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Midea Carrier 2015 Treinamento Linha Residencial Pós Vendas Sergio Soares Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 2 Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 3 Sumário 1. Linha de Produtos com Velocidade Fixa ........................................................................ 7 1.1. Linha WRAC .......................................................................................................... 7 1.2. Linha SPLIT ........................................................................................................... 8 1.2.1. Split HI WALL ................................................................................................ 8 1.2.2. Split PISO-TETO ........................................................................................... 11 1.2.3. Split BUILT IN ............................................................................................. 13 1.2.4. Split CASSETE .............................................................................................. 14 2. Linha de Produtos com Tecnologia Inverter ................................................................ 14 2.1. Linha SPLIT Hi Wall Inverter ................................................................................ 15 3. Eficiência Energética .................................................................................................. 16 4. Estudo de Carga Térmica ............................................................................................ 18 4.1. Software de Carga Térmica ................................................................................. 19 5. Seleção do Equipamento ............................................................................................ 23 6. Procedimentos de Instalação...................................................................................... 23 6.1. Cuidados Antes da Instalação ............................................................................. 23 6.2. Postura, Aparência e Segurança .......................................................................... 23 6.3. Posicionamento da Unidade Condensadora ........................................................ 24 6.4. Posicionamento da Unidade Evaporadora........................................................... 25 6.5. Tubulação de Interligação ................................................................................... 27 6.5.1. Layout da Tubulação ................................................................................... 27 6.5.2. Verificação dos Limites da Tubulação .......................................................... 29 6.5.3. Cálculo do Comprimento Máximo Equivalente (CME).................................. 29 6.5.4. Determinação dos Diâmetros das Linhas ..................................................... 30 6.5.5. Linhas Longas .............................................................................................. 31 6.5.6. Tubulação de Alumínio................................................................................ 32 6.6. Processo de Brasagem ........................................................................................ 33 6.7. Montagem do Dispositivo de Expansão............................................................... 34 6.8. Isolamento Térmico da Tubulação ...................................................................... 35 6.9. Processo de Vácuo .............................................................................................. 36 6.10. Teste de Estanqueidade ...................................................................................... 39 6.11. Carga de Refrigerante ......................................................................................... 39 6.12. Determinação do Superaquecimento.................................................................. 44 6.13. Alimentação e Interligação Elétrica ..................................................................... 46 Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 4 6.14. Adaptações e Configurações ............................................................................... 47 6.14.1. Configurações das Placas ........................................................................... 47 6.14.2. Kit Controle Remoto................................................................................... 48 6.14.3. Kit Degelo .................................................................................................. 49 6.15. Testes de Funcionamento ................................................................................... 50 6.16. Entrega Técnica .................................................................................................. 51 6.17. Sistema de Filtragem .......................................................................................... 52 6.18. Controles Remotos ............................................................................................ 54 6.19. Kit Wi-Fi ............................................................................................................. 55 7. Funcionamento de Sistemas ....................................................................................... 59 7.1. Condições Básicas de Funcionamento .................................................................. 59 7.1.1. Temperatura do Ar Externo .......................................................................... 60 7.1.2. Tensão de Alimentação ................................................................................ 60 7.1.3. Desequilíbrio de Tensão entre Fases ............................................................ 61 7.2. Sistema Mecânico ................................................................................................ 62 7.2.1. Ciclo Normal (FR) ......................................................................................... 62 7.2.2. Ciclo Reverso (CR) ........................................................................................ 66 7.2.3. Pressão de Sucção ........................................................................................ 66 7.2.4. Pressão de Descarga .................................................................................... 67 7.2.5. Superaquecimento ....................................................................................... 68 7.2.6. Rendimento ................................................................................................. 68 8. Sistemas de Controle .................................................................................................. 69 8.1. Sistema de Controle Wrac DUO ........................................................................... 70 8.2. Sistema de Controle para Split´s com Velocidade Fixa .......................................... 73 8.2.1. Lógicas de Proteção ..................................................................................... 75 8.2.2. Funções Básicas ........................................................................................... 79 8.2.3. Função Autodiagnóstico ............................................................................... 82 8.3. Sistema de Controle para Split com Tecnologia Inverter ..................................... 84 8.3.1. Lógicas de Funcionamento .......................................................................... 86 8.3.2. Lógicas de Proteção ..................................................................................... 87 8.3.3. Funções Básicas ........................................................................................... 88 8.3.4. Autodiagnóstico........................................................................................... 89 8.3.5. Segurança e Manuseio ................................................................................. 89 9. Diagnóstico de Falhas ................................................................................................. 90 Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 5 9.1. Falha no Funcionamento do Controle Remoto ................................................... 90 9.2. Falha de Comunicação entre o Receiver e a Placa Principal ................................ 90 9.3. Falha de alimentação de Tensão na Placa Eletrônica .......................................... 91 9.4. Falhas de Ventilação do Evaporador ................................................................... 91 9.5. Falhas de Sensores de Temperatura ................................................................... 94 9.6. Falhas no Compressor ........................................................................................ 95 9.7. Falhas no Capacitor ............................................................................................ 99 9.8. Erro de EEPROM .............................................................................................. 100 9.9. Erro Zero Crossing (Falha no Sinal de tensão) ................................................... 100 9.10. Falha de Refrigeração ou Aquecimento .......................................................... 101 9.11. Congelamento do Evaporador ........................................................................ 101 9.12. Falha no Sensor de Degelo ............................................................................. 102 9.13. Falha no Sensor de Nível de Água ................................................................... 103 9.14. Erro na Unidade Externa ................................................................................ 103 9.15. Falha no Motor do Vane ................................................................................. 104 9.16. Falha no Motor do Condensador .................................................................... 104 9.17. Falha de Funcionamento na Válvula Reversora ............................................... 105 9.18. Falha de Comunicação entre as Unidades....................................................... 106 9.19. Alta Corrente no Módulo Inverter .................................................................. 106 9.20. Alta Temperatura do Compressor Inverter ..................................................... 107 9.21. Erro na Placa Inverter ..................................................................................... 107 9.22. Falhas no sistema Wi-Fi .................................................................................. 108 10. ANEXOS.................................................................................................................... 110 ANEXO I – Relação Pressão (psig) x Temp. Saturação(ᵒC) .......................................... 110 ANEXO II – Lista de Sensores de Temperatura ........................................................... 111 ANEXO III – Resistência Ôhmica dos Sensores ........................................................... 115 ANEXO IV – Guia Rápido de Análise de Compressores ............................................... 116 Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 6 DUAS GRANDES MARCAS, UMA NOVA POTÊNCIA. A Midea Carrier é fruto da união de duas gigantes mundiais do mercado: a Midea, líder em produção de eletrodomésticos e a Carrier, líder em climatização e fundada pelo inventor do ar-condicionado – Willis Carrier. Em 2011, as duas empresas formaram uma joint venture para produzir e distribuir produtos no Brasil, Argentina e Chile, se tornando assim a maior fabricante de equipamentos de climatização da América Latina. São três fábricas – duas no Brasil e uma na Argentina – e mais de 3,5 mil colaboradores. Nos últimos dois anos, a Midea Carrier vendeu mais de 3 milhões de equipamentos em todo Brasil. No Brasil, o grupo é detentor das marcas Carrier, Midea, Springer, Toshiba (direito de distribuição de ar condicionado) e Comfee que oferecem um amplo portfólio de produtos para atender as necessidades comerciais e residenciais dos consumidores brasileiros. A empresa conta com um centro de engenharia e pesquisa, responsável pelo lançamento de novas tecnologias que tornam os produtos das marcas Midea Carrier cada vez mais inovador, eficiente, econômico e ambientalmente sustentável. JV MIDEA CARRIER NO MUNDO As marcas Midea e Carrier se relacionam em outras joint-ventures ao redor do mundo. Está presente no Egito, Índia, Indonésia, Filipinas e FMCC - Foshan Midea Carrier China (joint-venture Midea Carrier na China para produção de ar-condicionado). Fonte: www.mideacarrier.com.br Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 7 1. Linha de Produtos com Velocidade Fixa Os assuntos abordados neste Treinamento referem-se aos produtos do tipo WRAC e SPLIT que compõem a Linha Residencial de condicionadores de ar. 1.1. Linha WRAC A linha WRAC (Window Room Air Conditioner) é formada por equipamentos com capacidade entre 7500 e 30000 Btu/h, projetados para atender ambientes residenciais, com acionamento mecânico ou eletrônico, nas versões FRIO (FR – Somente Frio) ou QUENTE FRIO (CR – Ciclo Reverso), 110 e 220V. Os respectivos modelos estão dispostos na Tab. 1. Os equipamentos da linha WRAC possuem 1 ano de garantia. Tabela 1 - Linha de Equipamentos WRAC Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 8 1.2. Linha SPLIT A partir da formação da Joint Venture, a linha de equipamentos do tipo split com velocidade fixa foi ampliada. Hoje, a empresa atua no mercado residencial comercializando equipamentos das marcas Midea, Carrier, Springer e Comfee, subdivididos segundo sua aplicação em: HI WALL, PISO – TETO, CASSETE e BUILT IN. Os equipamentos são produzidos nas versões: FR – Somente refrigeração (FRIO); CR – Ciclo reverso – atua em refrigeração e aquecimento (QUENTE-FRIO) 1.2.1. Split HI WALL Os equipamentos Hi Wall com velocidade fixa foram projetados para ambientes residenciais de pequeno porte, com capacidade entre 7500 e 30000 Btu/h. Apresentam como características o baixo nível de ruído e baixa vazão de ar e são produzidos nas versões FR e CR. O cliente possui uma grande variedade de equipamentos para atender sua exigência em termos de custo, estética e consumo de energia. A Tab. 2 apresenta os modelos de equipamentos do tipo Hi Wall das diferentes marcas e capacidades disponíveis no mercado. Tabela 2 – Linha Split Hi Wall com velocidade fixa Os split´s da linha Hi Wall com velocidade fixa possuem garantia estendida de 1 ano, válida somente para equipamentos instalados por empresa credenciada. Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 9 Os equipamentos Hi Wall da marca COMFEE, apresentados na Tab.3 são comercializados somente via internet. Em 2014, as evaporadoras COMFEE sofreram uma alteração de versão (de 42MMCC para 42MMCD) em sua estética. Tabela 3 - Split Hi Wall marca COMFEE A Tab.4 apresenta a linha Hi Wall da marca SPRINGER, a qual foi reduzida em 2014. Deixaram de ser fabricados os modelos UP! e WAY e o SPLIT SPRINGER foi lançado. Tabela 4 - Split Hi Wall marca SPRINGER Os grandes lançamentos de 2014 aconteceram na marca MIDEA. O LIVA é o novo Hi Wall, marca MIDEA, com design avançado e alta eficiência energética. O LIVA WIFI é o primeiro cond. ar residencial com controle via internet sem fio. Programa de Capacitação ProfissionalMidea Carrier Linha Residencial Página 10 Ainda, tivemos alteração de versão no Elite Window e, em 2015 teremos a entrada do HW Practia em substituição ao Elite 30K. A Tab. 5 apresenta a linha completa de Hi Wall da marca MIDEA, com velocidade fixa. Tabela 5 - Split Hi Wall da marca MIDEA, com velocidade fixa Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 11 1.2.2. Split PISO-TETO Os equipamentos tipo PISO-TETO foram projetados para atender ambientes residenciais grandes ou comerciais de pequeno porte, com capacidade entre 18000 e 80000 Btu/h, dispõem de maior vazão de ar, e estão disponíveis nas versões FR e CR. A CARRIER disponibiliza os modelos SPACE e MODERNITÁ, mostrados na Tab. 6. Tabela 6 - Split Piso-Teto da marca CARRIER Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 12 Os equipamentos Split Piso Teto possuem garantia estendida de 1 ano, válida somente para equipamentos instalados por empresa credenciada. Os equipamentos Split Piso-Teto MODERNITÁ são fornecidos sem controle. O cliente tem a opção de utilizar controle remoto com ou sem fio, sendo que os mesmos são fornecidos na forma de Kit, conforme codificação abaixo: A Tab. 7 apresenta os equipamentos SILVERMAXI da marca SPRINGER. Tabela 7 - Split Piso-Teto SILVERMAXI da marca SPRINGER. Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 13 1.2.3. Split BUILT IN Os equipamentos tipo BUILT IN foram projetados para atender ambientes residenciais e comerciais de pequeno porte, cuja instalação da unidade evaporadora seja embutida, permitindo a utilização de dutos. O Split Buit In, produzido pela CARRIER denomina-se VERSATILE, com capacidade entre 18000 e 60000 Btu/h, nas versões FR e CR, conforme mostrado na Tab. 8, e possui garantia estendida de 1 ano, válida somente para equipamentos instalados por empresa credenciada. Tabela 8 - Split Built In VERSÁTILE da marca CARRIER Os equipamentos Split Built In VERSÁTILE são fornecidos sem controle. O cliente tem a opção de utilizar controle remoto com ou sem fio, sendo que os mesmos são fornecidos na forma de Kit, conforme codificação abaixo: Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 14 1.2.4. Split CASSETE Os equipamentos CASSETE da marca CARRIER foram projetados para atender ambientes residenciais e comerciais de pequeno porte, cuja instalação da unidade evaporadora seja embutida no teto. Estão disponíveis com capacidade entre 18000 e 48000 Btu/h, nas versões FR e CR, conforme mostrado na Tab. 9. O Split Cassete CARRIER possui garantia estendida de 1 ano, válida somente para equipamentos instalados por empresa credenciada. Tabela 9 - Split Cassete da marca CARRIER 2. Linha de Produtos com Tecnologia Inverter A tecnologia Inverter proporciona ao sistema uma vazão variável de Refrigerante (VRF), que altera a velocidade do compressor de acordo com a demanda da unidade interna. A vazão do refrigerante é modulada pela variação na frequência de rotação do motor (DC) do compressor. Isso significa que a capacidade de refrigeração/aquecimento varia de acordo com a necessidade térmica do ambiente. A aplicação desta tecnologia proporciona uma redução no consumo de energia elétrica quando o sistema atua em cargas parciais em torno de 30% em relação aos sistemas com velocidade fixa. Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 15 Além da redução de energia um equipamento inverter apresenta como vantagem uma menor oscilação da temperatura do ambiente interno (variação de 0,5ºC), gerando mais conforto aos usuários. Os equipamentos com tecnologia inverter utilizam o R410A como fluído refrigerante o qual não agride a camada de ozônio. Na linha Residencial, esta tecnologia é aplicada somente aos equipamentos split´s do tipo Hi Wall os quais possuem garantia estendida de 2 anos desde que instalados por empresa credenciada. 2.1. Linha SPLIT Hi Wall Inverter A Midea Carrier disponibiliza ao mercado equipamentos do tipo Hi Wall Inverter das marcas Midea e Carrier. A Tab. 10 apresenta os condicionadores de ar do tipo Hi Wall com tecnologia inverter da marca CARRIER, mono (uma cond. para uma evap.) e multi (uma cond para várias evap´s). Tabela 10 – Split Hi Wall Inverter marca CARRIER Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 16 A Tab. 11 apresenta os condicionadores de ar do tipo Hi Wall com tecnologia inverter da marca MIDEA. Tabela 11 – Split Hi Wall Inverter marca MIDEA 3. Eficiência Energética A Eficiência Energética dos equipamentos é determinada através pelo Coeficiente de Eficiência Energética ou COP (Coeficiente de Performance), o qual relaciona a quantidade de calor trocada e a energia elétrica empregada para que isto aconteça. Esta determinação é feita através de testes em laboratório idôneo indicado pelo INMETRO, com base em normas especificas (AHRI 210). A Eletrobrás, em parceria com o Instituto Nacional de Metrologia (INMETRO) emite a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE) de acordo com o tipo e capacidade do equipamento. Os produtos identificados como classe “A” da ENCE recebem o Selo Procel. Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 17 As tabelas referentes a cada tipo de produto podem ser acessadas no site: www.inmetro.gov.br, na opção Produtos e Serviços / Tabela Eficiência Energética. Em agosto de 2014, houve um aumento de 1% nas eficiências mínimas para cada classe e corte da categoria “E” para os equipamentos WRAC e Hi Wall. O CEE ou COP mínimo para os split´s das linhas Hi Wall e Piso Teto será de 2,6 e WRAC e Cassete 2,3. As tabelas 12, 13 e 14 apresentam a classificação dos equipamentos do tipo WRAC e Split Hi Wall, segundo sua eficiência energética. Tabela 12 - Classe de Eficiência Energética - WRAC Tabela 13 - Classe de Eficiência Energética – Hi Wall velocidade fixa Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 18 Tabela 14 – Classe de Eficiência Energética – Hi Wall Inverter 4. Estudo de Carga Térmica Carga Térmica é a quantidade total de calor sensível e latente que deve ser retirada ou adicionada ao ambiente para que se mantenham as condições desejadas de temperatura e umidade relativa. A realização de um estudo de carga térmica é um dos pré-requisitos para o bom funcionamento de um equipamento, do ponto de vista mecânico (tempo de vida útil) e elétrico (consumo de energia), pois indicará a quantidade de calor que o equipamento deverá ser capaz de retirar por hora (fluxo de calor), para atender as condições de conforto humano. O fluxo de calor pode ser expresso em Btu/h, Kcal/h, TR ou KW. Para fazer a conversão de uma unidade para outra utilize o multiplicador apresentado na tabela 15. Tabela 15 – Conversão de unidades de fluxo de calor Diversas são as ferramentas que podem ser usadas para calcular a carga térmica de um ambiente. Apresentaremos duas ferramentas que podem ser aplicadas em ambientes residenciais. Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 19 4.1. Software de Carga Térmica Existem diversos programas computacionais (software) para cálculo de carga térmica, de diferentes níveis de precisão, que têm por finalidade simular de forma confiável a geração de calor em um ambiente para que se possa selecionar o condicionador com capacidade suficiente para retirar o calor gerado. A Midea Carrier disponibiliza dimensionadores virtuais, nos sites www.springer.com.br, www.mideadobrasil.com.br e www.springer.com.br.EXERCÍCIO 1 Necessita-se condicionar o Living de um apartamento na cidade do Rio de Janeiro. O ambiente mostrado na planta abaixo possui 23 m2, utilizado por uma família formada por um casal e dois filhos. Em visita ao referido apartamento, foram efetuadas as medições e colhidas as seguintes informações: Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 20 Neste exemplo será utilizado o dimensionador virtual disponível no site da Carrier. A seguir será apresentado o procedimento passo-a-passo: Entre no site www.carrierdobrasil.com.br e clique no linck Utilize nosso dimensionador. O software será carregado e em seguida aparecerá a primeira tela do dimensionador. Passo 1 – SELECIONE SEU ESTADO - Na caixa de seleção, clique sobre o Estado onde se localiza a residência: Rio de Janeiro; - Clique em avançar. Passo 2 – SELECIONE O TIPO DE RESIDÊNCIA - Clique sobre o tipo de residência: Apartamento; - Clique em avançar. Passo 3 – SELECIONE O TIPO DE AMBIENTE - Clique sobre o tipo de ambiente: Sala; - Clique em avançar. Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 21 Passo 4 – INFORME AS DIMENSÕES DO AMBIENTE - Se o ambiente for quadrado ou retangular, selecione o comprimento e a largura (em metros) mais próximos; - Se não, calcule a área e informe as dimensões que representem esta área: 6,5 m x 3,5 m = 22,75 m2; - Clique em avançar. Passo 5 – INFORME A QUANTIDADE DE JANELAS E CORTINAS DO AMBIENTE - O dimensionador utiliza como referência uma janela de 1,2 m2; - Informe quantas janelas existem com esta área; - Se houverem janelas com área muito maior, calcule a área total (5,4m x 1,8m = 9,72 m2) e divida pela área de referência (1,2 m2), o resultado será o número de janelas: 8 janelas; - Informe quantas janelas possuem cortina ou persianas. Neste caso nenhuma (zero); - Clique em avançar. Passo 6 – INFORME O PERÍODO DE MAIOR INCIDÊNCIA SOLAR - Neste caso, como a parede externa está voltada para o Oeste, a maior incidência solar se dá à tarde (Vespertino); - Clique em avançar. Matutino: período da manhã Vespertino: período da tarde Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 22 Passo 7 – INFORME A QUANTIDADE DE LÂMPADAS - Uma lâmpada incandescente dissipa o dobro de calor que uma fluorescente; - A quantidade limite do Dimensionador da Carrier é de 10 lâmpadas por tipo; - Neste caso temos 13 lâmpadas fluorescentes. A quantidade de calor dissipada pode ser representada por 9 fluorescentes e 2 incandescentes (= 4 fluorescentes). - Clique em avançar. Passo 8 – INFORME O NÚMERO DE PESSOAS QUE OCUPAM O AMBIENTE - Selecionar o número de pessoas: 4; - Clique em avançar. Passo 9 – INFORME A QUANTIDADE DE ELETRÔNICOS DO AMBIENTE - Potência de referência: Sala e Quartos: 62 w / equip Cozinhas: 981 w / equip - Neste ambiente temos: TV LCD 32” (160W) e Home Theater (200W), totalizando 360W; - Como se trata de uma Sala, divida a potência total (360W) pela potência de referência (62W) e informe o resultado obtido (6 equip.). - Clique em avançar. APÓS RESPONDER ÀS 9 PERGUNTAS O DIMENSIONADOR VIRTUAL INFORMA A CAPACIDADE DE EQUIPAMENTO RECOMENDADA Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 23 5. Seleção do Equipamento A seleção do equipamento adequado ao ambiente a ser condicionado depende de alguns critérios, os quais deverão ser observados para que o bom funcionamento do equipamento seja garantido: ESTUDO DE CARGA TÉRMICA: - Determinar a capacidade do equipamento necessário ao ambiente; REQUISITOS DO CLIENTE: - Estética; - Nível de ruído; - Consumo de energia; - Custo de aquisição e instalação; REQUISITOS TÉCNICOS: - Aplicação (cada equipamento foi projetado para atender um tipo de ambiente); - Condições de instalação (tensão adequada, distribuição de ar, passagem da tubulação de interligação, limites de distância e desnível e rede de dreno); - Condições de manutenção. 6. Procedimentos de Instalação 6.1. Cuidados Antes da Instalação É importante que antes de iniciar o procedimento de instalação, alguns itens sejam verificados: - A capacidade do equipamento é adequada? - As unidades sofreram alguma avaria no transporte ou armazenamento? - As unidades evaporadora e condensadora são compatíveis? - A tensão necessária ao equipamento está disponível? - Existe previsão para saída de dreno? 6.2. Postura, Aparência e Segurança Além da competência técnica, é importante que no procedimento de instalação o profissional demonstre uma postura adequada, tratando o cliente com cordialidade e seriedade, atentando para a pontualidade e asseio na execução das tarefas. Para a sua segurança, o técnico deverá utilizar os equipamentos de proteção individuais recomendados, tais como óculos de segurança, luvas, cinto de segurança, equipamentos de proteção próprios para o processo de soldagem. IMPORTANTE: LEIA SEMPRE O MANUAL DE INSTALAÇÃO Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 24 6.3. Posicionamento da Unidade Condensadora Ao posicionar a unidade condensadora devem-se tomar os seguintes cuidados: - Selecionar um lugar onde não haja circulação constante de pessoas; - Selecionar um lugar o mais seco e ventilado possível; - Evitar instalar próximo a fontes de calor ou vapores, exaustores ou gases inflamáveis; - Evitar instalar em locais onde o equipamento ficará exposto a ventos predominantes ou chuvas fortes frequentes, umidade ou poeira excessiva; - Evitar instalar em locais onde os ruídos de funcionamento e descarga de ar quente possam perturbar a vizinhança; - Obedecer aos espaços mínimos recomendados para instalação, manutenção e circulação de ar; - Instalar o equipamento em uma superfície firme e resistente que suporte o seu peso; - Cuidar para que a condensadora fique nivelada; - Evitar que a descarga de ar de uma condensadora não seja jogada sobre a tomada de ar de outra; - Evitar que a descarga de ar seja obstruída; Obs: Para evitar este problema, foram desenvolvidos defletores de ar que podem ser instalados nas condensadoras 38K. Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 25 - Utilizar calços de borracha para fixação da condensadora para evitar ruídos de vibração; - Para instalação em regiões costeiras (alto grau de salinidade) recomenda-se a utilização de arruelas não metálicas; - Recomenda-se a utilização de arruelas de borracha na fixação da unidade condensadora em regiões costeiras e/ou regiões de alta salinidade. Testes de Salt Spray comprovaram que o início da corrosão acontece na arruela e no parafuso, quando em contato com a base da condensadora. 6.4. Posicionamento da Unidade Evaporadora Ao posicionar a unidade evaporadora, siga as seguintes recomendações: - Fazer um planejamento cuidadoso da localização da evaporadora de forma a evitar eventuais interferências com quaisquer tipos de instalações já existentes ou projetadas, tais como instalações elétricas, de água, esgoto etc; - O local escolhido possibilitar a passagem das tubulações de interligação bem como da fiação elétrica; - Evitar proximidade a aparelhos eletrônicos (mínimo 1 m); - A evaporadora deve ser instalada em local onde não haja obstáculos ao fluxo de ar (entrada e saída). A posição da evaporadora deve ser tal que permita a circulação uniforme do ar em todo o ambiente; Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página26 - Respeitar as distâncias mínimas recomendáveis de paredes, teto e piso; - No caso das evaporadoras do tipo Hi Wall, a tubulação de interligação poderá sair para qualquer uma das direções mostradas na figura abaixo, porém deve-se ter muito cuidado ao dobrá-la para evitar rompimento ou amassamento; - Para evaporadoras do tipo Hi Wall, utilizar o suporte de fixação que acompanha o equipamento, bem como as indicações para posicionar a furação por onde irá passar a tubulação de interligação; - A evaporadora deverá ser nivelada visto que o sistema de drenagem de condensados é feita por gravidade (com exceção dos equipamentos tipo cassete); - Nas evaporadoras do tipo cassete, as quais possuem bomba de condensados, respeitar o limite de altura manométrica que a bomba possui. Após atingir a altura manométrica, a tubulação deverá ter um declive de 2% na direção do ponto de saída da água; - Para instalações com mais de uma evaporadora cassete em uma mesma rede de dreno, garantir que a água consiga seguir um fluxo contínuo em direção ao ponto de saída, evitando que a água bombeada de uma evaporadora não chegue à outra evaporadora; Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 27 - Garantir fácil acesso para manutenção; Atenção especial nos equipamentos do tipo Built In, que, devido ao fato de ficarem embutidas, devem ter prever uma janela de inspeção para possibilitar a manutenção preventiva (limpeza do filtro) e corretiva, quando necessária. 6.5. Tubulação de Interligação 6.5.1. Layout da Tubulação Com o objetivo de evitar problemas como a migração de refrigerante na forma líquida ao compressor, garantir o retorno do óleo lubrificante ao compressor e evitar ruídos de vibração, recomenda-se a utilização de layout específico, para os seguintes casos: Unidade evaporadora acima da condensadora Nos casos em que o evaporador for instalado acima ou no mesmo nível do condensador, deverá ser instalado um U invertido na linha de sucção na saída do evaporador com a finalidade de conter a migração do refrigerante na forma líquida para o compressor, quando este estiver parado. O refrigerante quando chega ao compressor, estando este desligado, provoca a diluição do óleo e consequentes problemas de lubrificação, como o travamento do compressor. Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 28 Unidade evaporadora abaixo da condensadora Nos casos em que o evaporador for instalado abaixo do condensador, deverá ser instalado um sifão na linha de sucção a cada 3 metros de desnível, como forma de garantir o retorno do óleo lubrificante ao compressor. O óleo acumulado no sifão provocará a redução da área do tubo e, consequentemente aumentará a pressão antes do sifão até que esta pressão fique tão alta que consiga arrastar o óleo acumulado por mais 3 metros, por isso recomenda-se sua utilização a cada 3 metros. Em relação ao dimensionamento do sifão, o raio de curvatura deve ser igual à 4 vezes o diâmetro do tubo. Por exemplo, para um tubo de 1/2” (12,7 mm), o raio de curvatura deve ser de 50,8 mm ou 5 cm. A falta de lubrificação provoca o aumento do atrito mecânico e aumento da temperatura do óleo. Se o óleo atingir 177ºC acontece a quebra molecular e o óleo carboniza. As fotos abaixo mostram o interior de um compressor rotativo de uma condensadora 38XCE018515MS, nele foram encontrados somente 100 ml de óleo, quando o normal seriam 600 ml. Proteção contra ruído de vibração Em instalações onde a tubulação é muito curta e/ou rígida, corre-se o risco que o sistema, em funcionamento, apresente ruído de vibração. Para evitá-lo: - Obedeça ao limite mínimo recomendado; - Instale um loop em cada tubo, ou - Instale um tubo flexível em cada tubo. Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 29 6.5.2. Verificação dos Limites da Tubulação Ao planejar o Layout da tubulação, deve-se garantir que esta fique dentro dos limites recomendados. Os limites recomendados são apresentados no Manual de Instalação, como mostra o exemplo abaixo (Space). Limites de instalação para o Piso Teto Space Caso os limites de comprimento equivalente ou desnível sejam maiores que os valores indicados, as recomendações contidas no item “Linhas Longas” (ver item 6.5.5) deverão ser aplicadas. 6.5.3. Cálculo do Comprimento Máximo Equivalente (CME) O comprimento linear ou real representa o somatório de todos os trechos retos da tubulação. A perda de carga que o fluído refrigerante sofre ao passar por uma conexão (curva, joelho, tee...) provoca redução da sua velocidade e este aspecto deve ser considerado no planejamento do layout da tubulação. Calcula-se o comprimento equivalente aplicando-se a seguinte fórmula: CME = CL + (0,3 x nc) Onde: CME = Comprimento Máximo Equivalente ( m ) CL = Comprimento Linear ( m ) nc = Número de conexões (curvas, joelhos, tee ) Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 30 EXERCÍCIO 2 Calcule o comprimento linear (real) e o comprimento equivalente para a tubulação abaixo e verifique se a mesma está dentro dos limites de instalação para uma Piso Teto Space de 36000 Btu/h.: A Fig. 1 apresenta um esboço do trecho por onde deverá passar a tubulação, com suas respectivas dimensões. Figura 1 - Lay Out da Instalação 6.5.4. Determinação dos Diâmetros das Linhas Além do comprimento e do número de conexões, o diâmetro de um tubo interfere na perda de carga que o fluído sofre ao percorrê-lo. Logo, também deve ser considerado na definição da tubulação. Uma vez definido o comprimento máximo equivalente, podem-se determinar os diâmetros das linhas. Tabelas, como a mostrada abaixo, contidas nos Manuais de Instalação, apresentam os diâmetros recomendados de acordo com o comprimento equivalente calculado. Tabela dos diâmetros recomendados para a linha SPACE Através da utilização dos diâmetros corretos, compatíveis com o comprimento equivalente da tubulação, garante-se que a velocidade do fluído refrigerante no interior do tubo fique dentro de uma faixa adequada (8 a 12 m/s para linhas de sucção ou expansão e 4,5 a 9 m/s para linhas de líquidos). Com isso, conseguimos: - garantir o fluxo adequado do fluído refrigerante no evaporador; - impedir a retenção não planejada de óleo ao longo da tubulação; - proteger o compressor contra “golpes” de líquido; Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 31 Em linhas de líquidos (presentes na Modernitá e Built In, cujos dispositivos de expansão são instalados na entrada do evaporador), caso os diâmetros utilizados sejam menores que os recomendados podem ocorrer um problema denominado pré-expansão, que significa uma perda de pressão excessiva que provoca a redução na temperatura do refrigerante, fazendo com que uma parcela do líquido evapore, antes de chegar ao dispositivo de expansão. A pré-expansão provoca: - Redução na capacidade do dispositivo de expansão; - Produção de ruído excessivo; - Falta de líquido no evaporador; - Perda de capacidade. Caso contrário, ou seja, se o diâmetro utilizado na linha de líquidos for acima do recomendado, para grandes distâncias, o sistema necessitará de mais carga de refrigerante, podendo ultrapassar o limite permitido pelo compressor. As linhas de sucção são mais sensíveis a erros de dimensionamento, pois a mínima perda de carga provoca uma diminuição na velocidade de arraste de óleo e consequente falta de óleo no compressor, podendo causar sua quebra. Nos tubos ascendentes verticais, a velocidade é maior no centro do tubo, em função disto o óleo tende a subircolado às paredes do tubo, ou seja, será necessária uma velocidade nominal maior para conduzir o óleo de volta ao compressor. EXERCÍCIO 3 Selecione os diâmetros das linhas de sucção e expansão para um equipamento SPACE de 36000 Btu/h, utilizando os dados obtidos no Exercício 2. CME: Diâmetro Linha Sucção: Diâmetro Linha Expansão: 6.5.5. Linhas Longas Quando os valores de comprimento máximo equivalente ou o desnível entre as unidades ultrapassarem os limites recomendados (ver item 6.5.2) será necessário a aplicação dos critérios de Linhas Longas. No Manual de Instalação existe um capítulo dedicado para este assunto. IMPORTANTE: Estes critérios somente são válidos para equipamento FR (somente frio). Para a aplicação de Linhas longas alguns itens serão alterados em relação à uma instalação standard, tais como diâmetro dos tubos, válvula solenoide de bloqueio e separador de sucção. Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 32 6.5.6. Tubulação de Alumínio Além do cobre, bastante difundido entre os instaladores, em 2011 foi homologada a utilização de tubo de alumínio marca HYDRO ® para interligação de sistemas Split´s que utilizam o R22 ou R410A. A liga 3333-0 (alumínio e manganês) apresenta resistência mecânica compatível à utilização nestes sistemas. O principal cuidado que se deve ter em relação à utilização do alumínio para esta aplicação reside no fato do alumínio, ao entrar em contato com o cobre e suas ligas (latão, bronze) apresenta um fenômeno denominado corrosão galvânica (efeito pilha) que corrói as paredes dos tubos. A corrosão somente ocorre na presença de oxigênio contido no ar. Portanto, alguns cuidados devem ser tomados: a) Utilizar porcas de alumínio Se for usada porca de alumínio para conectar um tubo de alumínio à válvula de serviço, ou outra conexão de latão, cobrir a rosca com fita teflon; b) Isolar a união entre tubo de alumínio e porca de latão Aplicar fita teflon na extremidade do tubo de alumínio evitando seu contato, conforme mostra a figura abaixo; c) Pintar conexões Para evitar a presença do ar atmosférico nos pontos de conexão, recomenda-se a pintura de toda a região; d) Usar ferramentas dedicadas Embora não se enxergue, ao utilizar uma ferramenta mecânica (cortador, flangeador, alargador) partículas do material serão depositadas sobre a superfície da ferramenta. Por esta razão recomenda-se que se tenha um conjunto de ferramentas dedicadas para utilização em instalações com tubo de alumínio; e) Evitar contato com cimento O alumínio em contato com cimento também apresenta corrosão. Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 33 6.6. Processo de Brasagem Em alguns pontos da interligação entre as unidades evaporadora e condensadora se faz necessário a aplicação do processo de brasagem (processo térmico para junção de material metálico com a utilização de um metal de adição com ponto de fusão menor que o metal base). Algumas recomendações para realizar um bom processo: - Prepare os tubos a serem soldados, lixando suas extremidades e alargando uma delas quando for unir dois tubos com o mesmo diâmetro; - Utilize os Epi´s necessários para a realização do processo (luvas, óculos); - Utilize o processo de nitrogênio passante para evitar a oxidação interna; Nitrogênio Passante O objetivo da utilização de nitrogênio passante durante o processo de brasagem é evitar a oxidação interna do tubo. A oxidação ocorre em função da presença de oxigênio em contato com a parede do tubo quando este é aquecido. A ação solvente do refrigerante remove o acúmulo de óxido de carbono das paredes do tubo e leva este resíduo consigo pelo sistema, podendo provocar obstruções ou danificar componentes vitais do compressor. Com a passagem do nitrogênio (gás inerte) o ar contido na tubulação será removido, logo não haverá oxigênio quando o calor for aplicado e, consequentemente, não ocorrerá a oxidação. Antes de iniciar a brasagem, recomenda-se aplicar nitrogênio em uma das extremidades do tubo e certificar-se que o mesmo está saindo na outra. Durante a brasagem, a pressão de nitrogênio no interior do tubo não deve ser elevada (no máximo 3 psig) e, após concluída, é necessário manter o fluxo de nitrogênio até que a parede do tubo resfrie e não exista a possibilidade de oxidação (pelo menos 1 minuto). Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 34 A foto abaixo mostra a diferença entre um tubo soldado aplicando-se nitrogênio passante e outro sem a aplicação. A sujeira gerada pela oxidação interna pode produzir efeitos danosos ao sistema, tais como a obstrução de capilares e filtros e/ou defeitos em compressores (veja fotos de sujeira no interior do compressor). 6.7. Montagem do Dispositivo de Expansão Nos equipamentos com baixa capacidade, o tipo de dispositivo de expansão utilizado é o tubo capilar (7,5K a 22KBtu/h), os quais já saem de fábrica montados na unidade condensadora. Em equipamentos a partir de 30 KBtu/h o dispositivo de expansão utilizado é o accurator, o qual acompanha a unidade evaporadora. Um conjunto accurator é formado por um corpo, 1 ou 2 pistões (dependendo da versão, 1 para FR e 2 para CR) e duas tampas com retentores. Os pistões possuem orifício calibrado com a identificação impressa em seu corpo e vedação. Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 35 O conjunto accurator deve ser montado, na maioria dos casos, próximo à unidade condensadora. Nos equipamentos Built In Versatile com capacidade a partir de 30KBtu/h e Piso-Teto Modernitá (80KBtu/h) o accurator deve ser montado na entrada da unidade evaporadora. As informações corretas referentes aos diâmetros dos pistões, à posição dos pistões no corpo e da posição de montagem do accurator são apresentadas na Tabela – Características Técnicas Gerais do Manual de Instalação do produto. Para defini-las é necessário ter os modelos da unidade evaporadora e da condensadora. Cuidados na Montagem a) Verificar o modelo correto da evaporadora e condensadora; b) Pesquisar no Manual de Instalação o tamanho dos pistões, o sentido que este será instalado no corpo (FR ou CR) e o local de instalação (condensadora ou evaporadora); Características Técnicas Gerais – Sistema de Expansão c) Posicionar os pistões no accurator, sempre com o lado da vedação para o centro do corpo, cuidando para não inverter a posição do pistão (FR) com o (CR); d) Para montar o corpo na linha, cuidar para que a seta impressa no corpo do accurator obedeça ao sentido de fluxo em funcionamento em ciclo normal (FR). 6.8. Isolamento Térmico da Tubulação No interior dos tubos de expansão e sucção o refrigerante se encontra a baixa temperatura e, se os tubos não forem isolados, a umidade contida no ar irá condensar sobre ele provocando gotejamento. Por isso os tubos devem ser termicamente isolados, seguindo as seguintes recomendações: Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 36 - Utilize isolamento térmico na forma de tubo, com diâmetro interno referente ao tubo utilizado; - Para equipamentos com ciclo reverso utilize isolamento que resista 120°C; - Certificar-se que os tubos estão tamponados ao montar o isolamento térmico, para evitar que resíduos internos do isolamento entrem no tubo; - Os tubos devem ser isolados separadamente; Se os dois tubos forem isolados em um único isolamento, o sistema perderá rendimento, pois o refrigerante que passa pelo tubo de expansão irá retirar calor do tubo de sucção (e não no evaporador); - Unir os tubos isolados e fazer um acabamento com fita. Junto aos tubos isolados poderão passar também o cabo de interligaçãoe a mangueira de dreno, ficando todo conjunto com um bom acabamento e promovendo maior proteção contra as agressões atmosféricas (sol, chuva, resíduos sólidos); - Nas instalações onde a interligação for feita externamente à parede, recomenda- se a utilização de calhas; 6.9. Processo de Vácuo Vácuo Denomina-se vácuo a pressão absoluta abaixo da pressão atmosférica (1 atm). 1 atm = 1 Kgf / cm 2 = 14,7 psia = 0,1 MPa = 1,01 bar = 760 mmHg = 10 mca Unidades de Vácuo Como as pressões que se trabalha neste processo são muito baixas, utilizam-se unidades específicas, como o µmHg (micrometro de coluna de mercúrio) e o Torr ( 1 Torr = 1 mmHg). Objetivos do processo de vácuo A realização de um processo de vácuo adequado garante que não existirão gases incondensáveis nem umidade no interior do sistema. A presença de gases incondensáveis provoca a variação das pressões de funcionamento do sistema e redução de sua capacidade. A umidade é capaz de produzir efeitos ainda mais danosos, tais como: oxidação das partes metálicas, alteração na densidade do óleo e consequente perda de lubrificação. Porém o pior efeito resulta da formação de um ácido, quando a umidade reage com o refrigerante e o óleo do sistema; este ácido corrói o verniz do bobinado do compressor provocando sua queima (compressor em massa). Estes motivos fazem deste processo um dos mais importantes para o bom funcionamento do sistema. Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 37 Aplicação Existe uma relação direta entre a pressão e a temperatura de ebulição de uma substância (quanto maior a pressão maior a temperatura de ebulição). A água entra em ebulição a 100ºC quando submetida à uma pressão de 1 atm. Logo, para que a água entre em ebulição, com uma temperatura mais baixa, é necessário reduzir sua pressão; se a pressão ficar abaixo da atmosférica atinge-se vácuo. Recomenda-se atingir pressões entre 250 e 500 µmHg no interior dos sistemas. Veja na Tabela ao lado que neste nível de pressão a água entra em ebulição à temperaturas negativas ( c/ 250 µmHg a água entra em ebulição com – 31ºC). Instrumentos necessários Para a realização do processo de vácuo se faz necessário um bomba de vácuo e um vacuômetro. A bomba de vácuo deve possuir uma vazão (em CFM) compatível ao tamanho do sistema. 3 a 5 CFM: bomba de vácuo para sistemas residenciais; 5 a 10 CFM: bomba de vácuo para sistemas comerciais; 10 a 15 CFM: bomba de vácuo para sistemas de grande porte 1 CFM (Cubic Feet Minute) = 1 pé 3/min = 1,699 m3/h O vacuômetro é o instrumento capaz de medir o vácuo e, sem ele não é possível garantir a eficácia do processo de vácuo. Nos manifold´s, utilizados em campo para o processamento de sistemas, embora exista uma escala de vácuo, não é possível verificar se o sistema atingiu a faixa recomendada (250 e 500 µmHg). Procedimento Para efetuar o processo de vácuo na instalação de sistemas split´s, deve-se considerar que as unidades saem de fábrica com carga de refrigerante na condensadora, logo se deve fazer vácuo nas linhas e evaporadora. Para tanto, recomenda-se utilizar o seguinte procedimento: a) Conectar a bomba de vácuo à válvula de serviço de sucção da unidade condensadora e ao vacuômetro conforme mostrado na figura. Esta interligação pode ser feita com mangueiras, desde que suas vedações estejam em perfeito estado, ou tubo de cobre com diâmetro igual ou superior à 1 / 4”. b) Certificar-se que as válvulas de serviço da condensadora estão totalmente fechadas; c) Abrir o registro da bomba de vácuo; Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 38 d) Ligar a bomba de vácuo e o vacuômetro; e) Quando a pressão do sistema atingir a faixa recomendada (250 e 500 µmHg), feche o registro, desligue a bomba e verifique a eficácia do processo de vácuo; Verificação da Eficácia do processo de Vácuo O fato de ter-se atingido o valor recomendado (250 e 500 µmHg), não garante que o sistema está livre de gases incondensáveis e/ou umidade. Para verificar a eficácia do processo, após ter-se fechado o registro e desligado a bomba deve-se continuar o monitoramento da pressão através do vacuômetro, segundo a representação 1 da Fig.2. Se a pressão subir um pouco e depois estabilizar, conforme indicação 2 da Fig.2 , o vácuo está aprovado, pois o sistema está estanque e seco. Se a pressão estabilizar em um valor muito superior à faixa recomendada, conforme indicação 3 da Fig.2, indica a presença de umidade no sistema. Neste caso será necessário ligar a bomba novamente e reiniciar o processo de vácuo. Se após 2 horas a pressão não estabilizar em nenhum valor, indica que o sistema tem vazamento, segundo a representação 4 da Fig.2. Figura 2 - Verificação de Eficácia do Processo de Vácuo Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 39 6.10. Teste de Estanqueidade Conforme apresentado no item 6.9., é possível identificar se um sistema possui algum micro vazamento na verificação de eficácia do processo de vácuo. Por isso, este teste pode ser feito antes (para identificar grandes vazamentos) ou depois do processo de vácuo (para descobrir o ponto do micro vazamento). Para este teste utiliza-se nitrogênio, pois o mesmo apresenta características favoráveis Para esta aplicação, tais como: ser seco, ter sido acondicionado à alta pressão no cilindro, baixo custo (comparado ao refrigerante) e não agredir a atmosfera. Lembrando que, no caso de instalação, existe carga de refrigerante na unidade condensadora, portanto o teste será realizado somente nas linhas e evaporadora. Procedimento de Teste a) Certificar-se que as válvulas de serviço estão bem fechadas (evitar que o nitrogênio entre na condensadora e se misture com o refrigerante); b) Conectar a mangueira de alta pressão (vermelha) do manifold à válvula de serviço de baixa da unidade condensadora; c) Conectar a mangueira de serviço (amarela) do manifold ao regulador de pressão de nitrogênio. d) Abrir o registro e ajustar o regulador de pressão do cilindro de nitrogênio; e) Abrir o registro do lado de alta do manifold e deixar entrar nitrogênio no sistema até atingir 150 psig; f) Fechar o registro de alta do manifold; g) Pesquise a existência de vazamento nas conexões e pontos de solda, utilizando espuma de sabão; h) Caso não encontre, aumente a pressão do sistema para 300 psig e repita a pesquisa. Observações Nos equipamentos que trabalham com R410A, recomenda-se testar o sistema com 550 psig, devido ao fato deste refrigerante trabalha com pressões superiores ao R22; Para verificar a existência de micro vazamentos através do teste de estanqueidade recomenda-se manter o sistema pressurizado por um período de 24 horas ; O nitrogênio varia 1,5 psig para cada 1ºC de variação da temperatura. Por isso, recomenda-se anotar pressão e temperatura no início do teste e comparar os valores no final; Uma vez identificado e corrigido o vazamento o processo de vácuo e a verificação de eficácia deverão ser refeitos. 6.11. Carga de Refrigerante O fluído refrigerante tem por função absorver o calor do ambiente interno e conduzi- lo ao ambiente externo onde perderá este calor mais o calor produzido pelo trabalho mecânico do compressor. Hoje, na Linha Residencial, acontece uma transição em relação ao tipo de refrigerante utilizado. O R22, o qual possui como data limite para ser produzido e comercializado (2030) segundo o Protocolo de Montreal, está sendo substituído pelo R410A. Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 40 Esta alteração requer alguns cuidados por parte dos técnicos e instaladores, devido às diferenças entre os dois fluídos. O R410A é um HFC (Hidrogênio+Fluor+Carbono) formado pordois outros fluídos: o R32 e o R125. Por ser um blender, o R410A não pode ser misturado à outro refrigerante além de não ser miscível com óleo mineral. Estes dois aspectos exigem que se utilize um manifold dedicado em operações em equipamentos com R410A. O R410A é classificado com um fluído com alta pressão, o que requer dos componentes e tubulação maior resistência mecânica. As condensadoras saem de fábrica com carga total ou parcial, de acordo com a capacidade, por isso, ao realizar a carga de realizar a carga de refrigerante, o Manual de Instalação deve ser consultado. A quantidade de refrigerante está diretamente relacionada com o volume interno do sistema, e, como no split pode haver uma grande variação no comprimento das linhas, esta carga de refrigerante deve ser ajustada. Condição 1 Nos casos em que a condensadora possuir carga completa e o comprimento linear da tubulação não exceder o limite informado no manual, aprovado o processo de vácuo, basta abrir as válvulas de serviço da condensadora. Condição 2 Nos casos em que a condensadora possuir carga completa e o comprimento linear da tubulação exceder o limite informado no manual, aprovado o processo de vácuo, a carga de refrigerante deve ser completada. A quantidade de refrigerante que deve ser adicionada (Ct) será calculada da seguinte forma: a) Calcular o comprimento excedente (Ce): CL = Comprimento Linear (ver item 6.5.3) Lim = Limite informado no Manual Ce = CL - Lim Por exemplo, se a tubulação tiver comprimento linear de 15 m, e o limite informado no manual for de 10m, o comprimento excedente será 5m. b) Verificar a quantidade de refrigerante por metro excedente; No manual de instalação a quantidade de refrigerante que deve ser adicionada por metro de tubulação excedente é informada em tabelas, como o exemplo mostrado abaixo (38K): Por exemplo, se o equipamento instalado for de 18K, será necessário adicionar 20 g por cada metro excedente de tubulação. Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 41 c) Calcular a carga total de refrigerante a ser adicionada (Ct); Cad = carga adicional por metro (ver tabela item b) = 20 g/m Ce = comprimento excedente (ver item a) = 5 m Ct = Ce x Cad Ct = 5 m x 20 g/m Ct = 100g Condição 3 Condensadoras com capacidade acima de 36KBtu/h são fornecidas com carga parcial (1Kg ), como mostrado no exemplo abaixo (Space). Por exemplo, para calcular a quantidade de refrigerante a ser adicionada em um sistema que utiliza uma evaporadora SPACE 42XQM36C5 e uma condensadora 38CCM036515MC, com tubulação de 15m de comprimento linear, o cálculo deverá ser o seguinte: Cad = C3 + (Cexc x C4) a) O comprimento excedente (Cexc) representa a diferença entre o comprimento linear da tubulação (CL) e o limite informado no manual (Lim): Cexc = CL – Lim Cexc = 15m – 7,5m Cexc = 7,5m Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 42 b) Os valores de C3 e C4 podem ser obtidos na tabela acima (Manual SPACE): Cad = C3 + (Cexc x C4) Cad = 950g + (7,5m x 30g/m) Cad = 1175g c) O valor de C2 (carga necessária para um sistema com tubulação dentro do limite de comprimento de tubulação) também pode ser obtido na etiqueta de capacidade do equipamento. Condição 4 Nos casos de manutenção, quando se necessita efetuar a carga completa do sistema, deverão ser seguidos os seguintes passos: a) Após a correção da anomalia (troca de componentes, correção de vazamento), o sistema deve ser desidratado (vácuo), seguindo as recomendações do item 6.9; b) Utilizando o exemplo da condição 3, para calcular a carga completa do sistema, deverá ser utilizada a seguinte fórmula: Cc = C1 + (Cexc x C4) Cc = 1950g + (7,5m x 30g/m) Cc = 2175g Procedimento de Carga de Refrigerante A carga ideal é feita por massa de refrigerante, logo deverá ser utilizada uma balança. Após o processo de vácuo ter sido aprovado, e calculada a quantidade de refrigerante a ser adicionada, recomenda-se o seguinte procedimento: - Manter as válvulas de serviço da unidade condensadora fechadas; - Sugere-se a utilização de mangueira, com registro, conforme mostrado na figura. Mantenha o registro mangueira fechado e conecte a mangueira de baixa pressão (azul) nesta e a outra extremidade da mangueira na válvula de serviço de baixa pressão - Conectar a mangueira de serviço (amarelo) do manifold no cilindro; - Abrir o registro do cilindro, abrir o registro de baixa do manifold e, em seguida purgue a mangueira junto ao registro; - Colocar o cilindro na balança de forma que o refrigerante entre na forma líquida (vire o cilindro); - Zerar a balança; - Abrir o registro do engate rápido e monitorar o valor na balança; - Quando chegar ao valor calculado, fechar o registro do cilindro; Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 43 Como as válvulas da unidade condensadora estão fechadas e as linhas e evaporadora estão em vácuo no início do processo, quando o registro da mangueira for aberto, o líquido entrará e evaporará. - Aguarde pelo menos 3 minutos para que o líquido evapore e equalize dentro das linhas e evaporador; - Abra as válvulas da condensadora; - Ligue o equipamento. Procedimento de Carga de Refrigerante com R410A O refrigerante HFC-R410A é uma mistura azeotrópica entre o R32 e o R132, que passou a ser utilizado como alternativa ao R22, por ser menos agressivo ao meio ambiente. Novos equipamentos foram desenvolvidos para trabalhar com o R410A, como o Hi Wall UP!, o inverter X_Power e a piso-teto Space com condensadora 38CCE. Algumas características devem ser salientadas, pois influem diretamente nos processos de instalação e manutenção: - O R410A não é miscível com o óleo mineral, por isso os compressores foram desenvolvidos para trabalhar com óleo Poliolester; - Por ser uma mistura o R410A não pode ser misturado com outro refrigerante; Estas duas características fazem com que um sistema que trabalhe com R22 não possa trabalhar com R410A. Assim como, em tubulações que tenham trabalhado com R22 haverá a presença de resíduos deste refrigerante e de óleo mineral. - O R410A possui pressão superior à do R22 (aproximadamente 60%), por isso deve-se ter cuidado com a resistência mecânica dos componentes do sistema. Por exemplo, para uma temperatura saturada de 50ºC, a pressão de descarga para o R22 é de 276 psig e com R410A 429,3 psig. Por isso, deve-se verificar se a espessura da tubulação utilizada é recomendada para suportar a pressão do sistema. - O R410A é uma substância altamente higroscópica, ou seja, possui grande poder de absorção de umidade, por isso o processo de vácuo, descrito no item 6.9, torna-se indispensável ao bom funcionamento dos equipamentos que utilizam este refrigerante. - Recomenda-se a utilização de manifold dedicado para utilização em sistemas com R410A, os quais dispõem de escalas de pressão e temperatura saturada adequadas, conexões com diâmetro diferenciado (as válvulas de serviço das unidades que trabalham com R410A possuem conexão com diâmetro diferente das que utilizam o R22), além do fato de evitar a contaminação com R22 e óleo mineral nas suas mangueiras. - Por ser uma mistura, o R410A deve carregado no sistema na forma líquida, seguindo as recomendações do item anterior. Não é recomendado fazer carga parcial (em caso de vazamento, utilizar o procedimento descrito na condição 4). Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 44 6.12. Determinação do Superaquecimento Denomina-se Superaquecimento o acréscimo de temperatura que o refrigerante obtém após entrar em ebulição (vaporizar),no evaporador. A temperatura que um fluído troca de fase é denominada Temperatura de Saturação (Ts), e esta depende da pressão que o mesmo está sujeito. A tabela contida no Anexo I, mostra a temperatura que cada refrigerante troca de fase (R22, R407 e R410A), de acordo com a pressão. SA = Tf – Ts Onde: SA = Superaquecimento (ºC) Tf = Temperatura do refrigerante na saída do evaporador (ºC) Ts = Temperatura de saturação do refrigerante (ºC), tabela Anexo I Objetivo O fato de haver superaquecimento em um ponto do sistema indica que só existe vapor neste ponto e, através da determinação deste, consegue-se identificar se existe muito ou pouco refrigerante na forma líquida no evaporador. Quanto maior o superaquecimento menor a quantidade de líquido dentro do evaporador. A faixa ideal para o Superaquecimento é uma condição de projeto e deve ser consultada no Manual de Instalação. Na linha split a faixa de Superaquecimento recomendado é de 5 a 7ºC, considerando que o equipamento em condições de norma (AHRI 210). O superaquecimento pode ser apresentado em K (Kelvin). Variações nas condições de temperatura e unidade internas e externas provocam variação no superaquecimento, logo o valor apresentado pode estar fora da faixa sem que o equipamento ou a carga de refrigerante tenham problemas. A tabela ao lado mostra a tendência do superaquecimento quando temos variação nas temperaturas dos ambientes interno e externo, considerando-se a mesma umidade relativa (40%). Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 45 Procedimento para Determinação do Superaquecimento a) Instalar um sensor de temperatura no tubo de sucção, próximo à válvula de serviço da condensadora. O sensor deve ser isolado termicamente para que a temperatura ambiente não interfira no valor medido (Tf); b) Instalar a mangueira de baixa pressão (azul) do manifold na válvula de serviço da condensadora; c) Medir a pressão de sucção após o sistema ter funcionado por 20 minutos; d) Verificar qual a temperatura de saturação (Ts) do refrigerante para a pressão medida. O valor referente à temperatura de saturação poderá ser obtido no Anexo II ou na escala contida no manômetro de baixa do manifold; e) Calcular o superaquecimento: SA = Tf – Ts; Análise do Superaquecimento O superaquecimento é normalmente utilizado para avaliar se a carga de refrigerante está adequada. O mesmo indica a quantidade de refrigerante na forma líquida dentro do evaporador. Considerando-se que o equipamento está trabalhando dentro das condições de norma (AHRI 210), pode-se fazer a seguinte análise: - Superaquecimento na faixa (5ºC < SA > 7ºC) = Carga correta - Superaquecimento abaixo da faixa (SA < 5ºC) = Excesso de refrigerante - Superaquecimento acima da faixa (SA > 7ºC) = Falta de refrigerante IMPORTANTE: Esta análise não se aplica para equipamentos Inverter. Problemas causados por Superaquecimento Baixo O superaquecimento baixo indica a existência de muito líquido refrigerante no evaporador. Nesta situação aumenta o risco de chegar líquido no compressor e pode provocar a sua quebra. Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 46 Problemas causados por Superaquecimento Alto Com o superaquecimento alto, o refrigerante que retorna ao compressor se encontra a uma temperatura acima do normal (projetado), com isso aumenta a temperatura no interior do compressor e provoca a alteração da viscosidade do óleo. Em casos extremos (vazamento de refrigerante, por exemplo), o óleo pode atingir temperaturas acima de 177ºC e carbonizar. 6.13. Alimentação e Interligação Elétrica As alimentações elétricas, bem como todas as interligações entre as unidades condensadoras e evaporadoras devem ser executadas de acordo com a NBR5410 (Instalações Elétricas de baixa tensão). Os cabos utilizados devem ser de cobre com isolação em PVC e suportem, no mínimo 70ºC. O disjuntor deve ser inferior a corrente suportada pelo cabo dimensionado. Para unidade monofásica utilizar disjuntor bipolar e na trifásica, disjuntor tripolar. Na tabela de Características Técnicas Gerais são fornecidas informações referentes ao disjuntor recomendado e a bitola mínima que deve ser usada para um comprimento de até 50m. A interligação entre unidades deve ser realizada conforme diagrama apresentado no manual de instalação, como o exemplo mostrado abaixo: Deve se utilizar terminais nas extremidades dos cabos a fim de melhorar o contato nas borneiras. Todos os equipamentos devem ser devidamente aterrados. Alguns problemas de mau funcionamento do controle eletroeletrônico devem-se à falta ou inadequação do aterramento. Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 47 6.14. Adaptações e Configurações Algumas ações deverão ser realizadas pelo técnico no momento da instalação que dizem respeito à adaptações e alterações para que as unidades interligadas funcionem de acordo com a necessidade do cliente. Todas as ações descritas a seguir fazem parte dos respectivos manuais de instalação. 6.14.1. Configurações das Placas As placas das evaporadoras 42XQ (Space), 42LQ (Modernitá) e 42BQ (Built In) deverão ser configuradas quanto ao modo de funcionamento e a forma de religamento. Estas evaporadoras 42LQ (Modernitá) e 42BQ (Built In) saem, de fábrica, configuradas para retornar desligada após um corte de energia. Se o cliente desejar que o equipamento volte ligado, o técnico deverá retirar o Jumper da posição OP6 (ver figura abaixo). Além disso, saem de fábrica, configuradas para trabalhar em ciclo FR. Quando uma evaporadora for interligada com uma condensadora CR (ciclo reverso), o técnico deverá retirar um Jumper da posição OP7 da placa eletrônica (ver figura abaixo). Com isso o equipamento poderá trabalhar em frio (FR) ou quente-frio (CR). Nas evaporadoras 42XQM, que passaram a utilizar placas da Midea, a configuração deverá ser feita nas micro-chaves SW1 e SW2. Com SW1 em OFF o equipamento irá trabalhar somente em FR, caso se utilize a evaporadora com uma condensadora CR, a SW1 deverá ser passada para ON. Da mesma forma, a SW2 quando em OFF configura o sistema para retornar desligado após um corte na alimentação de energia, caso seja necessário que o mesmo retorne ligado a SW2 deverá ser passada para a aposição ON. Caso algumas destas configurações sejam feitas com o equipamento funcionando, o mesmo deverá ser resetado (retirar tensão de alimentação e religar) para que a configuração seja assumida. Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 48 6.14.2. Kit Controle Remoto As evaporadoras 42BQ e 42LQ, possuem opção de controle remoto com fio ou sem fio, sendo que cabe ao técnico a execução dos procedimentos abaixo, no momento da instalação. Observações - Os Kit´s da Modernitá (K42LBLC e K42LBWC) possuem uma saída a mais, referente ao motor do Vane; - Ns Kit´s com cabo, o comprimento do cabo fornecido é de 10m; Procedimento de Instalação do Kit Controle a) Fixar o kit na lateral do equipamento. Nos equipamentos 42BQ é possível fixar o Kit em qualquer das duas laterais, conforme mostra a figura abaixo (melhor condição); b) Utilizar o encaixe superior e, através de dois parafusos, fixar o Kit à lateral do equipamento; Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 49 c) Fixar o cabo de aterramento e encaixar o conector do ventilador; d) Conectar o cabo aos sensores que acompanham a evaporadora; e) Importante: a posição do sensor de serpentina jamais poderá ser alterada, pois dela depende o bom funcionamento do equipamento; f) Nas evaporadoras 42LQ (Modernitá)conectar o cabo branco e o laranja que saem do painel eletrônico aos cabos do motor síncrono dos vanes. 6.14.3. Kit Degelo Na instalação das evaporadoras 40KWQ, Cassetes que trabalham com ciclo reverso (CR), deve-se ter o cuidado de instalar o Kit Degelo KTER40KW, conforme de Instrução contidas no manual de instalação. Caso o técnico não execute esta ação a máquina apresentará o erro E4 (Sensor de degelo com circuito aberto). Procedimento recomendado: a) Um sensor de 10KΩ é instalado nos bornes T3 e E da evaporadora 40KWQ; Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 50 b) Conectar o terminal fast-on (fêmea) em um dos cabos pretos do termostato descongelante (TD); c) Conectar o terminal fast-in (macho) e um jumper de 60 mm no outro, conforme mostrado na figura; d) Na condensadora 38KQ, posicione o TD na curva especificada na figura abaixo (de acordo com a capacidade do equipamento). e) Fazer a conexão elétrica do TD de acordo com os esquemas elétricos que acompanham o Kit, com destaque em vermelho; f) Na condensadora 38CQ os itens de “b” a “e” deverão ser seguidos tomando como base as informações contidas no manual de instalação. 6.15. Testes de Funcionamento Recomenda-se a realização de alguns testes e verificações no start-up do equipamento, como forma de garantir ao cliente seu funcionando de forma adequada. Verificação do sistema de drenagem Com o equipamento desligado, deve-se derramar água na bandeja do equipamento e verificar na extremidade do sistema de drenagem que esta escoa livremente. Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 51 Verificação da tensão de alimentação A tensão deve estar dentro do limite recomendado. Para a verificação da tensão, utilizar o procedimento descrito no item 7.1.2. Teste de rendimento Pode-se verificar o rendimento de um equipamento através da medição da variação de temperatura do ar ao passar pela evaporadora. Um equipamento está rendendo bem quando a diferença entre a temperatura do ar de entrada e saída estiver dentro de uma faixa de 8 a 14ºC (equipamento funcionando em ciclo normal e em velocidade alta). O procedimento adequado está descrito no item 7.2.6. 6.16. Entrega Técnica A Entrega Técnica é o momento em que o técnico passa ao cliente as principais informações referentes à utilização do equipamento. Recomenda-se que a entrega seja registrada através de um Relatório, contendo as informações sobre o equipamento (Modelo, Série, Data Instalação, Nome do Técnico) e sobre as medições efetuadas (Tensão, corrente, temperaturas e pressões) com a assinatura do cliente dando o aceite do serviço. Na Entrega Técnica, o técnico deve: - Entregar o Manual do Proprietário; - Mostrar as principais funções do equipamento, testando cada uma delas junto ao cliente; - Recomendar os itens de manutenção preventiva, como a limpeza do filtro de ar e a revisão periódica com empresa credenciada; - Informar quanto à função Auto Diagnóstico; - Informar os critérios de validação Garantia do equipamento (Certificado se encontra na última página do manual do proprietário); - Informar os telefones de contato com a Central de Atendimento ao cliente (4003 6707 para capitais e 0800 8876707 para as demais cidades); Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 52 6.17. Sistema de Filtragem Um sistema de filtragem mais eficaz é um diferencial dos produtos Midea Carrier. Sistema de Tripla Filtragem Presente nos novos HW Carrier e X_Power, o sistema conta com um filtro denominado Nano Silver e outro denominado Dual Mix, além do filtro normal de tela. O Nano Silver é um filtro avançado com ação bactericida e alto poder de esterilização através do uso de nano partículas de prata. Sua utilização provoca a retenção e eliminação de micro-organismos como fungos e bactérias. Este filtro não pode ser lavado e sim substituído. O Dual Mix combate eficazmente as bactérias, fungos, odores e partículas de sujeira. É o único filtro composto por um agente Fotocatalítico decompõe compostos nocivos à saúde humana que se encontram presentes no ar e outro agente Catechin, composto de extratos naturais com ação antioxidante, bactericida e desodorizante. O filtro Dual Mix pode ser lavado. Sistema Ar + Puro Presente nos novos HW Midea Luna e Vita Inverter, o sistema conta com um filtro de carvão ativado, um filtro denominado 3M HAF além do filtro normal de tela. O filtro de carvão ativado elimina odores e captura poeira, fungos, micróbios e bactérias, prevenindo reações alérgicas. Este filtro não pode ser lavado. O filtro 3M HAF possui um bactericida com grande poder de esterilização e deixa o ar mais puro e livre de micro-organismos como fungos e bactérias. A combinação com unidades que tenham função Ionizador aumenta a eficácia do filtro. Este filtro também não pode ser lavado. Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 53 Aviso Limpa e Troca Filtro Os novos equipamentos HW Midea Liva e Liva Wi-Fi apresentam um aviso para limpar e trocar filtro baseado no número de horas de funcionamento do ventilador da unidade evaporadora. Após 240 horas de funcionamento o equipamento apresenta o aviso “CL” para que o usuário verifique como está o filtro de ar e providencie a lavagem. Este aviso aparecerá sempre que o equipamento for ligado até que o contador seja zerado. Ao completar 2880 horas de funcionamento o equipamento apresenta o aviso “nF” que indica a necessidade de troca dos filtros que não podem ser lavados (Carvão Ativo e 3M HAF). Este aviso aparecerá por 15 segundos sempre que o equipamento for ligado até que o contador seja zerado. Existem duas formas de zerar o contador: - No controle remoto apertando a tecla “Não perturbe” por 4 (quatro) vezes; - Apertando o botão “Auto Cool” por 3 (três). Duas funções também contribuem para a pureza do ar: a função Fresh e a Self Clean. Ao pressionar a tecla SLEEP/FRESH O ionizador, mostrado na figura ao lado, É acionado e as partículas em suspensão presentes no ar se atraem entre si, formando partículas maiores que são retidas nos filtros. Um equipamento funcionando em refrigeração provoca a desumidificação do ar, logo certa quantidade de água é mantida entre as aletas do evaporador. Quando o equipamento é desligado e a ventilação para, a serpentina se torna-se um ambiente propício para a proliferação de fungos e bactérias. A função SELF CLEAN mantém o ventilador funcionando após o desligamento da unidade, por 15 minutos e, com isso, a serpentina fica totalmente seca. O Hi Wall Inverter Primer, marca Midea, utiliza o sistema denominado Ar + Puro Silver, que se difere do anterior devido ao novo filtro Silver ÍON, composto por íons de prata que absorvem e destroem células de baixa densidade, como fungos e bactérias, tornando o ambiente livre de impurezas e micro organismos. Programa de Capacitação Profissional Midea Carrier Linha Residencial Página 54 6.18. Controles Remotos A nova linha de condicionadores de ar do tipo split Hi Wall Midea Carrier traz novos modelos de controles remotos. O quadro a seguir mostra os novos controles e os equipamentos que eles controlam. Com eles, novas funções, foram colocadas à disposição dos usuários, são elas: Shortcut, Follow me, Self Cleaning, Intelligent Eye e Não Perturbe. A função Favorito (Shortcut) está presente nos HW Midea Vita, Luna, Liva e Liva Wi-Fi e Practia, no HW Carrier e no X_Power e nos HW Split Springer. Trata-se de uma tecla de atalho. Quando o equipamento é ligado pela primeira vez, pressionando Favorito (Shortcut), o mesmo assume a função AUTO (Temp. 24ºC e ventilação em AUTO); Se o mesmo já estiver ligado, pressionando Favorito (Shortcut)
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