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AULAS 05 E 06

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Disciplina: Direito Constitucional
Professor: Mateus Silveira
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DIREITOS SOCIAIS – art. 6º ao 11 da CF/88.
A Dignidade da pessoa humana está ligada ao piso mínimo vital que corresponde no nosso
ordenamento constitucional aos direitos estabelecidos no art. 6º da CF/88, pertencentes ao grupo
chamado de direitos sociais.
RESERVA DO POSSÍVEL
A cláusula da reserva do possível é uma limitação jurídico-fática que pode ser apresentada pelos
Poderes Públicos tanto em razão das restrições orçamentárias que impeçam a implementação dos direitos
e oferta de todas as prestações materiais demandadas, quanto em virtude da desarrazoada prestação
exigida do indivíduo.
No Brasil esta teoria ficou limitada a “teoria da reserva do financeiramente possível”, considerando a
jurisprudência que a insuficiência de recursos públicos é um limitador a efetivação dos direitos
fundamentais sociais.
MÍNIMO EXISTENCIAL
A expressão foi criada para delimitar um agrupamento reduzido de direitos fundamentais
formada pelos bens mais básicos e essenciais a uma vida digna.
Deste modo, podemos ter um conflito no tocante a possibilidade do Poder Público alegar a cláusula da
reserva do possível diante dos direitos mais básicos à subsistência do cidadão, que compõem o mínimo
existencial: temos duas posições, a 1º da impossibilidade da alegação por serem imprescindíveis e não se
sujeitarem a cláusula; e 2º quem defenda não existir um direito definitivo ao mínimo existencial.
VEDAÇÃO DO RETROCESSO
A teoria da vedação do retrocesso (“effet cliquet” – originário da doutrina francesa) foi acolhida pelo
constitucionalismo pátrio, não de modo expresso, mas tacitamente decorrente do sistema jurídico-
constitucional.
Este princípio visa impedir a edição de qualquer medida tendente a revogar ou reduzir os direitos
sociais já regulamentados e efetivados, sem que haja a criação de algum outro mecanismo alternativo apto
a compensar a anulação dos benefícios já conquistados.
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer,
a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados,
na forma desta Constituição.
A Primeira Turma deu provimento a agravo regimental em petição para suspender todos os processos, individuais ou coletivos, em
qualquer fase e em todo o território nacional, que versem sobre a extensão do auxílio acompanhante, previsto no art. 45 da Lei
8.213/1991 para os segurados aposentados por invalidez, às demais espécies de aposentadoria do Regime Geral da Previdência
Social. No caso, a decisão agravada indeferiu pedido de atribuição de efeito suspensivo a recurso extraordinário interposto contra
acórdão que, com fundamento no princípio da dignidade da pessoa humana [Constituição Federal (CF), art. 1º, III], no princípio da
isonomia (CF, art. 5º, caput) e nos direitos sociais (CF, art. 6º), estendeu o adicional de 25% estabelecido pelo citado diploma legal a
beneficiária de aposentadoria por idade e pensão por morte. O colegiado observou, inicialmente, que o efeito suspensivo conferível
ao recurso extraordinário pode envolver a antecipação da eficácia de todos os consectários processuais de seu processamento,
inclusive a suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a questão e
tramitem no território nacional [Código de Processo Civil (CPC), art. 1.035, § 5º], no exercício judicial do poder geral de cautela (CPC,
arts. 301, in fine, e 932, II). Entendeu presentes os requisitos do fumus boni iuris e do periculum in mora. O acórdão recorrido
invocou os princípios constitucionais para estabelecer esse benefício a segurados diversos dos aposentados por invalidez, o que
indica a existência da fumaça do bom direito para a admissão do recurso extraordinário. O risco de lesão grave a ser afastado com a
suspensão dos processos que versem sobre a controvérsia debatida nos autos consiste no impacto bilionário causado aos já
combalidos cofres públicos. Por fim, registrou que, em termos de repercussão econômica, o Ministério da Fazenda informou que a
utilização imoderada desse adicional levaria a um custo de R$ 7,15 bilhões por ano, justamente no ano em que se discute a reforma
da Previdência e se anteveem dificuldades.
[PET 8.002-AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 12-3-2019, 1ª T, Informativo 933.]
Tema de previdência discutido:
A Lei 8.213/91 que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social estabelece, em seu art.
45, que todo segurado aposentado por invalidez que necessitar de ajuda da assistência permanente de
outra pessoa, terá direito a um acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento) no valor de seu benefício.
A alínea "a" do parágrafo único do mesmo dispositivo legal, dispõe ainda que o valor do acréscimo
será devido mesmo que o valor da aposentadoria supere o valor máximo legal estabelecido pela
Previdência Social.
Isto significa que todo aposentado por invalidez, e somente este, que for declarado dependente do
auxílio de terceiros na realização das atividades do dia a dia, terá direito ao acréscimo, ou seja, os demais
segurados aposentados (seja por tempo de serviço, por idade, especial entre outros) não terão direito a
este aumento, ainda que os mesmos sejam declarados dependentes de terceiros.
Direito fundamental à moradia. Imóvel público. Loteamento irregular. Inércia do poder público. (...) O
exercício do poder de polícia de ordenação territorial pode ser analisado a partir dos direitos
fundamentais, que constituem, a toda evidência, o fundamento e o fim da atividade estatal. Na presença
de instrumentos do Estatuto das Cidades (Lei 10.257/2001) para efetivar as diretrizes constitucionais, é
razoável exigir do poder público medidas para mitigar as consequências causadas pela demolição de
construções familiares erigidas em terrenos irregulares. Diante da previsão constitucional expressa do
direito à moradia (art. 6º, CF) e do princípio da dignidade humana (art. 1º, III, CF), é consentâneo com a
ordem normativa concluir não ser discricionário ao poder público a implementação de direitos
fundamentais, mas apenas a forma de realizá-la.
[ARE 908.144-AgR, rel. min. Edson Fachin, j. 17-8-2018, 2ª T, DJE de 27-8-2018.]
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; (art. 10 da ADCT)
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
RE 596478-RR – Não afronta a Constituição o art. 19-A da Lei nº 8.036/90, acrescido pelo art. 9º da MP
2.164-41/2001, que assegura direito ao FGTS à pessoa que tenha sido contratada sem concurso público.
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades vitais
básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene,
transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo
vedada sua vinculação para qualquer fim;
A vedação à vinculação do salário mínimo “para qualquer fim” é uma proibição que alcança todos os
setores sociais. (Súm Vinc nº 4)
No entanto, o STF entende que muito embora o salário mínimo não possa ser utilizado como fator de
indexação, pode ser utilizado para:
1) Fixação da indenização em salários mínimos, observado o valor deste na data do julgamento. A partir
daí, esse valor será corrigido por índice oficial (AgRg no RE 409.427- RJ);
2) Fixação de pensão alimentícia, pois esta tem por finalidade assegurar aos beneficiários as mesmas
necessidades básicas garantidas aos trabalhadores em geral.
Súmula Vinculante 16.
Osarts. 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/1998), da Constituição referem-se ao total da remuneração
percebida pelo servidor público.
Súmula Vinculante 15.
O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor público não incide sobre o abono utilizado para
se atingir o salário mínimo.
Súmula Vinculante 6.
Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as praças
prestadoras de serviço militar inicial.
Súmula Vinculante 4.
Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base
de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial.
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
É importante se ressaltar a LC nº 103/2000, na qual a União por força do art. 22, I c/c parágrafo
único, da CF/88, delega aos Estados e ao DF a competência para instituir piso salarial para os empregados
que não tenham esse mínimo definido em lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho.
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; (SV nº 6)
Importante destacarmos o RE 570.177/MG
EMENTA: CONSTITUCIONAL. SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO. SOLDO. VALOR INFERIOR AO SALÁRIO
MÍNIMO. VIOLAÇÃO AOS ARTS. 1º, III, 5º, CAPUT, E 7º, IV, DA CF. INOCORRÊNCIA. RE DESPROVIDO. I - A
Constituição Federal não estendeu aos militares a garantia de remuneração não inferior ao salário mínimo,
como o fez para outras categorias de trabalhadores. II - O regime a que submetem os militares não se
confunde com aquele aplicável aos servidores civis, visto que têm direitos, garantias, prerrogativas e
impedimentos próprios. III - Os cidadãos que prestam serviço militar obrigatório exercem um múnus
público relacionado com a defesa da soberania da pátria. IV - A obrigação do Estado quanto aos conscritos
limita-se a fornecer-lhes as condições materiais para a adequada prestação do serviço militar obrigatório
nas Forças Armadas. V - Recurso extraordinário desprovido.
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
Atenção que gratificações habituais integram o salário Súmula 207 do STF;
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente,
participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada
a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
A jornada de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso não afronta o art. 7º, XIII, da Constituição
da República, pois encontra-se respaldada na faculdade, conferida pela norma constitucional, de
compensação de horários. A proteção à saúde do trabalhador (art. 196 da CRFB) e à redução dos riscos
inerentes ao trabalho (art. 7º, XXII, da CRFB) não é ipso facto desrespeitada pela jornada de trabalho dos
bombeiros civis, tendo em vista que, para cada 12 horas trabalhadas, há 36 horas de descanso e também
prevalece o limite de 36 horas de jornada semanal.
ADI 4.842, rel. min. Edson Fachin, j. 14-9-2016, P, DJE de 8-8-2017.
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo
negociação coletiva;
Súmula 675.
Os intervalos fixados para descanso e alimentação durante a jornada de seis horas não descaracterizam o
sistema de turnos ininterruptos de revezamento para o efeito do art. 7º, XIV, da Constituição.
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
A Constituição não realizou opção absoluta pelo descanso nos domingos, mas deu preferência para que
ele ocorra preferencialmente aos domingos (ADI 1.675 – DF).
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal;
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
Prazo de 5 dias, até que venha a lei disciplinar a licença de paternidade.
art. 10, § 1º do ADCT.
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
Súmula 736.
Compete à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham como causa de pedir o descumprimento de
normas trabalhistas relativas à segurança, higiene e saúde dos trabalhadores.
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
XXIV - aposentadoria;
Súmula 726.
Para efeito de aposentadoria especial de professores, não se computa o tempo de serviço prestado fora
da sala de aula.
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em
creches e pré-escolas; (Inciso com redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este
está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
Súmula Vinculante 22.
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos morais e
patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive
aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da EC
45/2004.
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos
para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de
sexo, idade, cor ou estado civil;
Súmula 683.
O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da
Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador
portador de deficiência;
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais
respectivos;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho
a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Inciso com
redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador
avulso.
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos
incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas
as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias,
principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I,
II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. (Parágrafo único com redação
dada pela Emenda Constitucional nº 72, de 2013)
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
São compatíveiscom a Constituição Federal os dispositivos da Lei 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) que extinguiram a obrigatoriedade da contribuição
sindical e condicionaram o seu pagamento à prévia e expressa autorização dos filiados. (...) No âmbito formal, o STF entendeu que a Lei 13.467/2017 não
contempla normas gerais de direito tributário (...)dispensada a edição de lei complementar para tratar sobre matéria relativa a contribuições. Também
não se aplica ao caso a exigência de lei específica prevista no art. 150, § 6º, da CF, pois a norma impugnada não disciplinou nenhum dos benefícios fiscais
nele mencionados, quais sejam, subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão. Sob o ângulo
material, o Tribunal asseverou que a Constituição assegura a livre associação profissional ou sindical, de modo que ninguém é obrigado a filiar-se ou a
manter-se filiado a sindicato [CF, art. 8º, V]. O princípio constitucional da liberdade sindical garante tanto ao trabalhador quanto ao empregador a
liberdade de se associar a uma organização sindical, passando a contribuir voluntariamente com essa representação. Ressaltou que a contribuição
sindical não foi constitucionalizada no texto magno. Ao contrário, não há qualquer comando ao legislador infraconstitucional que determine a sua
compulsoriedade. A Constituição não criou, vetou ou obrigou a sua instituição legal. Compete à União, por meio de lei ordinária, instituir, extinguir ou
modificar a natureza de contribuições [CF, art. 149]. Por sua vez, a CF previu que a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria
profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição
prevista em lei [CF, art. 8º, IV]. A parte final do dispositivo deixa claro que a contribuição sindical, na forma da lei, é subsidiária como fonte de custeio em
relação à contribuição confederativa, instituída em assembleia geral. Não se pode admitir que o texto constitucional, de um lado, consagre a liberdade de
associação, sindicalização e expressão [CF, artigos 5º, IV e XVII, e 8º, caput] e, de outro, imponha uma contribuição compulsória a todos os integrantes das
categorias econômicas e profissionais.
[ADI 5.794, rel. p/ o ac. min. Luiz Fux, j. 29-6-2018, P, Informativo 908.]
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no
órgão competente, vedadas ao poder público a interferência e a intervenção na organização sindical;
Súmula 677.
Até que lei venha a dispor a respeito, incumbe ao Ministério do Trabalho proceder ao registro das
entidades sindicais e zelar pela observância do princípio da unicidade.
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de
categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou
empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em
questões judiciais ou administrativas;
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada
em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente
da contribuição prevista em lei;
Súmula Vinculante 40.
A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da CF só é exigível dos filiados ao sindicato
respectivo.
A Lei 13.467/2017 emprega critério homogêneo e igualitário ao exigir prévia e expressa anuência de todo e qualquer trabalhador para o desconto da contribuição sindical, ao
mesmo tempo em que suprime a natureza tributária da contribuição, seja em relação aos sindicalizados, seja quanto aos demais, motivos pelos quais não há qualquer violação
ao princípio da isonomia tributária (art. 150, II, da Constituição), até porque não há que se invocar uma limitação ao poder de tributar para prejudicar o contribuinte, expandindo
o alcance do tributo, como suporte à pretensão de que os empregados não-sindicalizados sejam obrigados a pagar a contribuição sindical. A Carta Magna não contém qualquer
comando impondo a compulsoriedade da contribuição sindical, na medida em que o art. 8º, IV, da Constituição remete à lei a tarefa de dispor sobre a referida contribuição e
o art. 149 da Lei Maior, por sua vez, limita-se a conferir à União o poder de criar contribuições sociais, o que, evidentemente, inclui a prerrogativa de extinguir ou modificar a
natureza de contribuições existentes. (...) A legislação em apreço tem por objetivo combater o problema da proliferação excessiva de organizações sindicais no Brasil, tendo sido
apontado na exposição de motivos do substitutivo ao Projeto de Lei 6.787/2016, que deu origem à lei ora impugnada, que o país possuía, até março de 2017, 11.326 sindicatos
de trabalhadores e 5.186 sindicatos de empregadores, segundo dados obtidos no Cadastro Nacional de Entidades Sindicais do Ministério do Trabalho, sendo que, somente no
ano de 2016, a arrecadação da contribuição sindical alcançou a cifra de R$ 3,96 bilhões de reais. O legislador democrático constatou que a contribuição compulsória gerava uma
oferta excessiva e artificial de organizações sindicais, configurando uma perda social em detrimento dos trabalhadores, porquanto não apenas uma parcela dos vencimentos dos
empregados era transferida para entidades sobre as quais eles possuíam pouca ou nenhuma ingerência, como também o número estratosférico de sindicatos não se traduzia em
um correspondente aumento do bem-estar da categoria. A garantia de uma fonte de custeio, independentemente de resultados, cria incentivos perversos para uma atuação dos
sindicatos fraca e descompromissada com os anseios dos empregados, de modo que a Lei 13.467/2017 tem por escopo o fortalecimento e a eficiência das entidades sindicais,
que passam a ser orientadas pela necessidade de perseguir os reais interesses dos trabalhadores, a fim de atraírem cada vez mais filiados. (...) A Constituição consagra como
direitos fundamentais as liberdades de associação, sindicalização e de expressão, consoante o disposto nos artigos 5º, incisos IV e XVII, e 8º, caput, tendo o legislador
democrático decidido que a contribuição sindical, criada no período autoritário do estado novo, tornava nula a liberdade de associar-se a sindicatos. (...) A autocontenção judicial
requer o respeito à escolha democrática do legislador, à míngua de razões teóricas ou elementos empíricos que tornem inadmissível a sua opção, plasmada na reforma
trabalhista sancionada pelo Presidente da República, em homenagem à presunção de constitucionalidade das leis e à luz dos artigos 5º, incisos IV e XVII, e 8º, caput, da
Constituição, os quais garantem as liberdades de expressão, de associação e de sindicalização.
[ADI 5.794, rel. min. Edson Fachin, j. 29-6-2018, P, DJE de 23-4-2019.]
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de
direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato,
salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
O STF assentou entendimento de que o art. 8º, VIII, da CF, ao fazer a distinção, no caput, entre associação
e sindicato, teria conferido a garantia de estabilidade provisória somente ao último, ou seja, aos
dirigentes ou representantes sindicais.
[RE 777.227 AgR, rel. min. Roberto Barroso, j. 25-8-2017, 1ª T, DJE de 9-8-2017.]
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de
pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.
Art.9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de
exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades
inadiáveis da comunidade.
§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
A atividade policial é carreira de Estado imprescindível a manutenção da normalidade democrática,
sendo impossível sua complementação ou substituição pela atividade privada. A carreira policial é o
braço armado do Estado, responsável pela garantia da segurança interna, ordem pública e paz social. E o
Estado não faz greve. O Estado em greve é anárquico. A Constituição Federal não permite. Aparente colisão
de direitos. Prevalência do interesse público e social na manutenção da segurança interna, da ordem
pública e da paz social sobre o interesse individual de determinada categoria de servidores públicos.
Impossibilidade absoluta do exercício do direito de greve às carreiras policiais. Interpretação teleológica do
texto constitucional, em especial dos artigos 9º, § 1º, 37, VII e 144. (...) tese de repercussão geral: 1 - O
exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os
servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública. 2 - É obrigatória a participação
do Poder Público em mediação instaurada pelos órgãos classistas das carreiras de segurança pública, nos
termos do art. 165 do Código de Processo Civil, para vocalização dos interesses da categoria.
ARE 654.432, rel. p/ o ac. min. Alexandre de Moraes, j. 5-4-2017, P, DJE de 11-6-2018, Tema 541.
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos
em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante
destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.
NACIONALIDADE
Art. 12 da CF/88.
ORIGINÁRIA – Jus soli e jus sanguinis;
DERIVADA – jus domicilli (domicílio), jus laboris (trabalho), jus comumunicatio (casamento)
Lei nº 13.445/17 (Lei de Migração), trata das condições para a naturalização.
NACIONALIDADE
A nacionalidade pode ser adquirida de dois modos: Originária e Derivada.
- Originária: Adquirida com o nascimento;
- Derivada ou Secundária: Adquirida por vontade posterior;
Nacionalidade originária pode se dar por dois critérios:
Jus soli – É nacional aquele que nascer no solo do país (compreendendo extensões territoriais como navios
de guerra e navios mercantes em alto mar);
Jus sanguinis – É nacional aquele que for filho, ou seja, que tiver o SANGUE de nacional do país;
No Brasil a regra é o Jus soli – nasceu em solo brasileiro será brasileiro.
Contudo, temos exceções onde a Constituição adotou o Jus sanguinis.
Art. 12. São brasileiros:
NACIONALIDADE ORIGINÁRIA OU PRIMÁRIA NO BRASIL
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não
estejam a serviço de seu país;
Jus soli + não ser filho de estrangeiros que estejam a serviço do seu país no Brasil. É a Regra da
nacionalidade no nosso país.
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a
serviço da República Federativa do Brasil;
Jus sanguinis + o trabalho no exterior para o BR.
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em
repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;
1º Parte: Jus sanguinis + registro no exterior na repartição pública competente (em regra
consulados); 2º Parte: nascimento no exterior + Jus sanguinis + venha a residir no Brasil + maioridade +
opção pela nacionalidade. (Nacionalidade Potestativa).
A opção, em qualquer tempo (mas depois de atingida a maioridade), pela nacionalidade brasileira.
Assim, os filhos de brasileiros nascidos no exterior que vierem a residir no Brasil e, depois disso, alcançarem
a maioridade, já poderão (de imediato) ingressar em juízo (Justiça federal) a fim de exercer o direito de
opção pela nacionalidade brasileira. Nesse último caso, manifestada a opção, o Estado não lhes pode
negar o reconhecimento da nacionalidade, pois aqui se está diante do que se denomina nacionalidade
potestativa, que é aquela em que o efeito pretendido depende exclusivamente da vontade do interessado.
Posição do STF:
"São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que venham
a residir no Brasil e optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira. A opção pode ser feita a
qualquer tempo, desde que venha o filho de pai brasileiro ou de mãe brasileira, nascido no estrangeiro, a
residir no Brasil. Essa opção somente pode ser manifestada depois de alcançada a maioridade. É que a
opção, por decorrer da vontade, tem caráter personalíssimo. Exige-se, então, que o optante tenha
capacidade plena para manifestar a sua vontade, capacidade que se adquire com a maioridade. Vindo o
nascido no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, a residir no Brasil, ainda menor, passa a ser
considerado brasileiro nato, sujeita essa nacionalidade a manifestação da vontade do interessado,
mediante a opção, depois de atingida a maioridade. Atingida a maioridade, enquanto não manifestada a
opção, esta passa a constituir-se em condição suspensiva da nacionalidade brasileira." (RE 418.096, rel.
min. Carlos Velloso, julgamento em 22-3-2005, Segunda Turma, DJ de 22-4-2005.)
ATENÇÃO as mudanças do art. 12, I, “c” da CF que ocorreram com a EC de revisão nº 3 de 1994 (tirou a
possibilidade do registro em repartição competente no exterior) e a EC nº 54/2007, pois as mesmas
criaram uma situação para os nascidos entre as duas revisões que está regulada no art. 95 do ADCT:
“Art. 95. Os nascidos no estrangeiro entre 7 de junho de 1994 e a data da promulgação desta Emenda
Constitucional, filhos de pai brasileiro ou mãe brasileira, poderão ser registrados em repartição
diplomática ou consular brasileira competente ou em ofício de registro, se vierem a residir na República
Federativa do Brasil. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)”
NACIONALIDADE DERIVADA OU SECUNDÁRIA NO BRASIL
A nacionalidade derivada pode se dar por três motivos diferentes: casamento, trabalho e residência, a
constituição brasileira menciona somente a hipótese de residência como forma de adquirir nacionalidade
originária para estrangeiro.
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua
portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
1º Parte: poderão se naturalizar os estrangeiros que cumprirem os requisitos constantes na lei (Lei de
Migração – Lei nº 13.445/17); 2º Parte: poderão se naturalizar os indivíduos originários de países de língua
portuguesa que tenham residência ininterrupta de 1 ano no país e idoneidade moral.
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República Federativa do Brasil há mais de
quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
Para o estrangeiro não originário de país com língua portuguesa as exigências são a residência
ininterrupta no território nacional por mais de 15 anos, ausência de condenação penal e requerimento de
naturalização.
§ 1º - Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor dos
brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.
(Parágrafo com redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
O caso do presente parágrafo trata-sede uma “quase nacionalidade” ou como a doutrina tem
chamado brasileiros por equiparação. A reciprocidade se evidencia no presente caso, com o Decreto nº
3.927/01 promulgou o Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta, entre a República Federativa do Brasil e
a República Portuguesa, celebrado em Porto Seguro em 22 de abril de 2000.
Art. 12, §1º, da CF/88 - Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em
favor dos brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta
Constituição.
O Decreto nº 3.927/01 promulgou o Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta, entre a República
Federativa do Brasil e a República Portuguesa, celebrado em Porto Seguro em 22 de abril de 2000.
Nos arts. 12 ao 22 temos o que o tratado denominou como Estatuto de Igualdade entre Brasileiros e
Portugueses.
§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos
previstos nesta Constituição.
AS DISTINÇÕES CONSTITUCIONAIS ENTRE BRASILEIROS NATOS E NATURALIZADOS
art. 5º, LI;
art. 12, 3º;
art. 12, § 4º, I;
art. 89, VII (Conselho da República – seis brasileiros natos);
art. 222 (propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão – brasileiros natos ou naturalizados há mais
de 10 anos).
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas;
VII – de Ministro de Estado da Defesa. (Inciso acrescido pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
Atenção, pois se todos os ministros do STF devem ser brasileiros natos, temos mais um cargo que é
exclusivo de brasileiro nato, contudo o mesmo na está na lista do parágrafo 3º, que é o cargo de Presidente
do CNJ (art. 103, § 1º, da CF).
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse
nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em Estado estrangeiro,
como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis;
Direitos Políticos – art. 14 ao 16 da CF/88.
São instrumentos por meio dos quais a CF garante o exercício da Soberania Popular.
Democracia direta – sem representantes;
Democracia representativa – o povo elege representantes;
Democracia semidireta ou participativa – sistema híbrido com democracia representativa e com
alguns dispositivos de democracia direta (art. 1º, parágrafo único e art. 14, I, II e III c/c art. 5º, LXXIII, ambos
da CF/88).
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor
igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
Sufrágio: Direito a participar do pleito eleitoral, ele será universal.
Voto: Meio pelo qual se exerce o sufrágio, características: Direto, Secreto, Universal e Periódico – não
está no art. 14 - (art. 60, § 4º, da CF). Com valor igual para todos, que trata-se de uma cláusula pétrea
implícita na CF, assim como o povo sendo o titular do poder constituinte e o próprio art. 60, da CF.
Iniciativa Popular: para propor projetos de Lei Ordinária e Lei Complementar, art. 61, § 2º, da CF:
Projeto Federal de iniciativa popular: será proposta junto a Câmara dos deputados e subscrito por
mo mínimo 1% do eleitorado nacional; de pelo menos 5 estados; e ao menos 0,3% dos eleitores de cada
um dos estados;
Projeto Estadual de iniciativa popular: deverá ser regulada por uma Lei Ordinária (art. 27, § 4º da
CF/88);
Projeto Municipal de iniciativa popular: será subscrita por no mínimo 5% do eleitorado (art. 29, XIII da
CF/88);
Direito Político Positivo (Direito de Sufrágio).
Sufrágio é o direito de votar e ser votado. Capacidade eleitoral ativa (direito de votar, capacidade de
ser eleitor, alistabilidade) e Capacidade eleitoral passiva (direito de ser votado, elegibilidade).
O exercício do sufrágio ativo ocorre pelo voto que tem como pressupostos: alistamento eleitoral
(título de eleitor); nacionalidade brasileira ou português equiparado (art. 12, § 1º, CF/88); idade mínima
de 16 anos; não ser conscrito.
§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são:
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar
obrigatório, os conscritos.
§ 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária;
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de
paz;
d) dezoito anos para Vereador.
§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
Os inalistáveis são os estrangeiros e os conscritos (aqueles que forem alistados ou recrutados)
enquanto estiverem no serviço.
§ 5º - O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os
houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período
subseqüente. (Parágrafo com redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
Inelegibilidade relativa em razão da função para obter um 3º mandato – art. 14, § 5º, da CF/88.
§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do
Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
Inelegibilidade em razão da função para concorrer a outro cargo – art. 14, § 6º, da CF/88. Candidatura a
outro cargo – art. 14, § 6º da CF.
Trata-se da desincompatibilização, ou seja, o futuro candidato desvencilha-se do cargo para não incorrer em inelegibilidade.
§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins,
até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do
Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito,
salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
Inelegibilidade Reflexa – art. 14, § 7º da CF.
São parentes do chefe do executivo que ficam inelegíveis.
Inelegibilidade relativa em relação ao parentesco – art. 14, § 7º, da CF/88.
Súmula Vinculante nº 18
- A DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE OU DO VÍNCULO CONJUGAL, NO CURSO DO MANDATO, NÃO AFASTA A
INELEGIBILIDADE PREVISTA NO § 7º DO ARTIGO 14 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
§ 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará
automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
§ 9º - Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de
proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do mandato, considerada a vida
pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder
econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.
(Parágrafo com redação dada pela EmendaConstitucional de Revisão nº 4, de 1994)
DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS
Inelegibilidades são circunstâncias (Constitucionais ou previstas em LC) que impedem o cidadão do
exercício total ou parcial da capacidade eleitoral passiva, ou seja, capacidade para se eleger.
As inelegibilidades buscam proteger o exposto no art. 14, § 9º, da CF/88.
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da
diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
§ 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma
da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
Os parágrafos 10 e 11 se referem a Ação de impugnação de mandato eletivo (AIME).
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; (Perda)
II - incapacidade civil absoluta; (Suspensão)
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; (Suspensão)
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
(Perda)
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. (Suspensão)
Perda ou Suspensão dos direitos políticos (art. 15).
Perdas dos Direitos Políticos: cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado (art.
15, I), Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa (art. 15, IV) – a maioria da
doutrina entende que é caso de suspensão - e perda da nacionalidade brasileira em virtude de aquisição
de outra (art. 12, § 4º, II).
Suspensão dos Direitos Políticos: incapacidade civil absoluta (art. 15, II), condenação criminal
transitada em julgado (art. 15, III), improbidade administrativa nos termos do art. 37, § 4º (art. 15, V).
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando
à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à
eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. (Artigo com redação dada pela Emenda
Constitucional nº 4, de 1993)
Princípio da anterioridade eleitoral.
BOM ESTUDO!!!
PARA O SUCESSO É NECESSÁRIO MUITA DISCIPLINA, 
FORÇA DE VONTADE E DEDICAÇÃO.

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