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Disciplina: Princípios e práticas da drenagem linfática facial Aula 5: Principais doenças do sistema linfático Apresentação Agora que você já aprendeu tudo sobre o sistema circulatório linfático e também já identi�cou todos os tipos de edema, vamos fechar essa primeira parte do conteúdo abordando as principais doenças que podem acometer esse sistema. É de suma importância que você tenha conhecimento sobre essas afecções, pois no momento da avaliação você pode identi�car indícios que o próprio paciente não observou ainda. A partir daí você saberá como proceder e se a drenagem linfática é indicada ou não em cada caso. Nesta aula abordaremos as principais afecções que podem acometer o sistema circulatório linfático. Assim como todo sistema do organismo, o sistema linfático é passível de doenças. Descobriremos nesta aula quais quadros clínicos podemos encontrar em um atendimento estético e até onde poderemos trabalhar, sempre respaldados pelos princípios éticos que regem a pro�ssão. Objetivos Compreender as principais doenças que podem acometer o sistema linfático; Identi�car sinais clínicos das doenças; Avaliar a aplicação da técnica de drenagem linfática manual em cada caso. Doenças do sistema linfático Chegamos agora ao �m da primeira metade do conteúdo, onde iremos aprender sobre as principais doenças do sistema linfático. Você deve estar se perguntando: eu não sou médico, então por que tenho que aprender sobre isso? Este conteúdo não está muito aprofundado? Você está se formando para ser um pro�ssional da saúde, isso vai muito além do que promover beleza. Você será um esteticista e precisa ter esse pensamento desde agora durante a sua formação. Imagine que você agendou uma avaliação para um paciente que deseja, previamente, fazer drenagem linfática. Você o avalia e, por não ter preparo adequado, não percebe que ele possui uma doença contraindicada para a aplicação da técnica. Como �ca o seu papel como pro�ssional da saúde nesse caso? Pense nisso e vamos lá! Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Linfoma Começaremos falando sobre o Linfoma que, como você já deve imaginar devido ao nome, trata-se de um câncer do sistema linfático. Se essa informação soou estranha para você, pense que todo o nosso corpo é passível de ser acometido pelo câncer, com o sistema linfático não seria diferente. Nessa doença, o principal sinal se dá pelo aumento do tamanho dos linfonodos (também conhecidos como gânglios linfáticos), principalmente os localizados nas regiões do pescoço, clavículas, axilas e virilhas. Veja na imagem a comparação entre um linfonodo em estado normal e outro acometido por linfoma. Fonte: www.dicademusculacao.com.br <https://www.dicademusculacao.com.br/os-15-principais-sintomas-de-linfoma/> Atividade 1. Em quais linfonodos é mais comum a ocorrência de linfoma? Percebeu a alteração? Agora observe a imagem, nela é possível ver a alteração causada pelo linfoma no corpo. https://www.dicademusculacao.com.br/os-15-principais-sintomas-de-linfoma/ Fonte: www.ativosaude.com <https://www.ativosaude.com/saude/linfoma/> O linfoma começa nos linfócitos, que são células de defesa do nosso organismo, um tipo de glóbulo branco que pode ser encontrado principalmente nos gânglios linfáticos. Há dois tipos desse câncer: Linfoma de Hodgkin Linfoma não-Hodgkin Em resumo, no primeiro, os linfonodos têm um crescimento lento; já nos linfomas não-Hodgkin, o crescimento é acelerado. Você deve imaginar que uma das principais características seriam dores nas regiões acometidas pelo linfoma certo? Mas curiosamente os linfomas não deixam os linfonodos doloridos. Lembre-se sempre que quando há algo de errado com a saúde do paciente o corpo dá sinais e não podemos ignorá-los. É comum que pacientes com linfoma tenham sintomas como: https://www.ativosaude.com/saude/linfoma/ Aumento de linfonodo(s), geralmente na região do pescoço, axilar ou inguinal; Febre; Perda de peso; Fraqueza progressiva; Sudorese noturna; Tosse, di�culdade para respirar; Dor no tórax ou abdômen; Aumento abdominal. Obviamente esses sintomas também podem ser provenientes de alguma infecção; de qualquer forma só um médico pode diagnosticar doenças. O que nós como pro�ssionais da saúde precisamos fazer é avaliar bem o paciente. Houve dúvida na hora de preencher a �cha de avaliação? Não está seguro (a) em fazer o procedimento? É simples: não faça! Não podemos aplicar a técnica de drenagem linfática manual em pacientes com câncer não controlado e, mesmo com controle, é necessária liberação médica por escrito. Linfadenite A linfadenite é uma in�amação dos linfonodos. Como bem sabemos, essas estruturas �ltram a linfa e ajudam o corpo a combater infecções, pois o sistema circulatório linfático possui papel importantíssimo na defesa do corpo humano. Pois bem, a linfadenite ocorre em resposta a in�amações causadas por bactérias, vírus e outros micro-organismos, e em resposta os linfonodos aumentam de tamanho. Esta in�amação pode ter começado na pele, nariz, olhos ou ouvido. Diferente dos sintomas do linfoma, o paciente com linfadenite sente dor na região inchada dos gânglios linfáticos; além disso, a pele da região �ca avermelhada, há uma sensação de calor e prostração. Saiba mais Acesse Manual MSD <https://www.msdmanuals.com/pt-pt/pro�ssional/dist%C3%BArbios- dermatol%C3%B3gicos/infec%C3%A7%C3%B5es-bacterianas-da-pele/linfadenite > para conhecer como é o quadro clínico nestes casos. Quanto à aplicação da drenagem linfática manual nesses casos, você já deve imaginar que, primeiramente, se a técnica exige estimulação dos linfonodos, a dor seria um fator limitante neste caso. De todo modo, não aplicamos a técnica durante processos infecciosos e in�amatórios agudos, pois a aceleração do �uxo linfático pode disseminar a infecção. Atividade 2. O que é linfadenite? 3. Quais os sinais clínicos da linfadenite? Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/dist%C3%BArbios-dermatol%C3%B3gicos/infec%C3%A7%C3%B5es-bacterianas-da-pele/linfadenite Linfagite A linfangite é a in�amação dos vasos linfáticos que ocorre quando bactérias ou vírus entram nas vias linfáticas, seja por feridas ou a partir de uma infecção existente. Os microrganismos geralmente entram nos vasos linfáticos através de um arranhão ou ferida em alguma parte do corpo, como braço ou perna. Por vezes essa infecção da pele e, consequentemente, dos tecidos sob a pele, se estende até alcançar os vasos linfáticos. Na área acometida é possível visualizar linhas �nas, vermelhas, quentes e sensíveis percorrendo o caminho dos vasos linfáticos. Essas linhas vão desde a zona afetada até um grupo de linfonodos próximos (como axilares ou inguinais), deixando-os inchados e doloridos. Observe as imagens para entender melhor os sinais clínicos da doença: Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTrle3RCniXmchevTA8m7GeHJDl2_B9pcwC7Y_9ttcQrIlm7X3D> / dicademusculacao.com.br <https://www.dicademusculacao.com.br/wp-content/uploads/2017/07/Linfangite-1.jpg> Alguns sintomas como febre, calafrios, aumento da frequência cardíaca e dores de cabeça podem surgir junto ao aparecimento das linhas, ou mesmo antes. O grande perigo nestes casos é que a infecção pode chegar até a corrente sanguínea muito rapidamente, podendo provocar um comprometimento de todo o organismo. https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTrle3RCniXmchevTA8m7GeHJDl2_B9pcwC7Y_9ttcQrIlm7X3D https://www.dicademusculacao.com.br/wp-content/uploads/2017/07/Linfangite-1.jpg Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Filariose linfática ou elefantíase Bem diferente das doenças de que falamos anteriormente, a �lariose é uma doença que também acomete o sistema circulatório linfático, mas você deve conhecê-la pelo seu nome popular: Elefantíase. Você lembrou agora? Observe a imagem abaixo para refrescar sua memória: Fonte: i1.wp.com/img.fciencias.com <https://i1.wp.com/img.fciencias.com/uploads/2018/02/1508158715.jpeg?resize=800%2C445&ssl=1 > Trata-se se uma patologia causada por um parasita (conhecido como �lária) que afeta a circulação linfática. Através da picada de um mosquito ou pernilongo, ele atinge os vasos linfáticos e promove uma reação in�amatória. Essa reação obstrui o �uxo linfático da região, gerando um edema muito exacerbado. A região – seja ela qual for picada pelo mosquito, mais comumente pernas ou braços – �ca extremamente dilatada, assemelhando-se à pata de um elefante. Esse é o motivo pelo qual a �lariose �cou popularmente conhecida como elefantíase. Hoje há tratamento para a doença; no entanto, a cura nem sempre possível quando chega à sua fase crônica e há uma intensa in�amação dos vasos linfáticos. Atenção Vale ressaltar que os sintomas não surgem imediatamente após a picada do inseto; geralmente eles começam a aparecer após um ou vários meses. https://i1.wp.com/img.fciencias.com/uploads/2018/02/1508158715.jpeg?resize=800%2C445&ssl=1 Dentre os sintomas observados, nota-se: Dor de cabeça; Dor muscular; Febre elevada; Intolerância à luz; Reações alérgicas; Coceira pelo corpo; Inchaço de partes do corpo (pernas, braços, mamas ou saco escrotal). Quando detectada precocemente a �lariose não causa inchaço crônico e espessamento da pele, o que dá aspecto semelhante ao de um elefante. Só quando não é devidamente tratada, os parasitas se desenvolvem na circulação e chegam à fase adulta, causando grave obstrução dos vasos linfáticos, impedindo o �uxo de linfa. Como a doença se desenvolve lentamente, nem sempre é detectada a tempo. Saiba mais Em alguns casos é necessária a realização de cirurgia visando corrigir o sistema linfático e diminuir os sintomas, dependendo do comprometimento causado pela doença. Atividade 4. Qual comprometimento a �lariose causa no organismo? Considerações Finais O sistema circulatório linfático é um sistema muito interessante e complexo. Ele possui vários componentes, cada qual com a sua função, que precisam trabalhar em harmonia para manter o equilíbrio do corpo humano. A importância desse sistema no organismo é inquestionável, até porque ele atua na defesa do corpo. Assim como todo e qualquer sistema, o sistema linfático pode ser acometido por alguma patologia. Doença essa que pode nascer com ele, se desenvolver a partir de alguma situação posterior, ou mesmo ser adquirida por interferência externa. Seja qual for a situação, é necessário ter o máximo de cuidado ao avaliar um paciente antes de um atendimento estético. A técnica de drenagem linfática manual, por exemplo, que é o foco de nossa disciplina, é uma técnica muito e�caz e que traz diversos benefícios para organismo; no entanto, se aplicada em um paciente com alguma patologia contraindicada, pode agravar o quadro da doença. Como pro�ssional da saúde, todo esteticista tem que ser muito criterioso ao fazer uma avaliação prévia ao atendimento. Devemos �car atentos a cada aspecto clínico, queixa e sinal. Se houver dúvida durante a avaliação, você não deve se sentir constrangido ao pedir que o paciente procure melhor avaliação médica para só então executar os tratamentos estéticos com você. Isso mostra competência e ética! Mais importante do que saber o que fazer, é saber o que não fazer. Nesse momento me sinto à vontade para citar Hipócrates, o pai da medicina, em sua famosa frase “Primum non nocere”, que signi�ca “antes de tudo, não prejudicar”, que rege o princípio da não male�cência. Fechando esse primeiro ciclo de estudo, não tenho como não tocar em princípios bioéticos com você. É importante desenvolver desde a formação esses conceitos para que se torne um pro�ssional completo, não apenas com um diploma na mão. Recado dado! Até a próxima aula, na qual en�m abordaremos a aclamada técnica de drenagem linfática manual, já que agora você sabe tudo sobre o sistema circulatório linfático, que é o que essa técnica trabalha. Atividade 5. O que é linfoma? 6. Quais os dois tipos de linfoma e o que os difere? 7. Cite os principais sintomas que podem acometer pacientes com Linfomas. 8. O que é linfagite? 9. A linfagite pode desencadear quais sintomas? 10. O que é �lariose ou elefantíase? 11. Quais sintomas o paciente com �lariose apresenta? 12. Marque a opção correta. Em qual doença podemos aplicar a técnica de drenagem linfática manual? a) Linfoma b) Linfadenite c) Linfagite d) Filariose e) Linfedema f) Nenhuma das alternativas Notas Referências Falavigna, A.; TONATO, A. Anatomia humana. Caxias do Sul: Educs, 2013. FOLDI, M. Princípios da drenagem linfática. 4.ed. Barueri: Manole, 2012. GIRON, P. Princípios de anatomia humana: atlas e texto. 2. ed. Caxias do Sul: Educs, 2009. LEDUC, A. Drenagem linfática: teoria e prática. 3. ed. Barueri: Manole, 2007. PEREZ, A.L.O; et al. Curso Didático de Estética. 2. ed. São Caetano do Sul: Yendis, 2014. SLEUTJES, L. Anatomia humana. 2. ed. São Caetano do Sul: Yendis Editora, 2008. SPENCE, A. P. Anatomia humana básica. 2.ed. São Paulo: Manole, 1991. VASCONCELOS, M.G. Princípios da drenagem linfática. 1.ed. São Paulo: Érica, 2015. Próxima aula O que é drenagem linfática e como ela foi desenvolvida; Indicações e contraindicações da técnica. Explore mais Assista aos vídeos: “Quais são as principais doenças linfáticas? <https://www.youtube.com/watch?v=hZGGVs7zcLc> - Dr. Eduardo Diniz” “Filariose linfática” <https://www.youtube.com/watch?v=1s03Yylujgs> Para saber como funciona o sistema imunológico do corpo humano, assista ao desenho animado “Nossas Batalhas” <https://youtu.be/ahzcg6dy5MM> . https://www.youtube.com/watch?v=hZGGVs7zcLc https://www.youtube.com/watch?v=1s03Yylujgs https://youtu.be/ahzcg6dy5MM
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