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MicroEletrônica 1 Amplificadores Entende-se por amplificador todo dispositivo que tem função principal a obtenção de ganho ( excitação e resposta), cujo valor em módulo deve ser sempre positivo. Na área de Engenharia Eletrônica, onde se encontram os AO que serão objeto do nosso estudo, ainda encontramos diversos outros tipos como os amplificadores de áudio freqüência, radio freqüência, acústicos. Em termos eletrônicos, o amplificador pode ser representado por um quadripolo, ao qual são atribuídas várias características: -Terminais 1 e 2 : são os terminais de entrada do amplificador, por onde serão introduzidas as informações de tensão (VE) e de corrente (IE) de entrada. -Terminais 3 e 4 : são os terminais de saída do amplificador, de onde serão obtidas as informações de tensão de saída (VS) e corrente de saída (IS). Em termos reais, é esperado que a impedância de entrada de um amplificador seja sempre bastante alta (para se aproximar do ideal) para que não se perca potência em Zfs, fazendo com que se aproxime o máximo possível a potência de entrada Pe da potência fornecida Pfs. Teremos, também, com altas impedâncias a possibilidade de operar com pequenos sinais provenientes por exemplo de microfones, sensores de luz, etc. Já a impedância de saída é esperada com valor baixo para tornar a saída do amplificador imune a ruídos e, também, para que possa acoplar está saída a cargas de baixo valor. Quanto ao ganho de tensão e potência, espera-se sempre o maior possível, assim como a banda passante, para que qualquer sinal seja amplificado sempre com a melhor resolução. Realimentação Com a finalidade de reduzirmos a sensibilidade de um sistema de controle aos distúrbios externos e para otimizar os parâmetros reais, vamos introduzir o conceito de realimentação. O que caracteriza um sistema de controle com realimentação é o desvio, com aproveitamento de uma pequena porção do sinal de saída para jogá-lo à entrada desse sistema, onde essa porção irá contribuir para variar, ou melhor, controlar o sinal de saída que lhe deu origem. ZE ZS V ZFS VFS ZL VE IE IS VS 1 2 3 4 VZL AV AI comparador Amplificador realimentação Variável de entrada Erro Distúrbio Variável de saída MicroEletrônica 2 Amplificador Operacional –A.O. Com o advento da automação de processos, em conseqüência do desenvolvimento industrial, os projetistas de sistemas de controle foram sendo forçados a utilizar dispositivos cada vez mais ágeis e econômicos. O AO é o mais utilizado dos circuitos integrados lineares. Ele é uma evolução dos AOs modulares de estado sólido, que foram introduzidos pela BURR-BROWN RESEARCH CO. e a G.A. PHILBRICK RESEARCH INC., por volta de 1960. O AO foi, inicialmente, utilizado nos computadores analógicos, onde realizava operações matemáticas de soma, multiplicação, integração, diferenciação, etc. Desta forma, ao amplificador desenvolvido foi atribuído o nome de AO. Logo, porém, se verificou que este amplificador tinha um campo de aplicações muito maior: -fontes de alimentação estabilizadas -geradores de funções -servo-mecanismos -conversores analógicos digitais -amplificadores de sinais -instrumentação O AO pode ser definido como um amplificador de tensão controlada, o qual pode oferecer ganho de tensão infinito, apresentando uma impedância de entrada infinita, e uma impedância de saída nula sendo capaz de amplificar, controlar, ou gerar sinais, senoidais ou não, desde o nível D.C. até alguns Megahertz. Onde: Ve=Tensão de entrada. Vs=Tensão de saída. Zs=Impedância de saída. Ze=Impedância de entrada. Av=Ganho de tensão. Terminologia e símbolos O símbolo, normalmente usado para representar o AO, é um triângulo que aponta no sentido do fluxo do sinal. As entradas são marcadas com os sinais (+) e (-) para caracterizá-las como positiva (não inversora) e negativa (inversora). ZE ZS AvVe VE IE IS VS 1 2 3 4 VE VS Amplif_opera MicroEletrônica 3 Um AO constitui-se de um arranjo de transistores que compõe um circuito integrado eletrônico. De maneira geral, são construídos em unidades de reduzidas dimensões, em um único chip monolítico. O encapsulamento metálico, que serve também de blindagem, dos operacionais recebe a classificação TO-99 nos data book de circuitos integrados lineares. Já em encapsulamento plástico recebe a classificação de “Dual-in line”. Aplicações Básicas com AO Todas as aplicações do amplificador derivam do amplificador inversor e amplificador não inversor. Amplificador Inversor Amplificador não Inversor A partir destas configurações, com pequenas alterações nos circuitos, obteremos outras aplicações básicas do AO. Buffer ou seguidor de emissor Em várias situações, necessitamos acoplar um estágio de alta impedância de saída em outro com impedância de entrada menor. Outras vezes, precisamos apenas isolar dois estágios sem alterar o sinal eletrônico que circula entre eles. Nestas condições, usa-se um amplificador com ganho 1, alta impedância de entrada e baixa de saída. Este amplificador denomina-se buffer e o sinal é dito bufferizado. R1 R2 e1 eS R1 R2 e1 eS MicroEletrônica 4 Este amplificador é derivado do não inversor, onde podemos associar os valores de R2=0 e R1=∞. Neste caso: Logo o buffer é um amplificador de ganho unitário, com as características do AO, ou seja, alta impedância de entrada e baixa impedância de saída. Um exemplo de simulação com um buffer para um sinal quadrado de 1V de amplitude com 500Hz de freqüência. e1 eS V V1_onda_saida V V3_onda_quadrada OP_AMP1 VSQ1 MicroEletrônica 5 Somador / multiplicador O circuito somador é um amplificador inversor com várias entradas, no qual a tensão de saída é a soma das tensões das entradas multiplicadas pelo ganho de tensão. Lembrando que o ponto VX (terra virtual), podemos expressar as correntes (i11, i12, i13)em termos de voltagens e resistências: Se os valores dos resistores forem iguais, R2=R11=R12=R13=R, podemos escrever a expressão acima: Portanto, como mostra a expressão, este circuito é um amplificador somador. Se nos interessa apenas a soma dos sinais eletrônicos, calculamos o ganho do amplificador para Av=-1. Este amplificador somador pode ter “n” entradas de sinal. Se em todas elas o sinal for o mesmo, teremos então: Portanto. Assim sendo, o sinal de entrada “e1” foi multiplicado por “n”, o que torna este circuito também um multiplicador. Para tanto, basta que as “n” entradas sejam ligadas entre si. Para exemplificar estas aplicações, tomemos o caso em que R11=R12=R2=10KΩ e apliquemos os seguintes sinais: Sinal e1= onda triangular com 2V PP e freqüência de 100Hz. Sinal e2= onda quadrada com 1V PP e freqüência de 500Hz. eS R2 R11 R12 R13 e12 e13 e11 i13 i12 i11 VX i2 R10 R2R11 R12 e1 e2 MicroEletrônica 6 Após simulação temos os resultados. Percebe-se claramente em V1 a soma de V2+V3. O ganho do amplificador somador é. A tensão de saída “eS”será igual à soma dos sinais de entrada, multiplicando-se o resultado da soma pelo ganho do amplificador. Neste exemplo apresentado os sinais que são conectados a e1 e e2 têm diferentes formas e freqüências. Mesmo assim, a saída fará a soma dos dois eventos, dando como resultado uma terceira forma de onda. Um segundo exemplo de somador injetando um terceiro sinal de 2V contínuos. 10k R11 10k R12 10kR2 VSQ1VTRI1 V V1_onda_saida V V2_onda_triangular V V3_onda_quadrada OP_AMP1 10k R11 10k R12 10kR2 VSQ1VTRI1 V V1_onda_saida V V2_onda_triangular V V3_onda_quadrada OP_AMP1 R13 10k 2vVDC1 MicroEletrônica7 Percebe-se que o sinal é o mesmo, com amplitude de 3V, mas seus valores estão alterados com seu pico superior em -2V (valor da fonte VDC1) e o pico inferior -5V (-2V+(-3V)). Agora um exemplo de multiplicação por 3 do sinal de entrada e1. Temos o sinal de saída V1 multiplicado 3X em relação ao sinal de entrada V2. Amplificador diferencial (subtrator) Amplificador diferencial, como aplicação imediata do AO, tem como resultado para atensão de saída, a diferença das tensões de entrada, multiplicada pelo ganho do amplificador. 10k R11 10k R12 10kR2 VTRI1 V V1_onda_saida V V2_onda_triangular OP_AMP1 R13 10k MicroEletrônica 8 Em cada uma das entradas, porém, podemos ter soma de sinais, conforme vimos no somador. Neste caso, a tensão de saída será a diferença das somas dos sinais em cada entrada, multiplicada pelo ganho do amplificador. Se R11=R12=R21=R22=R2=R5. Os sinais envolvidos podem ser do tipo AC ou DC ou ambos. Se todos os resistores de entrada forem de igual valor, teremos a tensão de saída representada pela expressão. onde R1 pode assumir o valor de qualquer uma das resistências de entrada (que são iguais). Exemplo:Dado o circuito a seguir e a forma de onda das entradas, ter-se-á o gráfico saída: Inseridos os sinais 1 e 2, fazendo uma operação de subtração de 1 para 2. Sinal 1 onda quadrada 1Vpp com freqüência 512Hz. Sinal 2 onda em rampa ascendente de 0 a 1,5V. R11 R12 R2 OP_AMP1 R5 R22 R21 e11 e12 e21 e22 eS R11 1k R2 1k VSQ1 VTRI1 V dif_sinal1_e_sinal2 OP_AMP1 R21 1k e11 e21 V sinal1 V sinal2 MicroEletrônica 9 Amplificador integrador O amplificador inversor foi definido com resistores na sua rede de realimentação. Estas impedâncias, porém, podem ser substituídas por um capacitor e resistor. Por exemplo, se substituirmos o resistor R2 por um capacitor, mantendo o resistor R1, continuará valendo a informação de que a corrente flui através do capacitor é igual e contrária àquela que flui no resistor R1. Esta corrente do capacitor vai carrega-lo numa taxa de ic/c V/seg. Como ic=iRi, temos que a tensão no capacitor vai variar na taxa de iRi/C ou e1/R1C. O produto R1C é chamado constante de tempo de integração do amplificador. Um amplificador com esta configuração de circuito é chamado integrador porque a voltagem de saída eS aumenta linearmente no tempo para uma entrada fixa. Assim, podemos dizer que a tensão de saída pode ser definida por. Exemplificaremos agora um circuito com AO que é um integrador eletrônico. Neste caso, a resistência R2 foi substituída por um resistor em série com um capacitor. Exemplo de integrador, neste circuito para t<0, tínhamos a entrada do circuito em zero volts e, portanto, sua saída também. Para t=0 a entrada e1 recebe um degrau de tensão de 1V. Neste instante, a carga do capacitor é 0V, o que leva a sua saída ter -1V, pois: ) Após este degrau de tensão, uma vez que a tensão de entrada permaneceu em 1V, teremos a carga do capacitor aumentando de e1/R1C volts por segundo. R1 V eS OP_AMP1 e11 C1iRi MicroEletrônica 10 Como R1=103Ω e C=10-6F, a tensão de saída será: τ = R1.C1 10-3seg. Podemos tirar a seguinte tabela do gráfico: Tempo t=ms eS (V) 0 -1 10 -2 20 -3 30 -4 40 -5 50 -5 Amplificador diferenciador No caso de substituirmos o resistor de um amplificador inversor por um capacitor, mantendo R2, teremos constituído um diferenciador. Valem para este circuito todas as equações de corrente e tensão do amplificador inversor. O produto R2C é a constante de tempo na qual a tensão de saída do amplificador diminui de uma quantidade igual ao valor médio da entrada. Assim sendo este circuito é um diferenciador. 1k R1 VSQ1 V eS OP_AMP1 V sinal1 10uC11kR2 VSQ1 V eS OP_AMP1 V sinal1 C1 R2 MicroEletrônica 11 Exemplo de diferenciador, t<0 a saída era 0 volts. Com a chegada do degrau de tensão positiva em t=0 a saída saturou no valor da fonte V- e foi decrescendo linearmente na razão de 1/R2C volts/segundo. V eS OP_AMP1 V sinal1 1u C1 10k R2 MicroEletrônica 12 Filtros Ativos O AO encontra várias aplicações no campo dos filtros de freqüência. Justifica-se este largo emprego do AO devido à sua facilidade de uso, bem como a alta impedância de entrada e boa capacidade de corrente de saída. Estes filtros de freqüência basicamente são os circuitos RC conectados ao AO, que recebem o nome de filtros ativos. Filtro passa-baixa Permite a passagem de sinais com freqüências inferiores a uma dada freqüência central f0, somente os sinais com freqüências superiores a f0 serão rejeitados pelo circuito e não serão reportados na saída. Exemplo: FPB com ganho 2 e freqüência de corte de 1kHz, sinais de entrada 5Vpp (VS1 e VS2). Filtro passa-alta Ao contrário do filtro anterior, o filtro passa-altas, que tem a freqüência central f0 permitirá a passagem com sinais com freqüências superiores a este valor rejeitando os sinais com freqüências inferiores. Exemplo: FPA com ganho 1 e freqüência de corte de 5kHz, sinais de entrada 5Vpp (VS1 e VS2). V eS OP_AMP1 V sinal_entrada C1 0.01u R2 22.5kR1 11.25k C2 0.01u VS1 1kHz R3 67,5k 67,5kR4 MUX MUX21 VS2 2kHz VSTEP1 15ms V sinal_seletor MicroEletrônica 13 Filtro passa-faixa Este filtro é um circuito sintonizado, ou seja, é dimensionado para trabalhar com uma determinada freqüência de sinal f0. Os sinais com freqüências superiores ou inferiores a esta freqüência central recebem ganho zero e não são reportados à saída do circuito. Devido à sua constituição física dos componentes, a freqüência central não é única a ser apresentada na saída, mas também uma serie de valores muito próximos de f0, que constituem a faixa de freqüências que este filtro permite a passagem. Entr(V) Saída (V) A ganho (V) Fc(Hz) 4,0 0,8 0,2 50 4,0 1,5 0,4 100 4,0 3,0 0,8 200 4,0 4,0 1,0 400 4,0 4,0 1,0 1k 4,0 4,0 1,0 2k 4,0 4,0 1,0 4k 4,0 4,0 1,0 10k 4,0 4,0 1,0 15k 4,0 4,0 1,0 20k 4,0 3,0 0,8 100k 4,0 2,0 0,5 150k 4,0 1,5 0,4 200k V eSOP_AMP1 V sinal_entrada 2nC1 11.26kR2 22.5k R1 2nC2 3kHz VS1 R4 0.1 MUX MUX21 VS2 5kHz VSTEP1 15ms V sinal_seletor MicroEletrônica 14 Filtro Rejeita Faixa Ao contrário do passa-faixa, o filtro rejeita-faixa seleciona a freqüência central f0, e exclui a mesma da gama de sinais que serão apresentados na saída. Em outras palavras, o sinal com freqüência diferente de f0 passaram pelo filtro, mas a freqüência central será rejeitada. Vi Vs Av FHz 4,0 4,0 1,0 50 4,0 4,0 1,0 100 4,0 4,0 1,0 200 4,0 3,0 0,8 400 4,0 2,0 0,4 1k 4,0 1,0 0,2 2k 4,0 0,1 0,1 4k 4,0 1,0 0,2 10k 4,0 2,0 0,4 15k 4,0 3,0 0,8 20k 4,0 4,0 1,0 100k 4,0 4,0 1,0 150k 4,0 4,0 1,0 200k 0,8 1,5 3,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 3,0 2,0 1,5 0,2 0,4 0,8 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 0,8 0,5 0,4 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 50 100 200 400 1k 2k 4k 10k 15k 20k 100k 150k 200k Vi Vs Av 4,0 4,0 4,0 3,0 2,0 1,0 0,1 1,0 2,0 3,0 4,0 4,0 4,0 1,0 1,0 1,0 0,8 0,4 0,2 0,1 0,2 0,4 0,8 1,0 1,0 1,0 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 50 100 200 400 1k 2k 4k 10k 15k 20k 100k 150k 200k Vi Vs Av MicroEletrônica 15 ALIMENTAÇÃO DO AO É feita de forma simétrica, podendo em alguns casos utilizar uma mono-alimentação. CURVA DE TRANSFERÊNCIA Relaciona a tensão de saída (Vs) com a de entrada (Ve).
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