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DESAFIOS PARA O CONTROLE DA AIDS ENTRE OS JOVENS NO BRASIL https://globoplay.globo.com/v/6094392/ https://globoplay.globo.com/v/6094392/ 1. CONSTRUÇÃO DA ARGUMENTAÇÃO Conhecimento sobre o assunto. Tabu sobre sexualidade. Diagnóstico precoce. Imaturidade. “Isso não vai acontecer comigo”. Uso de preservativo. Ausência dos pais. Falta de posicionamento da escola. Ineficiência de campanhas de prevenção. Preconceito 3 QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS DESAFIOS PARA CONTROLAR A AIDS ENTRE OS JOVENS BRASILEIROS? 1. AMPLIAÇÃO DA COLETÂNEA Fonte Detalhamento Coerência Não é sempre que se vê uma pandemia nascer. Mas foi o que aconteceu em 1981 nos EUA. Os hospitais relataram 41 casos de pacientes jovens com sarcoma de Kaposi, um câncer raro que até então se manifestava quase somente em idosos. E apesar de esse mal normalmente demorar anos para se agravar, os novos pacientes morriam pouco tempo depois de entrar no hospital. Um detalhe intrigou os médicos: todos eram homossexuais masculinos. Outros casos surgiram e logo ficou claro que havia uma nova doença, um “câncer gay”, batizado de grid (sigla em inglês para “imunodeficiência relacionada aos gays”). Nos anos seguintes, a doença se espalhou para heterossexuais e mulheres – até então considerados a salvo da epidemia – que haviam passado por cirurgias ou recebido transfusões de sangue. Foi então que a doença ganhou o nome de aids (sigla em inglês para “síndrome da imunodeficiência adquirida”). 5 6 Ainda no início dos anos 80, o vírus já tinha contaminado 89% dos hemofílicos dos EUA. Como não havia um teste para detectar o vírus, quem precisasse de uma transfusão de sangue não tinha muito o que fazer além de rezar para não ser infectado. Em seguida, o mal passou a atingir homens, mulheres, crianças e qualquer grupo social que você puder imaginar. As notícias de novas contaminações, somadas à falta de informações concretas sobre os mecanismos de transmissão, levaram a um estado de pânico. Muita gente se recusava a apertar a mão de alguém contaminado ou ficar na mesma sala, com medo de que a doença se transmitisse pelo ar como uma gripe. Na dúvida, ninguém queria arriscar. Durante o resgate de um acidente nos EUA, os bombeiros se recusaram a atender uma vítima por ela estar contaminada. 7 A epidemia derrubou economias, destruiu populações inteiras e mudou costumes. Por se alastrar também pelo sexo, a revolução sexual dos anos 60 e 70 pisou no freio e deu lugar à era do “sexo seguro”, com a redução do número de parceiros e com o uso de preservativos (em 1986, apenas 8% dos jovens brasileiros afirmaram ter usado camisinha na primeira relação sexual, contra 47,8% em 1998 e 65,8% em 2005). https://super.abril.com.br/saude/25-anos-de-aids/ Acesso em 02.08.2018 8 9 HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da Aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E, utilizando componentes dessa célula, o HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção. Ter o HIV não é a mesma coisa que ter a aids. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas, podem transmitir o vírus a outros pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações. HIV é um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae. Esses vírus compartilham algumas propriedades comuns: período de incubação prolongado antes do surgimento dos sintomas da doença, infecção das células do sangue e do sistema nervoso e supressão do sistema imune. https://jovemsoropositivo.com/tag/hiv/ Acesso em 02.08.2018 10 11 https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2017/08/15/o-que-explica-a-disparada-de-infeccoes-por-hiv-entre-jovens-brasileiros.htm 12 Art. 1o Constitui crime punível com reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, as seguintes condutas discriminatórias contra o portador do HIV e o doente de aids, em razão da sua condição de portador ou de doente: I - recusar, procrastinar, cancelar ou segregar a inscrição ou impedir que permaneça como aluno em creche ou estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado; II - negar emprego ou trabalho; III - exonerar ou demitir de seu cargo ou emprego; IV - segregar no ambiente de trabalho ou escolar; V - divulgar a condição do portador do HIV ou de doente de aids, com intuito de ofender-lhe a dignidade; VI - recusar ou retardar atendimento de saúde. Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 2 de junho de 2014; 193o da Independência e 126o da República. LEI Nº 12.984 Define o crime de discriminação dos portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV) e doentes de Aids Herbert de Souza, o Betinho (1935-1997), sociólogo Como seus irmãos, todos hemofílicos, contraiu o vírus em transfusões de sangue. Sua contaminação foi constada em 1986, tornando-o uma das figuras públicas mais atuantes na defesa dos direitos dos portadores. No mesmo ano, fundou a Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS. Mas é mais lembrado pela Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida. Bastante atuante, dizia que a sua condição de soropositivo o forçava a “comemorar a vida todas as manhãs”. "É importante ver, com os dois olhos, os dois lados, para mudar uma única realidade: a que temos." "Em resposta a uma ética da exclusão, estamos todos desafiados a praticar uma ética da solidariedade." Henrique de Souza Filho, o Henfil (1944-1988), cartunista Mineiro, destacou-se como um cronista de humor, tanto desenhando como escrevendo, sempre com críticas certeiras à política do país. Em plena ditadura militar, lançou a revista satírica Fradim, eternizando personagens como Graúna, o Bode Orelana e o nordestino Zeferino. Ele e seus irmãos – o músico Chico Mário, que morreu no mesmo ano, e o sociólogo Betinho – eram hemofílicos e foram contaminados durante transfusões de sangue. Agenor Neto, o Cazuza (1958-1990), músico Poeta do rock nacional, surgiu como líder do Barão Vermelho e aproximou-se da MPB em sua carreira solo, aclamado pela crítica. Em 1986, foi internado com pneumonia e os exames mostraram que estava infectado com o HIV. Depois de dois meses nos Estados Unidos para se tratar com AZT, voltou ao Brasil para se dedicar ao disco mais importante de sua carreira: Ideologia. No auge do sucesso, assumiu publicamente ser portador do HIV no início de 1989. Comparecia a premiações em uma cadeira de rodas, pois queria desmitificar a doença. Faleceu um ano seguinte, vítima de um choque séptico causado pela aids. Cerca de sete mil pessoas compareceram ao seu velório. “Vida louca vida Vida breve Já que eu não posso te levar Quero que você me leve” Eu vejo o futuro repetir o passado Eu vejo um museu de grandes novidades O tempo não para Não para não, não para 16 FILADÉLFIA (1993) Direção: Jonatham Demme Quando Andrew Beckett (Tom Hanks), um promissor advogado, descobre estar infectado pelo HIV, sua vida muda completamente, começando por sua demissão no escritório onde trabalhava. Para enfrentar a discriminação, ele contrata Joe Miller, interpretado por Denzel Washington, um advogado negro e homofóbico. O filme hollywoodiano é um dos primeiros a falar abertamente sobre o assunto, com muita sensibilidade, abordando os desafios da doença e do preconceito enfrentado pelos homossexuais. 17 No tom coloquial próprio dos jovens, Valéria Polizzi relata com bom humor e descontração as farras com a turma de amigos, a dúvida entre “ficar” ou namorar, o despertar da sexualidade, a angústia diante dovestibular e muitas coisas que atormentam qualquer adolescente. Tudo isso seria perfeitamente natural se não fosse por um pequeno detalhe que iria fazer uma enorme diferença: Valéria contraiu AIDS aos 16 anos. porque segundo ela mesma, " transei sem camisinha". Neste livro, ela mostra como, de repente, por causa de quatro letrinhas, sua vida passou por uma reavaliação radical. Ela expõe, sem meias palavras, como a doença mexeu com sua cabeça e com seus sentimentos. Depois Daquela Viagem – Valeria Piassa Polizzi 1. PROPOSTA DE SOLUÇÃO 19 Promover a sensibilização de gestores e educadores das escolas de ensino fundamental e médio para o desenvolvimento de ações de prevenção às IST/Aids envolvendo as escolas publicas (estaduais e municipais) e privadas e lideranças estudantis. Formar adolescentes e jovens multiplicadores, por meio de oficinas de educação em saúde oportunizando espaços de diálogos e de prevenção das IST/aids nas escolas. Fomentar a participação juvenil em que adolescentes e jovens possam atuar como sujeitos transformadores da realidade. Realizar oficina de sensibilização com jovens líderes na escola (que já atuam nos grêmios estudantis, representantes de classe, capitães, etc.) de forma que eles possam desenvolver ações de prevenção na comunidade escolar ao longo do ano. A escola indicaria um interlocutor (professor, coordenador, vice diretor, mediador) que seria a referência para estes jovens. Disponibilizar material instrucional sobre os temas abordados e insumos de prevenção. 20 Apresentar os dados epidemiológicos de HIV/Aids a adolescentes. Realizar Seminário com a participação de representantes das Escolas para apresentação da proposta de trabalho, com os temas que serão desenvolvidos: sexualidade, cuidado com o corpo, prevenção às IST/HIV/aids e gravidez. Promover acesso ao tratamento das pessoas com HIV/AIDS no âmbito público e privado; Lutar contra quaisquer discriminação e preconceitos às pessoas vivendo com HIV/AIDS e as populações mais vulneráveis ao HIV; Promover a integração social das pessoas vivendo com HIV/AIDS entre si e, seus familiares, amigos e profissionais multidisciplinares no âmbito nacional e internacional; Desenvolver trabalhos promocionais e assistenciais em favor das pessoas vivendo com HIV/AIDS, seus familiares e amigos (as), e população em geral; Desenvolver trabalhos visando à prevenção ao HIV; ampliar o acesso de adolescentes e jovens entre 15 e 24 anos ao teste do HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis e o início imediato do tratamento.
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