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Nova síntese SP 1 3

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Nova síntese SP 1.3
Márcia, 21 anos, é mãe de um casal de filhos e está preocupada com o mais velho, Romeu, atualmente com 3 anos de idade. Nascido quando Márcia tinha 18 anos, foi criado na casa da mãe de Márcia, sem a companhia do pai da criança, pois se separaram logo após a notícia da gravidez. Romeu nasceu com 3,2 kg, com 38 semanas de gestação, segundo informação da mãe (DUM). Márcia lembra que, ao sair de alta com Romeu da maternidade, ganhou uma Caderneta de Saúde da Criança que nunca teve oportunidade de usar, nela havia a informação da idade gestacional:. Achava que “seu leite era fraco” porque tinha uma cor estranha e não tinha muita paciência para amamentar, trocando rapidamente de uma mama para outra.
Romeu foi amamentado desta forma até os dois meses, quando Márcia precisou voltar a trabalhar como diarista. Deixava-o, então, com a avó, que cuidava também de outros três netos. Eram oferecidas a ele, mamadeiras de leite de vaca com engrossante (amido de milho). Com 4 meses, Romeu aceitava bem o leite em caixinha e passou a tomar sopinhas feitas em casa. Por acharem que ele estava ganhando peso normalmente, Márcia e sua mãe não o levaram às consultas agendadas pela ACS com o médico na Unidade Básica de Saúde (UBS) durante todo o primeiro ano de vida de Romeu. Levaram ele apenas nas campanhas de vacina. Romeu era irritadiço, acordava muito durante a noite e passava o dia dormindo. Seis meses após o primeiro aniversário de Romeu, notando que a criança estava se tornando apática, que ainda não falava nem andava e tinha “resfriados” frequentes, mãe e avó levaram o menino para atendimento na UBS de sua região.
Na UBS, após a consulta e a realização de exames, Márcia foi informada de que seu filho estava desnutrido, com estatura e peso abaixo do esperado (curva pôndero-estatural com -2 escore Z). Foi efetuado o registro no SISVAN, sendo a mãe orientada quanto a uma alimentação balanceada, com suplementação vitamínica, a como estimular a criança com brincadeiras, além de fazer retornos periódicos para acompanhamento da criança. A ESF (Equipe de Saúde da Família) montou um PTS (Plano Terapêutico Singular) para o caso, e programou visitas da equipe de referência e com apoio matricial para acompanhamento do atendimento de Romeu. Márcia achou muito bom o atendimento, mas comentou que não seria fácil conciliar o tratamento com a vida difícil que levava, ainda mais agora que Sheila, sua segunda filha, com 8 meses de idade, estava engatinhando pela casa e queimou a mão no ferro de passar que a avó tinha deixado no chão.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1. Compreender qual a função do caderno de saúde da criança; ok 
2. Entender como é feito o planejamento adequado da alimentação na primeira infância, os prejuízos da inadequação e as possíveis carências alimentares decorrentes; ok 
3. Compreender como é utilizado o método Capurro e se existe outros métodos; OK 
4. Entender quais são os tipos de leite(composição), a importância do aleitamento materno exclusivo e as orientações fornecidas quanto ao aleitamento; ok 
5. Compreender a importância do acompanhamento profissional nas consultas de puericultura e das orientações repassadas à mãe;
6. Analisar qual o impacto da falta de assistência pós-natal, condições socioeconômicas e ambientais no desenvolvimento da criança;
7. Diferenciar crescimento e desenvolvimento infantil e elencar as características esperadas para cada um desses na primeira infância; ok 
8. Compreender o que é a curva pôndero- estatural, para que serve e como é feita a medição e parâmetros de normalidade;
9. Depreender como se dá o estímulo do desenvolvimento neuropsicomotor durante a primeira infância; ok
10.Entender o que é desnutrição, suas consequências, tipos e diagnóstico; ok
 11. Analisar qual a importância e atribuições do SISVAN; ok
1) Compreender qual a função do caderno de saúde da criança
Obs: o nome mudou de CADERNETA DE SAUDE DA CRIANÇA para CADERNETA DA CRIANÇA. Versão 2020
O acesso da criança e de sua família à saúde, à educação e à assistência social é um DIREITO garantido pela Constituição
A Caderneta da Criança: Passaporte da Cidadania é um documento importante e único no qual devem ser registradas todas as informações sobre o atendimento à criança nos serviços de saúde, de educação e de assistência social para que a partir desses registros possa ter o acompanhamento da criança desde o momento do seu nascimento até os 9 anos de idade. Ao registrarem as informações na Caderneta da Criança, os profissionais compartilham esses dados com a família e facilitam a integração das ações sociais
Esta Caderneta traz orientações sobre os cuidados com a criança para que ela cresça e se desenvolva de forma saudável. Traz também informações sobre os direitos e deveres das crianças e dos pais, aleitamento materno, alimentação complementar saudável, vacinas, saúde bucal, marcos do desenvolvimento, cuidados com o uso dos eletrônicos e o consumo, e informa sobre o acesso aos equipamentos e programas sociais e de educação.
Obs: Para cuidar da criança, educar e promover sua saúde e seu desenvolvimento integral, é importante a parceria entre os pais, a comunidade e os profissionais de saúde, de educação e de assistência social. Para ter um desenvolvimento integral. 
De início, para iniciar os atendimentos dos inúmeros serviços de saúde, de assistência social e aos de educação , é necessário realizar um cadastro, pelo preenchimento das informações indicadas a seguir: 
· Informações sobre a assistência social: 
Existem várias ações de Assistência Social que podem apoiar as famílias nos cuidados, proteção e orientação às suas crianças. Procure o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) mais perto de sua residência para obter informações e/ou verificar como pode ser incluída em alguma ação, tais como:
■ Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculo (grupos de convivência para várias faixas etárias);
 ■ Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF), com atendimento e acompanhamento por Assistentes Sociais e Psicólogos; 
■ Cadastramento ou atualização do seu cadastro no Cadastro Único (CadÚnico) para os Programas Sociais; 
■ Programa Bolsa Família;
 ■ Benefício de Prestação Continuada (BPC), se tiver algum membro da família com deficiência ou pessoa idosa;
 ■ Benefício eventual – auxílio nas situações de emergência e calamidade pública, nascimento ou morte de algum membro da família 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_crianca_menina_2ed.pdf 
A Caderneta da Criança - Passaporte da Cidadania (2ª edição), versão menino e menina, é fruto de um convênio de cooperação do Ministério da Saúde (MS), através da Coordenação de Saúde da Criança e Aleitamento Materno (COCAM) e do Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas (DAPES) da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS), com o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz).
O MS e o IFF/Fiocruz esclarecem que no documento “devem ficar registradas todas as informações sobre o atendimento à criança nos serviços de saúde, de educação e de assistência social para o acompanhamento desde o momento do nascimento até os 9 anos de idade. Ao registrarem as informações na Caderneta da Criança, os profissionais compartilham esses dados com a família e facilitam a integração das ações sociais”. O documento reforça também a importância da parceria entre os pais, a comunidade e os profissionais de saúde, de educação e de assistência social para cuidar da criança, educar e promover sua saúde e seu desenvolvimento integral.
Financiado pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS/MS), o projeto da nova versão da Caderneta foi coordenado pela pesquisadora do IFF/Fiocruz Maria Virgínia Marques Peixoto. “A equipe do projeto ouviu cerca de quatro mil mães e vários trabalhadores da Estratégia de Saúde da Família para compreender como entendiam a função e os objetivos da Caderneta em relação ao desenvolvimento infantil. Então, a revisão e elaboração passou por etapascomo consulta pública, comitês de validação, seminários para a discussão de resultados e estratégias de utilização”, conta Virgínia, que descreve a experiência como ímpar dentro da Atenção Primária e da rede do Sistema Único de Saúde (SUS).
Sobre a reformulação da Caderneta, Virgínia ressalta a transformação do conteúdo, incluindo novos temas como o cuidado com o bebê prematuro, uso de eletrônicos e consumo, e da abordagem gráfica, que conta com a designer do IFF/Fiocruz Fernanda Canalonga Calçada na equipe de diagramação, para favorecer e estimular a parceria de mães e cuidadores na promoção da saúde e acompanhamento do desenvolvimento infantil. “Buscamos fazer um projeto gráfico com textos e ilustrações que favorecessem esse protagonismo da caderneta como um instrumento que pertence à família e aos cuidadores. Assim, diminuímos as características prescritivas do texto anterior, aumentando o diálogo e empoderando família e cuidadores”, disse ela, que também comenta sobre a ampliação no preenchimento da Caderneta. 
“As pesquisas que correram ao longo da elaboração da nova edição permitiram reorientar seu preenchimento, anteriormente restrito aos pediatras ou enfermeiras que fazem as consultas de Crescimento e Desenvolvimento na Estratégia de Saúde da Família. Ampliou-se a compreensão, entendendo que a caderneta deve ser utilizada principalmente pelos trabalhadores de saúde que mais convivem com a família, como os agentes de saúde, que fazem a visita domiciliar, e por técnicos e auxiliares de enfermagem, responsáveis pela vacinação”.
Para a coordenadora de Ações Nacionais e de Cooperação do IFF/Fiocruz, Maria Gomes, a Caderneta da Criança é um instrumento central para a atenção integral à saúde infantil. “Ela possibilita que as ações de promoção e proteção do crescimento e desenvolvimento, assim como as demais ações previstas nos eixos da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC), sejam implementadas, fortalecidas e potencializadas. Por meio da Caderneta, informações fundamentais para a qualidade e segurança do cuidado estão disponíveis para a família e para as equipes de saúde. Sem a Caderneta disponível, preenchida e efetivamente utilizada, não há garantia da continuidade do cuidado entre diferentes pontos de atenção, estratégia fundamental para a melhoria dos indicadores de saúde infantil”, alega ela.
Maria Gomes também destaca a atuação do Instituto na construção do documento. “O IFF/Fiocruz, por meio de suas ações nacionais de apoio à Coordenação de Saúde da Criança e Aleitamento Materno - COCAM/DAPES/SAPS e das ações de pesquisa e educação tem papel estratégico nos esforços para atualização da Caderneta, bem como nas ações de implementação e avaliação dessa ferramenta fundamental para que as crianças tenham garantido seu direito à saúde e ao pleno desenvolvimento em nosso país”, afirma ela.
https://portal.fiocruz.br/noticia/caderneta-da-crianca-tem-nova-versao 
2) Entender como é feito o planejamento de uma alimentação adequada (saudável) na primeira infância, os prejuízos da inadequação e as possíveis carências alimentares decorrentes;
 
· Primeira Infância é o período da vida que vai da gestação até os seis anos de idade. Esse conceito está registrado no Marco Legal da Primeira Infância, lei de 2016 que garante os direitos relacionados a essa etapa da vida.
Idade de introdução e frequência: A definição do período adequado para iniciar a introdução dos alimentos deve levar em consideração a maturidade fisiológica e neuromuscular da criança e as necessidades nutricionais. 
Até os quatro meses de idade, a criança ainda não atingiu o desenvolvimento fisiológico necessário para que possa receber alimentos sólidos. Apesar de o reflexo de protrusão (que faz com que o bebê jogue para fora tudo que é colocado em sua boca) estar desaparecendo, a criança ainda não senta sem apoio e não obtém o controle neuromuscular da cabeça e do pescoço para mostrar desinteresse ou saciedade, afastando a cabeça ou jogando-a para trás. Portanto, em função dessas limitações funcionais, nessa fase ela está preparada para receber basicamente refeição líquida, preferencialmente o leite materno. Por volta dos quatro a seis meses de vida a aceitação e tolerância da alimentação pastosa melhoram sensivelmente não só em função do desaparecimento do reflexo de protrusão da língua, como também pela maturação das funções gastrointestinal e renal e também do desenvolvimento neuromuscular.
Na idade de 6 a 12 meses o leite materno pode contribuir com aproximadamente metade da energia requerida nessa faixa etária e 1/3 da energia necessária no período de 12 a 24 meses. Assim, o leite materno continua sendo uma importante fonte de nutrientes após os 6 meses de idade, além dos fatores de proteção que fazem parte da sua composição. O leite materno é uma importante fonte de energia e nutrientes para crianças doentes e reduz o risco de mortalidade em crianças mal nutridas.
· Após os seis meses, a criança amamentada deve receber três refeições ao dia (duas papas de fruta e uma papa salgada/comida de panela). Após completar sete meses de vida, respeitando-se a evolução da criança, a segunda papa salgada/comida de panela pode ser introduzida (arroz, feijão, carne, legumes e verduras). Receitas de papas podem ser encontradas no anexo A. Entre os seis aos 12 meses de vida, a criança necessita se adaptar aos novos alimentos, cujos sabores, texturas e consistências são muito diferentes do leite materno. Com 12 meses a criança já deve receber, no mínimo, cinco refeições ao dia.
No quadro a seguir, apresenta-se uma proposta de esquema alimentar para crianças menores de dois anos de idade. Esse esquema não é rígido, é apenas um guia para a orientação das mães quanto à época e frequência de introdução da alimentação complementar.
Consistência e composição:
No início os alimentos devem ser amassados com o garfo, nunca liquidificados ou peneirados. Os alimentos devem apresentar consistência de papas ou purês, pois apresentam maior densidade energética. 
· A consistência dos alimentos deve respeitar o desenvolvimento das crianças. 
Aos 6 meses de vida as crianças precisam receber alimentos bem amassados. Assim que possível, Os alimentos devem ser cozidos em pouca água e amassados com o garfo, nunca liquidificados ou peneirados. Aos 8 meses as crianças aceitam alimentos picados ou em pedaços pequenos. Aos 12 meses a maioria das crianças já está apta a comer alimentos na consistência de adultos, desde que saudável.
A primeiro papa salgada deve ser oferecida após a criança completar seis meses de vida. Tal refeição deve conter alimentos de todos os grupos: cereais ou tubérculos, leguminosas, carnes e hortaliças (verduras e legumes). Carnes e ovos cozidos devem fazer parte das refeições desde os seis meses de idade. O óleo vegetal deve ser usado em pequena quantidade
As frutas devem ser oferecidas após os seis meses de idade, amassadas ou raspadas, sempre às colheradas. E após o aparecimento da dentição, em pedaços pequenos ou inteira, conforme a idade e o desenvolvimento da criança.
A garantia do suprimento adequado de nutrientes para o crescimento e desenvolvimento da criança após os seis meses de vida depende da disponibilidade de nutrientes proveniente do leite materno e da alimentação complementar. Ao orientar o planejamento da alimentação da criança, deve-se procurar respeitar os hábitos alimentares e as características socioeconômicas e culturais da família, bem como priorizar a oferta de alimentos regionais, levando em consideração a disponibilidade local de alimentos.
A espécie humana necessita de dieta variada para garantir a nutrição adequada, pois os nutrientes estão distribuídos em quantidades diferentes nos alimentos. Estes são classificados em grupos, de acordo com o nutriente que se apresenta em maior quantidade. Os que pertencem ao mesmo grupo podem ser fontes de diferentes nutrientes. Por exemplo, grupo das frutas: o mamão é fonte de vitamina A e o caju é fonte de vitamina C. Então, além de consumir alimentosde todos os grupos, é importante a variedade de cada grupo (BRASIL, 2010a).
Doze Passos para uma Alimentação Adequada e Saudável - Crianças menores de 2 anos 
PASSO 1. Amamentar até os 2 anos ou mais, oferecendo somente leite materno até os 6 meses. 
PASSO 2. Oferecer alimentos in natura ou minimamente processados, além do leite materno a partir dos 6 meses.
 PASSO 3. Oferecer água própria para o consumo em vez de sucos, refrigerantes e outras bebidas açucaradas. 
PASSO 4. Oferecer a comida amassada quando a criança começar a comer outros alimentos além do leite materno. 
PASSO 5. Não oferecer açúcar nem preparações ou produtos que contenham açúcar à criança de até 2 anos de idade. 
PASSO 6. Não oferecer alimentos ultraprocessados. 
PASSO 7. Cozinhar a mesma comida para a criança e para a família. 
PASSO 8. Zelar para que a hora da alimentação da criança seja um momento de experiências positivas, aprendizado e afeto junto da família. 
PASSO 9. Prestar atenção aos sinais de fome e de saciedade da criança e conversar com ela durante a refeição. 
PASSO 10. Cuidar da higiene em todas as etapas da alimentação da criança e da família.
 PASSO 11. Oferecer alimentação adequada e saudável também fora de casa. 
PASSO 12. Proteger a criança da publicidade dos alimentos
Alimentos não recomendados: 
A criança aprende a gostar de alimentos que lhe são oferecidos com frequência e passam a gostar da maneira com que eles foram introduzidos inicialmente. É desejável que ela ingira alimentos com baixos teores de açúcar, gorduras e sal, de modo que esse hábito se mantenha na sua fase adulta. As versões doces ou mais condimentadas dos alimentos fazem com que as crianças não se interessem por consumir frutas, verduras e legumes na sua forma natural. 
Açúcar, enlatados, refrigerantes, balas, salgadinhos, biscoitos recheados e outros alimentos com grandes quantidades de açúcar, gordura e corantes devem ser evitados especialmente nos primeiros anos de vida. Já foi demonstrado que o consumo desses tipos de alimentos está associado ao excesso de peso e à obesidade ainda na infância, condições que podem perdurar até a idade adulta, além de provocarem dislipidemias e alteração da pressão arterial. São também causa de anemia e alergias. As crianças já nascem com preferência ao sabor doce; portanto, oferecer alimentos adicionados de açúcar ou alimentos com grandes quantidades de energia faz com que a criança se desinteresse pelos cereais, verduras e legumes, alimentos que são fontes de nutrientes importantes.
Os sucos artificiais não devem ser oferecidos pelo fato de não oferecerem nada além de açúcar, essências e corantes artificiais, que são extremamente prejudiciais à saúde e podem causar alergias.
· Alimentação para crianças não amamentadas:
existem situações clínicas excepcionais em que a amamentação não é indicada ou situações em que foram esgotadas todas as possibilidades de reverter um desmame precoce. Nesses casos, faz-se necessária a utilização de substitutos do leite materno e o profissional de saúde deve estar apto a apoiar essas famílias de forma individualizada, buscando minimizar os riscos por meio de avaliação de cada caso. Como alternativa ao leite materno, deve-se buscar uma alimentação láctea adequada à situação clínica, social e cultural da família.
Observações: O Leite humano processado e distribuído pelos Bancos de Leite Humanos apesar de ser a melhor opção de alimentação para crianças menores de 6 meses é, prioritariamente, destinado a crianças de risco internadas em Unidades de Terapia Intensiva. Mães HIV positivo podem receber fórmulas infantis para a alimentação de seus filhos.
· Leite de vaca: O leite de vaca é muito diferente do leite humano em quantidade e qualidade de nutrientes. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, o leite de vaca não é um alimento recomendado para crianças menores de um ano. O leite de vaca apresenta elevada quantidade de proteínas, inadequada relação entre a caseína e as proteínas do soro, elevados teores de sódio, de cloretos, de potássio e de fósforo e quantidades insuficientes de carboidratos, de ácidos graxos essenciais, de vitaminas e de minerais para essa faixa etária (CASTILHO, 2010). Além de não ser nutricionalmente adequado, o leite de vaca é um alimento muito alergênico para crianças e seu consumo tem sido associado ao desenvolvimento de atopia (GREER et al., 2008)
Na impossibilidade do aleitamento materno, o leite de vaca não é recomendado para crianças pequenas e a fórmula infantil está economicamente distante da realidade econômica da maioria das famílias brasileiras. Assim, é de suma importância o fomento às políticas públicas de promoção, proteção e apoio ao Aleitamento Materno em todas as regiões brasileiras para reversão do cenário observado.
Apesar do leite de vaca, fluído ou em pó, não ser a melhor opção de alimentação para crianças menores de 12 meses, esse alimento é o único alimento disponível em função do baixo custo, quando comparado às formulas infantis disponíveis no mercado. Assim, é importante que os profissionais de saúde saibam orientar as mães, famílias e cuidadores quanto à utilização mais adequada e segura, quando esgotadas todas as possibilidade de relactação para manutenção do aleitamento materno e impossibilidade financeira para aquisição de fórmula.
Diluição do leite de vaca integral para crianças menores de quatro meses: Os profissionais de saúde devem orientar as mãe e cuidadores quanto aos procedimentos de diluição do leite de vaca adequado para a idade, a correção da deficiência de ácido linoléico (com óleo nos primeiros quatro meses) e a suplementação com vitamina C e ferro. O leite deve ser diluído em 2/3 ou 10%, até os quatro meses de idade da criança, devido ao excesso de proteína e eletrólitos que fazem sobrecarga renal. Com a diluição, há diminuição de energia e ácido linoléico, sendo necessário o acréscimo de 3% de óleo (1 colher de chá de óleo = 27 calorias) para melhorar sua densidade energética. Desta forma, não há necessidade de adição de açúcares e farinhas, alimentos não recomendados para crianças menores de dois anos.
Se a criança não estiver sendo alimentada com leite materno e nem fórmula infantil, a partir dos quatro meses de vida deve-se iniciar a introdução de outros alimentos para suprir suas necessidades nutricionais. A partir dessa idade, a criança deverá receber duas de papas salgadas (almoço e jantar) e duas frutas, além do leite sem adição de açúcar. A composição das papas, forma de introdução e consistência devem seguir as mesmas orientações contidas no Guia alimentar para crianças menores de dois anos.
Prevenindo as Carências Nutricionais 
A falta de ferro pode provocar cansaço, fraqueza e falta de apetite. Com isso, as crianças ficam sem ânimo para brincar e aprender. Para evitar a anemia, todas as crianças de 6 a 24 meses devem receber, além da alimentação rica em ferro, fontes extras de ferro de forma preventiva (por meio do suplemento de ferro ou de fortificação).
 A deficiência de vitamina A pode provocar problemas graves nos olhos da criança e levá-la à cegueira. Além de proteger a visão, a vitamina A diminui o risco de diarreia, de infecções respiratórias e ajuda no crescimento e desenvolvimento da criança. As crianças de 6 meses a 5 anos que residem em área de risco para a deficiência de vitamina A devem ser suplementadas. Verifique na sua Unidade Básica de Saúde (UBS) se o seu município faz parte do Programa Nacional de Suplementação de vitamina A. 
Saúde da criança : aleitamento materno e alimentação complementar
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_crianca_menina_2ed.pdf 
importante, suplementação de ferro: O Brasil também apresenta políticas para a suplementação do ferro desde 2005 (Programa Nacional de Suplementação de Ferro - PNSF), atingindo crianças de seis a 24 meses de idade, gestantes e lactantes até o terceiro mês pós-parto com suplementação profilática com sulfato ferroso via oral. 
· Segundo o programa, crianças entre seis e 24 meses devem ser suplementadascom sulfato ferroso na dosagem de 1mg/kg peso/dia. 
· A recomendação vigente da Sociedade Brasileira de Pediatria orienta a suplementação profilática com dose de 1mg de ferro elementar/kg ao dia dos três aos 24 meses de idade, independentemente do regime de aleitamento. 
· Para lactentes nascidos pré-termo ou com baixo peso (menor de 1500g), a recomendação é de suplementação com 2mg/kg/dia a partir do 30º dia até os 12 meses. 
· Já para os prematuros com baixo peso (entre 1000g e 1500g) a recomendação de suplementação é de 3mg/kg/dia até os 12 meses; 
· para recém-nascidos com menos de 1000g, de 4mg/kg/dia. 
· Após o 1º ano de vida, a suplementação em todos os casos reduz-se para a dose de 1mg/kg/dia por mais 12 meses2,32. A dose de suplementação profilática com ferro elementar recomendada é diferenciada (30mg/ dia) para crianças entre 2 e 12 anos residentes em regiões com prevalência de anemia ferropriva superior a 40%2.
Dica do professor: a suplementação com ferro deve ser iniciada aos 3 meses de idade e mantida pelo menos até o segundo ano de vida, independentemente do regime de aleitamento. A suplementação profilática adotadas é a seguinte: 
Recém-nascidos a termo, de peso adequado para a idade gestacional em aleitamento materno exclusivo ou não: 1 mg de ferro elementar/kg peso/dia a partir do 3º mês até 24º mês de vida;
 Recém-nascidos a termo, de peso adequado para a idade gestacional em uso de menos de 500mL de fórmula infantil por dia: 1 mg de ferro elementar/kg peso/dia a partir do 3º mês até 24º mês de vida; 
Recém-nascidos a termo com peso inferior a 2500g: 2 mg/kg de peso/dia, a partir de 30 dias durante um ano. Após este período, 1mg/kg/dia mais um ano; 
Recém-nascidos pré-termo com peso entre 2500 e 1500g: 2 mg/kg de peso/dia, a partir de 30 dias durante um ano. Após este prazo, 1mg/kg/dia mais um ano;
Recém-nascidos pré-termo com peso entre 1500 e 1000g: 3 mg/kg de peso/dia, a partir de 30 dias durante um ano. Após este período, 1mg/kg/dia mais um ano; 
Recém-nascidos pré-termo com peso inferior a 1000g: 4 mg/kg de peso/dia, a partir de 30 dias durante um ano. Após este período, 1mg/kg/dia mais um ano. 
https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/21019f-Diretrizes_Consenso_sobre_anemia_ferropriva-ok.pdf 
4) Entender quais são os tipos de leite(composição), a importância do aleitamento materno exclusivo e as orientações fornecidas quanto ao aleitamento;
É muito importante conhecer e utilizar as definições de aleitamento materno adotadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e reconhecidas no mundo inteiro (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2007). Assim, o aleitamento materno costuma ser classificado em: 
• Aleitamento materno exclusivo – quando a criança recebe somente leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou xaropes contendo vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos minerais ou medicamentos. 
• Aleitamento materno predominante – quando a criança recebe, além do leite materno, água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões), sucos de frutas e fluidos rituais1.
• Aleitamento materno – quando a criança recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado), independentemente de receber ou não outros alimentos. 
• Aleitamento materno complementado – quando a criança recebe, além do leite materno, qualquer alimento sólido ou semissólido com a finalidade de complementá-lo, e não de substituí-lo.
 • Aleitamento materno misto ou parcial – quando a criança recebe leite materno e outros tipos de leite.
· Composição do leite materno:
Apesar de a alimentação variar enormemente entre as pessoas, o leite materno, surpreendentemente, apresenta composição semelhante para todas as mulheres que amamentam do mundo. Apenas as com desnutrição grave podem ter o seu leite afetado na sua qualidade e quantidade. 
Nos primeiros dias, o leite materno é chamado colostro, que contém mais proteínas e menos gorduras do que o leite maduro, ou seja, o leite secretado a partir do sétimo ao décimo dia pós-parto. 
O leite de mães de recém-nascidos prematuros é diferente do de mães de bebês a termo. A principal proteína do leite materno é a lactoalbumina e a do leite de vaca é a caseína, de difícil digestão para a espécie humana.
Importante: dá para relacior com o caso, pois a mãe de romeu não tinha muita paciência para amamentar, trocando rapidamente de uma mama para outra.
 A concentração de gordura no leite aumenta no decorrer de uma mamada. Assim, o leite do final da mamada (chamado leite posterior) é mais rico em energia (calorias) e sacia melhor a criança, daí a importância de a criança esvaziar bem a mama.
O leite humano possui numerosos fatores imunológicos que protegem a criança contra infecções. A IgA secretória é o principal anticorpo, atuando contra microrganismos presentes nas superfícies mucosas.
 Os anticorpos IgA no leite humano são um reflexo dos antígenos entéricos e respiratórios da mãe, ou seja, ela produz anticorpos contra agentes infecciosos com os quais já teve contato, proporcionando, dessa maneira, proteção à criança contra os germens prevalentes no meio em que a mãe vive. 
A concentração de IgA no leite materno diminui ao longo do primeiro mês, permanecendo relativamente constante a partir de então. Além da IgA, o leite materno contém outros fatores de proteção, tais como anticorpos IgM e IgG, macrófagos, neutrófilos, linfócitos B e T, lactoferrina, lisosima e fator bífido. Esse favorece o crescimento do Lactobacilus bifidus, uma bactéria não patogênica que acidifica as fezes, dificultando a instalação de bactérias que causam diarreia, tais como Shigella, Salmonella e Escherichia coli.
Obs: Alguns dos fatores de proteção do leite materno são total ou parcialmente destruídos pelo calor, razão pela qual o leite humano pasteurizado (submetido a uma temperatura de 62,5o C por 30 minutos) não tem o mesmo valor biológico que o leite cru.
 
· Benefícios do aleitamento materno:
A criança que é alimentada somente com leite materno até os 6 meses de vida apresenta menor morbidade. Além disso, maiores são os efeitos benéficos à sua saúde. Existem evidências de que não há vantagens em se iniciar os alimentos complementares antes dos 6 meses (salvo em alguns casos individuais), o que pode, inclusive, trazer prejuízos à saúde da criança.
Benefícios para o bebê: 
• Diminuição de morbidade, especificamente relacionada a infecções como: meningite bacteriana, bacteremia, diarreia, infecção no trato respiratório, enterocolite necrosante, otite média, infecção do trato urinário e sepse de início tardio em recém-nascidos pré-termo.
• Redução de hospitalizações: o aleitamento materno reduz o risco de hospitalização por vírus sincicial respiratório (VSR). O já referido estudo realizado em Pelotas (RS) mostrou risco sete vezes maior de hospitalização por bronquiolite de crianças amamentadas por menos de um mês. O estudo também salienta que as crianças não amamentadas nos primeiros 3 meses de vida tiveram chance 61 vezes maior de hospitalização por pneumonia do que as crianças amamentadas exclusivamente.
• Redução de alergias:
° O aleitamento materno exclusivo reduz o risco de asma e de sibilos recorrentes; 
° O aleitamento materno protege contra o desenvolvimento de dermatite atópica;
 ° A exposição a pequenas doses de leite de vaca durante os primeiros dias de vida parece
• Redução da obesidade.
• Diminuição do risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes 
• Melhor nutrição]. 
• Efeito positivo no desenvolvimento intelectual. 
• Melhor desenvolvimento da cavidade bucal.
Benefícios para a mãe: 
• Involução uterina mais rápida e redução na hemorragia uterina pós-parto, devido à liberação de ocitocina.
• Perda mais rápida do peso acumulado na gestação 
• Auxílio no aumento do intervalo entre as gestações. 
• Maior interação mãe-bebê 
• Benefício relativo aos aspectos econômicos, uma vez que o leite materno não tem custos 
 • Praticidade, pois o leite materno está sempre pronto para ser consumido.
 •Diminuição do risco de câncer de mama e ovário 
· Orientações oferecidas do aleitamento:
A frequência e a duração ilimitada (livre demanda) das mamadas devem ser incentivadas. A mãe deve ser orientada sobre os sinais que indicam que o bebê está pronto para mamar (movimento dos olhos, da cabeça, sinais de procura com a língua para fora, agitação dos braços, mãos na boca, etc.), não sendo necessário esperar o choro do bebê.
Os profissionais devem conversar sobre a experiência de amamentar e identificar as dificuldades da amamentação. A depressão materna pós-parto é fator de risco para desmame precoce, o que reforça a importância de que o profissional de saúde esteja atento para os sinais de depressão puerperal.
Técnica de amamentação: A técnica de amamentação está adequada quando: 
• A cabeça do bebê está no mesmo nível da mama da mãe e o queixo está tocando-a. 
• A boca está bem aberta. 
• O lábio inferior está virado para fora. 
• As bochechas estão arredondadas (não encovadas) ou achatadas contra a mama.
 • Vê-se pouco a aréola durante a mamada (mais a porção superior da aréola do que a inferior).
 • A mama parece arredondada, não repuxada. 
• As sucções são lentas e profundas: o bebê suga, dá uma pausa e suga novamente (sucção, deglutição e respiração).
 • A mãe pode ouvir o bebê deglutindo. 
• O corpo do bebê está totalmente voltado para o corpo da mãe (posição de barriga com barriga) e um dos braços está ao redor do corpo da mãe.
 • A cabeça e o corpo do bebê estão alinhados.
 • A mãe está sentada de forma confortável e relaxada.
Aspecto do leite : Muitas mulheres se preocupam com o aspecto de seu leite. Acham que, por ser transparente em algumas ocasiões, o leite é fraco e não sustenta a criança. Por isso, é importante que as mulheres saibam que a cor do leite varia ao longo de uma mamada e também com a dieta da mãe. 
O leite do início da mamada, o chamado leite anterior, pelo seu alto teor de água, tem aspecto semelhante ao da água de coco. Porém, ele é muito rico em anticorpos. Já o leite do meio da mamada tende a ter uma coloração branca opaca devido ao aumento da concentração de caseína. E o leite do final da mamada, o chamado leite posterior, é mais amarelado devido à presença de betacaroteno, pigmento lipossolúvel presente na cenoura, abóbora e vegetais de cor laranja, provenientes da dieta da mãe. 
Número de mamadas por dia: Recomenda-se que a criança seja amamentada sem restrições de horários e de tempo de permanência na mama. É o que se chama de amamentação em livre demanda. Nos primeiros meses, é normal que a criança mame com frequência e sem horários regulares. Em geral, um bebê em aleitamento materno exclusivo mama de oito a 12 vezes ao dia. Muitas mães, principalmente as que estão inseguras e as com baixa autoestima, costumam interpretar esse comportamento normal como sinal de fome do bebê, leite fraco ou pouco leite, o que pode resultar na introdução precoce e desnecessária de suplementos. 
O tamanho das mamas pode exercer alguma influência no número de mamadas da criança por dia. As mulheres com mamas mais volumosas têm maior capacidade de armazenamento de leite e por isso podem ter mais flexibilidade com relação à frequência das mamadas . Já as mulheres com mamas pequenas podem necessitar amamentar com mais frequência devido a sua pequena capacidade de armazenamento do leite. No entanto, o tamanho da mama não tem relação com a produção do leite, ou seja, as mamas grandes e pequenas em geral têm a capacidade de secretarem o mesmo volume de leite em um dia.
 
Duração das mamadas: O tempo de permanência na mama em cada mamada não deve ser fixado, haja vista que o tempo necessário para esvaziar uma mama varia para cada dupla mãe/bebê e, numa mesma dupla, pode variar dependendo da fome da criança, do intervalo transcorrido desde a última mamada e do volume de leite armazenado na mama, entre outros. 
O mais importante é que a mãe dê tempo suficiente à criança para ela esvaziar adequadamente a mama. Dessa maneira, a criança recebe o leite do final da mamada, que é mais calórico, promovendo a sua saciedade e, consequentemente, maior espaçamento entre as mamadas. O esvaziamento das mamas é importante também para o ganho adequado de peso do bebê e para a manutenção da produção de leite suficiente para atender às demandas do bebê.
Alimentação da nutriz: Para a produção do leite, é necessária ingestão de calorias e de líquidos além do habitual. Por isso, durante o período de amamentação, costuma haver aumento do apetite e da sede da mulher e também algumas mudanças nas preferências alimentares. 
Acredita-se que um consumo extra de 500 calorias por dia seja o suficiente, pois a maioria das mulheres armazena, durante a gravidez, de 2 kg a 4 kg para serem usados na lactação. Fazem parte das recomendações para uma alimentação adequada durante a lactação os seguintes itens: 
• Consumir dieta variada, incluindo pães e cereais, frutas, legumes, verduras, derivados do leite e carnes; 
• Consumir três ou mais porções de derivados do leite por dia; 
• Esforçar-se para consumir frutas e vegetais ricos em vitamina A;
 • Certificar-se de que a sede está sendo saciada; 
• Evitar dietas e medicamentos que promovam rápida perda de peso (mais de 500 g por semana);
 • Consumir com moderação café e outros produtos cafeinados.
 A alimentação ideal (variada e equilibrada) de uma nutriz pode não ser acessível para muitas mulheres de famílias com baixa renda, o que pode desestimulá-las a amamentar seus filhos. Por isso, a orientação alimentar de cada nutriz deve ser feita levando-se em consideração, além das preferências e dos hábitos culturais, a acessibilidade aos alimentos. É importante lembrar que as mulheres produzem leite de boa qualidade mesmo consumindo dietas subótimas. 
É preciso estar atento para o risco de hipovitaminose B em crianças amamentadas por mães vegetarianas, haja vista essa vitamina não ser encontrada em vegetais. É importante também certificar-se de que as nutrizes vegetarianas estão ingerindo quantidade suficiente de proteínas. Como regra geral, as mulheres que amamentam não necessitam evitar determinados alimentos. Entretanto, se elas perceberem algum efeito na criança de algum componente de sua dieta, pode-se indicar a prova terapêutica: retirar o alimento da dieta por algum tempo e reintroduzi-lo, observando atentamente a reação da criança. Caso os sinais e/ou sintomas da criança melhorem substancialmente com a retirada do alimento e piorem com a sua reintrodução, ele deve ser evitado. O leite de vaca é um dos principais alimentos implicados no desenvolvimento de alergias alimentares. As mulheres que amamentam devem ser encorajadas a ingerir líquidos em quantidades suficientes para saciar a sua sede. Entretanto, líquidos em excesso devem ser evitados, pois não aumentam a produção de leite, podendo até diminuí-la
Retorno da mãe ao trabalho: O trabalho materno fora do lar pode ser um importante obstáculo à amamentação, em especial a exclusiva. A manutenção da amamentação nesse caso depende do tipo de ocupação da mãe, do número de horas no trabalho, das leis e de relações trabalhistas, do suporte ao aleitamento materno na família, na comunidade e no ambiente de trabalho e, em especial, das orientações dos profissionais de saúde para a manutenção do aleitamento materno em situações que exigem a separação física entre mãe e bebê.
Para as mães manterem a lactação após retornarem ao trabalho, é importante que o profissional de saúde estimule os familiares, em especial o companheiro, quando presente, a dividir as tarefas domésticas com a nutriz e oriente a mãe trabalhadora quanto a algumas medidas que facilitam a manutenção do aleitamento materno, listadas a seguir:
Antes do retorno ao trabalho: 
· Manter o aleitamento materno exclusivo; 
· Praticar a ordenha do leite (de preferência manualmente) e congelar o leite para usar no futuro. Iniciar o estoque de leite 15 dias antes do retorno ao trabalho.
Após o retorno ao trabalho: 
• Amamentar com frequência quando estiver em casa, inclusiveà noite; 
• Evitar mamadeiras; oferecer a alimentação por meio de copo e colher; 
• Durante as horas de trabalho, esvaziar as mamas por meio de ordenha e guardar o leite em congelador. Levar para casa e oferecer à criança no mesmo dia ou no dia seguinte ou congelar. Leite cru (não pasteurizado) pode ser conservado em geladeira por 12 horas e, no freezer ou congelador, por 15 dias; 
• Para alimentar o bebê com leite ordenhado congelado, esse deve ser descongelado, em banho-maria fora do fogo. Uma vez descongelado, o leite deve ser aquecido em banhomaria fora do fogo. Antes de oferecê-lo à criança, ele deve ser agitado suavemente para homogeneizar a gordura; 
• Realizar ordenha, de preferência manual, da seguinte maneira:
Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação complementar 
Observação: informações de questões 
 O leite materno é livre de bactérias contaminantes e possui diversos fatores de defesa, tais como imunoglobulinas, leucócitos, lisozima, lactoferrina, fator bífido, que auxiliam no combate contra agentes infecciosos. Assertiva II: VERDADEIRA. O leite materno diminui o risco de alergia e intolerância ao leite de vaca, isto é, o aleitamento materno é um fator de proteção contra a alergia pelo leite de vaca. Entretanto, estar em aleitamento não exclui em 100% as chances de desenvolver alergia ao leite de vaca. Alguns lactentes geneticamente predispostos podem desenvolver alergia à proteína do leite de vaca ingerida pela mãe e transferida à criança através do leite, manifestando um quadro clínico de diarreia ou dermatite. Assertiva III: INCORRETA. Na verdade o pH do leite materno é mais ácido do que do leite de vaca e, por isso, não há a proliferação patológica de microrganismos. Assertiva IV: CORRETA. O leite materno é pobre em Vitamina K e, por isso, administra-se rotineiramente vitamina K intramuscular a todos os neonatos após o nascimento. 
 
Recomenda-se que o lactente seja amamentado sem restrição de horário e de tempo de permanência na mama, o que se chama de livre demanda. O tempo necessário para esvaziar uma mama varia para cada dupla mãe/bebê e, numa mesma dupla, pode variar de acordo com a fome da criança, do intervalo transcorrido dese a última mamada e do volume de leite armazenado na mama, entre outros. Dessa forma, a criança recebe o leite do final da mamada, que é mais calórico, promovendo a saciedade e, consequentemente, o maior espaçamento entre as mamadas. O esvaziamento das mamas é importante também para o ganho adequado de peso do bebê e para a manutenção da produção de leite suficiente para atender às demandas.
Dentre as contraindicações absolutas temos HIV, HTLV1 e HTLV2, uso de antineoplásico e radiofármaco pela mãe e crianças com galactosemia. Além disso, como sabemos o bacilo deKoch excepcionalmente é excretado pelo leite materno, e,se houver contaminação do recém nascido, geralmente aporta de entrada é o trato respiratório. Dito isto, segundo a Academia Americana de Pediatria, recém nascido de mãe com tuberculose pulmonar ativa, ou seja, em fase contagiante ou bacilÌfera, sem tratamento ou com menos de 3 semanas de tuberculostáticos no momento do parto, não deve ser amamentado pela mãe, mas alimentado com o leite humano ordenhado, uma vez que a transmissão geralmente se dá pelas vias aéreas.
São contraindicações ao aleitamento materno: Mulheres infectadas com os vírus HIV ou HTLV; Vacina de febre amarela, em mães que estejam amamentando crianças abaixo de 6 (seis) meses de vida, recomenda a suspensão do aleitamento materno por 10 (dez) dias; uso de determinados fármacos ou drogas, como antiartrítico (Sais de ouro), drogas de abuso (Ácido gama hidroxibutírico, maconha, cocaína, fenciclidina, heroína, LSD), isotretinoína. O lítio é considerado um fármaco perigoso a ser utilizado durante a lactação.
Alguns pontos chave da técnica de amamentação adequada são: rosto do bebê de frente para a mama, com nariz na altura do mamilo; corpo do bebê próximo ao da mãe; bebê com cabeça e tronco alinhados (pescoço não torcido); bebê bem apoiado; mais aréola visível acima da boca do bebê; boca bem aberta; lábio inferior virado para fora; queixo tocando a mama. Na técnica incorreta, podem ser observados: bochechas do bebê encovadas a cada sucção; ruídos da língua; mama aparentando estar esticada ou deformada durante a mamada; dor durante a amamentação. Assim, a alternativa E revela uma pega incorreta.
3) Compreender como é utilizado o método Capurro e se existe outros métodos
Determinar/avaliar a idade gestacional quando a mãe não sabe a DUM
Usa se parâmetros somáticos e neurológicos, esse método estima a idade gestacional do recém-nascido. Ele é aplicável para recém-nascidos de 29 semanas ou mais.
O Método de Capurro Somático utiliza 5 características somáticas, enquanto que o Capurrro Somático e Neurológico utiliza 4 parâmetros somáticos e 2 neurológicos. Realizado após o nascimento da criança, o método ou escore de Capurro avalia o desenvolvimento de cinco fatores para determinar a idade gestacional do recém nascido, são eles: textura da pele, pregas plantares, glândulas mamárias, formação do mamilo e formação da orelha. Cada um dos itens possui um nível de desenvolvimento de acordo com a IG.
Quando utilizar esse método? O escore de Capurro é utilizado para determinar a IG quando as mães desconhecem a data da última menstruação (DUM) e não realizaram a ultrassonografia gestacional precoce (até 14 semanas). Os métodos citados acima (DUM e USG transvaginal precoce) possuem uma precisão maior, sendo preferíveis para essa análise.
Cada parâmetro conta com diferentes opções que recebem pontuações distintas. A avaliação da idade gestacional em semanas, é feita com a soma do total de pontos obtidos, mais 204, e o resultado dividido por 7.
IG = (P + 204)/7
Pontuações e parâmetros
Textura da pele
0 pontos = muito fina, gelatinosa;
5 pontos = fina e lisa;
10 pontos = algo mais grossa, discreta descamação superficial;
15 pontos = grossa, rugas superficiais, descamação nas mãos e pés;
20 pontos = grossa apergaminhada, com gretas profundas
Forma de orelha
0 pontos = chata disforme, pavilhão não encurvado;
8 pontos = pavilhão parcialmente encurvado na borda;
16 pontos = pavilhão parcialmente encurvado em toda parte superior;
24 pontos = pavilhão totalmente encurvado.
Glândula mamária
0 pontos = não palpável;
5 pontos = palpável, menos de 5mm;
10 pontos = entre 5 e 10mm;
15 pontos = maior de 10mm.
Pregas plantares
0 pontos = sem pregas;
5 pontos = marcas mal definidas sobre a parte anterior da planta;
15 pontos = marcas bem definidas sobre a metade anterior, e sulcos no terço anterior;
20 pontos = sulcos em mais da metade anterior da planta.
Formação do mamilo
0 pontos = apenas visível;
5 pontos = aréola pigmentada – diâmetro menor que 7,5 mm;
10 pontos = aréola pigmentada, pontiaguda – diâmetro menor que 7,5 mm, borda não levantada;
15 pontos = borda levantada – diâmetro maior que 7,5 mm.
Sinal do xale
0 pontos = o cotovelo alcança a linha axilar anterior do lado oposto;
6 pontos = o cotovelo situado entre a linha axilar anterior do lado oposto e a linha média;
12 pontos= o cotovelo situado ao nível da linha média;
8 pontos = o cotovelo situado entre a linha média e a linha axilar anterior do mesmo lado.
Posição da cabeça ao levantar o RN
0 pontos = cabeça totalmente deflexionada, ângulo toráxico 270%;
4 pontos = ângulo cérvico-toráxico entre 180° e 270°;
8 pontos = ângulo cérvico-toráxico igual a 180°;
12 pontos = ângulo cérvico-toráxico menor de 180°.
OBS. o método tem uma margem de erro de uma semana para mais ou para menos. Para o cálculo mais rápido, sem ter que se fazer operações matemáticas, utiliza-se o gráfico seguinte. A soma dos 5 parâmetros busca-se na coluna horizontal e, a seguir, siga a linha até encontrar a coluna vertical das semanas de gestação.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_aidpi_neonatal_3ed_2012.pdf 
https://www.sanarmed.com/escore-de-capurro-colunistas 
5)Compreender a importância do acompanhamento profissional nasconsultas de puericultura e das orientações repassadas à mãe;
A puericultura: consiste na consulta médica periódica de uma criança onde devem estar presentes: orientações educativas, ações de promoção da saúde, ações relacionadas à prevenção de doenças e observação dos riscos e vulnerabilidades sob a qual está submetida a respectiva criança.
Atualmente, diferente do que foi considerado há um tempo, a puericultura não se restringe a uma consulta meramente educativa do médico direcionado à criança e sua família, mas parte da importância de pensar junto com a família da criança orientações que façam sentido para a mesma com o intuito de promover uma vida mais saudável, minimizando efeitos das condições adversas a qual a criança e sua família podem estar submetidas.
Além disso, é papel da puericultura observar fatores de risco e vulnerabilidades que cercam as diferentes fases do processo de crescimento e desenvolvimento da criança. 
Enfocar nos riscos consiste na compreensão de que diferentes grupos populacionais (nos quais as crianças estão inseridas) apresentam riscos diferenciados de danos à saúde devido a características individuais/exposição a fatores ambientais/circunstâncias sociais. 
Já o conceito de vulnerabilidade permite compreender que as crianças possuem características e comportamentos individuais (baixo peso ao nascer, obesidade, deficiências imunológicas), uma dinâmica familiar e o modo como a criança se expressa (agressividade, agitação,timidez), os ambientes em que convive (escola, espaços de lazer) e as oportunidades que tem de acessar serviços de saúde – tudo isso determinada se tal criança será mais ou menos suscetível a determinados agravos.
FREQUÊNCIA DE CONSULTAS
Nos primeiros 2 anos de vida as consultas são mais frequentes devido ao processo de crescimento e desenvolvimento ser mais intenso, por isso, no 1º ano de vida é recomendado um mínimo de 7 consultas de rotina:
na 1a semana , no 1o/2o/4o/6o/9o e 12o mês; além disso, no 2o ano de vida, deve se ter um mínimo de 2 consultas de rotina: no 18o e 24º mês. 
7) Diferenciar crescimento e desenvolvimento infantil e elencar as características esperadas para cada um desses na primeira infância;
Qual é a diferença entre crescimento e desenvolvimento?
Crescimento está mais relacionado ao aspecto físico, ao aumento do tamanho do corpo da criança, como, por exemplo ,o aumento da altura de do peso. O desenvolvimento é um processo que envolve a aquisição de novas funções, tais como as intelectuais, sociais e motoras.  
Qual a importância de acompanhar o crescimento e o desenvolvimento da criança?
É fundamental acompanhar de forma periódica, pois são dois indicadores centrais na atenção da saúde da criança mas, principalmente, contribui para que as crianças possam atingir todo o seu potencial de crescimento e desenvolvimento.
O que o peso e a altura refletem sobre o estado nutricional da criança?
O aumento ou a perda de peso, que podem levar tanto à desnutrição quanto à obesidade, podem refletir o acesso dessa criança à alimentação, que pode ser saudável ou não, mas também pode refletir aspectos mais agudos da saúde, como, por exemplo, se a criança estiver com diarreia é comum ela perder um pouco de peso. Já a altura é um indicador da qualidade de vida dessa criança. É a principal medida que indica a chamada desnutrição crônica, que está relacionada à condições de vida muito precárias, tais como a falta de comida, ambiente doméstico insalubre, exposição à doenças infecciosas, entre outras
https://www.pastoraldacrianca.org.br/images/temas/1460-crescimento-e-desenvolvimento-da-crianca/1460-entrevista-com-caroline-dalabona-crescimento-e-desenvolvimento-da-crianca.pdf 
Monitorização do Crescimento:
O crescimento é um processo dinâmico e contínuo, expresso pelo aumento do tamanho corporal. Constitui um dos indicadores de saúde da criança. O processo de crescimento é influenciado por fatores intrínsecos (genéticos) e extrínsecos (ambientais), entre os quais se destacam a alimentação, a saúde, a higiene, a habitação e os cuidados gerais com a criança, que atuam acelerando ou restringindo tal processo. Deve-se valorizar também o crescimento intrauterino, pois diversos estudos atestam que alterações no crescimento fetal e infantil podem ter efeitos permanentes na saúde do adulto.
O acompanhamento sistemático do crescimento e do ganho de peso permite a identificação de crianças com maior risco de morbimortalidade por meio da sinalização precoce da subnutrição e da obesidade.
A vigilância nutricional e o monitoramento do crescimento objetivam promover e proteger a saúde da criança e, quando necessário, por meio de diagnóstico e tratamento precoce para sub ou sobrealimentação, evitar que desvios do crescimento possam comprometer sua saúde atual e sua qualidade de vida futura.
O melhor método de acompanhamento do crescimento infantil é o registro periódico do peso, da estatura e do IMC da criança na Caderneta de Saúde da Criança.
A Caderneta de Saúde da Criança utiliza como parâmetros para avaliação do crescimento de crianças (menores de 10 anos) os seguintes gráficos: perímetro cefálico (de zero a 2 anos), peso para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos), comprimento/estatura para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos), índice de massa corporal (IMC) para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos).
As tabelas a seguir apresentam os pontos de corte para a avaliação do crescimento da criança que podem ser avaliados a partir do registro dos dados antropométricos nas curvas disponíveis na Caderneta de Saúde da Criança e pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), do MS.
Acompanhamento do desenvolvimento: 
O conceito de desenvolvimento é amplo e refere-se a uma transformação complexa, contínua, dinâmica e progressiva, que inclui, além do crescimento, maturação, aprendizagem e aspectos psíquicos e sociais.
Costuma-se falar em desenvolvimento de forma distinta entre desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial, como uma forma de facilitar o estudo do desenvolvimento humano. Mas cabe apontar que tais aspectos estão interligados e influenciam-se mutuamente durante a vida do indivíduo (BRASIL, 2002) [D].
Na estrutura fisiológica humana, o que é inato não é suficiente para produzir um indivíduo sem a participação do meio ambiente. Tudo em um ser humano (suas características, seus modos de agir, pensar, sentir, seus valores, etc.) depende da sua interação com o meio social em que vive. Portanto, o desenvolvimento da criança será sempre mediado por outras pessoas, pelas famílias, pelos profissionais de saúde, da educação, entre outros, que delimitam e atribuem significados à sua realidade.
A interação da criança com os membros de sua família e com a sua rede social de proteção assegura a sua sobrevivência e a sua relação com o mundo, contribuindo para o seu desenvolvimento psicossocial. Na sua relação com os adultos, ela assimila habilidades que foram construídas pela história social ao longo do tempo, tais como as habilidades de sentar, andar, falar, controlar os esfíncteres etc.
 Durante os dois primeiros anos, um aspecto importantíssimo do seu desenvolvimento é o desenvolvimento afetivo, caracterizado no apego, que é o vínculo afetivo básico.
 A criança estabelece o vínculo com as pessoas que interagem com ela de forma privilegiada, com características de condutas, representações mentais e sentimentos. 
Nos anos pré-escolares, diferentes dimensões e estilos paternos têm efeitos sobre diferentes aspectos do desenvolvimento social e das personalidades das crianças: autoestima, desenvolvimento moral, conduta pró-social, autocontrole etc. Além da família, não podemos nos esquecer da escola, que se transforma rapidamente em um importante contexto de socialização, que se encarrega, principalmente, da transmissão do saber organizado, que é o produto do desenvolvimento cultural.
Acompanhamento e avaliação do desenvolvimento infantil:
O acompanhamento do desenvolvimento da criançana atenção básica objetiva sua promoção, proteção e a detecção precoce de alterações passíveis de modificação que possam repercutir em sua vida futura. Isso ocorre principalmente por meio de ações educativas e de acompanhamento integral da saúde da criança.
A criança deve atravessar cada estádio segundo uma sequência regular, ou seja, os estádios de desenvolvimento cognitivo são sequenciais. Se a criança não for estimulada ou motivada no devido momento, ela não conseguirá superar o atraso do seu desenvolvimento. Afinal, o desenvolvimento infantil se dá à medida que a criança vai crescendo e vai se desenvolvendo de acordo com os meios onde vive e os estímulos deles recebido.
A identificação de problemas (tais como: atraso no desenvolvimento da fala, alterações relacionais, tendência ao isolamento social, dificuldade no aprendizado, agressividade, entre outros) é fundamental para o desenvolvimento e a intervenção precoce para o prognóstico dessas crianças. Portanto, são de relevância o diagnóstico e o acompanhamento do desenvolvimento das crianças, sendo que os principais protocolos preconizam a avaliação objetiva de habilidades motoras, de comunicação, de interação social e cognitivas nas consultas de supervisão de saúde.
· 1° MÊS: Entre 1 e 2 meses: melhor percepção de um rosto, medido com base na distância entre bebê e seio materno.
· 2 MESES
• 2-3 meses: sorriso social.
• 3 meses: adquire noção de profundidade.
• 2-4 meses: fica de bruços, levanta a cabeça e ombros na posição prona.
• Em torno dos 2 meses: ampliação do campo visual. Bebê visualiza e segue objetos com o olhar, ultrapassando a linha média. Observa rosto, vocaliza (sons diferentes do choro), reage a estímulos sonoros.
· 4 meses
· Aos 4: preensão voluntária dasvmãos – agarra objetos colocadosvem sua mão. Observa sua própriavmão, segue com o olhar até 180o,vgrita, senta-se com apoio e sustenta a cabeça.
· 4-6 meses: volta a cabeça em direção a estímulo sonoro.
· 6meses 
· Aos 6 meses: começa a ter noções de “permanência do objeto”, procura objetos fora do alcance.
· Tenta alcançar um brinquedo, volta-se para o som, rola no leito e inicia interações.
· A partir do 7o: senta-se sem apoio.
· 6-9 meses: arrasta-se, engatinha.
· 6-8 meses: apresenta reações a pessoas estranhas.
· 9 MESES
• Aos 9 meses: transmite objetos de uma mão para outra, pinça polegar-dedo, balbucia, estranhamento (prefere pessoas do seu convívio), brinca de esconde-achou.
• Em torno dos 10: fica em pé sem apoio.
• 9-12 meses: engatinha ou anda com apoio.
· 12 MESES
• 12-18 meses: bebê anda sozinho.
• Em torno de 1 ano: acuidade visual de adulto.
• Bate palmas, acena, combina sílabas, faz pinça completa (polpa-polpa), segura o copo ou mamadeira.
· 15 MESES
• 15 meses: primeiras palavras, primeiros passos, é ativa e curiosa.
· 18 MESES
• 18 meses: anda, rabisca, obedece a ordens, nomeia objetos.
• 18-24 meses: bebê corre e sobe degraus baixos.
· 2ANOS
• 2-3 anos: diz próprio nome e nomeia objetos como sua posse;
• Aprox. 2 anos: reconhece-se no espelho, brinca de faz de conta (deve ser estimulado, pois auxilia no desenvolvimento cognitivo e emocional), sobe escadas, correr, formula frases simples (“dá água”, “quer papar”), retira peça de roupa, tenta impor sua vontade;
• 2-3 anos: pais devem começar a gradualmente retirar as fraldas e ensinar a usar o penico;
· 4 A 6 ANOS
• 3-4 anos: veste-se com auxílio.
• 4-5 anos: conta ou inventa histórias.
• Comportamento é egocêntrico. Com o passar do tempo, passa a considerar outras crianças.
• A partir dos 6 anos: passa a pensar com lógica, embora seja predominantemente concreta. Memória e habilidade linguística aumentam. Ganhos cognitivos aumentam capacidade de tirar proveito da educação formal. Autoimagem se desenvolve e passa a impactar na autoestima. Amigos assumem importância fundamental e criança passa a entender constância de gênero (segregação de gênero é comum).
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_crescimento_desenvolvimento.pdf 
ACOMPANHANDO O CRESCIMENTO
O melhor método de acompanhamento do crescimento infantil é o registro periódico do perímetro cefálico, do peso, do comprimento ou da estatura e do índice de massa corporal (IMC) da criança na Caderneta da Criança. A maneira como a criança está crescendo indica o quanto ela está saudável ou o quanto ela se desvia da situação de saúde.
As suas medidas de perímetro cefálico (até 2 anos), peso, comprimento ou estatura, e IMC devem ser colocadas nos gráficos. Marcar as medidas nos gráficos promove a saúde da criança, pela fácil identificação de desvios do crescimento.
Interpretando os Gráficos: As linhas coloridas dos gráficos fornecem indicações para a linha de crescimento da criança formada pela união dos pontos das medidas de cada consulta. 
■ A linha verde corresponde a um padrão ou escore Z igual a 0. A curva de crescimento de uma criança que está crescendo adequadamente tende a seguir um traçado paralelo à linha verde, acima ou abaixo dela, que pode estar situado entre as linhas laranjas (desvio de 1 escore Z) ou entre as linhas vermelhas (desvio de 2 escore Z). 
■ Qualquer mudança rápida que desvie a curva da criança para cima ou para baixo, ou então um traçado horizontal, devem ser investigados. 
■ Os traçados que se desviam muito e que cruzam uma linha dos escore Z podem indicar risco para a saúde da criança.
 ■ Com relação às curvas de perímetro cefálico, é importante lembrar que as alterações do desenvolvimento infantil são mais sensíveis e precoces que o crescimento da cabeça.
9) Depreender como se dá o estímulo do desenvolvimento neuropsicomotor durante a primeira infância
A criança deve passar por cada fase seguindo uma sequência com certa regularidade, então a criança tem que ser estimulada no momento apropriado para não ter um atraso no seu desenvolvimento. Por isso, existe uma avaliação do desenvolvimento que faz parte do conjunto de cuidados que visam promover uma infância saudável. Dado isso, o profissional deve conhecer a sequência da evolução das várias funções e os fatores de risco que podem comprometer esse processo.
O DNPM é definido como um processo sequencial, contínuo e relacionado a idade cronológica, porém não depende exclusivamente do fator idade. Com o passar do tempo, por meio da estimulação da família e do ambiente, a criança adquire uma enorme quantidade de habilidades motoras, que evoluem de movimentos simples, denominados de reflexo, até a execução de habilidades motoras complexas. 
 Quais fatores influenciam no desenvolvimento neuropsicomotor?
· É necessário identificar quais fatores prejudicam e quais fatores potencializam o desenvolvimento.
· Esses fatores podem ser decorrentes de fatores próprios da criança, como aspectos biológicos e de hereditariedade; ao ambiente, como nível socioeconômico e a escolaridade; ou ainda, relacionados com a estimulação oferecida como brincadeiras, movimentos e vivencias infantis.
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Dicas de estimulação: Contudo, é a partir da sua estimulação, tanto sensorial quanto motora, que o seu desenvolvimento ocorrerá e se manterá em constante evolução, auxiliando também no seu processo de aprendizagem.
 
 
 
http://omnipax.com.br/livros/2017/DCFES/dcfes-cap1.pdf 
10). Entender o que é desnutrição, suas consequências, tipos e diagnóstico
· A partir dos seis meses de idade, a alimentação tem a função de complementar a energia e outros nutrientes necessários para o crescimento saudável e pleno desenvolvimento das crianças. As situações mais comuns relacionadas à alimentação complementar oferecida de forma inadequada são: anemia, deficiência de vitamina A, outras deficiências de micronutrientes, excesso de peso e desnutrição.
· A Desnutrição é uma doença de natureza clínico-social multifatorial cujas raízes se encontram na pobreza. Pode começar precocemente na vida intra-uterina (baixo peso ao nascer) e freqüentemente cedo na infância, em decorrência da interrupção precoce do aleitamento materno exclusivo e da alimentação complementar inadequada nos primeiros2 anos de vida, associada, muitas vezes, à privação alimentar ao longo da vida e à ocorrência de repetidos episódios de doenças infecciosas (diarréias e respiratórias). Isso gera a desnutrição primária. Outros fatores de risco na gênese da desnutrição incluem problemas familiares relacionados com a situação sócio-econômica, precário conhecimento das mães sobre os cuidados com a criança pequena (alimentação, higiene e cuidados com a saúde de modo geral) e o fraco vínculo mãe e filho.
Tipos de desnutrição
A desnutrição pode ser classificada de acordo com o nutriente que está em falta na alimentação.
· Kwashiorkor: Carência de proteínas.
· Marasmo: Carência de calorias.
· Kwashiorkor-marasmático: Forma mista, existe falta de fontes energéticas e proteínas.
Causas da desnutrição
As causas da desnutrição podem apresentar caráter primário ou secundário:
· Causas primárias: Alimentação inadequada. A pessoa tem uma alimentação quantitativa ou qualitativamente insuficiente em calorias e nutrientes.
· Causas secundárias: Alguma condição faz com a ingestão de alimentos não seja suficiente para atender as necessidades energéticas do organismo. Ocorre associada a presença de verminoses, câncer, anorexia, infecções, intolerância alimentar, digestão e absorção deficiente de nutrientes.
Entre os fatores que contribuem para a desnutrição na criança encontram-se as suas necessidades relativamente maiores, tanto de energia como de proteínas, em relação aos demais membros da família; o baixo conteúdo energético dos alimentos complementares utilizados e administrados com freqüência insuficiente; a disponibilidade inadequada de alimentos devido à pobreza, desigualdade social, problemas de distribuição intra-familiar; as infecções virais, bacterianas e parasitárias repetidas, que podem produzir anorexia e reduzir a ingestão de nutrientes, sua absorção e utilização, ou produzir a sua perda; as práticas inadequadas de cuidado infantil tais como administração de alimentos muito diluídos e/ou não higienicamente preparados.
A prematuridade e o baixo peso ao nascer são causas predisponentes(2). Após o nascimento, concorrem para a desnutrição a falta de aleitamento materno ou o retardo na introdução de alimentos complementares adequados e falta de apoio apropriado dos profissionais de saúde para orientar a mãe que, devido à falta de recursos financeiros e/ou de conhecimentos sobre a saúde e nutrição da criança, freqüentemente utiliza fórmulas hiperdiluídas, preparadas em condições não higiênicas, e muitas vezes estocadas por longo período à temperatura ambiente.
http://www.jped.com.br/conteudo/00-76-S285/port.asp 
https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/1544.pdf 
11) Analisar qual a importância e atribuições do SISVAN
Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN
O Sisvan é um SIS que tem como objetivo a geração de informações sobre a situação alimentar e nutricional da população, contribuindo para o conhecimento da natureza e da magnitude dos problemas de nutrição, identificando áreas geográficas, segmentos sociais e grupos populacionais de maior risco aos agravos nutricionais.
A vigilância epidemiológica em Alimentação e Nutrição é feita a partir do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), que tem como objetivo fornecer informação contínua sobre o perfil alimentar e nutricional da população brasileira e os fatores que o influenciam. Esta informação irá servir de base para a tomada de decisões pelos responsáveis por políticas, planejamento e o gerenciamento de programas para melhoria dos padrões de consumo alimentar e do estado nutricional em nível local, estadual e federal. 
O sistema informatizado do SISVAN permite o registro dos dados de alimentação e nutrição da população atendida na Atenção Básica por meio de formulários para avaliação do estado nutricional e levantamento das práticas alimentares nos diversos ciclos de vida.
Para crianças menores de seis meses: O formulário para essa faixa etária tem como objetivo identificar o tipo de alimentação que a criança recebe (aleitamento materno exclusivo ou predominante, alimentação complementar ou não recebe leite materno). Deve-se enfatizar que o período que está sendo avaliado corresponde à prática alimentar do dia anterior à data do inquérito.
 Para crianças entre seis meses e até dois anos: O objetivo das questões para essa fase da vida é caracterizar a introdução de alimentos, que deve ocorrer a partir dos 6 meses de idade e a adoção de comportamento de risco tanto para a ocorrência de deficiência de ferro, como para o desenvolvimento de excesso de peso. Novamente, deve-se enfatizar que muitas questões referem-se ao dia anterior à data do inquérito. 
O conhecimento dessas informações subsidia profissionais que atuam na Atenção Básica e os gestores em diferentes esferas de governo na implantação e implementação de estratégias para a promoção de melhorias das condições de saúde relacionadas com a alimentação e nutrição.
 
Portanto, o SISVAN tem como missão produzir um elenco básico de indicadores capazes de sinalizar os eventos de maior interesse, tais como: disponibilidade de alimentos, aspectos qualitativos e quantitativos da dieta consumida, práticas de amamentação e perfil da dieta complementar pósdesmame, distribuição do peso ao nascer, prevalência da desnutrição energéticoprotéica, de anemias, do sobrepeso, das deficiências de iodo e de vitamina A e das demais carências de micronutrientes relacionadas às enfermidades crônicas não-transmissíveis.
http://tabnet.datasus.gov.br/cgi-win/SISVAN/CNV/notas_sisvan.html#:~:text=obten%C3%A7%C3%A3o%20de%20informa%C3%A7%C3%B5es-,ORIGEM%20DOS%20DADOS,os%20fatores%20que%20as%20influenciam.

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