Buscar

Manual de APH do CEPAP - 2ª EDIÇÃO 2018 PDF

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 162 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 162 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 162 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Suporte Básico de Vida em Cardiologia 
Emergências Clínicas e Cardiológicas 
Assistência ao Politraumatizado 
Acidentes com Animais Peçonhentos 
Assistência ao Afogado 
Emergências Psiquiátricas 
Cesar Augusto dos Santos Junior; Adriano Bertola 
Vanzan; Vladimir Fernandes Chaves; Flávio 
Sampaio David; Carlos Eduardo Sá Ferreira; 
Espedito Rocha de Carvalho Junior; Sérgio Corrêa 
da Silva; Fernanda de Castro Cerqueira; Sergio 
Gottgtroy de Araújo; Simone de Oliveira Costa; 
Robson Fernando de Castro Torres; José Henriques 
Marques Neto; Rivelino Adriano Silva; Carlos José 
Cesário de Souza; Victor Pinheiro de Carvalho. 
Centro de Educação Profissional 
em Atendimento Pré-hospitalar -
CEPAP 
 
Manual Básico de Atendimento 
Pré-hospitalar 
2ª EDIÇÃO 
Atualizada - 2018 
 
Autores: 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
1 
 
 Dedicatória 
Aos militares que participaram da elaboração 
da 1ª edição do Manual CEPAP - 2014: 
Comandante: Ten. Cel. BM QOC 
Aurélio de Carvalho 
Sub-Comandante: Maj BM QOS/Méd 
Zoraia Oliveira 
Colaboradores: 
Ten. Cel. BM QOS-
Enf Márcia Fernandes Mendes Araújo 
Maj BM QOS/Méd 
Maria Fernanda Lattanzi Bezerra de Melo 
Maj BM QOS/Méd 
Adriano Bertola Vanzan 
Cap BM QOS/Enf 
Vladimir Fernandes Chaves 
Cap BM QOS/Enf 
Flávio Sampaio David 
Cap BM QOS/Méd 
Carlos Otávio Santos Silva 
Cap BM QOS/Enf 
Gilson Clementino Hanzsman 
Cap BM QOS/Méd 
Roberto Fernandes Outeiro Júnior 
CapBM QOS/Méd 
Antônio Carlos Rodrigues Justo 
Cap BM QOS/Méd 
Andréia Pereira Escudeiro 
Ten BM QOS/Enf 
Cristiane Pontes 
Ten. BM QOA 
Sérgio Corrêa da Silva 
Ten. BM QOA 
Carlos Eduardo Sá Ferreira 
 
Sub Ten BM Q11 
Robson Esteves 
Sub Ten BM Q11 
Edmilton de Souza 
Sub Ten BM Q11 
Luiz Carlos Siqueira 
Sub Ten BM Q11 
Rubens Ferreira Lopes 
Sub Ten BM Q11 
Simone de Oliveira Costa 
Sub Ten BM Q11 
Danieli Bello Chimer da Silva 
Sub Ten BM Q11 
Sandro Lucas da Silva 
Sub Ten BM Q11 
José Henriques Marques Neto 
Sub Ten BM Q11 
Robson Fernandes Castro Torres 
Sub Ten BM Q06 
Flavio Henrique Cesário de Souza 
Sub Ten BM Q06 
Valmir Rufino Vieira 
Sub Ten BM Q11 
Valcir José de Almeida 
Sub Ten BM Q06 
José Marcos Menezes 
Sub Ten BM Q11 
Rivelino Adriano da Silva 
Sub Ten BM Q11 
Leandro Lessa de Vasconcellos 
3º Sgt BM Q11 
Ana Paula Lopes 
3º Sgt BM Q11 
Alexander Simonato 
3º Sgt BM Q11 
Silvana Raquel Ferreira Q. de Olivieira 
 ************************************************* 
 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
2 
2ª Edição - 2018: 
Comandante: 
Ten Cel BM QOC Cesar Augusto dos Santos Junior 
 
Colaboradores: 
Ten Cel BM QOS/Enf Gilson Clementino Hanszman 
Maj BM QOS/Enf Cristiane Costa Marinho Pereira 
Cap BM QOA Walter Evangelista de Souza 
Ten BM QOA Evaldo Freitas Soares 
Sub Ten BM QBMP06/AxE Regina Célia Evangelista Silva 
Sub Ten BM QBMP11/TEM Elaine de Souza Cabral de Oliveira 
Sub Ten BM QBMP06/AxE Alexandre Belarmino 
Sub Ten BM QBMP11/TEM André Carlos Silva Anselmo 
2 ̊ SGT BM QBMP11/TEM Alexander Simonato 
2 ̊ SGT BM QBMP06/AxE José Luciano Sucupira Otero 
2 ̊ SGT BM QBMP11/TEM Ana Paula Lopes das Neves 
2 ̊ SGT BM QBMP11/TEM Silvana Raquel da Silva Ferreira 
CB BM QBMP06/AxE Mércia Jesus da Silva Conrado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
3 
 
CAPÍTULO I: SUPORTE BÁSICO DE VIDA 06 
1 - CENA 07 
2 - RCP EM ADULTOS E USO DO DEA/AED 12 
3 - RCP EM CRIANÇAS 20 
4 - RCP EM BEBÊS 27 
5 - ASFIXIA EM CRIANÇAS 29 
6 - ASFIXIA EM BEBÊS 32 
7 - ASFIXIA EM ADULTOS 34 
8 - ASFIXIA EM GESTANTES 35 
CAPÍTULO II: EMERGÊNCIAS CLÍNICAS E CARDIOLÓGICAS 37 
1 - ALTERAÇÕES DO ESTADO MENTAL 37 
 1.1 - Acidente Vascular Encefálico (AVE) 43 
 1.2 - Cefaléia / Enxaqueca 45 
 1.3 - Crise Convulsiva / Epilepsia 46 
 1.4 - Depressão Aguda / Tentativa de Suicídio 49 
 1.5 - Ataque de Pânico / Síndrome da Hiperventilação 49 
 1.6 - Hipoglicemia 50 
2 - ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES 52 
 Desconforto Torácico 52 
 Hipertensão Arterial 56 
3 - ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS 57 
 3.1 – Obstrução da Via Aérea 57 
 3.2 – Asma 58 
 3.3 – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) 59 
 3.4 – Causas Inflamatórias 61 
 3.5 – Populações Especiais 61 
 3.6 – Outras Causas 62 
4 – DISTÚRBIOS CAUSADOS PELO CALOR E FRIO 62 
ÍNDICE 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
4 
 4.1 – Hipotermia 63 
 4.2 – Distúrbios Causados pelo Calor 66 
5 - INTOXICAÇÃO POR DROGAS LÍCITAS E ILÍCITAS 68 
CAPITULO III: ASSISTÊNCIA AO POLITRAUMATIZADO NO APH 74 
1 - ETAPAS INICIAIS DO SOCORRO – PERGUNTAS NORTEADORAS 74 
2 - EXAME DO POLITRAUMATIZADO 79 
3 - HEMORRAGIA E CHOQUE 86 
4 - TRAUMATISMO CRÂNIO ENCEFÁLICO E RAQUIMEDULAR 92 
5 - TRAUMA DE TÓRAX 93 
6 - TRAUMA ABDOMINAL 97 
7 - TRAUMA PÉLVICO E DE EXTREMIDADES 99 
8 - TRAUMA EM SITUAÇÕES ESPECIAIS 106 
 8.1 Trauma na Gestante 106 
 8.2 Trauma na Criança 107 
 8.3 Trauma no Idoso 110 
 8.4 Queimaduras 112 
9 - INCIDENTES COM MULTIPLAS VÍTIMAS 117 
10 - MOBILIZAÇÃO E TRANSPORTE DE ACIDENTADOS 123 
CAPITULO IV: ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS 134 
1 - VENENOSOS X PEÇONHENTOS 134 
2 - OFIDÍSMO 134 
3 - ARANEÍSMO 137 
4 - ESCORPIONISMO 142 
CAPITULO V: ASSISTÊNCIA AO AFOGADO 145 
1 - DADOS SOBRE AFOGAMENTO 145 
2 - DEFINIÇÃO 146 
3 - CLASSIFICAÇÃO E SOCORRO DO AFOGADO 146 
4 - CLASSIFICAÇÃO DA GRAVIDADE E TRATAMENTO DO AFOGADO 149 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estadodo Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
5 
CAPITULO VI: EMERGÊNCIAS PSIQUIÁTRICAS 152 
1 - INTRODUÇÃO 152 
2 - AVALIAÇÃO DA CENA NO ATENDIMENTO AOS PORTADORES DE 
TRANSTORNO MENTAL 154 
3 - AVALIAÇÃO DA VÍTIMA DURANTE O ATENDIMENTO AOS PORTADORES 
DE TRANSTORNO MENTAL 155 
4 - CONTENÇÃO FÍSICA E MECÂNICA DA VÍTIMA COM TRANSTORNO 
MENTAL 155 
5 - REAVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DA VÍTIMA COM TRANSTORNO 
MENTAL 156 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 157 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
6 
Capítulo I 
Suporte Básico de Vida 
 
No Brasil, o mal súbito é conhecido como um problema de saúde inesperado, 
sendo responsável pela morte de milhares de pessoas por ano. Os óbitos podem 
acontecer, muitas vezes, porque os cuidados imediatos não foram realizados 
corretamente. Destaca-se que dominar o conhecimento acerca do primeiro 
atendimento é fundamental para salvar vidas. Podemos afirmar que o primeiro 
atendimento em um caso de mal súbito possuí dois objetivos: evitar o agravamento 
do quadro e manter a vítima em condições de sobrevida até a chegada do socorro 
especializado. Cabe ressaltar que a situação mais grave de mal súbito é o colapso da 
vítima, com perda de consciência e ausência dos sinais vitais, ou seja, a Parada 
Cardiorrespiratória (PCR). 
Podemos afirmar, também, que qualquer sintoma clínico que resulta na perda 
ou queda do nível de consciência, como é o caso de uma crise convulsiva, ou de um 
desmaio, ou de uma grave dificuldade respiratória, é considerado um mal súbito. 
Destacamos que a contextualização do atendimento pré- hospitalar para as principais 
alterações clínicas serão abordadas posteriormente e neste capítulo, abordaremos o 
atendimento inicial à vítima que apresenta um quadro de PCR. 
Sublinhamos que aplicação da RCP (Reanimação Cardiopulmonar) de boa 
qualidade aumenta as chances de sobrevida de uma vítima em Parada 
Cardiorrespiratória (PCR). Neste contexto, cabe ressaltar que a maior causa de PCR 
súbita é a Fibrilação Ventricular (F.V. - atividade elétrica caótica que não gera 
função de bomba para o coração). A Fibrilação Ventricular, quando não tratada 
corretamente, pode levar a vítima ao óbito. 
O Suporte Básico de Vida (SBV) é o conjunto de procedimentos técnicos e 
medidas coordenadas que visam manter os órgãos vitais viáveis (cérebro e coração), 
até que seja iniciado o Suporte Avançado de Vida (SAV). Apesar de sua 
nomenclatura ser básica, ele é o pilar que antecede o SAV. A Desfibrilação Precoce 
deve sempre ser priorizada em eventos de PCR. 
No protocolo de RCP/DEA do CBMERJ recomenda-se que todo Bombeiro 
Militar (BM) deve utilizar o Desfibrilador Externo Automático (DEA), assim que 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
7 
disponível. Buscando assim, obter êxito no procedimento e manter acesa a chama do 
lema “VIDAS ALHEIAS E RIQUEZAS SALVAR”. 
 Em uma situação de PCR as manobras de RCP podem fazer toda a diferença 
para a vítima. Portanto, quanto mais precoce e eficaz for o atendimento, maiores 
serão as chances de sucesso. Isso é possível devido à presença de oxigênio residual 
no organismo da vítima depois de estabelecida a PCR. Ao iniciar a RCP 
precocemente (em até 4 minutos de sua ocorrência), as chances do cérebro sofrer 
danos serão menos prováveis. Após estes 4 minutos, as chances de recuperação sem 
sequelas neurológicas diminuem muito e, acima de 6 minutos, há uma maior 
probabilidade de danos irreparáveis devido à falta de oxigenação (hipóxia). 
Torna-se fundamental adotar os seguintes procedimentos: 
• Checar se o local é seguro; 
• Acionar precocemente o Sistema Médico de Emergência (SME); 
• Iniciar as compressões nos primeiros 10 segundos do início da PCR; 
• Comprimir o tórax com força e rapidez entre 100 e 120 compressões por 
minuto, deprimindo-o entre 5 e 6 cm. 
• Permitir o retorno total do tórax a cada compressão; 
• Minimizar interrupções nas compressões (não passar de 10 segundos cada 
intervalo das compressões); 
• Administrar as ventilações de forma eficaz; 
• Evitar ventilações em excesso; 
• Utilizar precocemente o DEA. 
1 - CENA 
A avaliação da cena é a etapa na qual o Socorrista deve observar 
criteriosamente a segurança no local de atuação da sua equipe. Se houver risco na 
cena, a vítima só deverá ser abordada quando o risco for neutralizado. 
Nunca entre em um local que não esteja seguro 
 
Se o local em que você estiver não parecer seguro, saia imediatamente! 
 
 
 
 
 
 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
8 
Ø Perguntas preliminares: 
a) A cena está segura? 
É importante reconhecer os possíveis riscos assim como as medidas a serem 
tomadas para a abordagem correta e segura da vítima. É necessário evitar ou eliminar 
os prováveis agentes causadores de lesões ou agravos à saúde, tais como fogo, 
explosão, eletricidade, fumaça, água, gás tóxico, tráfego, desmoronamentos, 
ferragens cortantes, materiais perigosos etc. Caso o controle desta situação esteja 
fora de sua governabilidade, acione imediatamente a ajuda necessária, por exemplo: 
Polícia Militar, equipes de resgate especializadas e concessionárias de energia 
elétrica, entre outras. 
b) O que aconteceu e como aconteceu? 
É indispensável para a tomada correta de decisão, que o Socorrista faça uma 
avaliação global do local do evento, incluindo a avaliação física da cena, dos 
transeuntes, dos familiares e da vítima. Em muitas situações a vítima parece bem, o 
que nos leva a subestimar a sua gravidade. Mas se levarmos em consideração o 
motivo que causou o evento clínico poderemos suspeitar de uma provável gravidade. 
Ø Cuidados na abordagem da vítima: 
Bio-proteção: 
Ao aproximar-se da vítima, o Socorrista deverá ter sempre em mente a sua própria 
segurança e utilizar Equipamento de Proteção Individual (EPI), pois o contato direto 
com sangue, urina, fezes, saliva, pode causar vários danos à saúde. Em caso de 
contato acidental com o sangue ou secreções da vítima, o socorrista deve proceder da 
forma a seguir: 
a) Se houver contato direto com a pele, lave-a com água corrente e sabão. 
Verifique se não há rachaduras, ressecamentos ou lesões no local. Caso haja, procure 
orientar-se com o profissional de saúde responsável pelo protocolo de acidente com 
material biológico de sua Unidade. 
b) Se houver contato direto com os olhos ou mucosas, lave-os imediatamente 
com água corrente abundante e siga o protocolo para acidente com material biológico 
de sua Unidade. 
 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
9 
Figura 1: Cadeia da sobrevivência AHA / (Fonte)American heart association® 
 
ATENÇÃO(1) Caso tenha sangue ou vômito na boca da vítima, aspire às vias aéreas; 
(2) Evite respiração boca a boca. Prefira os dispositivos de barreira para 
ventilação (máscara de bolso e dispositivo Bolsa-Válvula-Máscara – “AMBU”); 
(3) Utilize EPI em todos os atendimentos!!! 
 
 
Ø Cadeia de Sobrevivência 
 A Cadeia ou corrente da sobrevivência (figura 1) representa elos importantes 
na sequência do atendimento, onde cada um desses elos representa procedimentos 
fundamentais no processo de atendimento à parada cardiorrespiratória. Nas diretrizes 
de 2015, estão representadas duas cadeias: Parada Cardiorrespiratória Intra-
Hospitalar (PCRIH) e Parada Cardiorrespiratória Extra-Hospitalar (PCREH). 
 
 
 / 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
10 
Os profissionais de saúde deverão, simultaneamente, 
avaliar a responsividade, a respiração e o pulso carotídeo. 
FONTE: American heart association® 
 
Ø Abordagem Inicial 
 
a) Avaliação do nível de consciência 
Para avaliar a responsividade, posicione a vítima em decúbito dorsal (barriga 
para cima), segure-a pelos ombros com o objetivo de contê-la caso a mesma queira 
se levantar, e chame-a: 
“Senhor (a), está me ouvindo?” 
 Ao mesmo tempo em que é avaliada a responsividade, o socorrista deverá 
observar se há movimentos respiratórios. Caso a vítima não responda e não respire, 
ou apresente respiração ineficaz tipo gasping (“peixe fora d’água”), solicite ajuda e 
inicie as manobras de RCP. 
 
 
 
 
 
Se a vítima apresentar movimentos respiratórios dentro de um padrão 
aceitável, o socorrista deverá atentar para a abertura das vias aéreas, permanecendo 
com a mão na testa (região frontal de crânio) e elevando o queixo da vítima (técnica 
descrita a seguir) e oferecer oxigênio suplementar através do uso de máscara facial 
com reservatório a um fluxo suficiente para manter a saturação de O2 acima de 92%. 
Caso haja necessidade de deixar a vítima para realizar algum procedimento, deve-se 
colocá-la em Posição Lateral de Segurança (P.L.S.). Essa técnica será descrita ainda 
neste capítulo. 
Com a sequência CAB, as compressões torácicas serão iniciadas o mais 
precocemente possível e o atraso nas ventilações será mínimo. O tempo necessário 
para aplicar o primeiro ciclo de 30 compressões torácicas, dura em média 18 
segundos. 
 
 
 
 
 
 
C 
A 
B 
Compressões Torácicas 
Abrir as Vias Aéreas 
Boa Ventilação 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
11 
b) Algoritmo de PCR em adultos para profissionais da saúde de SBV – 
atualização de 2015 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: American heart association® 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
12 
2 - RCP NO ADULTO E O USO DO DEA/AED 
A Reanimação Cardiopulmonar (RCP) consiste em comprimir o tórax e 
ventilar uma pessoa em Parada Cardiorrespiratória (PCR) na proporção 30 
compressões X 02 ventilações, utilizando dispositivo de barreira e ininterruptamente 
caso não possua um dispositivo de barreira. 
 
 
Na abordagem de uma vítima, devemos sempre avaliar riscos próximos a esta 
pessoa, observando se há algo que possa colocar a vida do socorrista e de sua equipe 
em risco iminente. Após a checagem, devemos abordar a vítima segurando pelo 
ombro e perguntando “você está bem?” (Figura 1). 
 
 
Figura 1: Abordagem da Vítima / Nível de consciência 
 
Após avaliar que a mesma se encontra inconsciente, devemos olhar o tórax 
abrindo as vestes e observar se há respiração normal além de checar o pulso 
simultaneamente, este procedimento pode ser observado na (figura 2 e figura 3). 
 
ETAPAS AÇÃO 
1 Posicionar a vítima na posição decúbito dorsal (de barriga para cima) em uma 
superfície rígida e plana 
2 Retirar as vestes da vítima 
3 Colocar a região hipotenar da mão (“calcanhar de sua mão”), posicionando a 
outra mão sobre a primeira entrelaçando os dedos para maior firmeza e 
posicionar sobre o tórax da vítima, ou seja, na metade inferior do esterno que 
coincide com a linha intermamilar. 
4 Comprimir com os braços retos a uma profundidade próxima a 5 a 6 cm e uma 
frequência de 100 a 120 compressões por minuto. 
5 Após cada compressão, devemos deixar o tórax voltar à posição normal. 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
13 Figura 2: Visão do profissional de saúde. Figura 3:Visão do Leigo, não profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao observar que a vítima não responde, não respira e não tem pulso, acione um 
serviço de emergência (192 ou 193) e solicite um DEA/AED. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4: Pedido de ajuda / Acionamento do Socorro. 
 
Ø RCP - ADMINISTRAÇÃO DAS COMPRESSÕES E VENTILAÇÕES 
Após avaliar a “responsividade” da vítima e constatar que a mesma não 
responde, não respira e não tem pulso (checagem por profissionais de saúde), 
devemos acionar o sistema médico de emergência e solicitar um desfibrilador – 
DEA/AED (Figura 4). 
Logo em seguida a solicitação de ajuda, devemos iniciar as manobras de 
Reanimação CardioPulmonar (RCP) imediatamente, iniciando pelas compressões no 
tórax. A RCP se compõe em duas etapas principais: compressões e ventilações, na 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
14 
Figura 5: Marcação do local da compressão. Figura 6: Técnica de compressão torácica. 
Figura 8: Técnica de compressão torácica e 
ventilação assistida com uso de bolsa-válvula-
máscara 
qual devemos comprimir o tórax com certa força e rapidez promovendo um 
bombeamento de sangue oxigenado para os órgãos vitais, como o coração e o 
cérebro. 
Devemos comprimir o tórax, promovendo uma RCP de alta qualidade para 
manter uma boa perfusão de oxigênio já que este coração não está bombeando 
normalmente. 
Deve-se apoiar o “calcanhar da mão” na metade inferior do osso esterno do 
paciente e apoiando a outra mão sobre a primeira entrelaçando os dedos para uma 
maior segurança nas manobras (figuras 5, 6, 7 e 8). 
Os braços do socorrista deverão estar em um ângulo a 90º sobre o tórax do 
paciente e deprimindo este tórax a uma profundidade de 5 a 6 centímetros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Destacamos que, caso por algum motivo o socorrista não conseguir entrelaçar 
os dedos, este poderá segurar com sua segunda mão o punho, onde dará também 
firmeza para comprimir. 
Figura 7: Técnica de compressão torácica e 
ventilação assistida com uso de bolsa-válvula-
máscara 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
15 
Caso a RCP seja realizadasem um dispositivo de barreira, o socorrista poderá 
realizar apenas as compressões no tórax do paciente e revezando com outro 
socorrista a cada dois minutos. 
Lembramos que, com dois socorristas e sem dispositivo de ventilação, 
enquanto um realiza as compressões o segundo poderá deixar a via aérea aberta 
segurando e inclinando a cabeça mas, caso esteja sozinho, deverá apenas comprimir. 
Após as 30 compressões, caso haja um dispositivo de ventilação, devemos 
abrir as vias aéreas a fim de liberar a passagem de ar com a retirada da base da 
língua. A técnica consiste em inclinação da cabeça e elevação do queixo (Figuras 9 e 
10). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Destaca-se que se o socorrista administrar uma ventilação e o tórax não se 
elevar, deve então deixar a cabeça retornar à posição normal. Em seguida, abra as 
vias aéreas novamente, inclinando a cabeça e elevando o queixo. Depois, 
administre outra ventilação. Certifique-se de que o tórax se eleve. 
Não interrompa as compressões por mais de 10 segundos para administrar 
ventilações. Se o tórax não se elevar em 10 segundos, comece a comprimi-lo com 
força e rapidez novamente. 
Apesar da ventilação boca a boca oferecer poucos riscos, é contra indicada 
quando houver presença de sangue, secreções, fluidos ou ferimentos na boca, sendo 
entendido como situações que podem vir a oferecer riscos ao socorrista. Durante a 
RCP, a chance de contrair uma doença é pequena, ainda assim, alguns locais de 
Figura 10: Técnica de hiperextensão da 
cabeça. Figura 9: Técnica de hiperextensão da cabeça. 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
16 
trabalho exigem que os socorristas usem máscara de ventilação. Às máscaras são 
feitas de material sintético flexível que se encaixam sobre a boca e o nariz da pessoa 
doente ou lesionada (figura 11 e 12). 
Talvez seja necessário montar a máscara antes de usá-la. Se a máscara tiver 
uma extremidade afunilada, coloque a parte estreita da máscara no alto do nariz. 
Posicione a parte larga de modo a cobrir a boca da vítima (em caso de crianças 
pequenas a máscara será aplicada em posição invertida). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11: Pocket Mask (Máscara de Bolso) 
 
 
 
Caso você tenha a mão um dispositivo como bolsa de ventilação e esteja em 
dupla com outro socorrista, posicione-se atrás da cabeça da vítima para adequar a 
máscara a face e administrar as ventilações (Figura 13). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ETAPA AÇÃO 
1 Coloque a máscara sobre a boca e o nariz da pessoa. 
2 Incline a cabeça e eleve o queixo enquanto pressiona a máscara contra o rosto da 
pessoa. 
É importante produzir uma vedação impermeável entre o rosto da pessoa e a máscara 
enquanto o queixo é elevado para manter abertas as vias aéreas. 
3 Administre 2 ventilações (sopre por 1 segundo em cada). 
Aguarde que o tórax se eleve a cada ventilação administrada. 
Figura 13: Bolsa de Ventilação (bolsa-válvula-máscara) 
Figura 12: Ventilação sob máscara 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
17 
Ø DESFIBIRLAÇÃO EXTERNA AUTOMÁTICA: 
 
Com estas etapas manteremos uma RCP executando os ciclos de 30 
compressões x 02 ventilações, ou sem dispositivo de ventilação, apenas com as 
compressões sem parar até a chegada do DEA/AED. 
Um DEA/AED é uma máquina com um microprocessador integrado que pode 
aplicar choques no coração e ajudá-lo a voltar a funcionar normalmente. Se você 
iniciar a RCP imediatamente e após alguns minutos usar um DEA/DAE, terá maior 
chance de salvar uma vida. 
Os AEDs/DEAs são seguros, precisos e fáceis de usar. O DEA/DAE 
determina se a pessoa necessita de um choque e avisa para administrá-lo se 
necessário. Avisa inclusive quando é necessário certificar-se de que ninguém esteja 
tocando a vítima. As pás usadas para administrar o choque têm um diagrama que 
indica como posicioná-las no tórax pessoa. Siga o diagrama. 
As formas mais comuns de ligar um DEA/AED são pressionar o botão “ON” 
(Ligar) ou erguer a tampa do DEA/AED. Uma vez ligado o DEA/AED, ele indicará 
tudo o que você precisa fazer. 
 
Use o DEA/AED somente se a pessoa não responder e não estiver respirando ou 
apresentar gasping. 
 
Se você tiver acesso a um DEA/DAE, use-o IMEDIATAMENTE. Certifique-
se de que ninguém esteja tocando a vítima antes de pressionar o botão “SHOCK” 
(Choque) (figura 15). Se não localizar um DEA/AED rapidamente, inicie a RCP 
Comprimindo com Força e rapidez. 
 
Etapa Ação 
1 Ligar o DEA/DAE 
2 Seguir os avisos visuais e sonoros, 
3 Coloque os eletrodos no tórax do paciente conforme as (figuras 14 e 15) 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
18 
 
Após a administração do choque, inicie imediatamente as compressões torácicas 
interrompendo apenas 10 segundos no máximo para executar as duas ventilações e faça a RCP 
até o DEA/AED sinalizar para interromper a RCP, para que ele possa novamente analisar e se 
necessário indicar outro choque. Mas, se o mesmo falar: “choque não indicado”, inicie 
imediatamente às manobras de RCP até a chegada do serviço médico de emergência, caso seja 
um profissional da saúde avaliar pulso. 
a) Cuidados na colocação das pás/eletrodos 
 
• Retirar excesso de pelos no tórax do paciente 
Caso a vítima tenha muito pelo no tórax, deve-se retirar com dispositivos de barbear ou 
até mesmo com as pás, cuidado para não rasgá-la (ideal ter uma reserva) 
 
• Secar o tórax 
Devemos secar todo tórax da vítima a fim de que o choque não se espalhe pela 
superfície e também para as pás colarem na pele. 
 
• Retirar adesivos de medicamentos 
Caso haja adesivos de medicamentos colados na pele, estes deverão ser retirados. 
 
• Cuidados com marcapasso implantado 
Se este paciente possuir um marcapasso implantado no local da posição das pás, 
deve-se colar o eletrodo cerca de 4 a 5 centímetros para o lado e para baixo, pois se 
colocar as pás em cima do aparelho, este poderá ser inutilizado. 
Figura 14: RCP após o Choque. Figura 15: Posições dos socorristas durante a 
aplicação do choque. 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
19 
Após a RCP e o choque, se a pessoa estiver respirando mas não estiver 
respondendo, vire-a de lado e aguarde que alguém com treinamento mais avançado 
assuma o socorro (Se for uma equipe de SME realizar avaliação e considerar 
remoção). Coloque a pessoa em posição lateral de segurança (Figuras 16 e 17), pois 
manterá as vias aéreas desobstruídas caso a pessoa vomite. Se a pessoa parar de 
respirar ou apresentar somente gasping, vire-a na posição decúbito dorsal e avalie a 
necessidade de RCP. Enquanto a pessoa que retornou aos batimentos aguarda o 
suporte avançado, devemos manter o desfibrilador ligado todo o tempo, mesmo que a 
cada dois minutos ele continue falando, pois este o manterá informado e monitorando 
o paciente todo o tempo.b) Resumo de Habilidades de RCP/adulto com DEA: 
Etapa Ação 
1 Certifique-se de que o local é seguro. 
2 Segure no ombro e chame. 
Verifique se a pessoa responde. 
Se a pessoa não responder, avance para a Etapa 3. 
3 Peça ajuda. 
Peça à pessoa que o atender que telefone para o serviço médico de 
emergência e busque um DEA/DAE. 
Se ninguém puder ajudar, telefone para o número do serviço médico de 
emergência/ urgência e busque um DEA/DAE. 
4 Verifique a respiração. 
Certifique-se de que a pessoa esteja sobre uma superfície firme e plana. 
Verifique a respiração. 
Se a pessoa não estiver respirando ou apresentar somente gasping, 
administre a RCP. 
Sem responder e sem respiração = RCP 
Figura 16: Socorrista executando a 
técnica de lateralização - PLS 
Figura 17: Vítima na posição lateral de 
segurança 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
20 
 
 
3 - RCP EM CRIANÇAS 
 
RCP em criança e uso do DEA/AED: 
RCP é o ato de comprimir o tórax com força e rapidez e administrar 
ventilações. A RCP é administrada a alguém cujo coração tenha parado de bombear 
o sangue. 
5 Comprima e administre ventilações executando 30 compressões e 2 
ventilações. 
Compressões: 
Retire as roupas que atrapalharem. 
Coloque o “calcanhar de uma mão” sobre a metade inferior do esterno. 
Coloque o calcanhar da outra mão sobre a primeira mão. 
Comprima em linha reta de cinco a seis centímetros de profundidade, a uma 
frequência de 100 a 120 compressões por minuto no mínimo. 
Após cada compressão deixe o tórax retornar à sua posição normal. 
Comprima o tórax 30 vezes. 
Ventilações: 
Após 30 compressões, abra as vias aéreas com inclinação da cabeça e elevação 
do queixo. 
Com as vias aéreas abertas, faça uma ventilação normal. 
Use um dispositivo de barreira para empregar as ventilações. Caso não o tenha, 
comprima de forma ininterrupta. 
Administre duas ventilações (sopre por 1 segundo em cada). Aguarde que o 
tórax se eleve a cada ventilação administrada. 
DEA/DAE: 
Use-o assim que o tiver à mão. 
Ligue-o erguendo a tampa ou pressionando o botão “ON” (Ligar). 
Siga os avisos. 
6 Continue. 
Continue executando séries de compressões e ventilações até que a pessoa 
comece a respirar ou se mexer ou até que alguém com treinamento mais 
avançado chegue e assuma o socorro. 
Etapa Ação 
1 Certifique-se de que a criança está deitada com as costas sobre uma superfície 
firme e plana. 
2 Retire as roupas que atrapalharem. 
3 Coloque o “calcanhar de uma mão” sobre a metade inferior do esterno. 
4 Comprima em linha reta cerca de cinco centímetros, a uma frequência de 100 
a 120 compressões por minuto no mínimo. 
5 Após cada compressão, deixe o tórax retornar à sua posição normal. 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
21 
Uma criança é alguém com mais de um ano de idade e que ainda não chegou 
à puberdade. Se estiver em dúvida se a pessoa é um adulto ou uma criança, 
considere-a adulta. 
Uma criança “responsiva” é aquela que se mexe, fala, pisca ou reage de 
alguma outra forma quando você a toca e pergunta se está bem. Uma criança que não 
“responde”, que não faz nada quando você a toca e pergunta se está bem, é 
considerada inconsciente. 
Comprimir o tórax com força e rapidez é a parte mais importante da RCP. 
Comprimindo o tórax você bombeia sangue para o cérebro e o coração. 
As pessoas muitas vezes não comprimem com força suficiente por temerem 
ferir a criança. Uma lesão é improvável, mas é melhor do que a morte. É melhor 
comprimir forte demais do que insuficientemente. 
Use uma única mão para as compressões. Se não conseguir comprimir 5 cm 
com uma mão, use as duas. Uma mão não é melhor do que duas, nem o contrário. 
Faça o que for necessário para comprimir o tórax cerca de 5 cm de profundidade.Não 
diferente do adulto, devemos, assim que observar uma criança caída ao solo, abordá-
la segurando pelo ombro, como mostra a (figura 18). Em seguida devemos observar 
se há respiração normal, caso seja um profissional de saúde verificará pulso também. 
(figuras 19 e 20). 
 
 
 
 
 
Em seguida devemos pedir ajuda do serviço médico de emergência e solicitar 
um DEA/AED (figura 21). Caso não haja como pedir ajuda no momento ou está 
distante de um telefone, inicie imediatamente as manobras de RCP, pois a maioria 
das crianças para por problemas respiratórios e a RCP será fundamental neste 
primeiro momento. Após 5 ciclos de RCP, dirija-se a um telefone ou ache alguém 
para solicitar um DEA/AED e volte a executar as manobras de reanimação. 
 
Figura 18 Figura 19 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
22 
 
 
 
 
 
 
 
As compressões são importantes na RCP e executá-las da maneira correta é 
cansativo. Quanto mais cansado(a) você estiver, menos eficazes serão as 
compressões. Se mais alguém souber aplicar RCP, faça revezamento. Reveze a cada 
2 minutos mais ou menos, movendo-se rapidamente para minimizar ao máximo a 
pausa nas compressões. Lembrem-se, mutuamente, de comprimir 5 cm de 
profundidade a uma frequência de 100 a 120 compressões por minuto e permitir 
que o tórax retorne à sua posição normal após cada compressão (figuras 22 e 23). 
 
 
 
 
 
 
 
Ø Administrar ventilações 
Crianças, em geral, têm coração saudável. Normalmente o coração da 
criança para porque ela não consegue ou está tendo dificuldade para respirar. Em 
consequência disso, além das compressões, é muito importante administrar 
ventilações a uma criança (figura 23). 
As ventilações precisam fazer com que o tórax da criança se eleve. A 
elevação do tórax indica que a criança recebeu ar suficiente. As compressões formam 
a parte mais importante da RCP. Se você também puder administrar ventilações, 
ajudará a criança ainda mais. Antes de administrar ventilações, abra as vias aéreas. 
Figura 20 Figura 21 
Figura 22 Figura 23 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
23 
Ø Aplicação do DEA/AED 
 
 
 
 
 
 
 
 
O DEA/DAE determina se a criança necessita de um choque e lhe avisa para 
administrá-lo se necessário. Avisa inclusive quando é necessário certificar-se de que 
ninguém esteja tocando a criança. As pás usadas para administrar o choque têm um 
diagrama que indica como posicioná-las na criança. Siga o diagrama. 
 Se não houver pás pediátricas ou um botão/interruptor pediátrico, use as pás 
de adulto. Se a criança tiver mais de 8 anos, use pás adultas (se estiver em dúvida se 
a criança tem mais de 8 anos, presuma que ela tem e use as pás adultas). Ao colocar 
as pás no tórax, deve-se ter cuidado para uma pá não tocar na outra. Se a criança for 
muito pequena, talvez seja necessário colocar uma pá no tórax e a outra nas costas da 
criança (figura 24). 
 
ETAPA AÇÃO 
1 Ligar o DEA/DAE. 
2 Verifique se há pás pediátricas ou um botão ou interruptor pediátrico 
3 Use as pás pediátricas ou acione o botão ou interruptor pediátrico. 
4 Seguir os avisos visuais e sonoros. 
ETAPA AÇÃO 
1 Enquanto mantém as vias aéreas abertas, comprima o narizfechando-o. 
2 Inspire normalmente e cubra a boca da criança com a sua boca. 
3 Administre 2 ventilações (sopre por 1 segundo em cada). Verifique se o 
tórax começa a elevar-se a cada ventilação administrada. 
Figura 24 Figura 25 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
24 
Se for usar uma máscara de ventilação e se esta máscara tiver uma 
extremidade afunilada, coloque a parte estreita da máscara no alto (ponte) do nariz. 
Posicione a parte larga para cobrir a boca. Podemos usar como referência a técnica 
usada no capítulo anterior, pois é a mesma (figura 25). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 26: Fluxograma da utilização do DEA/AED em crianças. (fonte:American heart association®) 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
25 
Ø Revisão do atendimento da criança em PCR 
 
 
Se houver outra pessoa com você durante a RCP ou se você puder gritar por 
ajuda e pedir a alguém que o ajude, peça a ela que telefone para o número do serviço 
médico de emergência/urgência enquanto você comprime com força e rapidez e 
administra as ventilações. Você executa as compressões e ventilações enquanto a 
Etapa Ação 
1 Certifique-se de que o local é seguro. 
2 segure pelo ombro e chame para certificar se a criança responde. 
Se a criança não responder, avance para a Etapa 3. 
 
 3 Solicite ajuda. 
Veja se alguém pode ajudá-lo (a). 
Peça a essa pessoa que telefone para o número do serviço médico de 
emergência/urgência e busque um DEA/DAE. 
4 Verifique a respiração e cheque se a criança está respirando ou se apresenta 
gasping. 
Sem respiração e sem responder e/ou apenas gasping = EXECUTAR RCP 
Certifique-se de que a criança esteja sobre uma superfície firme e plana. 
 5 Administre a RCP executando 5 séries de 30 compressões e 2 ventilações e em 
seguida telefone para o número do serviço médico de emergência/ urgência e 
busque um DEA/DAE. 
Compressões: 
- Retire as roupas que atrapalharem. 
- Coloque o “calcanhar de uma mão” sobre a metade inferior do esterno. 
- Comprima em linha reta cerca de 5 cm de profundidade, a uma frequência de 100 
a 120 compressões por minuto. 
- Após cada compressão, deixe o tórax retornar à sua posição normal. 
- Comprima o tórax 30 vezes. 
Ventilações: 
- Após 30 compressões, abra as vias aéreas com inclinação da cabeça e elevação 
do queixo. 
- Abertas as vias aéreas, faça uma ventilação normal. 
- Comprima o nariz para cerrá-lo. Cubra a boca da criança com a sua boca. 
 Administre 2 ventilações (sopre por 1 segundo em cada). Aguarde que o tórax se 
eleve a cada ventilação administrada. 
DEA/DAE: 
- Use-o assim que o tiver à mão. 
- Ligue-o erguendo a tampa ou pressionando o botão “ON” (Ligar). 
 Use pás pediátricas ou o botão/interruptor pediátrico. (Use pás de adulto se não 
houver pás pediátricas disponíveis). 
- Siga os avisos. 
6 Continue. 
Continue executando séries de compressões e ventilações até que a criança 
comece a respirar ou se mexer ou até que alguém com treinamento mais avançado 
chegue e assuma o socorro. 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
26 
outra pessoa telefona e busca o DEA/AED. A tabela abaixo resume as diferenças 
entre RCP em adultos e crianças: 
 
 
 Após 5 ciclos de RCP, telefone para o número do serviço médico de 
emergência/urgência e busque um DEA/DAE, se isso ainda não tiver sido feito. 
Assim que o DEA/DAE estiver à mão, use-o. Depois de telefonar para o número de 
emergência/urgência, continue executando séries de 30 compressões e 2 ventilações 
até que a criança comece a responder ou que alguém com treinamento mais avançado 
chegue e assuma o socorro. Permaneça na linha até que o atendente/operador do 
SME lhe diga que pode desligar. 
O atendente/operador fará perguntas sobre a emergência. E também poderá 
dar instruções sobre como socorrer a criança até que alguém com treinamento mais 
avançado chegue e assuma o socorro. 
Responder às perguntas do atendente/operador não retardará a chegada do 
socorro. Se for possível leve o telefone com você para falar com o atendente/ 
operador ao lado da criança. 
 
 
 
O que é diferente O que fazer em um adulto O que fazer em 
uma criança 
Quando telefonar para o 
serviço médico de 
emergência/urgência 
Telefonar depois de verificar 
se há resposta. 
Telefonar após aplicar 5 
séries de compressões e 
ventilações, caso esteja 
sozinho. 
Usar um DEA/DAE Use pás para adultos. 
 Procure um botão ou 
interruptor pediátrico. 
• Use pás para crianças. 
 Se não houver pás para 
crianças, use as de adultos. 
 Se usar pás de adulto, 
certifique-se de que elas 
não se toquem. 
Profundidade da 
compressão 
Comprimir no mínimo 5 cm 
de profundidade. 
Comprimir cerca de 5 cm 
de profundidade. 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
27 
4 - RCP EM BEBÊS 
Um bebê é alguém com menos de 1 ano de idade. Na abordagem de uma 
criança com idade inferior a 1 ano, você espera que este se mexa, emita sons, pisque 
ou reaja de alguma outra forma quando você o estimula e grita seu nome. Um bebê 
que não “responde”, não faz nada quando você o toca e grita, considerar em PCR. 
Caso o Bombeiro esteja acompanhado, um militar telefona para o Serviço Médico de 
Emergência enquanto o outro inicia RCP. Caso o Bombeiro esteja sozinho, realizar 5 
ciclos de 30 compressões X 2 ventilações e, só depois, solicita o apoio. 
Comprimir o tórax com força e rapidez é a parte mais importante da RCP. 
Comprimindo o tórax, você bombeia sangue para o cérebro e o coração. 
As pessoas muitas vezes não comprimem com força suficiente por temerem 
ferir o bebê. Uma lesão é improvável, mas, caso ocorra, será melhor do que a morte. 
É melhor comprimir forte demais do que insuficientemente. Se possível, coloque o 
bebê sobre uma superfície firme e plana acima do chão (caso não seja possível utilize 
o chão mesmo), como uma mesa. Isso facilita a administração da RCP. 
Ø Abordagem do Bebê 
 
 
 
 
 
 
 
As compressões são importantes na RCP e executá-las da maneira correta é 
cansativo. Quanto mais cansado(a) você estiver, menos eficazes serão as 
compressões. Se mais alguém souber aplicar RCP, reveze. Reveze a cada 2 minutos 
mais ou menos, movendo-se rapidamente para minimizar ao máximo a pausa nas 
compressões. Lembrem-se mutuamente de comprimir cerca de 4 cm de 
profundidade, a uma frequência de, pelo menos, 100 compressões por minuto e 
permitir que o tórax retorne à sua posição normal após cada compressão (figura 27). 
Se profissional da saúde, verifique o pulso braquial não menos que 5 
segundos e não mais que 10 segundos (figura 27). Se ausente, inicie a RCP 
Bata no 
pezinho do 
bebê e chame, 
observe se 
respira 
normalmente, 
peça ajuda e 
inicie RCP. 
Figura 27: Sequência de atendimento a um bebê. 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de EducaçãoProfissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
28 
imediatamente. Lembrando que se pulso ausente, mas a frequência estiver abaixo de 
60 batimentos por minuto, inicie imediatamente a RCP (figura 28). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bebês em geral têm coração saudável. Normalmente o coração do bebê para 
porque ele não consegue ou está tendo dificuldade para respirar. Em consequência 
disso, além das compressões, é muito importante administrar ventilações a um bebê. 
As ventilações precisam fazer com que o tórax do bebê se eleve. A elevação 
do tórax indica que o bebê recebeu ar suficiente. As compressões formam a parte 
mais importante da RCP. Se você também puder administrar ventilações, ajudará o 
bebê ainda mais (figura 28). Antes de administrar ventilações, abra as vias aéreas. 
Siga as seguintes etapas para abrir as vias aéreas. 
Ao inclinar a cabeça do bebê, não a empurre demais para trás, porque isso 
pode bloquear as vias aéreas. Evite pressionar a parte mole do pescoço ou abaixo do 
queixo. Se você administrar uma ventilação em um bebê e o tórax não se elevar, abra 
novamente as vias aéreas permitindo que a cabeça retorne a posição normal. 
Em seguida, abra as vias aéreas novamente, inclinando a cabeça e elevando o 
queixo e administre outra ventilação. Certifique-se de que o tórax se eleve. Não 
interrompa as compressões por mais de 10 segundos para administrar ventilações. Se 
o tórax não se elevar em até 10 segundos, comece a comprimi-lo com força e rapidez 
novamente. 
Caso você possua uma máscara de ventilação, coloque a parte afunilada para 
o queixo do bebê, pois se adaptará melhor evitando fuga durante as ventilações. 
 
 
Figura 28: RCP no bebê 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Caso haja dois ou mais socorristas da área de saúde, a RCP poderá ser 
realizada com ciclos de 15 compressões para 2 ventilações, sendo que agora quem 
comprimir, deverá segurar o tórax da criança com os polegares, como mostra a figura 
30. 
 
 
 
 
 
 
 
5 - ASFIXIA EM CRIANÇAS 
A asfixia é provocada por alimento ou outro objeto preso na via área ou na 
garganta. O objeto impede que o ar chegue aos pulmões. Algumas asfixias são leves 
e outras graves. Se for grave, aja rápido. Retire o objeto para que a criança possa 
respirar. 
Ø Socorrendo uma Criança em Asfixia 
Etapa Ação 
1 Se desconfiar que a criança está asfixiada, pergunte: “Você está sentindo 
dificuldade para respirar?”. Se ela acenar que sim, diga-lhe que você vai ajudar. 
2 Fique atrás da pessoa. Abrace a pessoa de modo que suas mãos fiquem na parte 
da frente do corpo dela. 
Figura 29: Ventilação em bebê com o auxilio da 
máscara de ventilação 
Figura 30: Dois socorristas realizando RCP em 
bebê. 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
30 
3 Feche uma das mãos. 
4 Coloque o lado do polegar da mão fechada ligeiramente acima do umbigo da 
criança e bem abaixo do esterno. 
5 Agarre a mão fechada com a outra mão e faça compressões rápidas para cima 
no abdômen. 
6 Faça compressões até que o objeto seja expulso e a pessoa possa respirar, tossir 
ou falar ou até que pare de responder. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Se a criança em asfixia for obesa e você não puder abraçar totalmente a 
cintura, execute compressões torácicas, em vez de abdominais (Figura 33). 
Siga as mesmas etapas, exceto pelo local onde posicionar seus braços e 
mãos. Coloque seus braços por baixo das axilas da criança e suas mãos na metade 
inferior do esterno. Puxe diretamente para trás para aplicar as compressões 
torácicas. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 31: Sinais de 
obstrução de Via aérea. 
Figura 32: Manobra de 
desobstrução de via aérea. 
Figura 33: Manobra de 
desobstrução em criança obesa. 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
31 
Ø Como Socorrer uma Criança em Asfixia Que Deixa de Responder 
 Se você fizer compressões numa criança, mas não conseguir remover o objeto 
que está bloqueando as vias aéreas, a criança irá parar de responder. Comprimir o 
tórax pode fazer com que o objeto seja expelido. 
Se a criança deixar de responder, siga estas etapas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Etapa Ação 
1 Deite a criança sobre uma superfície firme e plana. 
2 Segure pelo ombro e chame. 
3 Peça ajuda. 
4 Verifique a respiração. 
5 Administrar 30 compressões. 
6 Após 30 compressões, abra as vias aéreas. Se vir um objeto na boca, 
retire-o. 
7 Administre 2 ventilações. 
8 Repita a execução de séries de 30 compressões e 2 ventilações, 
Inspecionando a boca quanto a objetos após cada série. 
9 Após 5 séries de 30 compressões e 2 ventilações, telefone para o 
serviço médico de emergência/urgência e busque um DEA/DAE. 
10 Administre séries de 30 compressões e 2 ventilações, 
Inspecionando a boca quanto a objetos após cada série de compressões, 
até que a criança comece a responder ou que alguém com treinamento 
mais avançado chegue e assuma o socorro. 
Figura 34: Abra bem a boca da 
criança e procure o objeto. 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
32 
6 - ASFIXIA EM BEBÊS 
 A asfixia é provocada por alimento ou outro objeto preso na via área ou na 
garganta. O objeto impede que o ar chegue aos pulmões. Algumas asfixias são leves 
e outras, graves. Se for grave, aja rápido. Retire o objeto para que o bebê possa 
respirar. Em caso de engasgo com líquidos (leite por exemplo) proceder da mesma 
forma que sólidos. 
Ação: Use a tabela a seguir para determinar se o bebê está em asfixia leve ou grave e o 
que fazer. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Se o bebê Bloqueio nas vias aéreas E você deve 
• Conseguir emitir sons 
• Conseguir tossir alto Leve 
• Permanecer ao lado e deixá-
lo tossir 
• Se estiver preocupado com a 
respiração do bebê, telefone para 
o número do serviço médico de 
emergência/ urgência mais 
próximo. 
• Não conseguir respirar 
ou tossir sem som ou não 
conseguir emitir sons 
Grave 
• Agir rapidamente 
• Siga as etapas de socorro 
para bebês em asfixia 
Figura 35 Figura 36 Figura 37 
Figura 38 Figura 39 Figura 40 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
33 
 
 Um bebê que receber pancadas nas costas e compressões torácicas deve ser 
examinado por um profissional de saúde. Se você der pancadas nas costas e fizer 
compressões torácicas no bebê e ainda assim, não conseguir remover o objeto que 
está bloqueando as vias aéreas, o bebê deixará de responder. Comprimir o tórax pode 
fazer com que o objeto seja expelido. 
Se o bebê deixar de responder, siga estas etapas: 
ETAPA AÇÃO 
1 Coloque o bebê com o rosto voltado para cima sobre uma superfície firme e 
plana acima do chão, como uma mesa. (figura 39) 
2 Estimule o pezinho 
3 Peça por ajuda. 
4 Verifiquea respiração. 
5 Comprima o tórax 30 vezes. 
6 Após 30 compressões, abra as vias aéreas. Se vir um objeto na boca, retire-o. 
7 Administre 2 ventilações. (figura 40) 
8 Repita a execução de séries de 30 compressões e 2 ventilações, 
Inspecionando a boca quanto a objetos após cada série de compressões. 
9 Após 5 séries de 30 compressões e 2 ventilações, telefone para o serviço 
médico de emergência/urgência. 
10 Administre séries de 30 compressões e 2 ventilações, 
Inspecionando a boca quanto a objetos após cada série de compressões, até que 
o bebê comece a responder ou que alguém com treinamento mais avançado 
chegue e assuma o socorro. 
 
ETAPA AÇÃO 
1 Segure o bebê com o rosto voltado para baixo com as pernas em seu cotovelo. 
Sustente a cabeça e a mandíbula do bebê com a mão. (figura 37) 
2 Dê até 5 pancadas nas costas com o “calcanhar da outra mão”, entre as 
escápulas do bebê. (figura 37) 
3 Se o objeto não for expelido após 5 pancadas nas costas, vire o bebê de frente, 
sustentando a cabeça. (figura 38) 
4 Administre até 5 compressões torácicas, usando 2 dedos da outra mão para 
comprimir o tórax da mesma maneira que em RCP. (figura 38) 
5 Repita as 5 pancadas nas costas e as 5 compressões torácicas até que o bebê 
consiga respirar, tossir ou chorar ou deixe de responder. 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
34 
 
7 - ASFIXIA NO ADULTO 
 
 
 
Etapa Ação 
1 Se desconfiar que alguém esteja asfixiado, pergunte: “Está com dificuldade para 
respirar?”. Se a pessoa acenar que sim, diga-lhe que você vai ajudar. (figura 41) 
2 Fique atrás da pessoa, abrace- a de modo que suas mãos fiquem na parte da 
frente do corpo dela. (figura 42) 
3 Feche uma das mãos. 
4 Coloque a mão fechada com o lado do polegar ligeiramente acima do umbigo da 
pessoa e bem abaixo do esterno. 
5 Agarre a mão fechada com a outra mão e faça compressões rápidas para cima 
no abdômen da pessoa. 
6 Faça compressões até que o objeto seja expulso e a pessoa possa respirar, 
tossir ou falar ou até que pare de responder. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 42 Figura 41 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
35 
8 - ASFIXIA NA GESTANTE 
 
Se alguém estiver asfixiado e for obeso ou estiver nos últimos estágios de 
gravidez e você não conseguir envolver totalmente a cintura da vítima com seus 
braços, administre compressões no tórax em vez de no abdômen. Siga as mesmas 
etapas, exceto pelo local onde posicionar seus braços e mãos. Coloque seus braços 
por baixo das axilas e suas mãos na metade inferior do esterno. Puxe diretamente 
para trás para aplicar as compressões torácicas. 
 
 
 
 
 
 
Em todas as vítimas que deixam de responder ou se tornam inconscientes, 
você deverá posicioná-las ao solo com cuidado para não se ferirem, pedir ajuda e 
imediatamente aplicar séries de 30 compressões torácias durante dois minutos. Após, 
cheque se o corpo estranho saiu e se esta voltou a respirar, caso contrário inicie 
imediatamente as manobras de RCP até a chegada do socorro ou se esta acordar. 
 
 
 
Etapa Ação 
 
1 Verifique se ela necessita de RCP. Administre a RCP, se necessário e se souber fazer isso. Se não souber como executar RCP, faça somente compressões 
torácicas. 
 
2 Verifique se encontra objetos na boca a cada série de 30 compressões. 
 
3 Continue a RCP até que ela fale, se mexa ou respire, ou até que alguém com treinamento mais avançado chegue e assuma o socorro. 
 
Figura 43 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
36 
Resumo de RCP e DEA/AED para adultos, crianças e bebês. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Não ultrapassando 6 cm 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
37 
Capítulo II 
Emergências Clínicas e Cardiológicas: 
 
Na primeira avaliação de um paciente vítima de uma urgência (necessita de 
resolução em um curto espaço de tempo) ou de uma emergência (necessita de 
resolução imediata) clínica, o socorrista deverá fazer algumas perguntas básicas 
sobre a doença atual e histórico do paciente. Para isso temos métodos mnemônicos 
que facilitam essa abordagem: 
OPQRST (Sobre a doença atual): 
O início: o que você estava fazendo quando a dor começou? Ela começou de repente 
ou aos poucos? 
Paliação/ provocação: Alguma coisa faz a dor parar, melhorar ou piorar? 
Qualidade: descreva a dor (queimação, facada, incômodo, penetrante) 
Região/ irradiação/ referida: você pode apontar o lugar onde a dor está? Ela 
permanece localizada ou se move? 
Severidade (intensidade): Que nota você dá para a dor em uma escala de 1 a 10, 
sendo 1 uma dor leve e 10 a maior dor que já sentiu? 
Tempo/ duração: Há quanto tempo está sentido isso? 
SAMPLER (Sobre o passado médico): 
Sinais e sintomas 
Alergias 
Medicamentos 
Passado médico (história) relevante 
Líquidos e lanches ingeridos (quando e o que?) 
Eventos que precederam o quadro atual 
Risco (fatores de risco). 
1 - ALTERAÇÕES DO ESTADO MENTAL 
A alteração do estado mental de um paciente é um sinal frequente no contexto 
pré-hospitalar, denotando patologias potencialmente graves, e deve ser reconhecida 
prontamente pelo socorrista. 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
38 
Podem ser consideradas alterações no estado mental qualquer diminuição do 
estado de alerta de uma pessoa, dificuldade de cognição (percepção) ou um 
comportamento que se desvie do normal. Essas alterações podem ser diferentes de 
pessoa para pessoa, podendo variar de confusão mental até um déficit cognitivo 
significativo ou coma. 
O socorrista deve estar atento para os sintomas e o comportamento do 
paciente, assim como exame físico e exame auxiliares como glicemia capilar. 
A avaliação neurológica tem suas peculiaridades e será detalhado a seguir. 
Avaliação neurológica inicial: 
- Nível de Consciência: 
Em uma primeira abordagem, avalia-se a função cerebral e outras alterações 
neurológicas que possam ameaçar a vida. O nível de consciência (NC) deve ser 
sempre verificado. Um paciente com atenção limitada ou com discurso desconexo 
deve ser avaliado quanto a presença de hipoglicemia, desidratação, 
comprometimento cardiovascular, acidente vascular encefálico (AVE) ou 
traumatismo craniano. É interessante, se possível, identificar alguém próximo à 
vítima ou que tenha assistido ao ocorrido e que possa dar alguma informação para a 
formulação da hipótese diagnóstica. 
A maneira mais rápida e simples de avaliar o NC do paciente é o processo 
AVDN: 
1. A Alerta a pessoa, local e dia 
Alerta e orientado (AOx3): Sabe dizer o próprio nome (pessoa), local e tempo 
Alerta e orientado (AOx2): Sabe dizer o próprio nome (pessoa) e local 
Alerta e orientado (AOx1): Sabe precisar somente o próprio nome (pessoa) 
2. V Responsivo ao estímulo verbal3. D Responsivo à dor 
4. N Não responsivo 
 Ao classificar a resposta ao estímulo, deve-se graduar a vítima de acordo com 
a melhor resposta obtida. Por exemplo, um paciente desmaiado e que geme em 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
39 
resposta a um chamado efusivo do socorrista teria um escore “V” na escala AVDN. 
A resposta ao estímulo tátil, como a compressão do leito ungueal, o escore seria “D”. 
A Ausência de resposta a estímulos verbais e táteis o escore seria “N”. 
Outra classificação de nível de consciência de uma vítima de trauma ou 
doença clínica grave é escala de coma de Glasgow (GSC, do inglês Glasgow Coma 
Scale). 
A GCS avalia as respostas da vítima quanto à abertura ocular e as melhores 
respostas verbal e motora. O cálculo do escore da GCS pode ser avaliado na tabela a 
seguir. 
 
Um escore de 8 ou menos costuma indicar a necessidade de manejo agressivo 
da via aérea, para sua proteção da broncoaspiração, devido ao rebaixamento do NC. 
Embora o maior escore possível seja 15, isso não significa que o paciente tenha 
capacidade mental plena. A avaliação da vítima não deve ser baseada somente em 
escalas, mas no conjunto do exame físico e história clínica. 
Escala de Coma de Glasgow (GCS) 
Abertura 
ocular 
Escore Melhor resposta 
verbal 
Escore Melhor resposta 
motora 
Escore 
Espontânea 4 Orientado e 
conversando 
5 Obedece a comandos 6 
Ao comando 
verbal 
3 Confuso 4 Localiza a dor 5 
À dor 2 Palavras desconexas 3 Movimentos 
incoordenados 
4 
Ausência de 
resposta 
1 Gemidos ou sons 
incompressíveis 
2 Flexão anormal 
(decorticação) 
3 
 Ausência de resposta 1 Extensão anormal 
(descerebração ) 
2 
 Ausência de resposta 1 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
40 
A avaliação do NC é de extrema importância para verificar se as condições 
neurológicas e de perfusão do paciente estão normais, permitindo que problemas 
potencialmente mais graves e/ou fatais sejam identificados precocemente. 
A avaliação do Nível Consciência na vítima idosa 
Com o envelhecimento da população há o surgimento de doenças que 
alteram, de forma crônica, o nível de consciência do idoso podendo dificultar a 
primeira avaliação. É comum encontrarmos idosos confusos, desorientados, 
agressivos e sem entender solicitações simples. Estes sintomas podem ser 
decorrentes de patologias crônicas como as síndromes demenciais (doença de 
Alzheimer, demência vascular, entre outras). 
É muito importante, ao avaliar a vítima idosa com alteração do NC, conversar 
com familiares ou pessoas próximas para obter informações sobre o seu estado 
neurológico prévio. O contrário também é importante pois não podemos diante de 
uma vítima idosa e confusa concluir que esse é o seu estado normal por algum 
quadro demencial. Mesmo o idoso que já tenha uma alteração cognitiva prévia pode 
ter o quadro exacerbado por outra patologia. 
Podemos encontrar, por exemplo, um idoso com quadro de infecção urinária 
mais sonolento, confuso, agitado e/ou agressivo, podendo, inclusive, ser vítima de 
quedas. Estes sintomas também podem estar presentes na desidratação, hipoglicemia, 
hiperglicemia, hiponatremia (sódio baixo no sangue), infarto agudo do miocárdio, 
acidente vascular cerebral (AVC), pneumonia, (entre outras patologias). 
Importante: toda vítima com alteração de seu nível de consciência deve 
ser levada para uma unidade de saúde e ser avaliada pelo médico com exames 
clínico e neurológico completo, além de exame laboratorial para identificação do 
fator desencadeante e tratar de modo adequado para prevenir agravos à saúde 
da vítima. 
- Motricidade: 
É importante avaliar se o paciente mobiliza os 4 membros, pois a assimetria 
pode ser indicativa de lesão neurológica cerebral focal, como um acidente vascular 
cerebral ou lesão de um nervo periférico ocasionando a falta de movimento do 
membro. 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
41 
O paciente que obedece e executa comandos como: “aperte a minha mão”; 
“segure esse objeto”; “coloque a ponta do dedo no nariz”; “levante a perna direita”, 
mostra uma boa condição de lucidez e de domínio corporal. 
Se o paciente não obedece às ordens solicitadas por déficit motor ou tem 
dificuldade em realizá-las, pode indicar a uma série de patologias como doenças 
desmielinizantes, acidentes vasculares, tumores cerebrais, entre outros. Portanto, a 
preservação dos movimentos coordenados, incluindo a marcha, no paciente são 
sempre bons indicadores de normalidade no sistema nervoso. 
- Sensibilidade: 
Esta é uma avaliação importante nos pacientes com suspeita de lesão cerebral, 
lesão da coluna vertebral ou lesão de nervo periférico. Quando há lesão neurológica 
de uma determinada região do corpo, como um segmento da coluna vertebral, o 
paciente normalmente refere que há perda total da sensibilidade da região 
correspondente e/ou percepção de formigamento, dormência, agulhamento, ou 
choque. 
- Avaliação Pupilar 
As pupilas dão uma impressão útil sobre o estado neurológico do paciente. 
No estado neurológico normal, as pupilas são iguais, redondas e rapidamente reativas 
à estimulação pela luz direta. Em pacientes com nível de consciência rebaixado ou 
em coma, a pupilas podem ser uma forma importante de avaliação da gravidade da 
lesão neurológia. 
O início da avaliação pupilar é determinado pela observação do diâmetro, da 
forma e da simetria com a pupila contralateral. Pupilas assimétricas podem indicar de 
lesão focal cerebral (ex: AVC, tumor cerebral). Pupilas com diâmetros pequenos 
(puntiformes) e simétricas podem ser indicativas de lesão difusa cerebral (ex: 
intoxicação por organofosforato). Pupilas com diâmetros aumentados e simétricos 
podem denotar sofrimento cerebral (hipóxia) ou intoxicação por drogas (cocaína). 
A avaliação da pupila à reação da luz direta é outro meio de complementar o 
exame neurológico. A pupila reage à luz normalmente diminuindo seu diâmetro. A 
luz, ao incidir sobre uma das pupilas, a faz contrair simultaneamente com a pupila 
contralateral em um paciente sem lesão neurológica significativa. Qualquer alteração 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
42 
da reação da pupila à luz é decorrente de lesão cerebral, principalmente se as pupilas 
estão dilatadas e não reativas, denotando dano grave ao cérebro. 
Não podemos esquecer que há pacientes que foram submetidos à cirurgia 
ocular e que devido a isto podem ter alterações na forma pupilar. Na dúvida, se 
possível, devemos sempre nos informar se a vítima foi submetida a alguma cirurgia 
ocular. 
- Manifestações Clínicas 
1. Estado mental alterado: confusão mental, mudanças de comportamento, entre 
outros. 
2. Delirium: Alteração aguda na cognição, temporária, com períodos de maior e 
menor intensidade, podendo estar associada a alucinações e delírios. Pode ser 
confundida com demência, porém esta apresenta alteração crônica da função 
cerebral. 
3. Síncope: É a perda súbita e transitória da consciênciae do tônus postural por 
baixa da perfusão cerebral, com recuperação espontânea. 
4. Tonteira/ vertigem: Tonteira é uma queixa inespecífica que pode 
corresponder à sensação de quase síncope e vertigem é uma sensação anormal de 
movimento. Podem estar associadas a tinido, zumbido ou ruído nos ouvidos. 
5. Convulsão: Pode ser generalizada (envolvendo perda de consciência), 
associada a movimentos tônico-clônicos, incontinência urinária e fecal e mordedura 
da língua, ou pode ser uma convulsão focal que afete apenas uma parte do corpo, 
sem perda de consciência, mas com possível redução da consciência. 
6. Cefaléia: Dor na dor na cabeça que deve ser caracterizada como aguda 
(possibilidade: de AVC hemorrágico, tumor cerebral) ou crônica (possibilidade: 
enxaqueca, cefaléia tensional, dor miofacial). 
7. Ataxia/ distúrbio da marcha: Perda de controle muscular e coordenação dos 
movimentos, causando instabilidade do tronco, marcha instável, movimentos 
oculares anormais ou diplopia (visão dupla). 
8. Déficit neurológico focal: qualquer perda localizada da função neurológica, 
como fraqueza, dormência ou perda do movimento em parte de um membro ou em 
todo ele, ou em um lado do corpo ou da face. 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
43 
9. Outros sintomas: amnésia (esquecimento), movimentos corporais 
involuntários, distúrbios visuais e/ou auditivos, náuseas e vômitos, disfagia 
(dificuldade de engolir), paresias e paralisias, distúrbios de sensibilidade, dores 
radiculares (dor de origem nervosa com sensação de formigamento ou compressão), 
perda ou relaxamento esfincterianos (sem controle voluntário urinário e fecal), 
distúrbios do sono. 
São várias as patologias que podem cursar com alterações neurológicas. 
Detalharemos a seguir as mais frequentes no ambiente pré-hospitalar. 
 
1.1 - Acidente Vascular Encefálico (AVE): 
O acidente vascular encefálico 
(AVE), também conhecido como 
acidente vascular cerebral (AVC) é 
caracterizado pela interrupção aguda do 
fluxo de sangue para determinada região 
do encéfalo, causando a morte dos 
neurônios (células do sistema nervoso). 
Os AVEs são classificados em isquêmicos e hemorrágicos. No AVE 
isquêmico um trombo ou êmbolo causa obstrução de um vaso, diminuindo o fluxo de 
sangue para o cérebro. No AVE hemorrágico há a ruptura do vaso sanguíneo, de 
determinada região cerebral, causando extravasamento de sangue para o tecido 
cerebral, ventrículos cerebrais ou na cavidade subaracnóide (espaço entre as 
membranas que revestem o cérebro). 
Os sintomas do AVC podem ocorrer isoladamente; entretanto, em geral os 
pacientes exibem uma série de sintomas, que podem ser sutis ou graves. Algumas 
vezes, os sintomas são incapacitantes, e o paciente não consegue fazer coisas simples 
como telefonar para pedir ajuda, devido a alteração do estado mental, a afasia 
(dificuldade na fala) ou a hemiplegia (paralisia em um lado do corpo), entre outros. 
Sinais e Sintomas: 
1. Fraqueza ou formigamento de início súbito na face, no braço ou na perna, 
especialmente de um lado do corpo. 
2. Confusão mental ou perda de consciência. 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
44 
3. Alteração da fala ou compreensão. 
4. Alteração na visão, em um ou ambos os olhos. 
5. Alteração do equilíbrio ou coordenação dos movimentos, tonteira ou alteração no 
andar. 
6. Cefaléia súbita, por vezes intensas, e sem causa aparente (normalmente 
relacionado ao AVC hemorrágico). 
7. Náuseas e vômitos. 
A determinação do tempo do início do AVC é de extrema importância para 
determinar a indicação de tratamento. Consideramos o momento inicial do quadro a 
última vez em que a vítima foi vista em seu estado normal. O tempo é determinante 
para o tratamento. 
Existem algumas escalas que facilitam a identificação de uma vítima de AVE 
e que também podem ser usadas para o acompanhamento do paciente já no ambiente 
hospitalar. Uma das mais utilizadas é a escala de Cincinnati (Cincinnati Stroke 
Scale). 
Escala de Cincinnati 
Sinais e 
Sintomas 
Como testar Normal Anormal 
 
Queda facial 
Pede-se para o paciente 
mostrar os dentes ou 
sorrir. 
Ambos os lados da 
face se movem 
igualmente. 
Um lado da face não se 
move tão bem quanto o 
outro. 
Debilidade dos 
braços 
O paciente fecha os 
olhos e mantém os 
braços estendidos. 
Ambos os braços 
movem-se 
igualmente ou não se 
movem. 
Um braço não se move ou 
cai, quando comparado ao 
outro. 
 
Fala anormal 
Pede-se para o paciente 
dizer “o rato roeu a 
roupa do rei de roma” 
Usa as palavras 
corretas, com 
pronúncia clara. 
Pronuncia palavras 
ininteligíveis, usa 
palavras incorretas ou é 
incapaz de falar. 
 
 Existem outros diagnósticos que devem ser lembrados no diagnóstico 
diferencial, como: enxaqueca, intoxicação aguda por álcool ou outras drogas, 
paralisia de Bell, dissecção da artéria carótida ou da artéria vertebral, anormalidades 
eletrolíticas, esclerose múltipla, infecções no sistema nervoso central, transtorno 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar - CEPAP 
45 
psiquiátrico, entre outros. Lembrando que esses diagnósticos necessitam de exames 
complementares no hospital. 
O ataque isquêmico transitório (AIT) pode ter os mesmos sinais de sintomas 
de um AVC, porém observa-se resolução do quadro dentro de 24h, sendo, na maioria 
das vezes, em até uma hora. De acordo com a National Stroke Association, cerca de 
10% desses pacientes irão sofrer AVC em 90 dias, e cerca de 50%, em 2 dias. O AIT 
é um sinal de alerta que não deve ser ignorado. entretanto, precede apenas 1 em cada 
8 casos de AVC. 
Tratamento: 
A prioridade imediata no contexto pré-hospitalar é considerar a possibilidade 
da vítima estar sofrendo um AVC isquêmico e transportá-la, o mais rápido possível 
para um centro hospitalar para tratamento imediato (período de até 4,5h do início do 
evento), e assim, tentar reverter as complicações, reduzindo a mortalidade e 
morbidade do AVC isquêmico, onde neste período, poderá receber tratamento 
trombolítico (Alteplase) ou tromboembolectomia (extração do trombo da artéria 
cerebral). Estes pacientes deverão ser levados para unidades hospitalares 
especializadas em AVC. 
1. Na primeira avaliação, devemos seguir o ABC da vida, observando a via 
aérea e a ventilação do paciente principalmente. 
2. Administrar oxigênio se a saturação estiver abaixo de 94%. 
3. Manter o paciente na posição de Fowler ou decúbito dorsal com ligeira 
elevação da cabeça. 
4. Não reduzir a pressão arterial, exceto 
se ela se mantiver acima de 220x120mmHg, 
quando na presença ou sob orientação da 
equipe saúde habilitada. 
5. A temperatura deve ser reduzida se estiver acima do normal, pois pode 
aumentar a lesão cerebral isquêmica. 
 
1.2 - Cefaléia/ Enxaqueca 
 A cefaléia pode ocorrer isolada ou associada a outro sintomas, e pode ser 
decorrente de inúmeras patologias como infecções, crise hipertensiva, acidente 
Posição de Fowler 
 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ 
 
Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-hospitalar -

Continue navegando