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HISTÓRIA DA CRIMINOLOGIA DIR 1 SEMESTRE 2020

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CRIMINOLOGIA 
1º. SEMESTRE - TURMA 2020.2
PROF. CLODOVIL MOREIRA SOARES 
História DA CRIMINOLOGIA
(PARTE I) 
Embora, diante de várias teorias e posicionamentos, não
se possa afirmar o momento exato do surgimento,
sabemos que a criminologia sempre existiu. É claro que
de maneira “elementar, rudimentar e tosca”, como afirma
o Ilustre Professor Eduardo Viana:
“É intuitiva a afirmação de que o fenômeno crime exerce
algum tipo de atração sobre os homens; bem por isso se diz
que a criminologia sempre existiu, ainda que de maneira
elementar, rudimentar e tosca. Precisamente por isso,
Goppinger aponta a criminologia tem uma curta história,
porém um longo passado, daí porque pela justa razão, há
permanente risco em se recuar muito no tempo em busca de
um estudo com verniz criminológico.”
1. História DA CRIMINOLOGIA: por onde 
começar? 
2. A HISTÓRIA DA CRIMINOLOGIA: 
Como começar? 
• A) CRONOLOGICAMENTE;
• B) SEGUINDO SUAS RAZÕES E IMPULSOS HISTÓRICOS;
• C) LEVANDO EM CONTA A FUNÇÃO DOS ELEMENTOS POLÍTICOS E 
ECONÔMICOS PRESENTES EM DETERMINADO MOMENTO;
• D) ENTENDENDO-A COMO UMA CONSEQÜÊNCIA DE QUAL É O 
CONCEITO DE ESTADO QUE A SUSTENTA (SE É GERADO POR 
CONSENSO DE ESTADO OU POR CONFLITO), E DA MANEIRA COMO 
SE PRODUZ O CONHECIMENTO;
• E) DETECTANDO SUAS MARCAS NO TECIDO SOCIAL, NAS 
INSTITUIÇÕES, NAS POLÍTICAS PÚBLICAS; E, POR ÚLTIMO, MAS NÃO 
MENOS IMPORTANTE:
• F) OLHANDO SUA RELAÇÃO COM OS DIREITOS HUMANOS. 
( LOLA ANYAR DE CASTRO E RODRIGO CODINO)
3. HISTÓRIA DA CRIMINOLOGIA: AS 
INFLUÊNCIAS E VERTENTES ao longo do 
caminho
VIMOS QUE EM SÍNTESE A CRIMINOLOGIA É O ESTUDO DAS
DETERMINAÇÕES DO CRIME. NO ENTANTO A ABORDAGEM, OU DISCURSO,
POSTO, OS ELEMENTOS EM DESTAQUE (ESTUDO – DETERMINAÇÕES E CRIME)
SOFRERÁ A INFLUÊNCIA DA PRÓPRIA HISTÓRIA DO PODER, DA ORDEM, DO
CONTROLE, DA DOMINAÇÃO, DA LEGITIMAÇÃO, OU SEJA É NESSA ANÁLISE QUE
SEGUIREMOS DESCOBRINDO AS VINCULAÇÕES COM ÁS ÉPOCAS SOCIAIS E
POLÍTICAS NAS QUAIS, ESSES SABERES CRIMINOLÓGICOS, NASCERAM E SE
DESENVOLVERAM.
3.1 . OBSERVAÇÕES A EVOLUÇÃO HISTÓRICA
• No plano contemporâneo, a Criminologia decorreu de longa evolução,
marcada, muitas vezes, por atritos teóricos irreconciliáveis, conhecidos por
“disputas de escolas” e discursos criminológicos, nem sempre sucessivos
cronologicamente.
• O estudo da criminalidade e do crime é um fenômeno recente relacionado ao
surgimento das ciências sociais. Mas, remonta às práticas religiosas do século
XII. Na Idade Média, entre os séculos XII e XVII, pessoas que violavam crenças,
normas ou costumes sociais eram torturadas para confessar seus pecados e
crimes.
• O estudo das teorias criminológicas tem sido um caminho apaixonante,iremos
descobrindo as vinculações com ás épocas sociais e políticas nas quais
nasceram e se desenlvoveram, e suas determinações econômicas e políticas.
Na verdade, é o mesmo caminha das ideias e das sociedades influentes no
mundo ocidental.
Pra pensar: 
• “O PODER PUNITIVO É COMO BIFE Á
MILANESA COM BATATAS FRITAS,
ISTO É, NINGUÉM SE PERGUNTA POR
QUE EXISTE, PARECE QUE SEMPRE
ESTEVE ALI. MAS NÃO É ASSIM”
• (EUGÊNIO RAÚL ZAFFARONI)
FASES DO PENSAMENTO
CRIMINOLÓGICO
ANTIGUIDADE 
MITÓLOGICA
FASE PRÉ 
CIENTIFICA
PSEUDOCIÊNCIAS
FASE 
CIENTÍFICA
MODERNA CRIMINOLOGIA
4. ANTIGUIDADE REMOTA 
• A. ENTRE OS HINDUS, FENÍCIOS, SÍRIOS, 
HEBREUS E OUTROS, NADA DE CONCRETO, 
APENAS OS “TABU”, REGRAS DE PROTEÇÃO DO 
GRUPO;
• B. CÓDIGO DE HAMURABI (1.728 – 1.686 a.C.);
• C. LEGISLAÇÃO DE MOISÉS (Séc. XVI a.C);
• D. CONFÚNCIO (551-478 a. C): “tem cuidado de 
evitar crimes para depois não ver-te obrigado 
a castigá-los. 
5. ANTIGUIDADE grega 
• A. Protágoras (485 – 415 a.C)- caráter preventivo da 
pena;
• B. Sócrates (470 – 399 a.C) – ensinar os criminosos a 
não reincidirem – instrução e formação de caráter;
• C. Hipócrates (460 – 377 a.C.) – todo crime é fruto da 
loucura;
• D. Platão (427-347 a.C) – a ambição, cobiça e cupidez 
dão origem a criminalidade; 
• E. Aristóteles (388 – 322 a.C) – a criminalidade decorre 
das causas econômicas e a miséria causa rebelião e 
delito. 
• A. PRECURSOR: SANTO AGOSTINHO (354-430 d.C) – pena 
como defesa social, caráter intimidativo e ressocialização do 
delinquente; Justiça Distributiva; Pobreza gera criminalidade e 
defendia o furto famélico. 
• B. IDADE MÉDIA – ANTES DA INQUSIÇÃO (476 d.C)
• SEVERIDADE E BARBÁRIE: PENA DE MORTE; 
DECAPITAÇÃO, MORTE POR FOME, MUTILAÇÕES. 
IMERSÃO NO AZEITE;
• FORMAS COMUNAIS DE SOLUÇÃO DOS CONFLITOS: 
– PROVAS ORDÁLIAS;
– PERDÃO DIVINO;
– VINGANÇA PRIVADA E RARAMENTE COMPOSIÇÃO 
ENTRE VÍTIMA E ALGOZESES.
6. IDADE MÉDIA 
• C. IDADE MÉDIA – A INQUISIÇÃO 
– AS CRUZADAS TERIAM INICIO NESSES SÉCULOS QUE VÃO DO XI AO XIII , MAS 
CONTINUARAM POSTERIORMENTE, MEDIANTE A ADOÇÃO DE OUTRAS 
FORMAS;
– O MODELO DA INQUISIÇÃO SURGIU NO ANO DE 1.215, NO QUARTO CONCÍLIO 
DE LATRÃO, ESTABELECENDO-SE A PRIMEIRA AGÊNCIA BUROCRATIZADA 
DOMINANTE DESTINADA À APLICAÇÃO DE CASTIGOS E A DEFINIÇÃO DE 
VERDADES; 
– INTIMA LIGAÇÃO ENTRE A IGREJA E O “ESTADO”;
– MALEUS MALEFICARUM (MARTELO DA BRUXAS) – 1484 - CAÇA AOS HEREGES 
E POSTERIORMENTE CAÇA AS BRUXAS, AMBOS TEM PACTO COMO DEMÔNIO;
– SEQÜESTRO DA VÍTIMA, O CRIME É UMA OFENSA A IGREJA E AO SOBERANO;
– A CONFISSÃO TORNA-SE A PRINCIPAL PROVA, ROTINEIRAMENTE OBTIDA 
MEDIANTE TORTURA;
– TEM O SEU DECLÍNIO NO INÍCIO DO SÉC. XIV COM A FORMAÇÃO 
E UNIFICAÇÃO DOS ESTADOS NACIONAIS; 
6. IDADE MÉDIA 
– EXPANSÃO UTLRA -MARITIMA - COLONIZAÇÃO; 
– TRÊS FORMAS DE PUNIR ADEQUADAS, OU UTÉIS, AO 
MODELO ECONÔMICO:
• GALÉS (remar no s porões dos navios até 
morrer);
• DEGREDO ( condenados deveriam colonizar os 
novos territórios);
• INTERNAÇÃO NA CASA DE RASPAGEM (locais de 
trabalhos manufaturados, raspagem do pau 
brasil);
7. ABSOLUTISMO – MERCANTILISMO (SÉC 
XVI)
⁍ LEI DOS CERCAMENTOS NA INGLATERRA: MIGRAÇÃO 
DOS POBRES DOS CAMPOS PARA AS CIDADES.
⁍ CRIMINALIZAÇÃO DA VAGABUNDAGEM – OS POBRES E 
DESPOSUÍDOS PASSRAM A SER SOLUÇÃO ( PARA A 
PRODUÇÃO MERCANTIL) E O PROBLEMA (DEVERIAM ESTÁ 
SOB CONTROLE);
⁍ SEGUNDO FOUCAULT NESSE PERÍODO SURGEM DOIS 
MODELOS:
1. MODELO LEPROSÁRIO : SEGREGATIVO E 
EXCLUDENTE;
2. MOLDEO DA PESTE: DISCIPLINAR E INCLUSIVO.
PARA DEFINR ENTRE AMBOS ESSAVA-SE A 
TÉCNICA DA MEDICINA SOCIAL: A. EXPULSA 
INTERNANDO POBRES “CULPADOS” E B. INCLUI 
DISCIPLINADOS POBRES “INOCENTES”.
– ENCICLOPÉDIA : ESPECIALIZAÇÃO DO CONHECIMENTO;
– DOMÍNIO DA RAZÃO X SABER RELIGIOSO;
– ASCENSÃO DA BURGUESIA – ACUMULAÇÃO DE CAPITAIS;
– QUESTIONAMENTO DO PODER DA MONARQUIA ABSOLUTISTA;
– NECESSIDADE DE MAIS PESSOAS PARA PRODUÇÃO E COMÉRCIO: 
SURGE O DISCURSO PELA HUMANIZAÇÃO DAS PENAS;
– AS REVOLUÇÕES LIBERAIS NA AMÉRICA E NA EUROPA. 
8. ILUMINISMO – LIBERALISMO JURÍDICO 
– REVOLUÇÃO TÉCNICO CIENTIFICA 
9. NO NASCIMENTO CRIMINOLOGIA PRÉ-
CIENTÍFICA (PRECURSORES) E A 
CRIMINOLOGIA CIENTÍFICA
• Argumenta-se que no nascimento científico da Criminologia
ganha destaque com os postulados da Escola Clássica, muito
embora antes dela já houvesse estudos acerca da criminalidade.
• Na etapa de nascimento científico da Criminologia existiam dois
enfoques muito nítidos: de um lado os clássicos, influenciados
pelo Iluminismo, com seus métodos dedutivos e lógico-formais,
e, de outro lado, os empíricos, que investigavam a gênese delitiva
por meio de técnicas fracionadas, tais como as empregadas pelos
fisionomistas, antropólogos, biólogos etc., os quais substituíram a
lógica formal e a dedução pelo método indutivo experimental
(empirismo).
O apogeu do Iluminismo deu-se na Revolução 
Francesa, com o pensamento liberal e humanista
• VOLTAIRE
Teceram inúmeras críticas à legislação criminal que 
vigorava na Europa em meados do século XVIII
MONTESQUIEU
Aduzia a necessidade de individualização da pena, 
de redução das penas cruéis, proporcionalidade 
etc.
• ROUSSEAU
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CRIMINOLOGIA
• O QUASE INICIO DA CRIMINOLOGIA:
• 1. É BEM VERDADE QUE A CRIMINOLOGIACOMO CIÊNCIA AUTÔNOMA EXISTE HÁ
POUCO TEMPO, MAS TAMBÉM É INDISCUTÍVEL QUE ELA OSTENTA UM GRANDE
PASSADO, UMA ENORME FASE PRÉ-CIENTÍFICA. QUANDO ELA NASCEU?
• A. Considerado o fundador da Criminologia moderna Cesare Lombroso, com a
publicação em 1876 de seu livro O homem delinquente;
• B. Posteriormente o antropólogo francês Paul Topinard, em 1879, emprega pela
primeira vez a palavra “Criminologia”;
• C. Alguns defendem a tese de que foi Rafaelle Garófalo que, em 1885, usou o termo
como nome de um livro científico, dando-lhe conotação internacional;
• D. Ainda existem importantes opiniões de que a Escola Clássica, com Francesco Carrara
(Programa de Direito Criminal/1859), traçou os primeiros aspectos do pensamento
criminológico;
• E. Por derradeiro, releva frisar que, numa perspectiva não biológica, o belga Adolphe
Quetelet, integrante da Escola Cartográfica, ao publicar seu Ensaio de física social
(1835) seria um expoente da Criminologia inicial, projetando estudos estatísticos
relevantes sobre criminalidade.
11. Principais escolas Criminológicas
• I. ESCOLA CLÁSSICA;
• II. ESCOLA POSITIVISTA;
• III. ESCOLA CARTOGRÁFICA; 
• IV. TERCEIRA ESCOLA ITALIANA;
• V. ESCOLA DE LYON;
• VI. ESCOLA CORRECIONALISTA;
• VII. ESCOLA DE POLÍTICA CRIMINAL OU 
MODERNA ALEMÃ;
• VIII. NOVA DEFESA SOCIAL;
Movidos por uma 
pretensão de 
cientificidade
INTERVENÇÃO, 
TRANSFORMAÇÃO 
E DOMÍNIO
I. ESCOLA CLÁSSICA 
Cesare Bonesana, Marquês de 
Beccaria (1738-1794), um 
aristocrata milanês, é 
considerado o principal 
representante 
do Iluminismo Penal.
¤ Nasceu entre o final do Séc. XVII e a metade do séc. XVII, como
reação ao totalitarismo do Estado Absolutista, filiando-se ao
movimento revolucionário e libertário do iluminismo. Viva-se o
“século das luzes”.
As ideias consagradas pelo Iluminismo acabaram por influenciar a
redação do célebre livreto de Cesare Beccaria, intitulado Dos
delitos e das penas (1764), com a proposta de humanização das
ciências penais.
¤ Além de Beccaria, despontam como grandes intelectos dessa
corrente Francesco Carrara (dogmática penal); Giovanni
Carmignani, Jeremy Bentham (Inglaterra) e Feuerbach
(Alemanha).
¤ BECCARIA DEFENDEU:
- A codificação e a existência de leis simples;
- O Princípio da legalidade;
- A irretroatividade da lei;
- O livre arbítrio;
- Equivalência entre o delito e a pena;
- Humanização das penas;
- Garantias processuais;
https://pt.wikipedia.org/wiki/Iluminismo
CESARE BECCARIA
• Para ele, só as leis poderiam fixar as penas, não sendo 
permitido ao juiz aplicar sanções arbitrariamente.
• Defendeu o fim do confisco e das penas infamantes, que 
recaem sobre a família do condenado, como ainda o fim das 
penas cruéis e da capital.
• Seus postulados foram desenvolvidos pelos italianos,
FRANCESCO CARRARA, JEREMIAS BENTHAM, ROMANGNOSI, e
ROSSI.
– Todos eles tinham em comum a utilização do método
racionalista e dedutivo-logico, vale acrescentar que, em
regra, eram jusnaturalistas. Significa dizer que, aceitavam
que normas absolutas e naturais prevalecessem sobre as
normas de direito posto.
- OS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ESCOLA 
CLÁSSICA SÃO:
A) BUSCOU CONSTRUIR OS LIMITES DO PODER DE PUNIR DO
ESTADO;
B) O CRIME É UM ENTE JURÍDICO, NÃO É UMA AÇÃO, MAS SIM
UMA INFRAÇÃO (CARRARA);
C) A PENAL DEVE SER CERTA, PROPORCIONAL, CONHECIDA E
JUSTA. A PUNIBILIDADE DEVE SER BASEADA NO LIVRE-ARBÍTRIO;
C) A PENA DEVE TER NÍTIDO CARÁTER DE RETRIBUIÇÃO PELA
CULPA MORAL DO DELINQUENTE (MALDADE), DE MODO A
PREVENIR O DELITO COM CERTEZA, RAPIDEZ E SEVERIDADE E
RESTAURANDO A ORDEM EXTERNA SOCIAL;
D) MÉTODO DE RACIOCÍNIO LÓGICO-DEDUTIVO.
JEREMY BENTHAM
• O PANÓTICO (O corpo dócil);
• Discute a questão da utilidade da pena
(sanções pecuniárias);
• Rejeita o carácter humanista da pena, prevista
em Beccaria; 
• Utilitarismo, doutrina de felicidade das
maiorias;
• Teoria da escolha racional. 
II. ESCOLA POSITIVA
❖ A chamada Escola Positiva deita suas raízes no início
do século XIX na Europa, Nesse período, estudos
sociológicos e biológicos ganhavam destaques a partir
de doutrinas evolucionistas como, Darwin e Lamarck
e ainda sociológicas como Comte e Spencer. É a partir
desça acidentada evolução que nasce, portanto, o
Positivismo Criminológico, mais conhecido como
Escola Positiva.
❖ Pode-se afirmar que a Escola Positiva teve três fases:
antropológica (Lombroso), sociológica (Ferri) e
jurídica (Garófalo).
A. Cesare Lombroso.
¤ Os estudos científicos de Lombroso
assumiam feição multidisciplinar, pois
emprestaram informes da psiquiatria com a
análise da degeneração dos loucos morais,
bem como lançaram mão de dados
antropológicos para retirar o conceito de
atavismo e da não evolução, desenvolvendo
o conceito de criminoso nato.
¤ Para ele, não havia delito sem múltiplas
causas, incluindo-se aí variáveis ambientais
e sociais, como, por exemplo, o clima, o
abuso de álcool, a educação, o trabalho etc.
EXPLICAÇÃO PATÓLOGICA DA CRIMINALIDADE
MÉTODO INDUTIVO-
EXPERIMENTAL
◙ Por isso, afirmou que o crime não era uma
entidade jurídica, mas sim um fenômeno
biológico, razão pela qual o método
indutivo-experimental deveria ser o
empregado.
◙ A Escola positiva recebeu esse nome pelo
método e NÃO por aceitar a filosofia o
positivismo de Augusto Comte.
Registre-se, por oportuno, que suas pesquisas
foram feitas na maioria em manicômios e
prisões, alegando que o criminoso era um ser
atávico, um ser que regredia ao primitivismo,
um verdadeiro selvagem (ser bestial) que
nasce criminoso, cuja degeneração é-lhe
causada pela epilepsia que ataca seus centros
nervosos.
◙ DE ACORDO COM LOMBROSO AS CAUSAS
DO CRIME RESIDEM EM UM TRIPÉ, QUE FOI
CHAMADO DE TRÍPTICO LAMBROSIANO:
1- Regressão atávica – figura do criminoso
nato;
2- Taras degenerativas – já tem
características criminais, mas vem a
desenvolvê-las futuro, ao longo da vida;
3- Fatores externos – são causas meramente
desencadeadoras de algo que já existe na
personalidade e aspecto biológico da pessoa,
não é elemento determinante para o crime é
só desencadeante.
A. LOMBROSO E O DETERMINISMO 
BIOLÓGICO
FATORES
EXÓGENOS
FATORES
EXÓGENOS
FATORES 
ENDÓGE
NOS
Embora Lombroso não
tenha afastado os fatores
exógenos da gênese
criminal, entendia ele que
eram apenas aspectos
motivadores dos fatores
endógenos; assim, o clima,
a vida social etc. apenas
desencadeariam a
propulsão interna para o
delito, pois o criminoso
nascia criminoso
(determinismo
biológico).
B. Enrico Ferri (1856-1929)
❖ Genro e discípulo de Lombroso, foi o criador
da chamada “Sociologia Criminal”.
❖ Para ele, a criminalidade deriva de fenômenos
antropológicos, físicos e culturais.
❖ Negou com veemência o livre-arbítrio (mera
ficção) como base da imputabilidade;
entendeu que a responsabilidade moral
deveria ser substituída pela responsabilidade
social e que a razão de punir é a defesa social
(a prevenção geral é mais eficaz que a
repressão). Classificou os criminosos em
natos, loucos, habituais, de ocasião e por
paixão.
B. Enrico Ferri (1856-1929)
C. Raffaele Garófalo (1851-1934),
• Jurista de seu tempo, afirmou que o crime estava no
homem e que se revelava como uma degeneração deste;
• Criou o conceito de temeribilidade ou periculosidade, a
qual seria o propulsor do delinquente e a porção de
maldade que deve se temer em face deste;
• Fixou por derradeiro a necessidade de se fazer outra
intervenção penal – a medida de segurança;
• Em suas obras preocupava-se com a definição psicológica
do crime, eis que defendia a teoria do “crime natural”,
para definir os comportamentos que afrontam os
sentimentos básicos e universais de piedade e probidade
em uma sociedade.
- CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMINOSOS SEGUNDO 
GARÓFALO
CRIMINOSOS
natos 
(instintivos)
fortuitos (de 
ocasião)
defeito moral
especial (assassinos, 
violentos, ímprobos e 
cínicos)
DEFENDIA A PENA DE MORTE
PRINCIPAIS POSTULADOS DA ESCOLA POSITIVA
a) direito penal é obra humana;
b) a responsabilidade social decorre do determinismo 
social;c) o delito é um fenômeno natural e social (fatores 
biológicos, físicos e sociais);
d) a pena como instrumento de defesa social (prevenção 
geral);
e) método indutivo-experimental; e
f) os objetos de estudo da ciência penal são o crime, o 
criminoso, a pena e o processo.
• Em 1846, propôs a organização de censos. Em tal obra,
enxerga o crime como produto da organização social,
estudando as características que podem influenciar na prática
do crime, tais como as estações, o clima, o sexo e a idade.
Afirma que para a obtenção de resultados mais autênticos, as
circunstâncias em que se encontram os homens devem ser
similares, ou seja, igualmente favoráveis. Ao final da pesquisa,
concluiu que:
– i) a idade é a característica que mais influi na prática do
crime – o auge da força física e das paixões do homem
encontrar-se-ia na idade dos 25 anos;
– (ii) as mulheres, provavelmente por sua fraqueza,
comentem mais crimes contra a propriedade do que crimes
contra a pessoa;
III. ESCOLA CARTOGRÁFICA
Adolphe Jaques QUETÉLET (1796 – 1874)
– (iii) no verão se cometem mais crimes contra a pessoa e
menos crimes contra a propriedade;
– (iv) o clima parece ter influência sobretudo nos crimes
contra as pessoas;
– (v) os profissionais liberais estariam mais envolvidos em
crimes contra a pessoa, enquanto as classes trabalhadora e
doméstica estariam mais envolvidas em crimes contra o
patrimônio.
• Para ele, a educação e a pobreza não são significativas no
estudo da prática do crime. A origem do crime reside na
sociedade – e não no indivíduo. Ou seja, quem comete o crime
é um instrumento que executa o que a sociedade gestou.
(ACABA ANUNCINADO AS ESCOLAS SOCILÓGICAS)
III. ESCOLA CARTOGRÁFICA
Adolphe Jaques QUETÉLET (1796 – 1874)
IV. TERZA SCUOLA ITALIANA
(Ou Escola do Positivismo Crítico)
• A Terza Scuola Italiana, cujos expoentes foram Manuel 
Carnevale, Bernardino Alimena e João Impallomeni, fixou os 
seguintes postulados criminológicos:
a) distinção entre imputáveis e inimputáveis;
b) responsabilidade moral baseada no determinismo (quem não 
tiver capacidade de se levar pelos motivos deverá
receber uma medida de segurança);
c) crime como fenômeno social e individual;
d) pena com caráter aflitivo cuja finalidade é a defesa social.
V. ESCOLA DE LYON
• Principais representantes: Emile Durkheim e Alexandre
Lacassange, esse último atribui-se a frase: “Cada Sociedade
têm os criminosos que merece”.
a) Voltava os estudos para as influências sociais e
econômicas sobre os criminosos e os indicies de
criminalidade;
b) Sua tese central afirma que o criminoso é como um
micróbio ou vírus, algo inócua, até que o adequado
ambiente o faz eclodir. Vale dizer a predisposição pessoal e
meio social fazem o criminoso;
c) O meio social cria o ambiente adequado a prática de
crimes.
VI. ESCOLA CORRECIONALSITA
• Surgiu na Alemanha, em 1839, através da dissertação de Karl 
Roder, intitulada de Comentatio na poena malum esse debeat, 
que tinha por fundamento a filosofia krausista.
• Apesar de o surgimento ter se dado na Alemanha, foi na 
Espanha que apareceram os principais seguidores por meio de 
Sanz del Rio.
• A característica precípua da Escola Correcionalista é a correção 
do delinquente, por meio da pena. 
• Os correcionalistas entendem que os delinquentes são 
anormais, e, portanto, são incapazes de uma vida comum em 
sociedade. São considerados como um perigo para o convívio 
social.
VI. ESCOLA CORRECIONALSITA
• A principal característica dessa escola está relacionada ao 
fim único da pena. Destarte, tem-se o seguinte:
• a) a pena idônea é a privação da liberdade; 
• b) a pena deve ser indeterminada – sem prévia fixação do 
tempo de sua duração; 
• c) o arbítrio judicial deve ser ampliado no que se refere à 
individualização da pena; 
• d) a função penal deve ser vista como preventiva e de tutela 
social; e 
• e) a responsabilidade penal deve ser entendida como 
responsabilidade coletiva, solidária e difusa
VII. ESCOLA DE POLÍTICA CRIMINAL 
OU MODERNA ALEMÃ (POSITIVISTA)
• Tal corrente foi também denominada Escola Sociológica 
Alemã, cujos principais expoentes foram Franz Von Lizst, 
Adolphe Prins e Von Hammel, aliás, criadores da União 
Internacional de Direito Penal em 1888.
• Em seu Programa de Marburgo afirma ser o direito penal 
um instrumento de luta contra o delito, a pena teria efeitos 
de prevenção especial: intimidação, neutralização e 
correção. 
VIII. ESCOLA DE POLÍTICA 
CRIMINAL ou MODERNA ALEMÃ
a) método indutivo-experimental para a Criminologia;
b) distinção entre imputáveis e inimputáveis (pena para os 
normais e medida de segurança para os perigosos);
c) crime como fenômeno humano-social e fato jurídico –
decorrente dos motivos de sua conduta;
d) função finalística da pena – prevenção especial;
e) eliminação ou substituição das penas privativas de 
liberdade de curta duração.
IX. ESCOLA SOCIOLÓGICA 
FRANCESA 
• PRINCIPAIS REPRESENTANTES: GABRIEL TARDE E RENÉ GARRAUD.
• O DELINQUENTE É UM TIPO PROFISSIONAL QUE PRECISA DE UM LONGO
PERÍODO DE APRENDIZAGEM, EM UM MEIO PARTICULAR (CRIMINAL),
COM TÉCNICAS PARTICULARES DE INTERNCOMUNICAÇÃO E
CONVIVÊNCIA. NESSE SENTIDO APRESENTA CONOTAÇÃO PSICOLÓGICA.
• CRÊ NO EFEITO DISSUASIVO DA PENA, POR ISSO É PARTIDÁRIO DA PENA
CAPITAL,A QUAL DEVE SER UTIL A UMA JUSTIÇA PROFISSIONALIZADA E
TÉCNICA.
• A RESPONSABILIDADE PENAL ESTAVA ASSENTADA EM DOIS
FUNDAMENTOS: IDENTIDADE PESSOAL (EU) E A SEMELHANÇA SOCIAL
(CORPO SOCIAL). A PRIMEIRA DIZ RESPEITO AO INDIVÍDUO, SEUS HÁBITOS,
CONHECIMENTOS, PRECONCEITOS, QUE SOFREM MODIFICAÇÕES COM O
PASSAR DO TEMPO, ENQUANTO A SEMELHANÇA SOCIAL CONSISTE NO
CONJUNTO DE NORMAS RELIGIOSAS, MORAIS, CULTURAIS, ÉTICAS E
POLÍTICAS DE UM DETERMINADO GRUPO.
X. ESCOLA TÉCNICO-JURÍDICA
• Apresentada por Arturo Rocco em 1910, a chamada escola Técnico
–Jurídica teve sua aula inaugural na Universidade de Sassari,
expondo a problemática no estudo do Direito Penal.
• A Escola Técnico-jurídica seria mais uma renovação metodológica
do que uma escola, pois teve como objetivo maior o critério jurídico
do Direito Penal, com seu maior objeto, o crime, que é um
fenômeno jurídico.
• As principais características dessa escola são: o crime é uma
relação puramente jurídica, de conteúdo individual e social; a pena
é uma consequência e reação do crime, tendo como função a
prevenção geral e especial, aplicada aos imputáveis; a medida de
segurança preventiva deve ser aplicada aos inimputáveis; a vontade
do delinquente é livre e recusa o emprego da filosofia no campo
penal
XI. A ESCOLA OU MOVIMENTO DE 
DEFESA SOCIAL
• A “NOVA” DEFESA SOCIAL – MARC ANCEL
– Discurso reformista, articulando o Direito Penal, a 
Criminologia e a Ciência Penitenciária; 
– Prevenção do crime e tratamento do delinquente.
– Desjuridização – reação contra o tecnicismo jurídico e 
dogmatismo neoclássico;
– Distanciamento da idéia de retribuição para uma ideia de 
ressocialização.
– Crime como manifestação da personalidade do autor.
• – Justiça Penal como ação social, o objetivo é a 
proteção eficaz da Sociedade por meio de estratégias 
não necessariamente penais; 
– Equilíbrio entre doutrina penal e criminológica.
– Pena e Medida de Segurança, Culpabilidade e 
Periculosidade, seriam duas faces da mesma moeda.
– Ênfase positiva na ressocialização, em oposição à 
negativa de neutralização.
– O juiz faz “prognose criminológica” e valorização da 
atividade pericial.
– Penas indeterminadas com sentido “corretivo” ou 
“curativo”.
XI. A ESCOLA OU MOVIMENTO DE 
DEFESA SOCIAL
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
• ANITUA, Gabriel Ignácio. História dos Pensamentos Criminológicos; tradução 
Sérgio Lamarão. – Rio de janeiro: Revan – ICC, 2008. (Pensamentos 
Criminológicos, 15)
• ANYAR DE CASTRO, Lola, CODINO, Rodrigo. MANUAL DE CRIMINOLOGIA 
SOCIOPOLÍTICA; tradução Amina Vergara. 1ª. Ed. – Rio de Janeiro: Revan, 2017.
• BATISTA, Vera Malaguti. Introdução critica à criminologia brasileira. Rio de 
Janeiro : Revan, 2015.
• HERCULANO, Alexandre. Criminologia(Estudo Direcionado). Salvador: Editora 
JusPodivm, 2020
• PENTEADO FILHO, Nestor Sampaio. Manual esquemático de criminologia /
Nestor Sampaio Penteado Filho. – 2. ed. – São Paulo: Saraiva, 2012. SHECARIA,
Sergio Salomão, Criminlogia, Editora Revista dos Tribunais;
• VIANA, Eduardo. Criminologia. 6. ed. – Salvador: Editora JusPodivm, 2018.
Bons Estudos! 
Aproveitem bem!
Até a próxima aula!
Professor Clodovil Moreira Soares.

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