a mente e o 
corpo, um indivíduo que vive neste mundo e na sociedade é a 
causa de todo o medo. Os medos são muitos e diversos, é o medo 
da morte, perda de riqueza, perda de entes próximos e queridos 
e, depois, há o medo da falta de saúde, caindo em descrédito e 
muitos, muitos pequenos que ocorrem e mudam de momento a 
momento. Mas, para quem já percebeu que o ‘eu sou’ é falso - e 
uma vez que todos os medos são baseados no ‘eu sou’ não há 
mais medo. Obviamente, se não há nenhum indivíduo, quem é 
que teme o que? 
 

 
47 
 
Tente estabiliza-se no primário conceito ‘eu sou’, a fim de 
perder isso e estar livre de todos os outros conceitos, em desa- 
creditar a irrealidade do ‘eu sou’ você é totalmente livre. 
 
Você está em turbulência, está em desespero, está com 
medo, e está incomodado com toda essa bagunça que vê ao seu 
redor. Procura a liberdade de tudo isso. Você encontra o Guru, 
em alguma forma, seja humana ou suas palavras registradas em 
livros, e ele explica para você tudo sobre o ‘eu sou’ e suas impli- 
cações. Uma vez que ele fez isso, agora depende de você fazer o 
que ele diz. Venha para o conceito primário ‘eu sou’, permaneça 
nele e compreenda a sua irrealidade e seja totalmente livre. Te- 
nha sempre em mente que o que o Guru diz vem de sua própria 
experiência e não de boatos. 
 
 
 
 
44 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
48 
 
Sentado calmamente, ser um com o conhecimento ‘eu sou’, 
você vai perder toda a preocupação com o mundo, então o ‘eu 
sou’ também vai, deixando-o como o Absoluto. 
 
Você foi tão longe do primário ‘eu sou’ que acha que é 
quase impossível separar-se da selva conceitual que está preso. 
A maioria de nós é tão profundamente enredada neste mundo 
que não há tempo para pensar em tudo isso. Somente aqueles 
que são sensíveis e atentos ou já enfrentaram uma crise na vida 
que percebe a futilidade de tudo isso. Assim começa a busca de 
sua verdadeira identidade e do sentido da vida. O conselho do 
Guru é muito simples: primeiro você tem que entender o ‘eu sou’ 
como o conceito primário e raiz de todos os problemas. Então 
você tem que sentar-se calmamente e tornar-se um com o conhe- 
cimento ‘eu sou’. Ao fazê-lo você vai perder toda a preocupação 
com o mundo. Então, espontaneamente, se você tem sido sincero 
em sua permanência, o ‘eu sou’ cairá deixando-o livre como o 
Absoluto. 
 

 
49 
 
Deixando de lado tudo, estabilize no ‘eu sou’. Enquanto você 
continua com esta prática, no processo você irá transcender o 
‘eu sou’. 
 
Basta jogar lado tudo aquilo que não seja o ‘eu sou’, obti- 
nha a sua auto firmeza estabelecida aqui. Uma e outra vez, repe- 
tidamente e incansavelmente você tem que continuar com a prá- 
tica de se estabilizar no ‘eu sou’. Então, em algum momento, 
quando o Deus ‘eu sou’ estiver satisfeito com você, ele lhe liber- 
tará do seu estrangulamento e você vai transcendê-lo e tornar-se 
o Absoluto. 
 
 
 
45 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
50 
 
A essência dessa consciência é a qualidade ‘eu sou’, não há 
nenhuma personalidade ou indivíduo lá, resida lá e trans- 
cenda. 
 
O sentimento de que ‘você é’ ou ‘eu sou’ é a essência 
dessa consciência e comum a todos. É lá na essência na sua pu- 
reza absoluta, sem apêndices ou complementos, e nesse estado 
não há dúvidas de qualquer individualidade ou personalidade. 
Todos os seus esforços devem ser direcionados para chegar a 
esse estado puro de ‘eu sou’ e residi aí apenas. Se você fizer isso 
com grande sinceridade e seriedade será obrigado a transcender 
o ‘eu sou’ um dia. Assim, compreenda a importância da sinceri- 
dade no ‘ser’. 
 
 

 
51 
 
Adore o conhecimento ‘eu sou’ como Deus, como seu Guru, a 
mensagem de ‘eu sou’ está lá, o fluxo mente está lá, perma- 
neça no ‘eu sou’ e realize que você é nenhum. 
 
Você não deve apenas compreender o ‘eu sou’, mas tam- 
bém realizar a sua extrema importância. Tudo é criado pelo ‘eu 
sou’, adore-o como Deus. É o único meio para seu caminho para 
fora, assim trate-o bem como seu guia ou Guru. Para começar 
com o que você tem, mas o conhecimento ‘eu sou’ - somente sem 
palavras? Depois vem o verbal ‘eu sou’, o seu encontro de con- 
ceitos e, assim, começa a fluxo mente. Agora inverta este fluxo 
mente, venha para o verbal ‘eu sou’ e passe por ele e se estabilize 
no não-verbal ‘eu sou’. Neste processo, você deve realizar que 
você é nenhum deles. 
 
 
 
 
 
46 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
52 
 
Atualmente você está sustentando a memória ‘eu sou’, você 
não é este ‘eu sou’, você é o Absoluto antes deste ‘eu sou’. 
 
Para a continuação de sua vida inteira como um indiví- 
duo você tem que manter a memória ‘eu sou’ e é exatamente o 
que você está fazendo, embora pode não estar ciente disso. 
Agora que ele foi apontado a você pelo Guru, venha para o ‘eu 
sou’ e veja como ele tem o enganado fazendo acreditar em algo 
que você não é! Você não é o ‘eu sou’, mas muito antes dele - o 
Absoluto! Algo que sempre foi e sempre será, somente escorre- 
gou de sua mente. Agarre este Ser Verdadeiro e esqueça todo o 
resto. 
 
 

 
53 
 
Você sente o ‘eu sou’, devido os cinco elementos e três quali- 
dades, quando eles se forem, o ‘eu sou’ vai, mas você ainda 
está silenciosamente lá. 
 
Este sentimento de que ‘você é’ ou ‘eu sou’ é devido ao 
corpo-mente, que é um composto de cinco elementose as três 
qualidades. O corpo, juntamente com os elementos e as qualida- 
des, é perecível, assim você pode ver isto tudo, o ‘eu sou’, os ele- 
mentos e as qualidades são interdependentes e destrutíveis. Jul- 
gando este critério como pode tudo isso ser real? A Verdade ou 
o real nunca é dependente nem é destrutível e isto é o que você 
é. O corpo, os elementos e as qualidades podem ir e vir, mas você 
está lá para sempre, porque você não é nenhum desses. 
 
 
 
 
 
 
 
47 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
54 
 
Mantenha-se focado no ‘eu sou’, até se tornar uma testemu- 
nha disso, então você permanece separado, você terá alcan- 
çado o mais alto. 
 
Por um momento, ou por quanto tempo você acreditar 
que é o corpo-mente, você deve continuar com a meditação. Du- 
rante a meditação, apenas mantenha-se focado no ‘eu sou’ sem 
palavras. Tal como o seu ‘Sadhana’ (prática) amadurece, você 
deve se tornar uma testemunha do ‘eu sou’. No momento que 
isso acontecer, você permanece separado do ‘eu sou’ e este é o 
maior estado que você pode alcançar. 
 
 

 
55 
 
Este conhecimento ‘eu sou’ saiu do estado antes dele e agora é 
a causa de todo o sofrimento, antes do ‘eu sou’ surgir você es- 
tava feliz, assim volte. 
 
Se você é sensível e atento o suficiente, você pode muito 
bem discernir que este conhecimento ‘eu sou’ tem surgido sobre 
o estado anterior a ele. Este sentido de ‘ser’, saber que ‘você é’ ou 
‘eu sou’ apareceu espontaneamente e tornou-se a causa de todo 
o sofrimento. Você experimentou esses estados do período da 
concepção até o aparecimento do ‘eu sou’, ou em sono profundo, 
onde o ‘eu sou’ está adormecida ou está suspenso. Durante qual- 
quer um desses estados houve qualquer sofrimento ou preocu- 
pação? O Guru tornou tudo isso claro para você e agora lhe diz 
para voltar e permanecer no ‘eu sou’ e transcendê-lo para sempre 
e ser feliz. 
 
 
 
 
 
 
48 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
56 
 
Quando você permanecer no ‘eu sou’ perceberá que tudo, 
além disso, é inútil, e então você é Parabrahman, o Absoluto. 
 
Entendendo o ‘eu sou’ e habitando nele é o único ‘Sad- 
hana’ (prática) que tem de ser feito. Tal como o seu ‘Sadhana’ ama- 
durece você se torna uma testemunha do ‘eu sou’ e pode muito 
bem ver que ele é falso. No processo, também vê que tudo saiu 
do ‘eu sou’ e é, portanto, baseada na mentira, então ele automa- 
ticamente se torna inútil. Você é, ou o tempo todo sempre foi, o 
Parabrahman ou o Absoluto. Como pode qualquer coisa ser útil 
para o Ser sem forma? 
 
 

 
57 
 
Aquele que permanece naquele princípio pelo qual ele co- 
nhece ‘eu sou’, conhece tudo e não precisa de nada. 
 
Aquele que transcendeu o ‘eu sou’ é o Absoluto, ele sabe 
que o conhecimento ‘eu sou’ só apareceu espontaneamente sobre 
ele, é totalmente falso e vai desaparecer espontaneamente. Ele 
conhece a raiz ou a semente muito bem, portanto, ele conhece 
tudo. Aquele que permanece no seu Verdadeiro Eu não precisa 
de nada, ele está acima de necessidades e exigências. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
58 
 
Basta sentar e saber que ‘você é’ o ‘eu sou’ sem palavras, nada 
mais tem que ser feito; logo você vai chegar ao seu estado na- 
tural Absoluto. 
 
Não há como escapar do ‘Sadhana’, você realmente tem 
que ir atrás desse conhecimento ‘eu sou’. Em certo sentido, não 
há nada fisicamente para ser feito. Você precisa de esforço para 
saber que ‘você é’? É auto-evidente. A questão é apenas sentar- 
se calmamente e voltar para o ‘eu sou’ sem palavras. Se isto é 
realizado sinceramente e feito corretamente - ou seja, através da 
plena compreensão do ‘eu sou’ e todas as suas implicações - não 
levaria muito tempo para chegar ao seu estado natural Absoluto. 
 

 
59 
 
Erroneamente você entregou este conhecimento ‘eu sou’ para 
o corpo e, assim, reduziu o ilimitado ao limitado, por isso, 
você tem medo de morrer. 
 
Basta tentar lembrar o momento em que veio, a saber, que 
‘você é’ ou quando o conhecimento ‘eu sou’ apareceu. Inicial- 
mente, naquela fase nascente você somente conhecia o ‘eu sou’ 
e, periodicamente, você passava para o estado de ‘eu não sou’. 
Isso durou por algum tempo e depois, os pais, as pessoas e o am- 
biente ao seu redor começaram a invadir a pureza do seu ‘eu 
sou’. Você foi feito para usar o uniforme ou traje de ‘fulano de 
tal’ e aqui começou todo o erro. O ilimitado foi reduzido ao limi- 
tado e que se tornou um indivíduo encaixado em um corpo. Lhe 
disseram que tinha nascido e você deduziu que iria morrer um 
dia. Você ama este ‘eu sou’ este ‘estado de ser’, não quer perdê- 
lo a qualquer custo e, portanto, o medo da morte prevalece. 
 
 
 
 
 
50 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
60 
 
Você tem que perceber que você não é o corpo ou o conheci- 
mento ‘eu sou’. Você como o Absoluto é nenhum, nem os re- 
quer. 
 
Quando o conhecimento ‘eu sou’ surgiu, você não sabia 
o que era, ele era apenas um sentimento que ‘você é’ - absoluta- 
mente não-verbal. Você nem sabia se era real ou irreal, ele estava 
lá. Quando a verbalização foi empurrada em você, você cometeu 
o primeiro erro de acreditar que o ‘eu sou’ era o ser real. O se- 
gundo erro, que foi martelado em você, foi o de acreditar que 
você é uma pessoa que nasceu com um corpo e vive neste 
mundo. Deduziu que você morreria um dia por ver as pessoas 
ao seu redor morrerem e essas crenças ficaram mais fortes ao ver 
nascimentos e mortes que ocorrem ao seu redor quase todos os 
dias. O que o Guru diz agora que desafia tudo isso, que você não 
é nem o corpo nem o conhecimento ‘eu sou’. Ele diz que você é 
o Absoluto sem forma e não precisa de qualquer um deles e que 
você nunca foi deles. O Guru pode dizer, pois isto é a sua reali- 
zação e você tem que ter fé em suas palavras. 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
51 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
61 
 
Investigar a validade do conceito fundamental de sua indivi- 
dualidade, o ‘eu sou’, e ele vai desaparecer, então você é Para- 
brahman, o Absoluto. 
 
Se o que você acredita ser, atualmente, é falso, qual é o 
meio a ser adotado, a fim de realizar a sua verdadeira identi- 
dade? A auto-investigação é o meio que o Guru sugere, você tem 
que investigar a questão: ‘Quem sou eu?’ Ao fazê-lo chega ao 
conceito fundamental do ‘estado de ser’ ou o ‘eu sou’, sobre a 
qual repousa tudo. Lhe diz agora que medite sobre este ‘eu sou’, 
fique lá, permaneça nele por um período de tempo razoável. Tal 
como o seu ‘Sadhana’ (prática) amadurece, um dia virá em que o 
‘eu sou’ vai desaparecer e então você é o Absoluto. Por meio da 
negação você afirma seu ser verdadeiro, tentar perceber a afir- 
mação escondido na negação do ‘eu sou’. 
 
 

 
62 
 
O essencial para ser convencido é que o conceito original ‘eu 
sou’ é falso, apenas aceite que é útil para este desenvolvi- 
mento. 
 
O conhecimento ‘eu sou’ entrou de repente em você, você 
nunca pediu e ele manteve-se como tal por algum tempo. O con- 
dicionamento mundano gradualmente se estabeleceu como um 
conceito firme e que você não está pronto agora para separar ou 
descrer. Mas a chave para toda a sua redenção está em perceber 
que este conceito original ‘eu sou’ é totalmente falso e é o cul- 
pado que te enganou. Acabe com isso e não aceite qualquer coisa 
que não vá de encontro com o seu desenvolvimento de que a 
convicção ‘eu sou’ é ilusório. 
 
 
 
52 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
63 
 
Antes ocorreu a si mesmo como ‘eu sou’ que era o mais alto: 
Parabrahman. Agora, até a impureza de ‘eu sou o corpo’ desa- 
parece, fique parado na quietude ‘eu sou’. 
 
Você vai ter que aplicar a sua mente e voltar para o mo- 
mento em que veio o primeiro conhecimento que ‘você é’ ou ‘eu 
sou’ apareceu em você. Agora é só esperar aqui ... antes disto o 
que você era? Volte mais ... antes da concepção o que era ou onde 
você estava. Nada! É isso! Você era o mais alto, o Absoluto ou o 
Parabrahman. Ésó essa ausência total que não exige nada, não 
tem forma, livre e, acima de tudo. Neste estado sem pátria apa- 
receu o ‘eu sou’ e agarrou-se ao corpo e acreditou ‘eu sou o 
corpo’. Esta ideia é uma impureza, acabe com ela e permanecer 
na quietude e no silêncio do puro ‘eu sou’ sem palavras, só então 
você tem uma chance de chegar a sua verdadeira identidade. 
 
 

 
64 
 
Sua queda começou com o aparecimento do ‘eu sou’, então 
você errou, abraçando o corpo como ‘eu sou’, tudo o que se re- 
uniram depois disso é irreal. 
 
O aparecimento do ‘eu sou’ foi a primeira decepção, mais 
decepção seguiu quando o ‘eu sou’ abraçou o corpo. Este é o 
fundamento enganoso que o levou a cometer erros e construir 
sobre ele essa mansão de sua individualidade. Seu muito básico, 
o ‘eu sou’, é falso ou irreal, assim como pode qualquer coisa que 
se seguiu depois disso ser real? Basta ver como foi enganado fa- 
zendo-o acreditar em algo que é totalmente irreal. 
 
 
 
 
 
 
53 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
65 
 
Isso não é brincadeira, você pode se tornar Parabrahman 
agora mesmo! Você é Parabrahman agora mesmo! Apenas se 
concentre sua atenção no ‘eu sou’. 
 
O conceito de ter nascido como um indivíduo com um 
corpo e mente tem sido tão fortemente martelado e você simples- 
mente se recusa aceitar qualquer coisa que desafie isto. Em tal 
estado de ser, a verdade de que você é o Absoluto ‘Parabrahman’ 
neste exato momento pode parecer exagero, ou como uma piada. 
Você pode até mesmo tornar-se ele agora mesmo, simplesmente 
focalizando sua atenção no ‘eu sou’. No momento em que per- 
manecer além do ‘eu sou’ como testemunha disto. Agora, quem 
é essa testemunha? 
 
 

 
66 
 
Quem tem o conhecimento ‘eu sou’? Alguém em você sabe o 
conhecimento ‘eu sou’, ‘você é’. Quem é ele? 
 
Enquanto você mantem o foco no ‘eu sou’, a pergunta 
‘Quem está assistindo o ‘eu sou’?’ irá ocorrer para você. Tem que 
haver alguma coisa em você que conhece o ‘eu sou’ ou que ‘você 
é’. Como é que ‘você não estava’ e agora ‘você é’? Esta transição 
do ‘eu não sou’ para ‘eu sou’, como aconteceu? Houve alguma 
vontade nele ou aconteceu espontaneamente? Quem é que sabe 
desse aparecendo e desaparecendo de ‘eu sou’? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
54 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
67 
 
Quem pode saber o estado ilusório ‘eu sou’? Apenas um es- 
tado não-ilusória pode fazê-lo, é a consciência, o Parabrah- 
man, ou o Absoluto. 
 
Tem que haver um fundo imutável que observa todas as 
mudanças. ‘Saber’ e ‘não-saber’, ‘ser’ e ‘não-ser’, ‘eu sou’ e ‘eu 
não sou’, estes são todos os estados de consciência que ocorrem 
em um substrato imutável. Somente um estado não-ilusória é ca- 
paz de saber o estado ilusório. Este estado real ou não ilusório 
tem sido chamado de Consciência, o Absoluto ou o Parabrahman. 
Em seu estado original, é desprovido de qualquer conteúdo ou 
experiência, estes ocorrem apenas após o aparecimento do ‘eu 
sou’. 
 

 
68 
 
O conceito primário ‘eu sou’ é desonesto, uma fraude. Ela tem 
o enganado fazendo-o acreditar que não é. Concentre-se acen- 
tuadamente no ‘eu sou’ e ele vai desaparecer. 
 
O ensinamento diz que primeiro você deve abrir um in- 
quérito sobre a natureza deste conhecimento ‘eu sou’, como ele 
apareceu em você e para onde te conduz. No processo desta in- 
vestigação que pousa em cima da conclusão de que este ‘eu sou’ 
é falsa e tem o enganado fazendo-o acreditar em algo que não é 
verdade. Você pode, teoricamente, de acordo com esta conclu- 
são, mas a fim de realmente entendê-la você tem que manter um 
foco por um período prolongado no ‘eu sou’. Você tem que fazer 
isso várias vezes, na verdade, esta é a ‘Sadhana’ (prática). Qual 
será o resultado de tudo isso? Um momento virá quando o ‘eu 
sou’ vai desaparecer e você vai acabar no seu verdadeiro estado 
natural. 
 
 
 
55 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
69 
 
Finalmente, você tem de transcender o ‘eu sou’ para entrar no 
estado livre de conceito (Parabrahman), onde você nem sabe 
que você é! 
 
Em última análise, qual é o objetivo de toda a ‘Sadhana’ 
ou ‘Prática’, o que não pode ser evitado? Após a compreensão do 
conhecimento ‘eu sou’ completamente, você vai ter que meditar 
sobre ele. Você simplesmente não pode contornar este passo. A 
ideia é a de transcender o conceito primário ‘eu sou’, só então vai 
estar livre de todos os conceitos e entrar no seu verdadeiro es- 
tado natural Parabrahman. Este estado é sempre prevalecendo, 
agora, neste exato momento em si! Na verdade, você nunca es- 
teve fora dele. Neste estado não há conceitos, portanto, é despro- 
vido de conteúdo e não há dúvida de qualquer experiência, as- 
sim você não vai nem saber que você é. 
 
 

 
70 
 
O Absoluto ou o Parabrahman é anterior ao ‘eu sou’, é o es- 
tado não-nascido, assim como pode ter o conhecimento ‘eu 
sou’? 
 
Seu verdadeiro estado natural, Absoluto ou Parabrahman 
é antes do aparecimento do conhecimento ‘eu sou’. É o estado 
que sempre prevalece e não conhece nascimento ou morte. Tudo 
o que é conhecido ou visto apenas parece ter ocorrido nele com 
o conhecimento ‘eu sou’ como base para a propagação, que é 
tudo uma ilusão. Mas uma vez que a ilusão se foi como ele pode 
ter o conhecimento ‘eu sou’? Não precisa nem deste conheci- 
mento, pois é o estado não-nascido. Você deve ter uma convicção 
firme e chegar à conclusão de que você é não-nascido. 
 
 
 
56 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
71 
 
No momento em que todos sabem é o ‘eu sou’, que é um pro- 
duto dos cinco elementos, três qualidades ou o corpo de ali- 
mentos, mas você é nenhum desses. 
 
O ‘eu sou’ emana dos cinco elementos e três qualidades 
que compõem o corpo-mente, que também pode ser chamado de 
o corpo de alimentos. É o alimento que sustenta o corpo usando 
a respiração vital. O ‘eu sou’ é a própria essência do corpo de 
alimentos, que é um composto de elementos e qualidades. Con- 
siderando que isto é nada mais que um conjunto que vai se de- 
sintegrar, um dia, ele é dependente e transitório e, portanto, não 
se qualifica como o real ou a verdade. Mas para entender a irre- 
alidade de tudo isso, especialmente o ‘eu sou’, você tem que me- 
ditar sobre isso, então vai saber que você é nenhum desses. Na 
verdade você nunca foi qualquer um destes, era o jogo enganoso 
do ‘eu sou’ que o fez acreditar no que você não é. 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
57 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
72 
 
Aquele que realizou o conhecimento ‘eu sou’, o que significa 
transcendê-lo, bem como, para ele, não há nascimento ou 
morte, nem a qualquer karma. 
 
Isso é algo muito importante para entender - ou seja, a 
compreensão verbal do conhecimento ‘eu sou’ é completamente 
diferente de sua efetiva realização. Há muitos que vão verbal- 
mente ou teoricamente entender o ‘eu sou’, mas o mais raro dos 
raros vai realizar isso. Por que isso? Porque realizando significa 
transcendê-lo, bem como, o que ‘realizou o um’ não é mais um 
indivíduo, é por isso que o Guru não é um indivíduo. O que ‘re- 
alizou o um’ sabe que ‘eu sou o não nascido’, então não há dú- 
vida de nascimento ou morte para ele. Como pode qualquer 
Karma, resíduo Karmico ou transmigração, como entendido na 
doutrina hindu, ser aplicável ao não nascido? É o fim de tudo! 
 
 

 
73 
 
A ilusão primária é apenas esta sabedoria ‘eu sou’, e que a li- 
beração ocorre quando a sabedoria é transformado em não-sa- 
bedoria. 
 
O culpado-chefe é este sentido de ‘ser’ ou saber ‘eu sou’. 
Libertação significa acabar com o ‘eu sou’, ou o seu completo de- 
saparecimento irreversível. O que isso significa? Um estado com- 
pletamente desprovido de quaisquer conceitos ou qualquer ilu- 
são como o conceito primário ou ilusão ‘eu sou’ transcendido. É 
um estado de não-sabedoria, sem conteúdo e sem experiência. 
 
 
 
 
 
 
 
58 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
74 
 
Você está mesmo antes de poder dizer as palavras ‘eu sou’. 
Testemunharacontece ao estado anterior à sua dizendo as pa- 
lavras ‘eu sou’. 
 
A fonte, substrato ou o fundo tem que estar lá antes de 
qualquer coisa poder aparecer nele. Você diz ‘eu sou’, mas ‘você’ 
é antes disso, só por causa disso que pode dizer ‘eu sou’. Teste- 
munhar acontece a esse estado sem forma, que é anterior a sua 
existência através do ‘eu sou’ que apareceu sobre ele. Esse estado 
não nascido está sempre presente, não é nem o ‘eu sou’ nem re- 
quer o ‘eu sou’, é além das necessidades ou qualquer tipo de de- 
pendência. 
 
 

 
75 
 
Quando o corpo morre o ‘eu sou’ entra em esquecimento e 
apenas o Absoluto permanece. Fique parado lá, nada acontece 
com você o Absoluto. 
 
O ‘eu sou’ é a essência dos cinco elementos e três quali- 
dades que formam o corpo-mente. Quando o corpo cai, o ‘eu sou’ 
desaparece e apenas o Absoluto permanece. Conforme você fica 
parado no ‘eu sou’, um tempo virá em que o ‘eu sou’ vai desapa- 
recer e você permanece como o Absoluto. Você não é o corpo- 
mente, então saiba que não há morte, mas apenas o desapareci- 
mento de ‘eu sou’. Em qualquer caso, o corpo vai cair e ‘eu sou’ 
vai desaparecer sem pedir-lhe, então realize a ‘sua’ relevância, 
antes de você irrelevantemente parta. 
 
 
 
 
 
 
 
59 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
76 
 
Do não-ser ao ser, como é assim? Pelo conhecimento ‘eu sou’. 
Fique lá no ‘eu sou’, então você vai voltar do ser ao não-ser. 
 
A maneira como sai é, a partir do imanifesto para o ma- 
nifesto, a partir da ausência da presença, do não-ser para o ser. 
Como isto é assim? É o conhecimento ‘eu sou’, que, quando apa- 
rece espontaneamente, torna isso possível. Assim, o ‘eu sou’ é a 
ligação ou passagem para dentro, assim também deve ser o meio 
de desconexão ou a passagem para fora. Mas, para essa inversão 
ocorrer você tem que estar no ‘eu sou’, a sensação sem palavras 
‘eu sou’ deve engoli-lo completamente, só então vai estar livre 
de suas garras e entrar no não-ser. 
 
 

 
77 
 
Aqui e agora, você é o Absoluto, o Parabrahman. Segure-se 
no ‘eu sou’ com muita firmeza, sempre permaneça nele e ele 
vai se dissolver, então você será como você é. 
 
Neste exato momento você é o Absoluto, ou o Parabrah- 
man, o único problema é que você se desviou para muito longe 
do ‘eu sou’ e se perde nos complementos. Aqui reside o ponto 
crucial de toda a ‘Sadhana’ (prática), onde você tem que cortar 
todos os complementos ou apêndices e chegar ao ‘eu sou’ em sua 
pureza total - ou seja, quando ocorreu-lhe sem palavras. Feito 
isso, agora você tem que segurar o sem palavras ‘eu sou’ muito 
firme e habitar sempre nele, então ele irá desaparecer e você es- 
tará em seu verdadeiro estado natural. 
 
 
 
 
 
 
 
60 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
78 
 
No estado de não-existência, estado de ser como o ‘eu sou’ 
ocorreu, quem é, não é importante, o ‘eu sou’ é importante, fi- 
que lá. 
 
Você nunca nasceu. Este conhecimento ‘eu sou’ ocorreu 
espontaneamente em seu estado por nascer, sem qualquer mo- 
tivo, apenas como um sonho que ocorre espontaneamente, sem 
razão e vontade. A pessoa chamada ou quem passou a ser não 
tem importância: é a sensação de ‘eu sou’, que em seu estado 
nascente sem palavras é importante, você tem que residir lá. 
 
 

 
79 
 
Primeiro veio o ‘aham’ como ‘eu sou’, então ‘aham-akar’ 
(identificação com o corpo, ego), agora volte para ‘aham’, ha- 
bitando lá realize ‘aham-brahmasmi’ 
 
A sensação de ‘eu sou’ ou ‘Aham’ foi a primeiro a apare- 
cer e em seguida, identificado com o corpo se tornou ‘eu sou isto 
e aquilo’ ou ‘Ahamkar’ (Aham = eu sou + Akar = esta forma ou de 
outra ou corpo = Ahamkar ou seja, o Ego). Agora, deixando de 
lado a forma ou corpo ou ‘Akar’, reverta e estabilize no ‘Aham’ ou 
‘eu sou’. Habitando lá realize que ‘Eu sou Brahman’ ou ‘Aham- 
brahmasmi’. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
61 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
80 
 
Você não é nem o ‘eu sou’, nem as atividades realizadas pelo 
estado de ser - você como o Absoluto é nenhum desses. 
 
Esta miragem ‘eu sou’ deve ser entendida juntamente 
com todo o emaranhado de atividades que ele fica envolvido 
dentro de si mesmo. Este ilusório ‘eu sou’ ou ‘estado de ser’ é a 
raiz de tudo, cada atividade que você participar, cada ação que 
você executar tem o ‘eu sou’ como sua base. Você consegue lem- 
brar-se de qualquer atividade antes do aparecimento do ‘eu 
sou’? Não. Então, o que isso sugere? Isso mostra claramente que 
você está além do ‘eu sou’ como o Absoluto. O ‘eu sou’ só apa- 
receu em você e você não tem nada a ver com isso ou suas ativi- 
dades. 
 
 

 
81 
 
Com a transcendência do conhecimento ‘eu sou’, o Absoluto 
prevalece. O estado é chamado Parabrahman, enquanto que o 
conhecimento ‘eu sou’ é Brahman. 
 
É muito importante entender que o conhecimento ‘eu 
sou’ é Brahman. Quando você transcender o ‘eu sou’ você trans- 
cende o estado Brahma e prevalece como Parabrahman ou Abso- 
luto. Brahman é ao mesmo tempo com qualidades (‘Saguna’ Brah- 
man) e sem qualidades (‘Nirguna’ Brahman). Com qualidades ele 
é o mundo manifesto e sem qualidades é o mundo imanifesto. O 
‘eu sou’ e ‘eu não sou’, o ‘saber’ e ‘não-saber’, o ‘ser’ e ‘não-ser’ 
são todos o mesmo. Eles têm sido simplesmente designado 
usando termos opostos. O Absoluto ou estado Parabrahman 
transcende tanto há não dualidade ou os opostos. 
 
 
 
 
 
62 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
82 
 
Como você era antes da mensagem ‘eu sou’? Na ausência da 
mensagem ‘eu sou’ só meu eterno estado Absoluto prevalece. 
 
A investigação tem que começar com a questão de saber 
o que você era antes de nascer. Ou o que e como você estava an- 
tes da vinda da mensagem ‘eu sou’. Na ausência da mensagem 
‘eu sou’ ou, na ausência da sensação de que ‘você é’, você sabe 
alguma coisa? Você não pode, com o desaparecimento do último 
conceito de ‘eu sou’ você é totalmente desprovido de conteúdo. 
Não existe mais experiência, você está vazio! Este é o seu verda- 
deiro eterno estado Absoluto que sempre prevalece. 
 
 

 
83 
 
Quem teria testemunhado a mensagem ‘eu sou’, se o seu es- 
tado anterior de não-estado de ser não estivesse lá? 
 
O próprio responder a tal pergunta, se perguntado com 
uma intensidade profunda, você pode desembarcar no estado 
Absoluto instantaneamente. Prolongada meditação séria sobre o 
‘eu sou’ tem o potencial para tal ocorrência. Mesmo se você não 
pode realmente sentir isso, através da compreensão verbal pura, 
você pode ver que tem de haver ‘alguém’ que testemunha ou co- 
nhece o ‘eu sou’, caso contrário o ‘eu sou’ nunca teria chegado a 
ser. Meditação sobre o ‘eu sou’, que é o ‘Sadhana’ (prática), é a 
chave para conhecer e tornar-se ‘quem você realmente é’. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
63 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
84 
 
Um verdadeiro devoto, permanecendo no conhecimento ‘eu 
sou’, transcende a experiência da morte e alcança a imortali- 
dade. 
 
Quem é um verdadeiro devoto? Aquele que não somente 
entende o ‘eu sou’, mas também habita nele sem desviar dele 
nem por um momento durante um período prolongado de 
tempo. Ele e somente ele que fez essa ‘Sadhana’ (prática) com to- 
tal devoção é um verdadeiro devoto. Um momento de amadure- 
cimento é obrigado a vir e ele vai transcender o ‘eu sou’, então 
vai saber que não há morte e alcançará a imortalidade. Deve-se 
entender que é o ‘eu sou’ que nasce e morre. Você é o Absoluto, 
além do ‘eu sou’. 
 
 

 
85 
 
Segure esta sabedoria ‘eu sou’ sem palavras e todos os segre- 
dos de sua existência será revelado a você. 
 
Este sentimento de ‘ser’, ou ‘sabedoria’, que raiou em 
você, é a melhor notícia possível. A fim de compreender o seu 
verdadeiro significado, que você tem que chegar ao seu mais 
puro estado nascente quando ele estava lá, sem palavras. Uma 
vez que o sem palavras ‘eu sou’ for agarrado, não deixe-o ir, mas 
segurá-lo. Isso é tudo que é requerido de você fazer, nada mais. 
Aos poucos, como a sua permanênciafortalece, todo o segredo 
de sua existência vai se revelar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
64 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
86 
 
O que é isso em você que entende este conhecimento ‘eu sou’ 
sem nome, título ou palavra? Mergulhe no centro mais íntimo 
e testemunhe o conhecimento ‘eu sou’. 
 
Este conhecimento ‘eu sou’ que apareceu em você não 
tem nome, sem palavras, sem tamanho ou forma. Ninguém é 
dono dele, e ele não pode ser entregue a qualquer um. Ele está lá 
por conta própria, sem adjuntos; mergulhe profundamente em 
seu ser, e apenas corte todos os complementos do ‘eu sou’. Se 
isso for feito com destreza você vai perceber o ‘eu sou’ em sua 
gloriosa pureza. Agora, fique lá e se torne um com ele. O ‘eu sou’ 
deve envolve-lo completamente em todos os momentos. Então 
vai saber que existe alguém em você que entende este conheci- 
mento ‘eu sou’, é uma testemunha disso e nunca teve nada a ver 
com isso também. 
 

 
87 
 
Aceite totalmente o conhecimento ‘eu sou’ como a si mesmo, e 
com plena convicção e fé, acredite firmemente no ditado ‘Eu 
sou aquele pelo qual eu sei que eu sou’. 
 
Depois de compreender plenamente o ‘eu sou’, em pri- 
meiro lugar, tem que aceitar que você é o conhecimento ‘eu sou’ 
em sua totalidade. Quando essa aceitação vem através de sua 
prática, o que vai acontecer? Você não vai mais ser um indivíduo, 
a personalidade terá ido. Agora você terá atingido o mais alto 
que é possível a você. Em segundo lugar, permanecendo neste 
estado mais elevado possível de conhecer o ‘eu sou’, vai perceber 
que há alguém que conhece o ‘eu sou’. Até que essa realização 
venha, você deve pelo menos acreditar firmemente no ditado ‘Eu 
sou aquele pelo qual eu sei que eu sou’. 
 
 
 
65 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
88 
 
A realidade prevalece antes do conhecimento ‘eu sou’, você 
deve permanecer parado na origem de sua criação, no início 
do conhecimento ‘eu sou’. 
 
A realidade sempre prevalece, mas não conhece o indo e 
vindo, nascimento e morte, criação e destruição - estes são atri- 
butos do ‘eu sou’. Os atributos da realidade ou o Absoluto, o ‘eu 
sou’ apareceu e um dia desaparecerá. Atualmente você se desvio 
do ‘eu sou’, volte a ele novamente e novamente e tente ficar ali 
por algum tempo. O ‘eu sou’ é o começo, a origem de tudo, e em 
seu estado sem palavras está na proximidade mais próxima da 
realidade. Pelo residir no ‘eu sou’ você tem uma melhor chance 
de chegar ao seu estado natural do que de qualquer outro lugar. 
 
 

 
89 
 
Quando alguém está estabelecido no final, livre estado abso- 
luto, o conhecimento ‘eu sou’ se torna ‘não-conhecimento’. 
 
O estado absoluto é o estado final, ou você pode dizer que 
é o estado desnacionalizado. Após o desaparecimento do ‘eu 
sou’, que foi o principal conceito raiz, não há nenhum conteúdo 
mais. O ‘eu sou’ tendo partido, não há mais dualidade, o conhe- 
cimento ‘eu sou’ torna-se ‘não-conhecimento’, pois não é mais 
necessário. A dissolução do ‘eu sou’ é o fim de toda a experiên- 
cia, assim, quem vai experimentar o que? O conhecimento ‘eu 
sou’ é o iniciador de tudo, na sua ausência, não sobra nada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
66 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
90 
 
O primeiro testemunho é o de ‘eu sou’, o pré-requisito básico 
para todos ainda é o testemunhar, mas quem está testemu- 
nhando o primeiro testemunho ocorrendo do ‘eu sou’? 
 
A primeira coisa que lhe veio a saber foi que ‘você é ‘ou’ 
eu sou ‘. É a primeira coisa que você é uma testemunha, o pré- 
requisito básico e obrigatório para todos que presenciam o que 
está para ocorrer. Uma vez que este ‘eu sou’ toma conta de você 
cresce em proporções gigantescas, esta expansão é tão grande 
que você perde a consciência do ‘eu sou’ de si próprio no pro- 
cesso e se deixa levar sobre suas várias atividades. É o ‘eu sou’ 
que está testemunhando o mundo, mas quem está testemu- 
nhando o ‘eu sou’? Essa é a pergunta para a qual você tem que 
encontrar uma resposta e é para isso que server todo o ‘Sadhana’ 
(prática). 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
67 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
91 
 
A fronteira entre ‘eu sou’ (estado de ser) e ‘eu não sou’ (estado 
de não ser) é o local exato onde desaparece o intelecto. É o es- 
tado ‘Maha-yoga’. Fique lá! 
 
Sua chegada ao ‘eu sou’ sem palavras e em seu estado 
puro, é a primeira coisa para conseguir. Agora, depois de ter che- 
gado aqui você tem que morar ou ficar aqui, isso só será possível 
após repetidas tentativas. Cuidado! Este é um lugar muito escor- 
regadio! A atração da mente ou intelecto é muito forte, não pode 
suportar o ‘eu sou’ muito tempo. Mas uma vez que você se esta- 
bilize lá, o intelecto, sem desaparecer, faz isso também. É so- 
mente após a estabilização no ‘eu sou’ por um período prolon- 
gado que um momento virá quando, muito espontaneamente, 
você também vai saber ‘eu não sou’. Esta é a zona de fronteira e 
o local exato onde ocorre o desaparecimento do intelecto e você 
fica em um estado de ‘não-saber’. Este é chamado ‘Maha-yoga’ ou 
o ‘Grande-yoga’, a união do ‘ser’ e ‘não-ser’ que é difícil de en- 
contrar, portanto, ‘grande’. 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
68 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
92 
 
Reconhecer o Atman através da compreensão do conheci- 
mento ‘eu sou’, o Atma-jnana, que é onipresente, ilimitado e 
infinito. 
 
Uma declaração muito importante foi feita anterior- 
mente, onde o conhecimento ‘eu sou’ foi dito ser ‘Brahman’ e ‘Pa- 
rabrahman’ estando além dele. Outra declaração importante é 
feito aqui, onde o ‘Atman’ ou o Ser é para ser entendido através 
da compreensão do ‘eu sou’. O ‘eu sou’ é o ‘Atman’. O ‘Atman’, 
com qualidades ou identificando-se com o corpo é o ‘Jivatman’ 
(Jiva = ser vivo). O ‘Atman’ sem qualidades é o ‘Nirmalatman’ 
(Nirmal = puro). O ‘Atman’, que transcende ambos é o ‘Parama- 
tman’ (O Ser transcendente final). Conforme você permanece no 
‘eu sou’ você vai conhecer o ‘Atman’ ou o Ser em todos os seus 
aspectos, e isto é Atma-jnana ou auto-conhecimento. É o conheci- 
mento de seu Ser verdadeiro como o Absoluto, que é onipre- 
sente, ilimitado e infinito. 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
69 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
93 
 
Permanecendo com o conhecimento ‘eu sou’ é a verdadeira re- 
ligião de cada um. Dê a honra maior devido a isso. Se o fizer, 
você não vai passar por sofrimento ou morte. 
 
Religião convencional vem depois do ‘eu sou’ antes de 
pertencer a qualquer religião que você tem que ‘ser’ e é só depois 
de ‘você é’ que você é outra coisa. Assim, a verdadeira religião é 
que você esteja dotado com o conhecimento ‘eu sou’ e isso é co- 
mum a todos. Assim permanecer no ‘eu sou’ é a sua verdadeira 
religião e, ao fazer isso você está dando a ele a honra maior de- 
vido a isso. Os benefícios que você vai ter por esta permanência 
no ‘eu sou’ são enormes - você não vai passar por sofrimento ou 
morte. O que mais você quer? 
 
 

 
94 
 
Quem diz: ‘eu não era’ e ‘eu não vou ser’ como o presente ‘eu 
sou’? É o único que foi, é, e para sempre será. 
 
Quando você refletir sobre a questão ‘O que eu era antes 
de nascer? ‘, Você percebe que ‘eu não era’, ou que ‘eu não era 
como eu sou no momento’. Então, como você acredita que ‘você 
é’ no momento, você também percebe, vendo pessoas morrendo 
todos os dias que ‘eu não seria como sou no momento’. Portanto, 
há três coisas: ‘eu não era’, ‘eu sou’ e ‘eu não vou ser’. Quem sabe 
isso? É o Absoluto imutável, o Parabrahman, ou o verdadeiro Eu, 
que era, é, e para sempre será. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
70 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
95 
 
Quando você diz ‘Eu não estava antes da concepção’, você na 
verdade não quer dizer que o presente ‘eu sou’, mas o que 
distingue a ausência do presente ‘eu sou’ estava lá. 
 
Mais uma vez, quando você refletir sobre a questão 
‘Onde eu estava antes da concepção?’, Você imediatamente per- 
cebe que ‘você nãoestava lá’. O que você quer dizer é que você 
não estava lá como atualmente está - isto é, que você não tinha 
formato ou forma ou nome. Há ‘alguém’ que vê a ausência do 
presente ‘eu sou’ e que ‘alguém’ sempre existiu e continuará a 
estar lá, como que ‘alguém’ seja indestrutível: ele é o Absoluto. 
 
 

 
96 
 
Agarrar o conhecimento ‘eu sou’ em meditação e a realização 
ocorrerá que ‘Eu’, o Absoluto, não é ‘guna’ (qualidade) ‘eu 
sou’. 
 
Jogando de lado tudo o que não acompanha ‘eu sou’ re- 
duzir o seu foco para o sem palavras ‘eu sou’. Para isso, você 
teria que aplicar a sua mente, volte e tente lembrar-se do pri- 
meiro momento em que você veio a saber que ‘você é’. Esse pri- 
meiro, nascente, não-verbal ‘eu sou’ é o que tem que ser agarrado 
durante a meditação. Morar lá e não deixá-lo escapar de suas 
mãos. No processo, vai perceber que você como o Absoluto não 
é a qualidade ‘eu sou’, que na verdade pertence ao corpo, com os 
seus cinco elementos, juntamente com as três qualidades. As três 
qualidades que são ‘Sattva’ (conhecimento), ‘Rajas’ (atividade) e 
‘Tamas’ (inércia), de que o ‘eu sou’ é ‘Sattva’. 
 
 
 
 
 
 
71 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
97 
 
Não faça nada, mas fique com o conhecimento ‘eu sou’, o ‘mo- 
olmaya’ -, ou ilusão primária, e então ele irá liberar seu domí- 
nio sobre você e se perder. 
 
Uma vez que você tenha entendido o conhecimento ‘eu 
sou’ não precisa fazer nada, mas apenas permanecer nele. O ‘eu 
sou’ é a ilusão primária ou conceito e é também conhecido como 
o ‘moolmaya’ (a raiz de Maya). No momento você está no aperto 
firme de Maya (ilusão), venha para a raiz desta Maya, que é o ‘eu 
sou’. Permanecendo no ‘eu sou’, na verdade você está agora se- 
gurando Maya pela raiz ou seu pescoço! E o que vai acontecer 
agora? Maya percebe que sua própria existência está em perigo 
e, portanto, libera seu domínio sobre você, foge e desaparece. 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
72 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
 
 
98 
 
Em meditação profunda, infundido apenas com o conheci- 
mento ‘eu sou’, ele será intuitivamente revelado a você a res- 
peito de como este ‘eu sou’ veio a ser. 
 
O Guru, mais uma vez destaca a importância da medita- 
ção para o ‘Sadhak’ (aspirante), e isso, também, não é algo a ser 
feito casualmente, mas de uma maneira muito profunda. O que 
se quer dizer com profunda? Meios profundo que você não sabe 
nada, exceto o sentido ‘eu sou’, por um período prolongado, sem 
ininterrupção de tempo. Sucesso pode ou não vir cedo, mas ele 
vai vir, se você está completamente infundida com o conheci- 
mento ‘eu sou’ com enorme sinceridade e seriedade. E o que será 
revelado para você? O ‘eu sou’ em si vai contar sua história e 
você virá a saber como ele veio a ser. Ou, paradoxalmente fa- 
lando, como o ‘eu sou’ nunca chegou a ser ou nunca foi em pri- 
meiro lugar! É sempre o Absoluto que foi, é, e será para sempre, 
o ‘eu sou’ é apenas uma ilusão que apareceu nele. 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
73 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
99 
 
O conhecimento ‘eu sou’ significa consciência, Deus, Guru, 
Ishwara, mas o Absoluto é nada disso. 
 
O conhecimento ‘eu sou’ é apenas um dos muitos nomes 
que têm sido atribuído a Ele, como a consciência, Deus ou 
Ishwara e Guru. Por que tantos nomes? Porque o ‘eu sou’ é sem 
nome e todos estes nomes vêm por como ele (o conhecimento ‘eu 
sou’) intuitivamente revelou-se a diferentes candidatos a que ha- 
via meditado profundamente sobre o ‘eu sou’. Alguns viram isso 
como Deus, alguns o viram como Brahman, alguns o viram como 
Guru e assim por diante. A revelação final é, naturalmente, que 
você está além de tudo isso e é o Absoluto, o sem forma, o eterno 
e totalmente livre de todos os atributos. 
 
 

 
100 
 
Você tem que entender que o ‘eu sou’ está antes mesmo do 
surgimento de quaisquer palavras, pensamentos ou sentimen- 
tos. 
 
A importância do conhecimento ‘eu sou’ como o primeiro 
ou primordial princípio nunca deve ser esquecido. Para esta con- 
vicção crescer mais forte, a reversão para aquele momento em 
que você veio pela primeira vez a saber que ‘você é’ ou ‘eu sou’ 
é essencial. Quando você faz isso, a pureza do ‘eu sou’ torna-se 
muito claro para você. Você também pode ver muito claramente 
que do jeito que aconteceu o ‘eu sou’ é a primeira e a última coisa 
que você trouxe para este mundo e agora pode levá-lo para fora 
dele. Antes de mais nada - palavras, pensamentos ou sentimen- 
tos - podem existir, devido ao ‘eu sou’ já estar lá. 
 
 
 
 
 
74 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
101 
 
O princípio interior ‘eu sou’ é comum a todos e não tem atri- 
butos, que é o princípio de todo funcionamento. 
 
O conhecimento ‘eu sou’ que alvoreceu em você é de fato 
o princípio interior, através do qual você funciona. Apenas refle- 
tir: pode qualquer coisa ser, se ‘você’ não está lá? O seu ‘ser’ é de 
grande importância para qualquer outra coisa seja ou venha ser. 
Antes da chegada desse conhecimento ‘eu sou’ você sabia al- 
guma coisa? Ou durante o sono profundo, quando o ‘eu sou’ está 
mantido suspenso, você sabe alguma coisa? Este princípio inte- 
rior ‘eu sou’ não pertence a qualquer indivíduo em particular, 
mas é comum a todos e não tem atributos. 
 
 

 
102 
 
Identifique-se com o mais elevado princípio em você que é o 
conhecimento ‘eu sou’. Isso vai elevar você ao status de ‘Bri- 
haspati’ - o guru dos deuses. 
 
Torne-se completamente um com o conhecimento inte- 
rior ‘eu sou’, é o princípio mais elevado possível em você. Pri- 
meiro você deve ser capaz de ver muito claramente que existe 
algo chamado de conhecimento ‘eu sou’ em você - ou seja, não é 
só para identificá-lo, mas compreendê-lo em sua totalidade. Em 
seguida, vem ‘Sadhana’ (prática), onde você começa permanecer 
no ‘eu sou’, e isso, em sua fase aguda, resulta em se tornar um 
com o ‘eu sou’, apenas o ‘eu sou’ não restando mais nada. O Guru 
diz, que isso vai elevar você para o status mais elevado possível, 
o que ele chama de ‘Brihaspati’, ou seja, o maior guru, o guru dos 
deuses. 
 
 
 
 
 
75 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
103 
 
Esta sabedoria ‘eu sou’, que veio espontaneamente e que você 
sentiu de forma gradual, é o princípio do filho da ignorância, 
o Estado ‘Balkrishna’. 
 
O Guru agora chama o ‘eu sou’, que apareceu espontane- 
amente em você, o princípio do filho da ignorância ou estado 
‘Balkrishna’. Isso acrescenta mais a sua compreensão do ‘eu sou’. 
De fato, quando o conhecimento ‘eu sou’ ocorreu-lhe era um es- 
tado de completa ignorância. Você não sabia o que esse senti- 
mento de ‘ser’ era e o que fazer com ele. Você sabia que apenas 
dois estados, os do ‘eu sou’ e ‘eu não sou’, que se alternavam por 
conta própria. 
 
 

 
104 
 
Este ‘eu sou’ ou estado Balkrishna tem um grande potencial. 
Aqui ‘Bal’ significa os meios que o corpo da criança se ali- 
menta e ‘Krishna’ os meios do ‘não-conhecer’. 
 
O Guru vai mais longe, explicando este princípio da cri- 
ança ignorante ou o estado Balkrishna, que é nada mais do que o 
‘eu sou’, como tendo um grande potencial. Por que isso? Porque 
é o conceito primário ou ilusão em que se constrói tudo o mais 
sobre você e sua vida. E, não só você, mas esse ‘eu sou’ criou o 
universo ou cosmos inteiro. Na sua ausência nenhum deles 
existe. ‘Bal’ os meios que o corpo da criança se alimenta, o que 
implica também a força ou poder e ‘Krishna’ os meios do ‘não- 
conhecer’, o que implica não conhecer sua própria força. Este 
Balkrishna é muito poderoso e seu potencial de criação é enorme, 
assim como a pequena semente que é bastante inconscientes de 
seu potencial para a criação de uma grande árvore de figueira. 
 
 
 
76 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
105 
 
Para acabar com o sentido corpo-mente ou identidade, absor- 
ver ou habitar no ‘eu sou’. Mais tarde, o ‘eu sou’ irá fundir-se 
a natureza última. 
 
Quando o ‘eu sou’alvoreceu em você, em seus estágios 
iniciais, não se identificou com o corpo. Você vai ter que aplicar 
a sua mente, volte e tente lembrar-se daquela fase em que apenas 
o puro ‘eu sou’ existia sem adjuntos. E muito mais tarde e muito 
gradualmente que o ‘eu sou’ começou a identificar-se inicial- 
mente com o corpo, e a mente também, juntamente com o tempo. 
Tudo isto ocorre com você mesmo sendo inconsciente disso, 
pais, professores, amigos, parentes e arredores contribuíram 
para o processo e fortalecer o verbal ‘eu sou’ - resultando em um 
bem desenvolvido, chamado ‘personalidade’. Se você tiver sorte 
o suficiente, em alguma fase da sua vida, você vai se deparar com 
o Guru certo que irá apontar a falácia dessa identidade equivo- 
cada. Ele agora explica esse conhecimento ‘eu sou’ a você e pede- 
lhe para permanecer nele, para acabar com a sensação de corpo- 
mente ou a sua identidade presente. Chegará um momento 
quando o ‘eu sou’ irá se fundir em sua verdadeira natureza final. 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
77 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
106 
 
O tipo mais elevado de repouso é quando ‘eu sou’ e ‘eu não 
sou’ são ambos esquecido. Ele é chamado de ‘Param 
Vishranti’, que também significa repouso total, relaxamento 
completo ou quietude absoluta no estado mais elevado. 
 
A palavra ‘repouso’ deve ser entendida no seu sentido 
mais elevado, onde você não tem repouso em um determinado 
período de tempo, mas está eternamente em repouso. Este es- 
tado tem sido chamado como ‘Param Vishranti’, ou o grande re- 
pouso final. Neste estado ambos o ‘eu sou’ e ‘eu não sou’ são 
esquecidos. Eles são, de fato, os aspectos da consciência e você 
não é nenhum deles. O significado da expressão ‘Param Vishranti’ 
foi dado como o mais elevado tipo de repouso. (Em Marathi, ‘pa- 
ram’ = mais elevado, ‘Vishranti’ = repouso. Para esclarecer ainda 
mais, a palavra ‘Vishranti’ talvez dividindo em ‘vishra’ = esquecer 
‘anti’= no final). 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
78 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
107 
 
Tendo adquirido e compreendido o conhecimento ‘eu sou’, 
permaneça lá em isolamento e não vagueie ao redor de aqui e 
ali. 
 
Ficando estabilizado no conhecimento ‘eu sou’, mesmo 
depois de ter entendido isso, é extremamente difícil. Sua identi- 
ficação com o corpo é uma coisa que fica no caminho e o outro é 
a mente, que, embora tenha entendido o ensinamento, não é sub- 
conscientemente preparada para aceitá-lo. A mente continua pe- 
dindo-lhe ‘Isto não pode ser ele, é muito simples’, ‘Tente isto’, 
‘Tente fazer isso’, ‘Deve ser muito complexo, procure mais’ e as- 
sim por diante. Assim, o errante continua sem parar e você per- 
manece onde está. O Guru percebe esta dificuldade e, portanto, 
aconselha-o a ficar em reclusão - não da sociedade, mas dos pen- 
samentos, apenas no sentido de ‘ser’ ou ‘eu sou’ e nunca va- 
gando longe dele. Lembre-se que não vagando através do isola- 
mento físico, talvez seja útil, mas é bastante secundária à não va- 
gando de pensamentos quando você isolar o ‘eu sou’ do resto. 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
79 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
108 
 
Depois de você estabilizar-se no ‘eu sou’, vai perceber que não 
é o estado eterno, mas ‘você’ é eterno e antigo. 
 
Você deve ter observado que embora todos os dias você 
vê as pessoas em torno de você morrer, se senti que irá continuar 
como está. No fundo, no subconscientemente, você acredita que 
as coisas vão ficar como estão, nada vai mudar. Estranhamente, 
porém, em retrospecto, você acha que as coisas mudaram drasti- 
camente do que eram há vários anos atrás, especialmente seus 
conceitos, ideias e maior parte de todas as prioridades. É esse 
impulso subconsciente para a eternidade ou a imortalidade que 
arrasta-o para a espiritualidade. De uma maneira que você não 
estava errado, exceto que você acreditou equivocadamente que 
você, como um corpo, uma pessoa ou como o ‘eu sou isso e 
aquilo’ vão continuar. Seguindo os ensinamentos do Guru, 
quando você estabilizar-se no sem palavras ‘eu sou’, vai perceber 
que não é eterno. Você se destaca do ‘eu sou’ como o verdadeiro 
Absoluto sem forma que é uma testemunha do ‘eu sou’ que apa- 
receu nele. Este é seu verdadeiro ser é eterno e antigo. 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
80 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
109 
 
A sequência é ‘eu sou’ a testemunha de toda a manifestação, 
que ocorre simultaneamente. O ‘eu sou’ removido, o que 
resta? Você é ‘isso’. 
 
No momento que você acorda, você tem a sensação de ‘eu 
sou uma testemunha do mundo’, ocorre tão rapidamente que 
você não dá qualquer atenção à pergunta ‘a quem ocorre o teste- 
munho?’ Não foi a algo anterior ao ‘eu sou’? Na verdade, o ‘eu 
sou’ e espaço caminham juntos e você instantaneamente vê o 
mundo, ou esta manifestação. Depois disso, sua personalidade 
ligada ao seu dia-a-dia assume e instantaneamente o ‘eu sou’ 
também está perdido e esquecido. À medida que você voltar 
para o sem palavras ‘eu sou’ e permanecer nele por um período 
de tempo razoável, um dia ele desaparecerá, então o que restar, 
você é ‘isso’. 
 
 

 
110 
 
O que eu digo é simples, quando o ‘eu sou’ surge, tudo apa- 
rece, quando ‘eu sou’ desaparece tudo desaparece. 
 
As palavras do verdadeiro Guru são sempre simples, pois 
ele não é mais um indivíduo. Ele não espera nada de você, exceto 
o desenvolvimento de uma firme convicção no ensinamento sim- 
ples que ele transmite. Na verdade, é através de sua graça, que 
ele entregou algo tão profundo para você de uma maneira tão 
simples. Tudo foi centrado em torno do ‘eu sou’: o ‘eu sou’ de- 
corrente, tudo parece, o ‘eu sou’ cedendo, tudo desaparece. Basta 
compreender o ‘eu sou’, permanecei nele e ser livre dele e seu 
trabalho está feito. 
 
 
 
 
 
81 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
111 
 
Você quer me dizer algo sobre a manifestação pós-’eu sou’, 
enquanto eu estou dirigindo-o para a pré-’eu sou’ o Absoluto. 
 
Basta ver como são claras as intenções do Guru, sua única 
preocupação é a de levá-lo para o Absoluto, que ele diz que é 
anterior ao ‘eu sou’. O que ele pode dizer sobre a manifestação 
do pós-’eu sou’? Desde que você não entenda o estado antes de 
seu ‘ser’, ou melhor, você nunca ter conhecido ou pensado sobre 
ele, você pedi para falar-lhe algo que já sabe. Você sabe muito 
sobre a manifestação do pós-’eu sou’, está confortável com isso, 
portanto, você gostaria de ouvir alguma coisa nesse domínio e 
não apenas fora dela. Agora deixe de lado tudo o que é manifes- 
tação pós-’eu sou’ e tente se concentrar no que o Guru está di- 
zendo, que é sobre a pré-’eu sou’ ou o Absoluto. 
 
 

 
112 
 
Eu não estou dizendo que é o real, porque as palavras negam 
isso. Tudo o que eu estou dizendo que não é a verdade, por- 
que ela veio do ‘eu sou’. 
 
A maior honestidade do Guru deve ser apreciado quando 
ele diz que o que está dizendo não é a verdade. Na verdade, 
torna a sua compreensão mais clara, e enfatiza a falta da total 
confiabilidade das palavras para perceber a verdade. Mas já que 
não temos outros meios de receber instruções do Guru, ele usa 
palavras e deixa claro que o real está além das palavras. No mo- 
mento em que proferir uma palavra que vem do ‘eu sou’ e ‘eu 
sou’ é falso. 
 
 
 
 
 
 
82 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
113 
 
Eu te levo à fonte do ‘eu sou’ uma e outra vez, ao chegar e es- 
tabilizar-se lá você percebe que não há ‘eu sou’! 
 
A Guru é incansável em seus esforços e muito generoso, 
de fato. Todos aqueles que vêm a sua porta recebem o mesmo 
tratamento ou seja, eles são levados para a fonte do ‘eu sou’ uma 
e outra vez. Ele não fala sobre qualquer outra coisa, ele quer 
aproveitar ao máximo o tempo que lhe resta neste corpo físico e 
difundir os seus ensinamentos a todos aqueles que venha. Ele 
está esperançoso de que dos muitos que vêm, pelo menos alguns, 
ou talvez apenas um, possa entendero que ele está dizendo, se 
estabilize no ‘eu sou’, realize sua irrealidade e seja livre dele. 
 
 

 
114 
 
Não há nenhuma explicação como essa semente, essa consci- 
ência ou o conhecimento ‘eu sou’ surgiu. Mas uma vez que ele 
veio, ele mantém sussurrando através das ‘gunas’. 
 
O surgimento do conhecimento ‘eu sou’ ocorre esponta- 
neamente e não há explicação de como essa consciência semente 
veio a ser. Assim como não há nenhuma explicação por que uma 
criança gosta de brincar. Mas uma vez que o conhecimento ‘eu 
sou’ surge, ele gosta de manter sussurrando através das ‘gunas’, 
as três qualidades que, junto com os cinco elementos, compõem 
o corpo. A palavra ‘sussurrando’ tem sido usada porque em Ma- 
rathi ‘gun-gun’ significa sussurrando. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
83 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
115 
 
Você deve saber como este ‘eu sou’ surgiu, pois é a única 
coisa pela qual você pode desvendar todo o mistério. 
 
A chave para todo este mistério da vida encontra-se em 
uma e apenas uma coisa e que é o conhecimento ‘eu sou’. O ‘eu 
sou’ deve ser entendido de forma muito clara, sem sombra de 
dúvida em sua mente. Se necessário, percorrer as palavras do 
Guru novamente e novamente. Uma vez tendo compreendido 
ele você vai ter que morar ou residir no ‘eu sou’, em sua maior 
pureza e, em seguida, sua relevância vai ficar exposta e você vai 
saber sobre sua chegada e partida. 
 
 

 
116 
 
Em sua Absolutez, que é sem forma ou formato veio este co- 
nhecimento ‘eu sou’, que também está sem forma e formato. 
 
Basta pensar sobre o que você era antes da concepção. 
Você não estava lá simplesmente! Nada! Então, onde está a ques- 
tão da forma ou formato no espaço infinito apenas? Você estava 
vivendo alegremente, não havia preocupação, e então este co- 
nhecimento ‘eu sou’ chegou. Este conhecimento ‘eu sou’ herda 
as propriedades de sua Absolutez em ter nenhuma forma e for- 
mato. Assim, todo o conhecimento é sem forma, porque na sua 
origem está o ‘eu sou’. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
84 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
117 
 
Este conhecimento ‘eu sou’ veio espontaneamente ‘apareceu’ 
no seu estado absoluto, portanto, é uma ilusão. 
 
Você era ‘não existente’ e espontaneamente ‘você é’, o ‘eu 
sou’ ‘apareceu’ no seu estado absoluto. Havia alguma vontade 
de sua parte nele? Nem por isso, é como o sonho que só ‘aparece’ 
não-volicional quando você cai no sono. O sonho ‘aparece’ para 
ser verdade em quanto dura e como o sonho, o ‘eu sou’, também 
é uma ilusão, só é verdade enquanto ele durar. Com o desapare- 
cimento do ‘eu sou’ você estará em seu estado absoluto. 
 
 

 
118 
 
Esse conhecimento ‘eu sou’, o ‘sattva’, não pode tolerar a si 
mesmo, por isso precisa dos ‘rajas’ (ação) e ‘tamas’ (alegando 
ser o fazedor) para o apoio. 
 
Compreender o ‘eu sou’ é uma coisa e permanecer no ‘eu 
sou’ é uma tarefa bastante desafiadora. Parece simples, mas o 
‘Sadhana’ (prática), exige determinação considerável e seriedade 
por parte do buscador. Fica claro aqui que o ‘eu sou’ em sua pu- 
reza é a qualidade ‘sattva’, que não pode tolerar a si mesmo (não 
admira você escorregar!). O ‘sattva’ exige constantemente a com- 
panhia das qualidades ‘rajas’ (ação) e ‘tamas’ (alegando ser o fa- 
zedor). Mas esta é uma batalha contra a corrente, lembre-se que 
você está indo para trás, assim segure o ‘eu sou’ e persista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
85 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
119 
 
A única ‘Sadhana’ (prática) é pensar: Eu não sou o corpo, eu 
sou o sem forma, o conhecimento sem nome ‘eu sou’ que ha- 
bita neste corpo. 
 
Afirma-se muito claramente que há apenas uma ‘Sadhana’ 
(prática) para realizar e que é para permanecer no conhecimento 
‘eu sou’ que habita neste corpo. Isso tem que ser feito tendo em 
mente três coisas: em primeiro lugar que eu não sou o corpo, em 
segundo lugar, que esse conhecimento é sem forma e em terceiro 
lugar que é sem nome ou sem palavras. Isso pode ser feito se 
você voltar para o momento em que este sentimento ‘eu sou’ apa- 
receu pela primeira vez em você. Durante o período inicial que 
se seguiu após o seu aparecimento o ‘eu sou’ estava em seu es- 
tado mais puro e estes três critérios aplica-se a ele. Feito isso, 
você não precisa fazer mais nada. 
 

 
120 
 
Quando você permanecer por um tempo suficientemente 
longo no ‘eu sou’, o conhecimento ‘eu sou’ em si vai tornar 
tudo claro para você. Nenhum conhecimento externo será ne- 
cessário. 
 
Para começar, o ‘eu sou’ deve ser completamente enten- 
dido e repercorrido de volta ao seu estado puro quando você não 
estava ciente do corpo. Naquela época, o ‘eu sou’ sem palavras 
era sem forma e puramente uma sensação de que ‘você é’. Tendo 
agarrado o ‘eu sou’ que você tem agora, e habitando nele por um 
tempo suficientemente longo, essa reversão e permanência terá 
de ser feito repetidamente. No processo, o conhecimento ‘eu sou’ 
vai ajudar você e revelar o seu segredo, e então nenhum conhe- 
cimento externo será necessária. 
 
 
 
86 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
121 
 
Convicção é a única técnica e a única iniciação do Guru é: 
“você não é o corpo, mas apenas o ‘eu sou’ sem palavras”. 
 
A muitas pessoas que leram muito e foram de Guru para 
Guru para descobri que ‘iniciação’ e ‘técnica’ são comumente 
transmitida de Guru aos seus discípulos. Esperando algo bas- 
tante semelhante, eles são surpreendidos quando se deparam 
com um verdadeiro Guru, que diz que a convicção é a única téc- 
nica. E o que é essa convicção? É que eu não sou o corpo, mas 
apenas o conhecimento ‘eu sou’ sem palavras, que ele diz ser a 
única iniciação. Isso é algo muito básico, simples e direta e a be- 
leza dele é que ele não se conforma com qualquer religião con- 
vencional. 
 
 

 
122 
 
Quando você vê claramente que é o ‘eu sou’ que nasce, você 
está fora dele como o não nascido. 
 
A crença de que você nasceu e vai morrer um dia está 
fortemente incorporado em você neste momento e, portanto, o 
medo sempre prevalece. Seguindo os ensinamentos do Guru 
você volta e chega ao conhecimento ‘eu sou’ e permanece lá por 
um período de tempo suficiente. É durante este período de per- 
manência no ‘eu sou’ que chega um momento em que você vê 
muito claramente que é o ‘eu sou’ que nasce. Quando você vê 
isso, está à parte como o não nascido, algo que ocorre quase que 
imediatamente. 
 
 
 
 
 
 
 
87 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
123 
 
Uma vez que o ‘eu sou’ vai, o que permanece é o original que 
é incondicionado, sem atributos ou identidade. Isso é cha- 
mado de ‘Parabrahman’, ou o Absoluto. 
 
A partida do ‘eu sou’, marca o fim de todos os conceitos 
ou ‘a ilusão’. Você não é mais um indivíduo condicionado, mas 
permanece como original – e o Original não tem atributos ou 
identidade. Como poderia o sem forma, sem nome, infinito ter 
quaisquer atributos ou identidade? É a própria base. Tudo o que 
vemos com atributos ou identidade apareceram apenas sobre 
ele, que por sua vez são baseados no conceito primordial funda- 
mental ou ilusão ‘eu sou’. Uma vez que os únicos meios de co- 
municação que temos são de palavras ou a linguagem, este infi- 
nito tem sido chamado de ‘Parabrahman’ ou o Absoluto. 
 

 
124 
 
A ausência de ‘eu sou’ não é experimentado por ‘alguém’, ele 
tem de ser entendido de tal maneira que o experimentador e a 
experiência são um. 
 
Você está tão profundamente enraizado na dualidade 
que sempre sente que deve haver ‘alguém’ que vai experimentar 
o nada, o vazio, o espaço ou a ausência de ‘eu sou’. É impossível 
para a mente conceber um estado de não-dualidade, porque só 
pode funcionar em modo dual ou sujeito-objeto. Assim, obvia- 
mente, a mente tem que parar ou você tem que transcender a 
mente, e para que isso aconteça você tem que ir para o ‘eu sou’, 
que é o ponto de onde a mente começa. Quando você permane- 
cer no ‘eu sou’, chega um momento em que ele desaparece e, em 
seguida, o experimentador e a experiênciafunde e o que resta é 
o seu verdadeiro estado natural, além das palavras ou descrição. 
 
 
 
88 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
125 
 
O conhecimento ‘eu sou’, que apareceu na infância, é uma 
fraude, uma vez que te fez acreditar que a ilusão é verdadeira. 
 
Veja como esse conhecimento ‘eu sou’ é um amigo e ini- 
migo também. Como um amigo pode lhe mostrar o caminho, 
mas, como um inimigo, ele te enganou fazendo-o acreditar que 
você é um corpo. Ele enganou fazendo imaginar que você é uma 
pessoa que nasceu neste mundo, e que um dia vai morrer. Esta 
natureza Janus1 - como do ‘eu sou’ deve ser entendido, é o senhor 
dos portões com duas faces opostas. 
 
 

 
126 
 
Este conhecimento ‘eu sou’ alvoreceu em você, depois o teste- 
munhar começou. Esse ‘Um’ que testemunha é separado do 
que é testemunhado. 
 
Este conhecimento ‘eu sou’ chegou sem ser chamado, ele 
apareceu ou ocorreu sem o seu pedido por ele. Ele veio muito 
espontaneamente e rapidamente, e antes mesmo que você pu- 
desse fazer qualquer coisa, o testemunho do espaço começou. O 
‘eu sou’ e o espaço veio junto, você ‘viu’ e sentiu o corpo e come- 
çou a identificar o ‘eu sou’ com ele. No processo de voltar você 
pondera sobre a questão ‘quem está testemunhando?’ Ou “Por 
que é que este ‘eu sou’ apareceu?” Então você percebe que o 
‘Um’ que testemunha tem que estar à parte do que é testemu- 
nhado, e que este ‘Um’ sempre esteve lá. 
 
 
1 Janus era segundo os romanos o deus dos portões e portas. Ele era 
representado por uma figura com duas faces olhando em direções opostas 
(saída e a entrada/Passado e Futuro etc). 
 
 
 
89 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
127 
 
A meditação é esse conhecimento ‘eu sou’, essa consciência 
meditando sobre si mesmo e se desdobrando seu próprio sig- 
nificado. 
 
Quando falamos de meditar sobre o conhecimento ‘eu 
sou’, o que está sendo feito? É o conhecimento ‘eu sou’ que está 
meditando sobre si mesmo. Você não deve meditar sobre o ‘eu 
sou’ como ‘eu sou isso e aquilo’, ou pessoa, e tal. Dissociar o ‘eu 
sou’ de tudo o mais, descer ao seu nível mais puro e deixar que 
o sem palavras ‘eu sou’ medite sobre si mesmo. Quando isso é 
feito por um tempo suficientemente longo, ele vai desdobrar seu 
próprio significado. 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
90 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
128 
 
Quando você medita sobre o conhecimento ‘eu sou’, que é o 
princípio do conhecimento, como pode haver alguma dúvida? 
 
Você tem ou algumas vezes tem alguma pergunta, ou al- 
guma dúvida no fundo de sua mente quando entra em qualquer 
atividade? Exatamente o mesmo acontece quando você entra no 
campo da espiritualidade e começa a meditação. A grande ques- 
tão que geralmente permanece no fundo é ‘Isso tudo vai dar 
certo ou eu estou desperdiçando meu tempo?’ Mas o que acon- 
tece quando você medita sobre o conhecimento ‘eu sou’ como 
prescrito? Como pode haver qualquer pergunta agora? Se você 
tiver entendido corretamente o ‘eu sou’, vai ver que é o início do 
conhecimento, o ‘eu sou’ em sua maior pureza. Como parte da 
prática que você tem que permanecer no ‘eu sou’ e não se mover 
dele. Se surge uma pergunta, você pode ter certeza que vacilou 
ou já não está permanecendo no ‘eu sou’. Na verdade, este é um 
meio muito útil para avaliar o seu progresso na ‘Sadhana’ (prá- 
tica): o objetivo é chegar a uma fase em que as questões não surja 
mais. 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
91 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
129 
 
Use o nome, forma e imagem apenas para atividades munda- 
nas, caso contrário, apenas agarre o conhecimento ‘eu sou’ 
sem consciência corporal - além do nome, forma ou imagem. 
 
Embora você talvez permaneça no ‘eu sou’, fisicamente 
você ainda está alojada no corpo, algo que você não pode fazer 
com distância. Você tem um nome, forma e imagem que lhe foi 
atribuído pelo mundo. Bem, já que o próprio mundo deu-lhe 
tudo isso, assim você pode usá-los para todas as atividades mun- 
danas. Tenha em mente sempre, em todos os momentos e sem 
hesitação que você é nenhum deles, pois eles só estão disponíveis 
para você. As atividades podem continuar, mas você deve man- 
ter segurando o conhecimento ‘eu sou’ sem a consciência corpo- 
ral. 
 
 

 
130 
 
Não existem técnicas, exceto a técnica que ‘eu sou’ - ou seja, a 
firme convicção de que ‘eu sou’ significa apenas ‘eu sou’. 
 
Mais uma vez, o Guru dá ênfase a sua técnica e ensino, ou 
iniciação, como mencionado anteriormente. A única técnica 
prescrito é permanecer no ‘eu sou’ e desenvolver a firme convic- 
ção de que ‘eu sou’. O que essa convicção quer dizer? Isso signi- 
fica que quando você permanecer no ‘eu sou’, é apenas o ‘eu sou’ 
e nada mais - o ‘eu sou’ em sua pureza. Você deve estar comple- 
tamente infundido com o conhecimento ‘eu sou’, em todos os lu- 
gares e em todos os momentos. Então, e somente então você terá 
uma chance de transcender isso. 
 
 
 
 
 
 
92 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
131 
 
Esta convicção pode ser reforçada através da meditação e me- 
ditação significa que quando o conhecimento ‘eu sou’ perma- 
nece em este conhecimento. 
 
Como surgiu a convicção de que ‘eu sou o corpo’ ou ‘eu 
sou isto e aquilo’ veio? Foi porque você foi lembrado delas repe- 
tidas vezes pelas pessoas ao seu redor. Esta é a convenção, a tra- 
dição, parte do condicionamento, e você acredita que ‘Eu nasci 
como um corpo neste mundo’. O que o Guru está dizendo é bas- 
tante contraditório com a convicção que você tem desenvolvido 
através de seu condicionamento. Quando o condicionamento co- 
meçou você estava cru e essas crenças enraizaram profunda- 
mente em você, por isso, a fim de afastá-las é necessária a medi- 
tação. E o que é a meditação? É que uma vez que o conhecimento 
‘eu sou’ for compreendido, permaneça em si mesmo e não se 
mova de lá. 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
93 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
132 
 
O maior milagre é que você recebeu a notícia ‘eu sou’. É auto 
evidente. Antes de saber que ‘você é’ qual conhecimento você 
tem? 
 
Lembre-se do momento em que você veio pela primeira 
vez a saber que ‘você é’ ou ‘eu sou’. Quase instantaneamente o 
espaço também veio junto com ele e em breve você teve a sensa- 
ção de ‘eu sou neste mundo’. Basta observar o poder desta notí- 
cia ‘eu sou’ que você tem, não é um milagre que ele criou o 
mundo, o que você acha que está vivendo? Antes da chegada do 
‘eu sou’ você sabia alguma coisa? Ou melhor, antes que a notícia 
‘eu sou’ veio, você precisa saber alguma coisa? O conhecimento 
não era necessário porque você era, e mesmo agora, você é o co- 
nhecimento em si! 
 
 

 
133 
 
Meditação significa ter um objetivo ou agarra-se a algo. Você 
é alguma coisa. Basta ser o ‘eu sou’. 
 
Meditação significa ponderar ou ter sua atenção voltada 
para algum objeto, imagem ou ‘mantra’. Você pode fazer isso até 
que você tenha realizado seu desaparecimento na meditação, ou 
você pode dizer que o ‘sujeito’ e o ‘objeto’ se fundem em uma 
unidade. Quando você ‘apenas ser’ ou só está na conhecimento 
‘eu sou’, você é tanto o sujeito e o objeto da meditação. É o “estar 
meditando sobre o ‘ser’” e, como resultado ambos são anulados 
e o que permanece em última análise, é o Absoluto. 
 
 
 
 
 
 
 
94 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
134 
 
Não é com a identificação do corpo que você deve sentar-se 
para a meditação. É o conhecimento ‘eu sou’ que está medi- 
tando sobre si mesmo. 
 
A verdadeira meditação só começa quando inicialmente, 
usando a sua discriminação, você corta tudo o que não seja o ‘eu 
sou’ - que inclui a identificação do corpo-mente, que é o maior 
obstáculo. Você não deve ter a sensação de ‘eu sou isso e aquilo 
meditando’ ou ‘eu estou sentado neste lugar particular, nesta 
postura, meditando ...’ todas essas externalidades deve ir. Deve 
ser apenas o conhecimento ‘eu sou’ que deve estar meditandosobre si mesmo. É apenas quando a pureza do ‘eu sou’ é mantida 
em meditação que há uma chance de que ele vá desaparecer. 
 
 

 
135 
 
Quando este ‘eu sou’ ou presença consciente funde em si 
mesmo e desaparece, o estado de ‘Samadhi’ acontece. 
 
Você deve estar completamente engolido pelo ‘eu sou’ ou 
a sua presença consciente. Em todos os sentidos, em todas as di- 
reções, em todos os momentos o conhecimento ‘eu sou’ deve ser 
infundido em você. Quando fizer isso com sinceridade e uma 
tremenda intensidade, o ‘eu sou’ se funde em si mesmo e desa- 
parece, quando isso acontece, diz que o estado de ‘Samadhi’ 
surgi. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
95 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
136 
 
No ventre o conhecimento ‘eu sou’ está dormente. É o princí- 
pio de nascimento que contém tudo. 
 
O conhecimento ‘eu sou’ é um fenômeno assertivo que é 
muito forte e predominante em toda a natureza. O ‘eu sou’ está 
lá no óvulo liberado do óvulo feminino e também em todos os 
espermatozoides do macho que corre rapidamente em direção 
ao óvulo no útero. Quando os espermatozoides pairam em torno 
do óvulo eles estão desesperados para penetrá-lo e completar o 
processo de concepção de um outro ‘eu sou’. Finalmente um de- 
les consegue entrar, a fertilização ocorre e um novo ‘eu sou’ é 
concebido. Daí em diante, é um processo de multiplicação e di- 
ferenciação formando o embrião seguindo-se o feto no útero. 
Cada célula do feto carrega o ‘eu sou’ que está adormecido no 
útero - e é o ‘eu sou’ que nasce. O ‘eu sou’ contém tudo e afirma- 
se fortemente ao longo da vida do corpo que nasce, segue o per- 
curso acreditando-se equivocadamente ser o corpo! 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
96 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
137 
 
O princípio de nascimento é ‘Turiya’ (o quarto estado), que 
significa ‘onde a consciência é’. 
 
A observação cuidadosa de todo o processo de reprodu- 
ção, seja sexual ou outros tipos prevalentes na natureza, tem 
mostrado que é um auto fenômeno fortemente assertivo. Todas 
as espécies que vivem quer propagar e perpetuar e o auto asser- 
tivo ‘eu sou’ é o princípio de nascimento que é parte integrante 
de todo o processo. Desde o princípio do parto foi difícil de de- 
finir ou classificar, era simplesmente chamado ‘Turiya’ pelos 
pensadores antigos. A palavra ‘Turiya’ significa ‘quarto’, ou seja, 
o quarto estado de consciência que se encontra na própria base 
dos outros três, que são: vigília, sonho e sono profundo. Signi- 
fica, também, ‘onde a consciência é’. 
 
 

 
138 
 
A experiência que ‘eu sou’ ou você existe é ‘Turiya’. Aquele 
que sabe ‘Turiya’ é ‘Turiyatita’ (além do quarto estado), que é 
o meu estado. 
 
O ‘Turiya’ é absolutamente fundamental para o seu ser e 
normalmente você não está ciente deste estado, devido ao seu 
movimento rotacional através dos outros três estados que você 
está bem ciente. O ‘Turiya’ é o ‘eu sou’ em sua forma pura e sem 
palavras, aquele que compreende e transcende ele é chamado de 
‘Turiyatita’ (aquele além do quarto estado), que é o estado do 
Guru. 
 
 
 
 
 
 
 
97 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
139 
 
‘Turiya’ ou ‘eu sou’ está dentro da consciência, que é o pro- 
duto de cinco elementos. 
 
Ser além do ‘Turiya’, o Guru sabe muito bem e diz que o 
‘Turiya’ ou o ‘eu sou’ é o princípio de nascimento e está dentro 
da consciência. E, o que é essa consciência ou o ‘eu sou’? É um 
produto dos cinco elementos que compõem o corpo. É a própria 
essência dos cinco elementos e as três qualidades e mantém ‘can- 
tarolando’ em toda a sua vida. 
 
 

 
140 
 
A fim de se estabilizar no ‘eu sou’ ou ‘Turiya’ você deve com- 
preender este princípio do nascimento. 
 
O Guru, mais uma vez destaca a importância de se com- 
preender o ‘Turiya’ ou o ‘eu sou’, a fim de se estabilizar na 
mesma. Para isso, você terá que ir várias vezes de volta para 
aquele momento em que o ‘eu sou’ apareceu pela primeira vez 
em você. O ‘Turiya’, que permaneceu dormente desde o dia de 
sua concepção, de repente ou espontaneamente apareceu e você 
veio a saber que ‘você é’. Este estado sem palavras de ‘Turiya’ 
prevaleceu durante algum tempo no qual você só sabia que ‘eu 
sou’ e ‘eu não sou’. Aos poucos, com o processo de seu condici- 
onamento, o ‘eu sou’ logo identificou-se com o corpo e você se 
tornou um indivíduo (Sr. ou Sra. ‘fulano de tal’) que vive no 
mundo. Os três estados de vigília, sonho e sono profundo tomou 
conta e se esqueceu do que está de fundo ‘Turiya’. 
 
 
 
 
 
 
 
98 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
141 
 
‘Turiya’ ou ‘eu sou’ é sempre descrito como o estado de teste- 
munhar que vê através da vigília, sonho e sono profundo. E 
‘Turiyatita’ é ainda mais além. 
 
Comentando ainda mais sobre o ‘Turiya’, o Guru des- 
creve-o como a ‘testemunha’ ou o estado de testemunhar que 
está por trás da vigília, sonho e sono profundo, que faz todo o 
testemunho através destes três estados. Meditação profunda e 
seriedade, conforme prescrito pelo Guru é necessária a fim de se 
estabilizar no ‘Turiya’ ou o ‘eu sou’, e só então você tem uma 
chance de transcender o ‘eu sou’ e tornar-se um ‘Turiyatita’, 
aquele além do ‘Turiya’ ou o ‘eu sou’. 
 
 

 
142 
 
Na ausência do conceito básico ‘eu sou’, não há pensamento, 
sem consciência, e sem consciência de sua existência. 
 
Compreender a importância do conceito básico ‘eu sou’ e 
ficar constantemente pensando nele. Quanto mais você insistir 
nisso, mais você percebe que ‘sim, é isso’. Neste ‘eu sou’ repousa 
tudo: todos os pensamentos que prevalecem, todas as ações que 
você executa, a própria consciência do seu ser, a sua existência, 
o ‘eu sou’ indo, tudo isso vai, como no estado de sono profundo 
ou esse período antes do ‘eu sou’ surgir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
99 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
143 
 
Junto com o corpo e o princípio interno ‘eu sou’ está tudo. An- 
tes disso, o que estava lá? 
 
O princípio interior ‘eu sou’ é absolutamente essencial 
para tudo vir à tona. O corpo pode estar lá, mas a menos que o 
princípio ‘eu sou’ surja nada pode ser conhecido. Uma vez que 
você tenha entendido a importância do conhecimento ‘eu sou’, 
todos os seus esforços devem ser direcionados para investigá-lo. 
A primeira pergunta que você deve fazer é: como é que este ‘eu 
sou’ veio a ser? Antes disso, o que estava lá? 
 
 

 
144 
 
Agarre o ‘eu sou’, que é o seu único capital, medite sobre ele, 
e deixe que se desdobre todo o conhecimento que tem de vir. 
 
Você perambulou muito e aqui pela primeira vez foi dito 
algo tão simples. O Guru está tentando fazer você entender o ‘eu 
sou’ em todos os sentidos que ele pode. Ele chama este conheci- 
mento ‘eu sou’ o única capital que você tem e lembre-se, quando 
ele diz, ele está certo, você realmente não tem mais nada depois 
de todo o perambular que tem feito. Faça o que ele diz e agora 
medite sobre este conhecimento ‘eu sou’, o Guru diz por experi- 
ência própria que este conhecimento em si vai se desdobrar no 
que você quer saber. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
100 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
145 
 
Você deve identificar-se apenas com este conhecimento inte- 
rior ‘eu sou’. Isso é tudo. 
 
Corte suas ligações com tudo o que acaba acrescentando 
sobre o ‘eu sou’ e que destruiu a sua pureza. Depois de fazer isso 
com uma precisão cirúrgica, só fique lá e se identifique com este 
conhecimento interior do puro ‘eu sou’. Este conhecimento é o 
único legado que você tem, compreensão e permanência, é tudo 
o que você tem que fazer. Se fizer isso com sinceridade, um mo- 
mento virá quando você irá além do ‘eu sou’ em seu estado na- 
tural. 
 
 

 
146 
 
Sente-se em meditação através da identificação com o ‘eu 
sou’, permaneça apenas no ‘eu sou’, não apenas nas palavras 
‘eu sou’. 
 
Tendo compreendido o conhecimento ‘eu sou’, somente 
habite ou permaneça no ‘eu sou’, sem palavras. A fim de fazer 
isso, você terá que voltar para aquele períodoque se seguiu após 
o surgimento do ‘eu sou’, ou quando você só veio a saber que 
‘você é ‘. Naquela época, você não tinha conhecimento de pala- 
vras ou linguagem e vivia em um estado não-verbal; esse estado 
tem de ser agarrado e permanecer nele. Esse período era despro- 
vida de quaisquer conceitos, que vieram mais tarde, como parte 
do seu condicionamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
101 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
147 
 
Esqueça tudo sobre disciplinas físicas neste contexto, e ape- 
nas ser com esse conhecimento ‘eu sou’. 
 
Um grande número de disciplinas físicas tem sido recei- 
tados por muitos e, no final, você tem que selecionar o que achar 
adequado. Mas aqui o Guru diz-nos para esquecer todas as dis- 
ciplinas físicas, ele está dizendo algo que é completamente dife- 
rente. O Guru quer nos fazer entender o nosso sentido de ‘ser’ 
em sua maior pureza e, em seguida, apenas ser com ele. Com- 
preender o conhecimento ‘eu sou’ é importante e por isso tem 
que permanecer nele, juntos eles formam o ‘Sadhana’ (prática). 
 
 

 
148 
 
Você não precisa fazer nenhum esforço especial para saber 
que ‘você é’? O ‘eu sou’ sem palavras em si é Deus. 
 
Se você entendeu o conhecimento ‘eu sou’, onde está a 
questão de fazer qualquer coisa? Não admira que o Guru exclui 
todas as disciplinas físicas. Veja a beleza da coisa, saber que ‘você 
é’ ou ‘eu sou’ você precisa fazer um esforço especial? É algo tão 
entranho em você e que você nem nota. O Guru agora diz-lhe 
para chamar a sua atenção ou concentrar-se neste sentido ou sen- 
timento de ‘ser’ ou ‘eu sou’ e depois ver o que acontece. Este co- 
nhecimento interior ‘eu sou’, sem palavras, é o Deus em você. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
102 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
149 
 
Você deve cumprir o voto que eu não sou o corpo, mas so- 
mente o princípio interior ‘eu sou’. 
 
A fim de entender o verdadeiro significado de tudo o que 
foi dito até agora, você deve ter a certeza que eu não sou o corpo, 
mas somente o conhecimento ‘eu sou’. Para ter essa certeza, você 
tem que meditar sobre o conhecimento ‘eu sou’ por um período 
razoável de tempo. Acabar com a consciência do corpo e ficar 
completamente engolida pelo conhecimento ‘eu sou’, é a pri- 
meira e a última coisa a ser feita, a única promessa a ser cum- 
prida. Você pode dizer que é a prática de estar no ‘Turiya’ ou o 
quarto estado em todos os momentos. 
 
 

 
150 
 
Depois de se tornar o ‘eu sou’ ele vai revelar todo o conheci- 
mento e você não precisará ir a qualquer um para guiá-lo. 
 
Toda a abordagem do Guru para qualquer um que vem a 
ele é: em primeiro lugar, para fazê-lo entender o que é o ‘eu sou’, 
e em segundo lugar, dizer-lhe para permanecer no ‘eu sou’, até 
que ele se torne o ‘eu sou’. Isso é tudo o que ele faz. O trabalho 
do Guru é feito, o resto é com o candidato, o seu total sucesso, 
dependendo de como ele tenha entendido corretamente o ‘eu 
sou’ e se ele está fazendo qualquer tipo de ‘Sadhana’ (prática) ou 
não. O Guru, é claro, não deixar pedra sobre pedra em transmitir 
o ensinamento, desde que ele encontre um candidato honesto e 
sincero diante dele. 
 
 
 
 
 
 
 
103 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
151 
 
O conceito primário ‘eu sou’ aparece de forma espontânea e é 
a fonte de todos os conceitos, então tudo é entretenimento 
mental. 
 
A primeira vez que você veio a saber que ‘você é’ ou ‘eu 
sou’, como isso aconteceu? Você desempenhou qualquer papel 
em trazer esse sentimento? Não, ele veio espontaneamente, por 
conta própria. Em sua fase inicial o ‘eu sou’ era puro sem nada 
ligado a ele, era não-verbal. Gradualmente, à medida que você 
cresceu, o puro não-verbal ‘eu sou’ vestiu o disfarce de um ver- 
bal ‘eu sou’ com o ‘fulano de tal’ ligado a ele e muitos, muitos 
mais anexos seguido. Assim você pode ver que o conceito prin- 
cipal era o ‘eu sou’, todos os outros conceitos seguido deste pri- 
mária. Agora, depois de entender e seguir os ensinamentos do 
Guru você percebeu que o ‘eu sou’ é falso! A raiz é cortada! Daí 
em diante, tudo o que se segue, ele pode ser outra coisa senão 
entretenimento mental? 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
104 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
152 
 
Esta memória ‘eu sou’ não é nem verdadeiro nem falso, é sem 
esses dois atributos. Que a memória do ‘estado de ser’ apenas 
parece existir. 
 
O que é isso em que a continuidade é mantida em sua 
vida? Pela memória ‘eu sou’ ou ‘estado de ser’, juntamente com 
‘eu sou fulano de tal vivendo neste mundo’ e ‘sendo isto e aquilo 
tenho essas funções a desempenhar’. Basta ver o truque que tem 
sido desempenhado pelo ‘eu sou’ e não é nem verdadeiro nem 
falso, mas sem esses atributos. Isto pode ser dito sobre o ‘eu sou’ 
assim como ser dito sobre um sonho: o fato de sua ocorrência não 
pode ser negado, mas seu conteúdo é falso! O ‘eu sou’ é uma 
aparição em seu verdadeiro Ser e sempre somente aparentará 
existir, ele nunca pode entrar no reino da realidade. 
 
 

 
153 
 
O ‘eu sou’ em si é o mundo, ir à fonte e descobrir como ele 
apareceu e quando. 
 
Conforme a sua compreensão do conhecimento ‘eu sou’ 
torna-se clara, você percebe que tudo repousa sobre o ‘eu sou’. 
Ele é a própria base do mundo que você vê ao seu redor. Antes 
da chegada do conhecimento ‘eu sou’ ou durante o sono pro- 
fundo você nunca soube ou sabe sobre a existência de qualquer 
mundo. O ‘eu sou’ está no começo, então você tem que voltar a 
ele e não apenas voltar, mas gastar uma quantidade considerável 
de tempo lá, só então você virá a saber como ele veio a ser. 
 
 
 
 
 
 
 
105 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
154 
 
A convicção de que o ‘eu sou’ e o mundo nunca existiram só 
pode acontecer a ‘Parabrahman’ (O Absoluto). 
 
Conforme você permanece no ‘eu sou’ depois que com- 
preendê-lo totalmente ou sinceramente fazendo a ‘Sadhana’, con- 
forme prescrito pelo Guru, chega um momento em que você 
transcende o ‘eu sou’. Neste acontecendo ambos os ‘eu sou’ e o 
mundo desaparecem e você entrar no Absoluto ou estado ‘Para- 
brahman’. Só nesse estado, você terá a convicção de que o ‘eu sou’ 
e o mundo nunca existiram. O Guru está nesse estado, ele foi 
além do ‘eu sou’ e este mundo, ele está apenas usando o ‘eu sou’ 
ou seu ‘Ser’ para se comunicar com qualquer um que vem até 
ele. 
 
 

 
155 
 
Estabiliza-se no ‘eu sou’, o que não tem nome e forma, é a 
própria libertação. 
 
Conforme você volta para o ‘eu sou’ em sua forma mais 
pura, ou seja, como era no seu estado nascente, e se estabilizar lá, 
você fica sem nome e forma. A nascente ‘eu sou’ é comum a to- 
dos, não pertence a ninguém e não tem nome ou forma. Você 
esteve neste estado nos primeiros estágios de sua vida quando 
você permanecia somente no ‘eu sou’ e não sabia mais nada. 
Aplique sua mente e tente lembrá-lo e, em seguida, tente vivê-lo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
106 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
156 
 
O conhecimento que é anterior ao pensamento ‘eu sou’ - é co- 
berto por um corpo humano, que é um corpo de comida com o 
sopro vital e conhecimento do Ser (Prana e Jnana). 
 
O precoce ‘eu sou’ era desprovida de nome e forma, livre 
de palavras, não-verbal. Aos poucos, começa os processos de 
condicionamento, o não-verbal ‘eu sou’ se torna o verbal ‘eu 
sou’. Você aprende palavras e linguagem que se acumulam no 
puro não-verbal ‘eu sou’. Através de seus sentidos você percebe 
o corpo, que requer alimentos e respiração vital para seu sus- 
tento. O ‘eu sou’ se identifica com o corpo e você diz ‘eu sou isto 
e aquilo’. Apesar de todas essas coberturas, o conhecimento da 
morada do ‘Ser’ ou o puro ‘eu sou’ está sempre lá. É apenas uma 
questão de colocar de lado tudo, descobrindo-a e ficando estabi- 
lizado nele - que é a ‘Sadhana’ que está sendo prescrita. 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
107 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
157 
 
Depois de alcançar o estado de ‘eu sou’ e tendo consciência deque só, você vai transcender todas as tendências (‘Vasanas’). 
 
‘Vasanas’, tendências ou desejos exerce uma atração 
muito forte e atua como obstáculos muito potentes na ‘Sadhana’. 
Os desejos óbvios são fáceis de identificar, mas os sutis entram 
pela porta de trás ou são sempre teimosamente lá no fundo. O 
desejo ‘ser’ é a própria raiz e muitas vezes perdida, desenvolveu- 
se gradualmente ao longo dos anos com o verbal ‘eu sou’ com o 
‘eu sou isto e aquilo’. Mas, se você lembrar e está atento o sufici- 
ente, ficará claro que, quando o puro não-verbal ‘eu sou’ ou sen- 
sação de ‘presença’ chegou, não havia vestígios de desejo nele, 
apesar de ter sido dormente. Este puro ‘eu sou’ quando o desejo 
não era expresso é atualmente o seu objetivo. Conforme você 
permanecer nele com plena compreensão um estágio virá 
quando você estará apenas ciente do ‘eu sou’. É somente quando 
chegar a esta fase que você terá transcendido todos os desejos e 
eles não vão incomodá-lo mais. 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
108 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
158 
 
Seja um com o Ser, o ‘eu sou’. Se necessário descartar as pala- 
vras ‘eu sou’, mesmo sem elas você sabe que ‘você é’. 
 
Você tem que identificar-se totalmente com o conheci- 
mento interior ‘eu sou’ em você. Esse conhecimento ‘eu sou’, ou 
sensação de ‘presença’ raiou espontaneamente em você, que veio 
sem a sua solicitação ou desejando que fosse assim. Quando ele 
veio era sem palavras, apenas um sentimento de ‘ser’, e enquanto 
isso prevaleceu, palavras não eram necessárias e a vida conti- 
nuou. Foi só quando o seu condicionamento começou que as pa- 
lavras e linguagem se intrometeram e logo assumiu. Esta aquisi- 
ção foi tão completa que não se pode conceber a vida sem pala- 
vras, que agora existem como conceitos. Assim, a fim de fazer a 
sua meditação eficaz, você está convidado a descartar as pala- 
vras ‘eu sou’, porque mesmo sem elas ‘você é’. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
109 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
159 
 
O ‘eu sou’ é a consciência antes do pensamentos, ele não pode 
ser colocado em palavras, você tem que ‘ser apenas’. 
 
Quando o conhecimento ‘eu sou’ raiou em você, não co- 
nhecia palavras ou linguagem. Era uma consciência sem ou antes 
do pensamentos. Quando estamos usando palavras de comuni- 
cação, deve ser evidente que elas não podem ser utilizados para 
descrever o estado sem palavras! Ela pode ser insinuado ou po- 
dem ser apontadas, mas a sua verdadeira compreensão só virá 
por ser ele, então acaba com palavras e ‘ser apenas’, e depois veja 
o que acontece. 
 
 

 
160 
 
O ‘eu sou’, em você veio do ‘eu sou’ em seus pais, mas só en- 
tão poderiam ser chamados de pais! 
 
O fato de que o ‘eu sou’ veio do ‘eu sou’ em seus pais ou 
que seus pais criaram você é o habitual, o entendimento conven- 
cional. Mas só de pensar o contrário, seus pais poderiam ser cha- 
mados ‘pais’ somente após a sua chegada, não antes disso! Antes 
eles eram apenas um casal, os futuros pais, mas não os pais, no 
entanto, até a sua chegada. Olhando para ele dessa maneira, de 
certa forma, criou os ‘pais’. Então, quem criou quem? No en- 
tanto, falamos de tudo isto ser a realidade! É isso? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
110 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
161 
 
O ‘eu sou’ é a divindade em você e causa da repetição sagrado 
(‘Japa’) em você através da respiração de ‘So Hum’ (Eu sou 
‘Aquilo’). 
 
O ‘eu sou’ é a divindade ou Deus em você e faz sentir a 
sua presença através da repetição sagrado ou ‘Japa’ continua- 
mente em você na forma de respiração. Os antigos observaram 
atentamente a respiração e encontraram dois sons sutis em cada 
inspiração e expiração. Quando você inala profundamente e len- 
tamente você pode ouvir ‘Soooo’ e quando expira, novamente de- 
vagar você pode ouvir ‘Huuum’. Esses sons são chamados de ‘So 
Hum’, que em sânscrito significa ‘Eu sou Aquilo’. Muitos prati- 
cantes fazem esta meditação de focar a sua atenção na respiração 
e observar o som ‘So Hum’, o que é considerado como um ‘man- 
tra’ (palavras sagradas condensadas com um significado pro- 
fundo). 
 

 
162 
 
O Absoluto não sabe que ‘É’. Somente quando o conheci- 
mento ‘eu sou’ apareceu espontaneamente que ele sabe que 
‘É’. 
 
Não há dúvida de que haja qualquer experiência no Ab- 
soluto ou ‘Parabrahman’. Todas as experiências demandam a ne- 
cessidade da dualidade na forma de o experimentador (sujeito) 
e o experimentado (objeto). O Absoluto é um estado não-dual, 
de modo que vai experimentar o quê? Além disso, o Absoluto, 
não requer qualquer experiência ou a necessidade de saber que 
‘é’. Pelo aparecimento espontâneo do conhecimento ‘eu sou’ ele 
veio a saber que ‘é’, mas ele não requer o ‘eu sou’ em nada, pois 
é completo em si mesmo, desprovido de quaisquer necessidades. 
 
 
 
111 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
163 
 
Torne-se iniciado na compreensão do que estou expondo a 
você, estou falando sobre a semente de ‘Brahman’ ou ‘eu sou’ 
que estou plantando em você. 
 
Quando o Guru é enfrentado por um buscador sincero, 
ele fica muito interessada em transmitir seu conhecimento a ele, 
e isso por si só é a iniciação. Seu ensinamento é muito simples. 
Ele desperta você para o há muito tempo perdido ‘eu sou’ ou 
‘Brahman’, ele chama de o plantio da ‘semente Brahman’ em você. 
É como ver ou descobrir algo desejável - você quer dele desespe- 
radamente e as sementes de sua aquisição são semeadas. Porque 
uma vez que a ‘semente Brahman’ semeia-se em você, condições 
adequadas prevalecem, você irá fazer qualquer coisa para trazê- 
la à fruição. 
 
 

 
164 
 
Isso ‘Brahman’ ou ‘eu sou’ estado que sozinho abraça tudo e é 
toda manifestação. Você tem que esquecer tudo e fundir-se 
com ‘Brahman’. 
 
Tudo o que você vê ou sente tem o ‘eu sou’ como sua 
base, o ‘eu sou’ e ‘Brahman’ são os mesmos. Tudo é a criação do 
‘eu sou’ ou estado ‘Brahman’, isto também pode ser dito a partir 
de sua própria experiência. Antes da chegada do ‘eu sou’, ou no 
estado de sono profundo, você sabia de sua existência ou do 
mundo e do resto? Foi apenas com o nascer do ‘eu sou’ que o 
espaço, que engole tudo, veio. Como parte da ‘Sadhana’ (prática) 
você tem que esquecer tudo - ou seja, todas as externalidades e 
tornar-se um com o ‘Brahman’. 
 
 
 
 
 
112 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
165 
 
Tudo o que é criado é criado pelo conhecimento ‘eu sou’, não 
há outro caminho, somente esta convicção. Isto é ele! O nome 
e corpo surgem do ‘eu sou’. 
 
Primeiro você tem que desenvolver a compreensão de 
que o conhecimento ‘eu sou’ é o criador de tudo. Isto inclui o seu 
nome e forma, ambos são produtos do ‘eu sou’. Você deve de- 
senvolver a compreensão profunda de que, sim, isto é ele - o ‘eu 
sou’ é o princípio e o fim de tudo. Então, quando você tiver o 
entendimento, tem que permanecer no ‘eu sou’ ou constante- 
mente meditar nele. Esta permanência é feita para tornar a sua 
compreensão uma certeza ou convicção que é inatacável. Esta é 
a única maneira de sair, não há outro caminho. 
 
 

 
166 
 
Permanecendo no ‘eu sou’ (que é Deus), você não vai querer 
deixá-lo, e então ele não vai deixar você! 
 
O conhecimento que habita ‘eu sou’ é Deus, ou a divin- 
dade em você. Primeiro você deve tentar compreendê-lo de 
forma muito clara, sem qualquer sombra de dúvida. E se você 
compreender corretamente, não vai querer sair nem por um mo- 
mento. Se você sentir uma sensação de reverência e amor por 
este ‘eu sou’ é um sinal certo de que tenha entendido isso. Então 
esta divindade, ou Deus vai segurar você e não vai deixá-lo ir! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
113 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
167 
 
O ‘eu sou’ está lá, mesmo sem você dizer isso. Depois de en- 
tender o ‘eu sou’, não há nada mais para entender. 
 
O conhecimento ‘eu sou’ está sempre lá, residente em to- 
dos em todos os momentos. Não existe uma única coisa que é 
desprovida do ‘eusou’. Ele se expressa através dos cinco elemen- 
tos e três qualidades. Com a combinação dos elementos e quali- 
dades é, por isso, a expressão de ‘eu sou’. Esta expressão pode 
ser boa ou ruim, dependendo da combinação, mas o ‘eu sou’ em 
si está em sua pureza. Compreender o ‘eu sou’ é a própria base 
do ensino, isso feito, não resta mais nada a ser compreendido. O 
que se segue adiante é a ‘Sadhana’ (prática), que é a meditação 
sobre o ‘eu sou’. Sua seriedade, sinceridade e intensidade da prá- 
tica vai determinar o seus progressos. 
 
 

 
168 
 
Quando você está estabelecido no ‘eu sou’ não há pensamen- 
tos ou palavras, você é tudo e tudo é você, mais tarde, até 
mesmo você vai. 
 
À medida que sua ‘Sadhana’ (prática) amadurece, sua 
convicção se torna mais forte e você se estabelece firmemente no 
‘eu sou’. Ou seja, você está permanentemente estabelecido no 
‘Turiya’ ou o quarto estado. Neste estado não há pensamentos ou 
palavras, em todos os lugares há apenas o ‘eu sou’, você é tudo 
e tudo é você. Quando você permanecer assim, o palco está mon- 
tado para o seu transcendimento do ‘eu sou’. Em última análise, 
isso também vai, deixando-o como o Absoluto ou ‘Parabrahman’. 
 
 
 
 
 
 
114 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
169 
 
O ‘eu sou’ é sem ego, você pode se tornar o seu observador só 
por se estabelecer nele. 
 
Quando você está estabelecido no ‘Turiya’ ou o quarto es- 
tado, não há mais nada, exceto o ‘eu sou’. É o ‘eu sou’ em sua 
máxima pureza, sem adição de qualquer complemento, como re- 
sultado, não há ego também. Ego vem com o verbal ‘eu sou’, 
quando você diz ‘eu sou isto e aquilo vivendo neste mundo’. 
Como tudo isso se foi não há nada além do ‘eu sou’, sem pala- 
vras, o ego desaparece. Ao se estabelecer no ‘Turiya’ ou o quarto 
estado que você se tornar o seu observador e fica separado dele. 
 
 

 
170 
 
O observar acontece para o Absoluto, com o aparecimento do 
‘eu sou’, então ele sabe que ‘é’ 
 
O Absoluto ou ‘Parabrahman’ é como ele é, sem forma e 
eterno. Não requer qualquer coisa e não é dependente de qual- 
quer coisa. O observar apenas acontece para o Absoluto, com o 
surgimento espontânea do ‘eu sou’. Assim como você começa a 
assistir um sonho que aparece de forma espontânea, você não 
está realmente envolvido em qualquer um dos eventos que são 
sonhados. Com o aparecimento do ‘eu sou’ o Absoluto sabe que 
‘é’, embora este conhecimento não tem qualquer utilidade para 
o Absoluto e nem depende disso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
115 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
171 
 
Vigília, sonho e sono profundo dizem respeito apenas ao ‘eu 
sou’, você está acima deles. 
 
Os três estados de vigília, sonho e sono profundo que to- 
dos nós comumente experimentamos são na verdade baseada no 
‘eu sou’ ou o ‘Turiya’, o quarto estado. Diferentes formas de clas- 
sificação quádrupla semelhantes são encontradas em abundân- 
cia na literatura antiga, que são: os quatro corpos (bruto, sutil, 
causal e supra-causais) ou as quatro formas de ‘Vani’ ou Discurso 
(‘Vaikhari’ = palavra falada, ‘Madhyama’ = palavra tangível no 
pensamento, ‘Pashyanti’ = palavra intangível na formação e 
‘Para’ = palavra fonte). Independentemente da forma como po- 
demos descrever estes estados, o seu verdadeiro e natural é o 
Absoluto ou ‘Parabrahman’ estado que está acima de tudo isso. O 
‘eu sou’ ou ‘Turiya’ só aparece no Absoluto e leva aos outros três 
estados e experiência o mundo. 
 
 

 
172 
 
Quando você vai lá no fundo, nada é tudo que existe. Não 
existe o ‘eu sou’. O ‘eu sou’ se funde no Absoluto. 
 
Após a compreensão do ‘eu sou’, profunda, intensa, a 
meditação contínua nele é necessária. Ela deve ser de tal forma 
que o conhecimento ‘eu sou’ medita sobre si mesmo desprovido 
de toda a identificação do corpo. Quando isso é feito, chega um 
momento em que o ‘eu sou’ desaparece ou não existe mais. Neste 
momento, o ‘eu sou’ se funde no Absoluto, bastante semelhante 
ao final ou desaparecimento do sonho e você sendo como é no 
estado de vigília. 
 
 
 
 
 
116 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
173 
 
Compreender este negócio ‘eu sou’ e ficar fora dele, trans- 
cendê-lo. Apenas seja. 
 
O Guru é realmente muito generoso: ver como ele teimosa- 
mente persiste com você. Ele conhece o seu potencial e também 
sabe que, pelo menos teoricamente, você entende o seu ensina- 
mento. Martelando repetidamente e quando afastado do ensino 
ele quer que você se estabilize no ‘eu sou’, para só então você ter 
uma chance de transcender isso. Ele está constantemente pe- 
dindo-lhe ou tentando empurrá-lo para o ‘Turiya’ ou quarto es- 
tado. Isso ele faz incansável e implacável com quem vem a ele e 
em quem ele sente ser um candidato genuíno. Então, depois de 
expor tudo, ele diz ‘agora que você tenha entendido tudo, apenas 
seja’. 
 
 

 
174 
 
A história de todos nós começa com o ‘eu sou’, é o ponto ini- 
cial do sofrimento como da felicidade. 
 
Não existe ser que é desprovido do ‘eu sou’. Contudo, 
pode acontecer a história de que tudo começa com a chegada do 
conhecimento ‘eu sou’. Circunstancialmente você talvez esteja 
condicionado de maneiras diferentes, o que, juntamente com a 
combinação de elementos e as qualidades, é expresso em confor- 
midade. Esta expressão pode ser boa ou ruim, isso poderia levar 
a felicidade ou miséria, de qualquer forma ou qualquer que seja 
o resultado, o ponto de partida é sempre o ‘eu sou’. 
 
 
 
 
 
 
 
117 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
175 
 
Antes do aparecimento da forma no útero, os alimentos de ani- 
mais assumem a forma ‘eu sou’ e que aparece em nove meses. 
 
Como disse anteriormente, o ‘eu sou’ é distribuído em 
tudo na natureza. Os alimentos de animais que o corpo-alimento 
consome também contêm o ‘eu sou’ que se move para os gametas 
masculinos ou femininos. O processo de concepção é a perpetu- 
ação do ‘eu sou’ no feto. Desde o nascimento até a idade de três 
anos ou mais, o ‘eu sou’ permanece dormente e depois esponta- 
neamente vem a superfície. Por isso, é o ‘eu sou’ que aparece e 
desaparece, o que tomamos como o nascimento e a morte. 
 
 

 
176 
 
Estabilize no ‘Bindu’ (Ponto) ‘eu sou’ e transcendê-lo. ‘Bindu’ 
significa sem dualidade (Bin = sem, Du = dois). 
 
É o ‘eu sou’ novamente e foi dado um novo nome para 
um melhor entendimento: o ‘Bindu’ (ponto), que quando divi- 
dida em duas palavras ‘Bin’ e ‘Du’ que significa sem dualidade. 
Como isso é assim? Com o foco de sua meditação sobre o ‘eu sou’ 
(ou quando o conhecimento ‘eu sou’) medita sobre si mesmo por 
um período prolongado, uma etapa chega quando é apenas o ‘eu 
sou’ em todos os lugares. Quando isso acontece, não há mais 
nada, mas senão o ‘eu sou’, é um estado não-dual. Este ‘Bindu’ 
(ponto) está localizado em nenhum lugar e ainda está em toda 
parte, está em seu interior, encontre-o e se estabilize nele. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
118 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
177 
 
É o ‘eu sou’ que investiga o ‘eu sou’. Percebendo sua falsidade 
ele desaparece e se funde na Eternidade. 
 
Neste exato momento, enquanto você está lendo estas li- 
nhas ou como refleti sobre elas, quem é que está fazendo isso? É 
o conhecimento ‘eu sou’ investigando o ‘eu sou’. Tudo isso que 
você está fazendo tem o ‘eu sou’ em segundo plano. O ‘eu sou’ é 
a força motriz por trás deste empreendimento inteiro, que quer 
desesperadamente saber o que ele é. À medida que a compreen- 
são cresce e realiza sua falsidade, ele desaparece. Isto feito, não 
há mais nada para fazer, então você está na Eternidade. 
 
 

 
178 
 
O conhecimento ‘eu sou’ é Deus, se hoje você é incapaz de 
compreendê-lo então apenas adore-o. 
 
Apesar de todos os esforços, mesmo depois de uma 
enorme quantidade de estudo você ainda não é capaz de com- 
preender o ‘eu sou’. O que fazer? Não desanime, o Guru diz que 
há uma saída, para começar a perceber que ‘Jnana Marga’ (cami- 
nho do conhecimento) não é para você. Percebeu que você deveagora recorrer ao ‘Bhakti Marga’ (o caminho da adoração). E, o 
que deve ser adorado? É o conhecimento ‘eu sou’, que é Deus em 
você. Lembre-se, os dois caminhos são complementares, o co- 
nhecimento leva à adoração e adoração leva ao conhecimento. É 
apenas uma questão de disposição individual, como o que mais 
lhe convier, mas de qualquer forma, você vai fazer isso. 
 
 
 
 
 
 
 
119 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
179 
 
Se quiser, tome o ‘eu sou’ como seu ‘prarabdha’ (destino), tor- 
nar-se um com ele, então você pode transcendê-lo. 
 
Seu destino o preocupa; vou ser bem sucedido na vida? 
Vou tornar-se isso ou aquilo? Vou ter uma doença grave? E o 
medo da morte, e como ela virá, está sempre à espreita lá no 
fundo. Mas veja o que o Guru diz! É algo que não só surpreen- 
dente, mas gratifica, bem como, que libera você de todo este con- 
junto de preocupações e apreensão. Por que não tomar conheci- 
mento ‘eu sou’ para ser o seu destino? Vou me tornar o ‘eu sou’ 
só e nada mais, isto é o meu destino. Permanecerei no ‘eu sou’ 
só, meditarei sobre ‘eu sou’ somente, dia a dia, é o ‘eu sou’ so- 
mente em todos os lugares e em todos os momentos. O que vai 
acontecer na aceitação do ‘eu sou’ como o seu destino? Você vai 
superar isso e ser livre das garras do nascimento e da morte, que 
é a maior recompensa que você pode imaginar. 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
120 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
180 
 
Junto com o conhecimento ‘eu sou’ aparece espaço e o mundo. 
Quando o conhecimento ‘eu sou’ parte o mundo está liqui- 
dado. 
 
Pense bem, aplique a sua mente e tente lembrar o mo- 
mento em que o conhecimento ‘eu sou’ apareceu pela primeira 
vez de forma espontânea e que veio saber que ‘você é’. Se for 
difícil, em seguida, tente observar o que acontece na próxima vez 
em que você acorda de um sono profundo. O ‘eu sou’, o espaço 
e o mundo aparecem quase em simultâneo, de uma só vez, e de- 
pois todo o resto assume e ao fato de que os três ‘apareceram’ em 
você é eliminado. O que é que está segurando essas suas percep- 
ções? Não é o ‘eu sou’? Enquanto o ‘eu sou’ está lá que você vai 
perceber o espaço e o mundo. Se o ‘eu sou’ se afasta ambos de- 
saparece. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
121 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
181 
 
Martele em si mesmo que o ‘eu sou’ ou ‘estado de ser’ é o pai 
de toda a manifestação, então o ‘eu sou’ em si vai ajudá-lo a 
estabiliza-se no ‘eu sou’. 
 
Um processo de reversão deve ser realizado a fim de en- 
tender e acreditar que o ‘eu sou’ ou ‘estado de ser’ é a raiz de 
toda a manifestação. Reversão significa voltar para aquele mo- 
mento em que você veio pela primeira vez a saber que ‘você é’, 
antes disto você sabia alguma coisa sobre o mundo manifestado 
que você vê? Ele era inexistente para você. Completamente da 
mesma forma, em sono profundo, quando o ‘eu sou’ está sus- 
penso o mundo não existe para você. Quando o ‘eu sou’ vem, 
assim que faz toda esta manifestação, quando o ‘eu sou’ vai, está 
tudo acabado! À medida que você entende e se familiariza com 
tudo isso, o ‘eu sou’ faz amizade com você então ele ajuda você 
a se estabilizar em si mesmo. 
 
 

 
182 
 
O ‘eu sou’ é observado pelo Absoluto, não tem sentidos ou 
olhos, o testemunhar simplesmente acontece. 
 
Quando você se estabilizou no ‘eu sou’ um momento vem 
quando você está separado dele. O ‘eu sou’ é observado ou tes- 
temunhado pelo Absoluto e isso ocorre sem os sentidos ou os 
olhos. Este testemunho simplesmente acontece, o ‘eu sou’ apa- 
rece espontaneamente no Absoluto. Quando o ‘eu sou’ sai, o Ab- 
soluto permanece. 
 
 
 
 
 
 
 
122 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
183 
 
Estou introduzindo você para o seu ‘eu sou’. 
 
A primeira fase é a meditação sobre o ‘eu sou’ e estabili- 
zar-se nele. Isto é o que o Guru vem fazendo o tempo todo: ele 
tem tentado fazer você entender o conhecimento ‘eu sou’ de to- 
das as maneiras possíveis. Ele foi até mesmo ao ponto de dizer 
que, se você não entender, então apenas adore-o como o Deus 
em você. Após o Guru lhe apresentar para o seu ‘eu sou’, ele lhe 
pede para meditar sobre isso, o que ajuda você a se estabilizar no 
‘eu sou’. Em seguida, o palco está montado para transcendê-lo. 
 
 

 
184 
 
Leve a convicção em si mesmo que o conhecimento ‘eu sou’ 
dentro de você é Deus. 
 
Muitos, muitos candidatos chegam a porta do Guru. Ele 
dá uma olhada e sabe quem é o que, por isso, dependendo das 
capacidades do candidato, ele expõe o ensinamento para o inte- 
ressado. Há aqueles que estiveram ao redor por algum tempo e 
compreenderam um pouco. Agora, como eles irão partir, eles pe- 
dem algumas últimas palavras de despedida que podem su- 
portá-los em bom lugar quando vão. Ele diz a eles para levar a 
convicção de que o conhecimento ‘eu sou’ dentro é Deus e viver 
por ela, isso é tudo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
123 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
185 
 
Para Aquele que medita sobre o conhecimento ‘eu sou’, tudo 
no reino da consciência se torna claro. 
 
Após a compreensão do conhecimento ‘eu sou’, sem pa- 
lavras, a meditação sobre ele ou a ‘Sadhana’ (prática), é uma obri- 
gação, não há como escapar dela. Para aquele que segue os ensi- 
namentos de seu Guru e sinceramente medita sobre o sem pala- 
vras ‘eu sou’, tudo no reino da Consciência será revelado. Ele sa- 
berá como esta consciência veio a ser e como é a consciência de 
que é a criadora de tudo. A revelação final é que ele não é a Cons- 
ciência, mas se destaca separado dela como o Absoluto ou ‘Para- 
brahman’. 
 
 

 
186 
 
Vá a qualquer lugar, mas nunca se esqueça que o conheci- 
mento ‘eu sou’ é Deus. Dia a dia, através da meditação cons- 
tante essa convicção vai crescer. 
 
Você passou algum tempo com o Guru, você tentou ab- 
sorver o ensinamento, mas você não pode ficar com ele por 
tempo indeterminado. Quando você sair, vai pedir algo para vi- 
ver e ele lhe diz, onde quer que vá, nunca se esqueça de que o 
conhecimento interior ‘eu sou’ em você é Deus. A prática é es- 
sencial, gradualmente à medida que a sua prática cresce em in- 
tensidade e duração, um dia virá em que você terá a firme con- 
vicção de que o conhecimento ‘eu sou’ é Deus de fato. Fique 
imerso no ‘eu sou’ e você terá uma boa chance de transcendê-lo. 
 
 
 
 
 
 
 
124 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
187 
 
Não se preocupe com nada, apenas continue permanecendo 
no ‘eu sou’, um momento virá quando ele vai ficar satisfeito e 
revelará todos os segredos. 
 
Haverá períodos de frustração, haverá períodos de dú- 
vida. Seus envolvimentos mundanos iram dificultar sua ‘Sad- 
hana’ e uma atmosfera de derrota iria prevalecer. Mas, aconteça 
o que acontecer, simplesmente jogue tudo de lado, não se preo- 
cupe com nada e continue a permanecer no ‘eu sou’, com toda a 
seriedade. O ‘eu sou’ irá testar sua resistência, mas um momento 
virá quando ele estará satisfeito com você, tornando-se seu 
amigo e libertará o seu domínio sobre você. 
 
 

 
188 
 
A armadilha de nascimento e morte é por causa do ‘eu sou’, 
habite nele, realize-o e transcenda-o. 
 
Basta observar a natureza Janus como do ‘eu sou’. Ele age 
como um inimigo, quando o colocou nessa armadilha de nasci- 
mento e morte em que você caiu. Uma vez que você está preso, 
ele exige um esforço extraordinário para te libertar. Se você tiver 
sorte o suficiente para se deparar com o Guru certo ou seus ensi- 
namentos, só então você terá uma chance de sair dessa armadi- 
lha. As palavras do Guru são muito simples e direta: entender o 
‘eu sou’, permanecer nele, realizá-lo e transcendê-lo. Quando 
você permanecer no ‘eu sou’, torna-se seu amigo e lhe ajudará a 
sair. 
 
 
 
 
 
 
 
125 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
189 
 
Obtenha estabilidade no ‘eu sou’, sem palavras, o ‘Paravani’, 
mas você o Absoluto não é isto. 
 
Os antigos classificaram ‘Vani’ ou discurso em quatro ca- 
tegorias: ‘Vaikhari’,que é a palavra falada; ‘Madhyama’ é da 
mente ou uma palavra não dita tangível - pensa-se ou pensar; 
depois vem o ‘Pashyanti’, que é a fase de formação quando a pa- 
lavra ainda é intangível e, finalmente, o ‘Para’ ou a fonte sem pa- 
lavras de todo o discurso. Quando falamos envolve todos estes 
em um rápido ou veloz movimento sequencial. ‘Vani’ (discurso) 
é apenas um, é só para o nosso entendimento que ele foi classifi- 
cado, e flui para fora na ordem: Para, Pashyanti, Madhyama e 
Vaikahri. Estes quatro nessa ordem são ditos corresponderem a 
‘Turiya’ (o quarto), o sono profundo, sonhando e acordado esta- 
dos de consciência. Quando você voltar, você retorna da palavra 
falada para o sem palavras ‘eu sou’, que é o ‘Turiya’ ou estado 
‘Paravani’. Mas você, o Absoluto, não é nenhum desses. 
 
 

 
190 
 
Sua verdadeira identidade - O Absoluto é anterior ao ‘eu sou’. 
Como você pode fornecer um uniforme para ele? 
 
O uniforme ou traje que nós fornecemos para a nossa ver- 
dadeira identidade é a do corpo com todos os seus sentidos e da 
mente na forma de conceitos. O conceito principal é o ‘eu sou’ 
que não tem nome ou forma e acaba de aparecer espontanea- 
mente em seu verdadeiro Ser. Sua verdadeira identidade, o Ab- 
soluto ou ‘Parabrahman’ é anterior ao ‘eu sou’, então como pode 
qualquer uniforme ou vestimenta ser fornecido para ele. 
 
 
 
 
 
126 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
191 
 
Meu Guru me ensinou o que ‘eu sou’, eu ponderei somente 
nisso. Meu estado original é estar nesse estado, onde não há 
‘eu sou’. 
 
O Guru nos diz como ele realizou a sua verdadeira natu- 
reza e de sua própria experiência, ele dá o mesmo ensinamento 
para nós. Podemos ver como é importante a compreensão do ‘eu 
sou’, pensando sobre ele e depois se estabilizando nele. Este é o 
primeiro passo para a realização do seu estado original, que é 
anterior ao ‘eu sou’. Apenas na obtenção firmemente estabili- 
zada no ‘eu sou’ que você será capaz de transcendê-lo. Então 
você vai estar no seu original estado absoluto, que é desprovido 
do ‘eu sou’. 
 
 

 
192 
 
O ‘eu sou’ aconteceu e o mundo foi inventado. Antes disso, 
você não tem a mensagem ‘eu sou’, você existia, mas você não 
sabia. 
 
O ‘eu sou’ é o princípio e o fim de tudo, foi com o surgi- 
mento do ‘eu sou’ que toda esta manifestação surgiu. São apenas 
duas pequenas palavras, mas veja o estrago de terem inventado 
na forma deste mundo. E a forma como o ‘eu sou’ fez tudo isso é 
de fato surpreendente: nem por um momento você acredita que 
é tudo falso e, na verdade, nunca chegou a existir! Você, o Abso- 
luto estão sempre lá, ‘eu sou’ ou não ‘eu sou’, pelo aparecimento 
do ‘eu sou’ você só sabe que ‘você é’. 
 
 
 
 
 
 
 
127 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
193 
 
No estado infinito, o estado de ‘eu sou’ é temporário, não de- 
sista do seu verdadeiro ponto de vista, caso contrário você vai 
ser enganado. 
 
O Absoluto, estado infinito sempre prevalece. A aparên- 
cia nele do estado ‘eu sou’ é temporário e irá desaparecer um dia, 
mas o infinito está sempre lá, como tem sido. Na aparência do 
‘eu sou’ em seu estado nascente, é muito livre, sem nome ou 
forma. Logo, o processo de condicionamento assume e você se 
ilude acreditando que o ‘eu sou’ é o corpo-mente, e perder seu 
ponto de vista. Você tem que ir para trás e chegar a esse estado 
sem palavras do ‘eu sou’ e permanecer nele, a fim de realizar a 
sua natureza temporária e falsa. Depois de ter recuperado o seu 
ponto de vista como o Absoluto infinito, que está como é e será 
para sempre. 
 

 
194 
 
Agarrar-se no ‘eu sou’ e todos os obstáculos vão evaporar, 
você estará além do reino do corpo-mente. 
 
O Guru fala de sua própria experiência, ele tem feito gran- 
des esforços para fazer você entender o ‘eu sou’. A primeira coisa 
que o Guru faz para todos que o busca e o acompanha, é fazê-lo 
entender o ‘eu sou’. Na clareza desse entendimento é baseado 
todo o fundamento da prática e do progresso. A menos que você 
compreenda a verdadeira importância do ‘eu sou’ você não vai 
prestar atenção nele ou fazer tentativas de agarrar-se a ele. O ‘eu 
sou’ é impessoal, sem nome e forma, no momento em que 
agarrá-lo e tornar-se um com ele, você também alcança o mesmo 
status. Ao tornar-se um com o ‘eu sou’ você vai além do reino do 
corpo-mente. 
 
 
 
128 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
195 
 
Todas as perguntas existem, porque o ‘eu sou’ está lá. Após o 
‘eu sou’ desaparecer, nenhuma pergunta surge. 
 
O ‘eu sou’ é o conceito primário, a raiz, o início de onde 
todas as perguntas começam. Quando você habitar no ‘eu sou’, 
estará bem no começo, então onde está a causa de todas as per- 
guntas aqui existentes. Se acontecer que enquanto você estiver 
permanecendo no ‘eu sou’ você afastar dele, podem surgir dúvi- 
das, mas não até então. Uma vez que você está firmemente esta- 
belecido no ‘eu sou’ um tempo virá quando ele desaparece, então 
não há nenhuma possibilidade de qualquer questão surgir - a 
raiz foi cortada! 
 
 

 
196 
 
Compreenda o ‘eu sou’, transcendê-lo e conclua que ‘estado 
de ser ‘, o mundo e Brahman são irreais. 
 
O Guru pede novamente para o buscador compreender o 
‘eu sou’ em primeiro lugar, pois sem compreender que ele são 
meramente duas palavras. Quando você considerá-los como 
apenas duas palavras, você ainda está no nível verbal e pode até 
entender mal e acreditar que o Guru está lhe pedindo para rea- 
firmar o seu ego. O ‘eu sou’ que o Guru está falando é o de um 
sem palavras, o muito primordial que surgiu quando você só 
veio a saber que ‘você é’. Este ‘eu sou’ é impessoal e sem quais- 
quer atributos, que é onde você tem que voltar e residir. Apenas 
transcendendo o ‘eu sou’, que você vai perceber que este ‘estado 
de ser’, o mundo e Brahman são irreais. 
 
 
 
 
 
 
129 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
197 
 
O ‘So Hum’ japa (recitação) está incessantemente acontecendo 
em seu pulso indicando ‘eu sou’; entrar em sintonia com ele 
pela recitação. 
 
A respiração, o qual resulta do pulso, é observável como 
dois sons sutis durante a inspiração e expiração, que ouvimos 
como ‘So Hum’. Este som ‘So Hum’ é considerado como um ‘man- 
tra’ para ‘Japa’ (recitação) e significa ‘Eu sou Aquilo’. O som ‘So 
Hum’ que é naturalmente disponível para você é na realidade 
sem palavras e indica o primordial ‘eu sou’. Alguns candidatos 
podem achar este método propício para a sua prática, de modo 
que o Guru recomenda recitação do ‘So Hum’ e entrando em sin- 
tonia com ele. 
 
 

 
198 
 
A recitação do ‘So Hum’, indicando ‘eu sou’, deve estar por 
muito tempo, é antes das palavras. 
 
Qualquer ‘Sadhana’ tem de ser realizada por um tempo 
muito longo, depende muito de sua seriedade e intensidade. Ra- 
ramente houve buscadores que perceberam a sua verdadeira 
identidade, após um curto período. O ‘So Hum’ é antes das pala- 
vras e naturalmente disponível a você, sua evolução tem ocor- 
rido no processo de auto-investigação como: ‘Deham Naham’ (Eu 
não sou o corpo),’Ko Hum?’ (Então, quem sou eu?), a resposta 
sem palavras que veio foi ‘So Hum’ (Eu sou Aquilo). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
130 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
199 
 
O ‘eu sou’ é o único Deus para agradar e se agradou, ele irá 
levá-lo para a fonte. 
 
Convencionalmente e externamente há muitos deuses 
disponíveis, você pode ir de Deus para Deus e ficar perdido e 
confuso. Mas o ‘eu sou’ é interno e universalmente presente em 
todos, além disso, é desprovido de qualquer nome ou forma. 
Você tem que adorá-lo a todo custo, adore o ‘eu sou’, ele é o único 
Deus para agradar. Se você se tornar amigo do ‘eu sou’ e ele 
torna-se satisfeito, irá levá-lo para a fonte pela liberação de suas 
garras (‘eu sou’). 
 
 

 
200 
 
O ‘Jnani’ é aquele que chegou a uma conclusão sobre a maté- 
ria-prima ‘eu sou’ e está separado dele. 
 
Quem é um ‘Jnani’ (um homem de sabedoria)? O ‘Jnani’ é 
aquele que não só compreendeu e desenvolveuuma firme con- 
vicção sobre o conhecimento ‘eu sou’, mas também transcendeu. 
Ele (o ‘Jnani’) conseguiu alcançar isso através do ‘Sadhana’ de me- 
ditar sobre o ‘eu sou’ por um período de tempo razoável e no 
processo foi além e ficou separado dele. Tendo feito isso, ele está 
fora dos ciclos de nascimento e morte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
131 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
201 
 
Esse som sem som, o zumbido ‘eu sou’ é um lembrete de que 
você é Deus. Para compreender e realizar ele, medite sobre ele. 
 
O som ‘So Hum’, observado ao inalar e exalar durante o 
processo de respiração é extremamente sutil. O zumbido do eu 
sou é ainda mais sutil do que isso e tem sido chamado de ‘som 
sem som’. É um lembrete constante de que você é Deus. Medita- 
ção sobre o sem som ou sem palavras ‘eu sou’ é recomendado 
como um meio de entender e realizar isso. Conhecimento teórico 
ou verbal do ‘eu sou’ não é suficiente, você tem que realmente 
realizá-lo e tornar-se um com ele, e por isso, que a meditação é 
essencial. 
 
 

 
202 
 
Você está no ‘eu sou’ sem qualquer esforço para estar lá. Não 
tente interpretar o ‘eu sou’. 
 
Meditação, compreensão e realização são todos os pro- 
cessos complementares e trabalho de uma forma geral. Você está 
sempre no ‘eu sou’, você necessita de qualquer esforço para sa- 
ber que ‘você está’? Então, ser apenas nele. As palavras não pode 
ser usado para descrever o sem palavras, elas podem em todo o 
caso ser os ponteiros. Qualquer tentativa de sua parte para inter- 
pretar o ‘eu sou’ está destruindo o próprio propósito de compre- 
ender e perceber. Na verdade, é o contrário, quando todas as in- 
terpretações chegou ao fim, só então você está no ‘eu sou’ sem 
palavras. Em última análise, mesmo este ‘Nisargadatta Gita’ terá 
de ser mantido de lado e esquecido, é só então que o seu ‘Sad- 
hana’ começará. 
 
 
 
 
 
132 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
203 
 
O ‘eu sou’ na forma do corpo pode atingir o estado mais ele- 
vado somente se você entender, aceitar e habitar ali. Então 
você escapa do nascimento e morte. 
 
No momento você está neste organismo dotado com o co- 
nhecimento interior ‘eu sou’. Compreender o conhecimento ‘eu 
sou’ e usá-lo para meditar sobre si mesmo. Quando o conheci- 
mento ‘eu sou’ medita sobre si mesmo por um período de tempo 
razoável, finalmente somente resta o ‘eu sou’ e nada mais. Este é 
o maior estado do conhecimento ‘eu sou’ em forma de corpo 
(também chamado de ‘Turiya’ ou o quarto). Entendendo, acei- 
tando e permanecendo no ‘eu sou’ não há dúvida de renasci- 
mento. 
 
 

 
204 
 
O ‘eu sou’ é uma propaganda do Absoluto, uma ilusão, tem- 
porária. Aquele que sabe disso conhece o princípio eterno. 
 
O ‘eu sou’, em sua forma mais pura e sem palavras, é uma 
acumulação ou anúncio do Absoluto ou o ‘Parabrahman’. Tem 
um momento de aparência e um momento de desaparecimento, 
é sempre temporária e como um sonho, é uma ilusão. Para en- 
tender esta natureza do ‘eu sou’ a pessoa tem que voltar para o 
momento em que apareceu pela primeira vez de forma espontâ- 
nea. Se estiver difícil, tente observar o ‘eu sou’ como aparece no 
momento em que você acorda depois de um sono profundo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
133 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
205 
 
No ventre o ‘eu sou’ é latente: Quando estamos com três anos 
de idade ele surge espontaneamente. No clímax na meia 
idade, diminui na velhice e finalmente desaparece. 
 
Entre o aparecimento e desaparecimento do ‘eu sou’ um 
tempo de vida inteiro é coberto. Tanto a chegada e saída não es- 
tão em suas mãos e ocorrem espontaneamente. As mudanças 
que ocorrem na sua assinatura conforme avança a vida são um 
bom indicador dessa ascensão e queda do ‘eu sou’. Nos estágios 
mais avançados da sua vida é incapaz de assinar do jeito que fez 
na sua meia-idade ou juventude. Mesmo se você conseguir fazer 
isso, ele exige um grande esforço e um pouco de instabilidade é 
visível ao fundo. 
 
 

 
206 
 
Lembre-se disso, se você desejar lembrasse de mim ou me vi- 
sitar aqui, lembre-se do conhecimento ‘eu sou’. 
 
Durante todo o momento que você esteve com o Guru, ele 
teve apenas um objetivo, que é fazer com todos os esforços pos- 
síveis para empurrá-lo para o ‘eu sou’ ou o ‘Turiya’. Como você 
está se preparando para sair ou até mesmo como você está real- 
mente o deixando, ele diz que se em tudo o que você desejar, 
lembrar-se dele ou está visita, lembre-se do conhecimento ‘eu 
sou’. Quando ele percebe um candidato genuíno, ele planta a se- 
mente ‘Brahman’ nele com a esperança de que algum dia ela vá 
brotar, prosperar e libertá-lo. Se isso vier a acontecer, que seria 
candidato, por sua vez de semear a semente ‘Brahman’ em outros. 
 
 
 
 
 
 
134 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
207 
 
A identidade do corpo não pode obter este conhecimento, o 
conhecimento ‘eu sou’ deve ser obtido deste conhecimento, 
quando o conhecimento habita em conhecimento há transcen- 
dência do conhecimento. 
 
Quando você mora no ‘eu sou’ sem palavras e se você re- 
corda-lo corretamente, vai sentir a liberdade e a alegria que sen- 
tiu durante essa fase nascente do ‘eu sou’. Naquela época você 
não sabia nada, mas o ‘eu sou’ e você dançavam de alegria com 
ele, completamente despreocupado e indiferente de tudo. De- 
pois veio o condicionamento e o desenvolvimento do verbal ‘eu 
sou’ e suas calamidades tinham começado. Seu destino real é o 
‘eu sou’ além do corpo, quando você morar nele, ele próprio irá 
revelar a sua história. 
 
 
 

 
208 
 
Este ‘eu sou’ desfrutado além do corpo é o seu destino. Perma- 
neça nele e ele próprio irá dizer-lhe a sua própria história. 
 
Se você sentar em meditação pensando ‘eu sou isto e 
aquilo meditando’, não há nenhuma chance de que possa se tor- 
nar um com o ‘eu sou’. Todos os links externos têm de ser total- 
mente cortada e somente o ‘eu sou’ deve permanecer, despro- 
vido da ideia de corpo. Deve ser o ‘eu sou’ em sua máxima pu- 
reza, foi em sua maior pureza, quando se levantou, que é a razão 
da necessidade de voltar e recuperar nascente ‘eu sou’. Faça isso 
várias vezes até que se estabilize no ‘eu sou’ que é sem palavras, 
você já passou por essa fase, por isso é apenas uma questão de 
aplicação e resistência. Quando o conhecimento ‘eu sou’ sem pa- 
lavras permanece em si, há uma chance de transcender isso. 
 
 
 
135 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
209 
 
Quando você mora no destino como ‘eu sou’, você realiza que 
ele não é a sua morte, mas o desaparecimento do ‘eu sou’. 
 
O Guru está revelando um segredo que é de tremenda 
importância que apenas um candidato avançado, que passou um 
tempo considerável pensando sobre seus ensinamentos, pode 
compreender o seu verdadeiro valor. Ele está dizendo: o seu des- 
tino não é a morte, mas o desaparecimento do ‘eu sou’! Esta re- 
alização só pode vir de alguém que transcendeu o ‘eu sou’ e per- 
cebeu a sua verdadeira identidade como o Absoluto ou o ‘Para- 
brahman’. O ‘eu sou’ que tinha aparecido nele (que erroneamente 
acreditam ser o nascimento) agora desapareceu (que erronea- 
mente acreditam ser a morte), isso é tudo. Ele não tem nada a ver 
com isso, como ele nunca foi o ‘eu sou’. Ele chega à conclusão de 
que ele é não nascido, ele era não nascido e permanecerá não 
nascido! 
 
 

 
210 
 
Você está além do desejo, que por si mesmo depende do ‘eu 
sou’. Não suprima os desejos, só não se identifique com eles e 
eles vão desaparecer. 
 
Quase um em cada três candidatos pergunta o que pode 
ser feito sobre o desejo. É um obstáculo que todo mundo tem que 
superar, e é tão grande que parece quase impossível de superar. 
Para eles, o Guru diz que você é além do desejo, o desejo é do ‘eu 
sou’ e dependente dele. Então, em vez de suprimir um desejo, 
que seria mais útil não se identificar com ele, então ele irá desa- 
parecer. Entendendo e meditando sobre o ‘eu sou’ sem palavras 
é tudo que é mais propício para o processo.136 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
211 
 
Por que dizer que eu faço alguma coisa? Tudo o que é feito é 
feito pelo ‘eu sou’ e você está além dele. 
 
Por que todos dizem que ‘eu tenho feito isso’ ou ‘eu ter 
feito aquilo’? À medida que você permanece no ‘eu sou’ sem pa- 
lavras você vai logo perceber que é ele o ‘eu sou’ que é o fazedor. 
Repetidamente não se identifique como o ‘fazedor’ é outra téc- 
nica sugerida para se estabilizar no puro ‘eu sou’ e ir além dele. 
Na verdade, esse é o estado real das coisas, mas é o seu condici- 
onamento que fez você acreditar que você é o fazedor. 
 
 

 
212 
 
Tenha cuidado com o ‘eu sou’ crescente sobre a sua verda- 
deira natureza e dando-lhe a falsa sensação de ser o executor. 
 
O caminho é realmente escorregadio, mesmo para o can- 
didato mais avançado. Depois da compreensão e estando estabi- 
lizado no ‘eu sou’, sem palavras, você pode começar a receber 
vislumbres de sua verdadeira natureza - aqui o Guru avisa a con- 
tinuar muito atento. Por que isso? Porque o ‘eu sou’ é realmente 
difícil de ficar a distância. Ele pode crescer muito rapidamente e 
em silêncio outra vez sobre a sua verdadeira natureza e prendê- 
lo, e em breve você vai começar a acreditar que você é fazedor. 
Isso o levará de volta à estaca zero e desfazer todo o progresso 
que você havia conseguido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
137 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
213 
 
Quando o ‘eu sou’ torna-se puro - isto é, sem ‘eu sou isso’ ou 
‘eu sou aquilo’ - você se torna ‘Ishwara’ (Deus). 
 
Você tem que voltar para o ‘eu sou’, quando apareceu 
pela primeira vez em você e no breve período que se seguiu de- 
pois, quando o ‘eu sou’ era incontaminado. Durante esse perí- 
odo, o ‘eu sou’ não tinha complementos, como ‘isto’ ou ‘aquilo’, 
foi uma fase em que era puro. Você passou por esse período em 
sua vida e não há nenhuma razão para que você não possa re- 
vivê-la. É tudo uma questão de compreensão do ‘eu sou’, apli- 
cando-se a si mesmo e habitando nele. Se você fizer isso você se 
torna ‘Ishwara’ (Deus) e tem uma chance de transcendê-lo e tor- 
nar-se ‘Parameshwar’ (o Deus supremo ou o Absoluto). 
 
 

 
214 
 
O sentimento ‘eu sou’ vem a você só porque há algo mais an- 
tigo ou mais cedo em você para que este ‘eu sou’ aparecesse. 
 
Pondere sobre uma questão como: A quem o sentimento 
‘eu sou’ vem? Ou, o que eu era antes da chegada do conheci- 
mento ‘eu sou’? Quando você fizer isso, você vai perceber que 
tem que haver algo mais antigo ou algo antes de que este ‘eu sou’ 
aparecesse. Quanto mais tempo você gasta no ‘eu sou’ sem pala- 
vras, mais forte a convicção irá crescer sobre esse ‘algo’ que é an- 
terior ao ‘eu sou’. Finalmente, esse ‘algo’ se torna o seu objetivo, 
e algo para se concentrar, pois essa é sua verdadeira natureza 
Absoluta. 
 
 
 
 
 
 
 
138 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
215 
 
O intervalo entre o início do ‘eu sou’ (nascimento ou acordar) 
e quando você perde ele novamente (morte ou sono pro- 
fundo) é chamado ‘tempo’. 
 
Todo este conceito de tempo é baseado no aparecimento 
e desaparecimento do ‘eu sou’. A chegada e a partida do ‘eu sou’, 
desde o nascimento até a morte é chamado de vida, enquanto 
que a partir de acordar para adormecer é um dia. Assim, você 
diz ‘a sua vida chegou ao fim’ ou ‘É o fim do dia’. O ‘eu sou’ 
ligado com a memória mantém uma continuidade em toda a sua 
vida. 
 
 

 
216 
 
O sentimento ‘eu sou’ é por si só uma ilusão, pois tudo o que 
é visto através desta ilusão não pode ser real. 
 
A essência dos cinco elementos e três qualidades que 
compõem o corpo-mente é o conhecimento ‘eu sou’. O corpo- 
mente, como se sabe, é impermanente e destrutível, o ‘eu sou’ 
depende dele para se expressar. Assim, o ‘eu sou’, já que é des- 
trutível e dependente não pode ser a realidade que é indestrutí- 
vel e independente. O sentimento ‘eu sou’ é, portanto, irreal e 
uma ilusão, tudo o que se ver ou sabe é através do ‘eu sou’, por- 
tanto, é tudo uma ilusão e irreal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
139 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
217 
 
Quando Krishna diz: ‘Lembro-me de todas as minhas vidas 
passadas’, ele quer dizer o ‘eu sou’, o sentimento fundamental 
por trás de todos os nascimentos. Não há ‘eu sou fulano de tal’. 
 
Krishna é o Absoluto ou o ‘Parabrahman’, sua verdadeira 
identidade. No Bhagavad Gita, Krishna faz uma declaração em 
que ele diz que se lembra de todas as suas vidas passadas. A im- 
plicação é que ele se lembra do ‘eu sou’, princípio do nascimento, 
em cada nascimento e não que ele foi ‘fulano de tal’. O ‘eu sou’ 
apareceu e desapareceu sobre ele, como o princípio fundamental 
de todos os nascimentos. Embora as personalidades ficavam mu- 
dando de acordo com os elementos, qualidades e as circunstân- 
cias, o ‘eu sou’ permaneceu o mesmo. 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
140 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
218 
 
Você não está sempre em contato com o ‘eu sou’ ou ele não é 
permanente. Quando você não está ciente do ‘eu sou’, ‘Quem’ 
não tem conhecimento? 
 
Como o Absoluto ou o ‘Parabrahman’ você não está sem- 
pre em contato com o ‘eu sou’: ele aparece e desaparece durante 
a sua vida e não é permanente. O ‘eu sou’ é inicialmente dor- 
mente desde o nascimento até a sua aparição, e durante o sono 
está suspenso - mas ele está sempre lá no fundo. Além disso, 
você geralmente não é consciente do ‘eu sou’, simplesmente por- 
que você está preso ou absortos com o ‘eu sou’ adicionado ‘isto’ 
e ‘aquilo’. Os complementos para o ‘eu sou’ torna você total- 
mente alheio à sua pureza, e de uma forma de sonho você dirige 
sua vida. Agora está sendo dito para você a ir para o ‘eu sou’ em 
sua forma pura nascente sem palavras e permanecer nele. No 
processo desta permanência, o ‘eu sou’ desaparece ou você não 
está ciente dele. Então, quem não estava ciente dele? Deve haver 
um princípio permanente no fundo que o engoliu. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
141 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
219 
 
O ‘eu sou’ tem grande potência: toda a manifestação chegou a 
partir dele. Ir para o estado ‘eu sou’, permaneça lá, se funda e 
vá além. 
 
Apenas observe o enorme potencial do ‘eu sou’ que tem 
mantido o mundo inteiro em execução, toda a manifestação che- 
gou a partir dele, a sua teimosia perpétua é surpreendente. Para 
ser livre dele, você tem que entende-lo em sua maior pureza e, 
em seguida, meditar sobre isso por um período de tempo razoá- 
vel. A intensidade de sua meditação deve ser tal que você se 
torne totalmente um com o ‘eu sou’. Em seguida, um momento 
virá quando se funde em si mesmo e você vai além, a seu verda- 
deiro Ser, que é o Absoluto ou o ‘Parabrahman’. 
 
 

 
220 
 
O ‘eu sou’ é o Guru em um corpo que é testemunhado pelo 
Ser ou ‘Satguru’ em você, que é não-manifesto. 
 
O ‘eu sou’ está lá em tudo, em cada corpo. É a própria 
base ou princípio fundamental de tudo o que você percebe. Você 
deve considerá-lo como o Guru, o Deus, o Guia que vai levá-lo 
para o Ser ou o ‘Satguru’ (o grande Guru). É o ‘Satguru’ ou o Ser 
que testemunha o ‘eu sou’ ou o Guru no corpo. O ‘Satguru’ é o 
Absoluto ou o ‘Parabrahman’, que está sempre lá e nunca se ma- 
nifesta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
142 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
221 
 
O ‘eu sou’ em sua pureza é ‘Turiya’ (o quarto estado), mas eu 
sou ‘turiyatita’ (além turiya) e vivendo em (como) Realidade. 
 
Ao descrever seu próprio estado ou ponto de vista o Guru 
faz com que todo o ensinamento seja tão simples e claro, não po- 
deria ser colocado de uma forma mais simples. O ‘eu sou’ deve 
ser entendido em sua pureza, tal como ele surge e é sem palavras. 
Isso pode ser feito por qualquer um recordando o momento em 
que surgiu em torno dos três anos de idade ou tentando pegá-lo 
quando você acabou de acordar de um sono profundo. Neste es- 
tado puro é o ‘Turiya’ ou o quarto estado que está sempre lá no 
fundo e em querepousam os outros três: ou seja, de vigília, so- 
nho e sono profundo. Ao entrar e permanecer no ‘Turiya’ ou 
quarto estado que você pode ir além dele para o ‘turiyatita’ ou 
além do quarto e viver como o Absoluto ou ‘Parabrahman’, que é 
a realidade. 
 
 

 
222 
 
Repetição de um ‘mantra’ o leva para o puro ‘eu sou’, onde 
todo o conhecimento é entregue, você se funde com o Abso- 
luto além de todo nome e forma. 
 
‘Japa’ ou a repetição de um mantra como ‘So Hum’ (Eu sou 
Aquilo) ou ‘Aham Brahmasmi’ (Eu sou Brahman) por um longo 
tempo leva você para o estado do puro ‘eu sou’. Residindo no 
‘eu sou’, chega um momento em que a primeira e a última parte 
do conhecimento ‘eu sou’ também se rendeu. Uma vez que o ‘eu 
sou’ desaparece, você se funde ou entra no seu original estado 
natural, que é o Absoluto, além de todo o nome e forma. 
 
 
 
 
 
143 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
223 
 
Se você vier a morar no ‘eu sou’ e firmemente permanecer 
nele, todas as coisas externas vão perder o controle sobre você. 
 
Todos externalidade tem uma forte influência sobre nós, 
na extensão em que há muito poucos a quem iria ocorrer que 
aquilo tudo poderia ser falso. É apenas naqueles em quem esse 
desejo sem nome para os desperta eterno e infinito, que a busca 
e questionamento começa. Se esse candidato tem a sorte, ele vai 
se deparar com um verdadeiro Guru que vai colocar um fim à 
sua busca. Para cortar todas as coisas externas, o Guru lhe faz 
compreender a importância do conhecimento ‘eu sou’ sem pala- 
vras. Então ele lhe diz para permanecer firmemente no ‘eu sou’, 
que é o ‘Sadhana’. Se o candidato entender corretamente o ensi- 
namento e segui o conselho do Guru, ele é obrigado a ter sucesso. 
 
 
 
224 
 
Não há mais ninguém, mas apenas ‘eu’ ou ‘eu sou’, esta devo- 
ção não-dual (‘advaitabhakti’) é o mais alto, para desaparecer 
e ser perdido no vasto desconhecido. 
 
Você tem que meditar sobre o conhecimento ‘eu sou’ até 
que você desenvolva uma forte convicção de que não há mais 
ninguém, mas somente ‘eu’ ou ‘eu sou’ e nada mais. Para ficar 
completamente infundido com o conhecimento ‘eu sou’ é entrar 
no ‘Turiya’ ou o quarto estado e isso é não-dual devoção (‘advaita- 
bhakti’) em seu pico ou mais elevado. Você deve estar totalmente 
imerso na adoração do ‘eu sou’ na extensão em que você se torna 
o ‘eu sou’. E, o que vai acontecer quando você praticar esta in- 
tensa devoção não-dual? Você vai desaparecer e ser perdido no 
vasto desconhecido e se tornar o Absoluto. 
 
 
 
 
 
144 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
225 
 
Investigue minuciosamente o aparecimento e desapareci- 
mento do ‘eu sou’ - você o desejou ou apenas aconteceu? 
 
Após o Guru fazer você entender a importância do conhe- 
cimento ‘eu sou’ sem palavras, você tem que investigá-lo com- 
pletamente por conta própria. Para isso, você tem que refletir so- 
bre o que ele tem dito constantemente. Conforme crescem juntos 
o entendimento, meditação e convicção, a questão importante 
sobre o aparecimento e desaparecimento do ‘eu sou’ surge. A 
pergunta é: Será que isso ocorre por meio de sua vontade ou de- 
sejo? Foi um processo voluntária? Se você entendeu correta- 
mente o ‘eu sou’ a sua resposta seria a de que ele veio e vai es- 
pontaneamente, por conta própria. Isso vai dar um golpe na 
crença que você agarra de ser o ‘executor’ - e pode até acabar com 
ela. 
 
 

 
226 
 
O ‘eu sou’ é o único capital que você tem. Debruçar sobre 
isso, nada mais é necessário. 
 
A marca do ensinamento do Guru é a sua simplicidade. 
Ele afirma muito claramente que o conhecimento ‘eu sou’ é tudo 
o que você tem, é o único capital de que você tem. Este legado 
do ‘eu sou’ veio espontaneamente, por conta própria, sem qual- 
quer esforço de sua parte. Tente entender a sua importância e 
use-o da melhor maneira possível. Apenas habite no ‘eu sou’, 
nada mais é necessário. Por que isso? É porque o resto virá por 
si só. Habitando com firmeza no ‘eu sou’, chega um momento 
em que fica satisfeito com você e libera seu domínio. 
 
 
 
 
 
145 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
227 
 
O ‘eu sou’ está apenas um pouco distante do verdadeiro es- 
tado, por isso é irreal, tudo que está longe do estado Verda- 
deiro ou Realidade é irreal. 
 
O ‘eu sou’ pode ser visto como o último acampamento 
para você dimensionar a altura da Realidade. Uma vez que você 
está estabilizado no ‘eu sou’ ou o Estado ‘Turiya’, seu trabalho 
está feito. Este estado, embora muito próximo da realidade ou o 
Absoluto, ainda tem que ser classificado como irreal. O ‘eu sou’ 
não pode permanecer como está, tem que desaparecer ou dissol- 
ver-se e se fundi ao Absoluto ou o ‘Parabrahman’, só então ela vai 
qualificar-se como a Realidade. 
 
 

 
228 
 
Todos yoga e práticas vêm através da consciência do ‘eu sou’, 
que é em si uma ilusão. Todos os acontecimentos desta ilusão 
são relativos e limitados no tempo. 
 
Compreender o conhecimento ‘eu sou’ como a fonte de 
tudo o que é de importância primordial. Qualquer atividade que 
você possa fazer, se é trabalho do dia-a-dia ou yoga ou qualquer 
outra prática, todos vêm através do ‘eu sou’. Este ‘eu sou’ que 
apareceu em você é uma ilusão, é o início do tempo e vai acabar 
um dia. Todas as atividades são baseadas na dualidade e dura- 
ção, portanto, eles são relativos e portanto nunca chegou perto 
da realidade e está limitado ao tempo. O conhecimento ‘eu sou’ 
é o mais próximo à realidade, de modo a entender e permanecer 
nele. 
 
 
 
 
 
 
146 
O NISARGADATTA GITA 
 
 
 
 
 
229 
 
O primeiro passo é ir e habitar no ‘eu sou’. De lá você vai 
além da consciência e sem-consciência para o Absoluto infi- 
nito, que é o estado permanente. 
 
Após a compreensão do ‘eu sou’, o primeiro passo con- 
siste em habitar nele. Você tem que habitar no ‘eu sou’, colo- 
cando a ideia de corpo completamente de lado. Veja o ‘eu sou’ 
em sua pureza sem palavras e permaneça ali por um tempo su- 
ficientemente longo. Quando você fizer isso, um momento virá 
quando você vai além da consciência ou ‘eu sou’ e sem-consci- 
ência ou ‘eu não sou’. Quando isso acontece, você vai se fundir 
em sua verdadeira natureza, o Absoluto, que é um estado per- 
manente. 
 
 

 
230 
 
Você é a realidade além do ‘eu sou’, você é o ‘Parabrahma’. 
Medite sobre isso e lembre-se disso, finalmente essa ideia, 
também, deve deixá-lo. 
 
O Guru tentou de todas as maneiras fazê-lo entender o 
conhecimento ‘eu sou’. Então, depois que você entendeu, ele 
aconselha a permanecer nele e transcendê-lo, para ir além do ‘eu 
sou’ para a realidade que você é. O Guru agora apontando dire- 
tamente para você, dizendo: ‘Ei! Olhe aqui!’ ‘Você’ é o ‘Parabrah- 
man’.’ Isto é como um chamado final para o despertamento. Ele 
agitando você, chamando: ‘Venha o homem! Eu não posso dizer 
de forma mais simples do que isso. Ouça o que estou dizendo! 
Medite sobre isso até mesmo essa ideia se dissolve e você se torna 
o que você é e o que eu quero que você seja’. 
 
 
 
 
 
147 
 
 
 
 
231 
 
Compreender o ‘eu sou’, transcendê-lo e realizar o 
Absoluto. De uma forma simplificada como ninguém 
expôs este ensina- mento profundo. 
 
Você vê o nascer do sol e o pôr do sol todos os 
dias no horizonte, mas isso realmente ocorre? Há sempre 
qualquer hori- zonte? Você pode tentar se aproximar do 
horizonte, mas você nunca vai alcançá-lo. O aparecimento 
e desaparecimento do ‘eu sou’ é como o nascer e o pôr do 
sol, ele só parece ter ocorrido no horizonte, mas na 
verdade não existe tal coisa. Do ponto de vista do sol, que 
se destaca, ele nunca sabe o nascer ou o pôr do sol em tudo, 
ele está sempre lá, brilhando longe em sua glória magnâ- 
nima. Esta foi apenas uma analogia para que possamos 
compre- ender o ‘eu sou’, a compreensão do que tem sido 
repetidamente sublinhado pelo Guru. A compreensão é, 
então, usada como base para o ‘Sadhana’, que tem de 
seguir, que é permanência no ‘eu sou’ ou o conhecimento‘eu sou’ meditando sobre si mesmo. Isso é tudo o que tem 
que ser feito, se feito corretamente e sincera- mente, ele 
irá levá-lo para o seu destino final, o Absoluto ou ‘Pa- 
rabrahman’. Muito certamente, este ensinamento profundo 
não poderia ter sido exposto de forma mais simples do 
que isso. 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
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