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APS - Aleitamento Materno (Campus Alphaville)

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Campus Alphaville 
 
 
 
 
 
 
 
PRODUZIDO POR 
Sabrina Leite dos Santos 
 
 
 
 
 
 
 
IMPORTÂNCIA DO(A) ENFERMEIRO(A) NA PROMOÇÃO DO 
ALEITAMENTO MATERNO 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2020 
PRODUZIDO POR 
Sabrina Leite dos Santos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IMPORTÂNCIA DO(A) ENFERMEIRO(A) NA PROMOÇÃO DO 
ALEITAMENTO MATERNO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atividade Prática Supervisionada (APS) 
relacionada à disciplina Prática Clínica e 
Processo do Cuidar da Saúde da Mulher e 
Criança, com base no tema Importância do(a) 
Enfermeiro(a) na promoção do aleitamento 
materno. 
 
Docente: Profa. Ma. Tatiana Ferraz de Araújo 
Alecrim 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2020 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 4 
1. OBJETIVOS ................................................................................................................................ 5 
2. METODOLOGIA ....................................................................................................................... 5 
3. ALEITAMENTO MATERNO .................................................................................................. 6 
3.1. Tipos de aleitamento materno .............................................................................................. 6 
3.2. Importância do aleitamento materno .................................................................................. 7 
3.3. Características e funções do leite materno .......................................................................... 8 
3.3.1. Aspectos nutricionais ...................................................................................................... 9 
3.3.2. Aspectos imunológicos ................................................................................................. 11 
4. POLÍTICAS DE INCENTIVO AO ALEITAMENTO MATERNO .................................... 14 
4.1. Bancos de leite ..................................................................................................................... 17 
4.2. Dados epidemiológicos ........................................................................................................ 19 
5. PROMOÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO ................................................................ 22 
5.1. Pré-natal ............................................................................................................................... 22 
5.2. Introdução da amamentação e orientações à nutriz ........................................................ 23 
5.2.1. Técnica de amamentação e pega correta ....................................................................... 25 
5.2.2. Orientações alimentares à nutriz ................................................................................... 27 
5.2.3. Fim da licença maternidade, ordenha e armazenamento de leite .................................. 27 
5.2.4. Amamentação vs pandemia do COVID-19 ................................................................... 29 
5.3. Prevenção e cuidado aos principais problemas relacionados à amamentação .............. 30 
5.3.1. Ingurgitamento mamário ............................................................................................... 31 
5.3.2. Mastite (com ou sem a presença de abcesso) ................................................................ 31 
5.3.3. Fissuras mamilares ........................................................................................................ 32 
5.3.4. Candidíase mamária ...................................................................................................... 32 
5.3.5. Medo de amamentar ...................................................................................................... 33 
5.3.6. Demora na involução uterina ........................................................................................ 33 
5.3.7. Possíveis problemas com o lactente .............................................................................. 34 
5.3.8. Importância do(a) enfermeiro(a) na promoção do aleitamento materno ....................... 35 
6. CONCLUSÕES ......................................................................................................................... 37 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 38 
COPY SPIDER .................................................................................................................................... 41 
APÊNDICE A – CARTILHA DE ORIENTAÇÕES (FRENTE E VERSO) ................................. 42 
4 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O leite materno (LM) é o alimento ideal e mais completo, sendo indicado desde o 
nascimento até os 2 anos de vida. Isso se dá pela sua composição nutricional que é o suficiente 
para garantir o desenvolvimento e crescimento saudável durante esse tempo, sendo facilmente 
aceito e digerido pelo organismo do bebê que ainda está se desenvolvendo. Além disso, oferece 
características imunológicas que nenhum outro alimento fornece, protegendo assim as crianças 
de várias doenças e ajudando a combater a mortalidade infantil 1. 
Após os primeiros seis meses de vida é importante manter o Aleitamento Materno (AM), 
porém, associado a introdução alimentar para garantir o complemento de energia necessário 
para o crescimento e desenvolvimento saudável. Essa garantia para o crescimento após os seis 
meses depende dos nutrientes provenientes do LM e da alimentação complementar 1. 
Para a mãe, o AM é um momento totalmente novo, podendo ser assustador, 
principalmente para as primíparas, famosa “mãe de primeira viagem”, que não sabe nada que a 
espera a partir do nascimento de seu filho. Quase toda mãe é capaz de amamentar com sucesso, 
no entanto, muitas delas desistem por falta de informação e encorajamento, aumentando cada 
vez mais o índice de desmame precoce 2. 
Com o objetivo de combater o desmame precoce e incentivar a prática do AM, ao longo 
dos anos foram criadas e implementadas diversas políticas para conscientizar a sociedade e criar 
um padrão de cuidado para as gestantes e puérperas 3. Graças a esse avanço, hoje existem grupos 
de gestantes, bancos de leite humano para ajudar aqueles bebês cujas mães não puderam 
amamentar, comitês e políticas de incentivo ao AM; tudo voltado ao cuidado com o binômio 
mãe-filho 3-4. 
Para fortalecer tal ato, é de extrema importância que durante a gestação e pré-natal seja 
feita promoção do AM. Nesse momento a equipe de enfermagem é crucial para dar todo suporte 
e orientações sobre a amamentação; sendo escuta ativa, tendo empatia e sanando todas as 
dúvidas que houver para que assim, a gestante se sinta confiante e saiba quais serão os próximos 
passos 2. Na atenção hospitalar pós-parto, o(a) enfermeiro(a) deve estar presente para dar apoio 
à puérpera, auxiliá-la na primeira mamada e norteá-la sobre os cuidados a partir dali. Para que 
assim, o AM seja feito de maneira efetiva e duradoura, beneficiando mãe e filho e fortalecendo 
vínculo 5. 
 
 
 
5 
 
1. OBJETIVOS 
 
Evidenciar a importância do aleitamento materno para o desenvolvimento e saúde dos 
bebês e os benefícios deste ato para as lactantes, enfatizando a importância do(a) enfermeiro(a) 
no apoio e assistência adequados às mães em todo período gravídico-puerperal. 
 
2. METODOLOGIA 
 
Pesquisa exploratória feita através de revisão bibliográfica de coletânea de artigos 
científicos relacionados ao tema, em sua maioria publicados nos últimos 5 anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
3. ALEITAMENTO MATERNO 
 
O aleitamento materno consiste no ato de oferecer alimentação ao recém-nascido, bebê 
e criança através do seio materno, sendo considerada a mais sábia estratégia natural devínculo, 
proteção, afeto, nutrição, crescimento e desenvolvimento saudável além de ser a forma mais 
sensível, econômica e eficaz intervenção para redução da morbimortalidade infantil, por isso, é 
uma parte natural e fisiológica indispensável. Bem executado, esse ato tem um impacto 
importante na promoção da saúde integral do binômio mãe/bebê 1. 
Sabe-se que o sistema digestivo de um recém-nascido não está preparado para digerir 
alimentos que não sejam o LM ou fórmula semelhante. É por conta disso que durante os 
primeiros meses de vida, os bebês devem se alimentar de leite, dando preferência ao LM. A 
Organização Mundial de Saúde (OMS), recomenda que a amamentação seja exclusiva, ou seja, 
somente LM até os seis meses de vida do lactente, pois é importante que suas necessidades em 
quantidade e qualidade sejam preenchidas 1. 
 
3.1. Tipos de aleitamento materno 
 
O AM possui 5 definições distintas adotadas pela OMS, importante conhecer para saber 
identificar em diferentes situações de atendimento. Sendo essas definições descritas a seguir1: 
a) Aleitamento materno exclusivo (AME): oferta de leite diretamente do seio materno ou 
retirado através de ordenha ou leite humano proveniente de doação, sem adição de 
líquidos e sólidos, com exceção de xaropes que contenham vitaminas, suplementos, 
medicamentos, sais de reidratação oral. 
b) Aleitamento materno predominante: além do LM, oferta de água, sucos de fruta e 
bebidas à base de água (chá, infusão). 
c) Aleitamento materno: oferta de LM (diretamente do seio materno ou ordenhado), 
independentemente de ser exclusivo, predominante ou complementado. 
d) Aleitamento materno complementado: além do LM, oferta de alimento sólidos ou 
semissólidos como complemento. 
e) Aleitamento materno misto ou parcial: oferta de LM e complemento com outros tipos 
de leite. 
 
 
7 
 
3.2.Importância do aleitamento materno 
 
A conscientização sobre a importância do AM é a melhor estratégia é considerada a 
mais eficaz para a redução da mortalidade infantil, tendo em vista todas as propriedades 
nutricionais, imunológicas e digestivas que o leite humano apresenta em sua composição. É o 
alimento que contribui para a maturação da mucosa intestinal do lactente é capaz de compensar 
a fragilidade para a resposta de adaptação do sistema digestivo e a imaturidade dos outros 
órgãos e sistemas que estão em desenvolvimento e contribuem de forma decisiva para a 
proteção em especial nos dois primeiros anos de vida. Contém todos os nutrientes de forma a 
atender a necessidade do lactente e proteger contra diarreias principalmente nas crianças da 
população de baixa renda ou extrema pobreza, com falta de saneamento básico e com mães com 
menor escolaridade e pouca instrução 1. 
Além disso, o ato de sucção contribui para o desenvolvimento dos músculos faciais, 
palato duro e palato mole possibilitando a tonicidade dos músculos, através de uma pega correta 
no momento da sucção acontece um esforço que o bebê faz para sugar o leite contribui 
diretamente para uma melhor oclusão da arcada dentária, prevenindo alterações das funções 
orais. São muitos os benefícios que juntamente contribuem para a saúde e bem estar da criança 
promovendo um desenvolvimento completo das funções fisiológicas, incluindo o trato 
respiratório 6. 
É capaz de reduzir a incidência de doenças respiratórias, favorece a respiração correta 
com o padrão nasal, os esforços realizados pelo lactente no período da sucção favorece a 
maturação neural e adequação das funções orais que são vitais fisiológicas para garantir a 
sobrevivência e maior qualidade de vida para a criança; reforçando a teoria de diversos estudos 
realizados que evidenciam; não existe outra forma de alimentar o lactente que seja mais eficaz 
e completa que o AM. As crianças que são amamentadas de forma exclusiva têm um 
significativo aumento da quantidade de bifidobactérias em seu trato gastrointestinal, o efeito 
bifidogênico depende de vários componentes dando ênfase ao teor ideal de proteína 6. 
As crianças que são alimentadas com outros leites, desenvolvem uma microbiota 
intestinal diferente das que receberam AM pois o leite de origem animal não contém uma 
composição diferenciada como o leite humano que garante o efeito bifidogênico 6. 
Estudos comprovam o fortalecimento do vínculo afetivos entre mãe e filho através da 
aproximação e toque que acontece durante as mamadas; que compreende uma carga emocional 
fundamental para a saúde emocional do lactente e da mãe que é compartilhada durante esse 
momento apesar de já existir uma conexão entre ambos na vida intrauterina é no momento do 
8 
 
contato físico transmitido através da conexão entre mãe e filho que fortalece os laços de afeto 
entre os dois pois calor do colo da mãe, esta troca de carinho durante esse momento único na 
vida de ambos e contribui de forma significativa 7. 
Amamentar é importante para a saúde da mulher. Existem evidências que as mulheres 
que amamentam têm diminuição do sangramento pós parto, redução dos riscos de desenvolver 
câncer de mama e ovários, contribui para a redução de peso no pós parto 6. 
 
3.3.Características e funções do leite materno 
 
Os nutrientes retirados do sangue da mãe são preparados dentro da célula, ou atravessam 
diretamente para luz alveolar e isto independe do sistema regulatório da mãe. É possível que a 
mãe tenha uma ingestão deficiente de nutrientes, porém mesmo nesta condição seu leite pode 
conter nutrientes em concentrações adequadas 8. Estudos apontam cinco vias principais para 
síntese do leite humano, são elas8: 
a) Exocitose de proteínas: neste tipo de transporte o leite humano é sintetizado no 
Complexo de Golgi e excretado pela célula secretora pela luz do alvéolo através de 
vesículas. 
b) Síntese e secreção de gordura do leite: a gordura é um dos compostos mais abundante 
no leite e o mais variável. Os triglicerídeos compõem aproximadamente 98% do total 
da gordura do leite. Alguns outros lipídeos são: diacilglicerídeos (0,25-0,48%) 
monoacilglicerídeos (0,02-0,4%) glicolipídios (0,006%) e ácidos graxos livres (0,1-
0,4%). A síntese de triglicerídeos da gordura do leite humano ocorrem nas células 
epiteliais mamárias. 
c) Já a secreção da gordura do leite ocorre pelo deslocamento da gordura para a superfície 
apical da célula atraída por um fenômeno chamado de forças de Landon-Van Der Waals 
ou forças intermoleculares. Esta leva ao englobamento das gotículas de gordura pela 
membrana plasmática. A membrana apical esporadicamente se funde a gotícula de 
gordura e é liberada juntamente do glóbulo de gordura, quando ocorre o englobamento 
pequenas partes de citoplasma podem ser perdidas. 
d) Secreção de íons e água através da membrana apical: acontecem quando as vesículas de 
Golgi estão cheias de soluções cujo conteúdo são íons, água e lactose. Estas vesículas 
se movem para a superfície apical da célula, sendo guiados por micro tubulações. 
9 
 
e) Já na superfície apical da membrana celular, a membrana das vesículas de Golgi se liga 
aos receptores e ambas se abrem para o lúmen alveolar. Desta forma ocorre a secreção 
da água, íons e lactose. Este mecanismo é chamado de pinocitose reversa. 
f) Transferência de imunoglobulinas: a partir da transferência das imunoglobulinas IgG, 
IgA, IgM, IgD e IgE, sendo que a imunoglobulina A, especificamente a forma conhecida 
como IgA secretora é a mais abundante no LM. É possível por meio do leite humano 
conferir ao neonato a imunidade passiva, enquanto seu sistema imunológico está em 
desenvolvimento. 
Passagem paracelular de componentes plasmáticos e leucócitos: consistem na passagem 
de células brancas, os leucócitos, cuja função é combater infecções e ativar os mecanismos de 
defesa. O maior volume destas células pode ser encontrado no colostro, sendo que em sua 
maioria são os neutrófilos. Alguns estudos sugerem que os neutrófilos continuam a atuar comofagócitos no intestino da criança, porém estes desaparecem do LM em até seis semanas após o 
parto. Outro tipo de leucócito comumente encontrado no leite e em maior proporção são os 
macrófagos. Eles desempenham uma série de funções protetoras, mas além de sua função 
fagocitária os macrófagos produzem no leite uma enzima chamada lisozima, esta enzima 
hidrolisa as ligações glicosídicas em paredes celulares das bactérias gram positivas, o que 
resulta na morte celular 8. 
 
3.3.1. Aspectos nutricionais 
 
O LM é constituído em aproximadamente 80% de água, sendo que sua osmolaridade é 
equivalente ao plasma. Sendo assim, o AM em esquema de livre demanda é capaz de manter o 
lactente hidratado 8. O conteúdo de proteínas do LM é pequeno devido ao crescimento corporal 
lento do lactente. Estima-se que seja em torno de 0,8-0,9 g/dL, com uma porção de nitrogênio 
não proteica correspondente a 20-25% 9. 
Muitas das propriedades que favorecem o lactente se encontram no compartimento 
proteíco, sendo elas, os fatores de defesa, as enzimas digestivas, os hormônios e os fatores de 
crescimento. As principais proteínas do leite são: Lactoferrina que é a principal proteína do soro 
do leite humano. Esta proteína é ligada ao ferro e sua ação é antimicrobiana, podendo ser 
também um imunomodulador; α-Lactoalbumina que auxilia na síntese da lactose, uma 
importante fonte de aminoácidos como triptofano que é um precursor de serotonina, o que é 
importante para a produção de neurotransmissores e desenvolvimento neurológico; lisozima 
como já citado anteriormente esta enzima degrada peptidoglicano e tem como função proteção 
10 
 
antimicrobiana; caseína onde sua função é servir como fonte de nutrientes para o lactente, 
proporcionando cálcio, aminoácidos e fosfato de alta digestibilidade. Porém não são 
encontradas em grande proporção no leite humano tendo sua fração maior no leite de vaca; e 
imunoglobulinas que são a parte da imunidade transportada ao lactente através da imunidade 
passiva. Sendo em sua maioria a imunoglobulina A secretora, que se liga a alérgenos, bactérias 
e vírus 9. 
Além das proteínas, o LM é composto por aminoácidos como a taurina, cuja finalidade 
é auxiliar na absorção de gordura intestinal, além de desempenhar papel importante no 
desenvolvimento da retina e auditivo, gera estabilidade das membranas celulares, desempenha 
função de transporte de zinco e função hepática 9. 
Outro aminoácido de alta biodisponibilidade no LM é L-carnitina, essencial para a 
decomposição de ácidos graxos de longa cadeia e outros ácidos orgânicos. Pois o lactente tem 
capacidade diminuída para sintetizá-la. A glutamina é mais um aminoácido ligado a proteína, 
que atua para o crescimento e desenvolvimento gastrintestinal 9. 
Já a gordura é o elemento mais variável do LM, atinge de 3-4 g/dL no leite maduro e é 
a principal fonte de energia para o recém-nascido, assegurando de 35-50% das necessidades 
diárias. É composta em maior proporção por triglicerídeos que equivalem a 98% do total de 
gordura do leite. Outros lipídios são os fosfolipídios, colesterol e ácidos graxos livres. A 
digestão dos triglicerídeos nos lactentes é assegurada por uma família de enzimas responsáveis 
pela degradação do lipídeo 8. 
Dos ácidos graxos essenciais, destacamos a importância do ácido docosa-hexaenóico 
(DHA), um ácido graxo do tipo Ômega 3, e o ácido araquidônico (ARA), da família do Ômega 
6, que atuam no desenvolvimento do sistema nervoso central 10. 
A lactose é o principal carboidrato identificado no LM, concentrando-se em 2 a 7%. 
Tem grande funcionalidade na síntese do leite, é o principal componente osmótico, cujo 
processo de síntese de lactose o maior responsável pela remoção de água para o leite 8. É 
hidrolisada em galactose, sendo matéria prima para a substância branca do encéfalo em 
desenvolvimento. A lactose também auxilia na proliferação da Lactobacillus bifidus que 
protege no surgimento de infecções intestinais inibindo o aparecimento de micro organismos 
Gram-negativos 10. 
 
 
 
 
11 
 
3.3.2. Aspectos imunológicos 
 
O LM garante efeito protetor para o recém-nascido e lactente. Os elementos protetores 
determinantes para a proteção ativa e passiva, estão divididos em; fatores celulares e fatores 
humorais específicos e não específicos, possui também outros compostos que atuam na defesa, 
como fatores anti-inflamatórios e imunoestumiladores 8. 
A composição do leite se diferencia no recém-nascido prematuro e a termo. E isto se 
deve a promoção de imunoproteção via maturação do intestino do prematuro, já que estes 
tendem a ter maiores chances de desenvolverem problemas no trato gastrintestinal e 
respiratório. Os componentes anti-infecciosos, sobretudo o IgA, lisozima e lactoferrina, são 
aumentados no pré termo devido ao imaturo tubo digestivo 8. 
As propriedades anti-infecciosas do LM são representadas pelos anticorpos (Ac), pelas 
enzimas que executam função de defesa, lactoferrina, peptídeos bioativos proteicos curtos de 
amplo espectro de proteção, oligossacarídeos, lipídeos, além das células de defesa dos glóbulos 
branco, os leucócitos 10. 
A imunoglobulina IgA secretória impede a adesão dos microorganismos na parede 
intestinal, além de atuar combatendo outros agentes infecciosos como: rotavírus, Escherichia 
coli, Vibrio cholerae, Shigella, Salmonella, entre outros. Muitos são os fatores protetores não 
específicos presentes no LM 10. 
A Lactoferrina promove a proliferação e a ativação das células imunes, além de fornecer 
importantes nutrientes que auxiliaram no crescimento e desenvolvimento. Alguns destes 
nutrientes promovem a maturação da mucosa intestinal, fortalecimento de desenvolvimento da 
microbiota e protegem as células do epitélio digestivo contra bactérias patogênicas 10. 
Alguns elementos encontrados na gordura do leite também possuem ação 
antimicrobiana, entre eles podemos citar as glicoproteínas como a mucina, que barram a ação 
das bactérias e vírus na mucosa intestina. Há os ácidos graxos livres e os monoglicerídeos, que 
exercem ação na destruição de vírus, bactérias e protozoários 10. Os fatores imunomoduladores 
decorrentes do LM, possuem predisposição de regular o sistema imune do neonato. 
Os fatores de ação anti-inflamatória se destacam as antiproteases, prostaglandinas, 
interleucinas, acetil-hidrolase do fator de ativação plaquetária, IgA secretória e antioxidantes. 
Citocinas, estão relacionadas a modulação e proteção do sistema imune. Seu papel principal no 
LM é a interleucina, que está diretamente relacionada ao tamanho do timo, um dos órgãos 
fundamentais do sistema imunológico 8. 
12 
 
Os fatores de crescimento e os hormônios têm ação protetora do organismo do recém-
nascido e neonato, por exemplo a adiponectina, que atua na redução do risco de obesidade e 
doenças inflamatórias 8. 
Os Linfócitos T são importantes na resposta imune citotóxica, suprimindo células 
infectadas por vírus ou células tumorais. O fator de crescimento epidérmico (EGF) e fator de 
crescimento semelhante ao EGF ligado a heparina (HB-EGF), promovem efeito via maturação 
e reparação intestinal 8. 
Agora que conseguimos perceber o quanto o LM é rico em nutrientes e fatores 
imunológicos, discorreremos sobre as formas que o leite humano é produzido, a fim de 
proporcionar tudo quanto é necessário para suprir todas as necessidades, para as diversas fases 
do desenvolvimento do recém-nascido e lactente 9. 
O colostro é o primeiro produto expelido pelas mamas. Auxilia na adaptação do recém-
nascido fora do ambiente uterino. Sua secreção inicia no último trimestre de gestação e dura até 
a primeira semana pós parto. De aspecto líquido denso e amarelo, é ideal para ser o primeiro 
alimento do recém-nascido 11. 
Sua qualidade nutricional, demonstra que este leite é rico em proteínas, com maior 
concentração de sódio, potássio e menor percentual de carboidratos e gorduras. Dentre as30 e 
40 horas pós parto há mudança na composição do leite, com aumento da concentração de lactose 
e volume do leite. Este leite é rico em glóbulos brancos e anticorpos, contém maior 
concentração de proteínas, minerais e vitaminas lipossolúveis (A,E,K). A vitamina A é 
essencial para a proteção dos olhos e integridade das superfícies epiteliais 11. 
Do 7º ao 14º dia, a lactação é composta pelo leite de transição que se torna mais 
abundante além de rico em proteínas e nutrientes. A partir da 2º semana em diante de lactação 
teremos o leite maduro. O leite maduro possui maior concentração de carboidratos, lipídeos e 
maior valor energético, além de todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento físico 
e cognitivo do lactente 11. O Ministério da Saúde desenvolveu uma tabela onde apresentam as 
diferenças na composição do colostro e leite maduro para atender as necessidades nutricionais 
de cada fase da lactação (Tabela 1) 1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
Nutrientes Colostro (3-5 dias) 
Leite Maduro 
(26 – 29 dias) 
Leite de vaca 
 A termo Pré-termo A termo Pré-termo 
Calorias (kcal/dL 48 58 62 70 69 
Lipídios (g/dL) 1,8 3,0 3,0 4,1 3,7 
Proteínas (g/dL) 1,9 2,1 1,3 1,4 3,3 
Lactose (g/dL) 5,1 5,0 6,5 6,0 4,8 
Fonte: Produzido pelo autor com base nos dados de Brasil MS3. 
Tabela 1 – Composição do leite materno em diferentes momentos e do leite de vaca. 
 
O leite do início da mamada é diferente do leite do final da mamada, como mostra. 
Conhecido como leite anterior este é rico em proteínas, carboidratos principalmente a lactose, 
minerais, vitaminas, muitos fatores de proteção e grande quantidade de água. Este leite que irá 
saciar a sede do bebê e mantê-lo hidratado. O leite do final da mamada, tido como leite posterior 
é rico em gordura e fonte de energia, este leite que irá permitir que o lactente se sinta satisfeito 
e irá auxiliar no ganho de peso (Figura 1)11. 
 
 
Fonte: Adaptada de Noronha M11. 
Figura 1 - Tipos de leite, colostro, leite anterior e leite posterior e sua composição. 
 
Por isso é muito importante que as mamadas não sejam interrompidas, pois se o lactente 
ingerir somente o leite inicial (anterior) ele pode ficar deficiente dos componentes que estão no 
leite final e prejudicar seu desenvolvimento 11. 
 
 
 
 
 
14 
 
4. POLÍTICAS DE INCENTIVO AO ALEITAMENTO MATERNO 
 
O AM é recomendado como uma prática universal e no Brasil é indicada exclusivamente 
desde o nascimento até os 6 meses de vida, pelo Ministério da Saúde. Porém, nem sempre foi 
assim, para chegar ao que é hoje e evitar o desmame precoce, foram criadas e implementadas 
diversas políticas ao longo dos anos para esse fim 1. 
No ano de 1981 foi inaugurada as Políticas de Incentivo ao AM, nela podemos observar 
diversas ações como, campanhas na mídia, aconselhamento e suporte na amamentação, 
treinamento dos profissionais, grupos de apoio e aprovação de leis que protegem a 
amamentação 12. 
 Desde então, podemos notar intervenções implementadas pelas esferas do SUS: 
federal, estadual e municipal, visando a promoção, proteção e apoio ao AM. O movimento 
social tem um papel importante no fortalecimento das políticas, pois realiza o acompanhamento 
do governo na implementação de políticas voltadas ao direito da criança ao AM, fiscalizando o 
cumprimento das leis que protegem a amamentação. Para isso, a Política de promoção, proteção 
e incentivo conta com alguns componentes (Figura 2) 12-3. 
 
 
Fonte: Brasil MS.3 
Figura 2 – Componentes da Política Nacional de Promoção, Proteção e Apoio ao Aleitamento Materno. 
15 
 
 
Na atenção básica o incentivo é feito através da Rede Amamenta Brasil criada em 2008 
sendo uma estratégia de promoção, proteção e apoio ao AM. A rede preconiza o aumento do 
índice de amamentação no País, trocando informações, preparando e supervisionando os 
profissionais nas UBS na implementação de ações em prol da amamentação. Em 2011 foi 
lançado a Rede Cegonha, no qual assegura as crianças ao nascimento, crescimento e 
desenvolvimento saudáveis, contribuindo para as estratégias Alimenta e Amamenta Brasil, que 
obteve como resultado a integrações da Rede Amamenta Brasil e a Estratégia Nacional de 
Promoção da Alimentação Complementar Saudável (Enpacs) 12-13. 
Nas estratégias temos a Rede Brasileira de Bancos de Leite humano (Rede BLH-BR) 
sendo a mais complexa e maior do mundo. Ela é responsável por coletar, processar e distribuir 
o leite humano, eles realizam assistência às crianças hospitalizadas e mulheres que possuem 
dificuldades na amamentação, sendo em último recurso, um importante apoio ao AM 3-14. 
Na atenção hospitalar podemos observar que duas iniciativas contribuem para o 
aumento do índice de AM; Iniciativa Hospital Amigo da Criança e o Método Canguru. A IHAC 
está introduzida na Estratégia Global em prol da alimentação de lactentes e Crianças de Primeira 
infância, no qual o objetivo é conservar o direito da mulher no aprendizado e prática da 
amamentação, através da mudança em suas rotinas nas maternidades implementando ‘Dez 
passos para o Sucesso do AM’. O método canguru é voltando para recém-nascidos de baixo 
peso e suas mães, favorecendo o AM através da assistência na amamentação e maternidade. Os 
gestores estaduais municipais e hospitalares são responsáveis por criar os planos e ações a serem 
planejadas e realizadas nos seus locais de trabalho 3-14. 
Em relação a proteção legal ao AM, é um componente que abrange a proposição e 
monitoramento das legislações que garantem o direito da mulher em amamentar o seu filho. O 
Brasil adotou o Código Internacional de Substitutos do LM, onde foi criado a Norma Brasileira 
de Comercialização de Alimentos para lactentes em 1988, e a partir dessa norma temos a Lei 
11.625 que determina a elevação comercial e orienta o uso correto de alimentos para crianças 
de até três anos 3-12-14. 
Através das ações de mobilização social, seu objetivo é no desenvolvimento de 
competências, distribuir conhecimento, incentivar e introduzir a MS por meio do AM. Desde o 
ano de 1992 é comemorada a Semana Mundial da Amamentação onde seu objetivo é promover 
e proteger o AM. No dia 19 de maio é o Dia Nacional de doação de Leite Humano, data criada 
com o objetivo de sensibilizar a sociedade e promover a doação do LH 3-15. 
16 
 
Entre um componente importante das políticas é o monitoramento de ações e práticas 
de amamentação no País. Ele é direcionado a acompanhar os indicadores de AM e as 
intervenções que estão relacionadas à Política, incentivando e apoiando a pesquisa. Existem 
pesquisas que investigam as práticas de AM, por exemplo a Pesquisa Nacional da Demografia 
e Saúde, realizada a cada 10 anos 3-12. Além dessas estratégias, outras ações e políticas foram 
implementadas o decorrer do tempo (Tabela 2). 
 
POLÍTICAS RELACIONADAS AO ALEITAMENTO MATERNO 
1981: Código internacional de 
comercialização de substitutos do leite 
materno 
2000: Dia nacional de doação de leite 
humano 
1981: Política Nacional de Incentivo ao 
Aleitamento Materno 
2006: Comitê Nacional de Aleitamento 
Materno 
1982: Alojamento Conjunto 2006: UBS amiga da amamentação 
1985: Bancos de leite humano 2008: Rede amamenta Brasil 
1988: Normas para comercialização de 
alimentos para lactentes 
2010: Salas de apoio para lactante no 
trabalho 
1988: 120 dias licença maternidade/ 5 dias 
paternidade 
2012: Estratégia Amamenta e Alimenta 
Brasil 
1989: Dez passos para o sucesso do 
Aleitamento Materno 
2015: Política Nacional de Atenção 
Integrada à Saúde da Criança 
1990: Declaração de inoccenti 
(amamentação exclusiva até 6 meses e 
complementada até 2 anos) 
2016: Marco legal da criança (15 dias 
licença paternidade) 
1990: Semana mundial da amamentação 2017: agosto – Mês do Aleitamento Materno 
(Agosto Dourado) 
1990: Rede Brasileira de Bancos de Leite 
humano 
 
Fonte: Produzido pelo autor com base nos dados de BrasilMS 3. 
Tabela 2 - Componentes da Política Nacional de Promoção, Proteção e Apoio ao Aleitamento Materno.. 
 
 
 
 
17 
 
A criação de políticas é e foi crucial para nortear a sociedade sobre a importância do 
AM, prática que é benéfica tanto para a mãe quanto para o bebê. E para esse entendimento ser 
efetivo, os profissionais da saúde e principalmente os enfermeiros são peça chave, para atrás 
das políticas, levar seu conhecimento e orientações fidedignas para a lactante 3. 
Como é possível ver na tabela, a implementação mais recente criada foi a Agosto Mês 
do AM (Agosto Dourado), com o objetivo de intensificar as ações de conscientização e 
esclarecimento sobre a importância do AM, como: realização de palestras e eventos; divulgação 
nas diversas mídias; reuniões com a comunidade; ações de divulgação em espaços públicos; 
iluminação ou decoração de espaços com a cor dourada, fortalecendo assim, outra importante 
estratégia de mobilização social em prol da amamentação no País 3. 
 
4.1.Bancos de leite 
 
O Brasil se destaca no cenário mundial por suas ações de incentivo à amamentação 
criadas no âmbito da saúde pública. Destaca-se a criação da Iniciativa Hospital Amigo da 
Criança, regulamentação da Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes 
(NBCAL) por meio da Lei 11.474/2007 e a criação e expansão dos Bancos de Leite Humano 
(BLH), principalmente quando este passou a atuar mais eficazmente na assistência ao AM, 
cuidados com o binômio mãe e filho e auxílio na criação de políticas públicas através da Rede 
Brasileira de Bancos de Leite Humano (RBLH) 3. 
Com o intuito de fortalecer as políticas públicas de saúde voltadas para o incentivo ao 
AM (AM), os BLH têm cumprido importante papel assistencial junto às puérperas e nutrizes, 
no sentido de promover, proteger e apoiar o AM. Para isso, acompanham as mulheres que 
apresentam dificuldades na prática do aleitamento, além de realizarem a coleta, processamento 
e controle na qualidade do colostro, leite de transição e leite maduro. Destaca-se a ampliação 
do quantitativo de BLH no país, e a importância deste suporte também para uma população 
vulnerável que deles dependem como fator de sobrevivência, o recém-nascido prematuro, além 
do apoio realizado pela equipe do BLH à mãe do prematuro, todo leite coletado passa por um 
processo que assegure garantir a segurança alimentar e nutricional desta população 15. 
Os BLH assumem importante papel no apoio ao AM com repercussões positivas para a 
mãe e a criança. Além disso apontaram o impacto da orientação dos profissionais de saúde 
contribuindo para manutenção do AM de prematuros durante a internação e sucesso do AM em 
mães que buscam apoio nos BLH, além da captação de doadoras 15. 
A amamentação auxilia na redução da mortalidade infantil por doenças comuns na 
18 
 
infância. A doação de LM é principalmente importante para aqueles bebês que estão internados 
e não podem ser amamentados pela própria mãe. Por dia, cerca de 10 recém-nascidos pode se 
alimentar de um litro de LM doado. Porém em muitos países a doação não é muito comum, 
pela falta de informações na população. Para que a mulher fique ciente de como proceder com 
a doação, as seguintes orientações devem ser passadas16: 
a) Quem pode ser doadora? 
- Mulheres que apresentam excesso de leite e deseja fazer doação, basta buscar os 
serviços de saúde ou entrar em contato direto com os bancos de leite próximos à 
residência para mais informações. 
- Toda mulher que amamenta é uma possível doadora de leite. Para doar basta que a 
mulher doadora esteja bem de saúde e sem uso de nenhum medicamento que possa ser 
prejudicial na amamentação. 
- Válido ressaltar que todo o leite que é doado, passa por uma análise e pasteurização, 
bem como um rigoroso controle de qualidade antes de ser ofertado aos bebês nas 
unidades neonatais16. 
b) Como fazer a doação? 
- Atentar-se no preparado e higienização do frasco para guardar o leite que será doado. 
- Se for possível, escolher um local que calmo para fazer a retirada do leite. 
- Retirar, guardar e armazenar o leite de maneira correta. 
- Em caso de dúvida, entrar em contato com o banco de leite mais próximo16. 
A doação de leite é contraindicada às mulheres que foram diagnosticadas com câncer 
de mama, portadores do vírus HTLV e HIV, por conta do risco de transmissão ainda que seja 
feito uso de qualquer medicação 16. 
Em casos em que a doação é indicada e possível, não basta a mulher estar informada 
das vantagens do AM e optar por esta prática. Para levar adiante sua opção, ela precisa estar 
inserida em um ambiente favorável à amamentação e contar com o apoio de um profissional 
habilitado a ajudá-la, se necessário. As ações desenvolvidas pelos BLH são um meio efetivo de 
prevenir o declínio da amamentação. Dessa forma, além de exercerem funções específicas de 
manipulação do leite ordenhado, exercem também atividades educativas de promoção e apoio 
ao AM, sendo considerados centros de referência em amamentação para gestantes e nutrizes 15. 
 
 
 
19 
 
4.2.Dados epidemiológicos 
 
Apesar das inúmeras campanhas em prol do AM, destacando sua importância não 
apenas para o bebê, mas também para a mãe, o índice de desmame precoce ainda é alto, de 
acordo com dados da UNICEF (2016)17, globalmente, somente 43% dos bebês com menos de 
6 meses de idade são amamentados exclusivamente, e no Brasil, esse índice também gira em 
torno de 50%. As mais diversas justificativas podem ser encontradas em pesquisas já realizadas 
sobre o assunto, como a “falta de leite”, o “leite fraco”, “não aceitação do bebê” 18. 
É possível notar a partir de tais justificativas que muitas vezes se tem ausência de 
conhecimento materno a respeito desses fatores, considerando que a grande maioria das 
mulheres tem condições biológicas de produzir leite suficiente para atender a demanda de seu 
filho, identificando-se, com isso, uma percepção errônea por parte dessas mulheres.O AM, 
consiste em um dos principais pilares para a promoção da saúde de crianças, sendo fundamental 
para o seu desenvolvimento e crescimento saudável 19. 
Apesar disso, o relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e da 
Organização Mundial da Saúde (OMS)17, o Global Breastfeeding Collective de 2019 
demonstrou que de 194 país analisados, somente 23 possuem índices de amamentação exclusiva 
até os 6 meses acima de 60%, o que evidencia que a amamentação mesmo com todos os seus 
benefícios conhecidos ainda passa longe de ser uma prioridade entre as políticas públicas de 
promoção à saúde nos diferentes países do mundo. 
No Brasil, de acordo com dados do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil 
(ENANI)20, entre as crianças menores de quatro meses, 60% se alimentam exclusivamente do 
LM (Figura 4), enquanto entre as menores de seis meses, o índice passa a ser de 45,7% (Figura 
5). Esses resultados apresentam-se como significativos quando comparados aos resultados da 
mesma pesquisa realizada no ano de 2006, verificando-se um crescimento de 15 vezes no 
aleitamento exclusivo até os 6 meses, dado importante quando se menciona os benefícios do 
AM. 
 
 
 
 
20 
 
 
Fonte: ENANI20 
Figura 3 - Prevalência de aleitamento materno exclusivo entre crianças menores de quatro meses, no Brasil 
1986-2019 (dados preliminares). 
 
 
Fonte: ENANI20 
Figura 4 - Prevalência de aleitamento materno exclusivo entre crianças menores de seis meses, no Brasil, 1986-
2019 (dados preliminares). 
 
Apesar dos vários estudos e aconselhamentos acerca da importância do AM, é comum 
o desmame precoce ou a inserção de outros alimentos antes dos seis meses, como água, chás, 
sucos e outros, prática que expõe o recém-nascido a maior risco de morte e doenças, decorrentes 
da perda de fatores de proteção encontrados nesse alimento 21. 
A amamentação, principalmente, a exclusiva, é uma das intervenções de maiorresultado 
na redução da morbimortalidade infantil, além de estimular o vínculo entre mãe e filho, que é 
de extrema importância para a saúde de ambos 21. 
De acordo com dados do Ministério da Saúde (2012) a cada 1.000 crianças nascidas 
vivas, 15,3% morrem antes de completar um ano de idade, estando as regiões Norte e Nordeste 
do país com os maiores índices: 19,9% e 18,0%, respectivamente. Deste índice, 10,6% por 
21 
 
1.000 nascidos vivos chegam a óbito no Brasil com idade entre 0 e 27 dias, enquanto 4,7% 
chegam a óbito com idade entre 28 e 364 dias 17. 
Vale destacar que estes índices estão sendo reduzidos ao longo do tempo, para que se 
tenha uma noção, no ano de 2000 o índice de crianças que apresentaram óbito até 1 ano de idade 
foi de 26,1% no Brasil, percebendo-se, portanto, uma significativa redução desse índice até o 
ano de 201121. 
Além dos dados do ENANI20 citados anteriormente, houve um aumento de menor 
magnitude evolução da prevalência de AM continuado nos primeiros 12 meses de vida, que 
passou de 22,7% em 1986 para 53,1% em 2020, equivalente a um aumento de 22,7 pontos 
percentuais no período (Figura 5). Um padrão semelhante foi encontrado na evolução da 
prevalência de AM em menores de dois anos de vida, que aumentou 23,5 pontos percentuais 
no mesmo período, alcançando prevalência de 60,9% em 2020 (Figura 6). 
 
 
Fonte: ENANI20 
Figura 5 - Prevalência de aleitamento continuado aos 12 meses, no Brasil 1986- 2019 (dados preliminares). 
 
 
Fonte: ENANI20 
Figura 6 - Prevalência de aleitamento total entre crianças menores de 24 meses, no Brasil, 1986-2019 
22 
 
 
Estes dados demonstram uma mudança consideravelmente significativa na adesão ao 
AM ao longo dos anos, evolução importante e com certeza construída através da promoção do 
AM. 
 
5. PROMOÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO 
 
Muitas mães acabam não exercendo a prática do AM por falta de informação, medo ou 
tabu, por isso a consulta de enfermagem é muito importante pois permite que a equipe 
diretamente com o paciente de forma autônoma, visto que durante o pré natal é o profissional 
que mais tem contato com a gestante; podendo atuar de maneira ativa para incentivar o AM, 
divulgar informações e diminuir o índice do desmame precoce. O incentivo e promoção do AM 
é importante desde o primeiro trimestre de gestação, tanto para ressaltar a importância que esse 
processo vai ter para o bebê, quanto para preparar a mãe e o parceiro(a) 22. 
Nem todas as mães têm facilidade para amamentar, por isso o profissional que vai 
acompanhar essa fase tem que estar totalmente preparado e capacitado para lidar com vários 
tipos de gestantes, explicar cada parte do processo, tirar dúvidas e ser um bom ouvinte 22. 
 
5.1.Pré-natal 
 
Durante o pré natal, um fator muito importante e que vai fazer muita diferença é 
identificar as dificuldades que podem surgir na gestação e no pós parto, se atentando aos sinais 
e tentar sempre evitar possíveis problemas, mesmo que sejam hábitos, como por exemplo o 
tabagismo e uso de medicamentos 1. 
Para que um bom atendimento é precisa estar bem preparado, pois, por maior que seja 
a competência do profissional relacionado à lactação, sua promoção e apoio ao AM não será 
bem sucedido caso não tenha um olhar humanizado e atento, sempre levando em consideração 
a cultura familiar, os aspectos emocionais e a rede social de apoio à mulher. Esse olhar deve 
reconhecer a mulher como a protagonista na individualidade do seu processo de amamentar, 
escutando-a, valorizando-a e empoderando-a 1. Entre as ações importantes durante o pré-natal, 
cabe também ao enfermeiro22: 
a) Incentivar sobre a prática da amamentação; 
b) Explicar todos os processos do aleitamento materno; 
23 
 
c) Incentivar a gestante a frequentar grupos de apoio que incluem profissionais e 
familiares; 
d) Dar suporte e orientações; 
e) Conhecer as experiências que a gestante tem com a amamentação, suas crenças e 
vivência social; 
f) Promover a educação em saúde; 
g) Oferecer apoio e acolhimento; 
h) Ter uma boa comunicação e ser um bom ouvinte; 
i) Tirar dúvidas e quebrar os tabus; 
j) Elaborar um plano assistencial; 
k) Realizar uma SAE completa; 
A saúde mental é extremamente significativa para uma boa produção de leite, por esse 
motivo é tão importante ressaltar a importância e incentivar o AM, ter um acompanhamento 
ativo nesse processo, sempre alertar sobre a importância que o LM tem para o desenvolvimento 
do bebê e a quantidade de doenças que podem ser evitadas22. 
 
5.2.Introdução da amamentação e orientações à nutriz 
 
O início do aleitamento materno é um momento de descoberta e adaptação tanto para a 
lactante quanto para o bebê que acaba de nascer, sendo de extrema importância que essa mãe 
tenha recebido suporte e promoção ao AM durante o pré-natal, visto que essa promoção tem 
impacto positivo na prevalência do aleitamento, principalmente entre as primíparas 23. 
É recomendado pelo Ministério da Saúde que a amamentação aconteça de forma 
exclusiva, desde o nascimento até os seis meses de idade e continuar associando a introdução 
alimentar, podendo durar dois anos ou mais. Esta recomendação se baseia nos benefícios que o 
LM pode trazer tanto a saúde da criança, quanto a da mãe, família e meio ambiente 1. 
Visto isso, o Fundo das Nações Unidas para a Infância em conjunto com a Organização 
Mundial da Saúde (OMS), instituíram o Hospital Amigo da Criança, iniciativa essa que 
recomenda dez passos para o sucesso da prática do AM (Tabela 3)3. 
 
 
 
 
 
24 
 
DEZ PASSOS PARA O SUCESSO DA PRÁTICA DO ALEITAMENTO 
MATERNO 
1º passo Ter uma Política de Aleitamento Materno que seja rotineiramente 
transmitida a toda equipe de cuidados de saúde 
2º passo Capacitar toda a equipe de cuidados de saúde nas práticas necessárias para 
implementar essa política 
3º passo Informar todas as gestantes sobre os benefícios e o manejo do aleitamento 
materno 
4º passo Ajudar as mães a iniciar o aleitamento materno na primeira hora após o 
nascimento, conforme nova interpretação e colocar os bebês em contato pele 
apele com suas mães, imediatamente após o parto, por pelo menos uma hora 
e orientar a mãe a identificar se o bebe mostra sinais que está querendo ser 
amamentado, oferecendo ajuda, se necessário 
5º passo Mostrar as mães como amamentar e como manter a lactação mesmo se 
vierem a ser separadas dos filhos 
6º passo Não oferecer a recém nascidos bebida ou alimento que não seja o leite 
materno, a não ser que haja indicação médica e/ou de nutricionista 
7º passo Praticar o alojamento conjunto, permitir que mães e recém nascidos 
permaneçam juntos horas por dia 
8º passo Incentivar o aleitamento materno sob livre demanda 
9º passo Não oferecer bicos artificiais ou chupetas a recém nascidos e lactentes 
10º passo Promover a formação de grupos de apoio à amamentação e encaminhar as 
mães a grupos ou outros serviços de apoio à amamentação, após a alta 
Fonte: Produzido pelo autor com base nos dados de Brasil MS 3. 
Tabela 3 – Dez Passos Para o Sucesso da Prática do Aleitamento Materno. 
 
Dentre esses passos, é valido ressaltar o quarto passo, que recomenda colocar o recém-
nascido em contato com a mãe imediatamente após o parto por pelo menos uma hora. A 
introdução do AM ainda na sala de parto, se a condição da mãe e bebê forem boas, possibilita 
ao RN uma melhor adaptação da vida extrauterina, regulação térmica, glicêmica e 
cardiorrespiratória, além de iniciar sua proteção imunológica. A sucção precoce, para a mãe, 
estimula a hipófise na produção de prolactina e ocitocina, aumentando sua produção de leite e 
auxiliando na involução uterina 23. 
25 
 
Os profissionais de saúde atuantes na sala de parto e maternidade são responsáveis pelo 
ato da amamentação precoce seja logo após o parto ou na internação, dentre eles, os 
profissionais de enfermagem. Cabe a esse profissional atender apuérpera de forma humanizada, 
ajudá-la na primeira mamada e enquanto ela estiver sob o seu atendimento, orientando-a sobre 
a pega correta do bebê, sanando toda e qualquer dúvida 23. 
Durante a permanência dessa puérpera no serviço de saúde, ela deve receber todas as 
orientações necessárias para um manejo adequado da amamentação dali em diante, garantindo 
que ela fique segura consigo mesma. Dentre as orientações, a mãe deve ser orientada sobre a 
técnica correta da amamentação, como posicionar o bebê e oferecer a mama; intervalo entre as 
mamadas e duração; uso de mamadeira e chupeta e a possível confusão de bicos; alimentação 
adequada para manter a boa produção de leite; e entendendo a realidade dessa mãe, se ela 
trabalha ou não, orienta-la sobre as possibilidades de armazenamento de leite enquanto ela não 
estiver presente 23. 
 
5.2.1. Técnica de amamentação e pega correta 
 
O recém-nascido possui fisiologicamente o ato reflexo de sucção, ou seja, caso seja 
oferecido a mama ele automaticamente irá abocanhar. Porém, ele precisa aprender a retirar o 
LM de forma eficiente para sua nutrição. Quando ele pega a mama adequadamente – devendo 
ter uma ampla abertura da boca e abocanhar não apenas o mamilo, mas também parte da aréola 
-, forma-se assim um lacre, garantindo a formação de vácuo, importante para que não haja um 
escape 1. 
A forma como a mãe e bebê se posicionam para a amamentação e a pega correta do bebê 
são de extrema importância para que o bebê se alimente da maneira correta e não machuque os 
mamilos da mãe. A língua do bebê eleva a ponta e bordas laterais, formando uma concha que 
leva o leite até a faringe e esôfago, ativando o reflexo de deglutição. A retirada do leite é feita 
pela língua, graças a um movimento peristáltico rítmico da ponta da língua para trás, que 
comprime suavemente o mamilo (Figura 7)1. 
 
26 
 
 
Fonte: Santa Casa de Misericórdia SP24. 
Figura 7 – Boca do bebê em relação à aréola mamária 
 
Uma posição inadequada no momento da amamentação dificulta o posicionamento 
correto da boca do bebê em relação à aréola/mamilo, resultando na chamada “má pega”. Essa 
má pega pode levar a uma diminuição da produção de leite e dificultar o ganho de peso esperado 
para o bebê, visto que em caso de pega incorreta ele não consegue sugar o leite de maneira 
eficiente, retirando somente o leite anterior e não o posterior, que é o mais calórico. Além disso, 
a pega incorreta causa lesões mamilares. Por isso, a assistência do enfermeiro no momento da 
mamada deve ser efetivo, para que ele possa identificar qualquer ação inadequada e orientar a 
puérpera, para isso, ele deve se atentar ao posicionamento adequado e pega correta (Tabela 3)1. 
 
Fonte: Produzido pelo autor com base nos dados de Brasil MS 1. 
Tabela 4 – Pontos importantes do posicionamento adequado e pega correta 
 
 
POSICIONAMENTO ADEQUADO PEGA CORRETA 
• Rosto do bebê de frente para a mama, 
com nariz na altura do mamilo; 
• Aréola mais visível acima da boca do 
bebê; 
• Corpo do bebê próximo ao corpo da 
mãe; 
• Boca bem aperta; 
• Bebê com cabeça e corpo alinhados; • Lábio inferior virado para fora; 
• Bebê bem apoiado. • Queixo tocando a mama. 
27 
 
5.2.2. Orientações alimentares à nutriz 
 
Durante o período da amamentação, a lactante costuma ter um aumento do apetite e 
sede, como também algumas preferencias alimentares. Isso acontece devido a demanda na 
produção de leite, que exige uma maior ingestão de calores nas refeições e líquidos além do 
habitual. Estima-se que um consumo extra de 500 calorias por dia seja suficiente, pois durante 
a gravidez a mulher armazena de 2 à 4kg para serem usados na lactação 1. 
A nutriz deve ser orientada a manter uma alimentação equilibrada e variada, mas sempre 
levando em consideração a realidade em que ela está inserida, como questões culturais, 
condições financeiras e acessibilidade aos alimentos 1. No geral, fazem parte das 
recomendações alimentares durante a lactação1: 
a) Dieta variada com pães, cereais, legumes, derivados do leite e carne; 
b) Consumo de três ou mais porções de derivados do leite por dia; 
c) Aumentar o consumo de frutas e vegetais ricos em vitamina A; 
d) Atentar-se ao consumo de água, manter a sede sempre saciada; 
e) Evitar medicamentos e dietas para emagrecimento (>500g por semana); 
f) Moderar o consumo de cafeína. 
A nutriz não necessita evitar determinados alimentos, exceto se perceber algum efeito 
no lactente, nesse caso deve-se orientar a fazer a prova terapêutica que consiste em retirar o 
alimento da dieta por algum tempo e reintroduzi-lo, observando a reação da criança. O leite de 
vaca é um dos principais alimentos que podem implicar no desenvolvimento de alergia 
alimentares. No mais, no caso de mães vegetarianas/veganas, é preciso alertá-las sobre o risco 
de hipovitaminose B e certificar-se que ela ingere quantidade suficiente de proteína 1. 
 
5.2.3. Fim da licença maternidade, ordenha e armazenamento de leite 
 
Um obstáculo à amamentação é criado quando a mãe precisa se ausentar para trabalhar, 
ainda mais em caso de amamentação exclusiva. Porém, para que haja continuidade do 
aleitamento, é importante que o enfermeiro, levando em conta as horas de trabalho e leis 
trabalhistas, estimule a nutriz e incentive seus familiares a apoiarem, pois uma rede de apoio é 
fundamental 1. 
Quanto as orientações, o enfermeiro deve abordar algumas medidas, como por exemplo, 
antes de retornar ao trabalho a mãe deve manter o AM exclusivo, conhecer as formas de retirar 
e armazenar o leite no local de trabalho (se possui local apropriado com privacidade, freezer 
28 
 
disponível e quais são os horários possíveis para isso); praticar a ordenha do leite, de preferência 
manualmente e congelar o leite em pote esterilizado; iniciar o estoque 15 dias antes do retorno 
ao trabalho 1. 
Quando a nutriz já tiver retornado ao serviço: amamentar frequentemente enquanto 
estiver em casa; evitar mamadeira para não acontecer confusão de bico, oferecer o leite através 
de colher ou copo. Durante o trabalho, esvaziar as mamas através da ordenha e guardar o leite 
em congelador. O LM pode ser conservado em geladeira por 12 horas e no congelador, por 15 
dias. Para alimentar o bebê com LM congelado, deve descongelar em banho maria fora do fogo, 
e antes de oferecer, agitá-lo para homogeneizar a gordura 1. 
A puérpera deve ser orientada sobre a técnica de ordenha, para quando houver 
necessidade de se ausentar ou retornar ao trabalho, tenha LM armazenado para dar continuidade 
no AM. Além disso, a ordenha pode ser feita no dia a dia em caso de excesso na produção de 
leite, para evitar possíveis complicações com o leite acumulado, como por exemplo o 
ingurgitamento mamário 24. As principais orientações devem ser24: 
a) Manter os cabelos presos, retirar adornos, se possível usar máscara descartável ou fralda 
sobre o nariz e boca para evitar respingos no leite; 
b) Lavar bem as mãos e secar com toalha limpa; 
c) Com os dedos indicador e médio e fazendo movimentos circulares, massagear as 
mamas, na região da aréola e na mama inteira; 
d) Acima da aréola posicionar o dedo polegar e o indicador abaixo. Pressionar a região 
areolar com movimento firme, aproximando os dedos e direcionando-os para o tórax, 
de forma intermitente (tipo “aperta-solta”), até o leite começar a fluir; 
e) Desprezar os primeiros jatos de leite (0,5 a 1 ml); 
f) Coletar o leite diretamente no frasco de vidro previamente esterilizado (Lavar o frasco 
e a tampa e ferver em água por quinze minutos, escorrer, colocar sobre um pano limpo 
com a boca para baixo e deixar secar sozinho); 
g) Para a coleta com a bomba tira-leite, o funil deve ser colocado com o mamilo bem 
centralizado, antes de iniciar o processo. A cada nova coleta, todas as partes da bomba 
devem ser higienizadas com água e sabão neutro e fervidas em água por 15 minutos; 
h) Nãoutilizar bombas no caso de o mamilo estar machucado, dar preferência à coleta 
manual. 
 
 
 
29 
 
5.2.4. Amamentação vs pandemia do COVID-19 
 
Em tempos de pandemia do COVID-2019, onde pouco se sabe sobre o novo coronavírus 
e todas as possíveis formas de transmissão, surge o receio entre as lactentes de amamentar ou 
não e se caso estiver infectada se pode passar para o lactente atrás do leite 25. 
Segundo informações divulgadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), até o 
presente momento não há constatação científica que indique relação entre a transmissão do 
SARS-CoV-2 e a amamentação. Portanto, parece improvável que a doença seja transmitida por 
intermédio do LM, seja através da amamentação ou pela oferta do leite extraído por uma mãe 
que é confirmada/suspeita de ter Covid-19. Porém, a comunidade científica segue testando o 
LM de mães confirmadas/suspeitas com a doença 25. 
Por isso, é importante que a mãe seja orientada sobre como proceder caso more em 
locais onde há transmissão comunitária ou tenha suspeita/confirmação da doença. Pois 
mantendo medidas de higiene adequadas e uso de máscara, não há por que interromper a 
amamentação, visto que o LM fornece fatores imunológicos. Além disso, casos confirmados de 
infecção por Covid-19 em crianças, a maioria apresentou uma forma leve da doença ou foi 
assintomática 25. Dentre as recomendações para a lactante, evitando a disseminação do vírus 
por gotículas respiratórias, estão 25: 
a) Lavar as mãos com água e sabão por pelo menos 20 segundos e/ou usar álcool em gel 
70% nas mãos antes de pegar o bebê ou ordenhar o leite; 
b) Fazer uso de máscara (cobrindo completamente nariz e boca) durante as mamadas e 
evitar tossir ou falar enquanto estiver amamentando - substituir as máscaras quando 
ficarem úmidas (descartável ou de tecido); 
c) Caso a mãe não tenha máscara facial, orientá-la a utilizar um pano limpo cobrindo nariz 
e boca; 
d) Espirrar ou tossir em lenço de papel (evitar o cotovelo, já que é onde o bebê costuma 
ficar posicionado para amamentar), descartar o lenço e realizar higiene novamente; 
e) Limpar e desinfetar regularmente as superfícies. 
 
 
 
 
 
 
30 
 
5.3.Prevenção e cuidado aos principais problemas relacionados à amamentação 
 
Complicações que envolvam a nutriz representam uma verdadeira objeção ao ato da 
amamentação, todavia, de modo conjunto, fatores culturais, educativos e sociais podem vir a 
influenciar de maneira retilínea em um processo de desajuste do AM. Um mecanismo incorreto 
de amamentação, alinhado com mamadas inabituais e com horários fixos, não utilizando o 
dinamismo da livre demanda, estabelecem condições propicias para instalação de complicações 
na lactação, obtendo como exemplo: lesões mamilares, diminuição na produção de LM, visto 
que conduzem a uma possível situação de inadequação na execução do esvaziamento mamário. 
Situações especiais e dificuldades na amamentação podem contribuir para que a mãe se sinta 
temerosa e desestimulada, desmamando seu filho mais precocemente 26. 
Circunstâncias especiais e adversidades na amamentação podem cooperar para que a 
mãe carregue um sentimento temeroso e se apresente má estimulada, gerando assim um 
desmame antecipado. Nesta conjuntura, é considerável que o enfermeiro tenha a aptidão, saber 
técnico, e comportamento humanizado e acolhedor para avaliar a praticabilidade da 
amamentação 26. 
No entanto, não é suficiente que a mulher esteja devidamente informada e prevenida da 
importância do AM e opte pelo ato de amamentar, ela necessita localizar-se adequadamente em 
um ambiente benéfico a lactação e obter apoio de um profissional da saúde. 
Levando em consideração que o princípio do aleitamento acontece, normalmente, em 
ambiente hospitalar, é obrigação dos profissionais da saúde promover às mães diretrizes e 
conhecimentos técnicos da prática do alactamento, além de promover o laço afetivo entre mãe-
filho 26. 
No âmbito dos problemas associados a lactação por questões de falta de orientação, é 
notório a prevalência do desmame prematuro estimulado pela insuficiência de conhecimento 
materno sobre a importância do aleitamento para mãe e para o recém-nascido devido a 
insipiência do valor que a amamentação possui; falta de compreensão sobre o próprio leite e 
acreditar que seu leite é escasso ou insuficiente para seu recém-nascido, supondo que seu leite 
não irá aumentar com o decorrer dos dias; desconhecer o processo da amamentação e acreditar 
não ter riscos para si própria ou para o bebê ao interromper o aleitamento 26-27. Devido a esfera 
do desconhecimento sobre a prática e importância do aleitamento podem vir a surgir problemas 
a mãe como: 
 
 
31 
 
5.3.1. Ingurgitamento mamário 
 
Ingurgitamento mamário é caracterizado por uma congestão da mama em que o leite 
fica preso nos alvéolos e gera uma retenção nas mamas, encaminhando a um processo de 
edemaciação e compressão, resultando na não saída do LM juntamente com episódios de dor, 
febre, desconforto e vermelhidão 1-28. O manejo indicado para ingurgitamento mamário é 1-28: 
a) Mamadas constantes utilizando do conceito da livre demanda; 
b) Ordenha; 
c) Utilização de fármacos devidamente indicados de acordo com prescrição à nutriz, como 
analgésicos e/ ou anti-inflamatório que irão auxiliar na diminuição do foco inflamatório 
e na edemaciação gerada pela congestão; 
d) Aplicação de suaves massagens nas mamas com foco nos quadrantes mais prejudicados 
pelo ingurgitamento; 
e) dar uma sustentação as mamas de modo contínuo e sem interrupções com uso de sutiãs; 
em casos tenha problemas na ordenha do bebê, realizar a mesma com bombas de sucção; 
f) Realizar aplicações de no máximo 20 minutos de compressas frias, pois ao passar de tal 
período tem como consequência um efeito contrário, ou seja ao invés de provocar o 
efeito desejado da vasoconstrição transitória devido a hipotermia que tem como 
consequência alivio de edemaciação e menor produção láctea, ele irá gerar um efeito de 
aumento de fluxo que causará dores e aumento da produção de leite; 
g) Propor educação sobre pega do seio, posição do aleitamento e ordenha manual. 
 
5.3.2. Mastite (com ou sem a presença de abcesso) 
 
Mastite é um processo inflamatório que pode vir ou não acarretar uma infecção 
bacteriana, que acometem as mamas e alterando sabor do LM. Essa evolução a um processo 
infeccioso bacteriano pode ocorrer devido a possíveis lesões fissurais na aréola que servem de 
entrada as bactérias como: Staphylococcus, e com menor frequência por Streptococcus ou 
Escherichia coli 1-28. O manejo indicado para mastite é 1-28: 
a) Mesmas orientações básicas do ingurgitamento mamário; 
b) Praticar livre demanda; 
c) Realização de limpeza correta na região mamilar e aplicação de curativos, caso 
necessário; 
d) Praticar ordenha para esvaziamento mamário e aplicação de compressas frias; 
32 
 
e) Em casos de evolução a infecção bacteriana iniciar a antibioticoterapia por 10 dias com 
cefalexina, amoxicilina + ác. Clavulânico, vancomicina ou eritromicina, a depender da 
cepa que causou a infecção. Pode ser associado com anti-inflamatórios não esteroidais; 
f) Utilizar sutiãs para manter seios firmes; 
g) Direcionar a mãe a prosseguir com a amamentação e, de acordo com as nuances da 
situação, cessar temporariamente a amamentação, retornando quando não obtiver 
presença de exsudação. 
h) Oferecer suporte emocional, estimular repouso e reforçar educação em saúde sobre pega 
do seio, posição do aleitamento e ordenha manual. 
 
5.3.3. Fissuras mamilares 
 
Fissuras mamilares são lesões do tecido mamilar causadas pela pressão negativa 
realizada pelo bebê durante a mamada, uma vez que a má pega e o mau posicionamento da 
criança caracterizam as causas mais frequentes 1-28. O manejo indicado para fissuras mamilares 
é 1-28: 
a) Educação em saúde sobre pega do seio, posição do aleitamento e ordenha manualpara 
evitar agravamento das fissuras ou surgimento de novas; 
b) Utilizar da livre demanda para evitar complicações como ingurgitamento e mastite que 
através da fissura podem gerar um quadrado bacteriano com ou sem abcessos; 
c) Umedecer aréola com LM antes e após o ato de alactamento para cicatrização; 
d) Iniciar mamada pelo seio menos afetado pelas fissuras; 
e) Ordenhar leite antes de iniciar a amamentação; 
f) Utilizar “conchas protetoras” que evitam atritos da(s) mama(s) lesionada(s) com o sutiã. 
g) Alternar posições de amamentação para não aumentar pressão no foco lesionado; 
h) Não utilizar cremes, álcool, óleos, esponjas nas mamas. 
 
5.3.4. Candidíase mamária 
 
Candidíase mamária acontece devido uma infecção fúngica na pele, mamilo e aréola 
devido a aumento de calor e excesso de umidade na área, condicionando em um ambiente 
propicio ao fungo Candida spp. E que pode vir a passar a infecção ao lactente devido ao contato 
da mama com a cavidade oral. Podendo apresentar coceiras, vermelhidão, descamação, dor e 
eventualmente locais esbranquiçados 1. O manejo indicado para candidíase mamaria é 1: 
33 
 
a) Tratamento simultâneo entre mãe-filho mesmo sem aparecimento de sintomas evidentes 
no lactente; 
b) Tratamento pode ser feito com nistatina, miconazol, clotrimazol ou violeta genciana em 
uso tópico, e se necessário for utilizar cetoconazol por um período de até 20 dias; 
c) Manter mamas secas, podendo deixá-las expostas a luz solar para secar de maneira 
natural; 
d) Evitar reinfecção por mamadeiras ou chupetas utilizando de técnicas de fervura por 20 
minutos uma vez ao dia. 
 
5.3.5. Medo de amamentar 
 
O medo de amamentar é desencadeado por questões psicológicas associada a 
insegurança, ocorre devido ao ceticismo da nutriz a respeito da sua capacidade em produzir o 
LM em uma porção apropriada a suprir as necessidades nutricionais do neonato 26-27. O manejo 
indicado para o medo de amamentar é 26-27: 
a) Foco na questão emocional da paciente, estimulando sua capacidade de amamentar; 
b) Explicação sobre pega, posicionamento e ordenhas; 
c) Explicar sobre os problemas que a não-amamentação causa pro mãe-filho em âmbito 
nutricional, social e psicológico. 
 
5.3.6. Demora na involução uterina 
 
No pós-parto, algumas puérperas podem ter dificuldade na involução uterina, o útero 
demora para voltar ao seu tamanho normal devido à baixa liberação de ocitocina, gerando fator 
de risco para hemorragias. O AM é peça chave para ajudar nisso, pois estimula a liberação de 
ocitocina. Além disso, a amamentação também ajuda no retorno do peso pré-gestacional 1. O 
manejo indicado para prevenção e ajuda na involução uterina e retorno do peso pré gestacional 
é 1: 
a) Estimular AM no período de ouro (até uma hora pós-parto) caso mãe e filho tenham 
todas as condições para o ato; 
b) Orientar livre demanda durante aleitamento para retorno do peso; 
c) Administrar ocitocina (conforme prescrição médica) caso o quadro persista; 
 
 
34 
 
5.3.7. Possíveis problemas com o lactente 
 
Para o recém-nascido a falta ou técnicas incorretas de aleitamento podem gerar 
consequências a curto e longo prazo, como 28: 
a) Desestímulo no contato entre mãe e filho, pois pela falta de contato afetivo entre os dois 
que a amamentação gera, prevalece o sentimento vago e vazio resultante da separação 
súbita que acontece no período do pós-parto, não consertando os sentimentos 
“traumáticos” como: o abandono, ataque, fome e agressão que o parto possivelmente 
possa ter lhe provocado. 
b) Alterações a longo prazo em sua personalidade durante a primeira infância, pois pendem 
a ser menos tranquilas e com mais dificuldades de socialização. 
c) A ablactação precoce remete a uma situação em que necessidade de sucção não é 
alcançada, gerando assim insatisfações emocionais, efetivando atitudes em que a 
criança/bebê busca métodos suplentes que geram prejuízo a saúde como uso de 
chupetas, sucção do polegar e de objetos. 
d) Constitui problemas na microbiota intestinal da flora do recém-nascido, em sua nutrição 
e em seus fatores de crescimento, pois sua única fonte é através do LM e colostro. 
e) Causa fatores de risco a anemias devido a baixe de ferro, e diminui proteção contra 
infecções como pneumonias, diarreias, otite e gripes. 
f) Eleva chances de desnutrição e desidratação. 
g) Ocasiona imaturidade hepática, gerando uma icterícia precoce, pois com a falta de leite 
e colostro, tem uma dificuldade na eliminação do mecônio. 
h) A longo prazo contém fatores de risco para diabetes na fase adulta, maiores chances de 
infecção parasitárias, xeroftalmia. 
i) Risco no monilíase. 
j) Maior risco de desenvolver problemas com de respiração incorreta e nos órgãos 
fonoarticulatórios, devido a uma má relação do aparelho estomatognático que só é 
desenvolvido no processo de sucção. 
k) Menor fator de proteção a mortalidade infantil, e menor resposta de aderência a vacinas. 
Problemas com o recém-nascido são tranquilamente resolvidos com as orientações 
feitas para a mãe, pois a partir do momento em que ocorre uma pega correta e bom 
posicionamento o bebê consegue suprir suas necessidades psicológicas, afetivas e nutricionais 
26. Após analisar as medidas a serem adotadas para a prevenção das adversidades da lactação, 
a enfermagem delineia atividades como26: 
35 
 
a) Orientar desde a admissão da puérpera até o pós-parto; 
b) Desde a gravidez ofertar palestras, orientações em conjunto com demonstrações práticas 
da metodologia da amamentação; 
c) Instruir sobre a disposição posicional correta do RN no seio materno durante o 
alactamento, sobre não utilizar, por conta própria, complementos alimentares 
explicando que o leite é suficiente para a nutrição do recém-nascido durante os seis 
primeiros meses, ressaltando o estímulo para que ela permaneça amamentando de modo 
exclusivo; 
d) Incentivar a não utilização de chupetas e mamadeiras para evitar confusão de bicos; 
e) Orientar sobre os inúmeros benefícios da amamentação a ela e ao RN, como: diminuir 
chances de obesidade infantil ao neonato devido a existência de uma associação entre 
amamentação ineficaz e sobrepeso infantil; 
f) Explicar sobre a pega correta do bebê, posicionamento e postura ao longo da 
amamentação e importância da ordenha. 
 
5.3.8. Importância do(a) enfermeiro(a) na promoção do aleitamento materno 
 
Conhecimento de questões adversas relacionadas à amamentação é de suma importância 
a enfermagem, pois as avaliações em parturientes realizadas pela anamnese, antecedentes em 
geral e exame físico possibilitam enxergar através da histórica clinica fatores de risco relevantes 
que podem se associar ao quadro gestacional atual, com o objetivo de determinar os cuidados 
indispensáveis para reduzir adversidades na saúde da mãe-filho 26. 
Diversos fatores em conjunto contribuem para a ablactação precoce, e o conhecimento 
inadequado das mães sobre a amamentação vem desempenhando um papel importante na 
diminuição no período da amamentação. O déficit de informações sobre a execução do ato do 
alactamento é uma das justificativas para esse desmame precoce pois muitas mães relatam 
questionamentos sobre a qualidade de seu leite e o choro do recém-nascido 26-27. 
A realização de uma introdução educativa se torna potencialmente um estímulo ao 
alactamento materno. Para tal fim, o enfermeiro precisa ter além de um domínio teórico e 
habilidade prática, mas necessita de humanização e sensibilização para encorpar os mesmos em 
sua execução prática. Em contrapartida, a incidência de complicações pode gerar problemas 
progressivamente mais perigosos, causando atribulações nos cuidados perinatais prestados com 
objetivo de uma assistência primária apropriada e efetiva. No Brasil, durante o puerpério, 
intercorrências nas mamas refletem em um importante e potencial fator para a ablactação 
36 
 
precoce, como por exemplo, a propensão hámastite que implica em mamadas com horários 
desreguladas, redução intempestiva da quantidade numérica de mamadas, em períodos mais 
estendidos que o normal no padrão de sono do recém-nascido, predispõe a utilização de 
mamadeiras e/ou chupetas, a dificuldade no esvaziamento das mamas, exuberante produção de 
LM, dificuldade no laço afetivo entre a mãe-filho devido a falta de contato, gerando assim, um 
desmame antecipado 26-27. 
Deste modo, é necessária uma adequada atuação na promoção, proteção e apoiamento 
a amamentação durante o pré-natal até o puerpério, ou seja, além de ter um satisfatório 
conhecimento da clínica e de aleitamento, é necessário a empatia, humanização, 
aconselhamento, e saber dar a devida atenção e orientações às mulheres e suas famílias sobre o 
período, o percurso e os possíveis obstáculos do alactamento, sempre focando na promoção de 
um bom AM e assim gerando prevenção dessas complicações 26. 
É de assaz importância que profissionais da enfermagem compreendam a relevância de 
um bom relacionamento e comunicação nesse processo perinatal para um bom andamento do 
trabalho em saúde, sempre analisando de forma individual cada situação sobre a amamentação 
relacionamento com fatores externos que vão além da história clínica, como cultura, sociedade 
em que mãe-filho estão inseridos, demografia, experiências, crenças, vivência social e familiar 
da gestante, entre outros, promovendo de modo individual e adequado uma promoção em saúde 
à nutriz, garantindo um cuidado que vá além de metodologias técnicas, mas que expanda 
assistência com um olhar aos fatores socioculturais que influenciam a amamentação. A equipe 
multidisciplinar, principalmente a de enfermagem, tem como compromisso apoiar esse período 
perinatal da mulher de forma positiva, que vão influenciar esse primórdio da amamentação 26. 
Esse papel que é cada vez mais enfatizado com o Programa Nacional de Incentivo ao 
AM, que iniciou para atentar a responsabilidade da equipe na promoção, incentivo e apoio da 
prática do aleitamento a nutriz, devendo prestar ações de promoção e educação, podendo ser 
utilizado de ferramentas como equipes de saúde da família, que contribuem ainda mais na 
promoção e a sanar dúvidas das nutrizes 26. 
 
 
 
 
 
 
37 
 
6. CONCLUSÕES 
 
Ao final deste trabalho, através da pesquisa realizada, concluímos que o aleitamento 
materno é importantíssimo e benéfico não só para a criança em seu desenvolvimento físico e 
psicológico, mas também para a mãe em sua recuperação pós-parto e prevenção de diversas 
doenças, além de fortalecer o vínculo afetivo entre o binômio mãe e filho. 
O sucesso ou fracasso do AM depende de muitos fatores, sendo os principais as 
condições de saúde materna, do recém nascido e atuação dos profissionais da saúde no 
incentivo, promoção e apoio ao aleitamento. Além desses fatores, deve-se considerar os 
aspectos sociais, educacionais, acesso à saúde e familiares que são decisivos na continuação da 
amamentação. 
Para a efetividade e durabilidade desse ato, entra a importância do profissional de 
Enfermagem, com seu conhecimento técnico e científico, prestando assistência de qualidade 
para auxiliar e apoiar a mãe nos diferentes momentos do AM, seja no preparo psicológico e 
conhecimentos durante o pré-natal, ajuda nos primeiros momentos de vida com o bebê e 
consequentemente início da amamentação; estar em todo o processo sanando as dúvidas durante 
o pré-natal, pré e pós-parto. Deste modo, fica evidente que a equipe de Enfermagem é muitas 
vezes a mais próximos da lactante, portando, têm uma grande responsabilidade nas mãos de 
prestar um atendimento humanizado e efetivo. 
Além da presença do enfermeiro(a), é importante que a família esteja ativamente neste 
processo, dessa forma quando houver a abordagem da Enfermagem em todo período gravídico-
puerperal, todos devem estar envolvidos prestando apoio, confiança a esta mãe que além de 
viver o momento mais importante e intenso de sua vida, se encontra repleta de dúvidas e 
anseios. 
Por fim, a qualificação dos profissionais de enfermagem deve ser uma prioridade no 
âmbito das políticas públicas de saúde, visto que será em grande parte, por meio deles que se 
fortalecerá o árduo caminho para a construção da devida valorização do aleitamento materno. 
 
 
 
 
 
 
38 
 
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