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Resumo das práticas de farmacognosia • Cromatografia em camada delgada: Tem como base e objetivo a pesquisa de marcadores ativos e analíticos em extratos de Amburana cearensis e de anetol em extratos de Foeniculum vulgare. • Materiais utilizados: Acetato de etila PA Anetol (padrão de trabalho) Béquer Cumarina (padrão de trabalho) Borrifador Extratos de cumaru (amostra) Capilares OEFV- óleo essencial (amostra) Cuba Papel de filtro Diclorometano PA Pinça Funil Placa de alumínio com S Hexano PA Sílica gel 60. Tamanho 20x20 cm Hidróxido de potássio PA Proveta Iodo P Régua KOH 5% ETOH- pesquisa Luz UV • Procedimento experimental: análise por CCD referente aos extratos de Amburana cearensis Neste procedimento foi escolhida como fase estacionária a sílica gel em forma de placa sendo de fase normal e por isso, possui caráter polar em decorrência das hidroxilas livres que conferem tal caráter químico. Já a fase móvel utilizada é composta por dois solventes orgânicos, isto porque é muito comum a utilização da combinação de solventes orgânicos para obter sucesso no procedimento. Além das fases citadas acima, uma cuba é utilizada e dentro da cuba está a fase móvel, bem como também são utilizadas placas de sílica que compõem a cromatoplaca que contém a fase estacionária. Em sequência a amostra é aplicada na cromatoplaca e é realizada a eluição pela fase móvel, nesta parte o sistema se localiza na cuba cromatográfica. Posteriormente tem-se a revelação para que seja possível identificar a separação das espécies de interesse das amostras. Mais especificamente sobre o procedimento realizado foi utilizada uma fina placa de alumínio onde a fase estacionária é depositada, sendo esta caracterizada como sílica de fase normal e polar. Ao lado tem-se uma exemplificação da placa de alumínio utilizada como placa cromatográfica onde a fase estacionária é depositada. O aspecto geral é semelhante ao de folhas e estas são uniformes e é possível realizar recortes de tamanhos desejados para a análise, dependendo da quantidade de amostras a serem identificadas. Como vantagens é possível destacar a sua padronização, justificada pela distribuição uniforme realizada sobre a placa. Quanto ao solvente utilizado para a determinação e presença de Cumarina nos extratos de Cumaru analisados, foram escolhidos para o ensaio a fase móvel composta por hexano e acetato de etila nas proporções 65:35 respectivamente. Vale salientar que ambos os solventes que constituem a fase móvel são depositados na cuba cromatográfica e constituem a fase de preparação dela. Em seguida se realiza a preparação da cromatoplaca e a aplicação da amostra e padrão, sendo este padrão a Cumarina, caracterizada por seu grau de pureza maior que 99%, proveniente da indústria Sigma-Aldrich dos Estados Unidos e que possui como CAS (número criado pela sociedade americana de química) 91-64-5, e que funciona como nomenclatura de uma substância que funciona como código mundial. Na figura ao lado é possível observar na porção superior o padrão utilizado para determinar a presença de Cumarina nos extratos de Cumaru, que tem como pureza 99% e que serve de objetivo de comparação, para que a espécie possa ser identificada na amostra. Já na porção inferior, tem-se o extrato de Cumaru a ser analisado visando a identificação e segregação da espécie de interesse, definida como Cumarina. Ambos são aplicados na placa cromatográfica e constituem a seguinte de preparação da suba cromatográfica, após a aplicação destes, a placa cromatográfica é depositada na cuba e a amostra, tal como o padrão, elui em torno do comprimento da placa que contém a fase estacionária. Para a aplicação tem-se o auxílio de um capilar que é mergulhado sobre as soluções padrão e amostra e em seguida, em pontos de mesma altura, é realizado o toque na placa cromatográfica para que obtenhamos uma padronização da eluição de ambos, cada toque realizado é chamado de spots. São feitos vários toques na placa cromatográfica para que o capilar que contém a solução libere o conteúdo que este possui e em seguida ocorre a dispersão dentro da placa de sílica visando o não acúmulo de líquido. É importante frisar que quando se têm uma solução pura, o número de toques (spots) realizados na placa cromatográfica contendo a fase estacionária é consideravelmente menor do que o número de spots realizados com a amostra advinda de extratos. No total foram realizados 10 spots referentes ao extrato da casca do caule do Cumaru e spots da solução padrão de Cumarina. Na figura ao lado, se observa a fase de eluição da fase móvel contida na cuba cromatográfica composta pelos solventes envolvidos na preparação de tal recipiente pela fase estacionária, defina como a placa cromatográfica que foi depositada na cuba para que o procedimento experimental ocorresse. Como característica podemos salientar que a placa contida na cuba se encontra em posição diagonal e possui como aspecto importante que quando a placa for depositada, o ponto de aplicação do extrato e padrão deve ficar um pouco acima do nível da fase móvel, para que somente depois que a placa estiver acomodada o local onde a amostra proveniente do extrato e o padrão de Cumarina utilizado sejam atingidos e a eluição inicie. A partir desse momento a cuba não pode ser deslocada e o sistema não deve sofrer quaisquer movimentações para que não ocorram interferências. O processo de eluição não é de fato rápido, contudo a passagem do solvente através da fase estacionária ocorre em tempo hábil, até que a fase móvel atinja uma marcação imaginária na fase estacionária, sendo esta um pouco antes do final da placa cromatográfica, para que nenhum dado seja perdido e haja uma dificuldade na visualização das bandas separadas durante a eluição. Na imagem acima são representados os materiais e reagentes utilizados na revelação do cromatograma com KOH (hidróxido de potássio) etanólico, possuindo como objetivo de revelar a segregação da Cumarina presente na amostra proveniente do extrato do Cumaru e compará-la com o padrão utilizado. O KOH etanólico é utilizado por sua capacidade de abrir o anel da Cumarina, transformando no ácido cis-hidróxicinâmico e este quando exposto à luz ultravioleta sobre uma reação de isomerização, se transformando na forma trans-hidróxicinâmico, que possui como característica a fluorescência. A aplicação do KOH etanólico acontece por jatos sutis sobre a placa cromatográfica de maneira suave, em seguida a placa é direcionada para a luz ultravioleta e a leitura dos resultados já pode ser realizada. Ao lado podemos visualizar a placa cromatográfica após a exposição à luz ultravioleta e a identificação das espécies contidas na fase estacionária pós eluição da fase móvel na cuba cromatográfica. A banda localizada à direita denominada como “P” consiste no padrão utilizado para Cumarina, já a banda identificada como “I” consiste na amostra referente ao extrato da casca do caule do Cumaru obtido por infusão e de forma análoga, a banda denominada “D” faz alusão ao extrato proveniente da casca do caule do Cumaru pelo método de decocção. Após a visualização da presença de Cumarina mesmo que fracamente obtida e demonstrada na placa ao lado, se fazem necessários cálculos para determinação de valores numérico através do valor de referência para o padrão e para substâncias identificadas na amostra. Vale salientar a importância do emprego do padrão de Cumarina visando a determinação da presença e as bandas separadas na análise, e assim, utilizar das informações obtidas para calcular o valor de referências de ambos em associação ao entendimento à cerca dos componentes e a distância de eluição das espécies segregadas. Para realizar ocálculo dos valores de referência das amostras obtidas por infusão e decocção, bem como o do padrão utilizado uma relação entre a distância percorrida pela solução padrão desde o ponto de aplicação até o ponto de detecção e relaciona esse valor com a distância percorrida pela fase móvel. Esse cálculo é realizado para todas as amostras aplicadas na placa cromatográfica, consistindo na relação entre o ponto de aplicação da amostra e a terminação da eluição da fase móvel (X) com o ponto de aplicação das amostras e a marcação referente á identificação das amostras comparadas com o padrão utilizado (Y). O esperado é que ambos os extratos aquosos obtidos a partir da infusão e decocção possuam os mesmos valores de RF (valores de referência) do padrão de Cumarina utilizado no ensaio, somente assim é possível determinar a presença de tal marcador ativo. Como resultado nos cálculos para os métodos de infusão e decocção, que estão visualmente idênticos na altura de identificação das espécies analisadas, ambos possuem o mesmo valor de referência, determinado da seguinte maneira: RF = Y → RF = 6,5 cm → RF = 0,78 X 8,3 cm De maneira análoga, o valor de referência do padrão utilizado também foi identificado como 0,78 tendo em vista a localização de ambas as amostras, determinando assim a presença de Cumarina nas amostras definidas como extratos aquosos provenientes dos métodos de infusão e decocção da casca do caule do Cumaru. Já em relação aos métodos denominados turbólise, maceração e percolação e sohxlet, o mesmo procedimento para análise por cromatografia em camada delgada foi realizado e como placa cromatográfica revelada com o auxílio de mesmos reagentes e de luz ultravioleta, obteve-se: A figura ao lado apresenta a placa cromatográfica com suas respectivas amostras após a eluição e revelação, entre elas estão o padrão utilizado para determinação de Cumarina “P”, o extrato aquoso obtido por turbólise “T”, o extrato obtido a partir da maceração e percolação “MP” e por último na porção direita o extrato obtido a partir do método de Sohxlet intitulado “S”. A partir das informações visuais detalhadas acima, é possível estabelecer as relações entre ponto de inserção da amostra e ponto onde a eluição foi interrompida (X), bem como o ponto de depósito da amostra e porção limitante da amostra arrastada após a eluição pela fase móvel onde o marcador foi identificado (Y), onde as comparações entre as amostras provenientes dos extratos realizados a partir dos métodos citados com o padrão utilizado, a partir desta comparação é determinada a presença ou ausência de marcadores como a Cumarina. A partir do ensaio acima, se faz real afirmar que a banda identificada como proveniente do método Sohxlet se caracteriza como o extrato mais semelhante ao padrão utilizado e portanto, pode ser definido como o melhor método para a extração da Cumarina em relação aos demais métodos vistos. Vale ressaltar que os demais extratos também possuem Cumarina. A análise realizada acima é inteiramente qualitativa. Os valores de referência foram calculados da seguinte forma: RF = Y → RF = 1,5 cm → RF = 0,23 X 6,5 cm Todos os extratos e o padrão utilizado obtiveram mesmo número de valor de referência. • Procedimento experimental: análise por CCD referente ao óleo essencial de Foeniculum vulgare Como as condições experimentais determinadas na cromatografia em camada delgada são basicamente as mesmas, algumas mudanças empregadas são ligadas apenas aos tipos de solventes que constituem a fase móvel que por sua vez são o Hexano associado ao Diclorometano em proporções equivalentes a 20:80 respectivamente, e o revelador que também é alterado visando a eficácia do ensaio e uma melhor visualização das bandas, que desta vez é o Iodo. O padrão utilizado foi definido como o anetol caracterizado como 99% de pureza e adquirido a partir da indústria Sigma-Aldrich dos Estados unidos, com número de identificação molecular equivalente a 41180-23-8. Além disto, a amostra utilizada é composta pelo Óleo essencial de Foeniculum vulgare. Apesar das mudanças descritas acima, a fase estacionária continua sendo a sílica de fase normal e, portanto, possuindo como principal característica a polaridade. Um pouco mais abaixo é apresentada a molécula conhecida como o Anetol, que neste ensaio é responsável pelo padrão utilizado na busca de tal marcador ativo e que influencia diretamente na qualidade dos extratos óbitos, no caso, o óleo essencial do funcho. Todo o procedimento de preparação da cuba cromatográfica e da placa cromatográfica que constituem respectivamente o recipiente que contém a fase móvel e a placa que contém a fase estacionária, é semelhante ao descrito no ensaio acima, com as divergências me relação aos solventes que a compõem e a amostra. Abaixo tem-se a figura que represente o cromatograma obtido a partir do ensaio. Ao lado é possível perceber a presença de duas bandas, sendo a localizada a direita definida como o padrão utilizado “P” e à esquerda tem- se a amostra composta pelo óleo essencial analisado, além disso tem-se as marcações de depósito das amostras, término da eluição e identificação das amostras. O ponto denominado como final de eluição “X” se relaciona diretamente com o ponto de identificação das amostras, onde o arraste das mesmas tem sua parada, definido como ponto “Y”. A relação entre ambos define o valor de referência, calculado a seguir. RF = Y → RF = 3,3 cm → RF = 0,69 X 4,8 cm Os valores de RF da amostra de óleo essencial do funcho foram identificados e caracterizados como idênticos aos do padrão utilizado, determinando assim a presença de anetol na amostra. Método extrativo / Espécie vegetal RF padrão / RF da amostra Infusão/ A. cearensis 0,78/0,78 Decocção/ A. cearensis 0,78/0,78 Maceração e percolação/ A. cearensis 0,2/0,2 Turbólise/ A. cearensis 0,2/0,2 Sohxlet/ A. cearensis 0,2/0,2 Hidrodestilação/ F. vulgare 0,7/0,7 É possível verificar que o padrão utilizado de Cumarina se fez idêntico em relação a todos os ensaios de comparação com os métodos extrativos, nos fazendo compreender que em todos os métodos extrativos foi possível realizar a extração de Cumarina. O mesmo ocorreu no ensaio referente ao óleo essencial de Foeniculum vulgare, nos levando ao mesmo entendimento.
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