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FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO CIRLENE OLIVEIRA MOREIRA RAISSA CECILIA SOUZA TABOSA DOS REIS SIMONE KEILLA LUZ NASCIMENTO CAROBALDO CALANDRINI DE AZEVEDO NETO ATIVIDADE AVALIATIVA 01 BELÉM – PA 2020 Introdução “Não se pode considerar a existência da sociedade sem a presença do Direito, que é muito bem sintetizada pelo brocardo romano: “ubi societas, ibi jus” (onde está a sociedade está o direito; ou, não há sociedade sem direito). Em mera leitura do brocardo e a sua natural justificativa, já podemos dimensionar a grandiosidade do debate e abstrair-lhe a complexidade da relação: homem, sociedade e Direito” Da análise do texto acima, de autoria de Alex Sanders Pires compreende-se a relação direta do Direito com a Sociedade, já que o Direito é uma forma de se controlar a sociedade, buscando a paz e harmonia social, resolvendo as questões conflituosas. Ocorre que o Direito, segundo o doutrinador Paulo Nader, também se relaciona com outras formas de controle social como a religião e a moral. Diante dessas informações, a presente atividade consistirá na conceituação de Direito, apontando 2 exemplos da relação do Direito com a Moral e 2 exemplos do Direito com a Religião. Fundamente sua resposta com base na Doutrina, artigos virtuais, notícias jornalísticas, etc. Para começar a relacionar direito e moral precisamos entender o que é moral. Moral é o conjunto de valores, de normas e noções do que é certo ou errado dentro de uma determinada sociedade. Nossa vivência em sociedade é o reflexo de nossa convivência familiar e da comunidade mais próxima que estamos inclusos, sendo a religião uma das formas de nos moldar na sociedade. O Direito é conceituado de várias formas. De acordo com Paulo Dourado de Gusmão, Direito é um "conjunto de normas executáveis coercitivamente, reconhecidas ou estabelecidas e aplicadas por órgãos institucionalizados". Ainda pode-se incluir o conceito de Paulo Nader, que diz que Direito é um "conjunto de normas de conduta social, imposto coercitivamente pelo Estado, para realização de segurança, segundo critérios de justiça". E podemos finalizar os conceitos de Direito com o de Miguel Reale, que o define como uma "ordenação heterônoma, coercível e bilateral atributiva das relações de convivência, segundo uma integração normativa de fatos segundo valores". Relações do Direito e a Moral O Direito e a Moral são regras sociais que regulam o comportamento do Homem em sociedade, definindo um conceito de comportamento que é certo e o que não se enquadra neste comportamento é tido como errado. A primeira relação de Direito e Moral que podemos citar é a Teoria do Mínimo Ético, esboçada pelo jurista alemão Georg Jellinek (1851-1911) e também defendida por vários filósofos, que defende que as normas morais mais importantes de uma sociedade podem ser transformadas em normas jurídicas, ou seja, o direito faz parte da moral. Um exemplo dessa teoria é que em uma sociedade é imoral roubar, essa norma moral foi considerada importante que se tornou uma norma jurídica. A Segunda relação de Direito e Moral a Teoria da Separação do Direito e da Moral afirma que não há ponto de relação necessário entre ambos os campos. Thomasius afirma que o objeto das normas morais é um (esfera íntima) e das normas jurídicas é outro (comportamento externo) Relações do Direito e a Religião A religião procura agregar, harmonicamente, o homem a Deus, atuando, ademais, como um poderoso obstáculo às ações humanas, contribuindo, desta feita, para o seu aprimoramento interior. Os Dez Mandamentos da Bíblia, por exemplo, atuam sobre os cristãos como verdadeira Lei Divina. Segundo Giddens (2005, p. 427), “as religiões envolvem um conjunto de símbolos, que invocam sentimentos de reverência ou de temor, estando ligadas a rituais ou cerimoniais dos quais participa uma comunidade de fiéis.” Assim, a religião, através da fé, “define o caminho a ser percorrido” pelos crentes, estabelecendo, para atingir tal finalidade, “uma escala de valores a serem cultivados e, em razão deles, dispõe sobre a conduta humana”, atuando, pois, como um autêntico instrumento de controle individual, conforme reconhecido, inclusive, por Nader: A Religião tem sido sempre um dos mais relevantes instrumentos no governo social do homem e dos agrupamentos humanos. Se esse grande fator de controle enfraquece, apresenta-se o perigo do retrocesso do homem às formas primitivas e antissociais da conduta, de regresso e queda da civilização, de retorno ao paganismo social e moral. O que a razão faz pelas ideias, a religião faz pelos sentimentos (NADER, 2017, p. 34). Os exemplos de exclusão social em nome de uma moral sexual religiosa são inúmeros. A moral e os bons costumes vêm travestidos de se preservar a família, de resgatar valores. Esta é, inclusive a ideia e o espírito do PL 867/2015, que pretende instalar a “Escola sem partido”, ou melhor, quer que os alunos não tenham uma posição reflexiva e não conheçam os vários lados da história. Esse PL baseia-se em princípios familiares e religiosos, confronta o conceito de laicidade do ensino público e censura assuntos como sexualidade e gênero, negando toda a evolução do pensamento científico e dos avanços sociais. Tudo em nome do se fazer o bem, mas em total desrespeito e desconsideração do sujeito de direitos como sujeito de desejos. REFERÊNCIA NADER, Paulo, Introdução ao estudo do direito, 24 ed. atual. Rio de Janeiro: Forense, 2004. NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito. 34ªed. Rio de Janeiro: Forense, 2012 REALE, Miguel. Lições Preliminares do Direito. 27ªed. São Paulo: Saraiva, 2009 Betioli, Antonio Bento. Introdução ao Direito. São Paulo: Saraiva, 2011.